Você está na página 1de 125

Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos
TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua
aprovação.
Você está tendo acesso agora à Rodada 03. As outras 03 rodadas serão disponibilizadas
na sua área de membros conforme o cronograma abaixo:

Material Data
Rodada 01 Disponível Imediatamente
Rodada 02 Disponível Imediatamente
Rodada 03 Disponível Imediatamente
Rodada 04 02/10/2023
Rodada 05 05/10/2023
Rodada 06 09/10/2023

Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra.

Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois,
muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode custar sua aprovação.

Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
para: atendimento@pensarconcursos.com

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

ÍNDICE

ÉTICA............................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO................................................................. 10
DIREITO CONSTITUCIONAL ........................................................... 12
DIREITOS HUMANOS ..................................................................... 24
DIREITO INTERNACIONAL ............................................................. 26
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................... 30
DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................... 34
DIREITO AMBIENTAL ..................................................................... 42
DIREITO CIVIL .............................................................................. 45
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................. 53
DIREITO EMPRESARIAL ................................................................. 73
DIREITO PENAL ............................................................................. 79
PROCESSO PENAL .......................................................................... 88
DIREITO DO TRABALHO ................................................................. 99
PROCESSO DO TRABALHO ............................................................ 110
DIREITO ELEITORAL .................................................................... 119
DIREITO FINANCEIRO ................................................................. 121
DIREITO PREVIDENCIÁRIO ......................................................... 123

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
ÉTICA

DICA 01
DO MANDATO/PROCURAÇÃO
O mandato ou procuração é o meio pelo qual o cliente confere poderes ao advogado para
representá-lo judicial ou extrajudicialmente.

nome e qualificação do
outorgante;

nome e qualificação do outorgado;


A PROCURAÇÃO
deve conter:
poderes conferidos;

data e assinatura dos


outorgantes.

DICA 02
TIPOS DE MANDATO

Instrumento Público: reconhecimento de firma.

Instrumento Particular: dispensa o reconhecimento de firma.

Atuação Sem Procuração: No caso de urgência, o advogado poderá atuar SEM


procuração, desde que apresente em 15 dias, prorrogável por igual período.
DICA 03
SOBRE OS RISCOS DO MANDATO
O advogado deve informar o cliente sobre:
Os riscos da sua pretensão;
As consequências da demanda.
Tal ciência de advogado para cliente deverá ser de modo claro e inequívoco.
DICA 04
DO INÍCIO E TÉRMINO DO MANDADO

INÍCIO: TÉRMINO:

constituição advogado e cliente; trânsito em julgado da causa;

nomeação AD HOC (nomeação de um arquivamento da causa;


advogado temporário)
renúncia, revogação ou substabelecimento

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 05
RENÚNCIA DO MANDATO
A RENÚNCIA do mandato poderá ocorrer:

Podendo ocorrer por quebra de confiança ou por vontade do advogado;

É ato unilateral e privativo do advogado,

Pode ser realizado sem menção da motivação;


A renúncia não exclui responsabilidade por danos causados a clientes/terceiros.

ATENÇÃO!!

Mesmo após renúncia, o advogado deverá permanecer no processo pelo prazo de 10


dias, salvo outro patrono seja constituído nos autos antes.

DICA 06
DA REVOGAÇÃO DO MANDATO
A REVOGAÇÃO do mandato poderá ocorrer:

podendo ocorrer por quebra de confiança ou por vontade do cliente;

Não desobriga o cliente, ao pagamento das custas e verbas proporcionais aos


honorários do advogado, sendo contratuais ou sucumbenciais;

É ato unilateral e privativo do cliente;


No ato de revogação, deverá constituir novo patrono.
DICA 07
DO SUBSTABELECIMENTO
Transferência de poderes de um advogado constituído para outro.

Ato pessoal do advogado, sendo:

SEM reserva de poderes ato pessoal do advogado


exige o conhecimento prévio e
inequívoco do cliente.

COM reserva de poderes. os honorários devem ser ajustados


antecipadamente entre os advogados.

DICA 08
PONTOS IMPORTANTES
O advogado deve guardar segredo profissional ao postular contra ex-cliente ou
empregador em nome de terceiros;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Na situação descrita anteriormente, o advogado deve aguardar o prazo de 02 anos da
rescisão contratual ou demissão para postulação;
Fica proibido (defeso) ao advogado funcionar como preposto e advogado, simultaneamente
no mesmo processo.
DICA 09
DA PUBLICIDADE

Fundamento legal: Art. 39 A 47-A CED; Art. 5º e 7º EAOAB


A publicidade tem caráter informativo, por isso, preza pela descrição e sobriedade.

é vedado captação de clientela e mercantilização da profissão.

a publicidade, será informativa, discreta e sóbria.


DICA 10
VEDAÇÕES AO ADVOGADO QUANTO AOS MEIOS DE PUBLICIDADE

Cinema, rádio, televisão;

Outdoors, painéis luminosos, formas semelhantes;

Inscrições em qualquer espaço público;

Divulgação da advocacia com outras atividades;

Fornecimento de dados de contato (telefone, endereço), em colunas ou artigo


literários entre outros, publicados na imprensa;

Permitido apenas a referência de e-mail, quando participação em programas de rádio


ou televisão

Mala direta, distribuição de panfletos como forma de captação de clientela.

Inclusão de fotografias pessoais/terceiros em cartões

Menção a cargo, emprego, função em cartão ou material de escritório, salvo o de


professor universitário.

DICA 11
VEDAÇÕES AO ADVOGADO
É vedado ao advogado:
Responder com habitualidade, sobre matérias jurídicas em meios de comunicação;
Debater, em meios de comunicação, causas sob patrocínio de outro patrono.
Abordar tema que podem comprometer a profissão e a classe.
Divulgação de listas de clientelas e demandas.
Insinuar-se para reportagens e declaração públicas.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 12
PUBLICIDADE
Para identificação do escritório, é permitido a “utilização de placas, painéis luminosos, e
inscrições em suas fachadas”.
Telefonia e Internet podem ser utilizadas, desde que não configurem captação de
clientela.
Nos cartões e materiais do escritório, poderá constar:

Nome do advogado;

Nome social ou da sociedade;

Número da inscrição da OAB.

DICA 13
DA APLICAÇÃO DO TAC NA PUBLICIDADE

O novo dispositivo Artigo 47-A e parágrafo único, do CED, traz a possibilidade de


aplicação do TAC quando:
Houver publicidade irregular praticadas por advogados e estagiários;
Será admitida em âmbito de Conselho Seccional e Federal;
Será regulamentada mediante provimento do Conselho Federal.
→ O TAC é um termo de ajustamento de conduta possibilitado ao advogado.
DICA 14
PUBLICIDADE
Ainda sobre matéria de publicidade, o advogado:
não deve fornecer dados de contato, como endereço, telefone;
não responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica.

Vejamos como esse assunto foi tratado em prova:

QUESTÃO ADAPTADA.
Luiz Felipe, advogado, mantém uma coluna semanal em portal na internet destinado ao
público jurídico. Para que a conduta de Luiz Felipe esteja de acordo com as normas
relativas à publicidade da profissão de advogado, ele poderá:
c) responder à consulta sobre matéria jurídica de forma esporádica.
Gabarito: A alternativa “c” está correta – fundamentada no Art. 42, I do CED.
Comentário: Luiz Felipe, não poderá participar de forma HABITUAL da coluna em portal
da internet em que participa.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 15
DA INCOMPATIBILIDADE E DO IMPEDIMENTO

Fundamento legal: Art. 27 A 30 EAOAB.

INCOMPATIBILIDADE IMPEDIMENTO

ARTIGO 28 ARTIGO 30
EAOAB EAOAB

PROIBIÇÃO PROIBIÇÃO
TOTAL PARCIAL

DICA 16
DA INCOMPATIBILIDADE
As causas de incompatibilidade estão descritas nos incisos de i a viii do artigo 28
EAOAB, sendo:

CHEFE DO PODER EXECUTIVO (INCLUINDO OS VICES)


Ex.: Prefeito.

MEMBROS DA MESA e seus substitutos legais – PODER LEGISLATIVO


Ex.: SENADORES, DEPUTADOS

Membros e ÓRGÃOS PODER JUDICIÁRIO (ATENÇÃO! Exceção DICA 18)


Ex.: JUIZ

Membros do Ministério Público


Ex.: PROMOTOR

Todos os que exercem função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da


Administração Pública direta e indireta.

Aqueles que ocupam cargo/ funções de direção em setor público, nas fundações
concessionárias de serviço público.

Funcionários Públicos no Poder Judiciário.

Ex.: ESCREVENTE

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 17
ATIVIDADES INCOMPATÍVEIS COM A ADVOCACIA
São atividades incompatíveis com a advocacia:
Atividade Policial – cargo ou função vinculados e de qualquer natureza;
Militares;
Ocupantes de cargos e funções ligados a contribuição parafiscal e lançamento de tributos;
diretor ou gerente de instituições financeiras, ainda que privada.

Ex.: bancos.
MACETE! Cargos e funções de direção e gerência serão incompatíveis.
É importante que o candidato, se possível, fala uma leitura dos incisos indicados acima,
pois este é um TEMA DE ALTA INCIDÊNCIA NA OAB.

IMPORTANTE!

Atualização Lei nº 14.365/22:


As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do caput do
artigo (OCUPANTES DE CARGOS OU FUNÇÕES VINCULADOS DIRETA OU
INDIRETAMENTE A ATIVIDADE POLICIAL DE QUALQUER NATUREZA E MILITARES DE
QUALQUER NATUREZA, NA ATIVA) não se aplicam ao exercício da advocacia em causa
própria, estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que
mediante inscrição especial na OAB, vedada a participação em sociedade de
advogados.

DICA 18
EXCEÇÕES DAS INCOMPATIBILIDADES
A exceção aos membros do poder judiciário, será o cargo do juiz eleitoral, onde o
advogado, poderá exercer a advocacia e a função de juiz eleitoral, tendo a limitação em
atuar junto a justiça eleitoral, podendo atuar em outros órgãos.
Aos militares, aplica-se àqueles que estão na ativa, sendo marinha, exército e aeronáutica.

ATENÇÃO!

Médicos e dentista legistas, são considerados polícia direta.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
FILOSOFIA DO DIREITO
DICA 19
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL – JEAN – JACQUES ROUSSEAU
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) – O pensador suíço é o famoso autor do famoso
livro “O contrato social”, onde discute a origem da sociedade, descreve o estado de
natureza e polemiza o estado cívico. É dele a frase: “O homem nasce bom, a sociedade
o corrompe.” É importante que você saiba que ao falarmos de Rousseau estamos falando
também do movimento iluminista, pois era defensor de suas ideias.
Lembrando: Rousseau, Hobbes e Locke são contratualistas, ou seja, para eles o
Estado em si, quando se celebra um “contrato social”, aonde as pessoas abrem mão de
certa liberdade em troca de segurança, saindo assim do estado de natureza para o estado
social. Mas, diferenciando-o de outros, para Rousseau o processo de contrato social não foi
justo, já que as pessoas trocaram sua liberdade por uma servidão, e não por uma proteção
(segurança) legitima. Logo, Rousseau tem este tom mais crítico ao contrato social que os
demais autores.
DICA 20
JOHN STUART MILL
Aluno de Bentham, sendo um defensor do princípio da liberdade, onde o indivíduo não
deve explicações à sociedade, desde que suas ações não causem danos. As ideias de Mill
são mais voltadas à busca da felicidade, mas sem fazer ao próximo, sendo assim a versão
mais “suave” do utilitarismo do Jeremy Bentham. Ou seja, buscar os prazeres certos e opor-
se à dor. E mais: Ele tinha uma escala de prazeres, sendo alguns vistos como ruins, e estes
prazeres ruins seriam os que causam mal à outra pessoa.

Para Mill → Utilidade = felicidade


DICA DE OURO: Se a questão falou em utilitarismo, muito provavelmente ela estará
abordando algo relacionado ao John Stuart Mill.
DICA 21
MONTESQUIEU
Autor de "Espírito das Leis", o pensador francês tinha visões mais alinhadas ao
pensamento de Locke, mesmo sendo nobre, enxergava a decadência da monarquia, e
tinha uma preocupação em fazer a mudança do governo de forma mais ponderada. Vem
deste filósofo a ideia de separação dos poderes. Lembrando que a separação dos poderes
foi trabalhada de forma mais incisiva pelos Federalistas.
Visionário, Montesquieu já previa um possível conflito entre a nobreza e o povo.
Conflito este que eclodiu na Revolução Francesa. Montesquieu concebeu o Poder
Judiciário, Ele via a divisão de poderes como algo necessário, parasse manter o equilíbrio.
DICA 22
TEORIA DE IMMANUEL KANT
Immanuel Kant (1724-1804) é um dos maiores representantes da filosofia do século XVIII,
fundou o criticismo filosófico. O pensamento do filósofo Immanuel Kant teve grande
influência na limitação entre moral e direito. Logo, para Kant os seres humanos são
livres, mas para ele também a liberdade em si não é fazer o que se deseja (como os
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

10

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
utilitaristas), uma vez que fazer o que se deseja torna o ser humano escravo de suas
vontades. Ou seja, para Kant o homem deve fazer o que é certo, não pelo medo da
consequência, mas sim pela razão correta de uma ação.
Sua obra mais conhecida é “Crítica da Razão Pura”, mas também há outras obras, como por
exemplo “A Metafísica dos Costumes”, “A Fundamentação da Metafísica dos Costumes”
entre outros.
DICA 23
TEORIA DE HUGO GRÓCIO
O holandês Hugo Grócio nasceu em 1583, em uma cidade bem comercial. Muitos o
consideram o pai do Direito Internacional. Era um defensor do jusnaturalismo, porém
para ele o direito natural nasce na natureza humana racional. É de suma importância
que você saiba que foi nesta época que houve uma espécie de separação da teologia da
ética. Protestante, Grócio tinha uma preocupação com conflitos religiosos, tanto com os
conflitos entre católicos e protestantes quanto com os conflitos entre os protestantes
(arminianos X calvinistas). Ou seja, ele traz um sistema de justiça, direito natural e ética
baseado na razão, sem interferências de cunho religioso. Suas ideias fazem parte do
chamado jusnaturalismo racional.
Mas por qual motivo ele é considerado como pai do Direito internacional?
Simples, na visão do pensador Grócio, ele discorre sobre uma sociedade internacional, que
tivesse regras de convivência pacificas, com base no concesso, algo muito parecido com o
que vemos hoje nas Nações Unidas.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

11

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 24
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS - HABEAS CORPUS
ATENÇÃO!

HABEAS CORPUS:
sua principal finalidade é a proteção à liberdade de locomoção
contra abuso de poder e ilegalidades; ao passo que sua principal característica é a
informalidade.

Preventivo: não é necessária a efetiva lesão, mas apenas a ameaça à lesão ao direito
de locomoção do indivíduo.

Repressivo: já houve a lesão ao direito do indivíduo, logo a medida é utilizada para


reprimir a ofensa e cessá-la.

Suspensivo: o pedido será um contramando da prisão, pois será cabível quando a


ordem de prisão tenha sido expedida, mas ainda não cumprida.

Não é cabível em caso de punições militares disciplinares, salvo para discutir a


legalidade da medida ou a competência da autoridade responsável pela expedição da
ordem.

DICA 25
MANDADO DE SEGURANÇA E HABEAS DATA

MANDADO DE SEGURANÇA:
tem por objetivo resguardar direito líquido e certo
contra abuso de poder ou ilegalidade praticado por autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Caráter subsidiário, uma vez que será utilizado quando não couber impetração de
habeas corpus ou habeas data.

Direito líquido e certo é aquele que possui prova documental pré-constituída.

MS COLETIVO: poderá ser impetrado por partido político com representação no


Congresso; entidade de classe, organização sindical ou associação constituída a mais de
1 ano e com pertinência temática.

HABEAS DATA:
será concedido habeas data com o objetivo de assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; ou
ainda para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo ou processo sigiloso,
judicial ou administrativo.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

12

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

NÃO pode ser impetrada em favor de terceiro, apenas em prol do próprio impetrante.

Só pode ser impetrado após o esgotamento da via administrativa: a inicial deverá


ser proposta acompanhada da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais
de 10 dias sem decisão.

DICA 26
MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO POPULAR

MANDADO DE INJUNÇÃO
cabível em caso de omissão total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, ex. art. 37, VII, CF/88.

AÇÃO POPULAR:
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.

Objetivo: tutela do patrimônio público ou entidade de que o Estado participe;


moralidade administrativa; o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural.

Isenção de custas judiciais e sucumbenciais, salvo em caso de litigância de má-


fé, e é necessária assistência de advogado.

Não é necessário a ocorrência de efetivo dano patrimonial para que a ação seja
proposta; isto é; a lesão à moralidade não pressupõe a lesão material.

DICA 27
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Sabemos que, em matéria de Direito Constitucional, o tema de remédios constitucionais é
muito importante! Por isso, fizemos essa tabela para você, com a finalidade de cada
remédio, bem como sua gratuidade ou não! Vejamos:

REMÉDIO FINALIDADE GRATUIDAD ADVOGADO


E

HABEAS CORPUS Liberdade de locomoção SIM NÃO

HABEAS DATA Direito de informação pessoal SIM SIM


e retificação.

MANDADO DE Proteger direito líquido e certo, NÃO SIM


SEGURANÇA não amparado por HC ou HD.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

13

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

MANDADO DE Sanar omissões legislativas NÃO SIM


INJUNÇÃO

AÇÃO POPULAR ANULAR ATO LESIVO SIM SIM

DICA 28
NACIONALIDADE
A Constituição Federal, em seu Art. 12, §2º, proíbe diferenciação entre brasileiros natos e
naturalizados.

Contudo, alguns cargos públicos são privativos a brasileiros natos:

Presidente e Vice-Presidente da República;

Presidente da Câmara dos Deputados;

Presidente do Senado Federal;

Ministro do Supremo Tribunal Federal;

Carreira diplomática;

Oficial das Forças Armadas;

Ministro de Estado da Defesa.

ATENÇÃO!

Nota-se que o brasileiro naturalizado pode ocupar o cargo de deputado ou


senador, o que não pode é ser presidente dessas Casas.

Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos privativos de brasileiro nato,


já que eles recebem o tratamento de brasileiro naturalizado.

DICA 29
DIREITOS POLÍTICOS
São direitos que asseguram a soberania popular, através do alistamento eleitoral, o qual
garante o exercício da cidadania.

Direitos Políticos Negativos: traduzem os impedimentos e as causas de


inelegibilidade, sejam a impossibilidade de participar das eleições ou privação dos direitos
políticos.

Direitos Políticos Positivos: possibilidade das pessoas de votarem ou serem votadas,


traduzido no conhecido direito de sufrágio.

Soberania Popular: plebiscito é a consulta do povo em um momento prévio à


elaboração da lei, já o referendo é a consulta que ocorre após a elaboração de lei.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

14

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 30
DIREITOS POLÍTICOS
Sobre o tema dos direitos políticos, tem sido cobrado em provas de concursos apenas a
literalidade dos dispositivos legais dos arts. 14 a 16, da CF.

DIREITO DE VOTAR

VOTO OBRIGATÓRIO VOTO FACULTATIVO VOTO PROIBIDO

Maiores de 18 anos e Maior de 16 anos e Menor de 16 anos;


menor de 70 anos. menor de 18 anos;

Maior de 70 anos; Militar conscrito

Analfabetos Estrangeiros

DICA 31
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
Os direitos políticos positivos permitem a participação do indivíduo no processo eleitoral
e na vida política do Estado.

Os direitos políticos positivos subdividem-se em:

Direito do sufrágio (é o direito de votar e ser votado);

Alistabilidade (capacidade eleitoral ativa – votar);

Elegibilidade (capacidade eleitoral passiva – ser votado);


O voto é a forma pela qual se exerce o sufrágio. Atualmente o sufrágio é universal, ou
seja, não há restrições quanto ao exercício do voto. Ao contrário do sufrágio restritivo, que
condicionava o voto, por exemplo, a características econômicas.
A alistabilidade são as condições para o exercício do direito de voto, sendo
considerados inalistáveis os conscritos (quem está prestando o serviço militar obrigatório)
e os estrangeiros.
A elegibilidade corresponde a capacidade de ser votado, cujos requisitos estão
elencados no art. 14, §3º, da CF (leitura obrigatória).

ATENÇÃO!

Para as idades mínimas para concorrer a cargos eletivos:


35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; e
18 anos para Vereador.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

15

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 32
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
Os direitos políticos negativos referem-se às inelegibilidades, condições específicas que
impedem o registro da candidatura.

A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa:

A Inelegibilidade absoluta se refere à condição da pessoa e aplica-se apenas para os


analfabetos e inalistáveis (estrangeiros e conscritos).

A inelegibilidade relativa está relacionada ao cargo ocupado.

São hipóteses:

Relacionada ao cargo de Chefe do Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) –


apenas poderão ser reeleitos para um único período subsequente;

Relacionadas a outros cargos – aplica-se apenas para os cargos de Chefe do Executivo,


pois se quiserem concorrer a outros cargos eletivos, terão que se desincompatibilizar 6
meses antes da eleição.

Relacionados a cargos não eletivos: os militares deverão cumprir os requisitos do art.


14, §8º, da CF; aos juízes e membros do Ministério Público são vedadas a dedicação a
atividades político-partidárias.

Relacionadas ao parentesco – São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o


cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição (art. 14, §7º, da CF)

Lei complementar poderá estabelecer outras hipóteses de inelegibilidade.


DICA 33
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
A desincompatibilização significa a condição para que os Chefes do Executivo
concorram a outros cargos eletivos.
“Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito” (art. 14, §6º, da CF).
Suponha que o Governador do Estado A manifeste o interesse de não concorrer à reeleição
e queria disputar as próximas eleições para o cargo de Senador. Dessa forma, para que o
Governador posse concorrer a uma das vagas ao Senado, precisa renunciar ao seu
mandato como Governador até 6 meses antes do pleito (eleição).
Caso não renuncie o mandado, haverá uma causa de inelegibilidade relativa, que o
impedirá de disputar as eleições ao Senado Federal.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

16

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 34
INELEGIBILIDADE EM RAZÃO DO PARENTESCO
Essa espécie de inelegibilidade relativa, quanto ao parentesco, também somente se aplica
aos cargos de Chefe do Executivo.
Dispõe o art. 14, §7º, da CF que “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo
se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
Suponha que o filho do Governador do estado A queira concorrer às próximas eleições para
o cargo de deputado estadual do estado A. Caso o Governador esteja exercendo o seu
mandato, o filho do Governador não poderá se candidatar ao cargo de deputado estadual
daquele mesmo estado.
Exceções:
Se o filho do governador do estado A se candidatar para deputado estadual ou qualquer
outro cargo em outro estado, não haverá inelegibilidade;
Se o filho do governador já exercia o cargo político de deputado estadual no estado A,
não haverá inelegibilidade se ele se candidatar à reeleição, mesmo que o governador seja
seu pai;
Por fim, se o Governador renunciar ao mandato 6 meses antes do pleito, o seu filho
poderá se candidatar a cargo eletivo no mesmo estado.
DICA 35
MILITARES
Os militares conscritos são inalistáveis e, por consequência, são inelegíveis de forma
absoluta.

Os militares alistáveis, que não estão conscritos, são elegíveis, atendidas as seguintes
condições:

Militar com menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

Militar com mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e,
se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
DICA 36
PERDA, SUSPENSÃO E ANTERIORIDADE DA LEI ELEITORAL
É vedada a cassação dos direitos políticos, contudo é possível a perda ou suspensão
(art. 15, da CF).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

17

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

PERDA SUSPENSÃO

Cancelamento da naturalização por Incapacidade civil absoluta;


sentença transitada em julgado;

Recusa de cumprir obrigação a todos Condenação criminal transitada em


imposta ou prestação alternativa, nos julgado, enquanto durarem seus efeitos;
termos do art. 5º, VIII (neste caso, há
divergência da doutrina, mas a doutrina
majoritária de direito constitucional aponta
como PERDA).

Perda da nacionalidade brasileira em Improbidade administrativa, nos termos


virtude de aquisição de outra (construção do art. 37, § 4º.
da doutrina e jurisprudência).

FIQUE ATENTO (A)! A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 ano da data de sua
vigência.

OAB 2022 - EXAME XXXIV


Faltando um ano e meio para a eleição dos cargos políticos federais e estaduais, é
promulgada pelo Presidente da República uma lei que estabelece diversas alterações no
processo eleitoral. Alguns partidos políticos se insurgem, alegando ser inconstitucional que
essa lei produza efeitos já na próxima eleição. Afirmam que uma nova lei eleitoral não
pode ser aplicada na eleição imediata, pois isso contrariaria o princípio da anterioridade.
No que tange à discussão referida, a possibilidade de a referida lei produzir efeitos já nas
próximas eleições é
(a) constitucional, já que o lapso temporal, entre a data de entrada em vigor da lei e a
data da realização da próxima eleição, não afronta a regra temporal imposta pela
Constituição Federal.
(b) inconstitucional, por violação expressa ao princípio da anterioridade da legislação
eleitoral, nos limites que a Constituição Federal de 1988 a ele concedeu.
(c) inconstitucional, porque qualquer alteração do processo eleitoral somente poderia vir
a ocorrer por via do poder constituinte derivado reformador.
(d) constitucional, pois a Constituição Federal não impõe ao legislador qualquer limite
temporal para a realização de alteração no processo eleitoral.
Gabarito: Letra A
Comentário: No caso da questão verifica-se que a lei foi promulgada 1 ano e meio antes
da eleição apresentada, de modo que a nova norma pode ser aplicada a eleição seguinte,
conforme previsão do art. 16 da Constituição Federal.
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

18

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 37
PARTIDOS POLÍTICOS - DISPOSIÇÕES GERAIS

A Constituição Federal dispõe sobre os partidos políticos no art. 17. Vejamos algumas
das regras mais importantes:
Vigora o Princípio da Liberdade de Organização Partidária, pois é livre a criação, fusão,
incorporação e extinção de partidos políticos.
Essa liberdade, contudo, é mitigada. Devem ser respeitadas a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana.
Não confundir o Pluripartidarismo, com o Fundamento da República (art. 1º, da CF)
Pluralismo Político.

Além disso devem ser observados os seguintes preceitos:

caráter nacional;

proibição de recebimento de recursos financeiros estrangeiros;

prestação de contas à Justiça Eleitoral;

funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.


Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e a sua existência legal
ocorre com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
Na CF há disposição expressa de que os partidos políticos deverão registrar seus estatutos
no Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

ATENÇÃO!

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos atos


constitutivos no registro de pessoas jurídicas. NÃO é o registro do estatuto no TSE
que dá personalidade jurídica aos partidos políticos.
O ato do TSE que analisa o pedido de registro partidário não tem caráter
jurisdicional, mas tem natureza meramente administrativa.

Dispõe ainda o art. 17, §5º, da CF - Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para
fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio
e de televisão.

JURISPRUDÊNCIA

INAPLICABILIDADE da regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao


sistema eleitoral majoritário. As características do sistema proporcional, com sua
ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante para
garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam
minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

19

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. O sistema majoritário,
adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica
e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema
majoritário, com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do
mandato, no caso de mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a
soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único; e art. 14, caput). [ADI 5.081, rel. min.
Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015.]

DICA 38
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO - ADMINISTRATIVA
A República Federativa do Brasil compreende a União, Estados, DF e Municípios.
A CF adotou o que a doutrina denomina de Federalismo de 3º GRAU, pois além das
esferas Federal e Estadual, reconheceu os Municípios como integrantes da Federação.
A União, estados, DF e Municípios são autônomos, o que significa que são dotados de
autoadministração, auto-organização e autogoverno.

Vejamos:

Auto-organização corresponde a capacidade de o estado se organizar conforme a


edição da Constituição estadual e das leis estaduais.

Autogoverno está configurado na existência dos três poderes: Poder Executivo


(Governador), Poder Legislativo (Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa no DF) e
Poder Judiciário (Justiça Estadual).

Autoadministração, que é o exercício de competências administrativas,


legislativas e tributárias. Corresponde ao desenvolvimento da auto-organização e do
autogoverno.
DICA 39
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
A repartição de competências corresponde ao papel que cada ente federativo (União,
estados, DF e municípios) exercerá.
No Brasil foi utilizado o critério da predominância de interesses, para a repartição das
competências.
Em caso de interesse geral, a competência será da União. Os interesses regionais são
de competência dos Estados. Os municípios têm competência para matérias de interesse
local.
O Distrito Federal acumula as competências Estaduais e Municipais.
DICA BÔNUS
COMPETÊNCIAS

As competências podem ser divididas em:

Exclusiva: é atribuída a apenas um ente, mas não admite delegação.

Privativa: é atribuída a apenas um ente, mas admite delegação.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

20

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Comum: são as competências administrativas, é comum a todos os entes da
federação.

Concorrente: são competências legislativas, mais de um ente pode tratar do assunto.


Os municípios estão excluídos desta competência.
DICA BÔNUS
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA - COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
As competências exclusivas são enumeradas no art. 21, da CF.

Essas competências, em sua maioria, têm relação com a República Federativa do


Brasil, Vejamos:

Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

Declarar a guerra e celebrar a paz;

Assegurar a defesa nacional;

Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

Emitir moeda;

Administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,


especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de
previdência privada;

Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social;

Sobre a predominância do interesse, observam-se as seguintes competências:

Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de


telecomunicações;

Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: radiodifusão


sonora, e de sons e imagens; os serviços e instalações de energia elétrica e o
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

21

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
aproveitamento energético dos cursos de água; a navegação aérea, aeroespacial e a
infraestrutura aeroportuária; os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre
portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou
Território; os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros; os portos marítimos, fluviais e lacustres;

Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos


Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

Organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal
para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

Conceder anistia;

Explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer


monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os
seguintes princípios e condições:

toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos
e mediante aprovação do Congresso Nacional;

sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de


radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de


radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

FIQUE ATENTO (A)


ATUALIZAÇÃO: Tratamento de dados pessoais (Emenda Constitucional nº 115, de
2022)
Segundo o art. 21, XXVI, da CF, compete exclusivamente a União organizar e fiscalizar a
proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.
DICA BÔNUS
COMPETÊNCIA PRIVATIVA
A Competência privativa está relacionada a matéria legislativa.
Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial
e do trabalho;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

22

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Mnemônico: CAPACETE PM

C Civil

A Agrário

P Penal

A Aeronáutico

C Comercial

E Eleitoral

T Trabalho

E Espacial

P Processual

M Marítimo

Desapropriação;

Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

Serviço postal;

Diretrizes da política nacional de transportes;

Trânsito e transporte;

Populações indígenas;

Sistemas de consórcios e sorteios;

Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação,


mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros
militares;

Seguridade social;

Diretrizes e bases da educação nacional;

Registros públicos;

Atividades nucleares de qualquer natureza;

Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

Propaganda comercial.

Proteção e tratamento de dados pessoais (EC nº 115, de 2022)


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

23

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITOS HUMANOS
DICA 40
OUTROS INSTRUMENTOS
A base dos instrumentos normativos foi a DUDH (Declaração Universal de Direitos
Humanos) e os pactos internacionais, mas com o tempo outros foram desenvolvidos com
o objetivo de prevenção da discriminação ou a proteção de vulneráveis.
Por existir muitas convenções, mesmo que seja raro, pode ocorrer conflitos, devendo no
caso prevalecer a que melhor protege a dignidade da pessoa.

Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948): apresenta em


seu art.2º uma definição de genocídio.

Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial


(1965).

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres


(1979).

Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo.

Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e das


Instituições e Práticas Análogas à Escravatura (1956).

Estatuto de Roma: estabeleceu o Tribunal Penal Internacional (TPI), responsável pelo


julgamento de crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio e de agressão.

Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores


Migrantes e dos Membros das suas Famílias: foi assinado em 1990 e vigente desde 2003,
mas o Brasil não ratificou.

DICA 41
SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
A organização é realizada por camadas, busca uniformizar com as diretrizes gerais
que devem ser aplicadas em respeito à especificidade de cada um, mas estão todos
interconectados

Sistema Global: sistema ONU;

Sistemas Regionais:
Europa: Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1953).
Américas: Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1978).
África: Carta dos Direitos Humanos e dos Povos (1981) – Organização da Unidade
Africana.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

24

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Muçulmanos: Declaração do Cairo sobre Direitos Humanos no Islã promulgada pela
Organização para a Cooperação Islâmica (OCI).
Ásia: Carta Asiática dos Direitos Humanos (1986).

Sistemas Nacionais.
DICA 42
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA)
Criado em 1949, está sediada em Washington/EUA, possui 35 estados-membros, todos
os países das Américas e o Caribe (exceto: Guiana Francesa que integra o sistema
europeu).
Possui uma segurança coletiva, pois um ato contra a integridade ou inviolabilidade do
território ou contra soberania de um Estado, será considerada um ato de agressão contra
todos os demais Estados.
Visa também o desenvolvimento integral de seus membros, o que acaba interligando
os direitos de primeira e segunda dimensão.
DICA 43
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SAN JOSÉ DA
COSTA RICA)
Celebrada em San José, em 1969, é o principal instrumento do sistema Interamericano,
ratificada e promulgada pelo Brasil em 1992.

O Brasil ratificou e promulgou com reservas dos artigos 43 e 48, ou seja, precisa de
anuência do Brasil para a realização das visitas e inspeções.
O Direito à vida está previsto no artigo 4º da Convenção Americana, direito básico para
o exercício dos demais.
A Convenção não aboliu a pena de morte, apenas em 1990 por meio do protocolo
facultativo, onde os Estados podem apresentar reserva para aplicá-la, o Brasil utilizou a
reserva ao estabelecer que não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada.
O direito a integridade pessoal/proibição de tortura, está presente o art. 5º da
Convenção, seja qual for o ato ilícito cometido, todo indivíduo tem direito a tal
integridade.
Proibição da escravidão e da servidão/trabalho forçado, previsão do art.6º da Convenção,
o Brasil já foi chamado diversas vezes para responder por denúncias.
Direito à Liberdade Pessoal/Proibição da Prisão por Dívida (art.7º) refletiu na questão da
prisão do depositário infiel, inclusive gerou a súmula vinculante 25.

A Convenção estabeleceu também garantias processuais (art.8º), direito a


indenização (art. 10), liberdade de pensamento e de expressão/censura prévia (art.
13), direito de retificação ou resposta (art.14), direito de circulação e de residência
(art.22) e suspensão de garantias em período de ameaça ao Estado(art.27).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

25

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO INTERNACIONAL
DICA 44
INGRESSO E PERMANÊNCIA REGULAR NO BRASIL
O estrangeiro ao ingressar no Brasil deverá apresentar um dos documentos previstos
no art. 5º da Lei 13.445/2017, dentre eles o mais comum é o passaporte, mas cabe a
apresentação do laissez-passer, autorização de retorno e salvo-conduto.

A entrada e a permanência ocorrem por meio da obtenção do visto, que é um ato


discricionário do Estado. No Brasil existem cinco tipos de visto:

De Visita (entrada de curta duração e sem intenção de estabelecer residência, usado nos
casos de turismo, negócios, trânsito, atividades artísticas ou desportivas e outras hipóteses
definidas em regulamento);

Temporário (possui o intuito de estabelecer residência por tempo determinado, com a


finalidade de pesquisa, tratamento de saúde, estudo, trabalho, entre outros);

Diplomático (concedido a autoridade e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em


missão oficial de caráter transitório ou permanente);

Oficial (concedido a autoridade e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em


missão oficial de caráter transitório ou permanente);

De cortesia (personalidades e autoridades estrangeiras em viagem não oficial ao Brasil).

OBS: Existem outras possibilidades de admissão no Brasil sem vistos, como a


admissão excepcional (art. 40 da Lei nº 13.445/2017); residente fronteiriço (art. 23 e
25 da Lei nº 13.445/2017) e autorização de residência (art. 30 da Lei nº 13.445/2017).
DICA 45
ASILO, REFÚGIO E APÁTRIDAS
Devido ao grau de vulnerabilidade recebem um tratamento diferenciado, mais atenção por
conta da situação que se encontram.

O Asilo e o Refúgio são institutos de auxílio a indivíduos perseguidos seja em caráter


individual ou coletivo.

O ASILO POLÍTICO é um ato discricionário do Estado, é um dos princípios que regem


as relações internacionais no Brasil e garante a proteção à pessoa que se encontre
perseguida em um Estado, por suas crenças, opiniões e filiação partidária. A proteção pode
incluir força policial e ajuda financeira do Estado receptor.
O asilo não é concedido para quem tenha praticado um dos crimes do Estatuto de
Roma: crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio e crime de agressão.
O asilo pode ser diplomático (o requerente está em país estrangeiro e pede asilo à
embaixada brasileira) ou territorial (requerente está em território nacional).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

26

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
O REFÚGIO é mais geral, pode abranger situações de perigo a coletividade, possui
diretrizes definidas na Convenção das Nações Unidas dos Refugiados.
NÃO serão considerados como refugiados aqueles que praticaram crimes contra a paz,
crimes hediondos, crimes contra a humanidade, tráfico internacional de entorpecentes e
crimes comuns.

O Apátrida não possui uma nacionalidade, uma vez reconhecida é assegurado todos
os direitos atribuídos aos migrantes, bem como todos os direitos e garantias previstos na
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas e caso opte pela naturalização, esta será feita de
modo facilitado, dentro de um prazo de 30 dias.
DICA 46
RETIRADA DO ESTRANGEIROS DO BRASIL
A retirada pode correr por conta de irregularidades administrativas ou até mesmo pelo
cometimento de ilícitos penais.

A Repatriação (art. 49 da Lei n. 13.445/2017) ocorre quando o indivíduo é impedido


de ingressar no território brasileiro, ocorre a devolução ao país de origem. O ato de
repatriação deve ser fundamentado e imediatamente comunicado a empresa transportadora
e a autoridade consular.
A repatriação não será aplicada para a pessoa em situação de refúgio ou de apátrida,
menor de 18 anos desacompanhado ou separado de sua família (exceto: casos em que
se demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua família
de origem) e quem necessite de acolhimento humanitário.

A Deportação (art. 50 da Lei n. 13.445/2017) é a retirada compulsória da pessoa que


se encontre em situação migratória irregular no território nacional. Será precedida de
notificação pessoal ao deportando, da qual constem, expressamente, as irregularidades
verificadas e prazo para a regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser
prorrogado, por igual período.

A Expulsão é o afastamento compulsório, retirada compulsória do território nacional


instaurada por meio de Inquérito Policial de Expulsão, conjugada com impedimento de
reingresso por prazo determinado.

A Extradição é a medida de afastamento compulsório mais complexa, parte da


solicitação de outro Estado, sendo deferida em nome da cooperação entre os Estados, o
art. 81 da Lei n. 13.445/2017 define extradição.
Ocorre da cooperação, somente entre Estados soberanos, pode ser ativa, passiva,
instrutória ou executória, apenas para ilícito penal e será requerida por via diplomática ou
pelas autoridades centrais designadas.
DICA 47
CONCESSÃO DA EXTRADIÇÃO

Ocorre a partir de um juízo de deliberação, uma análise apenas dos requisitos formais.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

27

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

NÃO será concedida quando:

o indivíduo for brasileiro nato (no momento do cometimento do ato);

o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;

o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao
extraditando; a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos;

o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou


absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido (vedação ao bis in
idem);

a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado


requerente; DUPLA PUNIBILIDADE (PRESCRIÇÃO);

o fato constituir crime político ou de opinião (o crime pode deixar de ser considerado
político ou de opinião quando da apreciação do STF, na forma do art. 82, § 4º, da Lei n.
13.445/2017);

o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo


de exceção;

o extraditando for beneficiário de refúgio ou de asilo territorial.

São condições para a concessão, o crime cometido no território do Estado


requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado e estar o
extraditando respondendo a processo investigatório ou a processo penal ou ter sido
condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de liberdade.
Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo
fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.
No caso de crimes diversos, terá preferência, Estado requerente em cujo território
tenha sido cometido o crime mais grave; sendo a gravidade idêntica, o Estado que
primeiro entregar o extraditando e se forem pedidos simultâneos, o Estado de origem, ou,
e sua falta, o domiciliar do extraditando.
DICA 48
DEPORTAÇÃO
A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que é a RETIRADA
COMPULSÓRIA de pessoa que se encontre em SITUAÇÃO MIGRATÓRIA IRREGULAR
em território nacional.
SOBRE A NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO DEPORTADO: A deportação será precedida de
notificação pessoal ao deportando, onde deve constar de forma expressa, as irregularidades
observadas e prazo para a regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

28

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
prorrogado, por igual período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a
pessoa manter atualizadas suas informações domiciliares.
DICA BÔNUS
DIREITO DAS PESSOAS REFUGIADAS E IMIGRANTES

CONCEITOS IMPORTANTES:
IMIGRANTE: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se
estabelece temporária ou definitivamente no Brasil;
EMIGRANTE: brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior;
RESIDENTE FRONTEIRIÇO: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva
a sua residência habitual em município fronteiriço de país vizinho;
VISITANTE: pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas
de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no
território nacional;
APÁTRIDA: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado,
segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de
1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida
pelo Estado brasileiro.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

29

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 49
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
Normatizada nos artigos 134 E 135 do CTN, se trata da responsabilidade específica dos
terceiros que, nos casos de impossibilidade de exigência do contribuinte irão responder
pelos atos que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, pelos respectivos
tributos, conforme podemos estudar no art. 134 do CTN.
A responsabilidade passa a ser pessoal do terceiro se ele fizer a atuação de maneira
excessiva com infração a lei, contratos ou estatuto social, conforme podemos estudar
também no art. 135 do CTN.
DICA 50
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
No caso da substituição tributária, quando o fato gerador não ocorre, o responsável tem
direito a restituição preferencial e imediata.

Ex.: A (indústria) vende automóvel para B (comerciante) por 30.000 reais. “A” terá que
antecipar os tributos dessa transação, e os que incidem na transação de B ao consumidor,
ficando com um déficit de caixa (pois B e C somente lhe pagam depois de ocorrido o FG).
Não ocorrendo a venda do carro, ela terá direito à restituição.
Ademais, quando o fato gerador se realiza com valores diferentes dos “estimados” pelo
ente tributante, é devida a restituição ou complementação do tributo. STF no RE
10979998 (hipótese complementação), na ADI 2675 e ADI 2777, concluiu que se trata de
presunção relativa, assim, se o bem for vendido a valor menor/maior deve o contribuinte
ser ressarcido/complementar.
DICA 51
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
A responsabilidade por transferência (derivada ou de 2º grau) ocorre quando há uma
obrigação do devedor (responsável ou contribuinte) que é deslocada a outra pessoa em
razão de algum evento (inovação subjetiva).
Responsabilidade do responsável é subsidiária, supletiva, pessoal ou solidária a
obrigação do contribuinte. Contribuinte pratica o fato gerador e continua no polo passivo.
Porém, ocorre outro fato/situação (previsto em lei) irão transferir responsabilidade para
outra pessoa, de forma subsidiária, solidária ou integral.
DICA 52
MANDADO DE SEGURANÇA NO DIREITO TRIBUTÁRIO: FOCO NO DEPÓSITO
Muitos advogados recomendam que se faça, com base no art. 151, inciso II, do Código
Tributário Nacional, o depósito do valor que o Fisco tem por objetivo receber e ele,
contribuinte, se mostra indevido.
IMPORTANTE: Esse depósito não é obrigatório, sendo sua exigência facultada ao juiz, “com
o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica”.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

30

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 53
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - II

O imposto de importação é de competência da UNIÃO, e é um imposto sobre a


importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território
nacional. Lembrando que o Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos
em lei, mudar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, com o intuito de ajustá-lo
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
DICA 54
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – II: RESTITUIÇÃO

Concede-se a chamada restituição do imposto, na forma do regulamento:


quando apurado excesso no pagamento, decorrente de erro de cálculo ou de aplicação
de alíquota;
quando houver dano ou avaria, perda ou extravio.
DICA 55
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – II: CONTRIBUINTE DO IMPOSTO

É contribuinte do imposto:

o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria


estrangeira no Território Nacional;
o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo
remetente;
o adquirente de mercadoria entrepostada.
DICA 56
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – II: RESPONSÁVEL PELO IMPOSTO

São responsáveis pelo imposto:


o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle
aduaneiro, inclusive em percurso interno.
o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria
sob controle aduaneiro.
DICA 57
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO – IE
O Imposto sobre a Exportação é um imposto de competência da União, sobre a exportação,
para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída
destes do território nacional.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

31

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Já a sua base de cálculo do imposto é a seguinte:

quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;

quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
Por fim, o IE é um IMPOSTO FEDERAL cuja hipótese de incidência enuncia a “exportação,
para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.”
DICA 58
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO – IE: FUNÇÃO E FATO GERADOR
A função do Imposto de Exportação é extrafiscal pois se trata de um imposto dirigido à
política econômica e comércio internacional , sendo que sua receita líquida destina-se à
formação de reservas monetárias, conforme normatizado o art. 28 do CTN .
A extrafiscalidade se opera quando o tributo é utilizado com outras finalidades que vão
além da arrecadação.
Já no que diz respeito ao fato gerador do Imposto sobre Exportação, este fato é a saída de
produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional, considerando-se como tal o
momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente (art. 1º do
Decreto-lei n. 1.578/77).
DICA 59
IMPOSTO DE RENDA- CONTRIBUINTES
São contribuintes do Imposto de Renda todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a
acréscimo patrimonial. Nesse sentido, normatiza o art. 45 do CTN:
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43,
sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens
produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis
a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
DICA 60
IMPOSTO DE RENDA- CONTRIBUINTES
Mas há uma distinção no que diz respeito às pessoas jurídicas e pessoas físicas?

PESSOA FÍSICA: Na tributação de pessoas físicas, a lei elegeu a disponibilidade


econômica como fato gerador e não a jurídica. Para que o trabalhador pague IR sobre
salário, não basta ter trabalhado e a ele ter direito, é necessário efetivamente ter recebido.
Seria absurdo, por exemplo, o trabalhador não receber e ainda pagar IR.

PESSOA JURÍDICA: Não é preciso que uma empresa receba o preço de uma venda para
que seu valor integre a renda tributável. Neste caso, não houve ainda a disponibilidade
econômica, mas ele já conta com a disponibilidade jurídica. Pagará o IR, mesmo que o
comprado fosse inadimplente, sendo necessário para se evitar fraudes.
OBS.: Valores recebidos à título de indenização não sofrem incidência do Imposto de
Renda. Exemplo: Férias remuneradas, 1/3 de férias, indenização por danos morais e etc.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

32

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 61
IMPOSTO DE RENDA E PATRIMÔNIO
Patrimônio o conjunto de direitos e obrigações de titularidade de uma pessoa, formado pelos
seus direitos reais (por exemplo: propriedade), direitos pessoais (por exemplo: os direitos
de crédito) e os direitos intelectuais (por exemplo: direito autoral, de imagem). Sobre o
imposto de renda e ações: O STJ manteve o imposto de renda sobre vendas de ações por
herdeiros, negando assim a isenção de imposto de renda a herdeiros sobre ganhos obtidos
em vendas de ações do titular.
DICA 62
IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - BENEFÍCIO DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR - NÃO OPTANTE PELA TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA

ISENÇÃO E NÃO INCIDÊNCIA: São isentos os valores recebidos a título de


complementação de aposentadoria motivada por acidente em serviço e recebidos
pelos portadores de doença grave especificadas em Lei, com base em laudo pericial emitido
por serviço médico oficial da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão ou aposentadoria.
Fica desobrigada da retenção do imposto na fonte sobre os valores pagos ou creditados por
entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria,
resgate e rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência
complementar, no limite que corresponda aos valores das contribuições efetuadas
exclusivamente pelo beneficiário no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de
1995, inclusive a relativa ao abono anual pago a título de décimo terceiro salário.
DICA 63
IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE- APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE
RENDA FIXA, EXCETO EM FUNDOS DE INVESTIMENTO - PESSOA JURÍDICA

Quem é o beneficiário? Pessoas jurídicas, inclusive as isentas, e condomínios.

E qual é o regime de tributação? Pessoa jurídica tributada com base no lucro real,
presumido ou arbitrado: os rendimentos integrarão o lucro real, o lucro presumido ou o
lucro arbitrado, e o imposto retido será deduzido do apurado no encerramento do período
de apuração, trimestral ou anual. Pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional ou isenta,
exclusivo de fonte.
IMPORTANTE: Nas operações com debêntures e certificados de recebíveis imobiliários,
emitidos na forma do art. 2º da Lei nº 12.431, de 2011, o imposto será exclusivo de fonte
(código de receita 3699).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

33

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 64
LICITAÇÃO (Lei nº. 14.133/2021) - MODALIDADES E CRITÉRIOS

Contratação de bens e
PREGÃO Menor preço e maior desconto
serviços comuns

Melhor técnica ou técnica e


Contratação de bens e preço
CONCORRÊNCIA serviços especiais e
engenharia Maior pontuação entre a
qualificação de ambas as notas

Melhor trabalho técnico, Melhor técnica ou conteúdo


CONCURSO
científico ou artístico artístico

Alienação de bens móveis


LEILÃO Maior lance
e imóveis

DIÁLOGO
Novação tecnológica Todas as modalidades
COMPETITIVO

DICA 65
CONTRATAÇÃO DIRETA
A contratação direta pode ocorrer nos casos de dispensa e inexigibilidade.

Serão necessários os seguintes DOCUMENTOS:

Formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de riscos,


termo de referência, projeto básico ou projeto executivo;

Estimativa de despesa;

Parecer jurídico e pareceres técnicos;

Demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários;

Comprovação dos requisitos de habilitação e qualificação;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

34

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Razão da escolha do contratado;

Justificativa de preço;

Autorização da autoridade competente.

DICA 66
CONTRATAÇÃO DIRETA INDEVIDA

A contratação direta será considerada indevida nos casos de:

Dolo;

Fraude;

Erro grosseiro.
Nesses casos o contratado e o agente público serão responsáveis pelo dano causado
ao erário de forma solidária!

A responsabilidade solidária faz com que os dois sejam responsáveis na mesma


medida e ao mesmo tempo.
A responsabilidade solidária pelo dano não exclui a responsabilidade penal ou
administrativa.
DICA 67
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Será inexigível a licitação quando for inviável a competição, ou seja, não existe
possibilidade de competição.

São as hipóteses:

Aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços


que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivos;

Contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário


exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;

Objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;

Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização


tornem necessária sua escolha.

Contratação de alguns serviços técnicos especializados de natureza


predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

35

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 68
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

Serão inexigíveis os seguintes serviços técnicos especializados de natureza


predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória
especialização:

Estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;

Pareceres, perícias e avaliações em geral;

Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;

Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas (advogado)

Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

Restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;

Controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e


laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras e
do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no disposto
neste inciso;

DICA 69
CONCEITOS IMPORTANTES DA INEXIGIBILIDADE

Empresário exclusivo:

Pessoa física ou jurídica;

Contrato, declaração, carta ou outro documento que ateste a exclusividade


permanente e contínua de representação, no País ou em Estado específico;

Profissional do setor artístico;


Afastada a possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de
empresário com representação restrita a evento ou local específico.
OU SEJA: é preciso que a contratação seja feita diretamente com o empresário FIXO do
artista, que seja o seu empresário de forma CONTÍNUA e não somente para um show, por
exemplo.

Notória especialização:

Profissional ou a empresa

Conceito no campo de sua especialidade

Decorrente de desempenho anterior;


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

36

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Trabalho essencial;

Reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do contrato.


DICA 70
DISPENSA PELO VALOR

OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA Inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil


OU DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO reais)
DE VEÍCULOS AUTOMOTORES

OUTROS SERVIÇOS E COMPRAS Inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil


reais)

PRODUTOS PARA PESQUISA E Inferiores a R$ 300.000,00 (trezentos


DESENVOLVIMENTO PARA CASO DE mil reais)
OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

Os valores serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por consórcio
público ou por autarquia OU fundação qualificadas como agências executivas na forma
da lei.
DICA 71
EXEMPLOS DE OUTRAS LICITAÇÕES DISPENSÁVEIS

Hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis;

Bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, cumulativamente, alta


complexidade tecnológica e defesa nacional;

Materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
administrativo;

Coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis OU


reutilizáveis;

Casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de


grave perturbação da ordem
DICA 72
LEI N° 14.133, DE 01 DE ABRIL DE 2021 – CONTRATOS ADMINISTRATIVOS - DA
FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
Os contratos de que trata a Lei nº 14.122/21 regular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, e a eles serão aplicados, supletivamente, os princípios da
teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

Todo contrato deverá mencionar:

os nomes das partes e

os nomes de seus representantes,

a finalidade,
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

37

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
o ato que autorizou sua lavratura,

o número do processo da licitação ou da contratação direta e

a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.


Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, as obrigações e as
responsabilidades das partes, em conformidade com os termos do edital de licitação e
os da proposta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a contratação direta e os
da respectiva proposta.
DICA 73
TERMO DE CONTRATO
A Administração convocará regularmente o licitante vencedor para assinar o termo de
contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e nas
condições estabelecidas no edital de licitação, SOB PENA de decair o direito à contratação,
SEM prejuízo das sanções previstas na Lei 14.133/21.
O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 vez, por igual período, mediante
solicitação da parte durante seu transcurso, devidamente justificada, e desde que o motivo
apresentado seja aceito pela Administração.
Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou
não aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no prazo e nas condições
estabelecidas, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a
celebração do contrato nas condições propostas pelo licitante vencedor.
Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital SEM convocação para a
contratação, ficarão os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
DICA 74
LICITAÇÃO VERDE
A licitação verde, princípio da licitação verde ou princípio da licitação sustentável trazem a
ideia de que o processo licitatório deve estar em consonância com o desenvolvimento nacional
sustentável, de preferência aquelas propostas que preservem o meio ambiente, gerando o
menor impacto possível.
Em suma, Licitação verde é uma ferramenta de sustentabilidade nas mãos da Administração
Pública.
DICA 75
DA DIVULGAÇÃO NO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)
A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição
indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos e deverá ocorrer nos
seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:

20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;

10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.


Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir de sua assinatura
e deverão ser publicados nos prazos previstos acima, sob pena de nulidade.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

38

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
A divulgação tratada acima, quando referente à contratação de profissional do setor
artístico por inexigibilidade, deverá identificar os custos:

do cachê do artista,

do cachê dos músicos ou da banda, quando houver,

do transporte,

da hospedagem,

da infraestrutura,

da logística do evento e

das demais despesas específicas.

No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial:

em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura do contrato: os quantitativos e os


preços unitários e totais que contratar e,

em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a CONCLUSÃO do contrato: os quantitativos


executados e os preços praticados.
DICA 76
DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO
O regime jurídico dos contratos instituído pela Lei nº 14.133/21 confere à
Administração, em relação a eles, as PRERROGATIVAS de:
modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;
fiscalizar sua execução;
aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
ocupar PROVISORIAMENTE bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços
vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de:

→ risco à prestação de serviços essenciais;

→necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado,


inclusive após extinção do contrato.
As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.
Na hipótese prevista de modificação, as cláusulas econômico-financeiras do contrato
deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

39

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 77
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
São exemplos de contrato administrativo:
concessão de serviço público,
parceria público- privada (PPP),
contrato de gestão, termo de parceria
contrato de gerenciamento entre outros.
DICA 78
EDITAL DA LICITAÇÃO
O edital se trata do ato convocatório da licitação e seu objetivo principal é trazer as regras
definidas para que se faça o processo licitatório, que tem regras que devem ser seguidas
tanto pela Administração quanto pelos licitantes.
Segundo o doutrinador Meirelles o edital “é a lei interna da licitação”.
IMPORTANTE: Qualquer cidadão poderá fazer a impugnação o edital por irregularidade,
devendo protocolar o pedido até 5 dias antes da data fixada para a abertura dos envelopes
de habilitação.
DICA 79
OAB E LICITAÇÃO
No julgamento da ADIn 3.026/2006, o STF rejeitou natureza autárquica à OAB, pois em seu
entendimento a OAB não tem nenhuma ligação com o Estado e não está sujeita aos ditames
impostos à Administração Pública direta e indireta.
Deste modo, a OAB não está obrigada a fazer licitação.
DICA 80
CONSELHOS DE CLASSE E A LICITAÇÃO
Ao contrário da OAB, os conselhos de classe, como o CREFITO, são vistos como tipos de
autarquias profissionais. Desta forma , fazem parte da Administração Pública indireta e, por
este motivo, estão sujeitas ao dever de licitar.
Como no caso das entidades paraestatais, o procedimento licitatório não é, porém, o
definido na Lei n. 8.666/93, cabendo ao regimento interno de cada entidade dispor o
detalhamento do rito nestes casos, atendendo às peculiaridades e à natureza do respectivo
conselho.
DICA 81
EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL PODE PARTICIPAR DE LICITAÇÃO
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que uma
empresa em recuperação judicial poderá sim participar de procedimento licitatório.
Segundo o colegiado, a circunstância de a empresa se encontrar em recuperação judicial,
por si só, não caracteriza impedimento para contratação com o Poder Público, ainda que
não seja dispensada da apresentação das certidões negativas de débitos fiscais.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

40

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 82
LICITAÇÃO NÃO PODE FIXAR PERCENTUAL MÍNIMO PARA TAXA DE
ADMINISTRAÇÃO
A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou a tese de que os editais de
licitação ou pregão não poderão conter cláusula que traga um percentual mínimo no
que tange à taxa de administração, sob pena de ofensa ao artigo 40, inciso X, da Lei
8.666/1993, mesmo que a previsão da taxa busque resguardar a administração pública no
caso de propostas supostamente inexequíveis.
DICA 83
NOVA LEI DE LICITAÇÕES: LICITAÇÕES INTERNACIONAIS
Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, o licitante
brasileiro igualmente poderá fazê-lo. As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
DICA 84
OBJETO IMEDIATO E MEDIATO DA LICITAÇÃO
O objeto imediato da licitação é a procura da melhor proposta, já o objeto mediato é aquilo
que a Administração pretenderá contratar.
IMPORTANTE: nos termos da Orientação Normativa n. 8 da AGU, o fornecimento de
passagens aéreas e terrestres é serviço previsto no art. 6º, II, da Lei n. 8.666/93, devendo
sua contratação ser precedida de uma licitação.
DICA 85
OS CORREIOS PODEM SER CONTRATADOS SEM LICITAÇÃO?
Sim, o STF decidiu que os Correios podem ser contratados sem licitação, com fundamento
no art. 24, VIII, da Lei 8.666/93, para a prestação de serviços de logística, derrubando
assim uma decisão anterior do TCU. Um dos pontos que foi olhado, no caso, foi o fato dos
Correios serem uma empresa pública.
A decisão se deu no MS 34939.
DICA BÔNUS
RENÚNCIA DE HONORÁRIOS DE ADVOGADO, EM CASO DE CONTRATO
ADMINISTRATIVO
Recentemente, o STJ decidiu que nos contratos administrativos, é válida a cláusula que
prevê renúncia do direito aos honorários de sucumbência por parte de advogado contratado.
Que tal observarmos a ementa: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL
CUMULADA COM ARBITRAMENTO E COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE
SUCUMBÊNCIA. LICITAÇÃO PARA A CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADVOCACIA.
CONTRATO ADMINISTRATIVO COM CLÁUSULA DE RENÚNCIA AOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA. VALIDADE.
(STJ- AREsp n. 1.825.800/SC, relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 5/4/2022, DJe de
11/4/2022)

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

41

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO AMBIENTAL
DICA 86
DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
Tendo em vista que alguns espaços territoriais possuem características ambientais
diferentes, é imprescindível que o Poder Público dê especial proteção, em observância ao
direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, indispensável à sadia
qualidade de vida.
Esta é uma competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios que devem
definir os espaços territoriais e protegê-los de forma especial.

Os espaços ambientais que merecem especial atenção:


Áreas de Preservação Permanente.
Áreas de Uso Restrito.
Reserva Legal.
Áreas Verdes Urbanas.
Unidades de Conservação.
DICA 87
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP
APP é uma área especialmente protegida em local de grande importância/fragilidade
ambiental, coberta ou não por vegetação nativa, com a função de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Exs.: margens de cursos d’água, entorno de nascentes, lagos e reservatórios de água,


topos de morros e veredas.
As Áreas de Preservação Permanente possuem incidência tanto sobre imóveis em área
rural quanto urbana.

São duas as modalidades de Áreas de Preservação Permanente:

APP legalmente definida: são aquelas assim definidas pela simples localização da área.

APP por ato do Poder Executivo: são também chamadas de APP’s administrativas, são
localizadas em áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação. É necessária
declaração de interesse social através de ato do chefe do poder Executivo.
DICA 88
RESERVA LEGAL
Constitui Reserva Legal a área localizada no interior da propriedade ou posse rural,
possuindo a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e
promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

42

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Enquanto a APP pode se dar tanto em imóveis rurais quanto urbanos, a Reserva Legal é
aplicável apenas às propriedades e posses rurais.
A Reserva Legal deve ser conservada com sua cobertura de vegetação nativa.

Os percentuais que devem ser observados nas Reservas Legais são os seguintes:

Imóvel localizado na Amazônia Legal:

80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;

35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;

20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais.

Imóvel nas demais regiões do país:

20% (vinte por cento).


Atualmente, o registro da Reserva Legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR)
desobriga a sua averbação à margem da matrícula no Cartório de Registro de Imóveis.
Ao contrário do que ocorre na APP, na Reserva Legal é permitida a exploração mediante
manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão ambiental, desde que não
descaracterize a cobertura vegetal, não prejudique a manutenção da vegetação nativa,
assegure a manutenção da diversidade de espécies e não introduza espécies exóticas de
maneira a substituir as espécies nativas.
DICA 89
DAS ÁREAS VERDES URBANAS
Áreas Verdes urbanas são definidas por lei como os espaços, públicos ou privados, com
predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no
Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis
para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da
qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria
paisagística, proteção de bens e manifestações culturais.
É vedada a supressão de vegetação para qualquer uso que não seja os acima delineados,
como por exemplo moradias, empreendimentos industriais ou comerciais.
DICA 90
DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

As unidades de conservação possuem dois grandes grupos:


Unidades de Conservação de Proteção Integral: visa preservar a natureza,
deixando os ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana,
permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

43

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Unidades de Conservação de Uso Sustentável: visa a compatibilidade entre a
conservação da natureza com a exploração do ambiente de maneira a garantir a
perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos.
Admite-se tanto o uso indireto quanto o uso direto sustentável dos seus atributos naturais.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

44

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO CIVIL

DICA 91
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

Contrato é o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa a criação, modificação


ou extinção, entre as partes, de direitos e deveres que traduzem uma relação jurídica de
conteúdo patrimonial.
PEGADINHA DE PROVA!
Não se admite a existência de autocontrato ou contrato consigo mesmo, salvo pela
vontade do representado ou em casos autorizados por lei (art. 117 CC). Contudo,
pode ocorrer a hipótese de ambas as partes se manifestarem por meio do mesmo
representante, configurando-se, então, a situação de dupla representação. Pode ocorrer,
ainda, que o representante seja a outra parte no negócio jurídico celebrado, como ocorre
no cumprimento de mandato em causa própria, (art. 685 do CC).
DICA 92
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS CONTRATOS

As pessoas são livres para estabelecerem entre si


direitos e obrigações. Não havendo vedação legal,
AUTONOMIA DA VONTADE não se impede a realização de um contrato, ainda
que atípico.

É um princípio que limita a autonomia da vontade, pois


impede as partes de violarem norma cogente (norma de
SUPREMACIA DA ORDEM ordem pública), que não pode ser afastada mediante
PÚBLICA acordo entre as partes.

OBRIGATORIEDADE DOS As obrigações e direitos convencionados devem ser


CONTRATOS obedecidos, pois fazem lei entre as partes. É o que é
chamado de Pacta Sunt Servanda.

CONSENSUALISMO O contrato, para que produza efeitos, depende


apenas do consenso entre as partes.

RELATIVIDADE DOS EFEITOS Princípio que estipula que os efeitos do contrato


DOS CONTRATOS alcançam somente as partes signatárias, não
podendo gerar efeitos para terceiros.

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO Os contratos devem estar em harmonia com sua


função social, ou seja, com o interesse da
coletividade.

BOA-FÉ OBJETIVA As partes devem atuar de forma proba, com


lealdade e honestidade. É vedado o comportamento
infiel e desarmônico.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

45

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 93
DESDOBRAMENTOS DA BOA-FÉ OBJETIVA

SURRECTIO Cumprimento a mais do que foi acordado, reiteradamente e sem


oposição da outra parte. Nesse caso, ocorre o ganho de um direito.

SUPRESSIO Cumprimento a menos do que foi acordado, reiteradamente e sem


oposição da outra parte. Nesse caso, ocorre a perda de um direito.

TU QUOQUE Cumprimento de forma diversa do que foi acordado, sem oposição


da outra parte. Assim, é autorizado a outra parte o cumprimento de
modo diverso também.

VENIRE CONTRA A parte não pode ter um comportamento contrário ao que foi
FACTUM estipulado com os contratantes.
PROPRIUM

DICA 94
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Para a formação de um contrato é necessário a vontade das partes, prestação e uma
finalidade (plano de existência).

São requisitos necessários à validade de um contrato (art.104, CC):

Partes capazes;

Objeto lícito, possível e determinado ou determinável;

Forma prescrita ou não defesa em lei.


TOME NOTA: A formação do contrato ocorre mediante a manifestação da vontade.
No entanto, há situações em que o silêncio da parte importa anuência em contratar. O
silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não
for necessária a declaração de vontade expressa (art. 111, CC).
DICA 95
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

FASE DE PROPOSTA: é a primeira fase efetiva do contrato. É a manifestação de


vontade em que o proponente propõe ao oblato os termos para a realização do contrato.
A proposta não vincula.

FASE DE PUNTUAÇÃO: é a fase da tratativa. Nesta fase, as partes não estão obrigadas
enquanto não firmarem um contrato, mas poderá gerar expectativas de direito (fase pré-
contratual).

FASE DE CONTRATO DEFINITIVO: é a declaração de vontade da outra parte, que concorda


com os termos propostos da oferta, manifestando sua intenção de contratar. É quando ocorre o
ACEITE.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

46

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
OBS: Reputar-se-á́ celebrado o contrato no lugar em que foi proposto (art. 435, CC).
Entretanto, se as partes residirem em países distintos, considera-se o domicílio do
proponente (art. 9º, § 2º, LINDB).
DICA 96
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
São defeitos desconhecidos ou ocultos no objeto do contrato que prejudica o uso ou
reduz o seu valor.

PRAZOS PARA INGRESSAR COM A AÇÃO EDILÍCIA:

VÍCIO OCULTO VÍCIO APARENTE

1 ano a contar da ciência do 1 ano a contar da


defeito. O defeito deve se entrega da coisa.
IMÓVEL manifestar em até 1 ano depois da
tradição.

30 dias a contar da ciência do


defeito. O defeito deve se
MÓVEL manifestar em até 180 dias depois 30 dias a contar da
da tradição. entrega da coisa.

DICA 97
EVICÇÃO

Perda da coisa diante de uma decisão judicial ou ato administrativo de apreensão que
a atribui a um terceiro.
Caso o adquirente tenha ciência que a coisa não pertencia ao alienante ou a coisa era
litigiosa, não poderá pleitear evicção.
Mesmo que a pessoa que vendeu o bem esteja de boa-fé, ela será responsabilizada.
DICA 98
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Em regra, os contratos se extinguem com o seu devido cumprimento. Entretanto, há casos
excepcionais que geram a extinção do contrato, como: a resolução, quando as partes não
cumprem o objeto do contrato em decorrência de fato posterior; e a resilição, quando
uma das partes ou ambas as partes desejam extinguir o contrato. Nesse caso, a parte
que manifestou essa vontade arcará com as perdas e danos.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

47

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 99
RESOLUÇÃO

INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA O contrato não é cumprido por culpa do devedor.

INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA O contrato não é cumprido por caso fortuito ou força


maior.

Um dos contratantes passa a ter prestação


ONEROSIDADE EXCESSIVA excessivamente onerosa decorrente de evento
posterior imprevisível e oneroso.

DICA 100
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL
A teoria do adimplemento substancial impede que uma das partes peça a resolução do
contrato por motivo de inadimplência mínima. Essa teoria tem por objetivo obstar o
credor de resolver a ligação contratual em razão de inadimplemento de ínfima parcela da
obrigação. A via judicial cabível para esse fim é a ação de resolução contratual.
"A teoria do substancial adimplemento visa a impedir o uso desequilibrado do direito de
resolução por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da
preservação da avença, com vistas à realização dos princípios da boa-fé e da função social
do contrato"- Ministro Luis Salomão STJ REsp 1.051.270
DICA 101
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O contrato de compra e venda é um contrato bilateral, oneroso e comutativo em que uma
das partes transfere a propriedade de um bem para a outra mediante o pagamento
de um valor pecuniário.

Elementos essenciais:

Consentimento das partes;

Objeto: que deve ser lícito, possível, determinado ou determinável;

Preço: valor em pecúnia (dinheiro) do bem, que será́ designado pelas partes ou por um terceiro,
que deverá aceitar a incumbência (art. 485, CC).
DICA 102
TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE
A transferência da propriedade do bem ocorrerá em momentos diversos, de acordo com a sua natureza.
Se o bem for móvel, a tradição do bem transfere a sua propriedade. Se o bem for imóvel,
somente o registro no respectivo Registro de Imóveis operará a sua transferência.
IMPORTANTE! O comprador é o responsável pelas despesas referentes ao contrato
e transferência, ao passo que o vendedor é o responsável pelas despesas relativas à
entrega do bem.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

48

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 103
CLÁUSULA DE RETROVENDA
A cláusula de retrovenda autoriza o vendedor, em prazo previamente estipulado (3 anos) a
reaver o bem para si. Para isso, deverá devolver o valor recebido pelo bem e restituir as despesas do
comprador. Em caso de recusa do comprador, o vendedor poderá exigir o retorno do bem judicialmente,
realizando depósito judicial do seu valor (arts. 505 a 508, CC).

A cláusula de retrovenda pode ser exercida pelos herdeiros ou legatários do falecido.

A cláusula de retrovenda poderá́ ser exercida contra terceiro adquirente (e ensejará no


cancelamento da venda).
DICA 104
CONTRATO DE DOAÇÃO
Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu
patrimônio bens ou vantagens para o de outra (art. 538 a 564, CC).

A doação é um contrato que pode ser feito por escritura pública ou particular.

A doação verbal só́ é válida quando o que se doou for um bem móvel de baixo valor.
NÃO CONFUNDIR: A doação simples é um contrato gratuito, ao passo que a
doação que estipula encargo ao beneficiário (doação modal) é um contrato oneroso.
DICA 105
ESPÉCIES DE DOAÇÃO

DOAÇÃO PURA É o contrato unilateral em que o donatário não precisa


realizar uma contraprestação.

DOAÇÃO COM ENCARGO É o contrato em que o doador estipula um dever a ser


cumprido pelo donatário.

O donatário presta um serviço ao doador, sem


convencionar pagamento mediante doação. No entanto,
DOAÇÃO REMUNERATÓRIA por mera liberalidade, o doador decide fazer uma doação
de cunho remuneratório pelo seu serviço.

É a doação que depende de uma condição (evento futuro e


incerto) para surtir efeitos. Ex: Eu te darei um apartamento se
DOAÇÃO CONDICIONAL você se casar até o final do ano.

DICA 106
HIPÓTESES DE NULIDADE DA DOAÇÃO

A doação pode ser anulada em determinados casos:

Doação de todo o patrimônio. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou
renda suficiente para a subsistência do doador (art. 548, CC);

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

49

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Doação que exceder a parte disponível (a parcela referente à legítima dos herdeiros
necessários será́ considerada nula, art. 549, CC).
IMPORTANTE: A doação do cônjuge adúltero feita para amante é ANULÁVEL
(produz efeitos enquanto não declarada por sentença). São legitimados para propor Ação
Anulatória os herdeiros e o cônjuge em até 2 anos da dissolução do casamento (art. 550, CC).
DICA 107
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
Trata-se de um contrato em que uma pessoa (prestador ou executor) compromete-se a
realizar uma determinada atividade em favor de outra pessoa (tomador ou solicitante),
mediante certa remuneração (preço ou salário civil).
IMPORTANTE: Com o fim de evitar a contratação de serviços escravos, a lei estabelece
que o contrato de prestação de serviço só pode ser celebrado pelo prazo máximo de 04
anos.
DICA 108
CONTRATO DE EMPREITADA
É o contrato pelo qual uma pessoa (dono da obra ou tomador) se compromete a pagar
determinada remuneração a outra pessoa (empreiteiro ou prestador) para a realização de
uma determinada obra.
NÃO CONFUNDIR: Na empreitada, há uma preocupação com o resultado
propriamente dito (obrigação de resultado). Já na prestação de serviço, há uma
preocupação maior com o fazer, com a atividade (obrigação de meio).
DICA 109
CONTRATO DE COMODATO
O contrato de comodato, é o empréstimo de bem infungível/insubstituível, sendo
conhecido como empréstimo de uso. Ex.: Empréstimo de imóvel/móvel.
O comodatário deve conservar a coisa, não podendo desviar o uso e deverá restituir a
coisa, pagando as despesas do uso.
Se a coisa se deteriorar ou perecer sem a culpa do comodatário, mesmo assim ele será
responsável pelas perdas e danos.
Se o comodatário não entregar a coisa, o comodante poderá arbitrar o aluguel pena, junto
com perdas e danos.
DICA 110
CONTRATO DE MÚTUO
Trata-se do empréstimo de coisas fungíveis/substituíveis, sendo que o mutuário é
obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, mesma
qualidade e mesma quantidade. Ex: Empréstimo de dinheiro.
OBS: O Contrato celebrado com menor de idade, sem autorização do seu responsável,
não poderá ser cobrado pelo mutuante a restituição dele (art. 588 e 589, CC).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

50

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 111
CONTRATO DE FIANÇA
Pelo contrato de fiança (contrato acessório), uma pessoa garante satisfazer ao credor
uma obrigação assumida (contrato principal) pelo devedor, caso este não a cumpra (art.
818, CC).
O fiador responde somente até o limite de onde se obrigou (arts. 822 e 823, CC).
Caso o contrato principal seja declarado nulo ou desconstituído, a fiança seguirá o mesmo
caminho, pois é um contrato acessório.
DICA 112
BENEFÍCIO DE ORDEM
O contrato de fiança é subsidiário, isto é, em regra, a responsabilização do fiador é
subsidiária em relação ao devedor. Logo, o fiador goza do benefício de ordem. Nesse
caso, o credor deve primeiro cobrar o devedor e, se infrutífera a cobrança, após esgotar
todo o patrimônio do devedor, poderá cobrar o fiador. Salvo estipulação em contrária, não
há solidariedade entre o devedor e o fiador.
DICA 113
CONTRATO DE LOCAÇÃO
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado
ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição (art. 565, CC).

LOCADOR LOCATÁRIO

Deve entregar a coisa ao locatário no Deve cuidar do bem como se fosse seu;
estado de servir de uso a que se destina;

Manter no mesmo estado, pelo tempo Pagar pontualmente o aluguel;


estipulado no contrato, a coisa alugada;

Garantir, durante o tempo do contrato, o Levar ao conhecimento do locador as


uso pacífico da coisa. turbações de terceiros;

Restituir a coisa no estado em que se


recebeu ao final do contrato.

DICA 114
CONTRATO DE SEGURO
O contrato de seguro é aquele em que o segurador se compromete a garantir ao segurado,
em caso de ocorrência de um sinistro, a indenização contra eventuais riscos referentes a
uma pessoa ou coisa.
IMPORTANTE: A Súmula 610 do STJ determina que o suicídio não é coberto nos dois
primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do
beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

51

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 115
CONTRATO DE CORRETAGEM
Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de
prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a
segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas (art. 722, CC).
PEGADINHA DE PROVA:
Caso a venda do imóvel ocorra sem a participação do corretor e no contrato não conste
expressamente cláusula de exclusividade, não se faz necessário o pagamento da
comissão. Por outro lado, se constar cláusula expressa de exclusividade, será necessário
o pagamento da comissão mesmo que o corretor não tenha atuado na venda do imóvel (art.
726, CC).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

52

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DICA 116
CESSAÇÃO DA TUTELA
Cessará com a maioridade civil ou emancipação do menor ou se o menor cair sob
poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção.

As funções do tutor cessarão:

expirar o termo, em que era obrigado a servir;

sobrevir escusa legítima;

ser removido.
Será destituído, quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.
DICA 117
ADOÇÃO
É um vínculo paterno e/ou materno que surge através da sentença judicial, que será
inscrita no registro civil, onde o mandado judicial será arquivado e cancelará o registro
original do adotado. A adoção do menor de idade é regida pelo ECA.

É excepcional e irrevogável, usada apenas quando não há possibilidade da manutenção


da criança ou do adolescente na sua família natural ou extensiva.

Depende do consentimento dos pais, salvo se forem desconhecidos ou foram destituídos


do poder familiar.

É vedada adoção por procuração.

Não podem adotar os ascendentes e os irmão do adotado.

Pessoas maiores de 18 anos estão aptas para adotar, independentemente de seu estado
civil.

A morte do adotante não restabelece poder familiar dos pais naturais.

O adotante deve ser pelo menos 16 anos mais velho do que o adotando.

DICA 118
ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA

É um requisito previsto no ECA que permite que os pais e o menor convivam, para que
criem laços afetivos.
O período do estágio é de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por igual período
mediante decisão fundamentada.
Pode ser dispensado se o adotando já estiver sob guarda ou tutela do adotante.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

53

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
É acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da
medida.
O estágio deverá ser cumprido em território nacional, caso a pessoa for domiciliada fora
do país, será de no mínimo 30 dias e no máximo 45 dias.
DICA 119
CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO

Em cada comarca, a autoridade judiciária manterá um registro de crianças e


adolescentes em condições de serem adotadas e de pessoas interessadas na adoção.
Também há registros estaduais e nacionais.
As autoridades estaduais e federais terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
lhes a troca de informações e a cooperação mútua para melhoria do sistema.
Compete à autoridade central zelar pela manutenção e correta alimentação dos
cadastros.
O cadastro de pessoas ou casais residentes fora do país será distinto e SOMENTE será
consultado na inexistência de postulantes nacionais habilitados.
A inscrição será precedida de período de preparação psicossocial e jurídica, orientada pela
equipe técnica da justiça da Infância e Juventude.

Hipóteses que a lei permite a adoção às pessoas não cadastradas previamente e


preenchem os demais requisitos:

candidato domiciliado no brasil;

adoção unilateral;

adotante parente com o qual a criança ou adolescente tenha vínculos de afinidade e


afetividade;

adotante detentor da tutela ou da guarda legal da criança maior de 3 anos ou adolescente,


com laços de afinidade e afetividade.
DICA 120
PREFERÊNCIA NO TRÂMITE DA ADOÇÃO E OS CRITÉRIOS DE IDADE PARA ADOÇÃO

O adotando: máximo de 18 anos, na data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda


do adotante.

O adotante: maiores de 18 anos e deverá ser pelo menos, 16 anos mais velho que
o adotando.
Caso a criança ou o adolescente tiver doença crônica ou deficiência, o processo terá
prioridade.
O prazo máximo de duração do processo de 120 dias, prorrogável uma vez, mediante
decisão fundamentada.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

54

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
DICA 121
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
No âmbito do direito do consumidor, foi adotada a teoria do risco da atividade e previu a
responsabilidade civil objetiva, ou seja, independente de comprovação de culpa,
presentes o dano e nexo de causalidade entre a ação/omissão e o dano, haverá a
responsabilidade civil.
Justifica-se a adoção da responsabilidade objetiva porque, diante da produção em massa e
da sociedade de consumo atual, não se poderia priorizar a responsabilidade subjetiva, tendo
em vista a vulnerabilidade do consumidor, que, muitas vezes não teria como comprovar
a responsabilidade do fornecedor.

A Teoria do Risco da Atividade significa que, aquele que exerce atividade econômica
para obtenção de lucro, deverá assumir os riscos do empreendimento, promovendo a
justiça distributiva na medida em que poderá alocar nos preços o valor do próprio risco.

São Elementos Da Responsabilidade Civil Objetiva:

Dano ou prejuízo ao consumidor.

Nexo de causalidade - vínculo que une ação ou omissão do fornecedor e o dano ou


prejuízo ao consumidor.

Defeito ou Vício do produto.


DICA 122
DEFEITO/FATO DO PRODUTO OU SERVIÇO

A responsabilidade por fato do produto ou serviço, também conhecido como defeito


diz respeito mais ao aspecto da segurança do consumidor ou de terceiros, que pode
provocar o acidente de consumo, nos termos previsto no art. 12 a 17, CDC:

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Diz
respeito à responsabilidade por fato do produto, ou seja, defeito. Trata-se de uma
repercussão extrínseca.
§1°- O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente
se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação

STJ, em decisão de 2021, STJ. 2ª Seção. REsp 1.899.304/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 25/08/2021, consoante minuciado no DOD (dizer o direito), “A simples
comercialização de alimento industrializado contendo corpo estranho é suficiente para
configuração do dano moral, não sendo necessária a sua efetiva ingestão”.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

55

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Haverá, na hipótese mencionada, um risco concreto à saúde e segurança do consumidor,
ou seja, a responsabilidade civil por fato do produto.
DICA 123
VÍCIO DE PRODUTO OU DE SERVIÇO

A responsabilidade por vício de produto ou serviço diz respeito mais ao aspecto da


inadequação ou impropriedade do objeto do consumo, trazendo problemas de
quantidade ou qualidade. Trata-se de repercussão intrínseca. Fundamento legal, art.18 a
25 do CDC.
Nesse aspecto, predomina a preocupação com o aspecto econômico, quanto à inadequação
do produto, seja pelo vício de quantidade ou de qualidade, no que se diferencia do fato de
produto, em que predomina a preocupação com a incolumidade física ou psíquica do
consumidor.
A Doutrina diverge sobre as diferenças entre vício e defeito de produtos. Todavia, o CDC
explicita a diferença entre os dois institutos, razão pela qual adotaremos o previsto na
legislação.

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem


solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

DICA 124
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO AOS DEFEITOS
DO PRODUTO OU SERVIÇO (FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO)

Como se viu, a responsabilidade por fato do produto ou serviço está vinculada ao aspecto
da segurança esperada do objeto do consumo, nos termos do artigo 12 a 17 do CDC. Além
do mais, devem ser considerados as seguintes situações:

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

A responsabilidade será solidária – produtor, fabricante, construtor nacional ou


estrangeiro ou importador, exceto quando provar:

que não colocou o produto no mercado;

que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

56

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

A responsabilidade será subsidiária – comerciante, salvo, quando:

o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados

o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador;

não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Doutrina e jurisprudência acrescentam duas situações de exclusão de


responsabilidade civil por fato do produto/serviço:

fortuito externo – evento totalmente estranho à prestação de serviço. Ex. Bala perdida
que atinge pessoa em um restaurante.

força maior externa - evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das
forças da natureza, como um raio, a tempestade, etc.

DICA 125
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO AOS VÍCIOS DO
PRODUTO OU SERVIÇO

Responsabilidade por vício de qualidade de produto;

Prazo – 30 dias, podendo ser convencionado de forma diversa, sendo mínimo de 07


dias e o máximo de 180 dias.

Sanções: não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha a substituição do produto por outro
da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia
paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; o
abatimento proporcional do preço.
O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas acima, sempre que, em razão
da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. Assim, o
consumidor não é obrigado a aceitar a substituição das partes viciadas em toda e qualquer
situação.
No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o
fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

57

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
PROCESSO CIVIL
DICA 126
DOS PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ
Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos.

Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485
(sem resolução de mérito) e 487 (com resolução de mérito), põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.

Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que


não se enquadre no conceito de sentença.

São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo,


de ofício ou a requerimento da parte.

Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem


de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando
necessário.

Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.


Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e
assinados pelos juízes.
Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor os
documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na
forma da lei.
Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos
acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.
DICA 127
DO TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 às 20 horas.
Serão concluídos após as 20h horas os atos iniciados antes, quando o adiamento
prejudicar a diligência ou causar grave dano.

Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras


poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias
úteis fora do horário estabelecido, observando-se em qualquer caso as regras de
inviolabilidade de domicílio conforme o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição
Federal.
Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa
deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o
disposto na lei de organização judiciária local.

A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24


horas do último dia do prazo.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

58

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para
fins de atendimento do prazo.
Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais,
excetuando-se:
as citações, intimações e penhoras que poderão ser realizadas no período de férias
forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido e a tutela
de urgência.

Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela


superveniência delas:

os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de


direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;

a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;

os processos que a lei determinar.


Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e
os dias em que não haja expediente forense.
DICA 128
DO LUGAR DA PRÁTICA DOS ATOS PROCESSUAIS
Conforme previsão do art. 217 do CPC, os atos processuais serão realizados
ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de
deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo
interessado e acolhido pelo juiz.
A regra, portanto, é que na sede do juízo sejam praticados os chamados atos processuais
internos.
Mas conforme previsto no próprio dispositivo legal acima exposto, existem várias exceções,
sendo possível, por exemplo, que o magistrado ouça a parte ou testemunha em sua
residência ou no hospital, em caso de ser enferma.
OBS: Esse rol de exceções é meramente exemplificativo.
DICA 129
DA VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS E DAS PENALIDADES

Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos


estabelecidos em lei.
Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na forma
da lei.
Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao juiz
contra o serventuário que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei.
Destaca-se que, processualmente falando os prazos para os serventuários são impróprios
e, assim sendo, não acarretam consequências processuais específicas em caso de
descumprimento. A decorrência do descumprimento injustificado é a instauração de
processo administrativo.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

59

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Público


devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.
É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal.

Caso seja intimado e o advogado não devolva os autos no prazo de 3 dias, perderá
o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do salário-
mínimo. Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados
do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.
Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia
Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato.
Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela
instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito.
DICA 130
DO PROCEDIMENTO CONTRA JUIZ OU RELATOR QUE INJUSTIFICADAMENTE
EXCEDER OS PRAZOS

Em regra, os prazos para os juízes são impróprios, ou seja, o seu descumprimento


não acarreta consequência processual específica.
Entretanto, em decorrência do princípio da razoável duração do processo, é possível
que haja consequências para o magistrado que exceder aos prazos de maneira injustificada.

Uma dessas consequências é a perda de competência prevista no art. 235 do CPC, o


qual afirma que qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou
relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou
regimento interno.
Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o juiz, não sendo
caso de arquivamento liminar, será instaurado procedimento para apuração da
responsabilidade, com intimação do representado por meio eletrônico para, querendo,
apresentar justificativa no prazo de 15 dias.

Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 horas após a apresentação
ou não da justificativa, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho Nacional de Justiça
determinará a intimação do representado por meio eletrônico para que, em 10 dias,
pratique o ato.
Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz ou do relator contra
o qual se representou para decisão em 10 dias.
DICA 131
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ACERCA DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.


A regra é que os atos devem ser cumpridos dentro do limite territorial da comarca em que
tramita o processo. Assim, o próprio órgão jurisdicional que deu a ordem executará seu
cumprimento por intermédio dos auxiliares da justiça (tema já tratado anteriormente). Esse
é o chamado princípio da aderência ao território.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

60

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Entretanto, caso os atos devam ser cumpridos fora dos limites territoriais da comarca,
será expedida carta para a prática.
O tribunal poderá expedir carta de ordem para juízo a ele vinculado, se o ato houver de
se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.
Admite-se ainda, a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
DICA 132
DA INTIMAÇÃO

A intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo.
É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por
meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de
recebimento.
O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da
sentença.

A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas


respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de
Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da
lei.
O Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública são obrigados a manter
cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos.

O juiz determinará de ofício as intimações em processos pendentes, salvo disposição


em contrário. É uma decorrência do princípio do impulso oficial.

Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela
publicação dos atos no órgão oficial.
Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome
da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos
Advogados do Brasil.

Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das


partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados
do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas. A grafia dos nomes dos
advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da procuração
ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam
feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.
A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga implicará intimação de
qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

61

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respectivo credenciamento
para a retirada de autos por preposto.
A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que
lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido. Não sendo
possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso prévio aos autos, a parte
limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da
intimação da decisão que a reconheça.
Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em
órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar os advogados das partes:
pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo ou por carta registrada, com aviso
de recebimento, quando forem domiciliados fora do juízo.
Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se
presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.

Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos,


ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou
definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da
juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.

A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio
eletrônico ou pelo correio.
DICA 133
DA DISTRIBUIÇÃO E DO REGISTRO

Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver
mais de um juiz.
A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se
rigorosa igualdade.
A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça.

Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:

quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o
pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente
alterados os réus da demanda;

quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao juízo prevento
(ação com cláusula de eleição de foro abusiva e determinada de ofício pelo juiz a remessa
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu).
Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do
processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.

O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou compensará a


falta de distribuição.
A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procurador, pelo Ministério Público
e pela Defensoria Pública.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

62

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado,
não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 dias.
DICA 134
DA DISPENSA DA JUNTADA DE PROCURAÇÃO

A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do


advogado, eletrônico e não eletrônico.
A procuração é o instrumento do mandato passado pela parte ao advogado.

A juntada de procuração é regra geral, sendo relativizada diante de expressas


hipóteses no CPC:

no caso previsto no art. 104 (para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para
praticar ato considerado urgente);

se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;

se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou


em lei (como no caso das advocacias públicas ou do MP em relação aos incapazes).
DICA 135
DO VALOR DA CAUSA

A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível.
O valor da causa possui diversas utilidades no processo civil, como por exemplo servir de
base de cálculo para a taxa judiciária.

De acordo com o art. 292 do CPC, o valor da causa constará da petição inicial
ou da reconvenção e será:

na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos


juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura
da ação;

na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a


resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;

na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;

na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da


área ou do bem objeto do pedido;

na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos


valores de todos eles;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

63

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e


outras. E o valor das prestações vincendas será:

se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 ano → igual
a uma prestação anual;

se por tempo inferior → igual à soma das prestações.


DICA 136
DA TUTELA PROVISÓRIA

A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental.

A tutela antecipada é aquela em que há a satisfação do direito (ex.: realização de


cirurgia), enquanto a cautelar é uma medida apenas conservativa do direito (ex.:
arresto de bens para futura execução por quantia certa)
A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
A tutela provisória é sumária, pois fundada em cognição sumária e menos aprofundada da
causa, num juízo de probabilidade e não de certeza. Também é não definitiva, uma
vez que pode ser modificada ou revogada em qualquer tempo.

A tutela de urgência é fundada em periculum in mora, ou seja, uma situação de perigo


iminente. Enquanto a tutela de evidência se baseia não no periculum in mora, mas no
alto grau de probabilidade da existência do direito.
A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada.

Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante


o período de suspensão do processo.
O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória. Aqui encontra-se a chamada atipicidade de meios executivos.
A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório
da sentença, no que couber.
Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará
seu convencimento de modo claro e preciso.
A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo
competente para conhecer do pedido principal.
Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos
a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

64

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 137
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER
ANTECEDENTE

A tutela antecipada é uma medida de caráter satisfativo, pois antecipa à parte os


efeitos de uma futura decisão definitiva. Essa tutela antecipatória pode ser requerida em
caráter incidental (quando requerida no curso do processo) ou antecedente.

A tutela de urgência antecipada em caráter antecedente é requerida em situações


em que a urgência é contemporânea a propositura da ação e dificuldades de
elaboração de uma petição devidamente arrazoada e instruída, o que autoriza a parte a
fazer uma petição inicial limitada ao pedido de tutela antecipada antecedente, apenas
indicando o pedido de tutela final.

Portanto, pressupõe uma situação de urgência incompatível com a demora inerente


à elaboração da inicial.

Concedida a tutela antecipada, autor tem o prazo mínimo de 15 dias para aditar a
petição inicial, sob pena de extinção do processo. O réu vai ser citado e intimado para a
audiência de conciliação ou de mediação.

Em sendo indeferida a tutela, o autor terá o prazo de 5 dias para emendar a petição
inicial, sob pena de extinção do processo.
Não interposto “recurso” contra decisão concessiva de tutela antecipada, pedida em caráter
antecedente, há estabilização da decisão e a extinção do processo.
Contudo, essa decisão não faz coisa julgada material, uma vez que essa pressupõe decisão
judicial de cognição exauriente, sendo que no caso da tutela de urgência antecipada em
caráter antecedente, o juízo é de cognição sumária (mais simples).

ATENÇÃO!

Não cabe ação rescisória nos casos estabilização da tutela antecipada de urgência.
(En. 33 FPPC).

O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada extingue-se após 2 anos,


contados da ciência da decisão que extinguiu o processo.

Sobre a necessidade de “recurso” para evitar a estabilização da decisão, há divergência


na doutrina e jurisprudência:

Para uma primeira corrente, qualquer forma de oposição, e não apenas o recurso em si,
seria suficiente para impedir a estabilização.

Já para uma segunda corrente, apenas o recurso propriamente dito, que no caso é
o Agravo de Instrumento impede a estabilização.
O STJ, no informativo 658, adotou esse entendimento, ao afirmar que apenas a
interposição de agravo de instrumento contra a decisão antecipatória dos efeitos da tutela
requerida em caráter antecedente é que se revela capaz de impedir a estabilização, nos
termos do disposto no art. 304 do Código de Processo Civil.
Outra discussão relevante é quanto a interposição desse recurso pelo assistente simples.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

65

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Nesse sentido o Enunciado 501, FPPC aduz que a tutela antecipada concedida em caráter
antecedente não se estabilizará quando for interposto recurso pelo assistente simples,
salvo se houver manifestação expressa do réu em sentido contrário.
Quanto a estabilização em face da Fazenda Pública, prevalece que é possível. Assim como
também é possível a negociação processual acerca da estabilização da tutela antecipada
antecedente.
A tutela antecipada antecedente pode ser deferida em ação rescisória, nesse caso, porém,
não ocorrerá a estabilização.
Enunciado 43, CJF: Não ocorre a estabilização da tutela antecipada requerida em
caráter antecedente, quando deferida em ação rescisória.
DICA 138
DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (nessa
hipótese o juiz poderá decidir liminarmente);
se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa (nessa hipótese o juiz poderá decidir liminarmente);
a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.
DICA 139
DA FORMAÇÃO DO PROCESSO
De acordo com o art. 312 do CPC/15, considera-se proposta a ação quando a petição inicial
for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos
mencionados no art. 240 (induzir litispendência, tornar litigiosa a coisa ou constituir em
mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 depois que for validamente
citado.
Importa lembrar aqui que a “interrupção da prescrição operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de
propositura da ação”, conforme disposto no §1º, do art. 240 do CPC.
DICA 140
DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial indicará:
o juízo a que é dirigida;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

66

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
Caso não disponha dessas informações, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz
diligências necessárias à sua obtenção.
A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta dessas informações, for possível
a citação do réu.
A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento dessas informações se a
obtenção delas tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
o pedido com as suas especificações;
o valor da causa;
as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
DICA 141
DA EMENDA À PETIÇÃO INICIAL
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com
precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Aplica-se aqui o princípio da primazia do julgamento do mérito. Ademais, trata-se de
um direito subjetivo do autor e não mera faculdade do juiz.
DICA 142
DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial será INDEFERIDA quando:

for inepta;

a parte for manifestamente ilegítima;

o autor carecer de interesse processual;

não atendidas as prescrições do art. 106 (Se o advogado não declarar, na petição
inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados
do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de
intimações e não suprir a omissão no prazo legal e art. 321 (emenda da inicial).

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

67

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Em relação à inépcia da inicial, considera-se INEPTA a petição inicial quando:

lhe faltar pedido ou causa de pedir;

o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o


pedido genérico;

da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

contiver pedidos incompatíveis entre si.

Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo,
de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia,
discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende
controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. Esse valor
incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.

Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5


retratar-se.

Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr
da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 (prazo da audiência
de conciliação/mediação).

Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.


DICA 143
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
Existem algumas situações em que o juiz, já no seu primeiro ato no processo, adentra ao
mérito e profere uma sentença definitiva julgando improcedente o pedido.
Conforme art. 332 do CPC, nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
que contrariar:
enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
entendimento firmado em IRDR ou de assunção de competência;
enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 dias.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

68

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do
réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 dias.
DICA 144
DO JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO
O julgamento antecipado do mérito é uma situação que autoriza o juiz a julgar o processo
conforme seu estado, não necessitando adentrar nas provas.
O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
não houver necessidade de produção de outras provas;
O STJ não admite que o juiz julgue antecipado o mérito, porque não há necessidade
da produção de provas, e no dispositivo indefira o pedido justamente por
insuficiência de provas.

JURISPRUDÊNCIA:

Consoante a jurisprudência pacífica desta eg. Corte Superior, configura cerceamento de


defesa o julgamento antecipado da lide no sentido da improcedência do pedido por
insuficiência de provas ensejando-se, por conseguinte, o retorno dos autos a origem para
que sejam proferidas as provas requeridas nos autos. (STJ, AgRg nos EDcl no REsp
1.069.807/2016)

o réu for revel, ocorrer o efeito material da revelia e não houver requerimento de prova
do réu revel.
Caso o juiz julgue o mérito do processo de forma antecipada profere sentença, cabendo
apelação. Por outro lado, se o juiz indefere, não cabe Agravo de Instrumento.
DICA 145
DO ÔNUS DA PROVA
O ônus da prova é um encargo atribuído a um sujeito processual para demonstração
de determinadas alegações.
É justamente por se tratar de um encargo e não de um dever, é que não se pode exigir o
cumprimento pela parte. O ônus da prova pode ser atribuído pelo legislador, pelo juiz ou
por convenção das partes.
Conforme já decidiu o STJ, o ônus da prova é um ônus imperfeito, significando dizer que
se a parte deixou de se desincumbir não será necessariamente prejudicada.
O ônus da prova incumbe:
ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do autor.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

69

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 146
FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA

De acordo com o art. 374 do CPC/15, não dependem de prova os fatos:


Notórios;
Que são aqueles que fazem parte do cotidiano, perceptível dentro da cultura do chamado
“homem médio”.
A notoriedade por der relativa ou geral.

Ex.: A pandemia do Coronavírus, desastres como da boate Kiss etc.


afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
Há uma crítica a essa previsão, uma vez que, na verdade, se o fato é confessado, já seria
também fato provado, já que a confissão é meio de prova
admitidos no processo como incontroversos;
Não se confunde com o pedido incontroverso! Neste há a possibilidade do juiz decidir
parcialmente o mérito, enquanto o fato incontroverso gera a desnecessidade de produção
da prova.
em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Alguns fatos por força de lei se presumem verdadeiros ou existentes.

Ex.: a alienação do bem depois de registrada penhora se presume fraudulenta.


DICA 147
PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DAS PROVAS
Por este princípio, entende-se que a prova, uma vez produzida, é pertencente ao
processo e não mais da parte que a produziu/requereu.
Assim sendo, a prova poderá ser produzida por uma parte e, posteriormente, ser
aproveitada pela parte diversa.
Este princípio encontra guarida no art. 371, primeira parte, do CPC, o qual afirma que “o
juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido (...)”.

XXXI EXAME DE ORDEM:


Julieta ajuizou demanda em face de Rafaela e, a fim de provar os fatos constitutivos de
seu direito, arrolou como testemunhas Fernanda e Vicente. A demandada, por sua vez,
arrolou as testemunhas Pedro e Mônica. Durante a instrução, Fernanda e Vicente em nada
contribuíram para o esclarecimento dos fatos, enquanto Pedro e Mônica confirmaram o
alegado na petição inicial. Em razões finais, o advogado da autora requereu a procedência
dos pedidos, ao que se contrapôs o patrono da ré, sob o argumento de que as provas
produzidas pela autora não confirmaram suas alegações e, ademais, as provas produzidas
pela ré não podem prejudicá-la. Consideradas as normas processuais em vigor, assinale
a afirmativa correta.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

70

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
A) O advogado da demandada está correto, pois competia à demandante a prova dos
fatos constitutivos do seu direito.
B) O advogado da demandante está correto, porque a prova, uma vez produzida, pode
beneficiar parte distinta da que a requereu.
C) O advogado da demandante está incorreto, pois o princípio da aquisição da prova não
é aplicável à hipótese.
D) O advogado da demandada está incorreto, porque as provas só podem beneficiar a
parte que as produziu, segundo o princípio da aquisição da prova.
GABARITO: B.

DICA 148
PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL
Por este princípio, o juiz deverá indicar na decisão as razões que levaram ao seu
convencimento, conforme art. 371, segunda parte, que assim prevê “(...) e indicará na
decisão as razões da formação de seu convencimento.
Portanto, o sistema de persuasão racional foi expressamente adotado pelo CPC/15, e
através dele, o juiz indicará as razões do seu convencimento, ou seja, a persuasão
racional que conduziu ao seu convencimento.
Destoa do sistema tarifário/Legal em que as provas têm pesos pré-definidos, a confissão,
por exemplo, é vista como “a rainha das provas”.
E também do chamado sistema de valoração da livre convicção ou persuasão íntima,
segundo o qual, ao juiz é admitido que se convença até mesmo de provas fora dos autos,
tendo o magistrado absoluta liberdade para decidir.
DICA 149
PROVA EMPRESTADA
Trazida expressamente pelo CPC/15, o qual possibilitou a utilização da prova produzida em
outro procedimento.
O art. 372 do CPC assim prevê: “O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida
em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o
contraditório.”.
A prova emprestada quando é trasladada para outro processo ela muda de categoria,
passando à categoria de prova documental
É possível a utilização até mesmo de provas produzidas em justiças distintas. Neste sentido:

INFORMATIVO 536 DO STJ

Desde que observado o devido processo legal, é possível a utilização de provas colhidas
em processo criminal como fundamento para reconhecer, no âmbito de ação de
conhecimento no juízo cível, a obrigação de reparação dos danos causados, ainda que
a sentença penal condenatória não tenha transitado em julgado.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

71

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
FIQUE ATENTO!
En. 30, CJF – É admissível a prova emprestada, ainda que não haja identidade de partes,
nos termos do art. 372 do CPC.
DICA 150
DA ATIPICIDADE DOS MEIOS DE PROVA
As partes podem empregar meio atípicos de prova, ou seja, meios além daqueles
expressamente previstos no CPC, que são os chamados meios típicos, como prova pericial,
documental, testemunhal etc.
CUIDADO!!
Conforme o art. 369 do CPC, as partes têm o direito de empregar todos os meios legais,
bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

72

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO EMPRESARIAL
DICA 151
DIREITO SOCIETÁRIO - SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO
O Código Civil, em seu art. 981, parágrafo único, prevê que a atividade econômica a ser
exercida pela sociedade pode se restringir à realização de um ou mais negócios
determinados. Nesse contexto, surge a sociedade de propósito específico, que, nos
dizeres da doutrina de André Santa Cruz, terá objeto social único, sendo constituída para
desenvolver determinado projeto, sendo um mero instrumento de sua controladora para o
atingimento de tal finalidade, podendo assumir a forma de uma sociedade limitada ou uma
sociedade anônima. Não se trata de um novo tipo societário.

As Parcerias Público-Privadas devem ser constituídas sob a forma de uma Sociedade de


Propósito Específico.
DICA 152
DIREITO SOCIETÁRIO - HOLDINGS
De acordo com a doutrina de André Santa Cruz, nas sociedades limitadas empresárias é
muito comum a presença de sócio pessoa jurídica, ao qual se atribui o nome de HOLDING
(sociedade que tem por objeto social participar de outras sociedades). Ela poderá ser de
dois tipos:

HOLDING PURA: quando apenas participa de outras sociedades, sem desenvolver


atividade própria

HOLDING MISTA: quando além de participar de outras sociedades explora determinada


atividade econômica
Não confundir:

Sociedade controlada: sociedade com maioria de votos ou poder de eleger a maioria


dos administradores (CC, art. 1.098).

Sociedade filiada/coligada: participa do capital com 10% ou mais, sem controlá-la


(CC, art. 1.099).

Sociedade de simples participação: possui menos de 10% do capital de outra com


direito de voto (CC, art. 1.100).

DICA 153
CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES

A constituição da sociedade simples está prevista no artigo 997 do CC/02, devendo ser
realizada através de contrato escrito, particular ou público, com o mínimo de cláusulas
a seguir previstas, a seguir previstas:

nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais,
e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

73

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;

capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer


espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;

a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;

as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;

as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e


atribuições;

a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;

se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao


disposto no instrumento do contrato.

Não há impedimento para que a administração da sociedade se dê por pessoa não sócia.
A única diferença é quanto ao quórum de aprovação do não sócio para exercer a
administração da sociedade, que, nesse caso, quando não integralizado o capital social, será
quórum de aprovação total e caso haja a integralização, dependerá apenas de 2/3 dos
sócios (art.1.061, CC).
É importante conhecer todos os itens do artigo 997, acima descritos, considerando-se
que, segundo o art. 999, do CC, as modificações do contrato social, que tenham por objeto
matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais
podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a
necessidade de deliberação unânime.
Por fim, cabe lembrar que se aplica, de forma subsidiária, as regras sobre a constituição
de sociedades simples às sociedades limitadas, desde que haja omissões em seu contrato
social.
DICA 154
DIREITO SOCIETÁRIO - TIPOS SOCIETÁRIOS

Tema importante no direito societário é a tipificação das sociedades empresariais, assim


como a classificação das mesmas. A seguir conceitos gerais sobre os tipos societários, sendo
os mesmos um rol taxativo, ou seja, para exercer atividade empresarial, o empresário
somente pode escolher um dos tipos previstos em lei. São eles:

a sociedade em nome coletivo (N/C);

a sociedade em comandita simples (C/S);

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

74

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

a sociedade em comandita por ações (C/A);

a sociedade em conta de participação (C/P);

a sociedade limitada (Ltda.); e

a sociedade anônima ou companhia (S/A).

As três primeiras figuras foram plenamente tratadas pelo novo Código Civil. As
sociedades anônimas estão disciplinadas na Lei n. 6.404/76, e as sociedades em comandita
por ações regem-se pelas normas relativas às sociedades anônimas, com algumas regras
impostas pelo Código Civil (arts. 1.090 a 1.092).
Dentre os tipos societários, os mais usados no cotidiano, assim como exigidos em provas
são a sociedade limitada e a sociedade anônima, sendo essa última mais utilizada para
grandes empreendimentos.
A sociedade civil pode adotar qualquer tipo societário, salvo sociedade anônima, que
necessariamente deverá ser empresarial.
DICA 155
DIREITO SOCIETÁRIO - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

Quanto ao regime de constituição, a sociedades podem ser:

Sociedades contratuais: são aquelas constituídas através de um contrato social, tais


como as sociedades limitadas, as sociedades em nome coletivo e as sociedades em
comandita simples. O capital social é dividido em quotas e o titular das mesmas é
denominado sócio.

Sociedades estatutárias ou institucionais: são aquelas constituídas através de um


estatuto social, como a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. O
capital social é dividido em ações e o seu titular é denominado acionista. As relações são
entre os sócios e a sociedade, não havendo relação deles entre si. Qualquer interessado,
desejando ingressar na sociedade, adere ao estatuto.
DICA 156
MARCO LEGAL DAS STARTUPS
A Lei Complementar nº 182/2021 instituiu o Marco Legal das Startups e do
empreendedorismo inovador. São enquadradas como startups as organizações empresariais
ou societárias, nascentes ou em operação recente, cuja atuação caracteriza-se pela
inovação aplicada a modelo de negócios ou a produtos ou serviços ofertados.
E mais: As startups poderão admitir aporte de capital por pessoa física ou jurídica, que
poderá resultar ou não em participação no capital social da startup, a depender da
modalidade de investimento escolhida pelas partes.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

75

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Como isto pode cair na prova? Vejamos:

QUESTÃO SIMULADA E INÉDITA.


As organizações empresariais ou societárias, nascentes ou em operação recente, cuja atuação
caracteriza-se pela inovação aplicada a modelo de negócios ou a produtos ou serviços ofertados
são chamadas de:
a)Sociedades limitadas
b)Sociedades anônimas
c)Startups
d)Sociedades ilimitadas
GABARITO: C.

DICA 157
DIREITO SOCIETÁRIO - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
Esgotadas as forças do patrimônio social é que se poderá pensar em executar bens do
patrimônio particular do sócio por saldos existentes no passivo da sociedade.

Sendo assim, as sociedades, quanto à responsabilidade dos sócios, haverá três


tipos:

Sociedades com sócios de responsabilidade mista: parte dos sócios responde de


forma limitada e parte de forma ilimitada pelas obrigações sociais. Ex.: comandita por
ações (C/A) e comandita simples (C/S). Nas primeiras, apenas os acionistas que exercem
cargos de administração é que responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais (art.
1.091, CC). Nas sociedades em comandita simples, apenas os sócios comanditados
respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto os comanditários respondem
limitadamente (art. 1.045).

Sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada: Nesse caso, o patrimônio


dos sócios responderá subsidiariamente, mas de forma ilimitada, pelas obrigações sociais.
Ex.: sociedades em nome coletivo.

Sociedades com sócios de responsabilidade limitada: Aqui o patrimônio do sócio


somente responderá de forma subsidiária e limitada. Ex.: Sociedades Limitadas e
Sociedades Anônimas.
DICA 158
DIREITO SOCIETÁRIO - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

Quanto às condições para alienação da participação societária, pode-se classificar as


sociedades como:

Sociedades de pessoas: Aqui os atributos pessoais dos sócios são mais importantes
do que o próprio capital. Há um vínculo maior entre os sócios e, dessa forma, apenas poderá
ingressar na sociedade àquele que for autorizado pelos demais sócios. ingressará na
sociedade aquele expressamente autorizado pelos demais sócios. Ex: sociedades em
nome coletivo e comandita simples.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

76

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Sociedades de capital: Aqui a contribuição financeira para o ingresso no quadro de


sócios da empresa é mais importante que a pessoalidade. O capital social é formado por
ações e basta que alguém subscreva determinado número de ações, contribuindo para a
formação do patrimônio inicial da sociedade, para que seja admitido como acionista.
Inexiste vínculo entre sócios. Ex: sociedade anônima (S.A.) e a comandita por ações
(C/A).
DICA 159
TÍTULOS DE CRÉDITO/DIREITO CAMBIÁRIO - CONCEITOS INICIAIS
De acordo com a doutrina de André Santa Cruz, título de crédito é o documento que
instrumentaliza o crédito e permite a sua mobilização com rapidez e segurança, sendo,
portanto, instrumentos de circulação de riqueza.
Ainda na época das grandes navegações e descobertas da América e da rota das índias, já
se utilizavam documentos que representavam riquezas, como por exemplo, as notas
promissórias, facilitando a circulação da riqueza e o próprio desenvolvimento da economia.
Com a evolução do comércio e do direito cambiário, e por ser característica do mercado a
globalização, e a internacionalização dos títulos de crédito, surgia a necessidade de
uma legislação uniforme, e dessa forma, por exemplo, para alguns títulos, o Brasil aderiu à
Lei Uniforme de Genebra.
Com a promulgação do CC/02, houve a regulamentação sobre títulos de crédito, que, no
entanto, somente será aplicável aos títulos de crédito novos e atípicos, mantendo-se as
normas especiais já em vigor no Brasil. O CC/02, quanto aos títulos de crédito, podem ser
aplicados os referidos artigos apenas de forma supletiva para os títulos nominados, desde
que compatíveis.

São exemplos de títulos de crédito: cheques, notas promissórias, letras de câmbio,


duplicatas, conhecimento de depósito, warrant.
DICA 160
PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Segundo a doutrina, Vivante, jurista italiano, definiu título de crédito como o documento
necessário ao exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. Desse
conceito extraem-se três princípios relativos ao direito cambiário, relatados por Fabio Ulhoa
Coelho:

Cartularidade: credor precisa estar na posse do documento (cártula). Não se pode, dessa
forma, promover ação de execução com cópia do título, devendo ser juntado documento
original, em regra. Exceção: títulos de crédito eletrônicos, por exemplo.

Literalidade: somente os atos jurídicos instrumentalizados no próprio documento é que


terão eficácia para as relações jurídico-cambiais.

Autonomia: Pelo princípio da autonomia, entende-se que as obrigações representadas


por um mesmo título de crédito são independentes entre si. Se uma dessas obrigações
for nula ou anulável, eivada de vício jurídico, tal fato não comprometerá a validade e
eficácia das demais obrigações constantes do mesmo título de crédito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

77

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

De acordo com COELHO, o princípio da autonomia se desdobra em dois subprincípios:


abstração e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé.
Em razão dos princípios específicos do direito cambiário haverá uma maior proteção da
relação comercial, para que o credor receba o que lhe é devido, pois, garantir-se-á ao credor
que aquela pessoa que lhe transfere o título (o seu devedor) não poderá cobrá-lo mais
(princípio da cartularidade); que todas as relações jurídicas que poderão interferir com o
crédito adquirido são apenas aquelas que constam, expressamente, do título e nenhuma
outra (princípio da literalidade); e c) nenhuma exceção pertinente à relação da qual ele não
tenha participado terá eficácia jurídica quando da cobrança do título (princípio da
autonomia), nos termos da doutrina de Fabio Ulhoa Coelho.
DICA BÔNUS
NOVO TÍTULO DE CRÉDITO - LEI DE AMBIENTE DE NEGÓCIOS – LEI 14.195/2021

Consoante a Lei de Ambiente de Negócios publicada em agosto de 2021 e já em vigor na


maioria de seus artigos, houve a constituição de novo título de crédito denominada NOTA
COMERCIAL. Segundo o art. 45 da referida lei, A nota comercial, valor mobiliário de que
trata o inciso VI do caput do art. 2º da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, é título de
crédito:

não conversível em ações;

de livre negociação;

representativo de promessa de pagamento em dinheiro;

emitido exclusivamente sob a forma escritural por meio de instituições autorizadas a


prestar o serviço de escrituração pela Comissão de Valores Mobiliários.

Podem emitir a nota comercial as sociedades anônimas, as sociedades limitadas e as


sociedades cooperativas.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

78

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO PENAL
DICA 161
CONCURSO DE PESSOAS
O concurso de pessoas possui previsão legal nos artigos 29 e 30 do Código Penal. Vejamos:
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Conceito: É a consciente e voluntária cooperação de duas ou mais pessoas para a prática


da mesma infração penal.

Natureza jurídica: norma de ampliação da adequação típica.


DICA 162
TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA

Teoria monista / unitária


TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS
Teoria dualista

Teoria pluralista

TEORIA MONISTA/UNITÁRIA: Todos os colaboradores respondem pelo mesmo


crime – adotada como regra no Brasil, por força dos arts. 29 e 30 do CP.
Ex. 1: Maria quer furtar uma TV e, para isso, chama Priscila para lhe auxiliar. Priscila
aceita prontamente e, juntas, subtraem a TV. Logo em seguida, repartem o proveito obtido
na empreitada criminosa. Nesse caso, ambas respondem pelo mesmo crime, qual seja, furto
qualificado (art. 155, §4º, inciso IV, CP).
Ex. 2: Gisele, servidora da prefeitura de São Paulo, convida sua amiga Jéssica para
cometer crime contra a administração pública (furtar computadores da repartição). Jéssica,
que atua na área de família como advogada, sabe da condição de servidora pública de
Gisele. No dia combinado, as duas entram na repartição e furtam dois computadores. Ambas
respondem por peculato, em razão da teoria monista.
DICA 163
TEORIA UNITÁRIA MONISTA
A teoria unitária monista é utilizada para aplicação de pena no concurso de pessoas em que
todos os autores, coautores e partícipes respondem pelo mesmo crime.
Coautores: Conduta típica é praticada por mais de uma pessoa, pode ser caracterizada
pelo princípio da divisão do trabalho.
Partícipes: Não realiza a conduta típica, não pratica diretamente os atos de execução.
A participação é, pois, necessariamente, acessória e secundária.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

79

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 164
TEORIA DUALISTA
TEORIA DUALISTA: Segundo essa teoria, devem ser reconhecidos tipos de autor e
tipos de partícipe.
Exemplificando: É como se a legislação estivesse assim: Matar (autor) alguém e ajudar
(partícipe) alguém a matar alguém (não foi adotado em nenhuma legislação, em regra).

Conclusão: Haveria no tipo penal a conduta do autor e do partícipe.


DICA 165
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA PLURALISTA
TEORIA PLURALISTA: De acordo com essa teoria, cada colaborador pode e deve
responder por seu próprio crime. É adotada de modo excepcional pelo Código Penal em
dois grupos de casos:
1º grupo - Previsão expressa da conduta de cada colaborador em um tipo autônomo.
Exemplo do art. 317 e 333 (corrupção), 124 e 126 (aborto) e o 342 e 343 (falso
testemunho e suborno para falso testemunho) do CP.
2º grupo - Cooperação dolosamente distinta.
Nos termos do artigo 29, §2º do CP, “se algum dos concorrentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”.

QUESTÃO FGV – OAB, 2018.


Pedro e Paulo combinam de praticar um crime de furto em determinada creche, com a
intenção de subtrair computadores. Pedro, então, sugere que o ato seja praticado em um
domingo, quando o local estaria totalmente vazio e nenhuma criança seria diretamente
prejudicada.
No momento da empreitada delitiva, Pedro auxilia Paulo a entrar por uma janela lateral e
depois entra pela porta dos fundos da unidade. Já no interior do local, eles verificam que
a creche estava cheia em razão de comemoração do “Dia das Mães”; então, Pedro pega
um laptop e sai, de imediato, pela porta dos fundos, mas Paulo, que estava armado sem
que Pedro soubesse, anuncia o assalto e subtrai bens e joias de crianças, pais e
funcionários. Captadas as imagens pelas câmeras de segurança, Pedro e Paulo são
identificados e denunciados pelo crime de roubo duplamente majorado.
Com base apenas nas informações narradas, a defesa de Pedro deverá pleitear o
reconhecimento da
(c) cooperação dolosamente distinta, gerando aplicação da pena do crime menos grave.
GABARITO: C.
COMENTÁRIO: De acordo com o art. 29, §2º do CP, [...] “se algum dos concorrentes
quis participar de crime menos grave ser-lhe-á imputada a pena deste; essa pena será
aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível resultado mais grave”
A cooperação dolosamente distinta impede que o sujeito responda por um fato que não
estava na sua esfera de vontade ou de conhecimento. Desse modo, considerando o caso
apresentado pela questão, tem-se que Pedro não poderá responder pelo crime de roubo
praticado por Paulo, uma vez que não tinha a intenção de roubo, mas apenas de praticar
o furto.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

80

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 166
CONCURSO DE PESSOAS

REQUISITOS:

Pluralidade de agentes: Duas ou mais pessoas realizando a conduta típica ou


concorrendo de algum modo para que outro a realize.

Relevância causal das condutas: Relação de causa e efeito entre cada conduta
com o resultado que é utilizado na teoria da equivalência dos antecedentes causais.

Liame subjetivo entre os agentes: Vontade de colaborar para o mesmo crime. NÃO
É necessário o acordo prévio entre os agentes, bastando que um venha a aderir a vontade
do outro.

Identidade de fato: Todos os concorrentes devem responder pelo mesmo crime.

QUESTÃO FGV – OAB, 2015.


Maria Joaquina, empregada doméstica de uma residência, profundamente apaixonada
pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua conversa com uma terceira
pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de semana à tarde.
Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do
trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava
destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na
residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade
penal de Maria Joaquina.
(a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que
contribuiu de alguma forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o
plano.
(b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada
a qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu
conhecimento.
(c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação
irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
(d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.
GABARITO: C.
COMENTÁRIO: No caso apresentado pela questão, verifica-se que a conduta de Maria
não teve relevância causal para a produção do resultado, uma vez que os autores do
crime entraram na residência arrombando a porta dos fundos. Ademais, não houve
vínculo subjetivo ou acordo de vontade entre os agentes. Diante disso, tem-se que a
conduta de Maria é atípica, de modo que não deve ser considerada partícipe do delito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

81

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 167
AUTORIA COLATERAL
A autoria colateral ocorre quando duas ou mais pessoas, ignorando uma ação de outra,
realizam condutas convergentes, objetivando a execução do mesmo crime.

Ex: ambos atiram na vítima sem saber um do outro


Dessa forma, a autoria colateral não é uma espécie de concurso de pessoas, pois não há
vínculo subjetivo entre os agentes.
DICA 168
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO - TEORIA OBJETIVO - FORMAL

Teoria objetivo-formal
TEORIAS QUE BUSCAM
CARACTERIZAR E DIFERENCIAR Teoria objetivo-material
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO
Teoria subjetiva

Teoria do domínio do fato

Pessoal, é muito comum que o aluno que com muita dúvida aqui e se enrole todo nesse
conteúdo. Por isso, fique atento!

Essas teorias (objetivo-formal, objetivo material, subjetiva e teoria do domínio do fato)


são utilizadas para caracterizar e diferenciar autor de partícipe.

Teoria objetivo-formal
Essa teoria é a tradicionalmente adotada no Brasil.
Segundo a teoria objetivo-formal, autor é quem realiza o verbo nuclear do tipo, enquanto
o partícipe quem colabora sem realizar o verbo.

Benefícios da teoria: grande vantagem da proposta é sua fácil instrumentalização.

Críticas a teoria: dificuldade para explicar a autoria mediata e os casos do “homem de


trás”.
DICA 169
TEORIA OBJETIVO-MATERIAL

Teoria objetivo-material
Autor é aquele que tem a mais importante contribuição para a prática criminosa; é
aquele que contribui de forma essencial para o delito.
O partícipe é secundário, apenas auxilia o autor.

Crítica: Muito aberta, muito difícil de aplicar. Ainda que se aproxime dos próprios
conceitos de autoria e participação, a proposta não explica como distinguir quem é o mais
importante (autor) e quem é o auxiliar (o partícipe).
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

82

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 170
TEORIA SUBJETIVA

TEORIA SUBJETIVA
Autor é quem é o dono dos motivos do crime, ou seja, quem realmente quer cometê-lo.
Partícipe é quem tem vontade de auxiliar, isto é, vontade de participe.
Essa teoria foi adotada por décadas na Alemanha.

Crítica: Muito subjetiva.


DICA 171
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

Teoria do domínio do fato


Autor é quem controla finalisticamente o fato, ou seja, quem decide a sua forma de
execução, seu início, cessação e demais condições.
Partícipe, por sua vez, será aquele que, embora colabore dolosamente para o alcance do
resultado, não exerce domínio sobre a ação.
Fique atento!

Para Claus Roxin, a autoria pode ser identificada nas seguintes situações:

Domínio da ação na realização pessoal do fato;

Domínio da vontade realização do fato através de outro;

Domínio funcional execução conjunta do fato - domínio funcional com divisão de tarefas;

Domínio no aparato organizado de poder.


DICA 172
COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS (ART. 30 CP)

As elementares são elementos constitutivos do crime, e são sempre comunicáveis.


São os fatores que integram a definição básica de uma infração penal. No homicídio simples
(CP, art. 121, caput), por exemplo, as elementares são “matar” e “alguém”.

As circunstâncias, por sua vez, são os fatores que se agregam ao tipo fundamental, para
o fim de aumentar ou diminuir a pena.

As circunstâncias podem ser:

Objetivas: são os dados do crime, e são sempre comunicáveis.

Subjetivas: são incomunicáveis, salvo se elementares do crime ou de conhecimento


do outro agente.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

83

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Exemplo 1: Elisabeth, funcionária pública, subtrai bens da repartição em que trabalha,
com auxílio de Pedro, particular (especialista em design). Pedro está ciente da condição de
servidora pública de Elisabeth. Ambos respondem por peculato-furto, pois o dado
funcionário público é elementar do tipo e Pedro tinha conhecimento disso. Lembre-se: as
elementares comunicam.

Exemplo 2: Anaelisa e Giovana, com a intenção de subtrair coisa alheia móvel, abordam
Carlos na saída do supermercado. A vítima não possuía dinheiro, mas estava com seu
notebook que havia acabado de ganhar no amigo oculto na empresa em que trabalhava.
Giovana, sem pensar duas vezes, pegou sua arma e ameaçou o ofendido. Carlos, temendo
por sua vida, entregou rapidamente o computador para a criminosa. Ato contínuo, Giovana
sobe na moto e empreende em fuga com a condutora Anaelisa. Pois bem, analise
atentamente o exemplo: O uso de arma de fogo é uma circunstância de caráter objetivo,
por isso comunica. Anaelisa é reincidente (circunstância de caráter subjetivo). Ambas
respondem por roubo com a pena aumentada por uso de arma de fogo. Contudo, a
reincidência de Anaelisa não se comunicará a Giovana por se tratar de circunstancia de
caráter subjetivo, sendo incomunicável.
DICA 173
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL
Vejamos alguns pontos importante sobre a participação impunível:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

O referido dispositivo menciona que, salvo disposição expressa, a participação não


será punida se o delito não for ao menos tentado.

Demonstra a natureza acessória da participação.

- Ajuste - Não são puníveis, se o crime


não chega, pelo menos, a ser
-
tentado.
Determinação
- Salvo disposição expressa
- Instigação
em sentido contrário
- Auxílio

DICA 174
DAS PENAS
Vejamos alguns pontos importante sobre as penas:

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

84

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

SANÇÃO PENAL (gênero)

PENA
MEDIDA PROVISÓRIA (espécie)
(espécie)

DETENTIVA: ocorre a internação no


hospital de custódia e tratamento Privativas de liberdade.
psiquiátrico.

RESTRITIVA: ocorre a sujeição do


Restritivas de direito.
agente à tratamento ambulatorial.

A finalidade é EXCLUSIVAMENTE
Multa.
preventiva.

DICA 175
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Vejamos alguns pontos importantes sobre as penas privativas de liberdade:

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

ESPÉCIES REGIMES

Pena cumprida em
RECLUSÃO FECHADO estabelecimento de segurança
máxima ou média.

Pena é cumprida em colônia


DETENÇÃO SEMIABERTO agrícola industrial ou
estabelecimento similar.

Pena é cumprida em casa de


PRISÃO SIMPLES ABERTO albergado ou estabelecimento
adequado.

DICA BÔNUS
CONCURSO DE CRIMES
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, prática dois ou mais crimes.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

85

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Crimes são
idênticos, ou
seja, previstos no
HOMOGÊNIO mesmo tipo
penal.
CONCURSO
MATERIAL /
REAL Crimes são
distintos, ou seja,
não estão
previstos no
HETEROGÊNEO mesmo tipo
penal.

Concurso material / real

Mais de uma ação ou omissão, dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 69, CP);

Pluralidade de condutas + pluralidade de crimes;

Sistema de cúmulo material (as penas são somadas);

Homogêneo ou heterogêneo.
DICA BÔNUS
CONCURSO DE CRIMES
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não.

O agente não atua


PERFEITO com desígnios
autônomos.

CONCURSO
FORMAL / IDEAL
O agente atua com
IMPERFEITO desígnios
autônomos.

Concurso formal / ideal

Uma ação ou omissão de dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 70, CP);

1) Próprio ou perfeito
Produz dois ou mais resultados, sem agir com desígnios autônomos;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

86

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

1 crime doloso + outros culposos ou todos os crimes culposos;

Adota-se o sistema de exasperação, onde aplica-se mais grave das penas cabíveis,
se forem iguais, somente uma delas, aumentada de 1/6 até a metade em qualquer
caso.
2) Impróprio ou imperfeito

A ação ou omissão é DOLOSA;

Os CRIMES CONCORRENTES resultam de DESÍGNIOS AUTÔNOMOS;

SISTEMA DE CÚMULO MATERIAL (as penas são cumulativas);

Trata-se do CONCURSO MATERIAL BENÉFICO (art. 70, § único, CP);

Caso exceda, o juiz aplicará o critério cumulativo.

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


Félix, com dolo de matar seus vizinhos Lucas e Mário, detona uma granada na varanda
da casa desses, que ali conversavam tranquilamente, obtendo o resultado desejado. Os
fatos são descobertos pelo Ministério Público, que denuncia Félix por dois crimes
autônomos de homicídio, em concurso material. Após regular procedimento, o Tribunal
do Júri condenou o réu pelos dois crimes imputados e o magistrado, ao aplicar a pena,
reconheceu o concurso material.
Diante da sentença publicada, Félix indaga, reservadamente, se sua conduta efetivamente
configuraria concurso material de dois crimes de homicídio dolosos. Na ocasião, o(a)
advogado(a) do réu, sob o ponto de vista técnico, deverá esclarecer ao seu cliente que
sua conduta configura dois crimes autônomos de homicídio,
(a) em concurso material, sendo necessária a soma das penas aplicadas para cada um
dos delitos.
(b) devendo ser reconhecida a forma continuada e, consequentemente, aplicada a regra
da exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
(c) devendo ser reconhecido o concurso formal próprio e, consequentemente, aplicada a
regra da exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
(d) devendo ser reconhecido o concurso formal impróprio, o que também imporia a regra
da soma das penas aplicadas.
Gabarito: Letra D
Comentário:
No caso apresentado pela questão, verifica-se que Félix agiu com uma só conduta e esta
foi com dolo em todos os resultados. A isso se denomina "desígnios autônomos", previsto
na segunda parte do artigo 70, CP. Em face disso, Félix se enquadra no concurso formal
IMPRÓPRIO, que tem como consequência a somatória das penas.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

87

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
PROCESSO PENAL
DICA 176
DAS PROVAS - PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILÍCITAS
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos.
Se, por exemplo, um réu é torturado na delegacia e, diante disso, acaba confessando
a prática de um crime, essa confissão é nula, pois obtida por meios ilícitos. Da mesma
forma, um “grampo” (interceptação telefônica) realizado pela autoridade policial sem a
observância dos requisitos legais também será considerado ilícito.
Fique atento!
O termo “prova ilícita” não é o mais apropriado. O correto seria se referir às provas
ilegais, como sendo aquelas em contrariedade à lei de modo geral.

As provas ilegais seria gênero, que se dividiriam em outras 2 espécies:

Provas ilícitas: quando ofenderem regras de direito material (penal ou


constitucional), como por exemplo a prova obtida mediante tortura; e

Provas ilegítimas (aquelas que ofendem regras de direito processual, como o


depoimento de uma testemunha colhido sem o compromisso de dizer a verdade).
Essa classificação acima é doutrinária, mas pode ser cobrada em sua prova da OAB.
Todavia, não se estranhem se o termo “prova ilícita” for utilizado de forma tecnicamente
incorreta, pois o próprio Código de Processo Penal faz essa confusão.
DICA 177
DO DESENTRANHAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS
O CPP dispõe que as provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo (art. 157, §3º
CPP). Ou seja, se houver alguma prova ilícita naquele processo, elas devem ser dele
retiradas e inutilizadas, sendo facultado às partes acompanhar esse incidente de
inutilização.
APROFUNDANDO MAIS O TEMA: Prevalece na Jurisprudência a possibilidade da
utilização de provas ilícitas a favor do réu. Ou seja, o juiz, com base numa prova ilícita,
poderia proferir uma sentença de absolvição do réu, mas não de condenação.

Ex: grampo clandestino, realizado por investigador particular contratado pelo réu, em
que há uma confissão de uma terceira pessoa acerca da autoria do crime. O juiz poderia
utilizá-la para absolver aquele acusado.
DICA 178
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO
Um tema extremamente importante e muito cobrado em provas diz respeito às provas
ilícitas por derivação.
Aqui se aplica uma famosa teoria no processo penal, conhecida de Teoria dos frutos da
árvore envenenada.
Segundo essa teoria, se uma árvore é envenenada, os frutos que dela derivam também
estarão envenenados. Trazendo para o processo penal, se uma prova é ilícita, as provas
que dela derivam também serão ilícitas.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

88

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Ex.: Supondo que um policial faça um “grampo” ilegal num conhecido traficante da
Polícia. Com isso, ele descobre todo um esquema de traficância realizado numa determinada
região. Diante dessa descoberta, e tentando retomar ao campo da licitude, o delegado
representa ao juiz, postulando um mandado de busca domiciliar. Esse mandado é concedido
e durante a busca de fato se encontra uma grande quantidade de drogas. Essa busca, apesar
de revestida dos requisitos de legalidade, é considerada ilícita, pois derivada de uma outra
prova ilícita. Entenderam?
Vejam e atentem-se bem à redação do art. 157, §1º do CPP: “são também inadmissíveis
as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras”.
DICA 179
EXCEÇÃO À TEORIA DO FRUTO DAS ÁRVORES ENVENENADAS
Certo, nós vimos então que as provas ilícitas e suas derivadas são inadmissíveis no
processo, devendo ser desentranhadas.
Contudo, o próprio art. 157, §1º e §2º excepciona duas hipóteses em que mesmo as provas
que se derivem das ilícitas podem ser admitidas, a saber:
Teoria da fonte independente – por força dessa teoria, se a autoridade policial obtiver
novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que não
guarde qualquer relação de dependência com a prova originariamente ilícita, os dados
probatórios são admissíveis.
Por força do art. 157, §2º, considera-se fonte independente aquela que, por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal,
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
Teoria da descoberta inevitável – caso fique demonstrado que a prova derivada da
ilícita seria produzida de qualquer modo, independente da prova ilícita, tal prova
deve ser considerada válida.

Ex: localização de um corpo deixado numa floresta, através de informações obtidas por
uma interceptação telefônica ilegal. Todavia, um grupo de buscas intensivas já estava bem
próximo do local e inevitavelmente encontrariam o corpo.
DICA 180
TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS (SERENDIPIDADE)
A expressão serendipidade é utilizada para se referir ao encontro fortuito de provas.
Ocorre quando no cumprimento de alguma diligência, a autoridade policial casualmente
encontra provas relativas a outra infração penal, que não estava no desdobramento normal
da investigação (chamado de “crime achado”).
Fala-se, portanto, em encontro fortuito de provas, ou serendipidade, quando a prova de
determinada infração é obtida a partir de diligência regularmente autorizada para a
investigação de outro crime.

Ex: a polícia recebe uma denúncia de que alguém está cometendo um crime ambiental,
ao manter animais silvestres na sua residência. Requer um mandado de busca e apreensão
dos animais. Durante o cumprimento do mandado, descobre-se que o local também era
utilizado como depósito de drogas, além de encontrar uma arma com numeração raspada.
Veja que dois crimes, que não eram inicialmente objeto de investigação, foram “achados”

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

89

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
pela polícia. A isso se dá o nome de serendipidade, ou encontro fortuito de provas. As provas
encontradas são válidas e admitidas!
DICA 181
IMPEDIMENTO DO JUIZ QUE CONHECER A PROVA ILÍCITA
Essa é muito importante! Por isso, tenha redobrada atenção!
Trata-se de inovação do Pacote Anticrime, que veio em boa hora.
Por força do art. 157, §5º, o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
inadmissível NÃO poderá proferir sentença ou acórdão.
Antes dessa reforma, o juiz declarava a prova como ilícita, determinava o seu
desentranhamento (retirada) dos autos do processo, mas continuava sendo competente
para realizar o seu julgamento. Isso certamente comprometia a sua parcialidade,
compreendem?
É por isso que o pacote anticrime veio para dizer: olha juiz… se você tiver acesso a alguma
prova ilegal, você não pode continuar a julgar não, pois sua parcialidade estará
comprometida. Passa o processo para o seu substituto, para que ele proceda ao julgamento.
DICA 182
PROVA ILÍCITA
RESUMINDO:
Devem ser
desentranhadas
Inadmissibilidade O juiz que conhecer
da prova ilícita do conteúdo da prova
ilícita NÃO pode
decidir (art. 157, §5)

Princípio da
vedação à prova Exceção: Teoria da
ilícita fonte independente
(art. 157, §2)

Inadmissibilidade da
prova ilícita por
derivação (teoria
do fruto da árvore Exceção: teoria da
envenenada) descoberta
inevitável

DICA 183
PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROBATÓRIA
Em função dos interesses envolvidos no processo penal (liberdade individual x direito de
punir do Estado), adota-se a mais ampla liberdade probatória, seja quanto ao momento,
quanto ao tema ou ainda quanto aos meios de prova.
Liberdade quanto ao momento da prova:
As provas podem ser produzidas a qualquer momento.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

90

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
O art. 231 do CPP dispõe que, salvo os casos expressos em lei, as partes podem apresentar
documentos em qualquer fase do processo.
Mas, há algumas exceções, em que se limita a produção da prova.
Rol de testemunhas: o art. 41 do CPP prevê o chamado “rol de testemunhas”, que
deve ser apresentado pela acusação na própria peça acusatória (a “petição inicial”, que
pode ser a denúncia ou queixa-crime); pela defesa, deve ser apresentada durante a
resposta à acusação, conforme art. 396-A do CPP.
Júri: o art. 479 do CPP prevê que não é admitida a exibição ou leitura de documentos
que não sejam juntadas com antecedência mínima de 3 dias úteis. Vejam, portanto,
que aquela realidade retratada nos filmes americanos, em que uma prova é encontrada e
exibida nos minutos finais do julgamento pelo Júri, causando uma reviravolta no
julgamento, não reflete a realidade aqui do Brasil...
Liberdade quanto ao tema da prova:
As provas podem ser produzidas sobre quaisquer fatos pertinentes ao processo.
Na prática, inclusive, é comum que o advogado arrole alguma testemunha apenas para
provar a boa conduta individual e social, além da personalidade do réu, já que isso influi no
cálculo final de eventual condenação, nos termos do art. 44, inciso III do Código Penal. É o
que é chamado de testemunha abonatória, de antecedente ou de beatificação. Diz-se
de “beatificação” porque a testemunha vai lá só pra falar que o réu é praticamente um santo
na sua vida privada... rs
A despeito dessa liberdade, o art. 400, §1º autoriza que o juiz indefira a produção das
provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Suponha que o réu
arrole uma testemunha que não tem muito a agregar, e que ainda resida em outro país, só
com o intuito de atrasar o andamento do processo e com isso alcançar a prescrição. O juiz
pode indeferir...
Liberdade quanto aos meios de prova:
As partes possuem ampla liberdade probatória, podendo se valer de meios de prova
nominados (previstas expressamente no CPP), quanto inominados. Dessa forma, as
partes possuem o direito de empregar todos os meios legais e moralmente legítimos para
provar a verdade dos fatos.
É por isso que se diz que não vigora no processo penal o princípio da taxatividade das
provas, pelo qual só se admitem as provas previstas de maneira específica na lei.
DICA 184
PROVA QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS
Essa é importante!
Nós vimos que há liberdade quanto aos meios de prova, de forma que a parte pode se valer
de todos os meios legais e moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos.
Todavia, há casos em que a lei limita essa liberdade quanto aos meios de prova, afirmando
que determinado fato somente pode ser provado por meio de uma prova específica.
Isso ocorre, por exemplo, quando o CPP prevê que, quanto ao estado das pessoas, serão
observadas as restrições estabelecidas na lei civil (art. 155, parágrafo único). Dessa forma,
para se provar a condição de cônjuge, por exemplo, é necessária a certidão de casamento.
É em função dessa previsão legislativa também que, para provar a morte do agente e
extinguir a punibilidade do crime, é indispensável a certidão de óbito (art. 62, CPP).
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

91

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Da mesma forma, nos termos da Súmula 74 do STJ: para efeitos penais, o reconhecimento
da menoridade do réu requer prova por documento hábil, como a certidão de nascimento,
o RG, CNH etc.
DICA 185
A IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
Durante a instrução do processo, o juiz tem contato com o réu, com testemunhas, com a
vítima. De forma que desenvolve uma sensibilidade maior, já que tem a oportunidade de
ver as provas “olho no olho”.
É por isso que se desenvolveu esse princípio da identidade física do juiz, de forma que o
juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença (art. 399, §2º, CPP).
Ou seja, o juiz que presidir a instrução (ouvir as testemunhas, participar da produção das
provas) deve ser o juiz a proferir a sentença. Isso em função da maior sensibilidade
desenvolvida pelo juiz ao ter contato mais próximo com as provas.
Flexibilização: a identidade física do juiz não impede a realização de atos de instrução
realizados por videoconferência ou por carta precatória.
DICA 186
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
O que se estuda aqui é a vinculação do juiz a alguma prova. Ok, as provas foram produzidas.
Uma testemunha falou claramente que viu o acusado, no dia e hora do crime, no cinema, o
que seria um álibi para ele. O juiz então é obrigado a absolver o réu, com base nessa prova?
Temos basicamente 3 sistemas sobre a avaliação da prova.

Não foi adotado no Brasil, como


O juiz é livre para valorar as
regra.
provas como bem entender,
inclusive aquelas que não Exceção: Foi adotado no
Sistema da estão nos autos do TRIBUNAL DO JÚRI, em que os
íntima processo. jurados não precisam
convicção fundamentar o porquê condenam
O juiz não é obrigado a
ou absolvem. Podem formar sua
fundamentar seu
convicção a partir de critérios
convencimento
subjetivos.

Não foi adotado no Brasil como


Aqui, os meios de prova regra.
possuem um valor
Mas, há alguns resquícios de sua
probatório fixado em
aplicação, como:
abstrato pelo legislador.
Sistema da 1) prova do estado das pessoas
Cada prova possui um valor
prova tarifada deve observas as restrições da lei
pré-estabelecido. O juiz,
civil – art. 155, p. único
ao decidir pela condenação
ou pela absolvição, deve 2) prova da menoridade do réu
levar essa dosagem das deve ser feita com documento hábil
provas em consideração. – súmula 74, STJ

A confissão é tida como a 3) indispensabilidade do corpo


“rainha das provas”. de delito quando a infração deixar
vestígios – art. 158, CPP
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

92

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

O juiz tem ampla


liberdade na valoração O CPP, no art. 155, adotou o
das provas, que possuem sistema do livre convencimento
abstratamente o mesmo motivado: “o juiz formará sua
valor. convicção pela livre apreciação da
Sistema do livre prova produzida em contraditório
convencimento Porém, o juiz se vê judicial (...)”.
motivado obrigado a fundamentar
sua decisão, demonstrando Não há prova com valor absoluto.
a forma como valorou as Mesmo a confissão tem valor
provas dos autos até relativo, conforme art. 197 do CPP.
concluir o seu
convencimento.

DICA 187
ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL
Ônus da prova é o encargo que as partes têm de provar as alegações por ela formuladas
no bojo do processo. Dessa forma, se a parte não se desincumbir do seu ônus da prova,
poderá sofrer prejuízos, tendo em vista que a pretensão pode ser solucionada de forma
contrária aos seus interesses.

Encargo que as partes têm de provar as


Ônus da prova
alegações por elas formuladas no processo.

Pelo art.156 do CPP, a prova da alegação incumbe a quem a fizer. Guardem isso, pois
acredito que caso a banca cobre o tema ônus da prova haverá uma cobrança da letra fria
da lei.
Todavia, indo além do texto legal, é muito comum se afirmar que, como desdobramento do
princípio da presunção de inocência, no processo penal o ônus da prova incumbe à
acusação.

Princípio da Ônus da
PROCESSO presunção de prova incumbe à
PENAL inocência acusação

Essa afirmação é uma verdade, mas que precisa ser completada.


Isso porque prevalece o entendimento que de fato incumbe à acusação o ônus em relação
à prova da materialidade do crime e da sua autoria. Todavia, à defesa cabe o ônus de provar
alguma causa excludente de ilicitude, de culpabilidade ou ainda extintiva da
punibilidade, além da prova de algum álibi que deseja invocar.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

93

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

ACUSAÇÃO: deve
provar a
materialidade do
crime e a autoria

Art. 156, CPP: a


Ônus da prova no prova da alegação
processo penal incumbe a quem a
fizer DEFESA: deve provar
causas excludentes da
ilicitude, da culpabilidade,
ou extintiva da
punibilidade; ou
ainda,algum álibi.

DICA 188
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ
Essa é importante!
A temática sobre a iniciativa probatória do juiz deve ser analisada em dois momentos
distintos:
Antes de iniciada a ação penal;
Durante o processo penal.
Quando falamos de iniciativa probatória do juiz, estamos estudando se o juiz pode, de
ofício (ou seja, sem provocação de ninguém), determinar a realização da prova, sob o
pretexto da busca da verdade real.
Na fase investigatória (antes do início da ação penal), o juiz não pode agir de ofício.
Não poderá o juiz, portanto, produzir provas de ofício durante o inquérito policial.
CUIDADO: o art. 156, inciso I, prevê que o juiz pode ordenar, de ofício, mesmo antes
do início da ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes. Mas, prevalece na doutrina o entendimento de que esse artigo é
inconstitucional, uma vez que a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação
ofenderia o sistema acusatório.
Esse entendimento da estrita vedação à iniciativa probatória na fase de investigação é
o que prevalece. Todavia, é importante vocês conhecerem a redação literal do art. 156, I,
já que as bancas podem cobrar questões literais do CPP...
Para confirmar esse entendimento, vejam o que ensina Renato Brasileiro de Lima: “se
o STF concluiu pela inconstitucionalidade do juiz inquisidor previsto no art. 3º da
revogada lei 9034/95, conclusão semelhante deverá se dar em relação à nova redação do
art. 156, inciso I do CPP”.
Durante o curso do processo penal, o art. 156, inciso II do CPP admite que o juiz possa
determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.
A interpretação que se dá a esse inciso é que o juiz pode, de modo subsidiário,
determinar a produção de provas que entender pertinentes e razoáveis, dirimindo
dúvida sobre algum ponto relevante.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

94

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Apesar de criticável por grande parte da doutrina, o entendimento que prevalece é pela
iniciativa probatória do juiz de forma residual, durante a ação penal. Essa iniciativa
probatória pode ser exercida tanto nos crimes de ação pública como nos crimes de ação
privada.
Portanto, prevalece o entendimento segundo o qual a iniciativa do juiz durante a ação
penal é subsidiária, só podendo atuar para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante.
DICA 189
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ
O pacote anticrime prevê no art. 3º-A no CPP que [...] “o processo penal terá estrutura
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da
atuação probatória do órgão de acusação”.
Veja, portanto, que está vedada a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação. Da
mesma forma, está vedada a substituição da atuação probatória do órgão de acusação, o
que demonstra que, mesmo na fase processual, a atuação probatória do juiz é subsidiária,
supletiva, não podendo o magistrado se imiscuir na função probatória do MP.
Com isso, o juiz só tem iniciativa probatória na fase processual, e mesmo assim, de forma
residual, para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante.

O juiz NÃO tem iniciativa


probatória durante o inquérito
policial ou investigação
criminal.
Na fase
investigatória Mas, vocês devem se atentar
para a literalidade do art.
156, inciso I (tido pela
doutrina como
inconstitucional)
Iniciativa
probatória do juiz
O juiz tem iniciativa
probatória residual.
Ou seja, o juiz pode, de
Na ação modo subsidiário,
penal determinar a produção de
provas pertinentes e
razoáveis para dirimir
dúvida sobre algum ponto
relevante.

DICA 190
EXAME DE CORPO DE DELITO
Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixadas pela
infração penal, estando relacionado à própria materialidade do crime.
Quando se fala em corpo de delito não está se referindo a um “corpo”, a um cadáver. Pelo
contrário, estamos falando de qualquer vestígio material deixado pela infração penal.
Exemplo: o vidro quebrado da casa; o esperma na cena de estupro; etc.
O exame de corpo de delito, portanto, é uma espécie de perícia realizada em âmbito
criminal, cuja finalidade é comprovar a materialidade (a existência) do crime, nas infrações
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

95

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
penais que deixam vestígios.
O juiz não fica adstrito ou subordinado ao laudo pericial, podendo discordar das
conclusões dos peritos. Dessa forma, o juiz pode proferir sua decisão em sentido diverso do
laudo pericial.
Quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, o juiz ou autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, salvo o caso do exame de corpo de
delito.
O art. 184 do CPP ressalva expressamente o exame de corpo de delito, pois essa perícia é
de realização obrigatória nas hipóteses em que a infração penal deixa vestígios.
Além disso, o exame de corpo de delito pode ser realizado a qualquer dia e a qualquer
hora.
DICA BÔNUS
EXAME DE CORPO DE DELITO
Nos termos do art. 158 do CPP: “quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado”.

Infração deixar - Indispensável o exame de corpo de delito


vestígios - A confissão do acusado não supre o exame

Fique atento!
O exame de corpo de delito pode ser direto, quando os peritos o realizam diretamente
sobre a pessoa ou objeto da ação delituosa, ou indireto, quando não é propriamente um
exame, uma vez que os peritos se baseiam nos depoimentos das testemunhas em razão do
desaparecimento dos vestígios.

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


Vanessa foi presa em flagrante, logo após cometer um crime de furto em residência. A
proprietária do imóvel, Jurema, 61 anos, informou aos policiais que viu, pelas câmeras
de segurança, Vanessa escalando o alto muro da residência e ingressando na casa,
acreditando a vítima que a mesma rompeu o cadeado da porta, já que este encontrava-
se arrombado. Por determinação da autoridade policial, um perito oficial compareceu à
residência de Jurema e realizou laudo pericial para confirmar que o muro que Vanessa
pulou era de grande altura e demandava esforço no ato. Deixou, porém, de realizar a
perícia no cadeado e na porta por onde Vanessa teria entrado na casa.
Vanessa foi denunciada pelo crime de furto qualificado, sendo imputado pelo Ministério
Público a qualificadora da escalada e do rompimento de obstáculo. No curso da instrução,
assistida a ré pela Defensoria Pública, as partes tiveram acesso ao laudo pericial e, em
seu interrogatório, Vanessa confessou os fatos, inclusive o rompimento do cadeado para
ingresso na residência, bem como informou que sabia que a lesada era uma senhora de
idade. A vítima Jurema não compareceu, alegando que não poderia deixar sua residência
exposta, já que o cadeado da casa ainda estava arrombado, argumentando ser idosa,
acostando sua carteira de habilitação, e destacando que as imagens da câmera de
segurança, já juntadas ao processo, confirmavam a autoria delitiva.
Você, como advogado (a), foi constituído(a) por Vanessa para a apresentação de
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

96

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
alegações finais. Considerando as informações expostas, você deverá alegar que
(a) a perícia realizada no muro não poderá ser considerada prova, mas tão só elemento
informativo a ser confirmado por provas produzidas sob o crivo do contraditório, tendo
em vista que as partes não participaram da elaboração do laudo.
(b) deve ser afastada a qualificadora com fundamento no rompimento de obstáculo, já
que não foi produzida prova pericial, não sendo suficiente a confissão da acusada.
(c) a perícia realizada para demonstrar a escalada foi inválida, pois não foi realizada por
dois peritos oficiais, nos termos da determinação do Código de Processo Penal.
(d) a idade da vítima não foi comprovada por documento idôneo, não podendo ser
reconhecida agravante por tal fundamento.
GABARITO: Letra B
COMENTÁRIO: Para resolver essa questão bastava que o candidato tivesse
conhecimento do art. 158, do CPP, que assim dispõe: [...] “quando a infração deixar
vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado”.

DICA BÔNUS
EXAME DE CORPO DE DELITO
O art. 158 é rico em informações que podem despencar na sua prova. Portanto, guardem:
1ª REGRA: a obrigatoriedade do exame de corpo de delito
Pela redação do art. 158 do CPP, o exame de corpo de delito é indispensável quando a
infração penal deixar vestígios.
Por isso que se diz que, nos crimes transeuntes (aqueles que não deixam vestígios), não
há exame de corpo de delito.
Já nos crimes não transeuntes (aqueles crimes que deixam vestígios materiais), o exame
de corpo de delito é obrigatório.
Portanto, guarde: o exame de corpo de delito só é obrigatório nos crimes não
transeuntes, ou seja, naqueles que deixam vestígios.
O art. 167 do CPP prevê uma certa flexibilização a essa obrigatoriedade do exame de corpo
de delito, passando a prever que, quando os vestígios tiverem desaparecido, a prova
testemunhal poderá supri-lo.

Ex.: suponha um crime de lesão corporal, crime que deixa vestígios. Se os hematomas,
marcas, roxos, tiverem desaparecido, a prova testemunhal pode suprir a ausência do exame
de corpo de delito.
Nos crimes de menor potencial ofensivo, abrangidos pela Lei dos Juizados (lei 9099/95), o
exame de corpo de delito está dispensado, desde que a inicial acusatória venha
acompanhada de boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1).
2ª REGRA: exame de corpo de delito direto x indireto.
Exame de corpo de delito direto é aquele realizado pelo perito diretamente sobre o
vestígio deixado; já o exame de corpo de delito indireto é aquele com base em
informações fornecidas a ele.
3ª REGRA: a confissão do acusado não pode suprir o exame de corpo de delito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

97

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
ATENÇÃO! Guarde essa regra! Ela é importante!
Quando o exame de corpo de delito for obrigatório (nos crimes não transeuntes, ou seja,
que deixam vestígios), a confissão do acusado não pode supri-lo!

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

98

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO DO TRABALHO
DICA 191
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR)
A participação nos lucros da empresa é o “método de remuneração complementar do
empregado, com o qual se lhe garante uma parcela dos lucros auferidos pelo
empreendimento econômico do qual participa” - SÜSSEKIND, Arnaldo et al. Instituições de
direito do trabalho, 22. ed., v. 1, p. 483
Em outras palavras, o empregado tem este direito, sendo uma chance ao empregado de ter
essa participação nos lucros.
PLR é normatizada pela lei 10.101/00, que faz a regulamentação da participação dos
trabalhadores nos lucros e resultados de uma empresa. Esta participação tem por objetivo
incentivar a produtividade dos empregados.

Tem natureza salarial? Não tem natureza salarial e, portanto, não pode servir como
base para incidência do FGTS e das contribuições previdenciárias, nem tampouco refletindo
em férias + 1/3 e no 13º salário.

Art. 7º, inciso XI, da CF/88

São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social: participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei.

DICA 192
EQUIPARAÇÃO SALARIAL

É necessário que se preencha todos os requisitos previstos no art. 461 da CLT.


Observe:

§1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo
de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de
tempo na função não seja superior a dois anos.

§2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou
de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público.

§3º No caso do §2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e
por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.

§4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental
atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins
de equiparação salarial.

§5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no


cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o
paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

99

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
§6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo
determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do
empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Sabendo disto, temos dois sujeitos aqui:

Equiparando= o que deseja ter a equiparação

Paradigma= o que é utilizado como parâmetro para a equiparação


Cuidado com os prazos no caso da equiparação: 4 anos para o mesmo
empregador e 2 anos na mesma função.
Como não esquecer?

S-E-R-V-I-Ç-O: 7 letras = MAIOR

F-U-N-Ç-Ã-O: 6 letras = MENOR


Serviço>função

Serviço: 4 anos

Função: 2 anos
DICA 193
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Em regra, o pagamento do salário deve ser feito em dinheiro, mais precisamente falando
em moeda corrente no Brasil, ou seja, não para, por exemplo, pagar um salário em aqui no
Brasil em euro (moeda vigente na União europeia).
E atenção à uma mudança trazida pela Reforma Trabalhista: Antes da Reforma
Trabalhista, o analfabeto só poderia receber o pagamento em dinheiro. Com a Reforma
Trabalhista, ele poderá receber em dinheiro ou depósito bancário. Observe:
Art. 477 da CLT: Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma
estabelecidos neste artigo.
§ 4° O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:
II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto.

E sobre o pagamento em moeda nacional vigente, temos este disposto:


Art. 463 da CLT: A prestação em espécie do salário será paga em moeda corrente do País.
Parágrafo único. O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo
considera-se como não feito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

100

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 194
SALÁRIO IN NATURA
A ideia do salário utilidade é de tornar o emprego mais atrativo. O salário in natura é o
salário pago em valor não pecuniário.
Mas cuidado: O Empregador pode adimplir parte do salário em dinheiro e parte em
utilidade, todavia desde que a parte paga em dinheiro seja de no mínimo 30%.
Lembrando que o objeto fornecido pelo empregador para o trabalho não pode ser
considerado salário in natura. Exemplo: Com a pandemia, algumas empresas forneceram
notebooks para que seus empregados pudessem trabalhar de suas casas. Esses notebooks
não são salário in natura.

Cigarro pode integrar salário in natura? Não.

SÚMULA 367 TST

UTILIDADES IN NATURA. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO


INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO.
I – A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado,
quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda
que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades
particulares.
II – O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.

DICA 195
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO (OU GRATIFICAÇÃO DE NATAL)
Tem sua regência pela Lei n. 4.090/62, ao qual todo trabalhador tem direito previsto até
pela CF, mais precisamente no art. 7º, VIII da Constituição Federal. A lei 4.749/65 e o
Decreto n. 57.155/65 também falam sobre o 13º salário.

O 13º salário proporcional será devido nas seguintes hipóteses de rescisão do


contrato de trabalho:

Dispensa sem justa causa;

Pedido de demissão;

Término do contrato por prazo determinado;

Aposentadoria do empregado;

Morte do empregado (pagamento aos dependentes ou herdeiros).


Alguém não tem o direito ao 13º salário? Sim, não tem direito ao 13º salário o
empregado que é dispensado por justa causa.
Outra questão importante é que a norma coletiva pode determinar o parcelamento do
13º salário de forma distinta da prevista na legislação vigente. Todavia, esta mesma norma

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

101

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
não pode subtrair o seu valor ou até mesmo suprimir este benefício – Você pode verificar
isto no art. 611-B, V c/c art. 611-A, caput, da CLT.
E atenção: Apesar de haver a possibilidade do pagamento em dias diferentes para os
empregados (Ex: W recebe dia 01 e Y recebe dia 05), o motivo do pagamento em diferentes
dias não poderá ser de cunho discriminatório, como por exemplo pagar primeiro os
funcionários homens para depois pagar as funcionárias mulheres.
DICA 196
PDV OU PDI
O plano de demissão voluntária (PDV) ou plano de demissão incentivada (PDI) é um ato
feito pela empresa, geralmente em empresas com estabilidade, com empregados que
estão na empresa a muito tempo. Ao aderir ao PDV, o empregado está pedindo demissão
(fazendo com que este perca a direito ao aviso prévio), porém com um incentivo financeiro
da empresa, à ser elaborado pela empresa. E mais: Ao aderir ao PDV, o empregado fica
proibido de ajuizar futuramente ação contra o empregado, salvo se houver alguma ressalva
no PDV (o que é raro).

Só a empresa privada pode aderir ao PDV? Não, tanto a empresa pública quanto
a privada podem aderir ao PDV.

O PDV tem que tipo de natureza jurídica? Tem natureza indenizatória.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2019.


A sociedade empresária Ômega Ltda. deseja reduzir em 20% o seu quadro de pessoal,
motivo pelo qual realizou um acordo coletivo com o sindicato de classe dos seus
empregados, prevendo um Programa de Demissão Incentivada (PDI), com vantagens
econômicas para aqueles que a ele aderissem.
Gilberto, empregado da empresa havia 15 anos, aderiu ao referido Programa em
12/10/2018, recebeu a indenização prometida sem fazer qualquer ressalva e, três meses
depois, ajuizou reclamação trabalhista contra o ex-empregador. Diante da situação
apresentada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
(a) A adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) não impede a busca, com
sucesso, por direitos lesados.
(b) A quitação plena e irrevogável pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada
(PDI) somente ocorreria se isso fosse acertado em convenção coletiva, mas não em
acordo coletivo.
(c) O empregado não terá sucesso na ação, pois conferiu quitação plena.
(d) A demanda não terá sucesso, exceto se Gilberto previamente devolver em juízo o
valor recebido pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI).
GABARITO: C.
COMENTÁRIO: Art. 477 – B da CLT: “Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para
dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da
relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.”

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

102

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 197
SEMANA ESPANHOLA
A semana espanhola é uma maneira de compensar em casos que envolvam uma jornada
de trabalho na qual o empregado que produz uma jornada semanal de 44 horas labora
40 horas numa semana e 48 horas em outra, sempre de forma alternada.
Em outras palavras, o empregado labora as 40 horas em uma semana, e 48 horas
na semana posterior, de maneira intercalada. Observe a OJ seguinte:

ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL

ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 323/TST SDI I. JORNADA DE TRABALHO. “ACORDO DE


COMPENSAÇÃO DE JORNADA. «SEMANA ESPANHOLA». VALIDADE. CLT, ART. 59, § 2º.
CF/88, ART. 7º, XIII.
É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada
semana espanhola, que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em
outra, não violando a CLT, arts. 59, § 2º, e CF/88, 7º, XIII, o seu ajuste mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.

DICA 198
PISO SALARIAL
Tendo sua normatização no art. 7º, V, da Constituição Federal, o piso salarial nada mais é
do que o valor mínimo da remuneração que pode ser pago a determinada categoria
profissional, variando conforme cada profissão.

Um exemplo: O engenheiro civil tem seu piso salarial de R$ 6.651,41, o que quer dizer
que ninguém pode contratá-lo por menos que este valor. O piso também é chamado por
alguns de salário normativo.
Tome nota! Vale a pena ressaltar que a LC 103/2000 autorizou, mediante iniciativa
do Poder Executivo, que Estados e DF instituíssem piso salarial para os empregados que
não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
DICA 199
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O direito aos chamados adicionais de insalubridade e de periculosidade é previsto por muitas
legislações, inclusive a CF/88:
Art.7, XXIII da CF/88: adicional de remuneração para atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
O adicional de insalubridade está normatizado no art. 192 da CLT:
O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo. Para que você tenha uma percepção melhor do adicional de insalubridade, observe
as informações abaixo:

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

103

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Consequências: Adoecimento

Agentes: Poeira, calor, umidade, ruído, luminosidade, produtos químicos, radiação entre
outros.

% de adicional: 10%, 20% e 40%

Adicional em cima do: Salário-Mínimo


Informação interessante: O contato com cimento não dá direito ao adicional de
insalubridade, pois este não está elencado nas normas regulamentadoras. Essa foi uma
decisão recente do TST.
Fonte: RR – 35-73.2018.5.12.0032
DICA 200
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
No caso da periculosidade temos a espécie de trabalho ou local que pode causar o
falecimento do profissional, sem que haja o adoecimento prévio. Por exemplo: Pessoa
que trabalha com explosivos em uma pedreira.
Art. 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo
as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do
Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
A propósito: O mesmo empregado não poderá receber o adicional de insalubridade
e de periculosidade ao mesmo tempo. Isto quer dizer que se o empregado tiver direito
ao recebimento de ambos os adicionais, deverá optar por apenas um deles.

Para que você tenha uma percepção melhor do adicional de periculosidade, observe as
informações abaixo:

Consequências: Morte

Agentes: Explosivos, alta tensão e inflamáveis

% de adicional: 30%

Adicional em cima do: Salário Base


DICA 201
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA
O adicional de transferência será adimplido em situações em que houver a transferência
de um empregado, e só é pago em casos de transferência é temporária que o empregado
tem o direito de receber o adicional de transferência. E mais: O empregador é obrigado a
pagar 25% em seu salário.

Lembrando sempre que o adicional de transferência não tem natureza indenizatória,


mas sim salarial.
Veja o que a CLT fala sobre transferência:

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

104

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não
acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
Em outras palavras: A transferência unilateral é proibida por lei, sendo obrigatório que
haja o consentimento do empregado.
Fique atento!
Para que se tenha o recebimento do adicional de transferência deverão estar preenchidos
os seguintes requisitos:

A transferência deve ser provisória;

Implicação da mudança de domicílio do empregado.


DICA 202
REGISTRO OU ANOTAÇÃO “BRITÂNICA”
A prática de registro ou anotação “britânica” (que é um tipo de anotação invariável) dos
cartões de ponto é considerada fraude na jornada de trabalho, segundo o TST, que
recentemente decidiu que uma mineradora seria condenada por adotar anotação invariável
de ponto.
Importante: Segundo o TST, a marcação britânica retira validade dos cartões de ponto
apresentados por construtora.
DICA 203
AVISO PRÉVIO
É a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, podendo
ser dado tanto pelo empregador quanto pelo empregado, sendo urbano ou rural.
Em outras palavras: É um direito que é conferido pela lei, inclusive em casos de
contratos por prazo determinado e de rescisão antecipada. E mais: Não é possível que o
empregado renuncie este direito.
Veja o que diz a Súmula 276 do TST:
AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO. O direito ao aviso prévio é irrenunciável
pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar
o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo
emprego.
Art. 487 da CLT: Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
I - 8 dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior;
II - 30 dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze)
meses de serviço na empresa.

Sou professor e fui dispensado durante o período das férias escolares. Tenho
direito ao aviso prévio? Sim, segundo a súmula 10 do TST “O direito aos salários do
período de férias escolares assegurado aos professores (art. 322, caput e § 3º, da CLT) não
exclui o direito ao aviso prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa ao término do ano
letivo ou no curso das férias escolares”.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

105

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 204
AVISO PRÉVIO - JORNADA REDUZIDA OU DISPENSA DO TRABALHO POR SETE
DIAS

Em casos em que tal aviso for dado pela figura do empregador, no decorrer do tempo
do aviso, o horário de trabalho do empregado será diminuído de acordo com uma das
seguintes regras, a ser escolhida pelo empregado, sem que haja qualquer prejuízo do salário
integral (art. 488, CLT):

Redução de 2 horas diárias durante todo o período do aviso;

Redução de 7 dias corridos do período do aviso prévio, sem que haja a redução de duas
horas nos dias trabalhados.
A redução do horário de trabalho durante o aviso prévio dado pelo empregador
ocorrerá de forma obrigatória, não devendo em hipótese alguma ser trocada pelo
pagamento das horas que foram trabalhadas.
Veja o que diz a súmula seguinte:

SÚMULA 230 DO TST

É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes.

DICA 205
ESTABILIDADE NO EMPREGO - GESTANTE
Segundo o art. 10, II, b, ADCT, a gestante não pode ser dispensada de seu trabalho,
de forma arbitrária ou sem justa causa, desde a confirmação da gravidez até 5 meses
após o parto.

Mas daí pode nascer uma dúvida: Em caso de contrato por tempo determinado, a
gestante ainda possui direito à estabilidade? Sim, segundo a súmula 244, III do TST, a
empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea
“b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão
mediante contrato por tempo determinado.

E se o empregador alegar que a empregada gestante não direito à estabilidade


porque ele desconhecia a gestação da mesma? O empregador não poderá alegar isto
como um argumento, pois a súmula 244, I, do TST afirma de maneira categórica que o
desconhecimento da gravidez pelo empregador não afasta o direito à estabilidade e ao
consequente pagamento da indenização correspondente ao período.
DICA 206
ESTABILIDADE NO EMPREGO - MEMBRO DA CIPA (CIPEIRO)
Será obrigatória a formação de uma CIPA, que é a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes, visando trazer segurança no trabalho. Lembrando que a estabilidade também
é garantida tanto ao empregado eleito como ao suplente da CIPA, conforme normatizado
na súmula 339, I, TST.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

106

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

Composição (art. 164, caput, CLT): Cada CIPA deverá ser formada pelos
representantes da empresa e pelos empregados, em concordância com os critérios
devidamente adotados na NR 5 da Portaria n. 3.214/78.

Mandato (art. 164, § 3º, CLT): O mandato dos membros eleitos da CIPA deverá
perdurar por 1 ano, sendo permitida uma reeleição.

Mas espera um pouco: O empregado que vier a registro da candidatura ocorrer


durante o aviso prévio tem direito à estabilidade? Não, isso pelo motivo de que o aviso
prévio tem como intuito dar uma data de fim à relação laboral existente, logo, caso este
registro de candidatura do trabalhador para membro da CIPA vier a ocorrer em ocasião da
vigência do aviso prévio, quer seja ele trabalhado ou indenizado, o empregado não gozará
do direito à estabilidade.
DICA 207
ESTABILIDADE NO EMPREGO - DIRIGENTE SINDICAL

Previsto no art. 543 da CLT, § 3º, que fala:


O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional,
inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de
suas funções, nem transferido para lugar impossível ao desempenho das suas atribuições
sindicais. (...)
§ 3º Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do
momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de
entidade sindical ou de associação profissional, até 1 ano após o final do seu mandato, caso
seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos
termos desta Consolidação.
Uma informação de suma importância é que a composição dentro da empresa deve
ser igualitária, havendo a obrigação de se ter o mesmo número de representantes dos
empregados e de representantes dos empregadores.

Exemplo: Se houverem 4 representantes do empregador, deverão ter também 4


representantes dos empregados. E o representante do empregador sempre será o
presidente da CIPA. Só que é preciso que você saiba que a estabilidade é concedida somente
para os empregados representantes dos empregados, titulares e suplentes.
E mais: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por justa causa se esta
for apurada em inquérito judicial para apuração de falta grave, o que está normatizado
na súmula 379, TST.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

107

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 208
MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO E ESTABILIDADE

O membro de conselho fiscal de sindicato tem direito à estabilidade? Não.

OJ SDI-1 365, TST

Sindicato. Estabilidade provisória. Membro de conselho fiscal. Estabilidade não


reconhecida. CLT, art. 522, § 2º e CLT, art. 543, § 3º. CF/88, art. 8º, VIII.
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos
arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/88, porquanto não representa ou atua na defesa
de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da
gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).

Essa mesma linha de pensamento se aplica ao delegado sindical, que também não
tem direito à estabilidade, conforme o disposto na OJ SDI-1 369, TST.
Resumindo: Tanto o membro de conselho fiscal de sindicato quanto o delegado sindical
NÃO têm direito à estabilidade.
DICA 209
DIRETOR DE COOPERATIVA DE CONSUMO E ESTABILIDADE

O empregado eleito diretor de sociedade cooperativa tem direito a estabilidade.


Mas é qualquer tipo de cooperativa? Não, é a cooperativa que for criada pelos próprios
empregados (cooperativa de consumo). Logo, o diretor deste tipo de cooperativa a mesma
garantia de estabilidade conferida ao dirigente sindical. A estabilidade é conferida apenas
aos diretores titulares, nos termos da OJ n. 253 SDI-1 do TST.

OJ Nº 253 SDI-1, TST

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. COOPERATIVA. LEI N. 5.764/71. CONSELHO FISCAL.


SUPLENTE. NÃO ASSEGURADA (inserida em 13-03-2002) O art. 55 da Lei n. 5.764/71
assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos diretores de
Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes.

DICA 210
MEMBROS DO CONSELHO CURADOR DO FGTS E ESTABILIDADE
Há ainda mais uma modalidade de empregado com direito à estabilidade provisória:
É a categoria dos representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, no Conselho
Curador do FGTS.
Mas cuidado: Tal estabilidade só existe da nomeação até 1 ano após o término do
mandato de representação.
Veja o disposto a seguir:
Art. 3º da Lei 8.036/90, § 9º: Aos membros do Conselho Curador, enquanto
representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

108

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente
podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de
processo sindical.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

109

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
PROCESSO DO TRABALHO
DICA 211
PROCEDIMENTO SUMÁRIO
O procedimento sumário também é chamado de “dissídio de alçada”, é normatizado pela
lei 5.584/70 e possui como intuito mais básico dar mais celeridade às causas trabalhistas
que tem o valor da causa de até 2 salários-mínimos.
Lembrando que o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso será de 8
dias. Lembrando sempre que a assistência judiciária, nos termos da lei supracitada, será
prestada ao trabalhador ainda que não seja associado do respectivo Sindicato.

Sobre pedido de revisão neste caso: O pedido de revisão, que não terá efeito
suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia
autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir
do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
DICA 212
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
É uma petição inicial, primeiro ato de um processo trabalhista. Se um dos requisitos for
descumprido, haverá o julgamento sem resolução do mérito, por inépcia da petição inicial,
conforme normatizado no art. 840, § 3º, da CLT.
Um ponto de extrema importância é que não há mais a necessidade da citação do artigo
319 do CPC de forma subsidiária e supletiva para fundamentar a reclamação trabalhista,
após a Reforma Trabalhista.
Em outras palavras: Leu o enunciado e viu que não há momento processual anterior,
estaremos diante de uma Reclamação Trabalhista, ok?

Há requisitos para o ajuizamento da Reclamação trabalhista? Sim:

Indicação do juiz a que a petição é dirigida

Qualificação das partes

Nome da peça

Breve síntese dos fatos

Honorários

Pedidos

Valor da causa

Data e assinatura do reclamante ou do seu advogado


Há preliminares de mérito na Reclamação Trabalhista? Tem sim. Quando a parte
for uma pessoa idosa, pessoa com deficiência, pessoa portadora de doença grave ou quando
a demanda versar exclusivamente sobre o pagamento de salário ou se decorrer da falência
do empregador.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

110

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 213
DEPÓSITO DE FGTS DIRETAMENTE NA CONTA PESSOAL DO EMPREGADO NÃO
QUITA OBRIGAÇÃO
Segundo o TST, o depósito de FGTS diretamente na conta pessoal do empregado não quita
obrigação. Ou seja, o recolhimento só é válido quando feito na conta vinculada do
trabalhador.
O relator do recurso de revista do trabalhador explicou que, de acordo com a Lei
8.036/1990, a obrigação de recolher o FGTS é cumprida por meio de depósito em conta
vinculada, uma vez que os recursos do fundo são aplicados, também, para fins sociais
que transcendem o interesse individual do trabalhador.
DICA 214
PRESCRIÇÃO BIENAL
Na prescrição bienal, temos a situação em que ocorre tal prescrição 2 anos depois do
término do contrato de trabalho, dando assim um prazo temporal para que se busque
os direitos trabalhistas.
Em outras palavras, havendo a extinção do contrato de trabalho, dá-se o prazo de 2
anos para que a pessoa ajuíze uma ação trabalhista.

Por exemplo: Joquinha tem seu contrato de trabalho extinto em novembro de 2015, logo
ele deverá propor ação trabalhista até novembro de 2017. Caso não o faça, teremos a
prescrição total, ou seja, nada mais poderá ser buscado na justiça trabalhista.
DICA 215
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
O trabalhador só poderá buscar, de forma retroativa, os cinco anos passados. Ou seja,
somente poderá ser pleiteado os direitos, verbas e parcelas, dos cinco anos anteriores
da data do ajuizamento da ação.

Exemplo: Maria deseja ingressar com uma ação trabalhista em face de seu ex
empregador, uma vez que trabalhou no estabelecimento nos anos de 2010 a 2021. Contudo,
aqui, tendo Maria ingressado com ação em 2021, ainda que trabalhado num período de
onze anos, apenas poderá pleitear os direitos relativos aos anos de 2017 a 2021.
Lembrando sempre que, tanto no caso de prescrição bienal quanto no caso da prescrição
quinquenal, uma vez pronunciada a prescrição, teremos a extinção do feito com resolução
do mérito, conforme nos traz o art. 487, II, do CPC.
Fique atento!
Nos casos de ações declaratórias, como por exemplo na ação para reconhecimento de
vínculo, não corre a prescrição, como traz o art. 11, § 1º, da CLT. Também não corre
prazo prescricional contra o empregado menor de 18 anos, conforme traz o art. 440 da CLT.
DICA 216
BENS IMPENHORÁVEIS

Os bens impenhoráveis estão elencados no art. 833 do CPC, sendo:

Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

111

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;

Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de


elevado valor;

Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de


aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos
de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º do art.
833 do CPC.

Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens


móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;

O seguro de vida;

Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem


penhoradas;

A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;

Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em


educação, saúde ou assistência social;

A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 salários-


mínimos;

Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;

Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação


imobiliária, vinculados à execução da obra.
Mas lembrando sempre que no caso da justiça trabalhista, há exceções. O salário, por
exemplo, pode ser penhorado, segundo a jurisprudência:
DICA 217

PEDIDO DE DANOS MATERIAIS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

É perfeitamente cabível o pedido de danos materiais em uma reclamação trabalhista.

Lembrando sempre que estes danos se subdividem em lucros cessantes e danos


emergentes.

Vamos esquematizar!

No dano emergente, é a perda imediata em si. Exemplo: Um empregado sofre um


acidente de trabalho, e necessita arcar com todas as despesas médicas (sessões de
fisioterapia, remédios, cirurgias, compra de esparadrapo entre outros).

Já no lucro cessante há o que o empregado deixar de ganhar em decorrência de um ato


ilícito. Exemplo: Um motorista de uma empresa de dia, que a noite ao largar do trabalho
faz uber. Ele sofre um acidente de trabalho e deixa de ganhar (lucrar) ao não rodar o uber.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

112

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 218
PEDIDO DE DANOS MORAIS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Já no caso do chamado dano moral, temos uma lesão a direito da personalidade,
estando estes normatizados nos arts. 11 a 21 do CC.
No art. 223-C da CLT, temos a normatização dos direitos da personalidade: a honra,
a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer
e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.

A revista em bolsas do empregado gera dano moral? Não. Quem traz esta
disposição é o art. 5º, X, da CF/88 e art. 186 do CC, pois este tipo de revista não viola
direitos da personalidade.
DICA 219
CONTESTAÇÃO
A contestação é a defesa do réu/reclamado, aonde este terá a chance de fazer a
impugnação das alegações do autor/reclamante na petição inicial.

Na contestação temos a figura das chamadas preliminares ou defesas processuais,


previstas no art. 337 do CPC. Estão listadas:

Inexistência ou nulidade da citação

Incompetência absoluta ou relativa

Incorreção do valor da causa

Inépcia da petição inicial

Perempção

Litispendência

Coisa julgada

Conexão

Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de representação

Convenção de arbitragem

Falta de condição da ação

Falta de caução

Indevida concessão de justiça gratuita


Fique atento!
Já no caso da prejudicial de mérito, deverá ser arguida a prescrição bienal ou
quinquenal, total ou parcial, ou a decadência, sendo estas teses as únicas cabíveis nesse
momento processual.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

113

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 220
CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE RECONVENÇÃO
Já no caso da contestação com pedido de reconvenção, teremos uma defesa em moldes de
contra-ataque, com a aplicação subsidiária do CPC. Olhe:

Artigo 343 do CPC

Art. 343 do CPC. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para
apresentar resposta no prazo de 15 dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor,
também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

Certo, mas eu gostaria de um exemplo prático. Veja: Estrôncio trabalha na empresa


OOO LTDA., na função de empilhador. Ocorre que com a chegada da pandemia, a empresa
passa por uma crise e demite quase todos os funcionários, incluindo Estrôncio. Muito
chateado com a sua dispensa, e desta forma no mesmo dia em que foi avisado de seu aviso
prévio, tirou dolosamente de todas as máquinas empilhadeiras peças importantes, fazendo
com que elas ficassem totalmente viciadas, dando à empresa um prejuízo de R$ 50.000,00.
Inconformado com sua despedida, James propôs reclamação trabalhista (processo n.
11111-66.2021.7.777.7777) em face da empresa, alegando fazer jus à reintegração e
reconhecimento da estabilidade provisória pelo período de 12 meses. Como advogado da
empresa OOO LTDA., que medida judicial você tomaria?
Resposta: Você deve propor uma contestação com pedido de reconvenção, com fulcro no
art. 847 da CLT, c/c. arts. 336 a 343 do CPC. E mais: No tópico DA RECONVENÇÃO, você
deverá apresentar o argumento com base no art. 927 do CC, requerendo da parte
reconvinda ao pagamento do valor de R$ 50.000,00.
DICA 221
HABEAS CORPUS
É um remédio constitucional tem como intuito a tutela da liberdade de locomoção, possui
sua previsão legal no art. 5º, LXVIII, da CF/88 e art. 144, IV, da CF/88.

O habeas corpus deve ser impetrado contra a autoridade imediatamente superior à que
praticou a prisão:

Juiz do Trabalho – impetrado perante o TRT;

Desembargador do TRT – impetrado perante o TST;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

114

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Ministro do TST – impetrado perante o STF.
E muito cuidado!
Cabe ajuizamento de habeas corpus originário no TST, substituindo o recurso ordinário em
habeas corpus, de decisão definitiva proferida por TRT, pois é o órgão colegiado que passa
a ser a autoridade coatora no momento em que examina o mérito do habeas corpus
impetrado no âmbito da Corte local, conforme o normatizado na OJ 156 da SDI-II do TST:
DICA 222
HABEAS DATA
É um remédio constitucional com intuito de ter acesso às informações constantes de
bancos de dados de repartições públicas ou particulares acessíveis a todos para, se
for caso, inclusive retificá-las.

Na Justiça do Trabalho o Habeas Data tem cabimento nos seguintes casos:

Para ter acesso a dados relativos ao FGTS junto à Caixa Econômica Federal;

O executado, para ter acesso à Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) – art.
642-A da CLT;

O empregador, para ter acesso à lista de trabalho escravo etc.


DICA 223
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
O inquérito judicial para apuração de falta grave é uma ação, mais precisamente falando
uma petição inicial.
E mais: O inquérito judicial para apuração de falta grave deve obrigatoriamente ser
escrito. Lembrando que na petição de inquérito judicial para apuração de falta grave você
deve requerer honorários advocatícios de sucumbência.

E quantas testemunhas teremos neste caso? Cada parte pode ouvir até 6
testemunhas, conforme normatizado no art. 821 da CLT. Observe:

Art. 821 da CLT: Cada uma das partes não poderá indicar mais de três testemunhas,
salvo quando se tratar de inquérito, caso em que este número poderá ser elevado a
seis.

Importante!
Não são todos os casos de estabilidade provisória que ficam sujeitos ao inquérito judicial!
Vamos ver mais disto na dica posterior.
DICA 224
CASOS EM QUE O INQUÉRITO É DESNECESSÁRIO
O inquérito é uma medida judicial de suma importância. Mas há alguns empregados que
tem a estabilidade provisória, entretanto podem ser demitidos, independentemente do
ajuizamento da ação de inquérito judicial.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

115

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Que tal observarmos quem são:

Gestante

Acidentado

Cipeiro eleito pelos empregados

Membro eleito para compor a comissão de representantes dos empregados nas empresas
Importante
O prazo para o empregador ajuizar este tipo de ação é de 30 dias, conforme normatizado
pelo art. 494 da CLT, e claro, este prazo é decadencial.
E onde está normatizado o prazo? Vejamos:

SÚMULA 403 DO STF

É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a contar


da suspensão, por falta grave, de empregado estável.

DICA 225
AÇÃO MONITÓRIA
A ação monitória é uma petição inicial, que é um tipo de atalho, visando que a pessoa
possa receber um crédito ou bem de forma mais célere, necessitando este de uma prova
escrita, como uma nota promissória.
A ação monitória tem sua previsão no CPC, dos arts. 700 ao 702.
Ao ajuizar esta ação, caso o juiz concorde e veja que está tudo ok, ele poderá conceder um
mandado monitório, mesmo sem a citação do réu. Caso réu discorde, ele poderá apresentar
embargos monitórios.
Em outras palavras, quando o enunciado tiver a informação de que se trata do primeiro
ato do processo e que o cliente (empregado) tem um documento que comprova o
adimplemento, não sendo este um título executivo, estaremos diante do cabimento de uma
ação executória.
DICA 226
DISSÍDIO COLETIVO
É uma demanda trabalhista que será ajuizada com o intuito de tutelar interesses gerais
e abstratos das categorias profissionais e econômicas que estejam envolvidas.
Admite-se o jus postulandi, conforme disposto no art. 791, § 2º, da CLT.
As partes envolvidas são o suscitante (quem instaura) e o suscitado (parte contrária).

Há requisitos? Sim:

1º - Tentativa de negociação ou arbitragem;

2º - Aprovação em assembleia da categoria profissional;

3º - Comum acordo da parte contrária.


Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

116

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Pode haver dissídio coletivo verbal? Não se admite dissídio coletivo verbal, ou seja,
deve ser ajuizado por intermédio de uma petição inicial escrita, elaborada pela entidade
sindical da categoria profissional ou da categoria econômica.
Fique atento!
A competência originária para o julgamento é do Tribunal Regional do Trabalho,
conforme no art. 678, I, a, da CLT e no art. 6º da Lei n. 7.701/88. No Tribunal Regional do
Trabalho a competência será da Seção de Dissídio Coletivo, quando houver, e pelo Tribunal
Pleno, caso não existam seções para este julgamento.
DICA 227
DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE
Será devidamente instaurado no caso de greve, no caso de negociação coletiva
frustrada ou esgotada. Tem sua natureza jurídica híbrida ou mista. Lembrando que os
dissídios coletivos estão previstos a partir do art. 856 da CLT.
A propósito, há a necessidade da comprovação da legitimidade.
DICA 228
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
A ação de consignação em pagamento é uma petição inicial, que dá ao devedor o direito
de pagar.
No caso do direito processual do trabalho, é comum o enunciado trazer a informação de que
há objetos do empregado na empresa, que esta deseja devolver, ou ainda que o funcionário
morreu e a empresa tem dúvidas sobre quem é o credor das verbas rescisórias, ajuizando
em face do espólio do falecimento.

E o empregado pode ajuizar essa ação em face do empregador? Embora raro, é


possível sim. Imagine o exemplo do empregado que deseja devolver uma ferramenta para
a empresa e está se recusa a receber. O empregado então ajuíza esta ação.
Sendo comum que nos casos envolvendo essa ação se fale em verbas rescisórias,
trazemos para você algumas informações sobre ela:

Dispensa com justa causa = saldo de salários + férias vencidas (+1/3)

Dispensa sem justa causa/Rescisão indireta = férias vencidas (+1/3) + férias


proporcionais (+1/3) + 13º salário proporcional + aviso prévio proporcional + indenização
de 40% do FGTS + saque do FGTS + saque do SD + saldo de salários

Demissão = saldo de salários + férias vencidas (+1/3) + férias proporcionais (+1/3) +


13º salário proporcional

Distrato/Rescisão por mútuo acordo (art. 484-A da CLT) = saldo de salários + férias
vencidas (+1/3) + férias proporcionais (+1/3) + 13º salário proporcional + 1/2 aviso prévio
proporcional (se indenizado) + indenização de 20% do FGTS + saque de 80% do FGTS

Culpa recíproca (Súmula 14 do TST) = saldo de salários + férias vencidas (+1/3) + 1/2
férias proporcionais (+1/3) + 1/2 13º salário proporcional + 1/2 aviso prévio proporcional
+ indenização de 20% do FGTS + saque do FGTS

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

117

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Força maior = saldo de salários + férias vencidas (+1/3) + férias proporcionais (+1/3)
+ 13º salário proporcional + aviso prévio proporcional + indenização de 20% do FGTS +
saque do FGTS + saque do SD.
DICA 229
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO- APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC
Na CLT não há artigo falando sobre esta ação, logo aplicaremos de forma subsidiária o CPC,
mais precisamente falando os arts. 539 a 549. Lembrando sempre que os fundamentos que
explicam o motivo da consignação de bens ou valores estão nos arts. 334 e 335 do CC:

ARTIGOS 334 E 335 DO CC

Art. 334 do CC. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou


em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335 do CC. A consignação tem lugar:
I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar
quitação na devida forma;
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir
em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento

DICA 230
MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança é um remédio constitucional (assim como o habeas data e
habeas corpus), tendo previsão legal no art. 5º, LXIX e LXX, da CF/88 e Lei nº 12.016/2009,
devendo haver direito líquido e certo.
Lembrando que este remédio tem um prazo decadencial de 120 dias, a partir do
momento da ciência do ato coator, como traz o art. 23 da Lei 12.016/2009: “O direito de
requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias,
contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado”.
E mais: no caso de decisões interlocutórias, já que não há a possibilidade de interpor
recurso algum, cabe a impetração de mandado de segurança. Também cabe a
impetração do MS em casos de decisão de antecipação dos honorários periciais.

Cabe recurso ordinário para o TST em caso acórdão proferido pelo TRT julgando
o mérito do mandado de segurança? Sim, quem traz esta disposição é a Súmula 201
do TST.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

118

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO ELEITORAL

DICA 231
INELEGIBILIDADES
São obstáculos colocados pela Constituição Federal ou por Lei Complementar para o
exercício da capacidade eleitoral passiva, por algumas pessoas, em decorrência de uma
condição ou diante de certas circunstâncias.
Não prejudicam o exercício dos outros direitos políticos. Ou seja, o inelegível poderá
eventualmente votar, criar ou integrar partidos ou propor ação popular.

CUIDADO: apenas Lei Complementar pode dispor acerca de inelegibilidades (artigo


14, parágrafo 9º, da Constituição Federal).
DICA 232
LEI COMPLEMENTAR X LEI ORDINÁRIA
A principal diferença entre os dois tipos de leis reside no quórum de aprovação:
enquanto a Lei Complementar exige aprovação por maioria absoluta (artigo 69, da
Constituição Federal) da Casa Legislativa (Senado ou Câmara), a Lei Ordinária é aprovada
com maioria simples (artigo 47, da Constituição Federal), desde que presente a maioria
absoluta dos membros da Casa.
Ou seja, uma Lei Ordinária pode ser votada no Senado se houver ao menos 46 senadores
presentes. Neste caso, uma maioria de votos a favor, independentemente de seu número,
significará aprovação do projeto de Lei.
No caso de uma Lei Complementar, além da presença da maioria absoluta dos senadores,
a votação precisa atingir no mínimo 46 votos a favor para aprovação.
DICA 233
CLASSIFICAÇÃO DAS INELEGIBILIDADES

As inelegibilidades podem ser:

Absolutas: impedem que a pessoa concorra a qualquer cargo.

Relativas: impedem de concorrer a determinada eleição ou a determinado cargo.

Constitucionais: previstas diretamente na Constituição Federal.

Legais: previstas em Lei complementar.


DICA 234
INELEGIBILIDADES – PREFEITO ITINERANTE
Era muito comum antigamente, até que o TSE passou a entender o caso como uma forma
de burlar a regra constitucional que veda um terceiro mandato consecutivo.
Prefeitos cumpriam dois mandatos consecutivos em determinado município e, na sequência,
licenciando-se seis meses antes das eleições, mudavam o domicílio eleitoral e
candidatavam-se em município vizinho, tornando-se verdadeiros “prefeitos profissionais”.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

119

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03

ATENÇÃO!!

Desde o RESPE 32.507, julgado em 17.12.2008 não é mais admitida esta possibilidade.

DICA 235
INELEGIBILIDADES – DESINCOMPATIBILIZAÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO
Se o Titular do Poder Executivo desejar concorrer a outro cargo Executivo, deverá
renunciar ao mandato até seis meses antes das eleições (artigo 14, parágrafo 6º, da
Constituição Federal).

ATENÇÃO!!

Se um Prefeito deseja se candidatar a Governador, deverá seis meses antes das eleições
renunciar ao mandato de prefeito.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

120

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO FINANCEIRO

DICA 236
ATIVO PERMANENTE, PASSIVO FINANCEIRO E PASSIVO PERMANENTE

Ativo Permanente: O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja


mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.

Passivo Financeiro: O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras


pagamento independa de autorização orçamentária.

Passivo Permanente: O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e


outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
DICA 237
AUTARQUIAS E OUTRAS ENTIDADES
As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência social ou investidas de
delegação para arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal terão seus orçamentos aprovados por decreto do Poder
Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam pelo Poder
Legislativo.
DICA 238
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é uma lei complementar decorrente de parte do art.
163 da CF/1988;
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) tem como base alguns princípios, os quais nortearam
sua concepção e são essenciais para sua aplicação, esses pilares, dos quais depende o
alcance de seus objetivos, são o planejamento, a transparência, o controle e a
responsabilização;
O planejamento consiste em determinar os objetivos a alcançar e as ações a serem
realizadas, compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução. A LRF trata
de planejamento quando, por exemplo, traz condições para a geração de despesa e para o
endividamento, estabelece metas fiscais e acrescenta mais regras para os instrumentos de
planejamento e orçamento;
DICA 239
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
A transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados com
publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios. A LRF determina ampla
divulgação, inclusive em meio eletrônico, dos instrumentos de planejamento e orçamento,
da prestação de contas e de diversos relatórios e anexos;
O Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada
quadrimestre, em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso
Nacional ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

121

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DICA 240
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
O controle permite gerenciar o risco por meio de ações fiscalizadoras e de imposição de
prazos na gestão de políticas e de procedimentos, que podem ser de natureza legal, técnica
ou de gestão.
A LRF impõe, ainda, controle de limites e prazos, bem como de sanções em caso de
descumprimento.
Destaca-se que a responsabilização é a obrigação de prestar contas e responder por
suas ações. Como exemplo, a LRF impõe aos entes a suspensão de recebimento de
transferências voluntárias e de realização de operações de crédito em caso de
descumprimento de suas normas;
As disposições da LRF obrigam a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Nas
referências à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, estão compreendidos
o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos:

os Tribunais de Contas,

o Poder Judiciário e o Ministério Público;

as respectivas Administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas


estatais dependentes.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

122

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 241
SEGURO-DESEMPREGO
Segundo a Constituição Federal, é garantido o seguro-desemprego ao trabalhador, em
caso de desemprego involuntário, no art. 7º, inciso II.
Ainda, prevê no art. 201, inciso III, proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário, visto como risco social que deve ser coberto pelo Regime Geral de Previdência
Social (RGPS).

IMPORTANTE: O cidadão que estiver recebendo o seguro-desemprego, estará


enquadrado na possibilidade de manutenção da qualidade de segurado do artigo 15, I,
da Lei nº 8.213/91.
DICA 242
SEGURO-DESEMPREGO
O seguro-desemprego foi excluído do Regime Geral de Previdência Social, conforme art.
9º, §1º, da Lei 8.213/91.
Portando, NÃO é benefício previdenciário;
É pago pelo FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Relembrando que é vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer
benefício de prestação continuada da previdência social, exceto a pensão por morte ou
o auxílio-acidente.
DICA 243
DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA
O Salário-Família é devido para as famílias que têm uma renda bruta mensal de até
R$ 1.754,18 em 2023.
E mais: para que seja pago o valor, é preciso também que o beneficiário tenha filhos entre
0 e 14 anos de idade ou para filhos que têm algum tipo de invalidez/deficiência.
Assim sendo, podemos concluir que o salário-Família se trata de um benefício que tem como
intuito complementar a renda da família de um trabalhador que tem baixa renda.

Tome nota: O salário-família não terá a sua cota incorporada ao salário ou ao


benefício.
DICA 244
DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA
No que diz respeito à cumulação, o Salário-Família poderá ser acumulado com qualquer
benefício do INSS:

Auxílio-Doença;

Auxílio-Acidente;
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
Pensar Concursos.

123

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 03
Salário Maternidade;

Pensão por Morte;

Auxílio-Reclusão;

Entre outros.
DICA 245
DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA
O salário-família deve ser pago:

a partir da data de apresentação da certidão de nascimento do filho ou equiparado;

Obrigatória apresentação do cartão de vacinação (com vacinas em dia) para filhos de até
6 anos de idade;

Obrigatória comprovação semestral de frequência escolar para crianças a partir de 4


anos de idade. Antes, a idade era de 7 anos, atualmente, conforme Decreto 10.410/2020,
passou a ser 4 anos de idade.

TOME NOTA: A falta de apresentação dos referidos documentos, no prazo definido


pelo INSS, o pagamento do benefício será suspenso.

ATENÇÃO!
É possível o recebimento de dois salários-família pelo mesmo filho, desde que ambos os
pais sejam responsáveis pela criança, e sejam individualmente de baixa renda.
Após a suspensão do benefício, caso o segurado comprove a vacinação ou frequência
escolar da criança, será devido pagamento da cota relativa do período suspenso.

DICA BÔNUS
APOSENTADORIAS
Com relação aos segurados são previstos alguns tipos de aposentadorias pelo sistema
previdenciário brasileiro:

Aposentadoria por idade urbana


Aposentadoria por idade rural
Aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez)
Aposentadoria por Tempo de Contribuição
Aposentadoria por Tempo de Contribuição do professor
Aposentadoria da pessoa com deficiência por idade
Aposentadoria da pessoa com deficiência por idade por Tempo de Contribuição
Aposentadoria especial por tempo de contribuição

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

124

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com


O melhor método de aprovação,
agora disponível em assinatura!

Insira o Código de Cupom


MEMOREX5 e ganhe 5% de
DESCONTO na Assinatura Memorex
por TEMPO LIMITADO!

Clique e Adquira Agora!

Licensed to Carlos Alberto Braga de Araújo - carlosabaraujo@hotmail.com

Você também pode gostar