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MEMOREX OAB (Exame XL) – Rodada 01

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MEMOREX OAB (Exame XL) – Rodada 01

Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos
TOTAL certeza de que este material vai te f azer ganhar muitas questões e garantir a sua
aprovação.

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na sua área de membros conf orme o cronograma abaixo:

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Rodada 01 Disponível Imediatamente
Rodada 02 17/01/2024
Rodada 03 24/01/2024
Rodada 04 31/01/2024
Rodada 05 07/02/2024
Rodada 06 14/02/2024

Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra.

Nesse material f ocamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois,
muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode custar sua aprovação.

Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esf orço, estudando e aprof undando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
para: atendimento@pensarconcursos.com

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ÍNDICE

ÉTICA ...................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO.................................................................................. 13
DIREITO CONSTITUCIONAL ........................................................................... 16
DIREITOS HUMANOS........................................................................................ 25
DIREITO INTERNACIONAL ............................................................................. 28
DIREITO TRIBUTÁRIO ..................................................................................... 31
DIREITO ADMINISTRATIVO........................................................................... 35
DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................... 42
DIREITO CIVIL................................................................................................... 44
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ........................................... 53
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR....................................................... 55
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................ 58
DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................. 73
DIREITO PENAL ................................................................................................. 77
DIREITO PROCESSUAL PENAL....................................................................... 87
DIREITO DO TRABALHO .................................................................................. 95
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ......................................................106
DIREITO ELEITORAL .......................................................................................114
DIREITO FINANCEIRO ....................................................................................117
DIREITO PREVIDENCIÁRIO ..........................................................................119

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ÉTICA

DICA 01

DOS DIREITOS DO ADVOGADO


ATENTE-SE! Tema de maior incidência.

O advogado é indispensável para administração da justiça.

Os Direitos e prerrogativas dele, estão ligados às vantagens dadas a ele na f unção em que
exerce; mesmo em seu ministério privado, desempenha função social, múnus público.
Entre magistrados, membros do Ministério Público e advogados, não há hierarquia e nem
subordinação, devendo o advogado ter tratamento compatível a sua função.

Direitos do advogado - f undamento legal: Art. 6º e 7º do EAOAB e Artigos 15 a 19 Reg.


Geral OAB.

DICA 02

NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO

Art. 3º-A e parágraf o único do EAOAB, inserido pela Lei nº 14.039 de 2020.
Considerado notória especialização, prof issionais ou sociedades de advogados, que
desempenham estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,
entre outras atividades que permita concluir que o trabalho prestado por tal prof issional é
indiscutivelmente mais adequado àquela prestação de serviço.

Esse tipo de prestação é considerado técnico e singular, o que facilita a contratação


direta pela administração pública (Dispensando possível licitação).

DICA 03

DA INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO DO ADVOGADO

De acordo com o Art. 7º, inciso II EAOAB, o local de trabalho do advogado é


inviolável, tanto quanto todo seu instrumento de trabalho relativos à advocacia:

ARQUIVOS E DADOS

É INVIOLÁVEL
CORRESPONDÊNCIAS

COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS,
ELETRÔNICA E TELEMÁTICA

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DICA 04
DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO: EXAME, VISTAS E RETIRADA DOS AUTOS
PROCESSUAIS
Fundamento legal: Artigo 7º, XIII, XIV, XV e XVI do EAOAB
Exame dos autos: Examinar os autos em qualquer órgão ou instituição responsável
por conduzir a investigação, mesmo sem procuração, podendo copiar e fazer
anotações.
OBS.: Salvo nos casos de segredo de justiça, é dispensável o exame dos autos sem
procuração.
Vistas dos autos: ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer
natureza, ou retirá-los pelos prazos legais.
Retirar autos findos: retirar autos f indos, mesmo sem procuração, pelo prazo de 10
dias.
Assunto cobrado pelo Exame de Ordem com certa periodicidade.
DICA 05

DO INGRESSO LIVRE DO ADVOGADO

Fundamento legal: Art. 7º, VI, VII, VIII, X, XI e XX EAOAB

O advogado poderá ter acesso, sem restrições, aos seguintes locais, serviços ou
situações:

Todos os lugares onde ele exerça a advocacia.

Ex.: salas de sessão de julgamento e dependências de audiências, cartórios, secretarias,


of ícios de justiça, serviços notariais, delegacias, qualquer edif ício ou recinto que f uncione
outro serviço público onde o advogado possa colher prova ou inf ormações. (Outros
exemplos, alíneas “a,b,c,d” do inciso VI do art. 7º EAOAB).

Independente de licença, o advogado poderá permanecer em pé ou sentado, ou até


mesmo se retirar dos locais mencionados anteriormente. inciso VII do art. 7º eoab.

Ter acesso aos magistrados, independente de horário marcado. Art. 7º EAOAB, inciso
VIII.

Uso da palavra “pela ordem”, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão


de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de inquérito,
mediante intervenção pontual e sumária (intervenção imediata, antes da conclusão do
pleito), para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a f atos, a documentos ou a
af irmações que inf luam na decisão. Trata-se da redação dada pela Lei nº 14.365/22) ao
inciso X do art. 7º EAOAB.

Em casos de atraso de autoridade para ato judicial acima de 30 minutos, e desde que
o mesmo não esteja no recinto, poderá o advogado, por meio ata, retirar-se do local. art.
7º EAOAB, inciso XX.

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DICA 06

DA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE


O advogado é livre para comunicar-se com seus clientes, sendo pessoalmente e em
ambiente reservado.

O advogado também poderá se comunicar, mesmo sem procuração, quando seus


clientes estiverem:

Presos;

Detidos;

Recolhidos em ambientes civis ou militares.

Ainda que estes estejam incomunicáveis.

DICA 07

DA PRESENÇA DO REPRESENTANTE OAB - ART. 7º, IV E XXI, §3º EAOAB

Será direito do advogado a presença do representante da OAB, quando:

Advogado f or preso em f lagrante

por motivo ligado a advocacia

em caso de crime inaf iançável

Na falta do representante nos casos acima, torna-se nulo o ato.

Sendo os demais casos, necessário apenas a comunicação expressa à Seccional da OAB.

DICA 08

DA PRISÃO DO ADVOGADO

O advogado tem a prerrogativa, de quando recolhido preso, ser f eito em:

Sala de Estado Maior;

Com acomodações e instalações condignas;

Na f alta, em prisão domiciliar.

O crime mencionado acima poderá ser qualquer delito. A prisão mencionada será cautelar,
pois se trata de ser anterior a sentença transitada em julgado.

DICA 09

DO DESAGRAVO PÚBLICO - ART. 7º, XVII; XXI § 5º, E ARTS. 18 E 19 RGEAOAB.

O desagravo acontece quando o advogado é ofendido em razão da sua profissão ou no


exercício dela.

É um ato formal que objetiva mostrar repúdio a of ensas contra a classe dos advogados.
Cabe ao Conselho competente promover o desagravo, independente da responsabilidade
criminal do inf rator.

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O desagravo público poderá ser de of ício, a pedido do próprio advogado ou de qualquer
pessoa.
Como def esa da classe de advogados, o desagravo público, independe da concordância do
of endido.

OBS.: a competência ao desagravo será do Conselho Federal, quando este for


dirigido ao Conselheiro Federal ou Presidente do Conselho Seccional.

DO DESAGRAVO: O desagravo pode ser f ormulado por qualquer pessoa, e de acordo


com o §3º do Art. 18 do RGEAOAB, recebido ou não as inf ormações, desde que haja
convencimento do relator.

DICA 10

IMUNIDADE PROFISSIONAL
O advogado possui imunidade prof issional em qualquer manif estação da sua parte, em
função da sua atividade e no seu exercício, sendo em juízo ou f ora dele, respondendo
pelos excessos que cometer perante a OAB.

Não responderá por:

Injúria;

Dif amação;

Desacato (Expressão declarada inconstitucional pelo STF).

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXXII, 2021.


A advogada Clotilde, em manif estação oral em juízo, prof eriu algumas palavras sobre o
adversário processual de seu cliente. Na ocasião, a pessoa mencionada alegou que teria
sido vítima de crime de injúria.
Considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, é correto af irmar que
a) as palavras prof eridas podem constituir crime de injúria, a f im de se tutelar a
adequada condução da atividade jurisdicional. Além disso, Clotilde poderá responder
disciplinarmente perante a OAB pelos excessos que tiver cometido.
b) a imunidade prof issional conf erida a Clotilde assegura que as palavras prof eridas não
constituem injúria, tampouco são passíveis de responsabilização disciplinar perante a
OAB, independentemente da alegação de excesso.
c) a imunidade prof issional conf erida a Clotilde assegura que as palavras prof eridas não
constituem injúria. Contudo, ela poderá responder disciplinarmente perante a OAB pelos
excessos que tiver cometido.
d) as palavras prof eridas podem constituir crime de injúria, a f im de se tutelar a
adequada condução da atividade jurisdicional. Contudo, não são passíveis de
responsabilização disciplinar perante a OAB, independentemente da alegação de
excesso.
Gabarito: Letra c.
Comentário: Questão f undamentada no Art. 7º, inciso XXI, §2º do EAOAB.

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DICA 11

DAS INSTALAÇÕES AO ADVOGADO

É direito do advogado ter instalações condignas para exercer sua prof issão em:

Fóruns,

Tribunais,

Juizados,

Delegacias de polícia,

Presídios,

Salas especiais permanentes.

Cabem ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo a garantia deste direito.

DICA 12
DOS DIREITOS DA ADVOGADA - ART. 7º-A EAOAB

Prerrogativas conf eridas à mulher advogada por meio da Lei nº 13.363/2016. Quadro
dos direitos:

Gestante Lactante Adotante A que der à luz

Acesso a creche, Acesso a creche, Acesso a creche, onde


onde houver, ou a onde houver, ou a houver, ou a local
local adequado ao local adequado ao adequado ao
------------------- atendimento das atendimento das atendimento das
necessidades do necessidades do necessidades do bebê.
bebê. bebê.
120 dias/período de
120 dias/período 120 dias/período amamentação.
de amamentação. de amamentação.

Entrada em
tribunais sem ser
submetida a
detector de ------------------- ------------------- -------------------
metal e
aparelho raio x.
Período da
gravidez.

Reserva de vaga
em garagens dos
------------------- ------------------- -------------------
f oros.
Período da
gravidez.

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Gestante Lactante Adotante A que der à luz

Pref erência na Pref erência na Pref erência na Pref erência na


ordem das ordem das ordem das ordem das
sustentações sustentações sustentações sustentações
orais e orais e orais e orais e
audiências, audiências, audiências, audiências,
mediante mediante mediante mediante
comprovação. comprovação. comprovação. comprovação.
Por 120 Por 120 Por 120 Por 120
dias/período de dias/período de dias/período de dias/período de
amamentação. amamentação. amamentação. amamentação.

Suspensão de Suspensão de
prazos prazos
processuais, processuais,
------------------- ------------------- quando f or a única quando f or a
patrona da causa, única patrona da
com notif icação do causa, com
cliente. notif icação do
cliente.
Por 30 dias.
Por 30 dias.

Atenção! Tema novo e de alta incidência nas provas.

DICA 13

VIOLAÇÃO DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO


O art. 7º-B do EAOAB é um dos temas mais novos apresentado pela lei 13.869/2019. Tal
artigo conceitua como crime violar prerrogativas do advogado, descritas no artigo 7º
do EAOAB.

Esses incisos dizem a respeito:

A inviolabilidade do escritório do advogado.

A comunicação advogado e cliente;

A presença de representante da OAB;

Prisão do advogado.
A inf ração desses dispositivos, gera detenção de 2 a 4 anos e multa.

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DICA 14

DA INSCRIÇÃO NA OAB

Dos requisitos para inscrição do advogado e do estagiário de direito

Advogado Estagiário
Art. 8º, incisos I ao VII do EAOAB Art. 9º, incisos I e II, §§ 1º ao 4º da EAOAB

Capacidade civil Capacidade civil

Diploma ou Certidão de Graduação Estar matriculado em Curso Jurídico,


em Direito. podendo estagiar nos últimos anos do
mesmo.

Título de Eleitor e quitação do Título de Eleitor e quitação do


serviço militar, se brasileiro. serviço militar também é requisito ao
Estagiário para inscrição na OAB.

Aprovação em Exame de Ordem. Admitido em Estágio Profissional,


realizado nos últimos anos do curso
jurídico, com duração de até 02 anos*

Não exercer atividade Incompatível Inciso II, §2º - Vedada Inscrição, o Aluno
que exercer atividade incompatível.

Idoneidade Moral *** (próxima dica) Idoneidade Moral *** (próxima dica)

Prestar compromisso perante Prestar compromisso perante Conselho.


Conselho.

DICA 15
INSCRIÇÃO PRINCIPAL E SUPLEMENTAR

O advogado pode exercer sua prof issão em todo território nacional, com liberdade, tendo
sua inscrição:
INSCRIÇÃO PRINCIPAL:
Realizada no CONSELHO SECCIONAL em cujo
território pretende estabelecer domicilio
Inscrição do profissional (Art. 10 EAOAB).
Advogado

INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR:
Será f eita nos CONSELHOS SECCIONAIS em
que exercer a prof issão com habitualidade
(Art. 10, §2º).

ATENTE-SE!! Considera-se habitualidade o advogado que exceder sua intervenção


judicial em cinco causas por ano.
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DICA 16

DO CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO


A inscrição do advogado, uma vez cancelada, não será restaurada com numeração
anterior, cabendo então nova inscrição, e, para isso, será preciso verif icar e preencher os
requisitos presentes no Art. 8 do EAOAB.

CANCELAMENTO – Art. 11 EAOAB LICENCIAMENTO – Art. 12 EAOAB

Requerimento do prof issional. Requerimento do prof issional, por


motivo justificado.

Sof rer penalidade de EXCLUSÃO. Exercício TEMPORÁRIO de atividade


Incompatível.
Ex.: Cargo eletivo de Pref eito do
Município.

Falecimento do advogado. Sof rer doença mental considerada


CURÁVEL.

Exercício de atividade INCOMPATÍVEL.


Atividade DEFINITIVA. ---
Ex.: Aprovação em concurso para
Magistratura.

Perda dos requisitos para a inscrição. ---

DICA 17

DAS ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA - ART. 1º EAOAB

São atividades privativas do advogado:

Postulação a órgão do poder judiciário;

Dos juizados especiais;

Atividades de consultoria;

Assessoria,

Direção jurídica e gerência jurídica.

A f unção de Diretoria e Gerência Jurídica serão privativas do advogado em qualquer


empresa pública, privada ou paraestatal.

Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser
admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.

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DICA 18

OSTENTAÇÃO NAS REDES SOCIAIS

Um assunto bem polêmico para turbinar seus estudos:


Segundo o provimento Nº 205/2021, que dispõe sobre a publicidade e a inf ormação da
advocacia, é permitido o marketing jurídico, desde que exercido de f orma compatível
com os preceitos éticos e respeitadas as limitações impostas pelo Estatuto da Advocacia,
Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina e por este Provimento.

Marketing Jurídico: Especialização do marketing destinada aos prof issionais da área


jurídica, consistente na utilização de estratégias planejadas para alcançar objetivos do
exercício da advocacia.
IMPORTANTE: Recentemente, um advogado f oi suspenso preventivamente pela Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) por causa do conteúdo publicado em suas redes sociais. A
punição f icará vigente enquanto as publicações nas quais o advogado exibe bens, como
carros, joias e passeios, estiverem em seu perf il, segundo reportagens.

DICA BÔNUS

DO JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Exceção de alta incidência na OAB:

De acordo com o art. 791 da CLT, empregado e empregador podem postular diretamente,
sem advogado, perante a Justiça do Trabalho, o que caracteriza o “Jus Postulandi”.

A limitação se dá nas varas do trabalho e tribunais regionais, quando competência


originária.

SÚMULA 425 TST

O jus postulandi, não alcança: Ação rescisória, MS, Ação Cautelar e recursos ref erentes
ao TST.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 19
NORBERTO BOBBIO - ANTINOMIAS
A antinomia representa f enômeno comum que espelha o conflito entre duas normas,
dois princípios, entre uma norma e um princípio geral de direito em sua aplicação prática
a um caso particular. É o f enômeno situado dentro da estrutura do sistema jurídico que só
a terapêutica jurídica pode suprimir a contradição.

Para Bobbio, identif icam-se as antinomias em três situações:

Contrariedade: uma norma ordena a f azer algo e outra proíbe;

Contraditoriedade: uma norma ordena f azer e outra permite não f azer;

Contraditoriedade: uma norma proíbe f azer e outra permite f azer.


“A situação de normas incompatíveis entre si é uma das dif iculdades f rente as quais se
encontram os juristas de todos os tempos, tendo esta situação uma denominação própria:
Antinomia. Assim, em considerando o ordenamento jurídico uma unidade sistêmica, o
Direito não tolera antinomias.” – Norberto Bobbio.

Critérios:

Critério Hierárquico: Norma constitucional prevalece sobre Lei complementar e lei


ordinária.

Critério cronológico: Lei posterior prevalece sobre lei anterior. Lex posterior derogat
legi priori.

Critério da especialidade: Lei especial prevalece sobre lei geral.

QUESTÃO SIMULADA:
A antinomia é uma situação na qual são colocadas em existência duas normas, das
quais uma obriga e a outra proíbe, ou uma obriga e a outra permite, ou uma proíbe e
a outra permite o mesmo comportamento. Um jurista que abordou muito este assunto
f oi:
a) Miguel Reale
b) Joaquim Barbosa
c) Norberto Bobbio
d) Santo Agostinho
Gabarito: Letra c.

DICA 20

ULPIANO

Ulpiano, importante jurista romano, resumiu em três os conceitos pelos quais devia ser
regida a sociedade romana e consequentemente suas leis: Não prejudicar ninguém, viver
honestamente e dar a cada um aquilo que lhe corresponde (Iustitia est constans et perpetua
voluntas ius suum cuique tribuendi).
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Para o romano Ulpiano, justiça é a vontade constante e perpetua de dar a cada um o
que é seu por direito. Ulpiano também def endia que um dos principais pilares jurídicos
deveria ser o “não of ender ninguém”, e tal pensamento acabou sendo a base principiológica
do Princípio libertário da não agressão.

Lembrando: Na Roma destes f ilósof os, as leis eram regidas pelos chamados Mos
maiorum, que eram os costumes e regras, não escritos, que regiam a vida dos romanos e
de todos que lá viviam.

DICA 21

CÍCERO

Na visão do romano e jusnaturalista Cícero, a honestidade e a boa-fé deve sempre


reger a vida e convivência social. Cícero tinha esta visão principalmente acerca dos
assuntos relacionados ao direito privado. Cícero é def ensor da república e da trilha estóica,
que def ende que o governante deve ser dotado de sabedoria, para assim guiar os
governados, sem se deixar inf luenciar pelas paixões.

Advogado, político, f ilósof o e orador romano, Cícero era um grande representante da visão
estóica. Cícero pensava que a sabedoria é indispensável aos magistrados. A sabedoria
é a principal virtude ou excelência da forma de governo aristocrática, que Cícero
translitera para a República, isto é, para a f orma de governo misto.

Cícero segue a trilha estóica porque entende que a sabedoria é capaz de neutralizar as
paixões, por isso ele diz que o mais admirável na aristocracia é que aqueles que mandam
não estão submetidos às paixões. Para Cícero, as ideias platônicas do Estado idea l, cujo
governo compete aos sábios, eram perf eitamente complementares com a doutrina estóica
do Logos (razão Universal).
“A natureza quer que a amizade seja auxiliadora de virtudes, mas não companheira de
vícios”

IMPORTANTE: Para Cícero, só a honestidade é boa, pois na honestidade estão


incluídas todas as virtudes.

Os requisitos para ser um bom orador (segundo Cícero):

Ser filosofo: O bom orador deve sempre buscar o porquê de fatos importantes (Ex.:
O que é justiça? O que é a vida?).

Ser moralista: Para Cícero, ser moralista era o mesmo que ser coerente, ou seja, você
def ender atitudes que segundo seus valores, são as corretas.

Ser ator: Um bom orador deve, segundo Cícero, seria você passar a emoção correta no
momento correto.

Ser poeta: É o que traz no seu discurso a beleza das palavras, trazendo ao discurso
argumentos que realmente convençam.

DICA 22

POSITIVISMO JURÍDICO
É uma corrente de pensamento que se opõe ao jusnaturalismo ao negar que o direito seja
dado pela natureza. Para o positivismo o direito é construído de forma social, não
tendo vínculos metafísicos. Um exemplo bastante conhecido pelos operadores de direito
ref ere-se ao livro “O caso dos exploradores de caverna”, onde é apresentado um caso de

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antropof agia praticada por exploradores de caverna presos em uma caverna subterrânea.
O ministro Keen, por exemplo, tem uma visão claramente positivista, pois ele julga o que é
certo e errado segundo a lei.

QUESTÃO SIMULADA:
“A única questão que se nos apresenta para ser decidida consiste em saber se os réus,
dentro do signif icado do N.C.S.A. (n.s.) § 12-A, privaram intencionalmente da vida a
Roger Whetmore. O texto exato da lei é o seguinte: “Quem quer que intencionalmente
prive a outrem da vida será punido com a morte”. Devo supor que qualquer observador
imparcial, que queira extrair destas palavras o seu signif icado natural, concederá
imediatamente que os réus privaram “intencionalmente da vida a Roger Whetmore”.
(FULLER, 1976, p.42).
No livro “O caso dos exploradores de caverna”, o ministro Keen prof ere o seu voto a f avor
da execução dos exploradores, levando muito a sério o que a lei f ala, não se af astando
do legalismo. Assim, suas f alas são carregadas de uma hermenêutica da legislaç ão de
f orma literal.
Podemos af irmar que a visão do ministro Keen está alinhada ao:
a) Jusnaturalismo
b) Socialismo
c) Juspositivismo
d) Capitalismo
Gabarito: Letra c.

DICA 23

JUSNATURALISMO

Totalmente oposto ao positivismo jurídico (ou seja, o direito devidamente positivado em


lei), sendo o jusnaturalismo é def ensor do direito natural. O jusnaturalismo tem como
f ontes a razão e a moral. Para os jusnaturalistas, a lei que esteja em sentido contrário ao
direito natural não é direito.

Fontes do direito natural: Na Grécia, a razão era uma das f ontes do direito natural,
sendo assim as leis não poderiam ser dif erentes da razão, mas sim em sentido convergente
à razão. Já na Europa medieval, a vontade de Deus era também vista com uma f onte
de direito natural. E mais: Agostinho de Hipona (também chamado de Santo Agostinho)
dizia que a vontade de Deus era igual à razão.

CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR COM O JUSRACIONALISMO: O chamado


jusracionalismo, ou Escola Clássica do Direito Natural, estabelece -se como uma crítica ao
Jusnaturalismo de cunho teológico, constituindo, através da razão iluminista, uma revolução
em relação ao pensamento jusnaturalista anterior.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 24

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES – QUANTO AO CONTEÚDO

Quanto ao conteúdo as constituições são classif icadas como:

Material: materialmente, identif ica-se como as normas que regulam a estrutura do


Estado, a sua organização e os direitos f undamentais. Só os temas atinentes a esse escopo
são constitucionais. Desta f orma, as regras que f ossem materialmente constitucionais,
codif icadas ou não em um mesmo documento, seriam essencialmente constitucionais. Tudo
o mais que constar da Constituição e que a isso não se ref ira não será matéria constitucional.

Formal: É o modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há


de pesquisar qual o conteúdo da matéria. Tudo o que estiver na constituição é matéria
constitucional.

Mista: Uma classif icação ainda polêmica, e não sendo adotada por alguns doutrinadores.
Essa teoria traz que, nos termos do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal, os Tratados e as
Convenções de direitos humanos, aprovados em cada casa do Congresso, em dois turnos ,
com voto de 3/5 de seus membros equivalerão a uma Emenda Constitucional, ou seja, um
documento de natureza constitucional que está f ora da Constituição, sendo adotado tanto
o critério material como o f ormal. É a Teoria do Bloco da Constitucionalidade, através da
qual não é constitucional apenas o que está na CF, mas toda e qualquer regra de natureza
constitucional. Portanto, para alguns, o sistema que usamos é o misto.

Portanto, ao analisar a Constituição Federal de 1988 em relação com seu conteúdo, pode-
se dizer que ela é formal ou f ormalmente. O que seria dizer que a constituição é o modo
de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há de pesquisar qual o
conteúdo da matéria. Tudo o que há na constituição é matéria constitucional. Essa
distinção hoje perde o sentido, carreando toda a doutrina no sentido de considerar
materialmente constitucional tudo o que f ormalmente nela se contiver.

CF/88 → Conteúdo → Formal

DICA 25
QUANTO A ESTABILIDADE

Quanto à estabilidade as constituições podem ser:

Rígidas: constituições que exigem, para sua alteração, um processo legis mais árduo do
que o processo de alteração das normas não constitucionais.

Flexíveis: o processo de alteração é idêntico às normas não constitucionais. Não há


hierarquia entre as leis.

Semirrígidas/Semiflexíveis: algumas matérias tem alteração mais dif ícil, outras nem
tanto.

Fixas: podem ser alteradas por poder igual ao que a criou, poder constituinte originário.

Transitoriamente flexíveis: por um tempo serão suscetíveis de ref orma e depois


passam a ser rígidas.

Imutáveis: inalteráveis, verdadeira relíquia.


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A constituição brasileira atual pode ser classificada como rígida em relação a sua
mutabilidade, uma vez que o processo de alteração é mais rigoroso do que o processo de
elaboração das leis ordinárias, em consonância com princípio da supremacia da
Constituição.

CF/88 → Estabilidade → Rígida

DICA 26

QUANTO A FORMA

Quanto à forma as constituições são classif icadas como:

Escrita: É constituição consistente num código, num documento único sistematizado. É


o sistema usual no continente europeu e, consequentemente, em toda a América Latina.

Costumeira\não escrita\consuetudinária: É a constituição consistente em normas


esparsas, não aglutinadas em um texto solene, centrada nos usos e costumes, na prática
política e judicial. Seu grande exemplo é a constituição inglesa que não tem um documento
escrito, um código. Ao contrário o seu direito constitucional decorre da identif icação dos
chamados direitos imemoriais do povo inglês. O sistema parlamentarista, que é o grande
modelo para todo o mundo civilizado, não está estruturado em qualquer norma escrita.

Quanto à Forma a Constituição Federal de 1988 é escrita . Constituição escrita é


aquela sistematizada em um único documento constitucional escrito.

CF/88 → Forma → Escrita

DICA 27

QUANTO A ORIGEM

A classif icação de uma constituição quanto à origem:

Constituição promulgada, democrática, popular ou votada: Elaborada pela


Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo
povo, com a f inalidade de sua elaboração. Como ocorreu com as Constituições brasileiras
de 1891, 1934, 1946, 1988.

Constituição outorgada: Elaborada sem a participação popular, estas são impostas


pelo poder da época. Como ocorreu com a Constituição de 1824 (outorgada pelo Imperador
Dom Pedro I), Constituição de 1937 (imposta por Getulio Vargas), Carta Política de 1967
(instituída pelo regime militar) e Emenda Constitucional 1/1969, que alterou
substancialmente a Constituição de 1967 (outorgada por uma junta militar).

Cesarista: São outorgadas, mas dependem de ratif icação popular através do ref erendo.
Um exemplo é a constituição napoleônica que, embora aparente ser promulgada, tem
núcleo de outorgada. São f eitas pelo governador sem observância da capacidade popular.

Pactuada: Decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo mais de um titular
do poder constituinte. Um exemplo é a Carta Magna de 1215, que decorreu de um acordo
entre o rei e a nobreza.

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A Constituição Federal de 1988 é promulgada, pois f oi elaborada com a participação
popular. Originou-se de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos
com a f inalidade de elaborar o texto constitucional.

CF/88 → Origem → Promulgada

DICA 28

QUANTO A EXTENSÃO

A classif icação de uma constituição quanto à extensão:

Sintéticas: Preveem somente princípios e normas gerais, organizando e limitando o


poder do Estado apenas com diretrizes gerais, mínimas, f irmando princípios, não detalhes.
É concisa, breve, sucinta, também chamada de Constituição Federal negativa.

Analíticas: Abrangem todos os assuntos que entende relevantes. São amplas, extensas,
prolixas, detalhas, como a nossa Constituição de 1988, por exemplo.

Quanto à Extensão a Origem a Constituição Federal é analítica, pois examina e


regulamenta todos os assuntos que entende relevantes. Contém normas materialmente
constitucionais e normas f ormalmente constitucionais. Por essa razão, é extensa e prolixa.

CF/88 → Extensão →Analítica

DICA 29

QUANTO A FINALIDADE

Quanto à extensão a Constituição pode ser:

Constituição Garantia: Limita-se a f ixar os direitos e garantias. É uma carta


declaratória.

Constituição Dirigente: Além de f ixar direitos e garantias, f ixa metas estatais, f ixa uma
direção para o Estado.

Quanto à Finalidade a Constituição Federal de 1988 é dirigente , pois além de criar


limites para a atuação do Estado com a previsão de direitos e garantias f undamentais, cria
direitos, garantias e metas para o Governo. Dirige programas institucionais para o Estado,
preocupa-se não só com o presente, mas também com o f uturo, buscando condicionar os
órgãos estatais à satisf ação de objetivos predef inidos. O termo “dirigente” signif ica que a
Constituição “dirige” a atuação f utura do Estado, por meio da previsão de metas. E
caracteriza-se pela presença de normas constitucionais de ef icácia limitada def inidoras de
princípios programáticos.

CF/88 → Finalidade → Dirigente

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DICA 30

MODO DE ELABORAÇÃO

A classif icação de uma constituição quanto ao modo de elaboração:


Dogmáticas: São as constituições escritas, elaboradas por um órgão especialmente
designado para esse f im, normalmente designado Assembleia Nacional Constituinte. Adota
expressamente a ideia de direito prevalente num momento dado.

Históricas: São as constituições consuetudinárias, f ruto de uma lenta e contínua síntese


da história e da tradição de um povo.

A Constituição Federal é Dogmática, pois originou-se de um trabalho legislativo


específ ico e de um determinado órgão constituinte, sistematizando os dogmas f undamentais
da política e do direito dominantes naquele momento histórico. Tem esse nome por ref letir
os dogmas presentes, e, por isso, será sempre escrita.

CF/88 → Modo de elaboração → Dogmática

DICA 31
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Vale relembrar como a nossa Constituição Federal pode ser classif icada hoje:

Quanto ao conteúdo: Materiais e f ormais.

Quanto à forma: Escritas e não escritas.

Quanto ao modo de elaboração: Dogmática e histórica.

Quanto a origem: Promulgadas e outorgadas

Quanto a estabilidade: Rígidas, superrígidas, semirrígidas e f lexíveis.

Quanto a extensão: Analítica e sintética.

Vamos utilizar um mnemônico para melhor fixação!

A CF/88 é classificada como uma PEDRAF:

P Promulgada

E Escrita

D Dogmática

R Rígida

A Analítica

F Formal

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QUESTÃO, OAB 2020:


A Constituição de determinado país veiculou os seguintes artigos:
Art. X. As normas desta Constituição poderão ser alteradas mediante processo legislativo
próprio, com a aprovação da maioria qualif icada de três quintos dos membros das
respectivas Casas Legislativas, em dois turnos de votação, exceto as normas
constitucionais que não versarem sobre a estrutura do Estado ou sobre os direitos e
garantias f undamentais, que poderão ser alteradas por intermédio de lei
inf raconstitucional.
Art. Y. A presente Constituição, concebida diretamente pelo Exmo. Sr. Presidente da
República, deverá ser submetida à consulta popular, por meio de plebiscito, visando à
sua aprovação def initiva.
Art. Z. A ordem econômica será f undada na livre iniciativa e na valorização do trabalho
humano, devendo seguir os princípios reitores da democracia liberal e da social
democracia, bem como o respeito aos direitos f undamentais de primeira dimensão
(direitos civis e políticos) e de segunda dimensão (direitos sociais, econômicos, culturais
e trabalhistas).
Com base no f ragmento acima, é certo af irmar que a classif icação da Constituição do
ref erido país seria
a) semirrígida, promulgada, heterodoxa.
b) f lexível, outorgada, compromissória.
c) rígida, bonapartista e ortodoxa.
d) semif lexível, cesarista e compromissória.
Gabarito: Letra d.
Comentário: Art. X. - Trata-se de uma constituição semif lexível, uma vez que possui
normas que podem ser modif icadas com procedimento próprio e outras que podem ser
modif icadas por lei inf raconstitucionais.
Art. Y. - Trata-se de uma constituição cesarista, pois é elaborada unilateralmente e posta
posteriormente a consulta popular.
Art. Z. – trata-se de uma constituição compromissória, uma vez que traça os objetivos a
serem perseguidos pelo Estado.

DICA 32

OUTRAS CARACTERÍSTICAS DA CF

Outras características da Constituição Federal de 1988, são:

Quanto à correspondência com a realidade: Normativa.

Quanto à finalidade: Constituição-dirigente.

Quanto ao conteúdo ideológico: Constituição Social.

Quanto ao local da decretação: Auto constituição/Autônoma.

Quanto ao sistema: Constituição Principiológica ou Aberta.

Quanto à ideologia: Eclética / Pragmática / Heterodoxa.

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DICA 33

TEORIA DA CONSTITUIÇÃO - CONCEPÇÕES OU SENTIDOS

Concepções ou sentidos de constituição, são:


Sentido sociológico: Segundo Lassale, a Constituição seria a soma dos f atores reais de
poder dentro de uma sociedade. Uma constituição só seria legítima se representasse o
ef etivo poder social, ref letindo as f orças sociais que constituem o poder, caso não ocorresse,
ela seria ilegítima, seria uma mera f olha de papel.

Sentido político: Para Carl Schmitt a Constituição é uma decisão política


f undamental do titular do constituinte. E traz as normas de organização do Estado, limitação
do estado, direitos individuais, normas de conteúdo materialmente constitucionais.

Sentido jurídico: Para Hans Kelsen a Constituição é f ruto da vontade racional do


homem, e não das leis naturais. É considerada norma jurídica pura, abstraindo-se de
qualquer consideração de cunho político, social, f ilosóf ico. Para o sentido lógico -
jurídico Constituição signif ica norma f undamental hipotética, cuja f unção é servir de
f undamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva, que
equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras
normas, lei nacional no seu mais alto grau.

Sentido lógico-jurídico: norma pressuposta - hipotética f undamental.

Sentido jurídico-positivo: norma posta - Constituição escrita que ocupa o todo do


ordenamento jurídico.

DICA 34

SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Supremacia Material - É um corolário do objeto clássico das constituições, ou seja, das


chamadas matérias constitucionais, as quais são os f undamentos do Estado de Direito. Por
isso, segundo a doutrina, estão acima das leis. A supremacia material é um atributo de toda
constituição. Não gera consequências jurídicas.

Supremacia Formal - É uma característica exclusiva das constituições rígidas. A


supremacia f ormal decorre da rigidez (isto é muito importante para o controle de
constitucionalidade). A rigidez constitucional decorre exatamente da previsão de um
processo especial e agravado, reservado para alteração das normas constitucionais,
signif icantemente distinto do processo comum e simples, previsto para a elaboração e
alteração das leis complementares e ordinárias.
A supremacia f ormal da Constituição decorre da rigidez e da presença de mecanismos
de controle de Constitucionalidade. Porém, a supremacia material, que é a que decorre de
uma consciência constitucional.

Fixando:

Formal → típica de constituições rígidas

Material → típica de constituições flexíveis

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QUESTÃO, OAB 2020:


Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionário f ranco -americano do f inal
do século XVIII, atribuíram aos juízes a f unção de interpretar a Constituição, daí surgindo
a denominada jurisdição constitucional.
A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura
orgânica, assinale a af irmativa correta.
a) A supremacia da Constituição e a hierarquia das f ontes normativas destacam -se entre
os pressupostos do controle de constitucionalidade.
b) A denominada mutação constitucional é uma modalidade de controle de
constitucionalidade realizado pela jurisdição constitucional.
c) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na análise da compatibilidade
de qualquer norma inf raconstitucional com a Constituição.
d) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser realizado
pela via dif usa.
Gabarito: Letra a.
Comentário: Segundo o princípio da supremacia da constituição e de acordo com a
hierarquia das f ontes normativas todas as normas que compõe o texto constitucional
gozam de supremacia f rente às leis inf raconstitucionais.

DICA 35

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores f undamentais da ordem


jurídica e servem como limite de atuação para o agente público. São nos princípios
constitucionais que se condensa bens e valores considerados f undamentos de validade de
todo sistema jurídico. Vejamos o que diz texto constitucional:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, f ormada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como f undamentos:
A soberania;
A cidadania;
A dignidade da pessoa humana;
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
O pluralismo político.”

O Texto constitucional também traz no parágraf o único que, todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

DICA 36

PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático, e isso signif ica que o poder
político é legitimado pelas escolhas tomadas pelo povo e não há autoridade que esteja acima
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dele. Dizer que um Estado é democrático compreende a elevação da igualdade entre os
cidadãos e o repúdio aos status sociais. Em uma democracia, todos os cidadãos têm igual
valor para inf luenciar seus governantes.
Mas não é só, a República Federativa do Brasil também é um Estado de Direito.
Resumindo, no Brasil há a primazia da lei. Ninguém está acima da ordem jurídica, e também
não está abaixo dela. Perante à lei, todos são iguais. O chamado rule of law (ou império da
Lei) se opõe ao antigo rule of men (império dos homens), no qual a posição social ocupada
pelo sujeito (nobre ou não) determinava quais eram seus privilégios. Nesse sentido, o
Estado de Direito surge justamente para f rear e controlar os arbítrios, juntamente com a
sociedade.
DICA 37

PRINCÍPIO DA SOBERANIA POPULAR

É como Estado Democrático deve ser ef etivado. Assim, o exercício do poder do povo se dá
através dos representantes eleitos – em voto universal, secreto e periódico – mas também
diretamente. Diz-se que no Brasil há uma democracia semi-direta, pois em algumas f unções
são exercidas pelos representantes eleitos. A própria constituição trouxe uma série de
instituições participativas por meio das quais o cidadão toma as decisões políticas por si
próprio.

Tem-se como exemplos; o plebiscito, o ref erendo e a iniciativa popular, que são f erramentas
positivadas na Constituição Federal para intervenção direta no processo legislativo.

O plebiscito signif ica a oportunidade de manif estação do povo antes da deliberação pelo
Congresso Nacional.

O referendo é a consulta ex-post do Poder Legislativo ao cidadão, para que aceite ou


rejeite a proposta já f ormulada.

DICA 38

PRINCÍPIO DA SOBERANIA NACIONAL

A soberania corresponde ao poder de autodeterminação dos povos, típico das nações


independentes.

Do ponto de vista interno – signif ica dizer que o Estado Brasileiro é superior a qualquer
outra organização existente ou que venha existir.

Do ponto de vista externo - é dizer que o Brasil está em situação de igualdade f ormal
perante os demais Estados internacionais, com os quais pode estabelecer relações sem
vínculo de sujeição.
No entanto, é importante notar que a soberania nacional está cada vez mais complexa em
uma sociedade que não encontra f ronteiras. Nesse cenário, se f az necessário a f requente
utilização do direito estrangeiro para resolver questões nacionais, sobretudo qua ndo os
conf litos envolvem tratados de direitos humanos. Um exemplo disso é a incidência da GDPR,
lei de proteção de dados europeia, para todos os negócios brasileiros que operem na Europa.

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DICA 39

CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO

São características do Neoconstitucionalismo, segundo o ministro do STF e doutrinador


Luís Roberto Barroso:

MARCO HISTÓRICO: MARCO FILOSÓFICO: MARCO TEÓRICO:

Superação do positivismo Reconhecimento da f orça


Ref ormas políticas
do início do século XX (pós- normativa da Constituição;
europeias após a 2ª
-positivismo);
Guerra Mundial;
Expansão da jurisdição
No Brasil, após a Centralidade dos direitos constitucional;
Constituição de 1988. f undamentais;
Desenvolvimento de nova
Reaproximação entre dogmática da
direito e moral. interpretação
constitucional.

DICA BÔNUS

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOAL


HUMANA

Esse princípio traduz a ideia do ser humano como alguém irrepetível e único, razão
pela qual não pode ser tomado como meio para o atingimento dos objetivos do Estado, mas
como um f im em si mesmo. Do ponto de vista jurídico, o conteúdo da dignidade da pessoa
se relaciona com os direitos fundamentais. Nesse sentido, somente terá a dignidade
preservada aquele sujeito que seja titular dos direitos relativos à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, sem qualquer discriminação.

A dignidade é a base de todos os direitos constitucionais, sejam individuais ou coletivos, de


participação política ou dos trabalhadores.

ATENÇÃO!

O Princípio da dignidade da pessoa humana se aplica a todos os brasileiros, mas


também aos estrangeiros no País.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 40

CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “os direitos humanos são direitos
inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade,
etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”.

Para André Ramos, “consiste na qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano,
que o protege contra todo tratamento degradante e discriminação odiosa, bem como
assegura condições matérias mínimas de sobrevivência. Consiste em atributo que todo
indivíduo possui, inerente à sua condição humana”.

Não importa à vontade ou especif icidade do indivíduo.

Proteção desde a concepção, durante toda a vida e inclusive no pós -morte.

Principal distinção: Direitos Humanos x Direitos Fundamentais

Direitos Humanos: direitos universalmente aceito pelo plano internacional.

Direitos Fundamentais: direitos positivados na ordem interna dos Estados (na


Constituição).

DICA 41

FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS

Importante pontuar que não existe uma lista f echada de direitos humanos e o
reconhecimento de tais direitos, passam por uma constante evolução histórica.

A legitimidade para aplicação decorre de três teorias:

Teoria jusnaturalista: Estariam f undamentados em normas anteriores e superiores ao


direito estatal, de origem divina ou decorrente da razão humana.

Direitos Humanos equivalem aos direitos naturais.

Teoria positivista: Fundamentados nos textos legais dos Estados, encontram seu
preceito de validade f orma na Constituição.

Teoria moralista: Os direitos humanos equivalem a direitos subjetivos baseados


em princípios, independente de regras prévias.
As teorias não são conf litantes, elas se completam.

DICA 42

GERAÇÕES/DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS

Primeira Geração: Envolvem os direitos de Liberdade, direitos civis, políticos e as


liberdades clássicas.

Marco: Revoluções Liberais do Século XVIII na Europa e Estados Unidos.

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O papel do Estado na def esa dos direitos humanos de primeira geração é passivo
(prestações negativas).

Ex.: Direito à liberdade, intimidade, segurança, propriedade, igualdade perante a lei.

Segunda Geração: Envolvem os direitos de Igualdade, direitos econômicos, sociais e


culturais.

Marco: Frutos das chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a
Constituição Mexicana, a Alemã de Weimar.

O papel do Estado na def esa dos direitos humanos de segunda geração é ativo
(prestações positivas).

Ex.: Direito à saúde, educação, previdência social, habitação, entre outros.

Terceira Geração: Envolvem os direitos de Fraternidade.

Marco: Pós Segunda Guerra Mundial.

De titularidade da comunidade.
Ex.: Direito ao desenvolvimento, a autodeterminação, direito ao meio ambiente
equilibrado.

Quarta Geração: resultante da globalização dos direitos humanos, corresponde ao


direito ao pluralismo, bioética e limites à manipulação genética.

Quinta Geração: contemplam o direito à paz em toda a humanidade.

As três primeiras gerações são as mais cobradas, a quarta e quinta gerações ainda são
discutidas doutrinariamente, mas o entendimento apresentado é adotado pela maioria dos
autores.

DICA 43

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

Historicidade: f rutos de momentos históricos.

Universalidade: para todas as pessoas, sem distinção.


Relatividade: podem sof rer limitação quando conf rontados com outros direitos.
Exceção: Vedação à tortura e à escravidão.

Essencialidade: essencial à dignidade da pessoa humana.

Irrenunciabilidade: são irrenunciáveis.

Imprescritibilidade: não se extinguem pelo decurso do tempo.

Inviolabilidade: insuscetíveis de violação.


Inexauribilidade: possibilidade de surgirem novos direitos humanos.

Vedação ao retrocesso: não admitem o regresso, a diminuição dos meios de


proteção.

Inalienabilidade: não possuem conteúdo econômico-patrimonial, portanto não são


intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis.
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DICA BÔNUS

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (DUDH) E OS JULGAMENTOS


DE NUREMBERG
Antes de qualquer consideração, precisamos saber o que f oi o Julgamento de Nuremberg.

Quando a 2ª Guerra Mundial terminou, o Eixo perdeu. E essa derrota trouxe à tona todas
as maldades perpetradas pelos nazistas durante toda a guerra. Desde o Holocausto até os
massacres de cidadãos alemães que eram contrários ao regime do ditador Adolf Hitler. E
essas maldades f oram julgadas, a priori, nos Julgamentos de Nuremberg. (Anos antes da
derrota nazista, a cidade alemã de Nuremberg f oi palco da proclamação das leis
antissemitas).

No dia 6 de outubro de 1945, os 4 principais promotores do Tribunal Militar Internacional


(IMT) apresentaram as acusações contra 24 of iciais da alta liderança nazista.

Diante do cenário trazido pelo terror nazista, houve uma maior preocupação e dedicação
para internacionalizar os Direitos Humanos, e é justamente aí que entra a Declaração
Universal de Direitos Humanos.

Ou seja, a ideia primordial é trazer uma unif ormização dos Direitos Humanos, sem qualquer
tipo de discriminação, o que era contrário ao Estado Alemão governado por Hitler, que era
um regime altamente racista, capacitista e segregador.

No dia 10 de dezembro de 1948, f oi criada a DUDH.

E como esse assunto pode cair na prova:

QUESTÃO INÉDITA E SIMULADA

O chamado Tribunal de Nuremberg trouxe o julgamento de muitas f iguras emblemáticas


do regime nazista, como por exemplo Hermann Goering. Importante ainda f risar que
após o mundo tomar conhecimento de todas as barbaridades cometidas pelos nazistas,
houve uma preocupação muito grande em internacionalizar os direitos humanos. Tendo
em vista todo o exposto, podemos af irmar corretamente que:

a) A Declaração Universal de Direitos Humanos f oi um instrumento de suma importância


na internacionalização dos direitos humanos, e ela f oi criada em momento posterior à 2ª
Guerra Mundial.

b) A Declaração Universal de Direitos Humanos f oi um instrumento de suma importância


na internacionalização dos direitos humanos, e ela f oi criada em momento anterior à 2ª
Guerra Mundial.

c) A Declaração Universal de Direitos Humanos f oi um instrumento de suma importância


na consolidação dos direitos humanos na América do Norte e também na Europa, e ela
f oi criada em momento posterior à 2ª Guerra Mundial.

d) A Declaração Universal de Direitos Humanos f oi um instrumento de suma importância


na criação dos direitos humanos apenas nos países aliados, e ela f oi criada em momento
posterior à 2ª Guerra Mundial.
Gabarito: Letra a.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 44

CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO


O Direito Internacional Público é um conjunto de preceitos que regem as relações
internacionais.

São regidos por princípios, a saber: soberania, autonomia (não ingerência), respeito
aos direitos humanos, interdição do uso da f orça e cooperação internacional.

SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL

Doutrina clássica Doutrina contemporânea

Estados (países); Estados (países);


Organizações Internacionais. Organizações Internacionais;
Indivíduos

DICA 45

FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

Servem para a solução de casos concretos, o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional


de Justiça, estabelece como fonte para a resolução de controvérsias que lhe f orem
submetidos:

Convenções internacionais, gerais e especiais;

Costume internacional;

Princípios gerais de direito;

Decisões judiciárias;

Doutrina.

FIQUE ATENTO!

O rol é exemplificativo/não taxativo, podemos incluir no rol os atos unilaterais e a


analogia.

Não há hierarquia entre as fontes.

DICA 46

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (OIs)

São formadas pela vontade dos Estados, com o objetivo de coordenar as atividades
relacionadas a cada missão.

Não existe hierarquia entre as OIs.

Ex.: A ONU que tem uma missão de manutenção da paz e segurança internacional.

Temos diversas OIs constituídas, com as mais variadas f inalidades, como a saúde, o
comércio.
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A escolha da sede da OI cabe aos próprios membros, podendo ser escolhido a


instalação em um território não membro, após a escolha é celebrado o acordo -sede.

Se um Estado não cumprir o previsto na OI, é permitido a aplicação de sanções,


que podem ir de uma notif icação, suspensão ou até a expulsão, em último caso.

São formadas exclusivamente por Estados ou outras OI.

DICA 47
ESTADO

Os Estados são os sujeitos que dão origem às OIs.

Para o reconhecimento de um Estado como sujeito do direito internacional, são


necessários três elementos:

População (elemento humano);

Território (elemento f ísico);

Governo (elemento político).

TOME NOTA!

Do ponto de vista do direito internacional, a população inclui somente os indivíduos ligados


pelo vínculo da nacionalidade e não pela presença f ísica no território.

O território, estabelecerá os limites do exercício da jurisdição geral e exclusiva, a jurisdição


não é absoluta, existe a possibilidade de um Estado exercer jurisdição em outro, é o caso
das embaixadas e consulados.

Em relação ao governo, temos a igualdade soberana, todos os Estados possuem o mesmo


atributo soberano, não existindo uma autoridade central.

DICA 48

NACIONALIDADE

É o vínculo político-jurídico entre o Estado e o indivíduo.

O Estado prestará proteção para todos os seus nacionais residentes no exterior, pois o
indivíduo está submetido às regras de seu Estado nacional.

Existem dois tipos de nacionalidade:


Primária/originária: decorre do nascimento, pelo critério territorial (jus solis),
sanguíneo (jus sanguinis) ou ambos. Recebe o status de NATO, possui ef eito ex tunc –
retroage ao nascimento.

Secundária/derivada/originária: estabelecida voluntariamente após o nascimento.


Possuem o status de naturalizado, possui ef eito ex nunc.
DICA BÔNUS

CONVENÇÃO RELATIVA À PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS E À COOPERAÇÃO EM


MATÉRIA DE ADOÇÃO INTERNACIONAL
Chamada também de Convenção de Haia, esta Convenção será aplicada quando uma
criança com residência habitual em um Estado Contratante ("o Estado de origem") tiver
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sido, f or, ou deva ser deslocada para outro Estado Contratante ("o Estado de acolhida"),
quer após sua adoção no Estado de origem por cônjuges ou por uma pessoa residente
habitualmente no Estado de acolhida, quer para que essa adoção seja realizada, no Est ado
de acolhida ou no Estado de origem.

O Brasil é um dos países signatários das Convenções de Genebra, de Haia e da Carta da


ONU.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 49

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – INTRODUÇÃO

A competência tributária é a habilitação para criar (instituir) tributos por meio de lei. A
competência tributária, desse modo, é uma espécie de competência legislativa sendo
exercida somente pelo Parlamento. Também são manif estações do exercício da competência
tributária a modif icação, redução e extinção de tributos.

Sendo uma competência do tipo legislativa, a competência tributária é atribuída, de f orma


exclusiva pela Constituição Federal, não havendo qualquer possibilidade de ser conf erida ou
modif icada por leis, constituições estaduais ou qualquer outro veículo nor mativo.

A competência tributária é atribuída pela Constituição Federal (arts. 145, 147, 148, 149,
149-A, 153, 155, 156 e 195) só às entidades f ederativas. Assim, a titularidade da
competência tributária é exclusiva de pessoas jurídicas de direito público integrantes da
Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), sendo insuscetível de
delegação a outras pessoas.

DICA 50

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA

A competência tributária é a aptidão para criar tributos por meio de lei. Não se confunde,
portanto, com capacidade tributária ativa. Capacidade tributária ativa é a aptidão
administrativa para cobrar ou arrecadar tributos.

Embora a competência tributária seja indelegável, nada impede a delegação legal da


capacidade tributária ativa. Muito pelo contrário, o art. 7º do CTN normatiza a delegação
por meio de lei da capacidade tributária ativa, denominada “paraf iscalidade”. É o que
acontece, por exemplo, com as contribuições arrecadadas pelos sindicatos (art. 7º da CF) e
com as contribuições cobradas pelos conselhos de classe (art. 149 da CF).

DICA 51

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA-


PARAFISCALIDADE
CUIDADO: A paraf iscalidade somente não poderá f avorecer empresas privadas voltadas
à obtenção de lucro, sob pena de transf ormar-se em uma vantagem competitiva f rente aos
demais agentes no mercado violando o princípio da livre concorrência (art. 170, IV, da CF).

Competência Tributária: É o poder de criar/instituir o tributo. A competência é


indelegável, de cunho taxativo e é exclusiva das pessoas políticas.

Capacidade Tributária Ativa: É a aptidão para exigir o tributo. Esta aptidão é delegável
inclusive para pessoas privadas.

DICA 52

O QUE ACONTECE QUANDO HÁ CONFLITOS DE COMPETÊNCIA, EM MATÉRIA


TRIBUTÁRIA, ENTRE OS ENTES FEDERATIVOS?

Conf orme nos traz o art. 146, I da CF/88, cabe à lei complementar dispor sobre conf litos
de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.
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Há também posicionamento do STF a respeito deste assunto, vamos ver a seguir:

CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE:

ICMS e repulsa constitucional à guerra tributária entre os Estados -membros:


o legislador constituinte republicano, com o propósito de impedir a "guerra tributária"
entre os Estados-membros, enunciou postulados e prescreveu diretrizes gerais de caráter
subordinados a compor o estatuto constitucional do ICMS. (...) justif icam a ediç ão de lei
complementar nacional vocacionada a regular o modo e a f orma como os Estados -
membros e o Distrito Federal, sempre após deliberação conjunta, poderão, por ato
próprio, conceder e/ou revogar isenções, incentivos e benef ícios f iscais.
[ADI 1.247 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 17-8-1995, P, DJ de 8-9-1995.]

DICA 53

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

O princípio da anterioridade tributária – ou princípio da ef icácia dif erida – está normatizado


nas alíneas b e c do inciso III do art. 150 da CF.

A alínea b f ala sobre a anterioridade anual ou anterioridade de exercício. A alínea c, por sua
vez, inserida pela EC n.º 42/2003, ref ere-se à anterioridade nonagesimal.

Mas qual é o seu objetivo? O Princípio da Anterioridade Tributária tem como objetivo
assegurar que o contribuinte não seja pego de surpresa pelo Fisco, indo ao encontro da
necessidade de o contribuinte se preparar para o evento compulsório da tributação, seja
disponibilizando recursos, seja consultando um advogado especializado, que poderá orientar
o contribuinte de f orma devida.

DICA 54

FUNÇÃO DOS TRIBUTOS

A f unção principal do tributo é gerar recursos f inanceiros para o Estado. É a f unção chamada
f iscal.

O tributo também pode ter f unção extraf iscal (interf erência no domínio econômico, a
exemplo das alíquotas de importação) ou paraf iscal (arrecadação de recursos para
autarquias, f undações públicas, sociedades de economia mista, empresas públicas ou
mesmo pessoas de direito privado que desenvolvam atividades relevantes, mas que não
são próprias do Estado, a exemplo dos sindicatos, do Sesi etc.)

DICA 55

EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

Normatizados no art. 148 da Constituição Federal, os chamados empréstimos compulsórios


são tributos restituíveis de competência exclusiva da União. Importante você também saber
que é incabível a criação de empréstimo compulsório, ainda que mediante delegação, pelos
Estados, Distrito Federal ou Municípios.
IMPORTANTE: Os valores obtidos com o empréstimo compulsório não integram o
patrimônio público. Por ser restituível, o empréstimo compulsório não chega a transf erir
riquezas do setor privado para o Estado.

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DICA 56
A CRIAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Os empréstimos compulsórios são criados e disciplinados por lei complementar federal,
sendo proibida sua disciplina por meio de leis ordinárias ou medidas provisórias, conf orme
alude o art. 64, § 1º, III, da CF/88.

Lembrando sempre que a nossa CF/88 prevê as seguintes hipóteses para a instituição
do Empréstimo Compulsório:

calamidade pública (inciso I);


guerra externa ou sua iminência (inciso I);
investimento público relevante (inciso II).
DICA 57
MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODE AJUIZAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA SOBRE
RESTITUIÇÃO DE EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
O STJ decidiu recentemente que o Ministério Público não tem legitimidade ativa para ajuizar
ação civil pública objetivando a restituição de valores indevidamente recolhidos a título de
empréstimo compulsório sobre a compra de automóveis de passeio e utilitários.
"Dessa f orma, reconhece-se a ilegitimidade ativa do Ministério Público para ajuizar ação civil
pública objetivando a restituição de valores indevidamente recolhidos a título de empréstimo
compulsório sobre aquisição de automóveis de passeio e utilitários, nos termos do Decreto-
Lei 2.288/1986", concluiu o relator do REsp 1.709.093.
DICA 58
PODE HAVER COBRANÇA SIMULTÂNEA DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO COM O
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA?
Segundo a doutrina majoritária, sim. Se o ordenamento jurídico pátrio não proíbe
bitributação e bis in idem envolvendo empréstimos compulsórios, a possibilidade de sua
exigência simultânea junto com outros tributos alcança também os impostos extraordinários
de guerra (art. 154, II, da CF).
Sendo assim, diante da hipótese de guerra externa ou sua iminência, pode a União instituir
simultaneamente empréstimo compulsório e imposto extraordinário para f azer f rente aos
gastos com o conf lito internacional.
DICA 59
TAXAS
As taxas (art. 145, II, da CF e art. 77 do CTN) são tributos vinculados cobrados com o
intuito de remunerar atividades estatais específ icas relativas ao contribuinte. O f ato gerador
da taxa está vinculado a uma atividade estatal relacionada ao contribuinte.
IMPORTANTE: As taxas são criadas e disciplinadas sempre por meio de lei ordinária
editada pela entidade f ederativa competente para sua instituição. Em âmbito f ederal,
admite-se também a criação de taxa via medida provisória, na medida que as MPs têm a
mesma potencialidade jurídica das leis ordinárias.

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DICA 60
TAXAS DE SERVIÇO
As taxas de serviço são cobradas quando o Estado presta ao contribuinte, ou disponibiliza,
um serviço público específ ico e divisível uti singuli. As chamadas taxas de serviço são
arrecadadas para que o contribuinte benef iciado retribua o custo da prestaçã o. Todavia, a
Constituição Federal e o CTN não permitem a cobrança de taxa para remunerar todo e
qualquer serviço público. Exige-se que o serviço seja “específico e divisível”, conf orme
af irma o art. 145, II, da CF/88.
DICA 61
EXEMPLOS DE TAXAS DE SERVIÇO

São exemplos de taxas de serviço atualmente cobradas no Brasil:


taxa de f ornecimento de água;
taxa judiciária;
emolumentos pagos aos cartórios extrajudiciais;
pedágio em rodovia explorada diretamente pelo Poder Público;
taxa do lixo.
IMPORTANTE: Os emolumentos cobrados pelos serviços notariais e de registro têm
natureza de taxa.
DICA 62
TAXAS DE POLÍCIA

As taxas de polícia são cobradas para remunerar o exercício ef etivo do poder de polícia
pelo Estado. São exemplos de taxas de polícia:

taxa de f iscalização ambiental

taxa de licenciamento de veículo;


taxa de licenciamento de elevadores;

taxa para obtenção de alvarás;

taxa para expedição de certidões e atestados;


taxa para expedição de passaporte;
taxa para renovação da licença de f uncionamento do estabelecimento comercial.
DICA 63
REFORMA TRIBUTÁRIA: IMPOSTO DO PECADO OU IMPOSTO SELETIVO
A partir do ano de 2027, será criado o Imposto Seletivo, também chamado de imposto do
pecado, que incidirá uma só vez sobre a produção, extração, comercialização ou importação
de produtos e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Nos dias atuais, a f unção é exercida pelo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) com
relação a produtos maléf icos à saúde, como o tabaco.
Um dos intuitos deste imposto não é somente majorar o recolhimento tributário, sendo
também seu intuito tornar o acesso mais caro, minorando seu consumo excessivo.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 64
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública é o conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura


administrativa do Estado, com o objetivo de ef etivar a vontade política para cumprimento
do interesse público.

O Governo decide qual política adotar e a máquina pública (Administração Pública) executa
o rumo adotado.

Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por


meio de serviço público, polícia administrativa, f omento à iniciativa privada ou
intervenção.

Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração


Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da f ederação) e
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades).

DICA 65

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EXTROVERSA E INTROVERSA

A chamada Administração extroversa tem ações extroversas, que estão f ora do núcleo
estatal, atingindo os administrados, a exemplo de ações de polícia administrativa, que
f renam a atividade particular em benef ício do bem comum.

Um estudo mais aprofundado: Essas relações extroversas são baseadas nos princípios
administrativos implícitos da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e na
Indisponibilidade, pela Administração, dos interesses dos administrados.

Já por outro lado, temos as relações introversas, que f ormam a administração introversa,
materializando-se pelos atos administrativos f eitos entre os entes políticos (União, estados,
municípios e DF), entre esses e os órgãos da Administração Direta e entre esses entre si.
DICA 66

PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS

Estão previstos no caput do artigo 37, são eles:

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade “L I M P E”

P ublicidade

E ficiência

Esses princípios balizam a atuação de toda Administração Pública, seja:

Direta (União, Estados, Distrito Federal e Munícipios);

Indireta (autarquia, f undação pública, sociedade de economia mista e empresa pública)


dos três Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo).
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DICA 67

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Trata-se de expoente máximo do Estado Democrático de Direito. Traduz a submissão do


Poder Público à lei.

O princípio da legalidade possui dupla acepção, uma que diz respeito à Administração
Pública e outra aos particulares, vejamos:

Particulares: é permitido f azer tudo aquilo que a lei não proíbe.

Administração pública: pode f azer apenas o que a lei determina (ato vinculado) ou
autoriza (ato discricionário).

Em que pese ser o expoente máximo do Estado Democrático de Direito, o princípio da


legalidade, excepcionalmente, pode ser relativizado, permitindo que o Poder Público ladeie
às disposições legais. Nos casos de decretação do estado de defesa e de sítio; e de
edição de medida provisória, o Chef e do Poder Executivo detém maior liberdade de
atuação.

DICA 68

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

É conhecido também como princípio da isonomia e princípio da f inalidade.

Possui 03 acepções, vejamos:

Finalidade: a f inalidade precípua da Administração Pública é buscar satisf azer o interesse


público. Caso o ato seja praticado com f inalidade distinta a essa, restará NULO por desvio
de finalidade.

Vedação à promoção pessoal: não é permitido ao agente público se valer de


realizações da Administração Público como se f ossem próprias. Assim, é vedado, por
exemplo, constar símbolo de partido político em obra pública. Trata -se de proibição
expressamente prevista no parágraf o 1º, do artigo 37, da CF/88.

Isonomia: a Administração Pública deve se relacionar com os particulares de f orma


imparcial.

DICA 69

PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Impõe aos agentes públicos o dever de atuar de f orma honesta. Sua atuação dever pautar -
se pelos princípios da boa-fé e probidade.

A ação popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, é instrumento de controle da


moralidade administrativa.

Caso o agente público não atue com a probidade prevista, o parágraf o 4º, do artigo 37,
prevê que os atos de improbidade acarretarão em suspensão dos direitos políticos;
perda da função pública; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
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DICA 70

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Trata-se do dever de transparência na atuação pública.

Possui dupla acepção:

Requisito de eficácia dos atos administrativos;

Transparência da atuação administrativa, de f orma a possibilitar o controle pelos


administrados.

O princípio da publicidade não é absoluto, encontra limites no direito à inviolabilidade da


intimidade e da vida privada; e as inf ormações indispensáveis à segurança do Estado e da
Sociedade.

DICA 71

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Foi introduzido na CF/88 a partir da EC nº. 19/98. Com o advento da emenda citada,
passou-se do modelo de administração burocrática para o de administração gerencial.

O agente público deve conjugar a busca da melhoria da qualidade dos serviços públicos com
a racionalidade dos gastos públicos.

Princípio da economicidade: em síntese, ordena que seja f eita avaliação do custo e


benef ício dos gastos públicos.

DICA 72

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O artigo 2º, da CF/88 dispõe, expressamente, sobre a separação de poderes. Trata -se de
doutrina nascida na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu. Segundo preconiza o
dispositivo em apreço, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Judiciário, o Executivo e o Legislativo.

Administração Direta (Entes Políticos): União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Administração Indireta (Entes Administrativos): Autarquia, Sociedade de Economia


Mista, Fundação Pública e Empresa Pública.

Quanto à criação das entidades da Administração Indireta, a CF/88, nos incisos XIX e XX,
do artigo 37, dispõe que somente por lei (ordinária) poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de f undação, cabendo
à lei complementar, no caso da f undação, def inir as áreas de sua atuação.

Nota-se que a lei ordinária cria (direto) a autarquia e autoriza a criação dos demais entes
administrativos.

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DICA 73

CENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
Na administração direta, os entes praticam as atividades através de órgãos, de f orma
centralizada, desconcentrada, concentrada e descentralizada.

Centralização: Na centralização a pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios)


pratica suas atividades por meio de seus órgãos, realizado diretamente a atividade
administrativa, sem interf erência de outra entidade.

Desconcentração: Na desconcentração há uma distribuição interna de competência,


dentro da mesma pessoa jurídica.
Há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor hierarquia f icam subordinados aos
seus superiores.
DICA 74

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal - cai bastante nas provas - os órgãos podem ser: independentes,
autônomos, superiores e subalternos.

- Independentes
- Autônomos
Os órgãos podem ser:
- Superiores
- Subalternos

DICA 75
ÓRGÃOS INDEPENDENTES

Os órgãos independentes são os originários da Constituição de 1988 e representativos


dos poderes do Estado, de modo que não possuem qualquer subordinação hierárquica ou
f uncional.

Também são chamados de órgãos primários do Estado, pois exercem as f unções


outorgadas diretamente pela Constituição Federal.

Ex.: Chef ias do Executivo - Presidência da República.

DICA 76

ÓRGÃOS AUTÔNOMOS
Os órgãos autônomos são aqueles que estão na cúpula da administração.
Encontram-se localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e estão
diretamente subordinados aos seus chef es.
Tem ampla autonomia administrativa e financeira.
Exercem f unções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que
estão dentro de sua esf era de competência.
Ex.: Ministérios e secretarias de Estado.
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DICA 77

ÓRGÃOS SUPERIORES

Os órgãos superiores possuem poder de direção, controle, decisão e comando de assuntos


relacionados com a sua competência específ ica.

Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chef ia mais elevada.

Não gozam de autonomia administrativa nem f inanceira.

Sua atuação f uncional se restringe ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua área
de competência.

Ex.: Gabinetes, Divisões, Coordenadorias e Departamentos.

DICA 78

ÓRGÃOS SUBALTERNOS

Os órgãos subalternos são todos aqueles subordinados a órgãos mais elevados, com
reduzido poder de decisão e predominância de atribuições de execução.

São destinados à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos,


cumprimento de decisões, dentre outras atribuições.

Ex.: Delegacia

DICA 79

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: simples ou compostos.

Quanto à posição estatal, os - Simples


órgãos podem ser: - Compostos

Simples: constituídos por apenas um centro de competência

Compostos: em sua estrutura, reúnem outros órgãos menores, com f unção idêntica ou
f unções auxiliares.

DICA 80

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Características dos órgãos : - Personalidade jurídica

Órgãos não possuem - Patrimônio próprio


- Capacidade processual
Os órgãos não possuem:

Personalidade jurídica

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Patrimônio próprio

Capacidade processual

DICA 81
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
A administração indireta é composta por pessoas jurídicas, com personalidade
jurídica:
Autarquias;
Fundações;
Empresas Públicas;
Sociedades de Economia Mista;
As pessoas jurídicas que se enquadram na administração indireta necessitam de lei para
sua existência.
DICA 82

DIFERENÇAS: EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

DIFERENÇAS

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Pessoas jurídicas de direito privado. Pessoas jurídicas de direito privado.

Criadas mediante autorização legal Criadas mediante autorização legal

Capital exclusivamente público Capital público e privado (o poder


público detém a maioria do capital
votante).

Prestação de serviço público ou exploração Prestação de serviço público ou


de atividade econômica. exploração de atividade econômica.

Qualquer f orma de organização empresarial Sob a f orma de sociedade anônima

Foro Federal (apenas empresa pública f ederal) Foro comum

São exemplos de empresas públicas federais a os Correios, a Inf raero, a Casa da Moeda,
dentre outros.

Exemplos de sociedades de economia mista f ederal: Banco do Brasil, a Petrobras, a


Eletrobrás, dentre outras.
DICA 83

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA


AUTARQUIA

Características da autarquia:

Natureza: pessoa jurídica de direito público

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Atividade: Típica de Estado

Regime de pessoal: Presidente (cargo em comissão) / Demais servidores (Cargo


ef etivo)
Bens: impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis.
Imunidade tributária: não paga impostos sobre o patrimônio, bens e serviços
Prescrição: dívidas e direitos prescrevem em 5 anos
Se sujeita a lei de licitações.
DICA 84
AUTARQUIAS CORPORATIVAS
As entidades de classe como o CREFITO, CREA, CRM, dentre outras, tem a natureza jurídica
de autarquia f ederal.
Assim sendo, estas autarquias corporativas são pessoas jurídicas de direito público
interno, que tem poder de polícia administrativo quando f azem a f iscalização da atividade
prof issional.
Quanto às contratações, o Tribunal de Contas da União tem o entendimento, em conjunto
com o STJ, de que os conselhos de f iscalização prof issional, considerando o f ato de serem
autárquicas e sua capacidade tributária ativa, estão submetidas ao regime da Lei 8.666/93.
DICA 85
TERCEIRO SETOR: ENTIDADES PARAESTATAIS

1º Setor: Administração Direta e Indireta.

2º Setor: Particulares em colaboração. Ex.: Concessionários de serviço público.

3º Setor: Entidades Paraestatais. Ex.: Organizações Sociais e OSCIP.


Conceito de entidades paraestatais: São pessoas jurídicas privadas que não
integram a estrutura da administração direta ou indireta, mas colaboram com o
Estado no desempenho de atividades de interesse público, mas não exclusivas de Estado,
de natureza não lucrativa. Integram o chamado Terceiro Setor.
Espécies de entes do terceiro setor:
Entidades do serviço social autônomo;
Organizações sociais (OS);
Organizações da sociedade civil de interesse público (OSIP);
Entidades de apoio.
DICA BÔNUS
MÉRITO ADMINISTRATIVO
O mérito administrativo está ligado com a probabilidade de a Administração Pública valorizar
os critérios de conveniência, oportunidade e conteúdo do ato administrativo.
Por isso, consideramos apenas e tão somente o mérito administrativo mediante do ato
discricionário, pois no ato vinculado, o chamado mérito do ato será do legislador, que é
quem determina à Administração o que ela pode realizar e quando realizar.

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 86

DO MEIO AMBIENTE E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ART. 225

A CF/88 possui vários dispositivos protetivos ao meio ambiente, motivo pelo qual já f oi
cunhada pelo STF como Constituição Ecológica e Constituição Verde.

O art. 225 da CF/88 é a chamada norma matriz e prevê que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, sendo classif icado como bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à coletividade o
dever de def endê-lo e preservá-lo para as presentes e f uturas gerações.

DICA 87

PRINCÍPIOS

Segundo o f amoso o doutrinador Paulo Af f onso Leme Machado, são princípios do Direito
Ambiental:

Princípio do direito ao meio ambiente equilibrado

Princípio do direito à sadia qualidade de vida

Princípio da sustentabilidade

Princípio do acesso equitativo aos recursos naturais

Princípios usuário-pagador e poluidor-pagador

Princípio da precaução

Princípio da prevenção

Princípio da reparação

Princípio da inf ormação

Princípio da participação

Princípio da obrigatoriedade da intervenção do poder público


DICA 88

DA RESPONSABILIDADE DOS CAUSADORES DE DANOS AMBIENTAL

Conf orme expressamente previsto na CF/88, as condutas e atividades consideradas lesivas


ao meio ambiente sujeitarão os inf ratores, pessoas f ísicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados .

Portanto, a ocorrência de danos ao meio ambiente acarreta tríplice responsabilidade:


Responsabilidade Civil.

Responsabilidade Penal.

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A responsabilidade civil é objetiva, não sendo necessário analisar culpa/dolo do
autor, bastando para a punição a comprovação do nexo de causalidade entre a conduta e o
dano.
DICA 89
DO PATRIMÔNIO NACIONAL
São considerados patrimônio nacional:

A Floresta Amazônica brasileira.

A Mata Atlântica.

A Serra do Mar.

O Pantanal Mato Grossense.

A Zona Costeira.
A utilização destes biomas será f eita na f orma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.

DICA 90
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Se trata de um procedimento administrativo que tem por intuito licenciar atividades ou
empreendimentos que usam recursos ambientais, que seja ef etiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer maneira, de ocasionar algum tipo de degradação
ambiental.
Importante salientar que há dispensa do licenciamento ambiental em caso de execução,
em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da def esa
civil que sejam destinadas à prevenção e diminuição de acidentes em áreas urbanas.

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DIREITO CIVIL

DICA 91

LINDB: VIGÊNCIA DAS NORMAS


De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB), a lei começa a
vigorar em todo o país 45 dias depois de of icialmente publicada. Entretanto, nos Estados
estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses
depois de of icialmente publicada (art. 1º, § 1º LINDB).

IMPORTANTE: A lei só ganha vigência depois da vacatio legis (lapso temporal


necessário para que as pessoas tenham conhecimento de sua existência).

A nossa Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro se trata de uma norma


ATEMPORAL, já que serviu para introduzir muitos códigos e leis. Como por exemplo o
CC/02

Um dos seus muitos objetivos é trazer uma espécie de “regra geral” de f uncionamento, um
tipo de unif ormização legislativa, para que se tenha um controle organizacional. Isso traz
maior segurança jurídica.

DICA 92

LINDB: REVOGAÇÃO DAS NORMAS

Após cumprida a vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até que venha
outra e, expressa ou tacitamente, a revogue (princípio da continuidade das normas). A
revogação de uma lei, no sistema brasileiro, só é admitida por outra lei que a revogue
(art. 2º LINDB).

ATENÇÃO!!

PEGADINHA DE PROVA:
A revogação é gênero, da qual ab-rogação e derrogação são espécies.

ab-rogação: revogação total da lei.

derrogação: revogação parcial da lei.

DICA 93

PESSOA NATURAL

De acordo com o art. 1º do CC, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na vida civil.
Segundo os doutrinadores Luciano L. Figueiredo e Roberto L. Figueiredo explicam que “(...)
A pessoa f ísica é o ente dotado de estrutura e de complexidade biopsicológica, sendo capaz
de praticar os atos da vida civil”.

Segundo a f amosa doutrinadora Maria Helena Diniz a personalidade é classif icada em:

Personalidade Jurídica Formal: Se trata da personalidade relacionada com os direitos


da personalidade, no qual o nascituro já possui desde a concepção.

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Personalidade Jurídica Material: Se trata da personalidade que tem relação com os
direitos patrimoniais, e o nascituro só a adquire com o nascimento com vida. E olha, dentro
deste tema, o nascituro pode sof rer dano moral? A resposta é sim.

Já a capacidade civil pode ser dividida de três f ormas: capacidade de f ato, capacidade de
direito e capacidade plena.

CAPACIDADE DE CAPACIDADE DE CAPACIDADE PLENA


FATO/EXERCÍCIO DIREITO/GOZO

Capacidade para Capacidade para ser Legitimação: capacidade


exercer direitos na órbita sujeito de direitos e especial para determinado ato
civil; deveres na ordem civil; ou negócio jurídico;

Nem todas as pessoas Toda pessoa natural Legitimidade: capacidade


naturais possuem possui; processual;
(incapazes do art. 3º e 4º,
CC); Termina com a morte. Personalidade: soma dos
caracteres ou aptidões da
Adquire-se com a pessoa.
maioridade civil ou
emancipação.

DICA 94

INCAPACIDADES

Absolutamente Incapazes: Apenas os menores de 16 anos. Não existem maiores de


idade que sejam absolutamente incapazes. (art. 3º CC)

Relativamente Incapazes:

▪ Maiores de 16 anos e menores de 18 anos;

▪ Ébrios habituais e viciados em tóxicos;


▪ Pessoas que, por causa transitória ou def initiva, não puderem expressar vontade;

▪ Pródigos. (art. 4º, CC)


OBS.: Os absolutamente incapazes devem ser representados enquanto os
relativamente incapazes devem ser assistidos.

DICA 95

O TRATAMENTO JURÍDICO DO NASCITURO

Nascituro é aquele que já está concebido, no ventre materno, mas ainda não nasceu. É
aquele que ainda está no corpo da genitora.

Devido à imprecisão do art. 2º do CC ao estabelecer a natureza jurídica do nascituro, f oram


arquitetadas três teorias sobre o tema: natalista, condicionalista e concepcionista.

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Teorias Sobre a Natureza Jurídica do Nascituro:

Teoria Natalista: def ende que a personalidade jurídica se inicia com o nascimento com
vida, seria uma interpretação literal do art. 2º do CC.

Teoria Condicionalista: def ende que a personalidade jurídica do nascituro está


condicionada ao nascimento com vida. Ou seja, há uma condição pendente para sua
personalidade jurídica, que é o nascimento com vida.

Teoria Concepcionista: entende que o nascituro já titulariza desde a concepção os


direitos da personalidade. No entanto, os direitos patrimoniais estão condicionados ao
nascimento com vida (teoria que prevalece no STJ).

OBS: Nascer com vida signif ica o f uncionamento do aparelho cardiorrespiratório do


recém-nascido, e isso se verif ica por meio de um exame denominado docimasia
hidrostática de galeno.

Os EMBRIÕES EXCEDENTÁRIOS são considerados objetos de direito. Quanto ao


conceito, são os embriões humanos produzidos por meio de fertilização in vitro e não
utilizados. Por essa razão, não são pessoas, bem como não são sujeitos de direito
despersonif icados.

DICA 96

EMANCIPAÇÃO

A emancipação antecipa os ef eitos civis da maioridade antes dos 18 anos de idade.

Modalidades de emancipação (art. 5º, CC):

Voluntária: realizada com a concessão dos pais, por meio de escritura pública,
tendo o menor 16 anos completos.

Judicial: realizada por sentença judicial, tendo o menor 16 anos completos;

Legal: decorre da norma jurídica, em casos de: casamento; exercício de emprego


público ef etivo; colação de grau em ensino superior; ou emancipação prof issional ou laboral.

DICA 97

DIREITOS DA PERSONALIDADE
Os direitos da personalidade são aqueles inerentes à pessoa humana e a sua dignidade. Via
de regra são intransmissíveis, irrenunciáveis e indisponíveis (art. 11, CC). Entretanto,
podem sof rer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.

SÚMULA 227 do STJ

A pessoa jurídica tem direitos da personalidade por equiparação legal e, em razão


disso, pode sof rer dano moral (posicionamento do STJ).

ATENTE-SE!! A súmula 227, do STJ, poderá ser questão de prova.

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DICA 98

PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE


A proteção dos direitos da personalidade pode ser de modo preventivo, suspendendo atos
que ameacem of ender a integralidade do indivíduo, ou de modo repressivo, por meio da
ação indenizatória, que tem por objetivo a reparação patrimonial do dano causado. Nestes
casos temos o dano moral (quando não houver conteúdo econômico na lesão) e o dano
material (quando houver perda ou prejuízo a bem patrimonial).

SÚMULA 387 do STJ

A Súmula 387 do STJ permite a cumulação de indenizações de dano estético e dano


moral.

DICA 99

PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

Associações: Conjunto de pessoas.

Sociedades: Em regra, é o conjunto de pessoas, salvo a sociedade limitada unipessoal.

Fundações: Conjunto de bens.

Organizações Religiosas: Conjunto de pessoas.

Partidos Políticos: Conjunto de pessoas

TOME NOTA: A pessoa jurídica de direito privado tem existência a partir dos atos
constitutivos no respectivo registro.

IMPORTANTE: A EIRELI não existe mais.

DICA 100
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Em regra, a pessoa jurídica não se confunde com seus sócios, associados, instituidores ou
administradores. Contudo, em casos de abusos praticados por membros das pessoas
jurídicas existe a possibilidade de quebrar essa autonomia por meio da desconsideração da
personalidade jurídica.

Existem duas modalidades de desconsideração:


Desconsideração direta ou regular: os bens dos sócios ou administradores respondem
por dívidas da pessoa jurídica.
Desconsideração inversa ou invertida: os bens da pessoa jurídica respondem por
dívidas dos sócios ou administradores.
DICA 101
BENFEITORIAS
As benf eitorias são obras realizadas pelo homem na estrutura de uma coisa. Isto é, são
acréscimos e melhoramentos realizados no principal (art. 96 e 97 do CC).

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ATENTE-SE, ESSE TEMA É MUITO COBRADO EM PROVA:

As benf eitorias podem ser classif icadas como:

Necessárias: acréscimos que são indispensáveis para a manutenção ou conservação do


bem.

Úteis: acréscimos que f acilitam ou melhoram o uso do bem.

Voluptuárias: empreendidas por mero deleite, com o f ito, tão somente, de embelezar
o bem.

DICA 102
BEM DE FAMÍLIA

De acordo com a Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial do próprio casal ou da entidade


f amiliar é considerado um bem de f amília, não respondendo por qualquer tipo de dívida
contraída pelos cônjuges, pais ou f ilhos, que sejam proprietários e nele residam. Há algumas
exceções previstas em lei, como os créditos trabalhistas de trabalhadores da própria
residência.

O bem de f amília pode ser classif icado em duas espécies:

Bem de família voluntário – instituído por ato de vontade da entidade f amiliar, por
meio da f ormalização do registro de imóveis, gerando dois ef eitos: impenhorabilidade
limitada e inalienabilidade relativa (arts. 1711 a 1717 do CC).

Bem de família legal – ref ere-se à impenhorabilidade legal do bem de f amília


independentemente de inscrição voluntária em cartório (Lei nº 8.009/90).

DICA 103
FATO JURÍDICO

Fato jurídico é todo evento natural ou humano que possui repercussão na esfera
jurídica.

O fato jurídico em sentido estrito é aquele que ocorre sem vontade humana e pode
ser subdividido em:

Ordinário: é aquele previsível, como o nascimento, a morte, a maioridade etc. Ressalta -


se que o passar do tempo é previsível, e se manif esta nas relações jurídicas por meio dos
institutos da prescrição e decadência;

Extraordinário: é aquele f ato imprevisível, sendo incabível imputar a alguém o


extraordinário, pois carece de vontade humana, como exemplo, pode -se citar uma pessoa
que deixou de entregar um veículo que f oi vendido pois ele f oi destruído por uma enchente
no dia posterior.

DICA 104

ATO JURÍDICO
É toda manif estação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico. É
composto pelo elemento volitivo (manif estação de vontade humana) e pela licitude.

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O ato jurídico é subdividido em:
Atos ilícitos: são aqueles atos contrários ao ordenamento jurídico, ocasionando o
f enômeno da responsabilidade civil;
Atos lícitos: são aqueles praticados em conf ormidade com o ordenamento jurídico
civilista. Estes atos podem ser:
▪ Ato Jurídico em Sentido Estrito: é aquele que a vontade humana está direcionada
para o ato em si, e suas consequências já estão previstas na lei.
Ex.: o reconhecimento de paternidade;
▪ Negócio Jurídico: é aquele que a vontade humana está direcionada para as
consequências de determinado ato, dentre as permitidas pela lei.
Ex.: os contratos e o testamento.
DICA 105
NEGÓCIO JURÍDICO

Requisitos de Validade do Negócio Jurídico


Partes capazes;
Vontade livre;
Objeto lícito, possível e determinável;
Forma prescrita ou não def esa em lei.

Requisitos de Ef icácia do Negócio Jurídico


Condição: condiciona a ef icácia do negócio jurídico a evento f uturo e incerto;
Termo: relaciona a ef icácia do negócio jurídico a evento f uturo e certo;
Encargo: é um ônus introduzido em um ato de liberalidade.
OBS: Caso haja algum vício nos requisitos de validade, o negócio jurídico será inválido.
DICA 106
REQUISITOS DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO

CONDIÇÃO SUSPENSIVA TERMO INICIAL ENCARGO

Evento f uturo e incerto. Evento f uturo e certo Ônus e liberalidade.

Suspende a aquisição e o Apenas suspende o exercício Não suspende a aquisição e


exercício do direito. do direito. nem o exercício do direito.

Não há direito adquirido. Há direito adquirido. Há direito adquirido.

Ex.: João irá ganhar um Ex.: Joana dará à Lúcia Ex.: Pedro doa sua casa
carro de Pedro quando f or um carro no Natal desse para Joaquim para que ele
aprovado no vestibular. ano. construa uma creche.

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IMPORTANTE: Termo essencial é a cláusula acessória inserida no negócio jurídico em
que não se permite o seu cumprimento f ora do advento do termo f ixado, por não mais
interessar ao credor.
DICA 107

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: ERRO


O erro consiste em uma falsa representação da realidade, em que o próprio agente se
engana sozinho sobre as circunstâncias elementares do negócio jurídico. Para que haja a
invalidação do negócio jurídico, é necessário que o erro seja essencial ou substancial.

Ex.: João compra um f aqueiro e se dispôs a pagar a quantia de 1 mil reais, acreditando
que o objeto era de prata. O vendedor, por sua vez, aceita o valor sem hesitar. Passado
algum tempo, João descobre que o f aqueiro não era de prata.

DICA 108

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: DOLO

No dolo o sujeito é colocado em erro intencionalmente pela outra parte e, por isso,
pode haver indenizações de prejuízos oriundos do comportamento astucioso. Desse
modo, conf igura-se o dolo por meio de expediente astucioso empregado para conduzir
alguém à prática de um ato que o prejudique e aproveite ao autor do dolo ou a terceiro.

DICA 109

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: LESÃO E ESTADO DE PERIGO

A Lesão é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações


de um contrato no momento de sua celebração, determinada pela inexperiência de uma das
partes. O objetivo da lei é evitar a exploração usurária de um dos contratantes com o outro,
que não precisa ter conhecimento da parte contrária (art. 157, CC).

Já o Estado de Perigo é uma situação de extrema necessidade (conhecida pela parte


contrária) que conduz uma pessoa a celebrar um negócio jurídico em que se assume uma
obrigação desproporcional e excessivamente onerosa (art. 156, CC).

DICA 110

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: COAÇÃO MORAL

Coação moral é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre uma pessoa para obrigá-
la, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é
o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Para a coação ser conf igurada, ela
deve ser grave, causar temor à vítima e constituir ameaça de prejuízo à pessoa, seus bens
ou à sua f amília (art. 151, CC).

Ex.: Joana vai f azer uma doação para Luiz porque f oi ameaçada de morte caso não o
f aça.

DICA 111

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: FRAUDE CONTRA CREDORES

A f raude contra credores diz respeito à hipótese de um devedor que possui o débito e a
responsabilidade, mas que pratica atos de dilação patrimonial, com a nítida intenção, de
que no f uturo, não tenha bens para pagamento da dívida. Em razão disso, resta ao credor
ajuizar uma ação pauliana ou revocatória para anular os atos praticados pelo devedor.

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Para a caracterização da f raude contra credores é necessário a demonstração de dois


requisitos cumulativos:

objetivo: diminuição ou esvaziamos do patrimônio do devedor, até a sua insolvência


(denominado eventus damni);

subjetivo: intenção maliciosa do devedor de causar dano (denominado consilium


f raudis), arts. 158 a 165, CC.

DICA 112

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: SIMULAÇÃO

É a manif estação de vontade com desacordo proposital entre a vontade interna (intenção)
e a vontade externa (manif estação/declaração). A pessoa declara uma coisa, quando na
verdade queria outra, ou nada queria.

ATENÇÃO!!

NÃO CONFUNDIR:
Diversamente do que ocorre na reserva mental, na simulação os contratantes agem em
conluio para prejudicar terceiro. Na reserva mental o declarante não age em conluio com
o declaratário. A simulação invalida o negócio jurídico e a reserva mental não.

DICA 113

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Extingue a pretensão. Extingue o direito.

Pode ser reconhecida de of ício pelo juiz. Pode ser reconhecida de of ício pelo
juiz.

É renunciável, desde que não cause É irrenunciável.


prejuízos a terceiros e depois da
prescrição se consumar.

Existe a previsão de suspensão, Em regra, não há suspensão,


interrupção e impedimento do prazo. interrupção e impedimento do prazo.

Os prazos são exclusivamente em anos Os prazos podem ser em dias,


(arts. 205 e 206, CC). meses ou ano e dia.

OBS.: Não corre os prazos da prescrição e da decadência contra os absolutamente


incapazes.

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DICA 114

MORADA, RESIDÊNCIA E DOMICÍLIO

Morada: lugar temporário;

Residência: lugar habitual. A pessoa pode ter várias residências.

Domicílio: lugar com ânimo definitivo. Domicílio é a junção da residência


(habitualidade) + ânimo def initivo de se estabelecer naquele local.

ATENÇÃO!

Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-


se-á seu domicílio qualquer daquelas residências.
Art. 70, CC: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71, CC: Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

DICA 115

BEM DE FAMÍLIA

O bem de f amília surgiu com o intuito de proteger a habitação da família, que é


considerada pelo nosso ordenamento, como base da sociedade.

SÚMULA 486 DO STJ

É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a


terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência
ou a moradia da sua f amília.

A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de f amília.

DICA BÔNUS

DIREITO DE NÃO SABER

O direito de não saber se trata de uma opção e defesa de indivíduo, sobre o direito de
não desejar tomar conhecimento sobre certa situação de maneira independente do direito
à privacidade.

O indivíduo tem a autonomia de escolher não ter conhecimento, no que diz respeito a f atos
e inf ormações que não sejam desejados, e que possam culminar abalo em sua vida.
O direito de não saber se trata de um direito dif erente do direito à privacidade e somente
tem ef eitos quando há manif estação expressa de pref erência pelo seu titular.

IMPORTANTE: O direito de não saber limita-se na projeção de probabilidade da


violação de direitos de outras pessoas.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 116

HISTÓRICO
Por muitos anos, a criança e o adolescente não tiveram seus direitos resguardados em
nenhuma legislação brasileira, a nível mundial também não existia.

Apenas em 1830 f oi criada uma norma ref erente à criança no Brasil, já no ano de 1890, o
Código Penal legislou sobre os adolescentes em conf lito com a lei, seguindo o mesmo
entendimento do Código de menos de 1919, uma visão marginalizada e assistencialista
em relação à criança e ao adolescente, sem qualquer interesse no reconhecimento em
sujeito de direitos.
A nível mundial (direito internacional) algumas declarações tiveram grande relevância para
a proteção dos direitos existentes hoje, podendo ser destacada a Declaração de Genebra,
a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração dos Direitos da criança
(passou a considerar a criança e o adolescente como sujeito de direito).
No Brasil, inspirado pelas declarações mundiais, a Constituição de 1988 estabeleceu a
criação de uma norma protetiva para a criança e ao adolescente , resultando na Lei
8069/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Com a criação do estatuto, eles passaram a possuir proteção integral.

DICA 117

DISTINÇÃO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE

O legislador adotou o critério cronológico para realizar a distinção, conf orme previsão do
art. 2º, da Lei n. 8.069/1990.

Criança: até 12 anos, incompletos. É aplicada medida de proteção e não possuem


caráter sancionatório.

Adolescente: de 12 aos 18 anos incompletos. É aplicada medida socioeducativa,


possuem caráter sancionatório e f inalidade pedagógica. Aplica -se excepcionalmente o
Estatuto da criança e do adolescente às pessoas entre 18 e 21 anos de idade, são os casos
de adoção e apuração de ato inf racional/cumprindo medida socioeducativa.

DICA 118

PRINCÍPIOS

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: ref ere-se ao mínimo existencial da


pessoa, possui previsão no art. 1º, III da CF, servindo de f undamento para outros
princípios.

Princípio da Proteção Integral à Criança e ao Adolescente: A criança e o


adolescente são considerados mais f rágeis, assim, o legislador assegurou direitos e
privilégios em detrimento das demais pessoas. Protege desde a concepção, o pré -natal,
passando pelo nascimento até a maioridade civil. Previsto no art. 6º da CF e art. 3º do ECA.

Princípio da Prioridade Absoluta: É um metaprincípio, pois a criança e o adolescente


são assegurados a prioridade integral, em todas as áreas e em prioridade com as demais
pessoas. Previsto no art. 3º, I da Convenção sobre Direitos da Criança e do adolescente;
art. 227 da CF e art. 4º do ECA.
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Derivam do princípio da prioridade absoluta: o Princípio da Condição da Criança e
do Adolescente (estabelece que são sujeitos de direitos); Princípio da Responsabilidade
Primária e Solidária do Poder Público; Princípio da Privacidade (respeito a intimidade,
imagem e reserva da vida privada); Princípio da Responsabilidade Parental; Princípio da
Oitiva Obrigatória e Participação (pais têm o dever de assistir, criar e educar os f ilhos
menores); Princípio da Oitiva Obrigatória e Participação.

Princípio da Excepcionalidade: restringir-se-á a liberdade da criança e do adolescente


somente em último caso, conf orme art. 227, § 3º, V, da CF.

DICA 119
PODER FAMILIAR

O poder f amiliar compete aos pais, na f orma do art. 1631 do CC e art. 21 do ECA, ref ere-
se aos direitos e deveres que os pais têm em relação aos f ilhos.

Os f ilhos, enquanto menores (não emancipados), estão sujeitos ao poder f amiliar.


Será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, que possuem deveres e
responsabilidades compartilhadas no cuidado e na educação da criança.

Na falta ou impedimento de um dos pais, o outro exercerá com exclusividade.


DICA 120

OBRIGAÇÕES DERIVADAS DO PODER FAMILIAR

O art. 22 do ECA e, de f orma mais abrangente, o art. 1634 do CC estabelece as obrigações


decorrente do exercício do poder f amiliar.

Incumbe aos pais o sustento, guarda e educação dos f ilhos menores.

Cabe aos pais também a criação e a educação; a guarda unilateral ou compartilhada;


conceder ou negar consentimento para viagem, casarem, viajarem ao exterior, mudar de
residência; nomear-lhes tutor; representá-los judicial e extrajudicialmente; reclamá-los de
quem ilegalmente os detenha e exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços
próprios de sua idade e condição.

DICA BÔNUS

ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO (A) FILHO (A) PELOS GENITORES


Nossa equipe ama trazer para os nossos alunos novidades quentinhas. Recentemente o STJ,
no julgamento do REsp 1623098, entendeu que o poder dos pais em relação à administração
dos bens dos f ilhos menores não é absoluto.

Ou seja, em caráter excepcional, um f ilho ou f ilha pode sim pedir a chamada prestação de
contas, caso suspeite de abuso de direito por parte dos seus genitores.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 121

INICIAÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR - CONCEITOS INICIAIS

O direito do consumidor é considerado um direito fundamental previsto na CF/88, sem


seu art. 5º, inciso XXXII, assim como um princípio da ordem econômica nos termos do
art.170, caput e inciso V. O principal instrumento jurídico de proteção ao consumidor está
no Código de Def esa do Consumidor (CDC), Lei 8.078/90, que é considerada um
microssistema jurídico, sendo aplicável não apenas para a def esa do consumidor, mas
também para a tutela coletiva de direitos.
O CDC disciplina as relações de consumo em geral, mas nada impede, caso haja norma
mais f avorável em outra norma, que a mesma seja aplicada, como por exemplo, norma
legal presente no Código Civil, desde que o objetivo maior seja a proteção do
consumidor, que é considerado parte mais vulnerável da relação jurídica. Nesse sentido,
aplica-se a técnica chamada de diálogo das f ontes, teoria desenvolvida pelo alemão Erick
Jayme.
Deve-se entender que o CDC é uma lei principiológica, ou seja, é uma lei que serve de
norma geral para outras normas que cuidem de relações de consumo. Dessa f orma, por
exemplo, uma lei que trate dos planos de saúde individuais está sujeita à incidência
concomitante do CDC, como norma geral.
DICA 122
CONSUMIDOR

O CDC traz a seguinte previsão sobre Consumidor:

Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.

A doutrina, por sua vez, traz a seguinte interpretação sobre quem seria o destinatário
f inal:

Teoria Maximalista – consumidor seria qualquer pessoa f ísica ou jurídica que retira do
mercado de consumo um bem ou serviço. Para essa teoria, não importa se o
bem/serviço adquirido servirá para atendimento pessoal ou prof issional, como no caso em
que uma indústria adquire matéria-prima (também chamado insumo) para produzir um
bem e o revende.

Teoria Finalista ou Subjetiva – consumidor seria aquele que retira o bem ou serviço
para necessidades próprias, é o destinatário fático e econômico, isto é, exclui do
conceito de consumidor a f igura do consumidor intermediário, que adquiriria o produto
apenas como insumo.

Teoria Mitigada/temperada/atenuada – STJ tem aplicado essa teoria, como se


f osse uma intermediária entre a teoria maximalista e teoria f inalista, pois aceita que a
pessoa jurídica também seja considerada como consumidora, caso o bem que adquira seja
fora de sua área de atuação, devendo haver a comprovação da vulnerabilidade da
pessoa jurídica no caso concreto. Ex.: empresa que adquire obra de arte apenas
para enf eitar a sala de recepções, mas cujo objeto social seja a comercialização de veículos.

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DICA 123

JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR:


APLICAÇÃO DO CDC
Em maio de 2021, o STJ aplicou, mais uma vez a teoria mitigada do conceito de consumidor
para considerar o adquirente de unidade imobiliária, mesmo não sendo o destinatário
f inal do bem, entendendo que o ref erido adquirente, ainda que tenha comprado o imóvel
apenas para investimento, como estava de boa-f é e não se tratava de especialista em
investimentos imobiliários, estava presente a vulnerabilidade e, portanto, f oi considerado
consumidor. (STJ, 4ª T. AgInt no AREsp 1786252/RJ, Min. Antonio Carlos Ferreir a).

Outras situações em que a jurisprudência entende pela aplicação do CDC: Jurisprudência


em teses, STJ, ed.n.74, Tema 12: As normas do CDC são aplicáveis aos contratos do
Sistema Financeiro de Habitação - SFH, desde que não vinculados ao Fundo de
Compensação de Variações Salariais - FCVS e posteriores à entrada em vigor da Lei n.
8.078/90.

DICA 124

JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR: NÃO


APLICAÇÃO DO CDC

Em julho de 2020, o STJ entendeu pela não aplicabilidade do CDC ao produtor rural
que adquire insumos agrícolas, pois não considerado destinatário final nos termos do
art. 2º do CDC. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO


DE AQUISIÇÃO DE INSUMOS AGRÍCOLAS. PRODUTOR RURAL. INAPLICABILIDADE DO
CDC. PRECEDENTES DOS STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.1. Nos termos da jurisprudência do
STJ, o produtor rural não deve ser considerado destinatário final no contrato de
compra e venda de insumos agrícolas, motivo pelo qual não incide, nesses casos,
o Código de Defesa do Consumidor. Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ.2.
Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 363.209/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 15/06/2020, DJe 01/07/2020).

Em outra decisão recente de 2020, também constatou-se que não incide o código de def esa
do consumidor na relação entre acionistas investidores e a sociedade anônima de
capital aberto com ações negociadas no mercado de valores mobiliários.

Outras situações de não reconhecimento de relação de consumo:

Não se aplica o CDC aos contratos administrativos, tendo em vista que a


Administração Pública já goza de outras prerrogativas asseguradas pela lei.

Não se aplica o CDC aos contratos de fiança bancária no âmbito de um contrato


administrativo, que já goza de prerrogativas próprias, não havendo que se f alar em
liberdade contratual. Pode-se concluir, portanto, que a f iança bancária acessória a um
contrato administrativo também não representa uma relação de consumo. STJ. 3ª T. REsp
1.745.415-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 14/05/19 (Inf o 649).

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Não se aplica o CDC ao contrato de conta corrente mantido entre corretora de
BITCOIN e instituição financeira. 3ª T. REsp 1696214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, j. 9/10/18 (Inf o 636).

Também não se aplica o CDC ao Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por
Veículos Automotores de via Terrestres ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não
– DPVAT. (INFO 614, STJ).

DICA 125
SUPERENDIVIDAMENTO - OFERTA DE CRÉDITO VEDADA AO CONSUMIDOR

É vedado, expressa ou implicitamente, na of erta de crédito ao consumidor, publicitária


ou não:

indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de
proteção ao crédito ou sem avaliação da situação f inanceira do consumidor;

ocultar ou dif icultar a compreensão sobre os ônus e os riscos da contratação do crédito


ou da venda a prazo;

assediar ou pressionar o consumidor para contratar o f ornecimento de produto, serviço


ou crédito, principalmente se se tratar de consumidor idoso, analf abeto, doente ou em
estado de vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio;

condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou o início de tratativas à


renúncia ou à desistência de demandas judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios
ou a depósitos judiciais.

Negativa de crédito motivada por superendividamento do idoso é crime? Não.

Art. 96 , § 3º do Estatuto do Idoso: “Não constitui crime a negativa de crédito motivada por
superendividamento do idoso.”

DICA BÔNUS

CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO

A requerimento do consumidor superendividado pessoa natural, o juiz poderá instaurar


processo de repactuação de dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória,
presidida por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de todos os
credores de dívidas previstas no art. 54-A do CDC, na qual o consumidor apresentará
proposta de plano de pagamento com prazo máximo de 5 anos, preservados o mínimo
existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as f ormas de pagamento
originalmente pactuadas.
Lembrando sempre que se excluem do processo de repactuação as dívidas, ainda que
decorrentes de relações de consumo, oriundas de contratos celebrados dolosamente sem o
propósito de realizar pagamento, bem como as dívidas provenientes de contratos de crédito
com garantia real, de f inanciamentos imobiliários e de crédito rural.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DICA 126

JURISDIÇÃO
A jurisdição pode ser compreendida como atuação do Estado por intermédio do
processo, do qual o juiz necessariamente irá participar, para aplicar o direito objetivo ao
caso concreto. O resultado do exercício da jurisdição é a solução da lide existente entre as
partes, com a pretensão última de que ambos (autor e réu) saiam do processo sat isf eitos
com a solução adotada.
Portanto, Jurisdição envolve f ormas estatal de resolução de conf litos, por intermédio do
qual aplica-se o direito objetivo ao caso concreto como f orma de por f im, de f orma definitiva,
à crise jurídica, gerando a pacif icação social;

DICA 127

AÇÃO

O tema ação é muito importante para sua prova. Por isso, vejamos alguns pontos
importantes:

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade;

Caso o juiz entenda que não há interesse ou legitimidade, indef erirá a petição inicial com
extinção do processo sem resolução do mérito. Trata-se da denominada sentença
terminativa, que não produz coisa julgada material;

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito, ou seja, a parte poderá pleitear tão somente ação declaratória, mesmo
que o receio de insegurança jurídica tenha evoluído para uma lesão a direito. De acordo
com a doutrina, esse dispositivo prestigia a autonomia individual;

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, SALVO quando
autorizado pelo ordenamento jurídico;
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como
assistente litisconsorcial;

Elementos da Ação: para que se tenha uma ação será necessário haver partes (pelo
menos um autor e um réu), essas partes pretendem um objeto (que se materializa na ação
pelo pedido). Para que a prestação da tutela jurisdicional lhe seja f avorável deverão trazer
f atos consistentes e f undamentá-los juridicamente, ou seja, irão expor a causa de pedir;

DICA 128

DOS ELEMENTOS DA AÇÃO

São elementos da ação:

Partes: que são todos os sujeitos que participam do processo.

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Causa de Pedir: essa por sua vez se subdivide em causa de pedir próxima que são os
f undamentos jurídicos e causa de pedir remota que são os f atos. Quanto a causa de pedir,
o CPC adota a chamada teoria da substanciação, segundo a qual é necessário explicitar os
f undamentos jurídicos e os f atos, ou seja, a causa de pedir próxima e remota.

Pedido: em regra deve ser certo (expresso), salvo em alguns casos em que o pedido é
implícito: juros, correção monetária, verbas de sucumbência (incluídos os honorários
advocatícios) e prestações vincendas. O pedido também deve ser, em regra, determinado.
Quando se f ala em determinação do pedido, está-se f alando em liquidez, ou seja, no aspecto
quantitativo da petição.

Existem situações, entretanto, que se autoriza o pedido genérico:

ações universais: são as que se pleiteia uma universalidade de bens.

Ex.: pedido para que o réu entregue uma biblioteca, com todos os livros contidos nesta;

impossibilidade de se determinar as consequências do ato ou do fato:

Ex.: ação que pleiteia perdas e danos por atropelamento, na qual não é possível
quantif icar inicialmente os lucros cessantes por estar a vítima hospitalizada.

a apuração do valor ou do objeto depende de ato a ser praticado pelo réu:

Ex.: muito utilizado é a ação de exigir contas. Somente sendo possível def inir o valor que
o autor f az jus após a prestação de contas do réu.

DICA 129

DA CUMULAÇÃO DE PEDIDOS

O CPC traz a possibilidade de cumulação de pedidos contra um mesmo réu, ainda que não
haja conexão entre esses pedidos, não precisando os pedidos decorrerem de um mesmo
f ato.

Cumulação própria: possibilidade de o autor obter procedência simultânea de dois ou


mais pedidos.

Cumulação própria simples: pedidos independentes. Juiz pode conceder, qualquer


deles ou ambos.

Ex.: danos materiais cumulados com danos morais.

Cumulação própria sucessiva: o segundo pedido só pode ser analisado se procedente


o primeiro.

Ex.: investigação de paternidade cumulada com alimentos. Neste caso, os alimentos


somente serão analisados se resolvida a questão da paternidade.

Cumulação imprópria: não há possibilidade de procedência simultânea de dois ou mais


pedidos. Na verdade, não há propriamente uma cumulação uma vez que o autor não
deseja os dois pedidos.

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Cumulação imprópria subsidiária: juiz conhece o segundo pedido após não conhecer
o primeiro.

Ex.: pede-se a anulação do casamento, subsidiariamente (se não der) pede o divórcio.

Cumulação imprópria alternativa: autor f ormula mais de um pedido para que o juiz
acolha qualquer deles. É como se o autor dissesse que tanto f az qual o juiz acolher, sem
que exista uma ordem de pref erência.

DICA 130

DA POSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO DO PEDIDO

O art. 329 do CPC tratou da possibilidade de o autor modif icar o pedido apresentado na
inicial. Existindo três possibilidades a depender do momento:

Pedido de modificação feito antes da citação do réu: possibilidade de alteração


do pedido ou causa de pedir, sendo desnecessário o consentimento do réu, af inal ele
não f oi citado.

Pedido de modificação feito após a citação do réu: é possível modificar o pedido


ou causa de pedir. Porém, nesse momento, é necessário o consentimento do réu que já
f ora citado.

Após a fase de saneamento do processo: não é mais possível qualquer alteração no


pedido ou causa de pedir.

DICA 131

DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

O devido processo legal é tido como o princípio maior, sendo causa direta dos demais
princípios.

Quanto ao seu aspecto f ormal, é uma garantia de observância das f ormalidades contra
eventual abuso de poder.

Entretanto, também é necessário explorar o devido processo sobre o aspecto


material/substancial. Neste aspecto, tem-se os limites impostos ao poder legislativo,
impedindo que uma lei ou ato administrativo viole os direitos do cidadão. Portanto, possui
um alcance mais amplo do que as garantias f ormais.

DICA 132

DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

Possui previsão constitucional no art. 5º, LV da CF.

O CPC, também trouxe tal princípio em seu art. 7º, af irmando que cabe ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório. Esse contraditório ef etivo (também chamado de dinâmico), é
dif erente do chamado contraditório estático e se f irma em três pilares:

Direito de ação e reação/bilateralidade de audiência: é a ideia clássica deste


princípio, sendo basicamente o direito de dizer e desdizer.

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Poder de influência: não basta a ação e reação, as partes devem ter o poder de
inf luenciar o ato decisório.

Proibição de decisão surpresa: juiz não pode surpreender as partes com as chamadas
decisões de terceira via, ou seja, juiz não pode decidir com f undamento sobre o qual não
tenha dado às partes oportunidade de manif estação, mesmo se tratando de matéria sobre
a qual deva decidir de of ício. É a previsão do art. 10 do CPC.

A regra é que o contraditório seja antecipado, conf orme previsão do art. 9º do CPC.
DICA 133
DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

Entretanto, o próprio dispositivo legal traz situações que excepcionam esta regra:

tutela provisória de urgência;

às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311;

à decisão prevista no art. 701. (ação monitória)

Contraditório inútil: ocorre quando a decisão é prof erida sem a oitiva da parte, mas é
f avorável a ela.

Contraditório eventual: exercido em outro processo.

Ex.: Embargos à execução, na qual a def esa da execução se dá em ação própria para
exercício do seu contraditório.

DICA 134

DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

Quando se trata da boa-f é, importa ao direito processual a chamada boa-fé objetiva, que
é aquela que não analisa a intenção do sujeito.

ATENÇÃO!

A verif icação da violação à boa-f é objetiva dispensa a comprovação do


animus do sujeito processual. (En. 1, CJF).

VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM: a boa-f é impede a adoção de


comportamentos contraditórios. Não podendo a parte no curso do processo adotar um
comportamento que indica certa postura e, posteriormente, um comportamento
contraditório.

Ex.: expresso no CPC é o art. 1000, que prevê que a parte que aceitar expressa ou
tacitamente a decisão não poderá recorrer.

DUTY TO MITIGATE THE LOSS: esse princípio é um dever, f undado na boa-f é, de


mitigação pelo credor de seus próprios prejuízos. Deve o credor, diante do inadimplemento
do devedor, adotar medidas razoáveis para diminuir suas perdas.

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Enunciado 169, CJF:

O princípio da boa-f é objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio


prejuízo.

DICA 135

DA REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO DAS PESSOAS JURÍDICAS E FORMAIS


As pessoas jurídicas e f ormais possuem capacidade de ser parte desde que devidamente
representadas, sejam elas sujeitos ativos ou passivos da ação.

O art. 75 do CPC traz essa representação:

A União: pela Advocacia Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado.

Os Estados e o Distrito Federal: por seus Procuradores.

Conf orme previsão do §4º do art. 75 do CPC, os Estados e o DF poderão ajustar


compromisso recíproco para a prática de atos de seus procuradores, desde que haja um
convênio para isso.

Os Municípios: por seu pref eito, procurador ou Associação de Representação de


Municípios, quando expressamente autorizada;

IMPORTANTE: Essa representação dos Municípios f oi conf erida pela Lei n° 14.341/22!
Portanto, tem grande possibilidade de cair em sua prova! Isso pois, a Banca pode colocar
a redação antiga desse artigo, levando o candidato a cair em “pegadinha”.

As Autarquias e Fundações Públicas: por quem a lei do ente f ederado designar.

A Massa Falida: é representada pelo administrador judicial.

A Herança Jacente ou Vacante: pelo curador designado no processo.

O Espólio: pelo inventariante.

A Pessoa Jurídica: por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não
havendo essa designação, por seus diretores.

A sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem


personalidade jurídica: pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.

A Pessoa Jurídica Estrangeira: pelo gerente, representante ou administrador de


sua f ilial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.

O Condomínio: pelo administrador ou síndico.

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DICA 136

CAPACIDADE POSTULATÓRIA
A capacidade postulatória é a capacidade de requerer (postular) em juízo, atribuída, em
regra, ao advogado.

Os estagiários, de acordo com o Estatuto da OAB, somente podem praticar atos


juntamente ao advogado e sob responsabilidade deste.

O art. 3º da Lei 8.906/94 prevê que o exercício da atividade de advocacia no território


brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).

O §2º, O estagiário de advocacia, regulamente inscrito, pode praticar os atos previstos no


art. 1º, na f orma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade
deste.

Existem situações em que pessoas sem formação jurídica poderão postular, como por
exemplo nos juizados especiais ou no caso de habeas corpus.

DICA 137

DO INSTRUMENTO DE MANDATO
Para exercer a capacidade postulatória f az-se necessária a juntada do instrumento de
mandato, mais conhecido como procuração.

Nos termos do art. 104 do CPC, o advogado não é admitido a postular em juízo sem
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.

Nestas hipóteses, o advogado deverá, independente de caução, apresentar a procuração


no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período.

Caso o mandato não seja juntado dentro do prazo legal, os atos praticados pelo advogado
serão considerados ineficazes, f icando o advogado responsável pelas despesas e por
perdas e danos.

Conf orme previsto no art. 105 do CPC, a procuração geral para o f oro, outorgada por
instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, exceto receber citação, conf essar, reconhecer a procedência do
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se f unda a ação, receber, dar
quitação, f irmar compromisso e assinar declaração de hipossuf iciência.
DICA 138

CONEXÃO E CONTINÊNCIA

A conexão e a continência dão a ideia da existência de mais de uma ação tramitando


em paralelo e com identidade parcial de elementos da ação (partes, causa de pedir e
pedido). Quando assim ocorrer, em regra, as ações serão reunidas para julgamento
conjunto, em verdadeira causa de modificação de competência.

A identidade dos elementos deverá ser parcial, af inal se f osse total ocorreria a chamada
litispendência.

Para que haja a conexão, conf orme previsto no art. 55 do CPC, é preciso que haja
identidade da causa de pedir ou pedido.
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Ex.: as execuções f undadas no mesmo título executivo.

Reconhecida a conexão, os processos deverão ser reunidos no juízo prevento, que é


aquele no qual primeiro ocorreu o registro ou a distribuição da inicial.

O § 3º do art. 55 trouxe grande novidade ao prever a possibilidade de reunião e julgamento


conjunto dos processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes
ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

SÚMULAS 515 DO STJ

A reunião de execuções f iscais contra o mesmo devedor constitui f aculdade do Juiz.

SÚMULAS 235 DO STJ

A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já f oi julgado.

Já a continência ocorre quando há duas ou mais causas com identidade de partes


e causa de pedir e o pedido de uma, por ser mais amplo, abranger o pedido da outra.
A ação de pedido mais amplo é chamada continente, enquanto a de pedido menos
amplo é chamada de contida.

Caso a ação contida tenha sido proposta primeiro haverá a reunião das ações. Ao contrário,
se a ação continente tiver sido proposta antes, a ação contida será extinta sem
resolução do mérito.

DICA 139

DENUNCIAÇÃO DA LIDE

A denunciação da lide é uma das f ormas de intervenção de terceiro mais cobrada. É cabível
quando f or possível intentar ação de regresso contra terceiro, caso a parte seja
derrotada.

A denunciação da lide pode ser f eita tanto pelo autor como pelo réu.

Conf orme art. 127 do CPC, f eita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir
a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial,
procedendo-se em seguida à citação do réu.
CUIDADO! O CPC/73 previa a possibilidade de o denunciado até aditar a inicial.
Atualmente só é possível apresentar novos argumentos.

Quanto à denunciação pelo réu, existem três desdobramentos lógicos de


acordo com o art. 128 do CPC:

se o denunciado contestar o pedido f ormulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo,


na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado.

se o denunciado f or revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,


eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação
regressiva

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se o denunciado conf essar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante
poderá prosseguir com sua def esa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas
a procedência da ação de regresso.

Havendo uma ação contra dois réus, é possível um dos réus denunciar da lide
contra o outro.

Uma denunciação da lide extemporânea pode ser aproveitada caso o denunciado aceite
a denunciação, contestando apenas o mérito da demanda principal, ou seja, se o próprio
denunciado reconhece sua obrigação regressiva, ao contestar somente a inicial, não há
óbice à denunciação intempestiva.

A denunciação da lide não pode ser determinada de ofício.

De acordo com o art. 129 do CPC, caso o denunciante seja vencido na ação principal, o
juiz passará ao julgamento da denunciação da lide.
Se o denunciante f or vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado,
sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
f avor do denunciado.

Enunciado 122, FPPC:

Vencido o denunciante na ação principal e não tendo havido resistência à denunciação


da lide, não cabe a condenação do denunciado nas verbas de sucumbência.

DICA 140

CHAMAMENTO AO PROCESSO

O chamamento ao processo é possível quando existe entre o réu e um terceiro uma relação
de coobrigação.

De acordo com o art. 130 são essas as hipóteses possíveis de chamamento:

do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;


dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.

O chamamento ao processo só pode ser f eito pelo réu, que o requererá na contestação e,
após, promoverá a citação dos terceiros (dentro de 30 dias). Estes integrarão a lide na
qualidade de litisconsortes passivos

Quando o CPC f ala que o réu tem que promover a citação dentro de 30 dias, sob pena do
chamamento f icar sem f eito, signif ica dizer que ele deve f ornecer as condições para que a
citação ocorra e não que a citação deva ef etivamente ocorrer dentro desse prazo.

O prazo de 30 dias se aplica para chamados que residem na mesma Comarca, pois caso
os terceiros chamados residam em outra Comarca, Seção ou Subseção Judiciária esse prazo
é de 2 meses.

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A grande vantagem do chamamento ao processo é que caso f or condenado e pagar a
totalidade da dívida, ele pode utilizar a sentença condenatória como título executivo contra
os demais, sem a necessidade de nova ação.

Entende o STJ que é inviável o chamamento ao processo de entes f ederativos em demandas


relacionadas ao f ornecimento de medicamentos ou prestação de serviços de saúde.

“O chamamento ao processo da União, nas demandas propostas contra os demais entes


f ederativos responsáveis para o fornecimento de medicamentos ou prestação de
serviços de saúde, não é impositivo, mostrando-se inadequado opor obstáculo inútil à
garantia f undamental do cidadão à saúde". (STJ, EDcl no REsp 1.203.244/2016)
DICA 141

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Em caso de ação contra pessoa jurídica é possível atingir o patrimônio dos sócios.
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença


e na execução f undada em título executivo extrajudicial.
Caso a desconsideração da personalidade jurídica seja requerida na petição inicial,
dispensa-se a instauração do incidente, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica. Nesse caso não será suspenso o processo.

A desconsideração só será possível quando há abuso de personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. Não basta a
conf iguração do estado de insolvência da empresa ou seu encerramento irregular de
atividade etc. É a chamada teoria maior da desconsideração da personalidade
jurídica.

Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manif estar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias.
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

Existe ainda a chamada desconsideração inversa, na qual há uma ação contra o sócio
e busca-se atingir o patrimônio da PJ. É muito comum no direito de f amília, sobretudo no
caso de divórcio.

Enunciado 283, CJF:

É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada inversa para


alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens
pessoais, com prejuízo a terceiros.

De acordo com o art. 10 da Lei 9.099 não é admitida qualquer f orma de intervenção de
terceiro nos juizados especiais. Todavia, o CPC prevê que o incidente de desconsideração é
aplicável aos juizados.

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DICA 142

AMICUS CURIAE
O amicus curiae é um colaborador inf ormal da justiça, desempenhando papel contributivo
muito relevante para pluralidade do diálogo, a f im de se obter arrimo para a melhor decisão
possível.
A participação do amicus curiae traz para o processo a representação da sociedade,
sobretudo em questões de grande repercussão social.

Para que o amicus curiae seja admitido, o juiz analisará a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia.
Poderá admitir, por decisão irrecorrível, de of ício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manif estar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica,
órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 dias
de sua intimação.

Poderá ocorrer a participação do amicus curiae tanto nas causas de 1º grau como nos
Tribunais.

Portanto, os requisitos para participação do amicus curiae serão:

Relevância da matéria;

Especificidade do tema objeto da demanda; e

Repercussão social.

São irrecorríveis as decisões que solicitam (juiz age de of ício) ou admitem (há
requerimento para intervenção) a participação de amicus curiae.

Apesar de certa polêmica, o STF, no Inf ormativo 920 decidiu ser também irrecorrível a
decisão denegatória de ingresso, no f eito, como amicus curiae.

A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência. Dessa f orma, se


intervém uma autarquia f ederal em uma ação que tramita na justiça estadual, não haverá
deslocamento para justiça f ederal.

Em regra, o amicus curiae não autoriza a interposição de recurso, salvo:

Embargos de Declaração; e

Recurso do acórdão que julga o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas. Esse


RE ou REsp que será interposto em f ace do IRDR também interposto pelo amicus curiae.

DICA 143

DOS PRAZOS DOS ATOS PROCESSUAIS

Conf orme o art. 218 do CPC, os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em
lei. Em caso de ser a lei omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à
complexidade do ato.

Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a


comparecimento após decorridas 48 horas.

Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo para
a prática de ato processual a cargo da parte.

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DICA 144
SUSPENSÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS
Quando ocorre a suspensão, o prazo é retomado de onde parou, ao passo que havendo
a interrupção o prazo retorna do zero.
Uma das previsões de suspensão dos prazos é no período de recesso de 20/12 à 20/01.
Ressalvadas as f érias individuais e os f eriados instituídos por lei, os juízes, os membros
do Ministério Público, da Def ensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
exercerão suas atribuições durante este período.
Nesse período não há realização de audiências ou sessões de julgamento.
Também se suspendem os prazos por obstáculo criado em detrimento da parte.
Trata-se de uma cláusula aberta, um conceito vago, sendo que em caso de o juiz entender
que uma parte opôs obstáculo injustif icado poderá reconhecer a suspensão.

Nas hipóteses do art. 313 do CPC também ocorrerá a suspensão dos prazos:

pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;

pela convenção das partes;

pela arguição de impedimento ou de suspeição;

pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

quando a sentença de mérito:

depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de


inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo
pendente;

tiver de ser prof erida somente após a verif icação de determinado f ato ou a produção de
certa prova, requisitada a outro juízo;

por motivo de f orça maior;

quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e f atos da navegação de


competência do Tribunal Marítimo;

nos demais casos que o CPC regula.

pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo
constituir a única patrona da causa;

quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e


tornar-se pai.

Ainda se suspendem os prazos processuais durante a execução de programas de


autocomposição, instituídos pelo poder judiciário. Ex.: Semana da autocomposição.

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DICA 145

PRECLUSÃO TEMPORAL
Finalizado o prazo para prática de determinado ato processual há extinção automática
do direito de praticá-lo, independentemente de qualquer declaração judicial de que houve
a preclusão temporal, salvo demonstrada a ocorrência de justa causa.
A justa causa estará conf igurada pelo impedimento da prática do ato por si ou por
mandatário devido a evento alheio à sua vontade.

Verif icada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.
Não é possível f azer qualquer complementação de ato já praticado, em decorrência da
preclusão consumativa.

DICA 146
CONTAGEM DOS PRAZOS

Em regra, os prazos são contados com exclusão do dia de início e inclusão do dia de
vencimento, salvo disposição em sentido contrário.

Assim, não conta o dia da intimação, mas apenas o seguinte.

Caso o dia do começo ou do vencimento do prazo coincidir com dia em que o


expediente f orense f or encerrado antes ou iniciado após o horário normal, esse dia será
protraído para o primeiro dia útil seguinte. Trata-se de novidade uma vez que a
previsão do Código anterior era somente para o dia do vencimento.

Também se aplica essa regra no caso de ocorrer indisponibilidade do sistema


eletrônico, devendo essa ser reconhecida pelo poder judiciário.

Considera-se como data de publicação (intimação – dia do começo) o primeiro dia


útil seguinte ao da disponibilização da inf ormação no Diário da Justiça eletrônico.

A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da


publicação/intimação.

Ex.: Há uma disponibilização em 19/10/2021 (terça) de uma decisão determinando que


o autor pratique um ato em 5 dias. A intimação ocorrerá em 20/10/2021. Na quinta -f eira
(21/10/2021) é o dia do início do prazo. Considerando que o prazo é de 5 dias úteis, o prazo
acabará em 27/10/2021 (quarta-f eira).

A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor,


desde que f aça de maneira expressa.

DICA 147

PRAZOS DO JUIZ

Nos termos do art. 226 do CPC, o juiz prof erirá:

os despachos no prazo de 5 dias;

as decisões interlocutórias no prazo de 10 dias;

as sentenças no prazo de 30 dias.

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É possível, em qualquer grau de jurisdição, se existir motivo justif icado, que o juiz
exceda tais prazos por igual período.
Os prazos do juiz são chamados impróprios, uma vez que mesmo descumpridos não
acarretará em preclusão.

DICA 148
PRAZO EM DOBRO

No processo civil terão prazo em dobro em qualquer juízo ou tribunal:

Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores e de escritórios de advocacia


distintos e processo físicos (não se aplica a autos eletrônicos), independente de
requerimento.

SÚMULA 641, STF

Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja
sucumbido.

Ministério Público, Fazenda Pública, Def ensoria Pública e escritórios de prática jurídica.

Esses prazos são contados a partir da intimação pessoal do órgão. Em processo f ísico,
se dá a partir do momento da carga/remessa à repartição, ou seja, do recebimento dos
autos pela secretaria do órgão, ao contrário do advogado que é intimado pelo DJE.

Havendo prazo próprio não há que se f alar de prazo em dobro para esses entes.

Conf orme já decidiu o STF: “a regra que conf ere prazo em dobro à Fazenda Pública para
recorrer não se aplica aos processos objetivos, que se ref erem ao controle abstrato de
leis e atos normativos. (STF, ARE 830.727/2019)

Não possuem prazo em dobro: Empresas públicas; Sociedade de economia mista;


Fazenda Pública em processos objetivos (que se ref erem ao controle abstrato de
constitucionalidade; e Def ensor Dativo.

DICA 149

IMPEDIMENTOS TEMPORÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DA CITAÇÃO

O art. 244 enumera hipóteses em que temporariamente não se realizará a citação, salvo
para evitar o perecimento do direito:

de quem estiver participando de ato de culto religioso.

de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou af im,


em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do f alecimento e nos 7 (sete)
dias seguintes;

de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;

de doente, enquanto grave o seu estado.

Caso a citação seja realizada durante esses impedimentos temporários será anulável.

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Há ainda outra previsão no art. 245: quando se verif icar que o citando é mentalmente
incapaz ou está impossibilitado de receber a citação.
Essa impossibilidade é entendida pela doutrina como deficiência permanente (ex.:
réu surdo mudo).

Nesse caso, o of icial de justiça descreve o ocorrido, sem cumprimento.

O juiz determina o exame do citando, que será f eito por um médico e apresentará laudo em
5 dias, esse laudo será dispensado se pessoa da f amília apresentar declaração médica,
atestando a incapacidade.

Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando,


quanto à sua escolha, a pref erência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à
causa. A citação então será feita na pessoa do curador , a quem incumbirá a def esa
dos interesses do citando.
DICA 150

MODALIDADES DE CITAÇÃO

Com a redação dada pela Lei 14.195/2021, o art. 246 do CPC passou a prever que, a citação
será f eita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis,
contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo
citando no banco de dados do Poder Judiciário, conf orme regulamento do Conselho Nacional
de Justiça.

A ausência de conf irmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do recebimento da


citação eletrônica, implicará a realização da citação (Art. 246, §1º-A):

Correio;

Of icial de Justiça;

Escrivão ou chef e de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

Edital.

DICA BÔNUS

CITAÇÃO POSTAL

A citação será f eita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca do País –
novidade legislativa acrescida pela Lei 14.195/2021. Exceto:

Ações de estado (ações que geram alteração no estado civil, capacidade, nacionalidade)

Ex.: divórcio, anulação de casamento etc.)

Citando incapaz;

Pessoa de direito público (que será citada perante o órgão de representação);

Citando residir em local não atendido pelo correio;

Autor, justif icadamente, requerer a citação de outra f orma.

Def erida a citação pelo correio, o escrivão ou o chef e de secretaria remeterá ao citando
cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o
endereço do juízo e o respectivo cartório.
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A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao f azer a entrega,
que assine o recibo.
Quanto à citação das pessoas jurídicas, o CPC f ala que é válida a entrega do mandado
a pessoas com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, na pessoa de
f uncionário responsável pelo recebimento de correspondência.

Prevalece, portanto, a teoria da aparência, a f im de admitir a citação da PJ f eita àquele


que aparentemente representasse a pessoa jurídica. Para a previsão legal do CPC basta que
seja um f uncionário responsável pela correspondência.

No que se ref ere às pessoas físicas residentes em condomínios edilícios ou nos


loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a f uncionário da
portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar
o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da
correspondência está ausente.

DICA BÔNUS

JURISDIÇÃO

São características da jurisdição:

Substitutividade;

Imperatividade;

Def initividade;

Inércia;

Indelegabilidade;

Inaf astabilidade.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 151

CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Considera-se empresário quem exerce prof issionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. E mais: Não se considera
empresário quem exerce prof issão intelectual, de natureza científ ica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da prof issão
constituir elemento de empresa. Qualquer pessoa pode exercer a atividade empresarial,
desde que esteja em pleno gozo da sua capacidade civil, e não esteja impedida p or lei. O
exercício da atividade empresarial pressupõe capacidade civil do sujeito que irá exercê -la.

QUESTÃO FGV, 2022.


A f isioterapeuta Alhandra Mogeiro tem um consultório em que realiza seus atendimentos
mas atende, também, em domicílio. Doutora Alhandra não conta com auxiliares ou
colaboradores, mas tem uma página na Internet exclusivamente para marcação de
consultas e comunicação com seus clientes.
Com base nessas inf ormações, assinale a af irmativa correta.
a) Não se trata de empresária individual em razão do exercício de prof issão intelectual
de natureza científ ica, haja ou não a atuação de colaboradores.
b) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de prof issão liberal e
prestação de serviços com f inalidade lucrativa.
c) Não se trata de empresária individual em razão de o exercício de prof issão intelectual
só conf igurar empresa com o concurso de colaboradores.
d) Trata-se de empresária individual em razão do exercício de prof issão intelectual com
emprego de elemento de empresa pela manutenção da página na Internet.
Gabarito: Letra a.
Comentário: Ela exerce prof issão intelectual, não possui os requisitos de empresária, e
o f ato dela divulgar seus serviços no site não a torna empresária.

DICA 152

EMPRESÁRIO INATIVO
A f alta de arquivamento pelo empresário durante 10 anos consecutivos na Junta
Comercial exige que essa notifique o empresário para se manif estar. Decorrido o prazo
atribuído pela própria Junta Comercial sem manif estação do empresário, a Junta Comercial
cancelará o registro do empresário.

Quando cancelado o registro, o empresário passa a ser considerado irregular e perderá


a proteção ao nome empresarial.

DICA 153

IMPEDIMENTOS

Impedimento é uma impossibilidade pessoal de alguns, em razão da f unção exercida, de


desempenharem a atividade empresarial. Estão impedidos de a desempenharem os f alidos
até a extinção das obrigações ou, se condenados por crime f alimentar, até cinco anos após
a extinção da punibilidade ou reabilitação penal.
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São impedidos de exercer empresa:

Magistrados, de acordo com a LOMAN – LC 35/75;

Membros do Ministério Público – Lei 8.625/93;

Servidores públicos f ederais, nos termos da Lei 8.112/90;

Militares – Lei 6.880/80;

Pessoas condenadas pela pratica de determinados crimes – art. 1011, §1º, CC.

DICA 154

TEORIA GERAL DA EMPRESA: ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS – OUTROS


AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO

Cooperativas: Por f im, a terceira situação em que atividade econômica civil não será
considerada empresarial, conf orme previsão expressa da lei:

Cooperativa nunca será considerada atividade empresária, ainda que tenha elemento
empresa.

Destaca-se: a cooperativa poderá obter lucro, mas esse não poderá ser o principal
f im da mesma. Ainda que a cooperativa se inscrevesse como empresa na Junta comercial,
nunca poderá ser considerada empresária. De acordo com a lei civil (artigo muito cobrado
em provas!):

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

DICA 155

ESTRANGEIRO

Os estrangeiros podem exercer atividade empresarial no Brasil, exceto nos casos


excepcionados pela Constituição Federal de 1988, que traz os impedimentos.

A CF/88 traz os chamados impedimentos aos estrangeiros quanto à exploração de recursos


minerais, nos termos do art. 176, § 1º ou ser proprietário de empresa jornalística, conf orme
pode ser estudado no art. 222.

DICA 156

PRODUTOR RURAL

Em razão da extensão territorial do Brasil e da diversidade entre regiões f acultou ao


produtor rural, independentemente da complexidade e da organização de sua atividade,
caracterizar-se como empresário. Sem o registro, ainda que desenvolva sua atividade de
modo organizado e prof issional, o produtor não se caracteriza como empresário.

A exigência de registro para a caracterização do empresário ocorre apenas para o


produtor rural.

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DICA 157

O FIM DA EIRELI
Como você já pode ter notado, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
não existe mais, e assim, não consta mais no rol de pessoas jurídicas do direito privado.
Para f ins de aprendizado sobre o f im da EIRELI, sua extinção aconteceu porque basicamente
a Lei da Liberdade Econômica possibilitou a constituição da Sociedade Limitada
Unipessoal (SLU), permitindo igualmente a participação de apenas um sócio e assim,
diminuindo a relevância da EIRELI.

As EIRELI’s existentes serão transformadas em sociedades limitadas unipessoais.


Não há a necessidade de qualquer alteração em seu ato constitutivo.

DICA 158

SOCIEDADE ENTRE PESSOAS CASADAS


Impossibilidade de sociedade empresarial entre pessoas casadas no regime de comunhão
universal de bens ou no da separação obrigatória, conf orme art.977, cc.

IMPORTANTE: não havia proibição de sociedade empresarial na situação


supramencionada no antigo Código Civil. Assim, antes do CC/02 podia haver sociedade
empresarial constituída entre pessoas casadas no regime de comunhão de bens ou no da
separação absoluta.

Independente do regime de bens, o empresário casado pode, sem necessidade de


outorga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá -los
de ônus real.

DICA 159

NOME EMPRESARIAL

De acordo com art. 1.155, do CC/02, considera-se nome empresarial a firma ou


denominação adotada, de conf ormidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.

Firma: individual ou social, f ormada por um nome civil – do próprio empresário, no


caso de f irma individual, ou de um ou mais sócios, no caso de f irma social. O núcleo da
f irma é, pois, sempre um nome civil (por exemplo, Miguel Reale ou M. Reale). Pode ser
indicado o ramo da atividade – ex.: Miguel Reale Estof ados.

Denominação: aqui utiliza-se um nome de fantasia e o objeto social. Deverá ser


utilizada por sociedades de capital, tais como as sociedades anônimas. Ex: União açúcares
S.A.

DICA 160

NOME EMPRESARIAL

Nova modalidade de nome empresarial: A Lei de ambiente de negócios, publicada


em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz signif icativas mudanças em diversos ramos do
direito, especialmente no âmbito do direito empresarial. Dentre as mudanças, insere um
novo nome empresarial, com a f inalidade de f acilitar a abertura de empresas no País.

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Dessa f orma, modif icou a lei 8.934/94 (lei que dispõe sobre o Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades af ins e dá outras providências), através da inserção do art.35, nos
seguintes termos:

Art. 35-A. O empresário ou a pessoa jurídica poderá optar por utilizar o número de
inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como nome empresarial,
seguido da partícula identif icadora do tipo societário ou jurídico, quando exigida por lei.

Assim, surge nova modalidade de nome empresarial que é a inscrição apenas do CNPJ,
seguindo da identif icação do tipo societário conf orme exigido em lei.

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DIREITO PENAL

DICA 161

PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Nullum crimen sine praevia lege (não há crime sem lei anterior que o def ina)

Não há:

Crime sem lei anterior que o def ina;

Pena sem prévia cominação legal.

A elaboração de normas incriminadoras é f unção exclusiva da lei;

Divisão do princípio da legalidade: reserva legal + anterioridade da lei penal.


DICA 162

PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL

Somente lei em sentido estrito (f ormal) pode:

Def inir condutas criminosas;

Estabelecer sanções penais (penas e medidas de segurança).

FIQUE ATENTO!

Não podem estabelecer condutas criminosas nem sanções:

Medidas Provisórias (MP);

Decretos;

Demais diplomas legislativos.

CUIDADO! MP em matéria penal: pode, se favorável ao réu (STF).

Ex.: descriminalização de condutas.

DICA 163

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL

A lei deve ser anterior a prática do crime;


Culmina no princípio da irretroatividade da lei penal gravosa.

FIQUE ATENTO! Lei penal não retroage para prejudicar;

Lei penal retroage para beneficiar.

DICA 164

PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA LEI PENAL

Proibição da edição de lei:

Vagas

Imprecisas.
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Normas penais em branco (NPB):

São legais, pois respeitam o princípio da reserva legal;

Sua aplicação depende de outra norma.

Podem ser:

Homogêneas (sentido amplo): complementação por f onte homóloga (pelo mesmo


órgão que produziu a NPB);

Heterogêneas (sentido estrito): complementação por f onte heteróloga (por órgão


diverso daquele que produziu a NPB).

Proibido:

Analogia in malam partem (desfavor do réu);

É possível a interpretação extensiva, mesmo que prejudicial ao réu (STF).

DICA 165

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que a sua
intervenção f ica condicionada ao f racasso das demais esf eras de controle (caráter
subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado (caráter f ragmentário).

Intervenção do DP fica
condicionada ao fracasso
Subsidiariedade
das demais esferas de
controle
Princípio da intervenção
mínima
Apenas tutela os bens
Fragmentariedade jurídicos mais relevantes

DICA 166

PRINCÍPIO DA LESIVIDADE

Nilo Batista explica que o princípio da lesividade/of ensividade apresenta quatro f unções:

1) "proibir a incriminação de uma atitude interna”

2) "proibir a incriminação de uma conduta que não


exceda o âmbito do próprio autor"
Princípio da lesividade
3) "proibir a incriminação de simples estados existenciais"

4) afastar a "incriminação de condutas desviadas que não


afetem qualquer bem jurídico"

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"proibir a incriminação de uma atitude interna”: As ideias e convicções, os desejos,
aspirações e sentimentos dos homens não podem constituir o f undamento de um tipo penal.
Dessa f orma, evidencia-se, mais uma vez, a radical separação entre direito e moral que
deve nortear o direito penal, ao impedir que o sujeito seja punido por pensamentos e ideias,
daí a exigência da exterioridade da ação para que haja uma reprovação penal.

"proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio


autor", impedindo a punição e a criminalização de atos preparatórios.

"proibir a incriminação de simples estados existenciais", norteando o direito penal


do f ato e eliminando-se a possibilidade da criação de um direito penal do autor.

por f im, o princípio da lesividade tem por objetivo af astar a "incriminação de condutas
desviadas que não afetem qualquer bem jurídico".

DICA 167

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA

O direito penal não deve se ocupar de condutas insignif icantes, incapazes de lesar ou pelo
menos colocar em perigo bem jurídico protegido pela lei penal.

Requisitos do princípio da insignif icância:

mínima of ensividade da conduta do agente;

nenhuma periculosidade social da ação;

reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

inexpressividade da lesão jurídica provocada.

Memorize!

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA


P. DA INSIGNIFICÂNCIA P. DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO

A situação nasce penalmente relevante. O


A situação já nasce atípica. O f ato é atípico f ato é típico do ponto de vista f ormal e
por atipicidade material material. Em virtude de circunstâncias
envolvendo o f ato e o seu autor, constata-
se que a pena se tornou desnecessária.

O agente tem que ser processado (a ação


penal deve ser iniciada) e somente após a
análise das peculiaridades do caso
O agente não deveria nem mesmo ser concreto, o juiz poderia reconhecer a
processado já que o f ato é atípico desnecessidade da pena.

Não tem previsão legal no direito brasileiro Está previsto no artigo 59 do CP.

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DICA 168

APLICAÇÃO DA LEI PENAL - PRINCÍPIOS APLICADOS

A aplicação da Lei Penal é regida por dois princípios, da legalidade e da anterioridade,


que estão expressos na Constituição Federal, no art. 5º, inciso XXXIX, que diz “não haverá
crime sem lei anterior que o def ina, nem pena sem prévia cominação legal”;
Isso signif ica que só será crime se a previsão em lei estiver sido criada antes do f ato
praticado;
Outro princípio que rege a aplicação da lei penal é o princípio da irretroatividade da lei
penal, previsto no art. 5º, XL, da CF/88, segundo o qual “a lei penal não retroagirá, salvo
para benef iciar o réu”.
Quando a lei retroage, ela se aplica aos f atos praticados antes de sua criação.

DICA 169

LEI PENAL NO TEMPO

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por f ato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os ef eitos penais da sentença condenatória.

Abolitio criminis: descriminalização da conduta – não necessariamente legaliza a


conduta. Ex.: adultério.

Ef eito penal da sentença condenatória.


Execução da
Principal pena
Efeito da
sentença penal
condenatória Reincidência,
Secundário antecedentes
criminais, etc

FIQUE ATENTO! A abolitio criminis não cessa os ef eitos extrapenais: art. 91, 91-A e 92
do CP - reparação de dano, perda do mandato, perda do poder f amiliar, etc.

DICA 170

RETROATIVIDADE DA LEI PENAL

Art. 2º, Parágraf o único - A lei posterior, que de qualquer modo f avorecer o agente, aplica-
se aos f atos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.

Desdobramento do princípio da legalidade;

Cláusula pétrea, uma vez que também está previsto no art. 5º da CF/88;

Se houver o trânsito em julgado quem aplica a lei nova é o juízo da execução.

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Entendimento Jurisprudencial

STF/STJ: não é possível combinação de leis. Analisa-se a nova lei no todo, pois senão o
juiz estaria aplicando uma terceira lei que resultaria na junção de duas leis, atuando
como legislador positivo.
Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das
execuções a aplicação de lei mais benigna.
Súmula 471-STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos
antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n.
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais f avorável ao réu do
que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

DICA 171
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao f ato praticado durante sua
vigência.

Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.
Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade
institucional.

Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não
estiver mais em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.


Fique Atento! Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies
a ultra-atividade e a retroatividade.
▪ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os
f atos ocorridos durante a sua vigência.
▪ Retroatividade: possibilidade conf erida à lei penal de retroagir no tempo, a f im de
regular os f atos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Memorize!
Ativas
Retroatividade: retroage no
Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais
Extra-ativas (extra-atividade)
Aplicação da lei fora do seu Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

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Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo do
cometer do f ato delitivo, mesmo que não mais vigente.
Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em
continuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento consumativa
se prolonga no tempo – sequestro).

DICA 172

TEMPO E LUGAR DO CRIME

O Tempo do crime será considerado no momento de sua ação ou omissão (teoria da


atividade);

O Lugar do crime será considerado no momento da ação ou da omissão ou o lugar onde


o resultado aconteceu ou deveria ter acontecido (teoria da ubiquidade);

L Lugar

U Ubiquidade

T Tempo

A Atividade

Não se aplica a teoria da ubiquidade:

CPP: teoria do resultado (art. 70). Aplicado nas hipóteses de crimes plurilocais. Abrangem
lugares distintos, mas todos dentro do mesmo país.

Crimes conexos: crimes conexos são crimes que estão relacionados entre si. Não
aceitam a ubiquidade uma vez que não constituem unidade jurídica.

Crimes plurilocais: teoria do resultado

Infrações penais de menor potencial ofensivo (juizado especial): teoria da atividade

Crimes falimentares: local da decretação da f alência.

Atos infracionais: teoria da atividade

Crimes contra a vida: teoria da atividade - deve preponderar a teoria da atividade,


devido à dif iculdade em se realizar o júri.

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QUESTÃO EXAME DA ORDEM, 2020.


André, nascido em 21/11/2001, adquiriu de Francisco, em 18/11/2019, grande
quantidade de droga, com o f im de vendê-la aos convidados de seu aniversário, que seria
celebrado em 24/11/2019. Imediatamente após a compra, guardou a droga no armário
de seu quarto.
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado de
busca e apreensão def erido judicialmente, policiais compareceram à residência de André,
onde encontraram e apreenderam a droga que era por ele armazenada. De imediato, a
mãe de André entrou em contato com o advogado da f amília.
Considerando apenas as inf ormações expostas, na Delegacia, o advogado de André
deverá esclarecer à f amília que André, penalmente, será considerado
a) inimputável, devendo responder apenas por ato inf racional análogo ao delito de tráf ico,
em razão de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria da
Atividade adotada pelo Código Penal para def inir o momento do crime.
b) inimputável, devendo responder apenas por ato inf racional análogo ao delito de tráf ico,
tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para def inir o momento
do crime.
c) imputável, podendo responder pelo delito de tráf ico de drogas, mesmo adotando o
Código Penal a Teoria da Atividade para def inir o momento do crime.
d) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráf ico, que tem
natureza permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado
para def inir o momento do crime.
Gabarito: Letra c.
Comentário: Para resolver a questão, f az-se necessário se atentar em alguns dados:
- Nascimento de André: 21/11/2001
- Maioridade de André: 21/11/2019
- Data que André adquiriu a droga: 18/11/2019 - menor inimputável
- Data que André mantinha a droga em depósito: até 23/11/2019
O delito de tráf ico de drogas está elencado no art. 33, caput, da Lei 11.343/06 e assim
dispõe:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, f abricar, adquirir, vender, expor
à venda, of erecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou f ornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar (...)
O delito de tráf ico de drogas é um crime que se protrai no tempo, sendo considerado um
crime permanente. Diante disso, af asta-se a teoria da atividade, adotada pelo CP, pois o
crime continua em atividade até que seja encerrado. Logo, no momento em que os
policiais compareceram à residência do autor, onde encontraram e apreenderam a droga
que era por ele armazenada, no dia 23/11/2019 – André já era maior de idade e, por
isso, imputável.
Fique atento, pois nem todos os núcleos do tipo são considerados permanentes, a
exemplo da conduta de adquirir (doutrina entende que seria crime f ormal).

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DICA 173

APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO

Em regra, a lei penal brasileira se aplica aos fatos praticados no território nacional;
Excepcionalmente, pode se aplicar a f atos praticados fora do país, são os casos de
extraterritorialidade;

A extraterritorialidade pode ser incondicionada, quando a lei brasileira de aplica em


qualquer hipótese, até mesmo se o agente já tiver sido condenado ou absolvido no exterior,
ou condicionada quando depender de alguns requisitos;
As aeronaves ou embarcações do GOVERNO brasileiro são consideradas extensão do
BRASIL, ou seja, se aplica o princípio da territorialidade.

DICA 174

INFRAÇÕES PENAIS

Vejamos a classif icação das inf rações penais:

CRIME CONTRAVENÇÃO

PENA MÁXIMA 40 anos 5 anos

PENA reclusão ou detenção prisão simples

não pode ser aplicada PODE ser aplicada


MULTA
isoladamente isoladamente

TENTATIVA Cabe não cabe

Todas Apenas pública


AÇÃO PENAL
incondicionada

RECLUSÃO

CRIMES

DETENÇÃO
INFRAÇÕES
PENAIS

CONTRAVENÇÕES
PRISÃO SIMPLES
("crime anão")

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DICA 175

EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes
praticados no exterior quando o bem jurídico violado f or brasileiro. O que importa nesse
caso é a f unção pública exercida pelo Presidente.
Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
f undação instituída pelo Poder Público;

Princípio de proteção / real / da def esa

Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

Princípio de proteção / real / da def esa

Crime de genocídio, quando o agente f or brasileiro ou domiciliado no Brasil;

Princípio da Justiça Universal ou cosmopolita

Crimes contra a vida P. de proteção / real


ou a liberdade do PR / da def esa

Crimes contra ao
patrimônio ou a f é P. de proteção / real
pública da adm / da def esa
Extraterritorialidade
incondicionada direta e indireta

Crimes contra a adm


pública - por quem P. de proteção / real
está a seu serviço / da def esa
O agente é punido segundo
a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no Crimes de genocídio,
estrangeiro. P. da Justiça
quando o agente f or
brasileiro ou Universal ou
domiciliado no Brasil cosmopolita

DICA BÔNUS

EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

Crimes ocorridos f ora do Brasil e que o Brasil irá pretender aplicar a sua lei penal brasileira
desde que estejam implementadas algumas condições previstas no art. 7º, II do CP.

Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir:

Princípio da justiça universal / cosmopolita / jurisdição mundial.

Crimes praticados por brasileiro:

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Princípio da nacionalidade ativa: é importante a aplicação da lei, pois o brasileiro nato
não pode ser extraditado.

Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de


propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados:

Quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Princípio da bandeira / pavilhão / representação / subsidiário / substituição.

Crimes que, por


P. justiça universal /
tratado ou
convenção, o Brasil cosmopolita /
jurisdição mundial
se obrigou a reprimir

Crimes praticados P. Princípio da


Extraterritorialidade por brasileiro nacionalidade ativa:
condicionada

Crimes praticados em
aeronaves ou
P. da bandeira /
embarcações pavilhão /
brasileiras, mercantes
representação /
ou de propriedade subsidiário /
privada, quando em substituição
território estrangeiro e
aí não sejam julgados

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

DICA 176

GARANTIAS DO INVESTIGADO NO INQUÉRITO POLICIAL - COMUNICAÇÃO DA


PRISÃO
De acordo com o art. 5º, inciso LXII, da Constituição de 1988 [...] "a prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada".
O ref erido inciso def ine que a prisão deverá ser publicizada, no sentido de se tornar
pública ao juiz competente e à f amília do preso, ou à pessoa por ele indicada.
Trata-se de um direito de extrema relevância para o Estado Democrático de Direito.
DICA 177
DIREITO AO SILÊNCIO
Segundo o artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição de 1988 [...] "o preso será inf ormado de
seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da f amília e de advogado".
Verif ica-se que o ref erido dispositivo constitucional consagra o direito f undamental ao
silêncio, uma das implicações do princípio nemo tenetur detegere, segundo o qual
ninguém será obrigado a produzir provas contra si, modalidade da autodef esa passiva.
DICA 178
IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO
Um dos direitos constitucionais garantidos ao preso, considerado inclusive uma garantia
fundamental, é o de ter a identif icação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.

Artigo 5º, inciso LXIV - o preso tem direito à identif icação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;

Assim, quando da sua prisão, é seu direito saber quem o prendeu ou quem o interrogou e,
inclusive, a não observância desse direito no primeiro caso, pode ensejar ao relaxamento
da prisão, ao passo que no segundo, na nulidade do procedimento.

Resumindo: Fui preso? Tenho direito de ser inf ormado sobre quem me prendeu ou
interrogou.
DICA 179

DA INCOMUNICABILIDADE

Conceito: era a possibilidade de que o preso no IP não tivesse contato com terceiros,
em f avor da ef iciência da investigação.

Requisitos:

Ordem judicial motivada;

Prazo de 3 dias;

Acesso do advogado.

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Filtro constitucional: com o advento do art. 136, § 3º, IV, CF que inadmite a
incomunicabilidade mesmo no Estado de Def esa, conclui-se que o art. 21 do CPP não f oi
recepcionado (interpretação lógica).

DICA 180

DO INQUÉRITO POLICIAL

Conceito: O inquérito consiste num conjunto de diligências visando elucidar os fatos,


as f ontes de prova. Além disso, possui caráter preparatório, pois através dele a polícia
investigativa possibilita que o titular da ação penal (ex.: Ministério Público) possa ingressar
com a Ação Penal.

Natureza do inquérito: O inquérito policial possui a natureza de um procedimento


administrativo, preparatório, presidido pela autoridade policial (delegado de polícia). NÃO
é um processo ou procedimento judicial!

Condução do inquérito: Vejam o art. 2º §1º da Lei 12.830/2013, que prevê que cabe
ao delegado de polícia a condução do inquérito policial, o que ref orça a sua natureza
administrativa, e não jurisdicional.

DICA 181

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento Escrito (art. 9º, CPP): As peças do inquérito devem ser reduzidas a
escrito.

Procedimento Dispensável (art. 39, §5, CPP): O inquérito é dispensável à


propositura da Ação Penal. O MP dispensará o inquérito se com a representação f orem
of erecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal.

Procedimento Indisponível (art. 17, CPP): Uma vez instaurado, a autoridade


policial NÃO pode mandar arquivar os autos do inquérito policial. O delegado pode até
concluir que o f ato apurado não é crime, mas não pode arquivar o inquérito. Quem o f az é
o Ministério Público, titular da ação penal, observando o procedimento do art. 28 do CPP.

Procedimento SIGILOSO (art. 20): A autoridade deve assegurar o sigilo no inquérito,


necessário à elucidação do f ato. Imaginem se cair no conhecimento popular que um
determinado chef e do tráf ico está sendo objeto de uma interceptação telef ônica. A medida
f icaria sem ef eito, correto? É por isso que o inquérito é um procedimento sigiloso.

DICA 182
PROCEDIMENTO INQUISITIVO E DISCRICIONÁRIO
Segundo o renomado doutrinador Nestor Távora, no inquérito policial há concentração de
poder em autoridade única. Logo, há o afastamento do contraditório e da ampla
defesa.

FIQUE ATENTO! A título de conhecimento, ressalte-se que é possível que o


inquérito tenha contraditório e ampla def esa. Havendo desejo político, é possível a
regulação de inquéritos com contraditório e ampla def esa, a exemplo do inquérito para
a expulsão do estrangeiro regulado na Lei de Migração (Art. 58, Lei 13.445/2017).

Acrescente-se que o Inquérito Policial é um procedimento discricionário, ou seja, o


Delegado preside a investigação da f orma que entender mais estratégico, adequando -o a
realidade do crime apurado.
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TOME NOTA!

Os arts. 6º e 7º do CPP, de f orma não exaustiva, apontam diligências que podem ou


devem ser cumpridas, para melhor aparelhar o Inquérito Policial.
As diligências requeridas pela vítima ou pelo suspeito podem ser negadas, salvo o
exame de corpo de delito quando a inf ração deixar vestígios (arts. 14, 158 e 184 do CPP).
DICA 183

PROCEDIMENTO SIGILOSO E ESCRITO

Cabe ao delegado de polícia velar pelo sigilo em f avor da eficiência da investigação (art.
20, CPP).

Princípio da presunção de inocência: As inf ormações do Inquérito Policial não serão


apontadas na certidão de antecedentes criminais.

No inquérito policial prevalece a f orma documental, ou seja, ele é escrito, sendo que os atos
orais são reduzidos a termo (art. 9º, CPP).
O delegado deve rubricar todas as laudas do Inquérito Policial.
As novas f erramentas tecnológicas podem ser empregadas na documentação, o que envolve
captação de som e imagem, assim como a estenotipia (técnica de resumo de palavras por
símbolos).
DICA 184
PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL
O delegado nunca poderá arquivar o inquérito policial.
Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada a autoridade competente.

Memorize!

JAMAIS poderá arquivar o


Delegado
inquérito policial

DICA 185

PROCEDIMENTO DISPENSÁVEL

A def lagração do processo independe da prévia elaboração do Inquérito Policial (posição


majoritária)

FIQUE ATENTO! Inquérito indispensável (posição minoritária).

Para Henrique Hof f mann, em posição minoritária, o inquérito é indispensável para a


def lagração do processo; af inal, é possível que o inquérito seja a f onte de f ornecimento de
justa causa para o ajuizamento da ação penal.

DICA 186

CONTRADITÓRIO DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL

O contraditório é um dos princípios bases do processo penal, expressamente consagrado


na Constituição Federal. Contudo, o inquérito policial é um procedimento sigiloso. Então,
como f azer para conciliar essas duas previsões?
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Regra geral, não há contraditório pleno no âmbito do inquérito policial. Trata-se de
um procedimento de característica inquisitorial, em que o contraditório e a estrutura
dialética, típica da ampla def esa e dos processos judiciais, não é observada.
O Estatuto da OAB prevê que é direito do advogado examinar, mesmo sem procuração,
os autos do inquérito policial (art. 7º, inciso XIV, Estatuto da OAB).

A f orma que a jurisprudência encontrou de compatibilizar isso é permitindo ao advogado o


amplo acesso aos elementos de prova que já tiverem sido documentadas no inquérito
policial. As diligências ainda em curso não serão permitidas o acesso ao advogado.

É isso o que quer dizer a Súmula Vinculante n. 14:

Súmula Vinculante nº 14:

“é direito do def ensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de def esa”.

DICA 187

INQUÉRITO POLICIAL CONTRA POLICIAIS PELO USO DAS FORÇAS LETAIS

Inovação importante trazida pelo Pacote Anticrime! Portanto, fique atento (a):

Em regra geral, não se observa o contraditório pleno e ef etivo no inquérito policial, dada a
sua estrutura inquisitorial e sigilosa. Mas os advogados possuem acesso às diligências que
já tiverem sido documentadas, conf orme súmula vinculante n. 14.

Uma novidade trazida pelo Pacote Anticrime e que de certa f orma excepciona essa
restrição ao contraditório no âmbito do inquérito policial está prevista no art. 14-A do
CPP.
No caso em que os policiais forem investigados por algum f ato relacionado ao uso da
força letal (ex.: arma de f ogo), praticados no exercício prof issional. O policial investigado
deverá ser citado sobre a instauração do inquérito, podendo constituir defensor no
prazo de 48 horas, contados do recebimento da citação.

Se o prazo de 48 horas acabar sem que o policial tenha constituído advogado, deverá ser
intimado a instituição a que estava vinculado na época dos fatos para que, no prazo
de 48 horas, indique algum defensor para a representação do investigado.
A previsão de citação do investigado acerca da instauração do inquérito é uma novidade, e
que só existe nos crimes em que os policiais f orem investigados pelo uso das f orças letais.
É uma novidade que de certa f orma “fortalece” o contraditório, mesmo em sede de
investigação criminal!

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DICA 188

VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL

Não deixe de f azer a redação LITERAL do art. 155 do CPP!!

FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)

São colhidos no inquérito policial, Sozinhas, NÃO podem


ELEMENTOS DE
sem a observância do embasar a
INFORMAÇÃO
contraditório. condenação.

São aquelas produzidas sob o São elas que servem


contraditório judicial, durante a para embasar a
PROVAS instrução criminal. condenação.

ELEMENTOS São elementos que, embora São eles:


MIGRATÓRIOS colhidos durante o inquérito
policial, podem servir para 1) provas cautelares;
embasar a condenação. 2) provas não
repetíveis;
3) provas antecipadas.

DICA 189
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL

Somente será considerado prova no âmbito do processo penal aquela submetida ao


contraditório judicial, ou seja, aquela colhida durante a instrução processual penal (f ase
processual), em que seja dada oportunidade para a parte acusada se manifestar
previamente, participando ativamente da sua colheita.
No âmbito do inquérito policial, isso não ocorre. O Inquérito Policial é um procedimento
sigiloso, em que NÃO se observa o contraditório prévio. A parte investigada não
participa das investigações, não participa da colheita da prova.
Quando o juiz f or analisar se condena ou não o acusado, ele deverá observar as PROVAS
produzidas em contraditório judicial. Ele NÃO poderá, como regra, f undamentar a sua
condenação exclusivamente nos elementos inf ormativos colhidos durante a investigação.
Na verdade, esses elementos colhidos pela entidade responsável, durante o inquérito
policial, tecnicamente sequer são chamados de provas, mas sim ELEMENTOS DE
INFORMAÇÃO. Isso porque tais elementos não se prestam como provas, mas sim como
elemento para que o Ministério Público f aça a acusação, bem como para direcionar os rumos
da instrução criminal, na f ase processual.
Certo? Espero que sim! Mas, existem algumas exceções… Isso porque muitas vezes os
elementos de inf ormação colhidos na delegacia NÃO poderão ser repetidos durante a
instrução criminal, seja porque às vezes os vestígios desaparecem, ou ainda porque a
testemunha que prestou o depoimento morreu, etc.
É por isso que a lei ressalva as provas cautelares, não repetíveis e as antecipadas.
Essas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas são chamadas de elementos
migratórios. Recebem esse nome porque, embora colhidas durante o inquérito policial,
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elas podem, sozinhas, embasar a condenação do juiz.
Prova irrepetível, por exemplo, é aquela que simplesmente desapareceu, como a
constatação da embriaguez, a constatação dos hematomas de uma mulher agredida, etc.
Já Prova cautelar são aquelas pautadas pela necessidade e urgência, como o caso de uma
interceptação telef ônica. Não há como o juiz repetir essa prova, concordam?
DICA 190
DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

PRAZO DE RÉU PRESO RÉU SOLTO


CONCLUSÃO

Regra do CPP Prazo de 10 dias, contados da data em que Prazo de 30 dias,


se executar a ordem de prisão (art. 10, podendo ser
CPP) prorrogado.
O pacote anticrime passou a prever a
possibilidade de prorrogação, por uma
única vez, por mais 15 dias. (art. 3º-B,
CPP)

Lei de Drogas 30 dias (podendo ser duplicado) 90 dias


(podendo ser
duplicado)

ATENÇÃO!

Para complementar os estudos, vale a leitura do art. 155 do CPP!!


Para complementar as inf ormações dessa dica, FAÇAM A LEITURA LITERAL de
três artigos:
artigo 10 do CPP;

art. 3º-B, §2º, do CPP;


art. 51 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006).

DICA BÔNUS

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Espécie de crimes Possibilidade de instaurar Observação

De ofício, pelo delegado A peça inaugural do inquérito


será uma portaria.
Nos crimes de ação
penal pública
INCONDICIONADA Mediante requerimento do Se o requerimento de
of endido instauração f or indef erido, cabe
recurso ao Chefe de Polícia.

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Por requisição da autoridade Prevalece que a autoridade


judiciária e do Ministério judiciária requisitar a
Público instauração de inquérito
Ver artigo 5º, CPP policial of ende o Sistema
Acusatório.

Notícia de qualquer pessoa É o que chamamos de


do povo delatio criminis. Na
prática, exercida através do
B.O.

DICA BÔNUS
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O pacote anticrime trouxe signif icativa alterações no que diz respeito à f orma de
arquivamento do inquérito policial, com as modif icações no art. 28 do CPP.

Por f orça do caráter indisponível do inquérito, a autoridade policial não pode mandar
arquivar os autos do inquérito. Além disso, o arquivamento também NÃO pode ser
determinado de of ício pelo juiz.

Na verdade, incumbe exclusivamente ao MP avaliar se os elementos de inf ormação colhidos


são ou não suf icientes para o of erecimento da denúncia.

O Pacote Anticrime implementou uma mudança na f orma de arquivamento do inquérito


policial, implementando o que se chama de arquivamento no âmbito do Ministério
Público.

Agora, caso o MP entenda que é caso de arquivamento do inquérito, deverá realizar a


comunicação à vítima, ao investigado e à autoridade policial. Ainda, deverá encaminhar os
autos para a instância de Revisão Ministerial, para f ins de homologação.

PRESTEM BEM ATENÇÃO: quem homologa o arquivamento do inquérito é um “órgão


superior” do próprio Ministério Público, chamado de instância de Revisão Ministerial.

Antes do pacote anticrime, o MP pedia o arquivamento do inquérito ao juiz, que deveria


homologar o arquivamento. No entanto, caso o juiz discordasse do MP e entendesse que
NÃO seria caso de arquivamento, deveria remeter os autos ao Procurador Geral de Just iça.

Veja, portanto, a novidade: agora o arquivamento não passa pelo crivo do juiz. O juiz
não decide mais se vai ou não arquivar. Se o MP entender que é caso de arquivamento, faz
as comunicações e submete à instância de Revisão Ministerial.

Portanto, se o MP entender que é caso de arquivamento, ele submete à homologação da


instância de Revisão Ministerial. NÃO É MAIS O JUIZ que homologa o arquivamento!!!

Por f im, se a vítima não concordar com o arquivamento do inquérito, poderá recorrer, no
prazo de 30 dias, submetendo a matéria à revisão de instância no âmbito do Ministério
Público.

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ATENÇÃO!

Por conta da concessão de liminar na ADI 6305/DF, pelo Ministro Luiz Fux, está
suspensa “sine die” a alteração constante da lei nº 13.964/2019, no que tange o
procedimento de arquivamento de inquérito policial. Portanto, até o momento, prevalece
a redação anterior desse artigo, ou seja, MP pede arquivamento e encaminha para o
Magistrado, tendo esse a competência de def erir ou não!

Note que aqui, é extremamente importante ter conhecimento a respeito da


redação anterior (ainda vigente) e a suspensão da redação nova , haja vista que a
FGV (OAB) pode cobrar do candidato esse assunto, exigindo que esse tenha conhecimento
a respeito da ADI 6305/DF.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 191

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO


É uma das fontes autônomas do Direito do Trabalho, o sindicato que representa os
empregados negocia com o sindicato que representa os empregadores. Logo, de uma f orma
mais resumida, a Convenção Coletiva de Trabalho é uma f orma de solução de conf litos entre
categorias prof issional e econômica.

Como isto pode cair na prova:

QUESTÃO SIMULADA.
O sindicato dos bancários f az uma negociação com o sindicato dos banqueiros. Logo,
estamos diante de uma Convenção Coletiva de Trabalho, que é uma:
a) Jurisprudência
b) Fonte heterônoma
c) Fonte autônoma
d) Sentença normativa
Gabarito: Letra c.

DICA 192

PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO

Constante no art. 764 da CLT, este princípio visa evitar o litígio. Havendo, portanto,
sucesso na conciliação, dali nascerá um termo de conciliação, que posteriormente será
lavrado. E é importante que você saiba que A Lei 9.958/2000 normatiza a existência das
chamadas Comissões de Conciliação Prévia, que tem como base este princípio. Um
ponto de extrema importância também é necessário, na conciliação, que as partes estejam
representadas por advogados dif erentes. Veja o que a CLT diz sobre isto:

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.

LEMBRE-SE: Ao ser concluída a conciliação, esta vai se tornar irrecorrível, exceto em


casos onde há prestações devidas à Previdência Social, conf orme traz o artigo 831 da CLT.

DICA 193

OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

Existem algumas inf ormações de suma importância sobre a OIT, ela tem personalidade
própria e independente, f azendo parte da Organização das Nações Unidas como órgão
especializado, com sua autonomia administrativa, f inanceira e de decisão. De uma f orma
mais resumida e simplif icada, ela é uma pessoa jurídica de direito público
internacional e de caráter permanente.
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É entidade paraestatal? Não, pois não tem características de entidade supraestatal.

IMPORTANTE: é necessário que você saiba que a OIT realiza suas atividades por
intermédio de 3 órgãos, que são:

Conf erência Internacional do Trabalho.

Conselho de Administração.

Repartição (ou Of icina) Internacional do Trabalho.


DICA 194

ACORDO COLETIVO DE TRABALHO


É o acordo pactuado entre uma ou mais empresas e o sindicato representativo dos
trabalhadores daquela base territorial. Aplica-se tão somente às empresas signatárias e aos
seus respectivos empregados (art. 611, § 1º da CLT). Vamos ver um pequeno exemplo a
seguir:

Ex.: O sindicato dos empregados da categoria X do Estado Alf a realizam negociações


f ervorosas com empresa ZZZ, que também f ica no Estado Alf a. A negociação f eita é o Acordo
Coletivo de Trabalho, que valerá apenas para os empregados daquela empresa, que f ica no
Estado Alf a.

As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre terão prevalência sobre


as estipuladas em convenção coletiva de trabalho, conf orme traz o artigo 620 da CLT. Fique
atento a isto.
DICA 195

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO

Sendo o trabalhador (empregado) a parte mais hipossuf iciente da relação trabalhista, há na


CLT previsões que visam dar a proteção ao empregado, seguindo, por exemplo, a mesma
ideia do CDC, que visa proteger o consumidor, parte mais hipossuf iciente da relação
consumerista. Quer um exemplo da aplicação deste princípio? O f ato de o depósito recursal
ser obrigatório apenas para o reclamado.

ATENÇÃO!

A Ref orma Trabalhista trouxe uma certa flexibilização deste princípio, como pode ser
visto, por exemplo, extinção do contrato de trabalho por meio do chamado comum
acordo entre as partes (art. 484-A, CLT).
Outro exemplo é a prevalência do negociado sobre o legislado, ou seja, a negociação
coletiva tem prevalência em algumas situações sobre a lei. Você pode ver isto no art.
611 A da CLT.

Atenção: A FGV já cobrou isto em uma recente questão discursiva. Veja:

Questão Adaptada.
Letícia trabalhava como operadora de empilhadeira e ganhava R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais) mensais, valor previsto na convenção coletiva de sua categoria.
Ocorre que na unidade da Federação na qual Letícia trabalhava f oi f ixado piso regional

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estadual de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais) para a f unção de operador de
empilhadeira.
Em razão disso, após ter trabalhado o ano de 2018 e ser dispensada sem justa causa,
Letícia ajuizou reclamação trabalhista postulando a dif erença salarial entre aquilo que
ela recebia mensalmente e o piso regional estadual.
Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST,
responda às indagações a seguir.
a) Em relação ao pedido de dif erença salarial, como advogado(a) do ex -empregador,
que tese jurídica você apresentaria? Justif ique.
Resposta: Uma das teses que o examinando poderia trazer é justamente que o
negociado prevalece sobre o legislado, conf orme o Art. 611-A, inciso IX, da CLT.
Fundamento: Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado,
e remuneração por desempenho individual.

DICA 196
TRABALHO VOLUNTÁRIO

O trabalho voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação trabalhista ou


previdenciária entre as partes nele envolvidas. Logo, não a de se f alar na aplicação da CLT
neste trabalho. E mais: Por mais que não gere vínculo laboral, o trabalhador voluntário pode
ser ressarcido pelas despesas que realizar no desempenho das atividades voluntárias, desde
que comprove tais despesas e que elas estejam autorizadas de f orma expressa pela
entidade a que f or prestado este serviço voluntário. Você encontrará esta disposição no
artigo 3º da Lei n. 9.608/98.

A lei acima citada ainda traz um f ormalismo para o trabalho voluntário, requerendo
celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do
serviço, devendo neste termo haver o objeto e as condições do trabalho.
DICA 197

RELAÇÃO DE EMPREGO

Os sujeitos da relação de emprego são o empregado e o empregador.

São elementos da relação de emprego:

Pessoalidade;

Não eventualidade (ou continuidade);

Subordinação;

Onerosidade (ou remuneração).

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Veja como a banca FGV cobrou isto:

Questão Simulada.
Para que alguém seja considerado empregado na f orma prevista na CLT, NÃO é
necessário o seguinte requisito:
a) exclusividade;
b) subordinação;
c) pessoalidade;
d) onerosidade;
e) não eventualidade.
Gabarito: Letra a.
Comentário: A questão deseja o requisito que não é necessário na relação, que no
caso é a exclusividade.

DICA 198

TRABALHO AUTÔNOMO

Aqui, não temos a subordinação, ou seja, o trabalhador autônomo labora com


independência, sem prestar contas a um empregador. Para deixar mais f ácil o
entendimento: O autônomo é uma pessoa f ísica que exerce, de f orma habitual, uma
atividade prof issional devidamente remunerada. A independência e a habitualidade são,
portanto, as notas características deste tipo de trabalho.

Independência + habitualidade + inexistência de subordinação =


Trabalhador autônomo

Os trabalhadores autônomos mais conhecidos são os profissionais liberais, como por


exemplo os médicos, dentistas, advogados entre outros. Há também prof issionais técnicos,
como por exemplo desenhistas, tradutores entre outros. E por f im há os trabalhadores que,
mesmo não tendo um diploma de nível superior ou técnico, f azem o s eu trabalho com a
devida autonomia, como por exemplo os pedreiros.

DICA 199

TRABALHO AVULSO

No trabalho avulso, temos o trabalho prestado de forma esporádica, por pouco tempo e
a vários tomadores (sendo é vedada a contratação direta do trabalhador pelo tomador
dos serviços), sem que se tenha a f ixação a qualquer um deles. Mas atente -se ao seguinte
f ato: O trabalho avulso é f eito de f orma necessária por intermédio de alguma entidade
específ ica, o que f az com que a relação também seja necessariamente triangular,
envolvendo o f ornecedor de mão de obra (entidade intermediária), o trabalhador avulso e
o tomador do serviço.

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fornecedor de mão de obra (entidade intermediária)

trabalhador avulso Tomador do serviço

DICA 200
ESTAGIÁRIO

O estágio é normatizado pela Lei 11.788/2008, sendo classif icado da seguinte f orma: “ ato
educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à
preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam f requentando o ensino
regular em instituições de educação superior, de educação prof issional, de ensino médio,
da educação especial e dos anos f inais do ensino f undamental, na modalidade prof issional
da educação de jovens e adultos” (art. 1º).

Sendo assim, o estágio não cria qualquer vínculo de cunho empregatício, mas é
necessário que sejam preenchidos os seguintes requisitos:

matrícula e f requência regular do estudante na escola;

celebração de um termo de compromisso;

interveniência da instituição de ensino;

compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas nos


termos de compromisso.
Estudantes estrangeiros podem ser estagiários aqui no Brasil? Sim, estes estudantes
estrangeiros devem estar matriculados de f orma regular em cursos superiores no Brasil,
autorizados ou reconhecidos, sempre sendo observado o prazo de vigência do visto
temporário de estudante do estrangeiro.

Sobre a jornada do estagiário:

4 horas diárias e 20 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes


de educação especial e dos anos f inais do ensino f undamental, na modalidade prof issional
de educação de jovens e adultos (EJA);

6 horas diárias e 30 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes


do ensino superior, da educação prof issional de nível médio e do ensino médio regular;

40 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes de cursos que alternem
teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, desde que
exista uma previsão neste campo no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino
em que estuda.

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DICA 201

EMPREGADO DOMÉSTICO
Regulados pela Lei Complementar n. 150/2015, segundo a qual é empregado doméstico
“aquele que presta serviços de f orma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de
f inalidade não lucrativa à pessoa ou à f amília, no âmbito residencial destas, por mais de
2 (dois) dias por semana”. É proibida a contratação da pessoa menor de 18 anos para
desempenho de trabalho doméstico conf orme traz o artigo 1º, parágraf o único da Lei
Complementar n. 150/2015.

ATENÇÃO!

O empregador doméstico NÃO pode ser pessoa jurídica, mas somente pode ser pessoa
f ísica.

O zelador pode ser considerado como empregado doméstico? Não. A Lei 2.757/1956
excluiu porteiros, f axineiros, zeladores e serventes de prédios de apartamentos residenciais
desta classif icação, todavia desde que laborem a serviço da administração do edif ício, das
regras específ icas do trabalho doméstico, e por isto são considerados como trabalhadores
urbanos, sendo aplicáveis a eles todos os direitos que estão descritos no art. 7º da CF/88.

DICA 202

EMPREGADO RURAL

Empregado rural é o trabalhador que labora, em uma propriedade rural ou prédio rústico,
de forma contínua e mediante o pagamento de remuneração, conf orme pode ser
devidamente constatado no art. 2º da Lei n. 5.889/73. Lembrando sempre que os direitos
do trabalhador rural são iguais aos do trabalhador urbano, segundo a CF/88.

São requisitos para que o trabalhador seja considerado rural:

Que o trabalho seja desenvolvido para empregador rural;

Que o trabalho seja desenvolvido em propriedade rural ou prédio rústico.

DICA 203

AERONAUTAS E AEROVIÁRIOS

Apesar de serem regidos por uma legislação própria, é necessário que você saiba que
limitações temporais imposta pela legislação, que são:

Tripulação mínima ou simples: 11 horas (máximo de 10 horas o tempo de voo);

Tripulação composta: 14 horas (máximo de 12 o tempo de voo);

Tripulação de revezamento: 20 horas (máximo de 17 horas o tempo de voo).

Dica: voo noturno = voo f eito entre o pôr do sol e o nascer do sol.

IMPORTANTE: O exercício da prof issão de aeronauta um exercício laboral privativo de


brasileiros, mas há as exceções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica.

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DICA 204
PRONTIDÃO
O conceito de prontidão muitas vezes acaba por passar batido na hora dos estudos. A
prontidão nada mais é que o tempo em que o empregado f ica nas dependências do local de
trabalho, aguardando ordens. Está previsão pode ser vista no artigo 244, parágraf o 3º da
CLT. Ah, e não esqueça, a remuneração do período de prontidão é de 2/3 do salário-
hora normal e a escala de prontidão será de, 12 horas, no máximo.
CUIDADO: Não conf unda prontidão com sobreaviso. Na prontidão, temos a situação do
empregado permanece nas dependências do seu local de trabalho, esperando ordens. Já no
sobreaviso o empregado f ica na sua residência, entretanto f ica esperando a qualquer tempo
o chamado para o serviço, conf orme o disposto no art. 244, § 2º da CLT.
DICA 205
EMPREGADO HIPERSUFICIENTE

A nossa legislação trouxe recentemente a f igura deste empregado, mais precisamente


no artigo 444 da CLT. Mas quem é este empregado? O empregado hipersuf iciente é o que
é portador de diploma de curso superior e perceba salário mensal igual ou superior a duas
vezes o limite dos benef ícios do Regime Geral de Previdência Social. Note que é preciso que
haja os dois requisitos:

Portador de diploma de curso superior + que perceba salário mensal igual ou superior a
duas vezes o limite dos benef ícios do Regime Geral de Previdência Social = Empregado
hipersuf iciente.

Veja como a banca pode cobrar isto:

QUESTÃO SIMULADA.
Suzano é empregado da empresa Abobrinha S. A, e tem diploma de curso superior na
área de contabilidade. Além disto, Suzano também recebe um salário superior a duas
vezes o limite dos benef ícios do Regime Geral de Previdência Social. Ele deseja acordar
diretamente com seu empregador sobre o banco de horas anual. Mas antes, ele procura
você, um f amoso advogado, para saber sobre o assunto. Você esclarece que:
a) Não é possível, pois todo trabalhador é hipossuf iciente, pelo disposto no art. 444 da
CLT
b) Não é possível, pois todo trabalhador da área da contabilidade é hipossuf iciente,
conf orme disposto no artigo 444 da CLT
c) É possível, pois o trabalhador com nível superior (diploma) e que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos benef ícios do Regime Geral de
Previdência Social é hipersuf iciente e pode negociar diretamente com o empregador
sobre as hipóteses previstas no art. 611-A da CLT
d) É possível, pois a Ref orma Trabalhista aboliu a hipossuf iciência da f igura de todo
empregado, inclusive do trabalhador com nível superior (diploma) e que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos benef ícios do Regime Geral de
Previdência Social é hipersuf iciente e pode negociar diretamente com o empregador
sobre as hipóteses previstas no art. 611-A da CLT
Gabarito: Letra c.
Comentário: Cuidado com a letra D. A Ref orma não aboliu a hipossuf iciência de todos
os empregados.

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DICA 206

CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

É a exceção à regra, pois a regra é que o contrato seja por tempo indeterminado.
Logo, o contrato por prazo determinado só pode ser devidamente pactuado de f orma
excepcional, sendo válido apenas nas hipóteses seguintes:

serviços cuja natureza ou transitoriedade justif iquem a predeterminação de prazo, ou


seja, as atividades a serem desenvolvidas pelo empregado devem ser transitórias em
relação à atividade preponderante do empregador;

atividades empresariais de cunho transitório (exemplo: grupos de teatro).

contrato de experiência.

Sobre o contrato por experiência: Sobre a prorrogação do contrato de experiência, é


necessário que você saiba que o TST já tem posicionamento. Veja:

SÚMULA 188 do TST

O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90


(noventa) dias.

DICA 207

CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE


É o tipo de contrato aonde há a prestação de serviços, com a devida subordinação, não
contínua, havendo ainda a alternância de períodos de prestação de serviços e de
inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do empregador (art. 443, § 3º, CLT).

A propósito: Os períodos de inatividade não são considerados tempo à disposição do


empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes, conf orme traz
o art. 452-A, § 5º da CLT.

IMPORTANTE: Não se aplicam as regras do contrato de trabalho intermitente aos


aeronautas, regidos por legislação própria.

Ao receber a devida convocação, o empregado terá o prazo de 24 horas para responder


ao chamado, e assim ocorrer uma das três possibilidades a seguir:

O empregado não responder à convocação, f icando em silêncio, o que presume a recusa;

O empregado recusar a of erta, o que não tira a subordinação para f ins do contrato de
trabalho intermitente;

O empregado aceitar a of erta, laborando nos serviços demandados pelo empregador para
o período.
DICA 208

NULIDADES DO CONTRATO DE TRABALHO

Ocorre em três casos, quando o trabalho f or proibido, quando o contrato de trabalho tiver
um objeto ilícito e quando Administração Pública, quer seja direta ou indireta,

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contratar empregados sem aprovação prévia em concurso público, como exige o art.
37, II, da CF/88.
No caso do trabalho proibido, a nulidade terá um ef eito ex nunc, não retroagindo. Já no
caso do objeto ilícito, a nulidade terá um ef eito ex tunc, retroagindo o contrato desde sua
origem.

E qual a diferença do trabalho proibido para o trabalho com objeto? Um exemplo de


trabalho proibido é o que emprega pessoas menores de f orma irregular. Já no caso do
trabalho com objeto ilícito, temos como exemplo a pessoa que trabalha com jogo do bicho.
Veja a OJ seguinte:

OJ 199 do TST

“É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à


prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de
validade para a f ormação do ato jurídico.”

DICA 209
JORNADA DE TRABALHO
Jornada é uma medida de tempo aonde está incluído o tempo diário de trabalho do
empregado. Lembrando sempre que não são considerados como tempo à disposição do
empregador os momentos em que o empregado, por sua escolha própria, busque proteção
pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares
como por exemplo práticas religiosas, lazer, estudo, descanso, momentos de alimentação ,
atividades de relacionamento social, higiene pessoal e troca de roupa ou unif orme, quando
não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Você pode ler tudo isto lá
no art. 4º, § 2º da CLT.

Ex.: Sua prova pode trazer uma situação aonde o empregado, de livre e espontânea
vontade, realize todas as terças um culto ecumênico nas dependências do trabalho, durando
tais cultos uma hora. Essa hora do culto não pode ser computada como tempo à disposiç ão
do empregador.

A propósito, a seguinte súmula é muito importante para quem vai f azer o Exame da OAB.
Veja:

SÚMULA 429 do TST

“Considera-se à disposição do empregador, na f orma do art. 4º da CLT, o tempo


necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de
trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários”.

Logo, para que você memorize melhor:

Jornada de trabalho normal (art. 7º, XIII, da Constituição Federal).

Não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

Pode haver a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.


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DICA 210

JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – BANCÁRIO


Algumas categorias possuem jornadas de trabalho especiais. Uma destas categorias é a
dos bancários. O artigo 224 da CLT af irma que a jornada de trabalho destes prof issionais
(empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal) será de 6 (seis)
horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados. Logo, totalizando 30 horas
de trabalho por semana. Em outras palavras: Os bancários obtiveram a redução de
jornada para seis horas, ante oito horas dos demais trabalhadores.

Sendo assim, o período de desenvolvimento da jornada do bancário é das 7h às 22h,


de 2ª a 6ª f eiras.

Sábado = dia útil não trabalhado

Súmula 113 do TST

“O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não
cabe repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.”

Intervalo intrajornada = 15 minutos

Veja como a banca já cobrou este assunto:

Questão.
Jorge era caixa bancário e trabalhava para o Banco Múltiplo S/A. Recebia salário f ixo de
R$ 4.000,00 mensais. Além disso, recebia comissão de 3% sobre cada seguro de carro,
vida e previdência of erecido e aceito pelos clientes do Banco, o que f azia
concomitantemente com suas atividades de caixa, computando-se o desempenho para
suas metas e da agência. Os produtos em ref erência não eram do banco, mas, sim, da
Seguradora Múltiplo S/A, empresa do mesmo grupo econômico do empregador de Jorge.
Diante disso, observando o entendimento jurisprudencial consolidado do TST, bem como
as disposições da CLT, assinale a af irmativa correta.
a) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
por se tratar de liberalidade.
b) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
porque relacionados a produtos de terceiros.
c) Os valores recebidos a título de comissão devem integrar a remuneração de Jorge.
d) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
uma vez que ocorreram dentro do horário normal de trabalho, para o qual Jorge já é
remunerado pelo banco.
Gabarito: Letra c.
Comentário: Neste caso, devemos observar o disposto na Súmula 93 do TST: “Integra
a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auf erida na colocação ou na
venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo
econômico, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o
consentimento, tácito ou expresso, do banco empregador.”

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DICA BÔNUS

PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR


O poder diretivo se trata de um desdobramento do direito de propriedade e também é um
dos elementos do conceito de empregador.

O poder diretivo se trata da f aculdade legal que é concedida ao empregador, de gerenciar


a prestação pessoal dos serviços, f azendo a organização, controle e punição do trabalhador,
caso f or preciso.

IMPORTANTE: A Ref orma Trabalhista prevê o regulamento empresarial enquanto


sendo uma matéria de negociação coletiva.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

DICA 211

IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

O artigo 893, § 1º traz esta disposição, dizendo que são incabíveis recursos de
decisões proferidas no decurso do processo, devendo a parte prejudicada esperar que
seja devidamente prof erida a decisão f inal para somente aí dela recorrer. Este artigo af irma
o seguinte:

Art. 893, § 1º Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,
admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em
recursos da decisão def initiva.

Em outras palavras, se f az necessário que haja uma decisão def initiva para que assim se
interponha um recurso, não cabendo interposição de recursos diante de uma decisão
interlocutória.

Mas cuidado, o TST entende que a decisão pode ser impugnada de f orma imediata
quando esta af rontar súmula ou orientação jurisprudencial do TST.

SÚMULA 214 DO TST

Decisão interlocutória - Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art.


893, § 1°, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso de imediato, salvo
nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 799, § 2. °, da CLT.

DICA 212

PREPOSTO

O preposto é uma pessoa que irá representar outrem na audiência, e ele não precisa
ser empregado do empregador, necessitando ter conhecimento dos f atos ali trabalhados. É
preciso também que o preposto apresente uma carta devidamente assinada pelo
representante legal da reclamada ou pelo empregador pessoa f ísica.

Em outras palavras, o preposto não precisa ser empregado, mas precisa ter uma carta
assinada pelo que ele vai representar e também conhecer o caso ali tratado.

Sobre a não necessidade do preposto ser empregado, o TST já se posicionou neste ponto.
Tal determinação acaba por deixar a Sumula 377 do TST desatualizada.

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DICA 213

PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Um dos principais princípios ligados à audiência, sendo assim de suma importância. O
princípio da oralidade pode ser visto no artigo 847 da CLT, por exemplo. Mas atenção , este
princípio encontra-se em variados momentos processuais. Vejamos a seguir:

PRINCÍPIO DA ORALIDADE

Def esa do reclamado- verbal- Deve ser apresentada em audiência, em até 20 minutos

Razões f inais- verbal- até 10 minutos para cada parte

Petição inicial- verbal- distribuição e posterior redução a termo

DICA 214

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Faz parte da organização da Justiça do Trabalho. O TST (Tribunal Superior do Trabalho),


tem 27 ministros, a sua nomeação é f eita pelo Presidente da República e necessário que
haja a devida aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, por meio de uma
sabatina. Esses ministros devem ter mais de 35 e menos de 70 anos.

Órgãos que funcionam junto ao TST:

Escola Nacional de
Formação e Conselho Superior da
Aperf eiçoamento de Justiça do Trabalho
Magistrados do Trabalho

ATENÇÃO!

Destes 27 Ministros, um quinto das vagas será reservado aos membros da


Advocacia e do Ministério Público, o que é o “quinto constitucional”. E importante:
No TST são julgados: Recurso de revista, Recurso Ordinário e embargos ao TST.

DICA 215
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO

Também f az parte da Justiça do Trabalho, deve ter no mínimo de 7 juízes, estes juízes
devem ser nomeados, devendo ainda estes possuir mais de 30 anos e menos de 65 anos.
Assim como os ministros do TST, a sua nomeação deverá ser f eita pelo Presidente da
República e por f im, não há necessidade de sabatina para a aprovação, dif erente neste
ponto dos Ministros do TST.

Há TRT em todos os Estado brasileiros? Não, não há TRT no Tocantins, Amapá, Acre e
Roraima. E há dois em São Paulo.

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DICA 216

JUÍZES DO TRABALHO
O juiz do trabalho deve ser aprovado em concurso de provas e títulos, ingressando como
juiz substituto, designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir nas Varas do
Trabalho. Passados 2 anos no exercício, ele irá tornar-se vitalício no cargo.

Art. 112 da CF/88: a Lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-La aos juízes de direito, com recurso para o
respectivo Tribunal Regional do Trabalho".

Nas comarcas onde não houver juiz do trabalho, por Lei, os Juízes de Direito poderão
ser investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que prof erirem caberá recurso
ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 668
da CLT).

Como surge uma nova vara trabalhista: Há o requisito da f requência de reclamações


trabalhistas em cada órgão já existente exceda, seguidamente, a 1.500 reclamações
trabalhistas por ano.

DICA 217

HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL

Faz parte das competências da Justiça do Trabalho. Apenas o juiz poderá fazê-lo.
Lembrando sempre que o juiz poderá indef erir a homologação, caso veja nela alguma
nulidade ou irregularidade. Ocorrendo isto, volta a correr o prazo prescricional que f oi
suspenso, tendo em mente o ajuizamento da ação.

"Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: (...) f ) decidir quanto à homologação de
acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho."

O juiz indef eriu a homologação do meu acordo trabalhista extrajudicial. Cabe interposição
de algum recurso? Sim, cabe interposição de recurso ordinário.

DICA 218

CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Seu papel é exercer, na f orma normatizada da Lei, a vigilância de cunho


administrativo, orçamentário, patrimonial e financeiro da Justiça do Trabalho, tanto
de primeiro quanto de segundo grau, como órgão central do sistema, tendo suas
deliberações ef eito vinculante.

São seus valores a ética; acessibilidade; agilidade; ef iciência; transparência; inovação;


valorização das pessoas; sustentabilidade; ef etividade; comprometimento; segurança
jurídica; respeito à diversidade; imparcialidade; responsabilização.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) f oi criado pela Emenda Constitucional


nº 45, de 30 de dezembro de 2004, com o acréscimo do art. 111-A da CF/88.

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DICA 219

PARTES E PROCURADORES
No Processo do Trabalho o autor é denominado de reclamante e o réu, reclamado. É
importante que você se acostume com estas nomenclaturas.

E mais: No Processo do Trabalho, é necessário haver a capacidade das partes. Esta


capacidade ocorre aos 18 anos (art. 792 da CLT), e quando a parte não tem esta idade,
tem que estar em juízo com a assistência ou representação.

O reclamado poderá enviar para representa-lo pelo gerente ou preposto. Ah, é


importante que você saiba que advogado não pode, no mesmo processo, ser patrono e
preposto do empregador ou cliente.

Lembrando: O art. 7°, XXXIII da CF/88 veda o trabalho noturno, perigoso e insalubre
aos menores de 18 anos e de qualquer trabalho aos menores de 16 anos, exceto na
condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.

DICA 220

PRERROGATIVAS INSTITUCIONAIS DO MPT

Lembrando sempre que o Ministério Público tem autonomia e independência da


instituição. Além disso, são princípios do MP a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional, princípios estes normatizados no art. 127, § 1° da CF/88. Logo,
é assunto muito letra de lei. Segundo o art. art. 18 da LC 75/1993, são prerrogativas
institucionais deste ente:
sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes
dos órgãos judiciários perante os quais of iciem;

usar vestes talares;

ter ingresso e trânsitos livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou


privado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;

a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no


território nacional, quando em serviço de caráter urgente;

o porte de arma, independentemente de autorização;

carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procurador -Geral
da República e por ele expedida, nela se consignando as prerrogativas constantes do inciso
I, alíneas 'c', 'd' e 'e' do inciso II, alíneas 'd', 'e' e 'f ', deste artigo;

DICA 221

VEDAÇÕES AOS AGENTES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Os membros do Ministério Público possuem algumas vedações que são elencadas no art.
128, § 5°, II, da CF/88. No que tange ao Ministério Público da União, as proibições são
impostas, também, pelo art. 237 da Lei Complementar 75/1993.

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De acordo com a Constituição Federal, em seu já citado dispositivo, constituem -se
proibições aos agentes do Ministério Público:

Art. 128. (...) § 5° (...) as seguintes vedações:


a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na f orma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra f unção pública, salvo uma de
magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f ) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas f ísicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

IMPORTANTE: Lembre-se que o Ministério Público do Trabalho (MPT) integra o


Ministério Público da União (MPU), possuindo todas as garantias e prerrogativas e estando
submetido às vedações que disciplinam a instituição Ministério Público. Em outras palavras:
O Ministério Público da União alcança o Ministério Público Federal, o Ministério Público Militar,
o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

FAZEM PARTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO:

o Procurador-Geral do Trabalho

o Colégio de Procuradores do Trabalho

o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho

a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho

a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho

os Procuradores Regionais do Trabalho

os Subprocuradores--Gerais do Trabalho

os Procuradores do Trabalho.

DICA 222

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

As Comissões de Conciliação Prévia f oram criadas em 2000, inserindo artigos 625-A a 625-
H na CLT, visando estimular a cultura da conciliação antes do ajuizamento das ações
trabalhistas, evitando o ajuizamento de ações que podem ter suas demandas resolvidas
de f orma amistosa pela conciliação. Lembrando que neste assunto, estamos tratando da
esf era extrajudicial.

No caso da Comissão de Conciliação Prévia (CCP), criada no campo empresarial, é preciso


haja no mínimo 2 e no máximo de 10 membros para cada polo (trabalhadores e
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empregadores). O mandato será de 01 ano dos representantes, sendo permitida uma
recondução. Por f im, mas não menos importante, o título que nasce desta conciliação é o
título executivo extrajudicial. Logo, este título poderá ser executado diretamente diante da
Justiça do Trabalho, caso haja descumprimento.

DICA 223

INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público do Trabalho pode sim intervir, como um fiscal da lei, tendo assim uma
f unção importante nas sessões realizadas nos Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal
Superior do Trabalho, como também produzindo os pareceres, desde que haja o interesse
público evidente na situação.

Uma inf ormação importante para quem estuda este assunto é que o instrumento de
atuação judicial do Ministério Público do Trabalho de maior importância é a ação
civil pública, usada na proteção dos interesses metaindividuais no campo trabalhista.

Não é que os outros instrumentos não são importantes, mas a Ação Civil Pública é a
mais comum, por isso na hora do estudo não pode ser deixada de lado. Há também outras
f ormas de participação do MPT, como, por exemplo, a ação rescisória, o dissídio coletiv o de
greve, a ação anulatória de cláusula convencional, o mandado de segurança (remédio
constitucional a ser melhor trabalhado em dicas posteriores) entre outros.

DICA 224

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A ação civil pública é um instrumento jurídico e processual normatizado na CF/88 para a


def esa judicial dos interesses ou interesses ou direito dif usos, coletivos e individuais
homogêneos. Até mesmo o CDC traz esta disposição da Ação Civil Pública.

Ex.: O conselho prof issional dos f armacêuticos não pode ingressar com a Ação civil pública
em um assunto que seja da categoria dos engenheiros.

DICA 225

DESPACHOS

Os despachos (também chamados de atos ordinatórios ou de impulso of icial) são atos de


movimentação do processo e como não tem forma nem tampouco trazem qualquer
prejuízo às partes, não poderão ser impugnados via recurso, nos termos do art.
1.001 do CPC.
Em outras palavras, são pronunciamentos feitos pelo juiz no decorrer do processo, de
ofício ou a requerimento da parte. Basicamente, nos despachos, o objetivo não é dar
uma solução ao processo em si, mas é determinar medidas necessárias para o
julgamento da ação em curso. Em suma, são movimentações administrativas, como por
exemplo, designação de audiência.
DICA 226

INFORMATIZANDO O PROCESSO
A prática eletrônica de atos processuais será f eita por meio do Sistema Processo Judicial
Eletrônico (PJe) instalado na Justiça do Trabalho nos termos da Lei nº 11.419/06, arts.
193 a 199, do CPC e da Resolução 185/2017 do Conselho Superior da Justiça.

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A ideia é f acilitar a vida de todos e evitar o acúmulo de processos f ísicos. Aqui cabe até
mesmo a questão da pandemia: Visando evitar aglomerações em f óruns e varas, atrás de
processos f ísicos, os processos eletrônicos auxiliam nesta questão do isolamento social.

Posto isto, nos termos do art. 1°, § 2°, da Lei 11.419/2006, considera -se:

a) Meio Eletrônico;

b) Transmissão Eletrônica;

c) Assinatura Eletrônica.

DICA 227

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O benef ício da justiça gratuita está previsto no art. 790, §§ 3° e 4°, da CLT. Observe:

"Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal
Superior do Trabalho, a f orma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às
instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. ( ... )
§ 3° É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho
de qualquer instância conceder, a requerimento ou de of ício, o benef ício da justiça
gratuita, inclusive quanto a trasladas e instrumentos, àqueles que perceberem salário
igual ou inf erior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benef ícios do Regime
Geral de Previdência Social.
§ 4° O benef ício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuf iciência
de recursos para o pagamento das custas do processo."

Dica de ouro: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte


sucumbente na pretensão objeto da perícia, mesmo que seja benef iciária da justiça
gratuita. Este benef ício vale tanto para pessoas jurídicas quanto f ísicas.

DICA 228

IMPUGNANDO O PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Uma vez def erido o pedido da justiça gratuita, a parte contrária pode f ornecer a impugnação
na contestação (se a justiça gratuita f or requerida na petição inicial), na réplica (se a justiça
gratuita f or requerida na contestação), nas contrarrazões (se a justiça gratuita f or requerida
no recurso) e no prazo de 15 dias (se a justiça gratuita f or requerida em petição avulsa).
A impugnação será f eita nos próprios autos, sem que haja a suspensão do processo em si.

A propósito, caso a prova te pergunte a seguinte indagação:


O juiz indef eriu, no dia 20/04/21 a justiça gratuita de cliente XYW com base no argumento
de que ele apresentou apenas uma declaração de hipossuf iciência econômica f irmada pelo
XYW. Com base em entendimento atual do TST, o juiz agiu de f orma certa ou errada?

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A atitude do juiz f oi errônea. Veja o que uma súmula do TST diz:

SÚMULA 463 DO TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação


Jurisprudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de 2015)
I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à
pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela
parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específ icos
para esse f im (art. 105 do CPC de 2015);
II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a
demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.

DICA 229
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os honorários serão devidos ao advogado, mesmo que atue em causa própria, por
ter representado o processo a parte vencedora. Tenha cuidado com um ponto: Com a
Ref orma Trabalhista, os chamados honorários sucumbenciais não são devidos somente aos
sindicatos, mas também aos advogados particulares.

IMPORTANTE: O Supremo Tribunal Federal já f irmou entendimento, por intermédio da


Súmula 512, de que NÃO há cabimento da condenação em honorários advocatícios na ação
de mandado de segurança.

Há 3 tipos de honorários:

Contratuais

Assistenciais (nos casos em que o reclamante é assistido pelo sindicato de sua categoria)

Sucumbenciais.

DICA 230

EXCEÇÕES À JUSTIÇA GRATUITA


O benef iciário da Justiça Gratuita tem suas prerrogativas. Mas há situações que a justiça
gratuita não tem alcance.

As multas processuais são um exemplo clássico deste não alcance, o que pode ser visto
no art. 98, § 4° do CPC.

E atente-se para uma questão importante: Na Justiça gratuita, o benef iciário tem o direito
de precisar adiantar as despesas, todavia se no f inal o benef iciário f or vencido será
responsável por elas. Logo, não pense na justiça gratuita como uma isenção tota l.

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DIREITO ELEITORAL

DICA 231

QUEM NÃO PODE SE ALISTAR COMO ELEITOR?

Não podem alistar-se eleitores:

os analf abetos;

os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

os que estejam privados, temporária ou def initivamente dos direitos políticos.

DICA 232

ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

São órgãos da Justiça Eleitoral:

O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo


o País;

um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta


do Tribunal Superior, na Capital de Território;

juntas eleitorais;

juízes eleitorais.

DICA 233
GRATUIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO EM DIA DE ELEIÇÃO

Recentemente, o STF decidiu, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental (ADPF) 1013, que o Poder público tem de fornecer transporte coletivo
gratuito em dia de eleições.
Foi enf atizado por um dos ministros que a f alta de uma política pública de transporte gratuito
no dia das eleições tem o potencial de retirar dos mais pobres a possibilidade de participar
do processo eleitoral.

DICA 234
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL - COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA

Processar e julgar originariamente:

o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais


e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;

os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados


dif erentes;

a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos


f uncionários da sua Secretaria;

os crimes eleitorais e os comuns que lhes f orem conexos cometidos pelos seus
próprios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais;

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o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos
do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o
habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz
competente possa prover sobre a impetração;

as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos ,


quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;

as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de


diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;

os pedidos de desaforamento dos f eitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro
de trinta dias da conclusão ao relator, f ormulados por partido, candidato, Ministério Público
ou parte legitimamente interessada.

as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar
da conclusão, não houverem julgado os f eitos a eles distribuídos.

a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e
vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado.

julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos
do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.

DICA 235

COMPETÊNCIA PRIVATIVA

Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior Eleitoral:

elaborar o seu regimento interno;

organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a


criação ou extinção dos cargos administrativos e a f ixação dos respectivos vencimentos,
provendo-os na f orma da lei;

conceder aos seus membros licença e f érias assim como af astamento do exercício dos
cargos ef etivos;

aprovar o af astamento do exercício dos cargos ef etivos dos juízes dos Tribunais Regionais
Eleitorais;

propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;

propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal


Eleitoral, indicando a f orma desse aumento;

f ixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores


e deputados f ederais, quando não o tiverem sido por lei:

aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas;

expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;

f ixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência


f ora da sede;

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enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça
nos termos do ar. 25;

responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe f orem f eitas em tese por
autoridade com jurisdição, f ederal ou órgão nacional de partido político;

autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa
providência f or solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;

requisitar a f orça f ederal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou


das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a
apuração;

organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;

requisitar f uncionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional


do serviço de sua Secretaria;

publicar um boletim eleitoral;

tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação


eleitoral.

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DIREITO FINANCEIRO

DICA 236

CONCEITO DE DIREITO FINANCEIRO

Segundo o doutrinador Luiz Emygdio F. da Rosa Júnior: “Direito Financeiro é o ramo do


Direito Público que estuda o ordenamento jurídico das f inanças do Estado e as relações
jurídicas decorrentes de sua atividade f inanceira e que se estabeleceram entre o Estado e
o particular.”

Então, para f icar mais esquematizado, Direito Financeiro:

É um ramo do Direito Público

Estuda o ordenamento jurídico que rege as f inanças do Estado e suas relações jurídicas,
e também as relações que se estabeleceram entre o Estado e o particular.

O Direito Financeiro não estuda relações do particular com outro particular.

DICA 237

O DIREITO FINANCEIRO POSSUI UM CÓDIGO?

Não, dif erentemente de algumas outras disciplinas, como por exemplo, o Direito Civil e
o Direito Tributário, o Direito Financeiro não tem um código, propriamente dito. Mas tem
algumas legislações esparsas de extrema importância, que são estas:

CF, com um f oco bem especial nos artigos 163 a 169

Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal

Lei 4.320/1964

Importante que você saiba estas são as principais leis, mas não as únicas
DICA 238

A COMPETÊNCIA DA UNIÃO- FOCO NO BANCO CENTRAL


A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco
central.

É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro


Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição f inanceira.
O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

Mas qual é a natureza jurídica do Banco Central? O BC é uma autarquia de natureza


especial, criado pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei
Complementar nº 179/2021.

DICA 23

BANCO CENTRAL

A missão do Banco Central é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar


por um sistema f inanceiro sólido, ef iciente e competitivo, e f omentar o bem -estar econômico
da sociedade.
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Um ponto importante é que as instituições f inanceiras precisam manter contas no BC.
Essas contas são monitoradas para que as transações f inanceiras aconteçam com f luidez e
para que as próprias contas não f echem o dia com saldo negativo.
DICA 240

CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS E O ENFRENTAMENTO À COVID 19


A sua prova pode cobrar o tema de créditos extraordinários dentro do contexto da pandemia
de covid-19.

Durante a pandemia, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científ ico e Tecnológico –


FNDCT recebeu no exercício de 2020 dois créditos extraordinários por meio da ação
programática 21C0 - Enf rentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional Decorrente do Coronavírus.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 241

PRINCÍPIOS UNIVERSAIS

A Seguridade Social contempla 3 princípios universais:

Solidariedade – Contribuição de uma “massa” da sociedade em prol da minoria.

Proteção ao segurado – Proteção ao menos f avorecido;

Vedação ao retrocesso social – Os direitos sociais não poderão ter abrangência


restringida e quantidade reduzida, visando garantir o mínimo existencial;

Mnemônico: Só Prove!

SO Solidariedade

PRO Proteção

VE Vedação

DICA 242

BENEFICIOS EM ESPÉCIE – BENEFICIO DE PROTEÇÃO À FAMILIA E À


MATERNIDADE

Este tipo de benef ício concedido engloba:

Auxílio-reclusão – Pago aos dependentes do segurado de baixa renda que esteja


cumprindo pena em regime f echado.

Pensão por morte – Pago aos dependentes do segurado falecido (cônjuge,


companheiro, f ilho ou irmão menor de 21 anos de idade, ou se maior de 21 anos e
inválido, pais.

Salário-maternidade - Pago aos segurados em caso de nascimento, adoção ou


guarda judicial e ainda, em caso de aborto espontâneo. Poderá ser pago ao pai que f icar
viúvo após o parto da criança.

Salário-família - Pago aos trabalhadores de baixa renda que tenham filhos de


até 14 anos ou inválidos.

DICA 243

BENEFICIOS EM ESPÉCIE – BENEFICIO POR INCAPACIDADE LABORAL

Este tipo de benef ício concedido engloba:

Aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez) – Segurado impossibilitado


de exercer atividade prof issional e manter sua subsistência;

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Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) – Segurado que necessita se


af astar de suas atividades laborais devido a doença ou acidente não relacionada ao trabalho;

Auxílio-acidente – Concedido ao segurado que por adquirir uma doença ocupacional,


f ica impossibilitado de trabalhar, devido resultado de sequelas permanentes.
DICA 244
BENEFICIÁRIOS
Os benef iciários são aquelas pessoas f ísicas que possuem proteção benef iciária.

Classif icam-se em:

Segurados (benef iciários diretos) – são ao mesmo tempo benef iciários e contribuintes.
Possuem relação direta com o RGPS. Estes subdividem-se em: Facultativos e
obrigatórios.

Dependentes (benef iciários indiretos) – são benef iciários que não se obrigam a
contribuir para a previdência social, e são dependentes do segurado.
DICA 245
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
São as pessoas f ísicas que praticam atividade laborativa remunerada, exceto os
ocupantes de cargos efetivos permanentes de regime próprio de previdência social,
ou pessoas que, não exerçam trabalho remunerado, f iliam-se à Previdência por meio de
contribuições (segurados f acultativos).

Segurados Obrigatórios:

Doméstico;

Empregado;

Contribuinte individual;

Segurado especial – trabalhador rural, residente no imóvel rural ou em local próximo,


de f orma individual ou economia f amiliar, exerce atividade agropecuária, ou pescador
artesanal;

Trabalhador avulso – presta serviço para várias empresas, sem vínculo empregatício.
Necessária intermediação do órgão gestor de mão-de-obra, ou sindicato da categoria.
DICA BÔNUS
É POSSÍVEL QUE UMA PESSOA SEJA AO MESMO TEMPO SEGURADO E DEPENDENTE
NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS)?
Sim, é possível sim que uma pessoa seja ao mesmo tempo segurado e dependente no
Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Ex.: Catarina labora como empregada em um supermercado, sendo portanto uma


segurada empregada – f iliação ao regime geral e ao mesmo tempo é casada com Marcelo,
sendo dependente de f orma presumida do esposo, tendo assim uma relação derivada com
a Previdência Social.

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