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468-14 - HP3752137916
1ª Fase Exame OAB – Temas Recorrentes com Mapas Mentais

11ª Edição – Revista e Ampliada


2023

1ª Fase 40º Exame da OAB (XL)


Temas recorrentes
Com Mapas Mentais

Autor:
Victor Gabriel Tosetto
Todos os direitos reservados ©

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Sumário
ÉTICA E DISCIPLINA ..................................................................................... 12

Novidades legislativas ..................................................................................... 12


➢ Lei 14.612/23 ........................................................................................ 12
➢ Lei 14.365/22 ........................................................................................ 12
➢ Termo de Ajustamento de Conduta ...................................................... 17
➢ Marketing Jurídico ............................................................................... 18
1. Direitos do advogado .................................................................................. 19
2. Infrações e sanções ..................................................................................... 36
3. Honorários................................................................................................... 43
4. Atividade da advocacia .............................................................................. 47
5. Inscrição, identidade profissional e estagiário ......................................... 50
6. Incompatibilidades e impedimentos.......................................................... 53
7. Processo disciplinar e recurso ................................................................... 55
8. Sociedade de advogados ............................................................................. 58
9. Publicidade .................................................................................................. 59
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................... 63

Novidades legislativas ..................................................................................... 63


1. Controle de Constitucionalidade ............................................................... 63
➢ 1.1 Disposições Gerais ......................................................................... 63
➢ 1.2 Controle Difuso e Concentrado ...................................................... 67
2. Organização do Estado .............................................................................. 71
➢ 2.1 Forma Federativa ............................................................................ 71
➢ 2.2 Repartição de Competências .......................................................... 73
3. Remédios constitucionais ........................................................................... 76
➢ 3.1 Habeas Corpus ............................................................................... 76
➢ 3.2 Habeas Data ................................................................................... 77
➢ 3.3 Mandado de Segurança................................................................... 78

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➢ 3.4 Mandado de Injunção ..................................................................... 78


➢ 3.5 Ação Popular .................................................................................. 79
4. Processo legislativo ..................................................................................... 80
➢ 4.1 Proposta de Emenda à Constituição ............................................... 80
➢ 4.2 Medida Provisória........................................................................... 83
➢ 4.3 Leis Ordinárias e Complementares................................................. 84
5. Direitos individuais ..................................................................................... 88
➢ 5.1 Dimensões Direitos Fundamentais ................................................. 88
➢ 5.2 Direito de Liberdade ....................................................................... 89
➢ 5.3 Direito à Vida ................................................................................. 91
➢ 5.4 Direito de Associação ..................................................................... 91
6. Poder legislativo .......................................................................................... 92
➢ 6.1 CPI .................................................................................................. 92
➢ 6.2 Imunidades ..................................................................................... 93
7. Teoria da Constituição ............................................................................... 94
➢ 7.1 Conceitos ........................................................................................ 95
➢ 7.2 Classificação da CF/88 ................................................................... 95
➢ 7.3 Eficácia das normas Constitucionais .............................................. 96
➢ 7.4 Poder Constituinte .......................................................................... 97
➢ 7.5 Princípios Fundamentais................................................................. 98
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................... 99

Novidades legislativas ..................................................................................... 99


➢ Nova Lei de Licitações ......................................................................... 99
➢ Alterações na lei de Improbidade Administrativa ................................ 99
1. Agentes públicos ......................................................................................... 99
➢ 1.1 Provimento e Vacância ................................................................... 99
➢ 1.2 Responsabilidade Civil ................................................................. 101
➢ 1.3 PAD .............................................................................................. 102
2. Licitação .................................................................................................... 102

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➢ 2.1 Noções Gerais ............................................................................... 103


➢ 2.2 Modalidades ................................................................................. 104
➢ 2.3 Fases da Licitação......................................................................... 109
➢ 2.4 Dispensa da Licitação ................................................................... 110
➢ 2.5 Inexigibilidade da Licitação ......................................................... 113
3. Intervenção do Estado na propriedade .................................................. 114
➢ 3.1 Desapropriação ............................................................................. 114
➢ 3.2 Requisição administrativa............................................................. 116
➢ 3.3 Tombamento ................................................................................. 116
4. Improbidade administrativa.................................................................... 116
➢ 4.1 Alterações Recentes...................................................................... 116
➢ 4.2 Noções Gerais ............................................................................... 118
5. Serviços Públicos ...................................................................................... 119
➢ 5.1 Concessão ..................................................................................... 120
➢ 5.2 PPP ............................................................................................... 122
DIREITO PENAL ............................................................................................ 124

Novidades legislativas ................................................................................... 124


➢ Novos tipos penais e alterações em geral ........................................... 124
1. Teoria do Crime ........................................................................................ 126
➢ 1.1 Fato típico ..................................................................................... 126
➢ 1.2 Desistência e arrependimento ....................................................... 129
➢ 1.3 Iter Criminis ................................................................................. 132
2. Crimes em espécie..................................................................................... 132
➢ 2.1 Homicídio ..................................................................................... 132
➢ 2.2 Furto ............................................................................................. 138
➢ 2.3 Roubo ........................................................................................... 143
3. Teoria da pena .......................................................................................... 146
➢ 3.1 Dosimetria da pena ....................................................................... 146
➢ 3.2 Privativa de liberdade ................................................................... 147

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➢ 3.3 Restritivas de direitos ................................................................... 147


➢ 3.4 Medida de Segurança.................................................................... 148
➢ 3.5 Proibições ..................................................................................... 149
➢ 3.6 Reincidência ................................................................................. 150
4. Aplicação da lei penal ............................................................................... 151
➢ 4.1 Tempo e Lugar do Crime.............................................................. 151
➢ 4.2 Lei Penal no Espaço ..................................................................... 152
5. Teoria do erro ........................................................................................... 154
➢ 5.1 Erro de Tipo Essencial .................................................................. 154
➢ 5.2 Erro de Tipo Acidental ................................................................. 154
PROCESSO PENAL ........................................................................................ 158

Novidades legislativas ................................................................................... 158


➢ Alterações no CPP .............................................................................. 158
1. Procedimentos ........................................................................................... 158
➢ 1.1 Júri ................................................................................................ 158
➢ 1.2 Juizado Especial Criminal ............................................................ 162
2. Recursos..................................................................................................... 164
➢ 2.1 Apelação ....................................................................................... 164
➢ 2.2 Embargos Infringentes .................................................................. 165
➢ 2.3 Recurso em Sentido Estrito .......................................................... 165
➢ 2.4 Agravo em execução .................................................................... 165
3. Competência.............................................................................................. 166
➢ 3.1 Competência Territorial ................................................................ 166
➢ 3.2 Contrabando e Descaminho .......................................................... 166
➢ 3.3 Justiça Federal .............................................................................. 167
4. Inquérito Policial ...................................................................................... 168
➢ 4.1 Noções Gerais ............................................................................... 168
5. Ação Penal ................................................................................................. 173
➢ 5.1Acordo de Não Persecução Penal .................................................. 173

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➢ 5.2 Espécies de Ação Penal ................................................................ 176


➢ 5.3 Princípios ...................................................................................... 178
DIREITO CIVIL .............................................................................................. 180

Novidades legislativas ................................................................................... 180


➢ O fim da EIRELI e outras alterações .................................................. 180
1. Contratos ................................................................................................... 180
➢ 1.1 Compra e venda ............................................................................ 180
➢ 1.2 Permuta, consignação e mútuo ..................................................... 186
➢ 1.3 Doação .......................................................................................... 187
2. Direito das coisas / Direito Real............................................................... 191
➢ 2.1 Direitos Reais de Garantia ............................................................ 191
➢ 2.2 Posse ............................................................................................. 192
➢ 2.3 Propriedade ................................................................................... 195
3. Obrigações ................................................................................................. 197
➢ 3.1 Disposições Gerais ....................................................................... 197
➢ 3.2 Modalidades de Obrigação ........................................................... 198
➢ 3.3 Inadimplemento ............................................................................ 201
➢ 3.4 Extinção da Obrigação.................................................................. 203
4. Família ....................................................................................................... 204
➢ 4.1 Regime de bens............................................................................. 204
➢ 4.2 Alimentos ..................................................................................... 209
➢ 4.3 Casamento .................................................................................... 210
5. Sucessões.................................................................................................... 213
➢ 5.1 Herança ......................................................................................... 213
➢ 5.2 Sucessão Legítima ........................................................................ 214
➢ 5.3 Sucessão Testamentária ................................................................ 224
PROCESSO CIVIL .......................................................................................... 226

Novidades legislativas ................................................................................... 226


➢ Citação e Intimação ............................................................................ 226

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1. Recursos..................................................................................................... 227
➢ 1.1 Visão Geral ................................................................................... 227
➢ 1.2 Apelação ....................................................................................... 228
➢ 1.3 Agravo de Instrumento ................................................................. 230
➢ 1.4 Agravo Interno.............................................................................. 233
➢ 1.5 IRDR............................................................................................. 233
2. Processo de execução ................................................................................ 234
➢ 2.1 Noções Gerais ............................................................................... 234
➢ 2.2 Cumprimento de Sentença ............................................................ 235
3. Intervenção de terceiros ........................................................................... 237
➢ 3.1 Assistência .................................................................................... 237
➢ 3.2 Chamamento ao Processo ............................................................. 237
➢ 3.3 Denunciação da Lide .................................................................... 238
4. Audiência preliminar ............................................................................... 239
➢ 4.1 Disposições Gerais ....................................................................... 239
➢ 4.2 Não realização/comparecimento................................................... 240
5. Tutela provisória ...................................................................................... 241
➢ 5.1 Disposições Gerais ....................................................................... 241
➢ 5.2 Tutela de Urgência........................................................................ 242
➢ 5.3 Tutela de Evidência ...................................................................... 244
ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ......................................... 245

1. Adoção ....................................................................................................... 245


➢ 1.1 Noções Gerais ............................................................................... 245
2. Medidas socioeducativas .......................................................................... 247
➢ 2.1 Noções Gerais ............................................................................... 247
3. Direito à convivência familiar ................................................................. 250
➢ 3.1 Noções Gerais ............................................................................... 250
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................ 253

1. Princípios ................................................................................................... 253

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➢ 1.1 Legalidade .................................................................................... 253


➢ 1.2 Anterioridade ................................................................................ 254
2. Obrigação Tributária e Tributos ............................................................ 255
➢ 2.1 Principal e Acessória .................................................................... 256
➢ 2.2 Espécies de Tributos ..................................................................... 256
3. Impostos em espécie ................................................................................. 259
➢ 3.1 IPI ................................................................................................. 259
➢ 3.2 ICMS ............................................................................................ 260
➢ 3.3 IPTU ............................................................................................. 262
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................. 265

1. Instrumentos da política nacional do meio ambiente ............................ 265


➢ 1.1 EIA/RIMA .................................................................................... 265
➢ 1.2 Licenciamento .............................................................................. 265
2. Responsabilidade ambiental .................................................................... 267
➢ 2.1 Noções Gerais ............................................................................... 267
DIREITO DO CONSUMIDOR....................................................................... 269

1. Responsabilidade pelo fato do produto .................................................. 269


DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................ 270

Novidades legislativas ................................................................................... 270


➢ Alterações ........................................................................................... 270
1. Sociedades ................................................................................................. 270
➢ 1.1 Sociedade Anônima ...................................................................... 271
➢ 1.2 Sociedade Limitada ...................................................................... 278
2. Falência e Recuperação ............................................................................ 280
➢ 2.1 Noções Gerais ............................................................................... 280
DIREITO DO TRABALHO ............................................................................ 287

1. Contrato de trabalho ................................................................................ 287


2. Salário e Remuneração ............................................................................ 290

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3. Outros temas importantes........................................................................ 294


DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ................................................ 296

1. Recursos..................................................................................................... 296
➢ 1.1 Cabimento e prazos ...................................................................... 296
➢ 1.2 Custas ........................................................................................... 298
2. Execução .................................................................................................... 299
➢ 2.1 Liquidação .................................................................................... 299
DIREITO INTERNACIONAL ....................................................................... 304

1. Tratamento jurídico dos estrangeiros..................................................... 304


➢ 1.1 Visto, asilo e refúgio..................................................................... 304
➢ 1.2 Expulsão, deportação, extradição e repatriação ............................ 306
FILOSOFIA ...................................................................................................... 309

1. Teoria contratualista ................................................................................ 309


➢ 1.1 Noções Gerais ............................................................................... 309
DIREITOS HUMANOS ................................................................................... 310

1. Pacto de San José da Costa Rica ............................................................. 310


➢ 1.1 Noções Gerais ............................................................................... 310
DIREITO PREVIDENCIÁRIO ...................................................................... 312

1. Regime Geral de Previdência Social ....................................................... 312


➢ 1.1 Aposentadoria programada e por idade rural................................ 312
➢ 1.2 Pensão por morte .......................................................................... 314
DIREITO ELEITORAL .................................................................................. 318

1. Noções Gerais ............................................................................................ 318


➢ 1.1 Princípios ...................................................................................... 318
➢ 1.2 Direitos Políticos .......................................................................... 318
➢ 1.3 Inelegibilidade .............................................................................. 320
➢ 1.4 Ação de impugnação ao mandato eletivo ..................................... 320

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DIREITO FINANCEIRO ................................................................................ 321

1. Noções Gerais ............................................................................................ 321


➢ 1.1 Orçamento .................................................................................... 321
➢ 1.2 Plano Plurianual............................................................................ 321
➢ 1.3 Lei de Diretrizes Orçamentárias ................................................... 322
➢ 1.4 Lei Orçamentária Anual ............................................................... 322

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INTRODUÇÃO
Este material tem como finalidade a abordagem e o estudo dos temas com maior
recorrência em todos os exames unificados da OAB.
Foi realizada uma minuciosa análise de todos os exames unificados, chegando-
se a uma conclusão assustadora – mas, para você que está se preparando para o
exame de ordem, é animadora: aproximadamente 70% das questões cobradas em
todos os exames unificados representa apenas 25% dos temas previstos em edital.
Evidentemente algumas matérias possuem um ‘peso’ maior no momento da sua
preparação, pois são aquelas que contém o maior número de questões, na prova
objetiva, ou quantidade reduzida de temas, e são elas que iremos dar ênfase, neste
material, mas sem descuidar das outras matérias.
Este material te entregará tudo o que precisa para ser aprovada/aprovado na
primeira fase do exame da OAB. Com dedicação nos estudos e muita perseverança,
sua aprovação é certa.
Bos estudos!!!
Victor G. Tosetto.

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ÉTICA E DISCIPLINA

Novidades legislativas

➢ Lei 14.612/23

1 – A lei 14.612/23 entrou em vigor em 03 de julho de 2023 e incluiu novas


infrações disciplinares passíveis de SUSPENSÃO. Veja no mapa mental a
seguir.

➢ Lei 14.365/22

1.1 – Quebrada a inviolabilidade do escritório de advocacia e apreendidos


objetos, o advogado e representante da OAB serão informados com
antecedência mínima de 24h sobre a data, horário e local em que esses objetos
serão analisados, para que possam acompanhar a atuação policial. Mas, em

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caso de urgência, a análise pode se dar em prazo inferior à 24h, devendo a


decisão ser devidamente fundamentada e garantir-se a presença do advogado
e do representante da OAB.

1.2 – A pena para o crime de violar direito do advogado, previsto no art. 7º-B,
do Estatuto da Advocacia, foi alterada. Agora é de 2 anos a 4 anos de detenção e
multa. O procedimento penal não é mais Juizado Especial, mas o
procedimento ordinário. Logo, não cabem os institutos despenalizadores do
JECRIM.

1.3 – O advogado não pode efetuar colaboração premiada contra quem seja
ou tenha sido seu cliente, sob pena de exclusão dos quadros de advogados da
OAB, sem prejuízo de responder pelo crime de violação do segredo profissional.

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1.4 – Havendo constrição judicial de bens (bloqueio judicial), será garantida ao


advogado a liberação de até 20% dos bens bloqueados para fins de recebimento
de honorários e reembolso de gastos com a defesa, exceto nos casos em que
defender acusado de cometer crime previsto na lei de drogas. Tratando-se de
bloqueio de valores em espécie, a transferência será direta para a conta do
advogado.

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1.5 – Ocupantes de cargos policiais de qualquer natureza e militares da ativa


não podem advogar, por incompatibilidade da função. No entanto, houve alteração
na lei prevendo que podem advogar em causa própria para defender direitos
pessoais, devendo fazer inscrição especial na OAB e pagar a anuidade.

O STF RECONHECEU A INCONSTITUCIONALIDADE DESTE NOVO


DISPOSTIVO.

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1.6 – Foi considerado inconstitucional o seguinte dispositivo:

Art. 7º, IX - sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas


sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou
administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido
ADIN 1.105-7

O advogado não pode sustentar oralmente as razões de qualquer recurso,


somente pode sustentar oralmente em: I – Apelação; II – Recurso Ordinário; III –
Recurso Especial; IV – Recurso Extraordinário; V – Embargos de Divergência; VI
– Ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, Habeas Corpus e outras
ações de competência originária.

Também, a sustentação deve se dar antes do voto do relator, e não após, como
no dispositivo reconhecido como inconstitucional. O prazo deve seguir o previsto
nos regramentos destes recursos, e não será sempre de quinze minutos.

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➢ Termo de Ajustamento de Conduta

2 – Em novembro de 2020 o Conselho Federal da OAB regulamentou o disposto


nos artigos 47-A e 58-A do Código de Ética e Disciplina, no tocante à celebração
de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) diante da prática de publicidade
irregular no âmbito da advocacia e das infrações ético-disciplinares puníveis
com censura.

Somente infração punível com censura admite a celebração de TAC.

Memorize – Cabe TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – quando a infração


for punível a nível de CENSURA e o fato apurado não tiver gerado repercussão
negativa à advocacia. Também cabe TAC para fazer cessar a publicidade irregular
praticada por advogado ou estagiário.

Não cabe TAC: (I) ao advogado/estagiário que tenha contra si condenação


transitada em julgado por infração disciplinar, salvo na hipótese de reabilitação
(prova de bom comportamento, após um ano do cumprimento da sanção); (II) ao
advogado/estagiário é imputada a prática de mais de uma infração disciplinar, de
forma simultânea; (III) o fato tenha gerado repercussão negativa para a advocacia;
(IV) se a infração disciplinar for punida com suspensão ou exclusão; (V) se o
advogado/estagiário já foi beneficiado por TAC nos três anos anteriores à conduta
a ser apurada.

Processamento: o advogado/estagiário é notificado para manifestar interesse


no TAC em 15 (quinze) dias. Passado o prazo in albis (sem resposta), presume-se
recusada a proposta de celebração de TAC. O profissional se compromete a cessar
a conduta objeto do TAC, reparar o dano eventualmente causado, fazer cessar os
efeitos da infração, quando for o caso, bem como se abster de praticar a mesma
conduta no prazo fixado no TAC.

Consequências: (I) a suspensão condicional do processo disciplinar por três


anos; (II) suspensão dos prazos prescricionais; (III) no caso de descumprimento, o
TAC perde seus efeitos e o processo disciplinar retomará seu trâmite.

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➢ Marketing Jurídico

3 – Em julho de 2021 o Conselho Federal da OAB editou o provimento


205/2021, para permitir o marketing jurídico, isto é, passa-se a permitir o
impulsionamento de posts em redes sociais, observados sempre os limites para a
publicidade (como veremos no tópico 11).

Dentre as novidades deste provimento (recomendamos a leitura, são só 13


artigos), importante saber alguns conceitos:

- Publicidade ativa: divulgação capaz de atingir número indeterminado de


pessoas, mesmo que elas não tenham buscado informações acerca do anunciante
ou dos temas anunciados;

- Publicidade passiva: divulgação capaz de atingir somente público certo que


tenha buscado informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados, bem
como por aqueles que concordem previamente com o recebimento do anúncio;

- Captação de clientela: para fins deste provimento, é a utilização de


mecanismos de marketing que, de forma ativa, independentemente do resultado
obtido, se destinam a angariar clientes pela indução à contratação dos serviços ou
estímulo do litígio, sem prejuízo do estabelecido no Código de Ética e Disciplina e
regramentos próprios.

A publicidade profissional deve ter caráter meramente informativo e primar


pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou
mercantilização da profissão.

O ponto mais importante deste provimento foi permitir a publicidade ativa,


mesmo que de forma paga (impulsionamento pago), permitida a utilização de
logomarca e imagens, inclusive fotografia do advogado, vedado o
impulsionamento de rankings, prêmios ou honrarias que destaquem o advogado.

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1. Direitos do advogado
1.1 – Não há hierarquia nem subordinação entre membros da
Magistratura, do Ministério Público e Advogado. Todos são essenciais à Justiça
e o tratamento dispensado ao advogado deve ser compatível com a dignidade da
advocacia.

1.2 – Exercício da profissão: exercer, com liberdade, a profissão em todo o


território nacional
A aprovação no exame de ordem permite ao advogado atuar em todo o território
nacional. No entanto, a inscrição é realizada em determinada seccional (Estado –
São Paulo, Bahia, Goiás etc.). É nesta seccional que o advogado pode atuar sem
qualquer limite de causas. Nas demais seccionais, onde não é inscrito, o
advogado só pode atuar em até 5 (cinco) causas por ano.
Mas, é possível a inscrição suplementar, isto é, a inscrição em outra seccional,
possibilitando-se, também, a atuação em número indefinido de causas neste
Estado. É devida a anuidade em cada seccional que o advogado possuir inscrição.

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1.3 – Inviolabilidade do escritório: a inviolabilidade de seu escritório ou local


de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência
escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da
advocacia
Hipóteses de afastamento da inviolabilidade do escritório:
(I) A qualquer hora do dia ou da noite, em caso de flagrante delito,
desastre ou para prestar socorro. São as hipóteses previstas na CF/88 que
afastam e inviolabilidade.
(II) Autorização Judicial, durante o dia: é possível que seja expedido
mandado de busca e apreensão quando houver indícios de materialidade e
autoria da prática de crime pelo advogado.
Somente a autoridade judiciária (juiz).
Mandado de busca e apreensão:
Deve ser pormenorizado e específico, cumprido na presença de um
representante da OAB, sendo vedada, em qualquer hipótese, a utilização de
documentos ou objetos pertencentes a clientes do advogado, que não estejam sendo
formalmente investigados. Se o cliente do advogado também for investigado, então
poderão ser utilizados documentos e objetos pertencentes ao cliente, para fins de
‘provas’1.
Abrangência da inviolabilidade:
Diz respeito somente ao exercício da advocacia, o que significa dizer que
eventual profissão paralela exercida pelo advogado não está acobertada por
essa inviolabilidade.
Apreensão e perícia dos bens:
Os bens apreendidos serão levados a perícia. O advogado e o representante
da OAB têm o direito de acompanhar essa perícia e devem ser avisados com

1
‘Provas’, pois no bojo de uma investigação não se produz prova propriamente dita, mas
elementos informativos, que são as diligências documentadas, que buscam elucidar os
indícios de materialidade e autoria do crime.

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antecedência mínima de 24h sobre a data, o horário e o local em que será


realizada.

Memorize – Afastada a inviolabilidade por autorização judicial, o mandado de


busca e apreensão deve ser realizado na presença de representante da OAB, sob
pena de nulidade.

Violar este direito constitui crime previsto no art. 7º-B do estatuto da advocacia.

1.4 – Comunicação com clientes presos: comunicar-se com seus clientes,


pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem
presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis
A incomunicabilidade do preso é vedada, logo, o artigo 21 do Código de
Processo Penal não foi recepcionado pela CF/88 (onde há previsão da
incomunicabilidade do preso – risque isso do seu código).
Regime Disciplinar Diferenciado:
Preso cumprindo pena no RDD, em que as visitas são monitoradas, ao advogado
é garantida a comunicação pessoal e reservada, como regra. No entanto, se

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houver autorização judicial, a visita do advogado ao preso em RDD poderá ser


monitorada por áudio e vídeo, de forma excepcional.
Procuração:
A comunicação do advogado com o preso deve ser pessoal e reservada, ainda
que não tenha procuração.

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1.5 – Representante da OAB na prisão em flagrante: ter a presença de


representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício
da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos
demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB
Prisão em flagrante ligada ao exercício da advocacia
É necessário que o representante da OAB esteja presente no momento da
lavratura do auto de prisão em flagrante, sob pena de nulidade e relaxamento
da prisão.
Prisão por motivos alheios ao exercício da advocacia
Basta a comunicação expressa à seccional da OAB de onde o advogado tenha
inscrição.
Hipóteses de prisão em flagrante no exercício da advocacia:
Somente se o crime for inafiançável (hediondos e equiparados – tráfico de
drogas, tortura e terrorismo; racismo; injúria racial; ação de grupos armados, civis
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático)

PRISÃO DO ADVOGADO

__________ No exercício da profissão Fora do exercício da


profissão

Crime Não pode ser preso em flagrante Pode ser preso em flagrante;
comum basta comunicação à OAB

Crime Pode ser preso em flagrante; Pode ser preso em flagrante;


inafiançável tem direito à presença de basta comunicação à OAB
representante da OAB

1.6 – Prisão especial: não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em
julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades
condignas, assim reconhecidas pela OAB2, e, na sua falta, em prisão domiciliar

2
Este trecho foi considerado inconstitucional, em julgamento na ADI 1.127-8.

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Prisão provisória e sala de estado maior – A prisão provisória abarca a prisão


em flagrante, a preventiva e a temporária. Em qualquer prisão antes do trânsito
em julgado, o advogado deve ser acomodado em sala de Estado Maior e, na falta
dela, em prisão domiciliar.
Sala maior é o compartimento de qualquer unidade militar/civil que deve
oferecer instalações e comodidades condignas, adequadas de higiene e
segurança, cuja finalidade típica não seja o aprisionamento e não contenha
grades. Também decidiu que a prisão especial para pessoas com diploma de nível
superior não foi recepcionada pela CF/88 (art. 295, VII, CPP), mas essa decisão
não afeta a prisão especial do advogado, pois está relacionada com a profissão,
essencial ao funcionamento da Justiça, e não ao diploma
Prisão após trânsito em julgado – Não tem direito a ser recolhido em sala
de estado maior.

1.7 – Usar da palavra: usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal


judicial ou administrativo, órgão de deliberação coletiva da administração pública
ou comissão parlamentar de inquérito, mediante intervenção pontual e sumária,

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para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, a documentos ou


a afirmações que influam na decisão
Mesmo que não seja o momento destinado à fala do advogado, se entender que
deve ser feito esclarecimento ou replicar acusação ou censura que lhe forem
feitas, o advogado deve pedir a palavra, utilizando-se da expressão ‘pela ordem’,
imediatamente (de forma sumária).
A atenção vai para a recente alteração da lei 14.365/22, que incluiu as hipóteses
de usar a palavra na CPI, em tribunal administrativo ou órgão de deliberação
coletiva da administração pública, que não estavam previstas, até então.

1.8 – Examinar autos: examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e


Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou
em andamento, mesmo sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo ou
segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com possibilidade de tomar
apontamentos
Processo Público – É a regra. Acessível a todos, incluindo advogado SEM
procuração.
Processo com segredo de Justiça – Necessário para resguardar a intimidade
das partes ou se assim demandar o interesse público. Somente o advogado COM
procuração pode examiná-lo.

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1.9 – Examinar investigação: examinar, em qualquer instituição responsável


por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos
à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital
Investigação sigilosa – Somente advogado com procuração pode examinar.
Investigação sem sigilo – Qualquer advogado pode examinar, mesmo sem
procuração.
Limites
Em qualquer hipótese acima, garante-se o acesso somente às diligências
concluídas e documentos já juntados. Portanto, é lícito negar ao advogado,
mesmo com procuração, acesso a documentos de diligências em andamento,
que ainda não foram juntados aos autos, quando houver risco de
comprometimento da eficiência, eficácia ou finalidade das diligências.

Memorize – Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em

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procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia


judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Possibilidade de examinar autos com ou sem procuração

Processo Em andamento Trânsito em Julgado

Público Com/Sem procuração Com/Sem procuração

Sigiloso Com procuração Com/Sem procuração

Segredo de Justiça Com procuração Com procuração

1.10 – Vista dos autos: ter vista dos processos judiciais ou administrativos de
qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos
prazos legais
Vista dos autos – Precisa de procuração somente nos processos com segredo
de Justiça para vistas dos autos em cartório.
Carga dos autos – Somente o advogado com procuração pode fazer carga
dos autos em andamento, seja público ou em segredo de Justiça. Se processo findo,
não precisa de procuração se não houver segredo de Justiça.
Prazo de 5 dias para devolução (10 dias se for processo findo). Não
devolvendo no prazo após intimado, fica proibido de fazer nova carga até o
encerramento do processo.
É proibida a retirada dos autos se houver documentos originais de difícil
reparação, bem como circunstância relevante que justifique a permanência dos
autos em cartório, devendo o juízo fazer constar nos autos, de forma fundamentada,
qual é essa circunstância relevante.
Carga rápida pelo período de duas a seis horas, para obtenção de cópias.

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1.11 – Recusar ser testemunha: recusar-se a depor como testemunha em


processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com
pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo
constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional
O sigilo do advogado é inerente à profissão, não podendo o advogado quebrá-
lo. A consequência para a violação do sigilo, sem justa causa, é a prática de
crime (art. 325 CP) e infração disciplinar sujeita à censura.
O advogado deve manter o sigilo independentemente de pedido do cliente,
mesmo após o término da relação advogado x cliente e até quando o ex-cliente
estiver litigando com atual cliente do advogado (ex: advoguei para Z, anos atrás.
Atualmente X me procura para patrocinar uma causa sua, contra Z. Tudo que eu
souber quanto a Z, meu ex-cliente, deve ser mantido em sigilo).
Portanto, o advogado deve guardar sigilo sobre o que saiba em razão do seu
ofício, sendo permitido recursar-se a depor como testemunha em processo no
qual trabalhou ou sobre fato relacionado com seu cliente, mesmo que autorizado
ou solicitado por este cliente.

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A autorização do cliente afasta o dever que o advogado tem de guardar


sigilo, no entanto, não fica o advogado obrigado a depor, é opção sua servir
como testemunha, quando autorizado pelo cliente cujo sigilo diga respeito.

Memorize – o advogado pode se recusar a testemunhar, mesmo se autorizado pelo


cliente sobre o qual recaia o sigilo. O sigilo profissional do advogado é mais extenso
que de outras profissões, pois não está obrigado a falar, ainda que autorizado.

Exceção
É permitido ao advogado a quebra do sigilo, desde que de forma restrita
ao interesse da causa:
(I) em caso de grave ameaça ao direito à vida ou à honra do advogado
(II) quando o advogado for afrontado pelo próprio cliente e, em defesa
própria, tenha que revelar o segredo.

1.12 – Retirar-se do fórum: retirar-se do recinto onde se encontre aguardando


pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda
não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante
comunicação protocolizada em juízo.
Após trinta minutos do horário marcado para o início da audiência, não
iniciado o ato, o advogado pode retirar-se do local, desde que protocole
comunicado cientificando.
Mas, atenção, somente será possível se a autoridade que deva presidir o ato
não tiver comparecido. Se o juízo estiver no local, presidindo outra audiência,
que acabou atrasando as audiências posteriores, não pode o advogado se
retirar.
O tempo de atraso é de 30 minutos; na Justiça do Trabalho este tempo é de 15
minutos.

1.13 – Acompanhar interrogatório: assistir a seus clientes investigados


durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou

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indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar


razões e quesitos
Cuidado com a interpretação deste dispositivo.
O inquérito policial é procedimento administrativo inquisitivo (não se submete
ao contraditório e ampla defesa), pois não visa a aplicação de uma sanção, mas tão
somente colher elementos informativos sobre a materialidade e autoria do fato
criminoso. Portanto, não é obrigatória a constituição de advogado em
interrogatório extrajudicial.
Todavia, se o investigado tiver constituído advogado durante o inquérito
policial e este manifestar interesse em acompanhar o interrogatório
extrajudicial, o delegado de polícia não pode negar, sob pena de nulidade,
podendo o advogado formular perguntas, durante o ato.

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1.14 – Imunidade: o advogado tem imunidade profissional, não constituindo


injúria, difamação ou desacato3 puníveis qualquer manifestação de sua parte, no
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções
disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer
Antes de iniciar o estudo do tema, importante destacar que houve equívoco do
legislativo, ao revogar tal dispositivo. Portanto, o dispositivo continua válido. Para
entender melhor, clique aqui e aqui.
Injúria e Difamação – A imunidade profissional do advogado acoberta
somente a injúria e a difamação, desde que relativa ao exercício da advocacia,
ainda que a ofensa à honra aconteça fora do juízo.
Calúnia e Desacato – A calúnia e o desacato não estão acobertadas pela
imunidade.
Se o advogado afirmar que foi roubado por determinada pessoa e este fato seja
verdadeiro, não há a prática de qualquer ilícito, pois admite-se a exceção da
verdade.
Esta imunidade é apenas penal, ou seja, pode ser punido disciplinarmente
pelo tribunal de ética e disciplina da OAB, pela prática de infração disciplinar.

3
O STF declarou inconstitucional a imunidade por desacato, no julgamento da ADI
1.127-8.

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1.15 – Desagravo Público: no caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício


da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho competente deve
promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade
criminal em que incorrer o infrato
O desagravo público está mais detalhado no regulamento geral, nos artigos 18
e 19.
Desagravo é feito em sessão pública em que é lida nota de repúdio a ofensa
feita à advogado ou à advocacia. É prerrogativa da advocacia, como profissão, por
isso não depende da concordância do advogado ofendido, pois a ofensa ataca a
classe como um todo.
A ofensa deve ser em razão do exercício da função, não basta que seja uma
ofensa pessoal. O estagiário inscrito na OAB pode ser desagravado.
O pedido de desagravo pode ser feito por qualquer pessoa, pelo
advogado/estagiário inscrito ofendido ou pelo conselho seccional.

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O desagravo segue um procedimento interno, na OAB, mas pode ser concedido


liminarmente. Se a ofensa for pessoal, não estiver relacionada com o exercício
da profissão ou se a ofensa configurar crítica de caráter doutrinário, político
ou religioso, o relator do processo pode propor o arquivamento do pedido de
desagravo público.
A pessoa que supostamente praticou a ofensa é intimada para prestar
informações em 15 dias. Os pedidos de desagravo devem ser decididos no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias. Após este julgamento, a sessão do desagravo
público deve ser feita em até 30 (trinta) dias, amplamente divulgada,
preferencialmente no local onde a ofensa foi sofrida.
Ainda que esteja tramitando ação penal, por conta da ofensa, é possível que seja
feito o desagravo público.

1.16 – Direitos da advogada


Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto
perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação

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1.17 – constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos


incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta lei.
Atenção: houve alteração na pena deste crime: agora é de 2 anos a 4 anos
de detenção e multa. O procedimento penal não é mais Juizado Especial, mas
o procedimento ordinário. Logo, não cabem os institutos despenalizadores do
JECRIM.

Memorize – A injúria racial foi equiparada ao racismo pelo STF e se tornou crime
inafiançável e imprescritível!!! A consequência é que o advogado que comete injúria
racial tem direito a um representante da OAB no momento da lavratura do auto
de prisão em flagrante.

2. Infrações e sanções

2.1 – Competência para aplicação de sanção


É do conselho seccional do local da infração.

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Será do conselho Federal da OAB quando o advogado for: membro do


conselho federal; membro da diretoria do conselho federal; presidente de
conselho seccional; ou quando a falta for cometida perante o conselho federal.
A responsabilização perante o conselho da OAB não impede a responsabilidade
nas outras esferas (cível, penal e adm.). No entanto, se houver sentença penal
absolutória que reconheça a inexistência do crime, esta decisão vincula as demais
esferas e não pode o advogado ser responsabilizado (se a absolvição for por
insuficiência de provas, então não vincula as demais esferas).

2.2 – Vamos ver uma tabela geral sobre as infrações e sanções, para, nos tópicos
seguintes, detalhar cada uma delas.

Art. 34 – Incisos Gravidade Sanção Responsabilidade


I ao XVI Leve Censura* Advogado
XVII ao XXV Grave Suspensão* Advogado
XXVI ao XXVIII Gravíssima Exclusão Advogado
XXIX Leve Censura Estagiário**
* Pode cumular com multa apenas Censura e Suspensão.
** Estagiário somente pode sofrer sanção de censura.

2.3 – São quatro as sanções: exclusão, suspensão, censura e multa.


Exclusão
XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição da OAB

XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia

XXVIII – praticar crime infamante

Art. 7º, § 6º-I – É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem
seja ou tenha sido seu cliente, e a inobservância disso importará em processo
disciplinar, que poderá culminar com a aplicação de exclusão

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Além dessas práticas, também causa a exclusão a aplicação de três


suspensões ou, a mais recente de todas, efetuar colaboração premiada contra
quem seja ou tenha sido seu cliente.

Memorize – A exclusão acarreta o cancelamento da inscrição e só pode ser aplicada


se houver manifestação nesse sentido por 2/3 dos membros da seccional competente.

2.4 – Suspensão (geralmente envolve $$$, valores)


Prazo – de 30 dias a 12 meses, podendo ser ultrapasso nas hipóteses que
veremos abaixo.
A suspensão deve ser publicada, sob pena de nulidade do ato.
Cabimento – reincidência em infração disciplinar (duas censuras se
convertem em uma penalidade de suspensão) e também:
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação
ilícita ou desonesta;

XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiros, relacionados com o objeto


do mandato, sem expressa autorização do constituinte;

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XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias


recebidas dele ou de terceiros por conta dele; a suspensão perdura por tempo
indeterminado, até que seja satisfeita integralmente a dívida
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;

XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à


OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo; foi declarado
inconstitucional ADIN 7020, pois viola o livre exercício da profissão
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; a
suspensão aqui dura até que sejam apresentadas novas provas da
reabilitação.
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;

XXX – praticar assédio moral, assédio sexual ou discriminação;

§1º. Inclui-se na conduta incompatível:

a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;

b) incontinência pública e escandalosa;

c) embriaguez ou toxicomania habituais.

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2.5 – A lei 14.612/23 entrou em vigor em 03 de julho de 2023 e incluiu novas


infrações disciplinares passíveis de SUSPENSÃO. Veja no mapa mental a
seguir.

2.6 – Censura (geralmente envolve conduta dentro ou fora do processo)


Destacam-se, além da violação a preceito do Código de Ética e Disciplina:
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio,
o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;

II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta


lei;

III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a


receber;

IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;

V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial


que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;

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VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando


fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento
judicial anterior;

VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;

VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou


ciência do advogado contrário;

X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do


processo em que funcione;

XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da


comunicação da renúncia;

XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado
em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;

XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a


terceiro de fato definido como crime;

A censura não pode ser objeto de publicidade, mas será anotada no prontuário
do advogado.
Duas censuras se convertem em uma penalidade de suspensão.

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A infração punível com censura admite a celebração de TAC.

Memorize – Cabe TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – quando a infração


for punível a nível de CENSURA e o fato apurado não tiver gerado repercussão
negativa à advocacia. Também cabe TAC para fazer cessar a publicidade irregular
praticada por advogado ou estagiário.

2.7 – Multa somente se aplica de forma cumulativa com censura e


suspensão, desde que haja alguma circunstância agravante. O valor varia entre
uma e dez anuidades.

2.8 – Causas atenuantes (I) falta cometida na defesa de prerrogativa


profissional; (II) ausência de punição disciplinar anterior; (III) exercício assíduo e
proficiente de mandato ou cargo de qualquer órgão da OAB; (IV) e prestação de
relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

Memorize – A censura pode ser convertida em advertência, sem anotação nos


assentamentos, quando presente circunstância atenuante, por meio de ofício
reservado.

A advertência não consta nem no prontuário do advogado.

2.9 – Prescrição
As infrações disciplinares prescrevem em 5 anos, contados da data oficial do
fato;
Prescrição intercorrente
Quando o processo fica pendente de despacho ou julgamento, por mais de 3
anos.
Interrupção da prescrição
Volta a contar do zero: pela instauração do processo disciplinar; notificação
válida do representado; decisão condenatória recorrível.

2.10 – Reabilitação

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Àquele que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar (até mesmo a exclusão)
é permitido requerer reabilitação, um ano após o cumprimento da sanção,
comprovando o bom comportamento. Ex: Foi suspenso por 6 meses, então, após
estes 6 meses é que se inicia o prazo de 1 ano para requerer a habilitação.

3. Honorários

3.1– Honorários convencionados/contratados são aqueles que advogado e


cliente ajustam o valor a ser pago pelo serviço. É honorário contratual e não
exclui o sucumbencial. Via de regra, deve ser escrito.
Na falta de convenção sobre o valor a ser pago, utiliza-se a tabela de
honorários da OAB (cada seccional possui sua própria tabela), cujos valores
servem como parâmetro mínimo. No entanto, mediante justificação, pode ser
cobrado menos (ex: advocacia pro bono).
A advocacia pro bono deve ser algo gratuito, eventual e voluntário, em favor
de instituições sociais sem fins lucrativos e pessoas física hipossuficiente. A

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advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins políticos, de publicidade e
captação de clientes.
A forma de pagamento deve estar prevista no contrato. Caso a forma não
esteja prevista no contrato, será feita 1/3 no início do processo, 1/3 até a
decisão de primeira instância e 1/3 ao final. O advogado não pode ter proveito
econômico à vantagem que o cliente terá com o processo.
A participação do advogado em bens particulares do cliente é admitida de
forma excepcional, quando o cliente, comprovadamente, não tiver condições
pecuniárias de honrar com os honorários. Mas, essa forma de pagamento com bens
deve ser prevista em contrato.
Como regra, o honorário não pode ser pago na forma de título de crédito
mercantil (duplicata, letra de câmbio e debêntures). Cheque e nota
promissória são permitidos como forma de pagamento.

Caso não haja previsão no contrato da possibilidade de contratação de


profissionais auxiliares (ex: perito) e o advogado necessite deste auxílio, quem
paga é o cliente. No entanto, se o contrato previr que o advogado pode antecipar
estes valores, é lícito ao advogado reter o respectivo valor, atualizado, no ato
da prestação de contas, mediante comprovação documental.

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3.2 – Honorários por arbitramento judicial são aqueles estipulados pelo juiz,
em duas hipóteses.
(I) contrato verbal não for cumprido – juiz fixa valor proporcional à
complexidade da causa, entre 10% e 20% do valor da condenação, podendo ser
menor se a parte contrária for a Fazenda Pública.
(II) Convênio OAB-Defensoria Pública – honorários recebidos por advogado
para atuar nas causas em que a Defensoria não pode atuar, seja por
incompatibilidade ou pela falta de Defensoria no local. Há um convênio firmado
entre OAB e Defensoria em que o advogado inscrito recebe causas para atuar. Ao
final do processo o juiz expede guia de honorários que é paga pelo Estado ao
advogado.

3.3 – Honorários sucumbenciais são os devidos pela parte vencida no


processo, ao advogado da parte vencedora. Quem paga nunca é o advogado,
mas quem ‘perdeu’ o processo. Mas, quem recebe sempre é o advogado da
parte que venceu.
A parte perdedora paga ao advogado da parte vencedora, o valor entre 10% e
20% do valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, do valor atualizado da causa. É possível que ambas as partes sejam
sucumbentes, ou seja, que autor e réu ganharam parte e perderam parte do processo,
nesse caso, cada parte deve pagar os honorários ao advogado da outra parte.
Os honorários de sucumbência não integram a remuneração/salário do
advogado empregado.

3.4 – Honorário pela dedução por quantia certa


Antes da expedição da guia de levantamento de valores que o cliente tem a
receber no processo, o advogado junta seu contrato e solicita que sejam
expedidas duas guias: uma com o valor dos honorários, em seu nome, e a outra
com o valor auferido pelo cliente, em nome do cliente.

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3.4 – Havendo constrição judicial de bens (bloqueio judicial) do cliente, será


garantida ao advogado a liberação de até 20% dos bens bloqueados para fins de
recebimento de honorários e reembolso de gastos com a defesa, exceto nos
casos em que defender acusado de cometer crime previsto na lei de drogas.
Tratando-se de bloqueio de valores em espécie, a transferência será direta para a
conta do advogado. O pedido de desbloqueio é feito em autos apartados e sigilosos.

O motivo da exceção quanto aos crimes previstos na lei de drogas é previsão


constitucional de confisco dos bens e valores apreendidos em decorrência da
prática desses crimes, que se reverterão a fundo especial.

3.6 – A ação de cobrança de honorários e de prestação de contas pelas


quantias recebidas prescreve em cinco anos.

3.7 – O substabelecimento com reserva de poderes impede que o advogado


substabelecido cobre os honorários por conta própria, devendo o advogado
que substabeleceu o mandato ser coautor da ação de cobrança. Exceto se o

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advogado substabelecido tiver contrato com o cliente, então poderá cobrar por
conta própria.
Como o substabelecimento com reserva de poderes não transfere todos os
poderes outorgados, o cliente não precisa ser avisado.

Memorize – o advogado substabelecido com reserva de poderes não pode ajuizar


ação de cobrança de honorários por conta própria, deve haver litisconsórcio ativo
entre advogado substabelecido e advogado substabelecente, isto é, ambos advogados
devem ser parte autora da ação.

4. Atividade da advocacia

4.1 – São atividades privativas da advocacia a postulação a qualquer órgão


do Poder Judiciário (capacidade postulatória) e atividades de consultoria,
assessoria e direção jurídicas. Para exercer essas atividades é necessária inscrição
na OAB.

4.2 – Dispensa-se a necessidade de advogado


Juizado Especial Estadual Até 20 salários mínimo. Para recorrer precisa de
advogado

Juizado Especial Federal Até 60 salários mínimo. Para recorrer precisa de


advogado.

Ação trabalhista Somente para ação na vara do trabalho. Precisa de


advogado se for ‘MARA’:

Mandado de Segurança;

Ação rescisória;

Recursos de competência do TST;

Ação cautelar

Habeas Corpus Não precisa de advogado. Qualquer pessoa pode


impetrar HC para si ou terceiro, mesmo que não seja
advogado.

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Ação de alimentos Somente para a distribuição da ação de alimentos. Se a


parte não tiver advogado, o juiz irá nomear um para
atuar a seu favor.

Processo Adm. Disciplinar A Súmula Vinculante 5 dispõe que a falta de defesa


técnica (leia-se, advogado) em processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição Federal.

Revisão Criminal O próprio sentenciado pode ajuizar a revisão criminal,


em simples petição, de próprio punho. No entanto, as
razões da revisão criminal devem ser elaboradas por
advogado.

4.3 – Os atos praticados por advogado impedido, suspenso, licenciado ou que


passar a exercer atividade incompatível com a advocacia são nulos.

4.4 – A advocacia é serviço técnico e singular, portanto, comprovada


a notória especialização do advogado, é inexigível a licitação. Nem todo
advogado possui notória especialização, é preciso comprovar. Considera-se
notória especialização o profissional ou a sociedade de advogados cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita
inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à
plena satisfação do objeto do contrato.

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4.5 – Para o advogado atuar é necessário que apresente procuração outorgada


pelo cliente. Nos casos urgentes, em que não há tempo hábil para a confecção da
procuração, o advogado pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentar a
procuração em quinze dias, prorrogável por mais quinze dias.
O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha advogado
constituído, sem o prévio conhecimento deste outro profissional, exceto se for o
caso de tomar medidas urgentes.
O advogado que renuncia ao mandato outorgado continua responsável pela
causa, durante os próximos dez dias, salvo se for substituído antes do término
do prazo.

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4.7 – Concluído ou arquivado o processo, presumem-se o cumprimento e a


cessão do mandato. O mandato não se extingue com o decurso do tempo, desde
que permaneça a confiança recíproca entre outorgante (cliente) e seu patrono
(advogado) no interesse da causa. Em outras palavras, mandato outorgado não
tem prazo de validade.

4.8 – Havendo mais de uma pessoa que tenha outorgado mandato para o
advogado e, sobrevindo conflito de interesse entre eles, caberá ao advogado
optar por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado o sigilo
profissional (ex: duas pessoas possuem o mesmo advogado, mas agora elas estão
em conflito. Então o advogado deve optar por patrocinar os interesses de apenas
uma dessas pessoas, devendo resguardar o sigilo profissional sobre o que souber
da outra parte).

5. Inscrição, identidade profissional e estagiário

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5.1 – São requisitos para a inscrição na OAB: I – capacidade civil; II –


diploma de graduação em Direito; III – título de eleitor e quitação de serviço
militar, se brasileiro; IV – aprovação no exame da OAB; V – não exercer atividade
incompatível com a advocacia (ver item 6.2); VI – idoneidade moral (para ser
declarado inidôneo é preciso haver processo disciplinar e voto de no mínimo 2/3
dos membros da seccional; VII – prestar compromisso perante o conselho
(formalidade feita no dia da entrega da carteira da OAB).

5.2 – A inscrição do estagiário é válida por dois anos, podendo ser


prorrogada por mais um ano, e pode ser requerida a partir do quarto ano
(sétimo semestre) da graduação. Essa prorrogação deve ser requerida 30 dias
antes do vencimento, até 10 dias úteis após o vencimento.
Diferentemente do prazo da inscrição de estagiário, há o prazo de validade da
identidade profissional de estagiário (a carteirinha de estagiário da OAB). Esta
identidade profissional tem validade de três anos e não pode ser prorrogada.
Isso permite que o bacharel em Direito faça estágio profissional com a E-OAB
no primeiro ano de formado.

5.3 – Em casos de pandemia ou situações excepcionais, que impossibilitem


o trabalho presencial, é permitido o estágio remoto (teletrabalho). Se o
contratante ceder o equipamentos necessários para o trabalho à distância ou
reembolsar o estagiário com as despesas de infraestrutura, essa informação deverá
constar, expressamente, do convênio de estágio.

5.4 – O estagiário regularmente inscrito pode praticar os atos da atividade


privativa da advocacia, desde que em conjunto com o advogado, sobre quem recai
a responsabilidade.
Todavia, pode o estagiário praticar isoladamente, sem a assinatura do
advogado, mas sob a responsabilidade dele (advogado): retirar e devolver
autos em cartório; obter certidões de peças ou autos de processos; assinar
petições de juntada de documento; praticar atos extrajudiciais, desde que
tenha autorização ou substabelecimento do advogado responsável.

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5.5 –

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6. Incompatibilidades e impedimentos

6.1 – A incompatibilidade é a proibição total. O impedimento é a proibição


parcial. O impedimento ou a incompatibilidade temporária do advogado não o
exclui da sociedade de advogados.

6.2 – Hipóteses de incompatibilidade, mesmo em causa própria:


I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus
substitutos legais;

Neste caso, a incompatibilidade é provisória. Quando a pessoa deixar o cargo e


voltar a advogar, tem o mesmo número de inscrição que possuía.
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e
conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem
como de todos os que exerçam função de julgamento em órgão de deliberação
coletiva da administração pública direta e indireta;

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Importante destacar que na Justiça Eleitoral há a figura do jurista, um advogado


que atua como juiz eleitoral. A atuação deste advogado é incompatível apenas na
Justiça Eleitoral, pode advogar em outras áreas.
Outro ponto importante: quando o juiz se aposenta ou é exonerado, não pode
exercer a advocacia no juízo do qual se afastou, antes de decorridos três anos.
III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração
Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou
concessionárias de serviço público

No inciso III é importante destacar que não se incluem os que não detenham
poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho
competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente
relacionada ao magistério jurídico.
IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer
órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade


policial de qualquer natureza;

VI - militares de qualquer natureza, na ativa;

VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento,


arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras,


inclusive privadas.

§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função


deixe de exercê-lo temporariamente.

§ 3º As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do


caput deste artigo não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria,
estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante
inscrição especial na OAB, vedada a participação em sociedade de advogados.
(Vide ADI 7227)

§ 4º A inscrição especial a que se refere o § 3º deste artigo deverá constar do


documento profissional de registro na OAB e não isenta o profissional do
pagamento da contribuição anual, de multas e de preços de serviços devidos à OAB,
na forma por ela estabelecida, vedada cobrança em valor superior ao exigido para
os demais membros inscritos (Vide ADI 7227)

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6.3 – Hipóteses de impedimento:


São impedidos de exercer a advocacia:
- os servidores públicos, contra a Fazenda que os remunera, exceto o caso
de docentes de cursos jurídicos. Portanto, o professor de Direito de uma
Universidade Federal pode advogar contra a Fazenda que o remunera. Cuidado,
reitor de universidade passa a ter incompatibilidade.
- membros do poder legislativo, contra ou a favor das pessoas jurídicas de
direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias do serviço público.
No entanto, se for membro da mesa do poder legislativo (presidente, vice ou
secretário do Senado ou da Câmara), torna-se incompatível.

7. Processo disciplinar e recurso

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7.1 – A competência para aplicação de sanção por infração disciplinar é do


conselho seccional do local da infração. Todavia, será do conselho Federal da
OAB quando o advogado for: membro do conselho federal; membro da diretoria
do conselho federal; presidente de conselho seccional; ou quando a falta for
cometida perante o conselho federal.
Instauração
Pode ser instaurado de ofício ou mediante representação da parte
interessada, não sendo considerada a denúncia anônima. Pode ser escrita ou
verbal, diretamente ao presidente do conselho seccional ou ao presidente da
subseção.
Representação
Deve conter: a identificação do representante, com a sua qualificação civil e
endereço; narrativa dos fatos, de forma que permita verificar a existência de
infração; documentos que instruam e indiquem outras provas e o rol de
testemunhas; e a assinatura do representante.
Designação de Relator
Mediante sorteio, é escolhido o relator. O prazo para o relator emitir parecer
é de 30 (trinta) dias, decisão em que propõe a instauração do processo disciplinar
ou o arquivamento. Caso não emita o parecer neste prazo poderá ser o feito
redistribuído para outro relator, que terá o mesmo prazo.
Notificação e defesa prévia
O relator determinará a notificação dos interessados e do representado, para
apresentar a defesa prévia, no prazo de 15 (quinze) dias. Caso o representado
não for encontrado ou se tornar revel, será designado defensor dativo.
A defesa prévia é acompanhada de documentos e rol de testemunhas (até
cinco).
Decisão do relator
Recebida a defesa prévia, pode o relator:
(I) manifestar pelo indeferimento e arquivamento do processo, cuja decisão de
arquivar ou não é do presidente do conselho da seccional;

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(II) designar audiência, em 15 (quinze) dias, para a oitiva do representado e


testemunhas.
Razões finais
Após a audiência o relator elaborará parecer a ser submetido ao Tribunal de
Ética e Disciplina, dando o enquadramento legal dos fatos e abrindo prazo para
apresentação de razões finais, no prazo de 15 (quinze) dias.
Novo relator e voto
Após, o processo é distribuído ao relator do Tribunal de Ética e Disciplina,
para proferir voto. Este relator não pode ser o mesmo da fase de instrução.
Sessão de julgamento
Então, o processo é incluído na pauta da primeira sessão de julgamento após a
distribuição do relator e as partes serão notificadas com 15 (quinze) dias de
antecedência para comparecer à sessão de julgamento.
Após o voto do relator, será facultado o direito à sustentação oral para as
partes, no prazo de 15 (quinze) minutos.
Suspensão prévia
O inscrito pode ser previamente suspenso, em caso de repercussão negativa,
depois de ouvido em sessão especial. O inscrito deve ser notificado para essa
sessão.
Prazo de conclusão
O processo disciplinar deve ser concluído no prazo máximo de 90 dias.
Recursos
Para o Conselho Federal - Todas as decisões definitivas proferidas pelo
conselho seccional. Se a decisão for unânime, o recurso só será cabível se a
decisão contrariou o estatuto da advocacia, decisão do conselho federal ou
seccional, regulamento geral, o código de ética ou provimentos.
Para o Conselho Seccional - decisões proferidas pelo próprio presidente da
seccional, pelo tribunal de ética e disciplina, pela diretoria da subseção ou da
caixa de assistência aos advogados.

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1ª Fase Exame OAB – Temas Recorrentes com Mapas Mentais

Todos os recursos têm efeito suspensivo, exceto quando se tratar de


eleições, suspensão preventiva e cancelamento de inscrição obtida com prova
falsa de requisito.
Cabe revisão do processo disciplinar em caso de erro julgamento ou se a
condenação foi baseada em falsa prova, sendo a competência do órgão que
emanou a decisão final.

8. Sociedade de advogados

8.1 – Formas de sociedade de advogados: sociedade simples e sociedade


unipessoal. Ambas adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado de
seus atos constitutivos no conselho seccional – atenção, o registro não se dá em
cartório civil ou na junta comercial, mas sim no conselho seccional da OAB.

Não são admitidas sociedades de advogados que apresentem forma ou


características de sociedades empresariais (sociedade limitada ou SA), que
adotem denominação fantasia, que realize atividades estranhas à advocacia, que
inclui como sócio pessoa não inscrita como advogado ou proibida de advogar.

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Razão social: obrigatoriamente, deve ter ao menos o nome de um advogado


responsável pela sociedade, podendo permanecer o do sócio falecido, desde que
previsto no ato constitutivo. A denominação da sociedade unipessoal deve ser
formada pelo nome do titular, completo ou parcial, seguida da expressão
‘sociedade individual de advocacia’.
A responsabilidade da sociedade unipessoal e de seu sócio é ilimitada e
subsidiária, pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício
da advocacia.
A constituição de uma filial, em outro Estado da federação, obriga o sócio
a realizar inscrição suplementar neste outro Estado. (ex.: tenho escritório em
SP, constituo filial no RJ, necessito fazer a inscrição na OAB-RJ).
O advogado não pode integrar ou constituir mais de uma sociedade com
sede ou filial na mesma área territorial do respectivo conselho seccional.
Os advogados de uma mesma sociedade profissional não podem
representar em juízo clientes de interesses opostos, ou seja, uma sociedade não
pode, ainda que com advogados diferentes, patrocinar causa da parte autora e da
parte ré do processo.

9. Publicidade

9.1 – O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento


de mercantilização. Não pode fazer publicidade em televisão, rádio e outdoor,
como em “Better call Saul”).
No entanto, é possível a publicidade, desde que obedecidos os limites impostos
pela OAB, quais sejam: princípios da discrição, moderação, informação e
exclusividade.

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9.2 – Não há problema em anunciar os serviços profissionais, de forma


individual ou coletivamente. É proibida a divulgação em conjunto com outra
atividade (ex.: imobiliária e advocacia – apesar de ser comum, na prática) e a
veiculação pelo rádio e televisão.
Todavia, este anúncio deve seguir regras. Não pode relacionar, direta ou
indiretamente, qualquer cargo, função ou relação de emprego e patrocínio que
tenha exercido.
É vedada a utilização de outdoor. O anúncio sob a forma de placas deve
observar discrição quanto ao conteúdo e dimensões, sem qualquer aspecto
mercantilista (é permitido afixar placa com nome do advogado e número de
inscrição na OAB, com caráter meramente informativo, das áreas em que atua, na
fachada do escritório).
São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou forma de
pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir o público,
informações de serviços jurídico suscetíveis de implicar captação de clientela, bem
como menção a tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional.

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A remessa de correspondência a uma coletividade é considerada


imoderada, salvo para comunicar a clientes e colegas a instalação ou mudança
de endereço. Também é considerada imoderada a indicação expressa do nome e
escritório em partes externas de veículo ou inserção de nome em anúncio relativo
a outras atividades não advocatícias.
O advogado pode participar de programa de televisão e entrevista, todavia,
deve se posicionar de forma exclusivamente ilustrativa, educacional e
instrutiva, sem o propósito de promoção pessoal ou profissional. Nessa
entrevista, pode informar as redes sociais.
A divulgação pública do advogado sobre assuntos técnicos ou jurídico de que
tenha ciência em razão do exercício profissional como advogado constituído deve
limitar-se a aspectos que não quebrem ou violem o segredo ou o sigilo profissional.

9.3 – Em julho de 2021 o Conselho Federal da OAB editou o provimento


205/2021, para permitir o marketing jurídico, isto é, passa-se a permitir o
impulsionamento de posts em redes sociais, observados sempre os limites para a
publicidade (como veremos no tópico 11).

Dentre as novidades deste provimento (recomendamos a leitura, são só 13


artigos), importante saber alguns conceitos:

- Publicidade ativa: divulgação capaz de atingir número indeterminado de


pessoas, mesmo que elas não tenham buscado informações acerca do anunciante
ou dos temas anunciados;

- Publicidade passiva: divulgação capaz de atingir somente público certo que


tenha buscado informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados, bem
como por aqueles que concordem previamente com o recebimento do anúncio;

- Captação de clientela: para fins deste provimento, é a utilização de


mecanismos de marketing que, de forma ativa, independentemente do resultado
obtido, se destinam a angariar clientes pela indução à contratação dos serviços ou
estímulo do litígio, sem prejuízo do estabelecido no Código de Ética e Disciplina e
regramentos próprios.

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A publicidade profissional deve ter caráter meramente informativo e primar


pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou
mercantilização da profissão.

O ponto mais importante deste provimento foi permitir a publicidade ativa,


mesmo que de forma paga (impulsionamento pago), permitida a utilização de
logomarca e imagens, inclusive fotografia do advogado, vedado o
impulsionamento de rankings, prêmios ou honrarias que destaquem o advogado.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Novidades legislativas
1 – A posse de Governador e de Vice-Governador passou de 1º de janeiro para
06 de janeiro. O mandato do Presidente da República tem início em 05 da janeiro,
e não mais no dia primeiro.

2 – É competência exclusiva do Congresso Nacional decretar estado de


calamidade pública. Cabe ao Presidente da República, de forma privativa,
propor ao Congresso Nacional a decretação da calamidade pública.

Portanto, para se decretar estado de calamidade pública, o Presidente, de forma


privativa (pode delegar), propõe ao Congresso. Por sua vez, o Congresso, de forma
exclusiva (não pode delegar), decide se decreta ou não a calamidade pública.

1. Controle de Constitucionalidade

➢ 1.1 Disposições Gerais

1.1.1 – A inconstitucionalidade formal ocorre quando o vício acontece no


processo legislativo. Já a inconstitucionalidade material ocorre quando o vício
acontece no conteúdo.

1.1.2 – O Judiciário pode declarar a inconstitucionalidade de apenas uma


única palavra de determinado dispositivo. Cuidado com a pegadinha! O Chefe
do Executivo (Presidente da República), quando da promulgação de projeto de
lei, não pode vetar uma única palavra de projeto de lei, deve vetar por inteiro o
artigo, o parágrafo, o inciso ou a alínea.

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1.1.3 – A inconstitucionalidade por arrastamento é o fenômeno pelo qual,


declarada inconstitucional uma lei, todas as normas derivadas dessa lei são
consideradas inconstitucionais por arrastamento.

1.1.4 – O parâmetro para avaliar a constitucionalidade de uma lei é


qualquer artigo da CF/88, inclusive do ADCT. No entanto, o preâmbulo da
CF/88 não tem força normativa e não serve como parâmetro de
constitucionalidade. As normas constitucionais originárias (aqueles elaboradas
durante a elaboração da própria CF/88) possuem presunção absoluta de
constitucionalidade, logo, não podem ser objeto de controle de constitucionalidade.

1.1.5 – A declaração de inconstitucionalidade afeta o plano da validade da


norma, que será considerada nula. Adotou-se, portanto, a teoria da nulidade.
Via de regra, a decisão de mérito possui efeito vinculante, ‘erga omnes’ (para
todos) e ‘ex tunc’ (retroativos).
O efeito vinculante vincula todos os Poderes e a Administração Pública em
geral, exceto o legislativo, que pode produzir nova lei com o mesmo teor daquela

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declarada inconstitucional, pois não pode ocorrer o que a doutrina chama de


fossilização da constituição, ela não pode ser engessada.

O efeito erga omnes significa que aquela decisão será aplicada para todas as
pessoas, em todos os casos.
Já o efeito ex tunc significa que a decisão retroage e alcança fatos pretéritos,
pois, a lei inconstitucional padece de vício de origem, como vimos, pela teoria da
nulidade.
No entanto, a teoria da nulidade é relativizada pela modulação dos efeitos da
decisão. Por razões de segurança jurídica e excepcional interesse social, poderá
o STF, pela votação de 2/3 dos seus membros, decidir que a declaração de
inconstitucionalidade produza efeitos em data futura (‘pro futuro’) ou a partir do
trânsito em julgado da decisão (ex nunc – não retroage).

Memorize – A modulação dos efeitos afasta o efeito retroativo da decisão de mérito.


Portanto, a decisão que deveria produzir efeitos ex tunc (retroativos), passa a produzir
efeitos ex nunc (da decisão para frente) ou pro futuro (em uma data futura), desde
que 2/3 dos membros do STF assim decidam, por razões de segurança jurídica ou
excepcional interesse social.

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1.1.6 - É possível a concessão de medida cautelar em ADI, se aprovada por


2/3 dos membros (8 ministros). Se a medida cautelar for requerida no período de
recesso forense, o Presidente do STF poderá concede-la, mas deve submete-la ao
plenário, para referenda-la, tão logo acabe o recesso.
A medida cautelar visa suspender a norma impugnada e tem efeito vinculante,
‘erga omnes’ (para todos) e, via de regra, ‘ex nunc’ (não retroage).
A suspensão da norma impugnada por medida cautelar faz surgir o fenômeno
do efeito repristinatório, ou seja, torna-se aplicável a legislação anterior, salvo
se houver manifestação do STF em sentido contrário.

Memorize – Diferentemente da decisão de mérito, a decisão cautelar tem efeito ex


nunc, ou seja, não retroage.

Decisão de mérito = ex tunc (retroage)

Decisão cautelar = ex nunc (não retroage)

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➢ 1.2 Controle Difuso e Concentrado

1.2.1 – O controle de constitucionalidade pode ser concentrado ou difuso.


Concentrado
Concentra- se em um único tribunal. Se a violação for de norma federal, o
controle é realizado pelo STF, se a violação for de norma estadual, o controle é
realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado. O efeito aqui é erga omnes (para
todos).
Difuso
Realizado por qualquer juiz, no caso concreto, de forma incidental. O efeito
aqui é inter partes (entre as partes).
Cláusula de reserva de plenário – somente a maioria absoluta dos membros
do Tribunal pode declarar a inconstitucionalidade da lei, no controle difuso.
O juiz pode afastar a incidência de norma, por considera-la inconstitucional, mas,
se a parte recorrer, entra em ação a cláusula de reserva de plenário e a
inconstitucionalidade da norma só pode ser declarada pela maioria absoluta dos
membros do Tribunal.

Memorize – Súmula Vinculante 10 – Viola a cláusula de reserva de plenário a


decisão de órgão fracionário (câmara e turma) de Tribunal que afasta a incidência
de lei que considera inconstitucional.

Exceção: O órgão fracionário pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma


quando o STF ou o pleno do próprio Tribunal tenha se manifestado pela
inconstitucionalidade.

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1.2.2 – Quando o STF declara, no controle difuso, a inconstitucionalidade


de uma norma, está obrigado a comunicar o Senado Federal, para que dê
publicidade à decisão, suspendendo a execução da lei. Todavia, o Senado não
está obrigado a atuar e suspender a execução da norma.

Memorize – O STF é obrigado a comunicar o Senado Federal sobre a


inconstitucionalidade de uma norma, proferida no controle difuso (caso concreto).
Mas o Senado não está obrigado a suspender a execução da norma, como dispõe o
artigo 52, X, da CF/88.

Atenção, a inconstitucionalidade proferida em controle concentrado não precisa ser


comunicada ao Senado.

1.2.3 – ADI, ADC, ADO e ADPF possuem os mesmos legitimados: 4


Autoridades, 4 Mesas e 4 Entidades.

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Legitimados universais
Não precisam demonstrar pertinência temática para propor a ação de
controle de constitucionalidade. Podem propor a ação sobre qualquer assunto.
Importante:
(I) Vice-presidente, se estiver no exercício da presidência, é legitimado
(hipótese de o presidente estar em viagem no exterior).
(II) A legitimidade do partido político deve ser aferida no momento da
propositura da ação. Ainda que o partido político venha a perder seus
representantes no congresso, posteriormente ao momento da propositura da ação,
a ação não será extinta.
Legitimados especiais
Precisam demonstrar a pertinência temática, isto é, só podem propor a ação
de controle de constitucionalidade sobre determinados temas que lhes tenha
pertinência.
Importante:

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(I) Governador de um Estado pode ajuizar ADIN em face de lei de outro


Estado, desde que demonstre que essa lei tenha repercussão no seu Estado.
(II) As entidades de classe só têm legitimidade se forem representativas de uma
determinada categoria profissional (CUT, por representar diversas categorias, não
tem legitimidade).
(III) Para se configurar entidade de âmbito nacional é necessária a
representação em 1/3 dos Estados.

1.2.4 – Objeto das ações:

ADI – pode ser proposta em face de lei federal e estadual pós constitucional.
ADC – pode ser proposta somente em face de lei federal pós constitucional
somente se houver relevante controvérsia judicial
ADPF – lei anterior à CF/88. A ADPF é subsidiária, cabe quando não for
cabível outra ação de controle de constitucionalidade.
Proposta de Emenda à Constituição não pode ser objeto de ADI, somente
a Emenda Constitucional promulgada é que pode.

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2. Organização do Estado

➢ 2.1 Forma Federativa

2.1.1 – A União, os Estados, o DF e os Municípios são os entes federativos


autônomos. O Território Federal não é ente autônomo, faz parte da União e
sua criação ou transformação em Estado deve ser feita por lei complementar
(atualmente não existe Território, no Brasil, mas pode vir a ser criado, por meio de
Lei Complementar).

Memorize – Territórios fazem parte da União e são criados por Lei Complementar.

2.1.2 – A forma federativa do Estado é cláusula pétrea, ou seja, não pode


ser alterada por emenda constitucional. Portanto, não é autorizada a secessão
(separação), isto é, a proposta de Estado que queira se separar da União, para
formar um novo país soberano, não é aceita pela CF/88. Caso um Estado tente
realizar a secessão, cabe intervenção federal, para manter a integridade nacional.
No entanto, os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Território Federais. Para isso, é necessário plebiscito (consulta prévia da
população), aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional (Câmara
dos Deputados e Senado Federal) e oitiva das assembleias legislativas dos Estados
interessados.
Incorporação – Dois Estados se juntam, formando um novo Estado (São Paulo
e Paraná se juntam, formando o São Paraná, deixando de existir individualmente
São Paulo e Paraná.
Subdivisão – Ao contrário da incorporação, aqui um estado se transforma em
dois (Amazonas se transforma em dois e deixa de existir, passando um a se chamar
Estado Ama e outro se chamar Estado do Zonas).
Desmembramento – a diferença reside no fato de que aqui não há o
desaparecimento do estado original, como nos dois exemplos anteriores
(Tocantins foi criado a partir do desmembramento do Estado de Goiás, ou seja, um

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pedaço de Terra que era Goiás, passou a se chamar Tocantins, ente autônomo, mas
Goiás não deixou de existir).

E novos Municípios, podem ser criados? Não, pois o Congresso não editou lei
complementar exigida pela CF/88 para fixar o período dentro do qual poderá
ocorrer a criação, incorporação e desmembramento de municípios. Mas, o art.
96 ADCT, incluído pela EC 57/2008, permitiu que os atos de criação,
incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei estadual tenha sido
publicada até 31 de dezembro de 2006.

2.1.3 – Intervenção
A União poderá intervir nos Estados, DF e Municípios nas hipóteses do artigo
34 da CF/88 (importante a leitura). Já o Estado pode intervir em seus Municípios
nas hipóteses do artigo 35 da CF/88.
Essas hipóteses são previstas em rol taxativo, isto é, não se admite a intervenção
em qualquer outra hipótese, além destas descritas nos artigos citados.

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O procedimento da intervenção está no artigo 36 da CF/88 e é importante saber


que o decreto de intervenção será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado no prazo de 24 horas!
A intervenção espontânea é decretada de ofício pelo Presidente da
República nas seguintes hipóteses: manter a integridade nacional; repelir invasão
estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública; e reorganizar as finanças da unidade da
Federação.

➢ 2.2 Repartição de Competências

2.2.1 – Competência administrativa/não legislativa – Pode ser exclusiva da


União ou concorrente/comum a todos os entes federativos:
Exclusiva da União – previstas no artigo 21 da CF/88, são indelegáveis.
Destacam-se: emitir moeda; declarar guerra e celebrar paz; decretar o estado de
sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; autoriza e fiscalizar a produção de
material bélico (material de guerra); manter o serviço postal e o correio aéreo
nacional.

Comum: é comum aos quatro entes federativos (União, Estados, DF e


Municípios). Estão previstas no artigo 23 da CF/88 e a leitura é importante.

Lei complementar fixa as normas para a cooperação entre os entes federativos.


Na falta de definição de cooperação em lei complementar, leva-se em consideração
o critério da preponderância de interesses, prevalecendo os mais amplos sobre os
mais restritos.

2..2.2 – Competência legislativa – Aqui já diz respeito à competência de se


criar leis.
Competência privativa da União – são as matérias previstas no artigo 22 da
CF/88. São delegáveis, no entanto, somente as questões específicas. A delegação
se dá por Lei complementar.

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Memorize – Competência legislativa privativa da União:

CAPACETE DE PM – Civil, Agrário, Penal, Aeronáutico, Comercial, Eleitoral,


Trabalho, Espacial, Processual e Marítimo

Além dessas, inclui legislar sobre: águas, energia, informática, telecomunicações e


radiofusão; trânsito e transporte; populações indígenas; proteção e tratamento de
dados pessoais.

A União legisla sobre consórcios, loterias e bingos, mas qualquer ente pode explorar
estas atividades.

Competência concorrente entre União, Estados e DF: previstas no artigo 24


da CF/88, compete aos três entes legislar sobre direito financeiro, econômico,
tributário, penitenciário, orçamentário e urbanístico. Sempre que aparecer a
palavra ‘proteção’, a competência é concorrente (ex: proteção ao patrimônio
público, proteção ao meio ambiente).
A União edita as normas gerais e os estados e o DF apenas as normas
suplementares desta norma geral. No entanto, inexistindo lei federal
regulamentando as normas gerais, Estados e DF estão autorizados a legislar
de forma plena, isto é, elaborar norma geral e específica. Sobrevindo lei federal
sobre o tema, a norma Estadual ficará suspensa, no que lhe for contrária
(atenção aqui, a eficácia da norma geral é suspensa, e não revogada ou qualquer
outra coisa, quando for contrária à superveniente norma geral Federal).

Memorize – Na competência legislativa concorrente a União edita as normas gerais e


os demais entes as normas específicas. No entanto, não havendo normal geral da União,
os demais entes podem legislar sobre toda matéria (normas gerais e específicas). Neste
caso, sobrevindo norma geral da União, fica suspensa (!!) a norma anterior, no que lhe
for contrário.

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O STF já decidiu que o Município é competente para legislar sobre o meio


ambiente com a União e Estado, no limite do seu interesse local e desde que tal
regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes.

Súmulas importantes sobre o assunto:

Súmula Vinculante 38 – “É competente o Município para fixar o horário de


funcionamento de estabelecimento comercial.” Cuidado, pois quem legisla sobre
horário de funcionamento bancário é a União.

Súmula Vinculante 39 – “Compete privativamente à União legislar sobre


vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal.”

Súmula Vinculante 46 – “A definição dos crimes de responsabilidade e o


estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da
competência legislativa privativa da União.”

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Súmula Vinculante 49 – “Ofende o princípio da livre concorrência lei


municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo
ramo em determinada área.”

3. Remédios constitucionais

➢ 3.1 Habeas Corpus

3.1.1 – Habeas Corpus visa garantir a liberdade de locomoção, podendo ser


HC preventivo (quando ameaçada a liberdade de locomoção) ou repressivo
(quando a liberdade de locomoção foi tolhida).
O impetrante do HC (aquele que ajuíza a ação) pode ser qualquer pessoa,
não precisa ser advogado. O paciente (a quem o HC visa garantir o direito de
locomoção) pode ser o próprio impetrante. O impetrante não precisa de
procuração para ajuizar HC em favor do paciente, qualquer pessoa pode
impetrar HC em favor de outrem. Há, ainda, na relação processual, a autoridade
coatora, aquela que feriu o direito de liberdade do paciente.
É ação gratuita!
O magistrado pode conceder HC de ofício, ou seja, sem que tenha havido
pedido expresso, percebendo ilegalidade na restrição do direito de locomoção, pode
conceder o HC (é comum em processo penal o juiz, ao se deparar com alguma
ilegalidade ou nulidade, conceder HC de ofício e expedir alvará de soltura, mesmo
sem pedido da defesa).
Não caberá Habeas Corpus em punições disciplinares militares, a não ser
que a punição esteja eivada de ilegalidade.

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➢ 3.2 Habeas Data

3.2.1 – Habeas Data será concedido em três situações:


(I) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou banco de dados públicos;
(II) retificação de dados, quando não prefira fazer por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
(II) anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação
sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou
amigável.
O Habeas Data só é cabível quando as informações ou retificação forem do
próprio impetrante.
É necessária recusa na via administrativa ou um prazo de 10 dias sem
resposta administrativa para a impetração do Habeas Data, devendo se fazer
prova disso na petição inicial.

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É ação gratuita!

➢ 3.3 Mandado de Segurança

3.3.1 – Mandado de Segurança é destinado a proteger direito líquido e certo,


não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoas jurídica
no exercício de atribuições do poder Público.
Ficou bem claro que é ação residual, pois somente cabível nas hipóteses em
que não se pode ajuizar Habeas Data ou Habeas Corpus.
O direito líquido e certo é aquele que pode ser provado de plano, sem
necessidade de dilação probatória. Deve-se, portanto, haver prova pré-
constituída, no ajuizamento do MS.
Há um prazo decadencial de 120 dias para ajuizamento deste remédio
constitucional, contados da data em que o interessado teve ciência do ato a ser
impugnado.
Tudo o que foi visto vale também para o Mandado de Segurança Coletivo,
diferenciando-se este quanto ao polo ativo, que pode ser preenchido por partido
político com representação no Congresso Nacional ou organização sindical,
entidade de classe e associações, devendo todas atuarem na defesa dos interesses
dos seus membros ou associados.. As associações deve estar constituídas há pelo
menos 1 ano. A entidade de classe não precisa de autorização de todos os
associados para impetrar MS coletivo.
Não há pagamento de honorários advocatícios, mas há pagamento de
custas.
Se houver morte do impetrante do MS, os herdeiros não podem continuar a ação,
devem buscar as vias ordinárias.

➢ 3.4 Mandado de Injunção

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3.4.1 – Mandado de Injunção busca a regulamentação de norma de eficácia


limitada que diz respeito a nacionalidade, soberania ou cidadania, quando a
norma infraconstitucional ainda não foi editada.
Pela teoria concretista intermediária, se o prazo fixado na sentença para suprir
a omissão não for observado, é assegurado ao impetrante o direito cuja omissão foi
apontada (de forma individual, se for o MI individual, ou coletiva, para todos os
representados, se for MI coletivo).
Quando é impetrado MI coletivo, dispensa-se autorização especial dos
membros da organização sindical constituída e em funcionamento há mais de um
ano.

➢ 3.5 Ação Popular

3.5.1 – Ação Popular busca anular ato lesivo ao patrimônio público, à


moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e
cultural.
Somente cidadão, aquele que possui plenos direitos políticos, é parte ativa
legítima. Se tiver entre 16 e 18 anos, deve ser assistido por advogado. O
Ministério Público não pode ajuizar ação popular, mas tanto o MP quanto
qualquer cidadão pode prosseguir com ela se houver desistência por parte de
quem propôs.
A ação é gratuita, salvo se comprovada má-fé.
A regra é que a competência é do juízo de primeira instância, ainda que o
ato lesivo seja do Presidente da República! – nessa hipótese, a competência seria
da 1ª instância da Justiça Federal.
Julgada improcedente, é obrigatório o recurso de ofício.

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4. Processo legislativo

➢ 4.1 Proposta de Emenda à Constituição

4.1.1 – Legitimados para propor PEC:


- 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado;
- Presidente da República;
- Mais da metade das Assembleias Legislativas dos Estados, desde que cada
uma tenha se manifestado pela maioria relativas dos membros.

4.1.2 – Quórum de aprovação:


Deve haver votação de 3/5 dos membros de cada Casa do Congresso Nacional,
em dois turnos (3-5-2: 3/5 dos votos em 2 turnos).

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A proposta de emenda rejeitada não pode ser objeto de nova apreciação na


mesma sessão legislativa (mesmo ano).
Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

4.1.3 – Limites materiais – não será objeto de deliberação a proposta


tendente a abolir as cláusulas pétreas. São elas FO DI VO SE: (I) a FOrma
federativa de Estado; (II) DIreitos e garantias individuais; (III) VOto direto,
secreto, universal e periódico; (IV) SEparação dos Poderes.

Memorize – é possível proposta de emenda à Constituição cuja matéria seja


cláusula pétrea, desde que a finalidade seja reforçar a garantia desses direitos. O
que não se aceita é a proposta tendente a abolir ou restringir esses direitos.

Atenção, o voto obrigatório não é cláusula pétrea e pode ser objeto de proposta de
emenda.

Limites circunstanciais – não haverá proposta de emenda à constituição na


vigência de intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.

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Importante diferenciar estado de defesa e estado de sítio.

Estado de defesa Estado de sítio

Para locais restritos e Ineficácia do estado de Declaração de estado


determinados em caso de: defesa de guerra

Ameaça à ordem pública ou paz Comoção grave Resposta a agressão


nacional repercussão nacional armada estrangeira

Calamidade natural e grandes


proporções

Prazo de 30 dias, prorrogável Prazo de 30 dias, Prazo ilimitado, pelo


uma única vez por mais 30 dias prorrogável por mais 30 tempo que durar a
dias, sem limite situação

Presidente decreta e submete o Presidente solicita autorização para o Congresso,


ato, em 24 horas, a apreciação do que decidirá pela decretação ou não, por maioria
Congresso, que decide pela absoluta

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manutenção ou não, em 10 dias,


por maioria absoluta

4.1.4 – Promulgação da EC: a EC será promulgada pelas mesas da Câmara


dos deputados e do Senado federal.
EC não tem sanção ou veto presidencial !

➢ 4.2 Medida Provisória

4.2.1 – Legitimidade
Nos casos de relevância e urgência (requisitos da MP),a legitimidade é
exclusiva do Presidente da República, não podendo ser delegada.
Prazo

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60 dias prorrogável por igual período, mas suspende-se sua contagem


durante o recesso parlamentar. A duração máxima, portanto, é de 120 dias. Se
não for convertida em lei, perde a eficácia, produzindo efeitos retroativos (ex
tunc).
Tramitação
Se a MP não for apreciada em 45 dias, entrará em regime de urgência,
acarretando a suspensão de todas as demais deliberações em andamento no
Congresso Nacional, até que seja votada.
É vedada a reedição de MP expressamente rejeitada ou que tenha perdido
sua eficácia na mesma sessão legislativa (mesmo ano).
Ler o artigo 62, da CF/88, para decorar as matérias sobre as quais é vedada a
edição de medida provisória. Apontamos como principais a vedação de MP sobre
matérias relativa a direito e processo penal, processo civil, nacionalidade,
cidadania, direitos políticos, direito eleitoral e matéria reservada à lei
complementar.
Também não se admite MP para tratar sobre orçamento, salvo para abertura de
crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

Memorize – Prazos da medida provisória:

45 dias – se não for votada, entra em regime de urgência.

60 dias – é o prazo de duração da MP, em que ela terá eficácia. Pode ser prorrogado
por igual período, chegando a 120 dias.

Não convertida em lei no prazo de duração, perderá a eficácia.

➢ 4.3 Leis Ordinárias e Complementares

4.3.1 – A iniciativa popular é uma das formas de se propor projeto de lei


ordinária ou complementar.
Para que isso aconteça, o projeto de lei deve ser apresentado à Câmara do
Deputados, assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído

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pelo menos em 5 Estados, com pelo menos 0,3% do eleitorado de cada um


deles.
Projeto de Lei de Iniciativa Popular tem que ter início com o morador do
apartamento 1503 – 1% do eleitorado total, 5 Estados e 0,3% do eleitorado de cada
Estado.
Se o projeto de lei for no âmbito municipal, basta a manifestação de, pelo
menos, 5% do eleitorado local.

4.3.2 – As leis ordinárias e complementares possuem três fases no processo


de elaboração: iniciativa, constitutiva e final.
Fase iniciativa – é a deflagração do processo de elaboração da lei. Dentre os
legitimados a propor PL, importante ler as matérias de competência privativa do
Presidente da República, previstas no artigo 61, § 1º, da CF/88.
Fase constitutiva – aqui há atuação do Legislativo (votação da lei) e Executivo
(sanção ou veto).
Via de regra, o PL se inicia na Câmara dos Deputados, salvo se a iniciativa
de apresentar o PL for do Senado, hipótese em que a tramitação se dá no próprio
Senado. A casa iniciadora prepara o PL envia para a casa revisora (geralmente,
Câmara envia para o Senado). A casa revisora então pode enviar para sanção ou
veto do Presidente, sem qualquer alteração. Mas, se a casa revisora decidir
alterar substancialmente o PL, então devolve à casa iniciadora, que é quem
decide se mantém a alteração ou se rejeita a alteração e envia para o
Presidente para sanção ou veto.

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Se a matéria for rejeitada, somente poderá constituir objeto de novo projeto


de lei, na mesma sessão legislativa (leia-se, mesmo ano), mediante proposta da
maioria absoluta da Câmara dos Deputados ou do Senado.

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Fase final – Aprovado o projeto de lei, o poder Executivo tem o prazo de 15


(quinze) dias úteis para sancionar ou vetar. O silêncio importará em sanção
tácita do projeto de lei.
Depois de sancionada, a lei será promulgada pelo Presidente da República
em 48h, se ele não o fizer, o Presidente do Senado deve fazer, se também não fizer,
cabe ao Vice Presidente do Senado. Promulgada a lei, será publicada. A lei começa
a vigorar em 45 (quarenta e cinco dias) após a publicação, salvo se houver
disposição em contrário – hipótese em que é previsto expressamente que a lei
entrará em vigor na data da publicação ou depois de determinado período de dias.

Veto presidencial – pode ser jurídico (inconstitucional) ou político (contraria


interesse público)
Não pode vetar apenas uma palavra ou expressão, deve vetar todo parágrafo,
alínea ou artigo.
O veto é irretratável e deve ser motivado ao presidente do Senado em 48h.
Se o projeto de lei for vetado, será apreciado pelo Legislativo, em sessão
conjunta, dentro de 30 (trinta) dias, podendo ser rejeitado pelo voto aberto da
maioria absoluta dos Deputados e Senadores – nesta hipótese, o Congresso
Nacional derrubará o veto e o projeto de lei será sancionado.

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4.3.3 – O quórum de aprovação das leis ordinárias é diferente das leis


complementares.

Memorize – Quórum de aprovação:

Lei complementar = maioria absoluta (+ da metade dos membros, independentemente


do número de presentes)

Lei ordinária = maioria simples (+ da metade dos presentes)

5. Direitos individuais

➢ 5.1 Dimensões Direitos Fundamentais

5.1.1 – 1ª dimensão – Liberdade. Natureza negativa, o Estado se abstém de


interferir na esfera privada, nos direitos à propriedade, associação e reunião.

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2ª dimensão – Igualdade. O Estado deve atuar para garantir igualdade social,


cultural e econômica.
3ª dimensão – Fraternidade. São direitos difusos, do desenvolvimento, meio
ambiente, etc.
Para se lembrar da ordem das dimensões, basta pensar no lema da Revolução
Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
A doutrina ainda traz outras dimensões, mas essas três são as clássicas que caem
na OAB.

➢ 5.2 Direito de Liberdade

5.2.1 – O STF entende que a liberdade de expressão não abrange o hate speech,
isto é, o ‘discurso de ódio’. O STF já decidiu que a ‘marcha da maconha’ é
constitucional, pois garante o direito à livre manifestação do pensamento, desde
que a reunião seja pacífica, sem participação de crianças e adolescentes e não
se incentive ou faça uso de drogas.

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5.2.2 – É garantida a liberdade de manifestação do pensamento, vedado o


anonimato. Em regra, a vedação do anonimato impede que denúncias apócrifas
(sem assinatura, ou sem a identificação do delator) possam servir como fundamento
para instauração de inquérito policial. Embora não possa servir como fundamento
para a instauração de inquérito policial, a denúncia apócrifa serve como iniciativa
para diligências de investigação, que sirvam como base para a instauração de um
inquérito policial.

5.2.3 – Em razão da liberdade de consciência, crença e culto, ninguém pode


ser obrigado a fazer algo que contrarie sua essência e princípios (religiosos),
salvo se recusar-se a cumprir obrigação imposta a todos e recursa-se a
cumprir prestação alternativa. Para que se dê essa recusa, as convicções devem
ser seriamente arraigadas, coerentes e sinceras. Portanto, pode se recusar ao
alistamento militar obrigatório, por exemplo, podendo ser sujeito a prestar serviços
alternativos de caráter administrativo, dentro das próprias forças armadas. Se
houver recuso ao alistamento e ao serviço alternativo, então pode ter seus direitos
tolhidos.

5.2.4 – Direito à liberdade de ir e vir: é livre a locomoção no território


nacional, em tempos de paz, portanto, é possível que seja restringido este direito,
na hipótese de prisão em flagrante delito ou por ordem escrita do juiz, guerra
declarada e durante vigência de estado de sítio, para determinar a permanência da
população em determinada localidade.

5.2.5 – O Brasil é um estado laico, não confessional, pois não possui uma
religião oficial. No entanto, laicidade não se confunde com laicismo. O laicismo
significa uma atitude hostil do Estado para com as religiões. Portanto, o Brasil é
neutro, não adota uma religião oficial.
Mas, atenção. Neutralidade não é o mesmo que indiferença. O STF já decidiu
que é constitucional o ensino religioso nas escolas públicas de ensino
fundamental, ainda que de natureza confessional (voltado e uma religião
específica), devendo ser facultativa a matrícula.

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➢ 5.3 Direito à Vida

5.3.1 – Direito à vida: previsto no caput do art. 5º, o direito à vida tem alguma
exceções, que costumam aparecer bastante.
Direito à vida x pena de morte: É falso afirmar que é proibida a pena de morte
em qualquer hipótese. Veja, a pena de morte é proibida, mas há uma exceção:
será possível pena de morte em caso de guerra declarada, se houver agressão
estrangeira.
Direito à vida x aborto: Via de regra, a prática abortiva é proibida no Brasil,
cuja conduta constitui crime, previsto nos arts. 124 e 125 do código penal. No
entanto, o próprio código penal dispõe que é permitido praticar aborto em caso de
gravidez resultante de estupro ou se não houver outro meio de salvar a vida da
gestante. Além dessas duas exceções previstas na lei, há uma terceira, criada pelo
STF, que, em julgamento da ADPF 54/DF decidiu que o aborto de feto anencéfalo
não constitui crime.
Direito à vida x legítima defesa: se alguém tenta matar um policial, de forma
injusta, ele pode repelir essa agressão, usando dos meios necessários e de forma
moderada, para não morrer. Se ficar comprovado que a única forma de sobreviver
seja matando o outro sujeito, então o policial não responde criminalmente por
homicídio, pela legítima defesa.

➢ 5.4 Direito de Associação

5.4.1 – É lícita a associação para fins lícitos e não lucrativos, exceto a de


caráter paramilitar. A criação de associação independe de autorização.
As associações só podem ter suas atividades suspensas ou compulsoriamente
dissolvidas com decisão judicial, com a diferença de que para a dissolução exige-
se o trânsito em julgado. As associações necessitam da autorização de seus
associados para representa-los em juízo (exceto para impetrar Mandado de
Segurança coletivo, hipótese em que não necessita da autorização dos associados).

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6. Poder legislativo

➢ 6.1 CPI

6.1.1 – Requisitos:
(I) Requerimento de, no mínimo, 1/3 dos membros do Senado Federal ou
da Câmara de Deputados; ou, 1/3 dos membros do Congresso Nacional, se a CPI
for mista (Senado + Câmara);
(II) Fato determinado;
(III) Prazo certo para a apuração deste fato determinado.
CPI não impõe penalidade ou condenação, apenas apura o fato e encaminha
aos órgãos competentes para a responsabilização do investigado.
Investigados têm direito ao silêncio, quando prestam depoimento. Já as
testemunhas tem o dever de depor sobre o que saibam, mas não são obrigadas

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a se autoincriminar, podendo calar-se quanto as informações que lhe acarretarem


prejuízo.
A CPI não pode convocar chefe do executivo para ser ouvido.

Memorize – CPI pode decretar prisão em flagrante, mas não pode decretar prisão
preventiva, interceptação telefônica e busca e apreensão.

A CPI pode quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive telefônico, tendo
acesso ao extrato da conta, e não às conversas em tempo real, pois configuraria a
interceptação).

➢ 6.2 Imunidades

6.2.1 – A imunidade material parlamentar garante a inviolabilidade civil,


penal e disciplinar do Deputado ou Senador, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos, desde que relativas ao exercício da função. Portanto, possível
que, mesmo fora do Congresso Nacional, esteja o parlamentar acobertado pela
imunidade, desde que suas palavras guardem nexo de causalidade com o exercício
e durante seu mandato.

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Aos vereadores essa imunidade é limitada à circunscrição do município


onde atua.
O chefe do executivo (presidente da república, governador e prefeito) não
goza dessa imunidade.

6.2.3 – A imunidade formal parlamentar tem dois aspectos: processual e


prisional.
A imunidade prisional garante ao parlamentar, desde a diplomação (antes da
posse), a prerrogativa de ser preso somente em caso de flagrante delito de crime
inafiançável. A respectiva Casa (Senado ou Câmara) receberá os autos de prisão
em flagrante dentro de 24 horas e resolverá pela manutenção ou não da prisão,
por votação aberta da maioria absoluta dos membros.
A imunidade processual não afasta a possibilidade de o parlamentar ser
denunciado pela prática de crime. Portanto, por crime ocorrido após a
diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
político nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros,
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. O pedido de sustação
será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu
recebimento pela Mesa Diretora. A sustação do processo suspende a prescrição
enquanto durar o mandato. Portanto, os pontos mais importantes: (I) não há
necessidade de prévio pedido de licença para se processar parlamentar federal
no STF; (II) a imunidade processual vale somente para crimes cometidos após
a diplomação.

Memorize – (I) não há necessidade de prévio pedido de licença para se processar


parlamentar federal no STF;

(II) a imunidade processual vale somente para crimes cometidos após a diplomação (o
político é diplomado após o Tribunal Eleitoral apurar as urnas e atestar que o candidato
foi efetivamente eleito. Portanto, a diplomação vem antes da posse).

7. Teoria da Constituição

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➢ 7.1 Conceitos

7.1.1 – Mutação Constitucional – É o mecanismo informal de mudança. Não


há alteração formal no texto, o que muda é a interpretação do sentido do texto.
Desconstitucionalização – Pelo fenômeno da desconstitucionalização, uma
nova Constituição revoga a Constituição anterior e transforma parte dela em lei
infraconstitucional. No Brasil, historicamente, as Constituições novas revogaram
por completo as anteriores.

➢ 7.2 Classificação da CF/88

7.2.1 – Quanto à classificação, a CF/88 é:


Origem – promulgada/democrática: também chamada de votada ou popular.
Fruto do trabalho de uma assembleia constituinte, eleita diretamente pelo povo.
Forma – escrita: também denominada instrumental. É um conjunto de regras
sistematizadas e organizadas em um único documento.
Extensão – analítica: aborda diversos assuntos, não somente aqueles mais
essenciais.
Conteúdo – formal: possui status constitucional tudo o que obedece
determinado processo de formação, e não o conteúdo da norma. Todas as normas
originárias da CF/88 possuem presunção de constitucionalidade.
Elaboração – dogmática: também chamada de sistemática, é elaborada por
uma teoria pré-concebida. Contrapõe-se à constituição histórica, que é formada por
um longo processo histórico.
Alterabilidade/Estabilidade – rígida: exige, para sua alteração, um processo
legislativo mais árduo do que normas infraconstitucionais. Para se alterar a CF/88
são necessários dois turnos de votação, nas duas Casas do Congresso Nacional,
com voto favorável de ao menos 3/5 dos seus membros.
Sistemática – reduzida ou unitária: a CF/88 é um único texto, está toda em
uma única codificação.

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Dogmática – eclética: formada por diversas ideologias, que dialogam e são


conciliatória. Contrapõe-se à constituição ortodoxa, que é formada por uma única
ideologia.
Sistema – principiológica: prevalecem os princípios, e não as regras.

➢ 7.3 Eficácia das normas Constitucionais

7.3.1 – Eficácia plena: tem aplicabilidade imediata, direta e integral. É


autoaplicável. Ex.: Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Eficácia contida: tem aplicabilidade imediata, direta e não integral (pode


ser restringida). Ex.: Art. 5º, XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Este
último trecho do dispositivo o torna de eficácia contida, pois uma lei restringe o
livre exercício do trabalho.

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Eficácia Limitada: mediata, indireta e reduzida (eficácia mínima). Embora


esteja prevista na CF/88, necessita de uma regulamentação em outra lei. Ex.: Art.
37, VII – O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em
lei específica. As normas de eficácia limitada podem ser de princípio institutivo
(traçam linhas gerais e lei estabelece as regras) ou programático (traçam
programas/diretrizes que devem ser buscados).

Percebe que na norma de eficácia contida, a norma infraconstitucional


restringe o exercício da norma constitucional, enquanto na eficácia limitada a
norma infraconstitucional possibilita o exercício da norma constitucional.

➢ 7.4 Poder Constituinte

7.4.1 – O Poder Constituinte pode ser originário ou derivado. O que mais


importa para a OAB é o derivado.
O Derivado pode se dar de três formas: reformador, decorrente ou revisor.
Vamos esquematizar em uma tabela:

Reformador Decorrente Revisor


Altera formalmente o texto Possibilidade de os Estados Meio excepcional e
da CF elaborarem suas precário de alteração
Constituições

A CF/88 não pode ser Municípios não podem Art. 3 ADCT: a revisão
emendada em algumas criar sua Constituição, constitucional só pode ser
situações. São os limites do logo, lei municipal que efetivado depois de
poder reformador, que contraria a lei orgânica do passados cinco anos da
vimos no tópico de Município não pode ser promulgação da CF.
processo legislativo. objeto de controle de
Essa revisão já foi feita e
constitucionalidade, mas de
não será possível outra, por
legalidade.
ausência de previsão legal.

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➢ 7.5 Princípios Fundamentais

7.5.1 – Fundamentos – é o ‘socidivaplu’ (sílaba inicial de cada fundamento):


soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e
da livre-iniciativa; pluralismo político.
Objetivos fundamentais – aqui é mais fácil memorizar, pois são sempre
verbos: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o
desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceito de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Princípios que regem a República – estão ligados a relações internacionais:
independência nacional; prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos
povos; não intervenção; igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica
dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para
o progresso da humanidade; concessão de asilo político.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Novidades legislativas

➢ Nova Lei de Licitações

Vamos tratar de licitações em um tópico próprio.

➢ Alterações na lei de Improbidade Administrativa

Vamos tratar das alterações em tópico próprio.

1. Agentes públicos

➢ 1.1 Provimento e Vacância

1.1.1 – Formas de Provimento:

Nomeação – ato de provimento que forma o vínculo jurídico inicial


entre o servidor e o Estado. É a única forma de provimento originário. Os
demais são formas de provimento derivado, pois o servidor já tinha vínculo
com a administração.
Da nomeação para a posse são 30 dias. E da posse para o exercício, 15 dias. Se
o nomeado não tomou posse em 30 dias, torna-se sem efeito o ato de nomeação. Se
o servidor não entrar em exercício no prazo de 15 dias, é exonerado.
Nomeação 30d Posse 15d Exercício
Promoção – preenchimento de cargo em classe superior.
Readaptação – o servidor é readaptado em cargo compatível com sua
condição física e psicológica, caso não desempenhe adequadamente suas
atribuições. Ex.: sofreu acidente e perdeu um braço, que o impede de exercer

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adequadamente suas atribuições, então, é readaptado para cargo compatível com


essa condição física.
Reversão – servidor aposentado que volta a preencher o cargo. Somente
possível quando a aposentadoria se deu de forma voluntária ou por invalidez. A
aposentadoria compulsória não admite a reversão.
Aproveitamento – provimento de cargo por servidor que foi colocado em
disponibilidade remunerada, por extinção do cargo ocupado anteriormente
Reintegração – provimento de cargo por servidor que foi demitido, cuja
demissão foi invalidade. O servidor é reintegrado, porque nem deveria ter sido
demitido. Gera indenização.
Recondução – Servidor retorna a um cargo em razão da reintegração de
outro servidor. Não gera indenização. Essa reintegração pode se dar por
inabilitação em estágio probatório de novo cargo (se muda o cargo, tem que
cumprir novamente o estágio probatório, mas o vínculo com a estabilidade
permanece, se a posse no novo cargo se deu imediatamente após a exoneração do
cargo anterior, no mesmo dia). Ex.: ‘A’ foi demitido e ‘B’ preencheu seu cargo. A
demissão de ‘A’ foi invalidada e ele volta ao cargo, que estava sendo ocupado agora
por ‘B’. Então, ‘B’ é reconduzido para seu cargo anterior.

Memorize – Posse não é forma de provimento, mas sim de investidura.

1.1.2 – Formas de vacância do cargo público:


Promoção e readaptação são, simultaneamente, formas de provimento e
vacância, pois tiram o servidor de um cargo (tornando-o vago) e o colocam em
outro (preenchendo este outro). Aposentadoria, falecimento e posse em outro
cargo inacumulável também são formas de vacância. As mais importantes para o
Exame da OAB são:
Exoneração – Não é punição. Pode ser feita a pedido do servidor ou ex officio
(reprovado no estágio probatório).
Demissão – é ato punitivo aplicado a servidor que cometeu ilegalidade.

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1.1.3 – Um cargo público é criado por lei e, pelo princípio do paralelismo


das formas (ou princípio da simetria), também só pode ser excluído por lei.
Todavia, os cargos vagos podem ser extintos por decreto.

Memorize – Cargo público só pode ser criado e excluído por lei. Todavia, os cargos
vagos podem ser extintos por decreto.

➢ 1.2 Responsabilidade Civil

1.2.1 – A responsabilidade civil do agente público é subjetiva, isto é, precisa


ser comprovado seu dolo ou culpa. Comprovada a responsabilidade do agente
público, o Estado tem direito de regresso, podendo do agente cobrar o valor da
indenização que teve de pagar à vítima. Portanto, a responsabilidade é subjetiva
perante o Estado, que tem direito de regresso nos casos em que houver dolo
ou culpa (art. 37, §6º, CF).
As responsabilidades civil, administrativa e penal são independentes, isto é, o
servidor pode ser responsabilizado por um ato perante uma dessas áreas, mas não

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responsabilizado perante outra. Todavia, se na instância criminal ficar provada a


(1) inexistência do fato, (2) negativa de autoria, (3) ou excludente de ilicitude, a
decisão absolutória penal vincula a administração pública, que não poderá
responsabilizar administrativamente o servidor.
A responsabilidade administrativa também é subjetiva e deve ser apurada
por meio de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD).

➢ 1.3 PAD

1..3.1 – Processo Administrativo Disciplinar (PAD) pode ser sumario ou


comum.
Sumário – para casos de acumulação ilícita de cargos, abandono e
inassiduidade. É formada por ao menos dois servidores e tem prazos reduzidos:
procedimento de 30 + 15 dias e 5 dias do julgamento = 50 dias no total.
Comum – necessário para sanções de suspensão de mais de 30 dias e
demissão. É formado por ao menos três servidores estáveis, dura 60 + 60 dias e 20
dias do julgamento = 140 dias no total.
O PAD pode ser revisto, se houver fato novo, devendo ser constituída nova
comissão, com prazo de 60 dias para o processo e 20 dias para o julgamento,
sendo vedada a reformatio in pejus (a situação não pode se agravar, em relação à
primeira decisão).
Prescrição – a ação disciplinar da demissão prescreve em 5 anos; da
suspensão em 2 anos; da advertência em 180 dias.
Cancelamento do registro da penalidade – após 3 anos a advertência é
cancelada dos registros do servidor e após 5 anos a suspensão é cancelada dos
registros.

2. Licitação

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➢ 2.1 Noções Gerais

2.1.1 – A lei não se aplica às empresas públicas e sociedade de economia


mista (que integram a administração indireta). Logo, está errado afirmar que a
licitação se aplica às contratações de todas as entidades da administração direta e
indireta.
No entanto, a lei de licitações se aplica aos Poderes Judiciário e Legislativo,
quando no desempenho de atividade de natureza administrativa.

2.1.2 – A nova lei de licitações elenca 22 princípios a serem observados, muitos


deles que não estavam previstos na lei anterior. O mais importante é se recordar
dos seguintes princípios: LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência (atente-se para a eficiência, que não era previsto na lei
anterior, que previa somente o LIMP); segregação de funções; interesse
público; vinculação ao edital (antes era vinculação ao instrumento convocatório,
não confundir); competitividade; desenvolvimento nacional sustentável.

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➢ 2.2 Modalidades

2.2.1 – Segue tabela comparativa das modalidades de licitação. Muita atenção


nessas alterações, pois certamente aparecerão na prova !!!

Lei 14.133/21 - atual Lei 8.666/93 - antiga

Concorrência Concorrência

Concurso Concurso

Leilão Leilão

Pregão Tomada de preços

Diálogo competitivo Convite

2.2.2 – A nova lei acabou com a definição da modalidade de acordo com o


valor estimado da contratação. Antes, a modalidade era escolhida de acordo
com o valor da contratação:

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Na lei atual (14.133/21), leva-se em consideração a natureza do objeto a ser


licitado, independentemente do valor.
Modalidades de licitação na nova lei – 14.133/21

Modalidades Contratação Critério de julgamento

Concorrência - Bens e serviços especiais - Todos, exceto ‘menor


lance’
- Obras e serviços de engenharia
comuns ou especiais

Pregão - Bens e serviços comuns - Menor preço

- Maior desconto

Concurso - trabalhos técnicos, científicos ou - melhor técnica ou conteúdo


artísticos artístico

Leilão - Alienação de bens móveis ou - maior lance


imóveis

Diálogo - inovações ou adaptações das - não previsto em lei, deve


competitivo soluções disponíveis no mercado ser definido em edital

2.2.2 – São critérios de julgamento:


- menor preço: será considerado o menor dispêndio para a administração,
atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital.
- maior desconto: o preço estimado ou o máximo aceitável constará do edital
- melhor técnica ou conteúdo artístico: são consideradas exclusivamente as
melhores técnicas ou conteúdo artístico, e o edital deve definir o prêmio ou a
remuneração ao vencedor.
- técnica e preço: são avaliadas as melhores propostas técnicas e, em seguida,
as propostas de preços, na proporção máxima de 70% de valoração para a proposta
técnica.
- maior lance: utilizada exclusivamente na modalidade leilão, pois, quando a
administração vende algum bem, quer faze-lo pelo maior valor possível.
- maior retorno econômico: utilizado exclusivamente para a celebração de
contrato de eficiência, considerará a maior economia para a administração; a

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remuneração é fixada em percentual proporcional à economia obtida na


execução do contrato.

2.2.3 – Concorrência - Utilizada para contratação de bens e serviços


especiais, isto é, aqueles que não podem ser definidos objetivamente (pois, se
puderem ser definidos objetivamente, são comuns e, em regra, utiliza-se o pregão).
Também utilizada para licitação de obras e serviços de engenharia comuns ou
especiais (se for serviço geral, que não de engenharia, adota-se o pregão).
O critério de julgamento utilizado pode ser qualquer um previsto na lei, menos
o de ‘maior lance’, que é exclusivo do leilão. Portanto, pode-se utilizar o critério
de julgamento: (I) menor preço; (II) melhor técnica ou conteúdo artístico; (III)
técnica e preço; (IV) maior retorno econômico; (V) maior desconto.

2.2.4 – Pregão – Utilizado para aquisição de bens e serviços comuns. Mas,


atenção, se for serviço comum de engenharia, pode-se adotar pregão ou
concorrência.

Memorize – Para aquisição de bens e serviços comuns, utiliza-se a modalidade


PREGÃO. Se o serviço comum for de engenharia, então pode-se optar pelo
PREGÃO ou CONCORRÊNCIA.

Os critérios de julgamento quem podem ser utilizados no pregão são de menor


preço e maior desconto.

2.2.5 – Leilão – Adotado para alienação de bens móveis ou imóveis.


O critério de julgamento é o de maior lance, que é exclusivo do leilão,
nenhuma outra modalidade aceita maior lance como critério de julgamento.

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2.2.6 – Concurso – Contratação de trabalhos técnicos, científicos ou


artísticos.
O critério de julgamento é o de melhor técnica ou conteúdo artístico.

2.2.7 – Diálogo competitivo – Essa foi a maior novidade que a lei trouxe, pois
não existia essa modalidade na lei anterior.
Adotado quando os outros procedimentos não são suficientes para atender
a necessidade da administração pública. Diálogo competitivo é a modalidade de
licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a
Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou
mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.
Exemplo: a Administração Pública de uma cidade quer construir uma ponte
sobre um rio que liga duas cidades, mas as pontes tradicionais não atendem as
necessidades da Prefeitura. Nesta hipótese, a Prefeitura seleciona empresas para

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um diálogo competitivo, em que cada uma delas apresentará uma solução. Somente
após os diálogos é a Prefeitura lança o edital e os licitantes apresentam a proposta
final.

Memorize – O diálogo competitivo deve ser adotado somente quando for necessária
inovação tecnológica ou adaptação das soluções disponíveis no mercado.

A lei 14.133/21 não enumerou quais os critérios de julgamentos, que serão


definidos no edital.
O rito adotado é especial, em que a Administração lança um edital de pré-
seleção, que deve ser divulgado com pelo menos 25 dias úteis de antecedência.
Após a pré-seleção é que são realizados os diálogos, para identificar a solução.
Depois é que começa a fase competitiva, em que são analisadas as propostas dos
licitantes, após lançamento do edital, que deve ser divulgado no mínimo com
60 dia úteis de antecedência.

2.2.8 – A administração convocará o licitante vencedor para assinar o


contrato, no prazo previsto em edital, podendo este prazo ser prorrogado
apenas uma vez, por igual período, desde que durante o transcurso do
primeiro prazo, com motivo justificado.
Caso o licitante vencedor não assine o contrato, a Administração pode
convocar os licitantes remanescentes, atendendo a ordem de classificação
final, para celebração do contrato, nas condições propostas pelo licitante
vencedor. Caso nenhum licitante aceite a proposta, então a Administração pode
negociar com todos eles e fechar contrato, mesmo que por valor superior ao
ofertado para o licitante vencedor. Então, a administração pode pagar mais do
que pagaria ao licitante vencedor.

2.2.9 – Nas contratações de obras e serviços de engenharia de grande vulto


(mais de 200 milhões de reais), poderá ser exigida a prestação de garantia, na
modalidade seguro-garantia, em percentual equivalente a até 30% (trinta por
cento) do valor inicial do contrato.

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2.2.10 – É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a administração.


No entanto, há uma exceção: vale contrato verbal para pequenas compras ou
prestação de serviços de pronto pagamento, cujo valor não seja superior a
R$10.000,00 (dez mil reais).

➢ 2.3 Fases da Licitação

2.3.1 – O procedimento da licitação obedece uma ordem, que foi alterada pela
nova lei:

Fases da licitação

Lei 14.133/21 - atual Lei 8.666/93 - revogada

1ª – preparatória 1ª – edital

2ª – divulgação do edital 2ª – habilitação

3ª – apresentação de propostas e 3ª – julgamento


lances, quando for o caso

4ª – julgamento 4ª – homologação

5ª – habilitação 5ª – adjudicação

6ª – recursal ---

7ª – homologação ---

Houve alteração na ordem. Pela regra nova, primeiro há o julgamento e


depois a habilitação. No entanto, mediante ato motivado o Administrador
pode optar pela habilitação anteceder ao julgamento.

2.3.2 – Principais pontos:


Julgamento de propostas – são analisadas as propostas, situação em que os
licitantes são classificados ou desclassificados. Os classificados são listados em
posições e aquele em melhor posição é o vencedor.
Habilitação – os licitantes juntam os documentos necessários: qualificação
jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade

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fiscal e trabalhista e comprovação de não emprego de mão de obra infantil nas


atividades. Além dessas comprovações, é vedado exigir qualquer outro documento
dos licitantes.
O licitante reprovado nesta fase, ou seja, que for inabilitado, tem o prazo de
três dias úteis para recorrer.

Homologação – consiste na aprovação do procedimento: a autoridade


competente (indicada na lei ou regulamento) examinará todos os atos do
procedimento, verificando sua legalidade e mérito.
Se encontrar algum vício, poderá anular o procedimento ou, se couber,
determinar seu saneamento; Se verificar que o procedimento está em ordem, o
homologará. Ainda, poderá a autoridade competente revogar a licitação, se houver
interesse público devidamente justificado.

➢ 2.4 Dispensa da Licitação

2.4.1 – Dispensa de licitação por baixo valor

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Valor inferior a R$100 mil para obras, serviços de engenharia ou de


manutenção de veículos automotores (novidade legislativa) – essas
contratações serão preferencialmente precedidas de divulgação na internet,
pelo prazo mínimo de 3 dias úteis, pare receber eventuais propostas

Valor inferior a R$50 mil para outros serviços e compras

Estes valores dobram, se a contratação for para consórcio público ou


autarquia ou fundação qualificadas como agências executivas

2.4.2 – Dispensa de licitação por emergência

Em caso de emergência a licitação será dispensada se o prazo máximo do


contrato for de até um ano.

É vedada a recontratação de empresa já contratada com dispensa de licitação


em caso de emergência

A licitação pode ser dispensada para manter a continuidade do serviço


público, desde que apurado quem deu causa à emergência provocada
(administração demorou para licitar e ficou sem o serviço, por exemplo,
merenda escolar).

2.4.3 – Dispensa de licitação deserta e fracassada


Licitação deserta – é aquela em que não apareceu nenhum interessado. Se a
administração previr que terá algum prejuízo ao realizar nova licitação e mantiver
as mesma condições da última licitação, então a licitação fica dispensada.
Licitação fracassada – houve interessados, mas nenhum deles foi o
vencedor do procedimento. Ela pode ser fracassada em razão do valor, ou em
virtude da validade das propostas (quando todas as propostas forem consideradas
inválidas – novidade da lei 14.133).
Para que seja possível a dispensa da licitação, nestes casos, a licitação anterior
deverá ter ocorrido no prazo de até um ano e as mesma condições devem ser
mantidas.

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2.4.4 – Outras causas de dispensa:


(I) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no
caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezentos
mil reais);
(II) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento
de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde;
(III) nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção
federal ou de grave perturbação da ordem;
(IV) os casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência que possa comprometer a continuidade dos serviços
públicos ou a segurança das pessoas – somente para aquisição dos bens
necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as
parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 1 (um)
ano. Devem ser observados os valores praticados pelo mercado.

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➢ 2.5 Inexigibilidade da Licitação

2.5.1 – Lembre-se do mnemônico FACAS:

Fornecedor exclusivo – vedada a preferência por marca específica.


Artista consagrado – a contratação pode ser direta com o artista ou por meio
de empresário exclusivo, desde que o artista seja consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.
Credenciamento – credenciar o máximo possível de interessados, sem
competição entre eles (exemplo: município cadastra laboratórios de exames
médicos e o próprio cidadão é quem escolhe em qual deles vai realizar o exame)
Serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
intelectual, com prestador de notória especialização – vedada para serviços de
publicidade e divulgação, mas é possível contratação de advogado. O contratado
não pode realizar a subcontratação, isto é, contratar outra pessoa para cumprir o
contrato.

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Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de


localização tornem necessária sua escolha – deve ser: (I) realizada avaliação
prévia do bem; (II) certificada a inexistência de imóveis públicos vagos e
disponíveis; (III) demonstrada a singularidade do imóvel.

3. Intervenção do Estado na propriedade

➢ 3.1 Desapropriação

3.1.1 – Desapropriação é o procedimento pelo meio do qual o poder público


adquire bem ou direito do patrimônio de terceiro, de forma compulsória e
originária, pagando uma indenização.

São modalidades e características da desapropriação:

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Modalidade Indenização Objeto da


desapropriação

Ordinária Dinheiro Qualquer bem

Urbana Títulos da dívida pública, Imóvel urbano que não


sancionatória resgatáveis em até 10 anos. cumpre função social

Interesse social Títulos da dívida agrária, Imóvel rural que não


p/ fins reforma resgatáveis em até 20 anos cumpre a função social
agrária (benfeitorias úteis e necessárias
serão indenizadas em dinheiro

Confiscatória Não tem indenização Qualquer imóvel onde


haja trabalho escravo ou
cultivo de drogas

Repare que a modalidade ordinária é a única que não tem caráter de sanção,
as outras três são desapropriações sancionatórias. A ordinária pode ser
realizada por qualquer ente, já a de imóvel rural e a confiscatória somente pela
União, e a Urbana pelo Município. A indenização em dinheiro acontece somente
na ordinária.

3.1.2 – O poder público pode desistir da desapropriação até o momento do


pagamento integral da indenização e o proprietário não poderá recusar, salvo na
hipótese de comprovar a impossibilidade de receber o bem nas condições iniciais.

3.1.3 –Tredestinação é a mudança da destinação inicialmente dada pelo


poder público ao bem desapropriado. Se a finalidade da desapropriação for
mantida, a tredestinação é lícita. Se a finalidade não for mantida, a tredestinação
é ilícita e surge ao antigo proprietário o direito de retrocessão (recomprar o
bem, pelo preço atual).
Adestinação é a não destinação do imóvel para qualquer finalidade, também
gera o direito de retrocessão.

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Memorize – A tredestinação será ilícita quando a mudança da destinação inicialmente


dada ao imóvel alterar sua finalidade. Nesta hipótese surge ao antigo proprietário o
direito de retrocessão, isto é, de recomprar o bem.

➢ 3.2 Requisição administrativa

3.2.1 – Requisição administrativa é diferente de servidão administrativa.


Requisição administrativa – em caso de iminente perigo público a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada indenização ao
proprietário, se houver dano.
Servidão administrativa – o Estado usa uma parte do bem do particular, com
registro na matrícula do imóvel. Pode haver indenização, se afetar o valor ou a
serventia do bem.

➢ 3.3 Tombamento
3.3.1 – Tombamento é a intervenção que visa a preservação do patrimônio
cultural, histórico e artístico. Não é indenizável e impõe ao proprietário do bem
restrição ao uso. O tombamento não impede a alienação do bem, mas transfere ao
novo proprietário as obrigações e restrições impostas pelo tombamento.

4. Improbidade administrativa

➢ 4.1 Alterações Recentes

4.1.1 – Atos de improbidade administrativa somente admitem a conduta


dolosa. Portanto, não existe mais a hipótese de lesão ao erário culposa.

4.1.2 – A lei prevê que o Ministério Público é legitimado exclusivo para


propor ação de improbidade.

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No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que entes públicos que
tenham sofrido prejuízos em razão de atos de improbidade também estão
autorizados a propor ação e celebrar acordos de não persecução civil em
relação a esses atos. Por maioria de votos, o Plenário declarou inválidos
dispositivos da Lei 14.230/2021, que conferiam ao Ministério Público (MP)
legitimidade exclusiva para a propositura das ações por improbidade.

4.1.3 – Qualquer agente público pode cometer improbidade, bem como o


particular que celebra parceria com a Administração com quando houver recurso
de origem pública e, ainda, o terceiro que induza ou concorra dolosamente para
a prática do ato de improbidade.

4.1.4 – São três os tipos de improbidade:


- enriquecimento ilícito: sanção independe da ocorrência de dano
- prejuízo ao erário: sanção depende da ocorrência de dano
- atentado aos princípios da Administração Pública: sanção independe da
ocorrência de dano.
A sanção de ressarcimento independe da comprovação de dano.

4.1.5 – A ação de improbidade prescreve em 8 anos, contado a partir da


ocorrência do fato ou do dia que cessar a permanência, nos casos de infrações
permanentes. A instauração de inquérito civil ou processo administrativo
suspende por até 180 dias o prazo prescricional. O inquérito civil pode durar
365 dias, prorrogável por igual período. Ao final desse período o MP deve
propor a ação de improbidade em até 30 dias.
Já a ação de ressarcimento pelo ato de improbidade é imprescritível.

Memorize – Com a alteração recente a ação de improbidade passou a prescrever em


8 (oito) anos. Mas não confunda, a ação de ressarcimento é imprescritível.

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➢ 4.2 Noções Gerais


4.2.1 – O ato de improbidade administrativa não pode ser de mais de uma
espécie por vez: ou é enriquecimento ilícito (ter para si), ou é prejuízo ao erário
(favorecer) ou é atentado aos princípios (neutralidade – nem ter para si, nem
favorecer alguém).
Enriquecimento ilícito – o agente público ‘percebe, recebe, adquire ou usa’.
Prejuízo ao erário – o agente público ‘permite, concede, doa ou facilita’.
Atentado aos princípios – o agente ‘deixa de, descumpre ou revela’.

4.2.2 – Segue tabela das penalidades de cada ato de improbidade. Atenção pois
é novidade legislativa.

PENALIDADE Enriquecimento Prejuízo ao Atentado


ilícito erário princípios

Suspensão direitos Até 14 anos Até 12 anos Não


políticos

Proibição de Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos


contratar

Multa civil Equivalente ao Equivalente ao Até 24x a


acréscimo dano remuneração
patrimonial

Perda da função Sim Sim Não


pública

A perda da função pública atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e


natureza que o agente público detinha.
A multa pode ser aumentada até o dobro se o juiz considerar ineficaz para a
reprovação e prevenção do ato de improbidade.
A proibição de contratar com o poder público vale somente com relação ao ente
público lesado (ex.: lesei a cidade de São Paulo, fico proibido de contratar somente

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com este município. No entanto, em caráter excepcional e por motivos relevantes


justificados, a proibição pode se estender a outros entes.
Todas as sanções somente poderão ser executadas após o trânsito em
julgado da sentença condenatória.

4.2.3 – Com a alteração recente na lei de improbidade, nepotismo passou a ser


expressamente previsto como ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da Administração Pública, reforçando o teor da súmula
vinculante 13.
Atenção, pois primo é parente de 4º grau, logo, nomear primo não é
nepotismo.

5. Serviços Públicos

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➢ 5.1 Concessão

5.1.1 – A concessão é cedida por licitação. As modalidades de licitação


possíveis para concessão de serviço público são concorrência e diálogo
competitivo. A concessão é sempre para pessoa jurídica ou consórcio de empresa,
não há concessão para pessoa física.

Concessão Permissão
Licitação obrigatória nas Licitação obrigatória, não há
modalidades concorrência e especificação da modalidade
diálogo competitivo
Só para pessoa jurídica ou Para pessoa jurídica ou física
consórcio de empresa
Sem precariedade Cedida a título precário

5.1.2 – Um dos princípios da concessão é a continuidade. No entanto, não se


caracteriza descontinuidade a interrupção em situação de emergência ou após
aviso prévio, por: (I) razões de segurança das instalações; (II) inadimplemento
do usuário.
Na hipótese de inadimplemento do usuário, a interrupção não pode ter
início na sexta, no sábado, no domingo, nem em feriado ou pré-feriado.

5.1.3 – A tarifa do serviço público será fixada pelo preço da proposta


vencedora da licitação. Havendo alteração unilateral do contrato que afete o
equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente (administração pública)
deverá restabelece-lo, ou seja, o poder público pode compelir o concessionário a
reduzir o valor da tarifa.

5.1.4 – Intervenção – sendo prestado serviço inadequado, o poder público pode


intervir na concessão, pode meio de decreto.

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O procedimento administrativo deve ser instaurado no prazo de 30 dias e


terminar em até 180 dias, sob pena de se considerar inválida a intervenção.
Comprovada que a intervenção não observou os pressupostos legais, será declarada
sua nulidade e imediatamente devolvido o serviço ao concessionário.
Se o poder público concluir que o serviço de fato está sendo prestado de forma
inadequada, a administração pode declarar a caducidade.

5.1.5 – Extinção da concessão: são seis formas: (I) advento do termo contratual
– é o fim do prazo contratual; (II) encampação; (III) caducidade; (IV) rescisão; (V)
anulação; (VI) falência ou extinção da empresa ou falecimento/incapacidade se
empresa individual
As duas que sempre caem na OAB:
(II) encampação – é a retomada do serviço pelo poder público, durante o
prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa
específica e após prévio pagamento da indenização.
(III) caducidade – descumprimento de cláusulas contratuais, prestação de
serviço inadequado. A indenização é excepcional, somente se a empresa prestou
mais serviço do que o recebido.

Encampação Caducidade Rescisão

Extinção do contrato por Extinção do contrato por Extinção do contrato por


interesse público prestação de serviço falta contratual do
inadequado poder público, de
iniciativa da
concessionária

Prévia indenização Não tem indenização Indenização das parcelas


não pagas + perdas e
danos

Mediante lei autorizativa Pode ter intervenção Ação judicial


específica antes, mas não é
obrigatória

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➢ 5.2 PPP

5.2.1 – A PPP é uma concessão especial, para prazos e valores maiores.


Valor mínimo – 10 milhões de reais. Quando mais de 70% da remuneração
for paga pela administração pública, dependerá de autorização legislativa
específica.
Prazo – mínimo 5 anos e máximo 35 anos, já contabilizada eventual
prorrogação.
Também precede de licitação, nas modalidades concorrência e diálogo
competitivo.
Quando mais de 70%

5.2.2 – Modalidades:
Patrocinada – é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas em que
o concessionário recebe tarifa dos usuários mais contraprestação do poder
público.
Administrativa – é o contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou
fornecimento e instalação de bens. Não há tarifa paga pelo usuário, a
administração pública vai custear inteiramente a contraprestação.

5.2.3 – Repartição objetiva de risco entre as partes


A responsabilidade civil do Estado é objetiva (basta demonstrar o dano +
nexo causal, não necessitando demonstrar a culpa). Quando está envolvida a PPP,
a responsabilidade do Estado é solidária com a da PPP, diferente da concessão
comum, em que a responsabilidade do Estado é subsidiária.

Responsabilidade civil do Estado

Concessão Comum Subsidiária – deve ser observado o


benefício de ordem, ou seja, primeiro é
cobrado da concessionária, somente se

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não tiver meios para indenizar é que se


cobra do Estado

Concessão PPP Solidária – o Estado pode ser


demandado diretamente, antes mesmo
da concessionária

5.2.4 – Sociedade de propósito específico - SPE


Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito
específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. A SPE pode
assumir a forma de companhia aberta (sociedade anônima)
A administração pública não pode ser titular da maioria do capital votante
da sociedade anônima. Mas, é possível eventual aquisição do capital votante da
SPE por banco controlado pelo poder público em caso de inadimplemento de
contratos de financiamento.

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DIREITO PENAL

Novidades legislativas

➢ Novos tipos penais e alterações em geral

1 – A lei 14.188/21 aumentou a pena do crime de lesão corporal contra a mulher,


para reclusão de 1 a 4 anos.

2 – A lei 14.132/21 incluiu o artigo 147-A, tipificando o crime de stalking


(perseguição). Importante saber que a ação penal é pública condicionada à
representação e que a pena aumenta de metade se a vítima for mulher, criança,
adolescente ou idoso.

3 – A lei 14.188/21 incluiu o artigo 147-B, tipificando o crime de violência


psicológica contra a mulher.

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4 – A lei 14.155/21 tornou mais grave os crimes de violação de dispositivo


informático, furto e estelionato cometidos de forma eletrônica ou pela internet.
Pontos importantes:
- a pena do furto mediante fraude cometido por meio de dispositivo eletrônico
ou informático é mais grave que a pena do furto mediante fraude comum.
- Houve alteração na competência para o julgamento de estelionato por emissão
de cheque ‘sem fundos’. Agora, é competente o juízo do domicílio da vítima e,
em caso de pluralidade de vítimas, pela prevenção.

5 – O STJ editou a súmula 645: ‘O crime de fraude à licitação é formal e sua


consumação prescinde de comprovação do prejuízo ou da obtenção de vantagem.

6 – A lei 14.344/22 (lei Henry Borel) cria mecanismos para a prevenção da


violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. Em linhas gerais,
o que a lei trouxe de importante:
- As hipóteses de violência doméstica contra criança e adolescente são aquelas
cometidas no âmbito da residência, âmbito da família ou em qualquer relação
doméstica, ainda que não haja coabitação.

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- É possível concessão de medidas protetivas de urgência, determinadas


sempre pelo juiz, a pedido do delegado ou do Ministério Público, e deve ser a
decisão dada no prazo de 24 horas.
- Foi criado um novo tipo legal, de descumprimento da decisão que defere
medida protetiva de urgência, com pena de detenção de 3 meses a 2 anos. Para este
crime somente o juiz pode conceder fiança.
- Criou-se uma nova qualificadora para o crime de homicídio. Portanto, o
homicídio cometido contra menos de 14 anos passou a ser qualificado e crime
hediondo.

1. Teoria do Crime

➢ 1.1 Fato típico

1.1.1 – Crime é todo fato típico, ilícito e culpável.


Fato Típico Ilicitude Culpabilidade
- Conduta (Dolo e - Relação de - Imputabilidade;
Culpa); contrariedade entre o fato
- Potencial consciência da
e a norma.
- Resultado; ilicitude;
-Relação de causalidade; -Exigibilidade de conduta
diversa.
-Tipicidade.
A tipicidade pode ser formal ou material. A tipicidade formal é a adequação
da conduta praticada ao crime previsto em lei. Já a tipicidade material é a lesão
ou exposição de perigo do bem jurídico tutelado

1.1.2 – Excludentes da tipicidade formal:


- Caso fortuito e força maior: são acontecimento imprevisíveis, que fogem ao
controle humano. Aqui, sequer há conduta (dolo ou culpa).
- Estado de inconsciência: sonambulismo.
- Atos reflexos.
- Erro de tipo essencial escusável: tema detalhado no tópico ‘teoria do erro’.

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- Coação física irresistível: a pessoa é corporalmente controlada pelo coator.


Ex: coator colocado o dedo do coagido no gatilho e dispara a arma de fogo com o
dedo do coagido. Falta vontade ao coagido, portanto, o fato é atípico, por ausência
de conduta.

Coação moral (vis compulsiva) Coação física (vis absoluta)

Irresistível Resistível Irresistível

A coação é psicológica, há Idem O coagido é corporalmente


uma ameaça controlado pelo coator

O fato é típico e ilícito, mas Mera atenuante É fato atípico, pois não há
exclui a culpabilidade, pela conduta livre. Exclui a
inexigibilidade de conduta tipicidade.
diversa

Somente coator responde Coator e coagido Somente coator responde


respondem

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1.1.3 – Excludentes da tipicidade material:


- Princípio da adequação social: embora descrita na lei penal, a conduta é
socialmente aceita (ex: furar orelha de criança para colocar brinco, causa uma lesão
corporal, que é socialmente aceita)
- Princípio da insignificância: considera-se que a lesão ao bem jurídico não é
significante. São quatro requisitos, que devem ser analisados casuisticamente: (a)
mínima ofensividade da conduta; (b) ausência de periculosidade social da ação; (c)
reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; (d) e inexpressividade da
lesão jurídica.

1.1.4 – A omissão imprópria (comissiva por omissão) é relevante quando o


agente podia e devia agir para evitar o resultado.
Aquele que tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, ou, de
outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado, responde pelo
crime na sua forma omissiva (ex.: salva vidas é obrigado a cuidar dos banhistas, se
ele vê uma pessoa se afogando e, podendo, nada faz, responde por homicídio por
omissão, caso a pessoa morra).

1.1.5 – Crime culposo é aquele que se verifica quando o agente, deixando de


observar o dever objetivo de cuidado, por imprudência, negligência ou
imperícia, realiza uma conduta voluntária que produz um resultado involuntário,
não desejado.
Cuidado com pegadinhas recorrentes nas provas. A CONDUTA É
VOLUNTÁRIA, o agente quer praticar a conduta, no entanto, por inobservância
do dever objeto de cuidado, acaba por cometer um RESULTADO
INVOLUNTÁRIO (que ele não queria). O agente quer praticar a conduta, mas
não quer o resultado (ex.: estou dirigindo porque quero, essa conduta é voluntária,
entretanto, por imperícia, atropelo e causo lesão em alguém, esse resultado foi
involuntário).
Elementos do crime culposo
Conduta voluntária – A conduta é voluntária, involuntário é o resultado.

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Violação do dever objetivo de cuidado – Esse dever objetivo de cuidado é


violado pela imprudência, negligência ou imperícia.
Imperícia ≠ erro profissional – Na imperícia a culpa é do agente. Já no erro
profissional a culpa é da ciência, é uma causa de exclusão da culpa. No erro
profissional, o agente tem conhecimento das técnicas corretas e as observa durante
intervenção cirúrgica, mas comete um erro que causa uma lesão (não há crime). Já
na imperícia, o agente não tem o conhecimento técnico necessário para realizar a
intervenção cirúrgica e acaba lesionando o paciente (há crime, pela inobservância
do dever objetivo de cuidado, por imperícia).

➢ 1.2 Desistência e arrependimento

1.2.1 – Requisitos
Ambos os institutos têm dois requisitos: Voluntariedade e eficácia.
Não basta desistir ou se arrepender, é necessário que o resultado não se
produza. Se eu desisto de matar, socorro a pessoa, mas ela morre, eu respondo
pelo homicídio. Entretanto, pode se fazer presente uma atenuante genérica (art. 65,
III, b, CP).
Obs.: Os motivos que levam o agente a desistir ou se arrepender são irrelevantes.
Não precisam ser éticos, nobres, valorosos.
Obs.: É incompatível com os crimes culposos, onde o resultado é involuntário.

1.2.2 – Desistência voluntária


O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, só
responde pelos atos já praticados.
A grande característica é a interrupção do processo de execução do crime.
Ex.: Quer matar, dispara duas munições e, mesmo podendo dar um tiro de
misericórdia, desiste e socorre a vítima, que fica viva. Responde pela lesão
corporal, ainda que seu dolo fosse homicida.

1.2.3 – Arrependimento eficaz

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O agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza, só


responde pelos atos já praticados.
Aqui, o processo de execução do crime já se encerrou, o agente adota alguma
medida que impede a consumação. Ex.: quer matar, dispara todas as munições que
tem, mas, arrependido, leva a vítima ao hospital, que fica viva. Responde pela lesão
(resultado praticado), apesar de ter animus necandi – dolo de matar.

1.2.4 – Arrependimento posterior


Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça contra à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3.
Dispositivos especiais acerca da reparação do dano
Art. 312, §3º, CP – Peculato culposo. Antes da sentença irrecorrível (trânsito
em julgado), extingue a punibilidade. Após o trânsito em julgado, reduz a pena pela
metade.
Art. 74, § único, lei 9.099/95 – Ação penal privada ou pública condicionada, o
acordo homologado (composição dos danos civis) acarreta a renúncia ao direito de
queixa/representação.
Súmula 554 STF – O pagamento do cheque emitido sem previsão de fundos,
após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Até
o recebimento, obsta o prosseguimento, falta justa causa. Essa súmula é anterior ao
art. 16, CP, então foi superada, mas o STF entende que continua aplicável, por
razões de política criminal, até porque é mais benéfico que o arrependimento
posterior.

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➢ 1.3 Iter Criminis

1.3.1 – Fases do iter criminis (caminho do crime)

Cogitação: nunca é punível, pois não há sequer perigo de lesão.

Preparação: via de regra, não se pune a preparação, exceto quando o


legislador previu como crime autônomo conduta que é ato preparatório de
outro crime ((ex.: associação criminosa é um crime autônomo e, ao mesmo tempo,
preparatório para a prática de outros crimes).

Execução: a realização do núcleo do tipo. Via de regra, a punibilidade começa


aqui.

Consumação: foram realizados todos os elementos do tipo penal. Os crimes


materiais se consumam com a produção do resultado naturalístico (ex.: homicídio
se consuma com a morte). Já os crimes formais se consumam com a mera
prática da conduta (ex.: ameaça se consuma com a promessa do mal injusto).

Exaurimento: Não integra o iter criminis. São os efeitos pós consumação e


produzem efeito apenas na dosimetria da pena. Cabíveis apenas nos crimes formais,
em que a consumação se dá com a mera prática da conduta, sendo o resultado
alcançado mero exaurimento.

2. Crimes em espécie

➢ 2.1 Homicídio

2.1.1 – O crime de homicídio descreve a conduta de matar alguém:

Bem jurídico – é protegida a vida extrauterina. Todavia, nem toda


eliminação de vida extrauterina será homicídio, podendo se configurar o
crime de infanticídio (se presentes as circunstâncias elementares especializantes
– ‘logo após o parto’ e ‘em estado puerperal’ = infanticídio).

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2.1.2 – Competência para julgamento – se for homicídio doloso, é de


competência do tribunal do júri. Se for culposo, a competência é do juiz
singular.

Memorize – Somente os crimes dolosos contra a vida e os conexos são de


competência do Júri. Latrocínio, genocídio e homicídio culposo são de competência
do juiz singular.

2.1.3 – Consumação e tentativa - pode-se cogitar do crime de homicídio desde


o nascimento com vida (processo de respiração autônoma) até a morte
cerebral (encefálica). Portanto, considera-se consumado com a morte cerebral,
sendo possível a tentativa, se, agindo com animus necandi, isto é, o dolo de matar,
o agente não atingiu o resultado morte, por razões alheias à sua vontade. No caso
concreto, avalia-se quais partes do corpo o agente acertou (se órgãos vitais, ou
partes que não comprometem a vida), para se definir se tinha intenção de matar.

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2.1.4 – Homicídio culposo – não é de competência do tribunal do júri, pois,


apesar de ser crime contra a vida, não é doloso. Se cometido por imprudência,
negligência ou imperícia, será culposo. Geralmente, o homicídio cometido na
direção de veículo automotor é culposo, desde que o agente não tenha se utilizado
do automóvel como instrumento para a prática do crime ou não tenha assumido o
risco do resultado (dolo eventual).

Se as consequências do homicídio culposo atingirem o agente de forma muito


profunda, de modo que a própria morte da vítima seja uma pena tão grande que se
torne desnecessário que seja condenado, será possível a aplicação do perdão
judicial (ex: pai atropela o filho pequeno, enquanto manobra o carro, na garagem,
causando a morte da criança).

2.1.5 – Homicídio privilegiado – são três as circunstâncias que levam ao


reconhecimento do homicídio privilegiado e, consequentemente, diminuição da
pena de 1/6 a 1/3: (I) por motivo de relevante valor social – o interesse é da
coletividade; (II) relevante valor moral – o interesse é do agente; (III) sob o

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domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima – o


agente deve estar dominado pela violenta emoção, para se configurar o homicídio
privilegiado, pois se apenas estiver influenciado pela violenta emoção, incidirá
mera circunstância atenuante (aplicada na segunda fase da dosimetria).

Os jurados do tribunal do júri é que decidem se o homicídio foi privilegiado,


cabendo ao juiz tão somente aplicar o quantum de diminuição, não podendo o juiz
afastar a decisão dos jurados.

2.1.6 – Homicídio qualificado – as qualificadoras podem ser de ordem


objetiva (relacionadas ao meio e modo de execução do crime) ou subjetivas
(relacionadas à motivação do agente). Os incisos III (emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum), IV (à traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima) e VII
(feminicídio) trazem as de ordem objetiva.

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Importante o estudo da qualificadora de feminicídio (contra a mulher, por


razões da condição de sexo feminino). Há razões de condição de sexo feminino
quando envolver: (I) violência doméstica e familiar; (II) menosprezo ou
discriminação à condição de mulher.

O feminicídio pode ter a pena aumentada de 1/3 até a metade se o crime for
praticado: (I) durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; (II) contra
pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos, com deficiência ou portadora de
doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental; (III) na presença física ou virtual de descendente ou ascendente
da vítima; (IV) em descumprimento das medidas protetivas de urgência.

Por ser qualificadora de ordem objetiva (segundo ampla maioria da doutrina e


jurisprudência), pode coexistir no caso concreto com as qualificadoras de motivo
torpe ou fútil.

2.1.7 – Homicídio e erro sobre a pessoa - se há erro sobre a pessoa, o agente


responde levando em consideração as características da pessoa que pretendia
atingir, e não daquela efetivamente atingida.
Ex: sujeito quer matar a pessoa A, mas, engana-se e mata pessoa B, muito
parecida. Responde levando-se em consideração as características da pessoa A.
A questão pode trazer a informação de que o sujeito pretendia matar a esposa,
mas, golpeou pelas costas uma mulher muito parecida com a esposa, acreditando
que fosse ela. Responde como se tivesse matado a esposa, com a qualificadora do
feminicídio.

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2.1.8 – Homicídio e nexo causal – comum na prova da OAB cobrar as


concausas no crime de homicídio. Concausa é a concorrência de causa para o
resultado morte.
Concausa absolutamente independente – capaz, por si só, de produzir o
resultado, há o rompimento do nexo causal e o agente responde só pelo
resultado já praticado (homicídio tentado). Ex: atiro em alguém que logo após
sofrer o disparo é atingido por um raio.
Concausa relativamente independente preexistente ou concomitante à
conduta do agente – não há o rompimento do nexo causal. Ex: sei que a vítima
sofre de hemofilia e acerto um tiro de raspão. Em razão do sangramento excessivo,
causado pela hemofilia, a vítima morre. Respondo por homicídio consumado; Ex:
a vítima está em um lugar distante e muito frio, disparo um tiro no joelho dela e a
impossibilito de continuar andando. Em razão do frio a vítima morre. Respondo
por homicídio consumado.
Concausa relativamente independente superveniente – depende:

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Produziu, por si só, o resultado - há o rompimento do nexo causal. Ex:


disparo com arma de fogo contra alguém, que é socorrido. Já no leito hospitalar, a
vítima morre por conta de um incêndio no local. Respondo por homicídio tentado;
Não produziu, por si só, o resultado – não rompe o nexo causal. Ex: disparo
contra alguém que chega ao hospital e morre por imperícia médica ou infecção
hospitalar. Respondo por homicídio consumado.

Concausas

Absolutamente independente Rompe o nexo causal e o agente responde só


pelo ato praticado

Relativamente independente Não rompe o nexo causal


preexistente ou concomitante

Relativamente independente Produziu, por si só, o resultado = rompe o


superveniente nexo causal
Não produziu, por si só, o resultado = não
rompe o nexo causal

➢ 2.2 Furto

2.2.1 – O crime de furto descreve a conduta de subtrair, para si ou para outrem,


coisa alheia móvel.
Cabe suspensão condicional do processo para furto simples. Acordo de não
persecução penal é cabível tanto para o furto simples quanto para o
qualificado.

2.2.2 – O objeto deve ser ‘coisa’, sinônimo de ‘bem’. Logo, ser humano não
pode ser objeto material de furto. A princípio, a subtração de cadáver configura
o crime do art. 211. Todavia, se o cadáver integrar o patrimônio de alguém, é
possível a responsabilização pelo crime de furto. Ex.: cadáver que pertence a
uma universidade de medicina para fins pedagógicos. Animais em geral podem
ser objeto material do crime de furto, desde que integre o patrimônio de alguém

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(cachorro, gato, etc.) O furto de animal domesticável de produção chama-se


abigeato e é qualificado.

2.2.3 – Furto x erro de tipo – exclui-se o dolo e não responde pelo crime de
furto se o agente recai em erro quanto à circunstância elementar ‘coisa alheia’
(subtrai coisa alheia acreditando ser própria; ex: pega um guarda-chuvas de outra
pessoa no cesto em que estão vários objetos semelhantes).
Res nullius Coisa de ninguém Não há crime

Res derelicta Coisa abandonada Não há crime

Res desperdicta Coisa perdida Crime do art. 169, II.

2.2.5 – Furto famélico consiste no furto de alimentos para saciar a fome de


quem está em extrema pobreza. Não há crime por incidir a excludente de ilicitude
do estado de necessidade.

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2.2.6 – Furto de uso – O crime de furto exige dolo específico, denominado


animus rem sibi habendi, isto é, a vontade de se tornar dono da coisa. Por isso,
furto de uso não é considerado crime, pois não há a vontade de ser dono da coisa,
já que haverá a restituição imediata à vítima. Mas, atenção, fazer ‘gato’ na fiação
de energia elétrica configura furto.

2.2.7 – Exercício arbitrário as próprias razões – Caso o agente subtraia algum


bem de outra pessoa que lhe deve dinheiro, não cometerá o crime de furto, mas de
exercício arbitrário das próprias razões, previsto no art. 345, CP. Se houver
emprego de violência, a ação penal é pública incondicionada. Não houver
emprego de violência, a ação penal é privada.

2.2.8 – Escusas absolutórias


(I) Isenção de pena – crime patrimonial, sem violência ou grave ameaça, é
cometido contra cônjuge, na constância do casamento, ascendente ou
descendente (afasta-se essa regra se a vítima tem 60 anos ou mais; o estranho que
participa do crime em concurso de agentes não se beneficia)

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(II) A ação penal passa a ser pública condicionada à representação – se o


crime for cometido contra: (I) cônjuge separado; (II) irmão biológico ou
adotivo; (III) tio ou sobrinho com quem coabita.

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2.2.9 – Furto privilegiado: se o criminoso é primário e é de pequeno valor a


coisa furtada, pode a pena de reclusão ser substituída pela de detenção, ser
diminuída de 1/3 a 2/3, ou ser aplicada somente pena de multa. A jurisprudência
fixou o parâmetro de ‘pequeno valor’ como até um salário mínimo.

2.2.10 – Furto qualificado: As qualificadoras são, em sua maioria, de natureza


objetiva (tem relação com o meio de execução do crime). A única que tem
natureza subjetiva é o abuso de confiança. Importante ter isso em mente para
saber quando será possível aplicar o privilégio no furto qualificado. A súmula 511
do STJ diz que
Dentre as qualificadoras, exigem a elaboração de laudo pericial, pois deixam
vestígio: destruição ou rompimento de obstáculo; e a escalada.
O furto de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado da
Federação é qualificado. Exige-se a efetiva transposição da fronteira para
incidir a qualificadora, não bastando a comprovação de que a intenção era
levar a outro Estado.

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➢ 2.3 Roubo

2.3.1 – Consumação: súmula 582, do STJ: consuma-se o crime de roubo com


a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça,
ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e
recuperação da coisa roubada, sendo prescindível (dispensável) a posse mansa e
pacífica ou desvigiada. Portanto, foi adotada a teoria da amotio (ou apprehensio).

2.3.2 – O crime de roubo pode ser próprio ou impróprio.


O roubo próprio está previsto no caput do artigo 157: Subtrair coisa móvel
alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
Já o roubo impróprio está no § 1º do art. 157: Na mesma pena incorre quem,
logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si
ou para terceiro.
A diferença reside no momento em que a violência ou grave ameaça é
exercida. Se exercida antes da subtração, é roubo próprio. Se exercida depois
da subtração, para assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa,
é impróprio.

2.3.3 –Alterações legislativas em relação às causas de aumento.

-------------------------- Arma branca Arma de fogo

Até 23.04.2018 causa de aumento de 1/3 causa de aumento de 1/3 até


até metade metade

23.04.18 a 22.01.20 não é causa de aumento causa de aumento de 2/3

Regra atual (desde voltou a ser causa de causa de aumento de 2/3


23.01.2020) aumento de 1/3 até
Arma de fogo de uso
metade
proibido/restrito

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aplica-se a pena em dobro

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2.3.3 – Emprego de simulacro (arma de brinquedo)?


Não há causa de aumento!!! O simulacro servirá apenas para configurar a
grave ameaça, circunstância elementar do crime de roubo simples. Portanto,
a súmula 174, do STJ, que autorizava o aumento da pena pelo emprego de
simulacro, foi cancelada.

2.3.3 – Momento consumativo do latrocínio


O latrocínio se consuma se houver morte. É o teor da súmula 610, do STF:
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o
agente a subtração de bens da vítima. Segue tabela:

Morte Subtração Latrocínio

Consumada Consumada Consumado

Consumada Tentada Consumado

Tentada Consumada Tentado

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Tentada Tentada Tentado

Memorize – O latrocínio (roubo qualificado pela morte) se consuma com o resultado


morte, ainda que não haja subtração.

Simulacro não autoriza o aumento da pena.

3. Teoria da pena

➢ 3.1 Dosimetria da pena

3.1.1 – A dosimetria da pena deve obedecer o critério trifásico, isto é, a penal


é calculada em três fases:
1ª fase – são as circunstâncias judiciais: culpabilidade, antecedentes, conduta
social, personalidade do agente, motivos, circunstâncias e consequências do crime,
e comportamento da vítima – nesta fase o juiz não pode ultrapassar a pena
prevista em abstrato.
2ª fase – circunstâncias agravantes e atenuantes. Havendo concurso de
agravante e atenuante, regra geral, há compensação, isto é, uma anula a outra.
Contudo, é possível que uma delas seja preponderante e prevaleça (art. 67 CP);
pode-se dizer que a confissão espontânea é circunstância preponderante, para fins
de exame da OAB - nesta fase o juiz não pode ultrapassar a pena prevista em
abstrato.
3ª fase – causas de aumento e diminuição. Podem ser genéricas, previstas na
parte geral (tentativa, crime continuado etc.) e específicas, previstas na parte
especial (emprego de arma no crime de roubo, etc.). – somente nesta fase o juiz
pode ultrapassar o máximo e mínimo previsto para o crime.

Memorize – Somente na 3ª fase da dosimetria é que o juiz está autorizado a


ultrapassar o máximo e mínimo da pena prevista para o crime.

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➢ 3.2 Privativa de liberdade

3.2.1 – A pena privativa de liberdade pode ser de reclusão, detenção ou prisão


simples, e pode ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto.
A pena de prisão simples é aplicada para contravenções penais.
A pena de detenção não pode ter regime fechado como inicial. Portanto, a
pena de detenção pode se iniciar no regime aberto ou semiaberto, mas, praticada
falta grave durante a execução da pena, possível que o condenado a pena de
detenção seja colocado no regime fechado.
O regime pode ser:
Fechado - se a pena fixada superar 08 (oito) anos;
Semiaberto – se o condenado não for reincidente e a pena for superior a 04
(quatro) anos e não exceder 08 (oito) anos;
Aberto - se o condenado não for reincidente e a pena for igual ou inferior a 04
(quatro) anos.

Memorize – para os crimes punidos com detenção, o regime inicial pode ser no máximo
o semiaberto, podendo ser transferido para o fechado somente durante o cumprimento
da pena, se cometer falta grave.

É possível que o condenado reincidente, que não ostente nenhuma


circunstância judicial negativa, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, inicie o cumprimento de pena no regime semiaberto.
Quanto aos crimes hediondos, foi considerado inconstitucional: regime
integralmente fechado e obrigatoriamente fechado. O regime inicial pode ser
fechado, desde que devidamente fundamentado, não sendo suficiente a mera
indicação de ser crime hediondo.

➢ 3.3 Restritivas de direitos

3.3.1 – Espécies:

I - prestação pecuniária;

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II - perda de bens e valores;

III - limitação de fim de semana;

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; essa só pode


ser aplicada se a pena for superior a 6 meses.

V - interdição temporária de direitos;

VI - limitação de fim de semana.


Requisitos:
- pena aplicada até 4 anos (se o crime for doloso) ou qualquer que seja a
pena (se o crime for culposo);
- não pode ter violência ou grave ameaça;
- a culpabilidade, os antecedentes a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente;
- não pode ser reincidente específico em crime doloso (reincidente específico
é aquele que pratica o mesmo crime).
Regras: na condenação até 1 ano = 1 pena restritiva de direito ou multa;
condenação acima de 1 ano = 2 restritivas de direito ou 1 restritiva de direito e
multa.

➢ 3.4 Medida de Segurança

3.4.1 – A medida de segurança é espécie de sanção penal.


Pode ser (I) internação em hospital de custódia ou (II) tratamento
ambulatorial. O que define se é internação ou tratamento é a punição dada ao
crime: a reclusão impõe internação e a detenção sujeita o agente a tratamento
ambulatorial.
No entanto, em qualquer fase do tratamento ambulatorial o juiz pode
determinar a internação do agente, se for necessário para fins curativos.

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3.4.2 – Submete-se a medida de segurança o inimputável por doença


mental. O semi-imputável pode ser submetido a medida de segurança ou pena.

3.4.3 – A sentença que reconhece a inimputabilidade e decreta medida de


segurança é absolutória imprópria, pois absolve o agente (já que ausente um dos
elementos do crime, a culpabilidade, pois inimputável), mas o submete a medida
de segurança.

3.4.4 – Prazo máximo


- Código Penal – Não há prazo máximo. A medida perdura enquanto o
condenado apresentar periculosidade;
- STF – Não pode ultrapassar 40 anos, por analogia ao artigo 75 do CP.
- STJ – Não pode ultrapassar a pena máxima em abstrato prevista para o
crime.
Prazo mínimo – de 1 a 3 anos.

3.4.4 – Desinternação condicional – uma vez cessada a periculosidade do


agente, será desinternado. No entanto, a internação pode ser restabelecida se, antes
de passar um ano da desinternação, praticar fato indicativo de persistência da
periculosidade.

3.4.4 – Superveniência de doença mental – se, durante a execução da pena, o


agente passe a sofrer doença mental, o juiz substituirá a pena privativa de liberdade
por medida de segurança. Recuperada a saúde mental, voltará a cumprir a pena
privativa de liberdade.

➢ 3.5 Proibições

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3.5.1 – São proibidas as penas de morte, de caráter perpétuo, trabalho forçado,


banimento e cruéis. Em razão da proibição de pena de caráter perpétuo, o art. 75
do CP impõe o limite de 40 anos de cumprimento de pena, contudo, isso não
impede que o juiz aplique pena superior aos 40 anos, até porque, para fins de
cálculos de benefícios, utiliza-se a pena total aplicada.

➢ 3.6 Reincidência

3.6.1 – Para a configuração da reincidência, é necessária a prática de um novo


crime, após a condenação definitiva (com trânsito em julgado para a defesa) por
outro crime, cometido no Brasil ou no estrangeiro, excluídos os crimes militares e
políticos.
Infração Infração Resultado Fundamento

anterior posterior

Crime Crime Reincidente Art. 63 CP

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Crime Contravenção Reincidente Art. 7, LCP4

Contravenção Contravenção Reincidente Art. 7º LCP

Contravenção Crime Primário Não há previsão legal para


este tipo de reincidência,
logo, considera-se
primário.

3.6.2 – Período depurador é o período no qual o sujeito será considerado


reincidente. Após 5 anos do cumprimento ou extinção da pena, não é mais
reincidente, passando a condenação a ser, no máximo, mau antecedente.

Memorize – Para fins de reincidência, não se consideram os crimes militares


próprios e os políticos.

4. Aplicação da lei penal

➢ 4.1 Tempo e Lugar do Crime

4.1.1 – Macete para gravar a regra adotada para tempo e lugar do crime, em
Direito Penal.
LUTA - Lugar = Ubiquidade; Tempo = Atividade
Atividade - o momento do crime é o momento da conduta, não importa o
momento da consumação.
Ubiquidade/mista - lugar do crime é onde ocorreu a ação ou onde produziu
ou deveria produzir o resultado. Atenção: o Código de Processo Penal adotou, para
fins de fixação de competência, a teoria do resultado, para lugar do crime. Não
confundir.

4
Lei de contravenções penais – decreto-lei nº 3.688/41

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➢ 4.2 Lei Penal no Espaço

4.2.1 – Territorialidade – Regra geral. Aplica-se a lei penal aos crimes


cometidos no território nacional.
Território nacional por extensão está previsto no §1º do art. 5º. São as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo, onde quer que se encontrem, bem como mercantes ou privadas, que
se achem no espaço aéreo e alto-mar. Ainda, aplica-se a lei penal brasileira aos
crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, estando no território nacional.
Esse é o ponto mais importante para o exame da OAB, quanto à territorialidade.
Vamos ilustrar algumas situações que podem ser cobradas no exame, em que será
aplicável a lei penal brasileira.
Ex.1: Dentro da embarcação/aeronave da presidência ocorre um crime (natureza
pública). Ainda que esteja bem longe do Brasil, sobrevoando ou navegando em
territórios estrangeiros, será aplicada a lei brasileira.

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Ex.2: Dentro de embarcação/aeronave privada ocorre um crime. Só será


aplicada a lei brasileira se estiverem no espaço aérea/marítimo correspondente ao
território brasileiro ou em alto-mar (território de ninguém). Se estiver em território
estrangeiro, aplicar-se-á a lei estrangeira.
Ex.3: Ocorre um crime dentro da embarcação/aeronave estrangeira. Só será
aplicada a lei penal nacional se estiver em território brasileiro, e desde que sejam
de propriedade privada.

4.2.2 – Extraterritorialidade – Exceção. Aplica-se a lei brasileira aos crimes


cometidos no exterior. Só se aplica para crimes, não para contravenções penais
cometidas no exterior.
Extraterritorialidade incondicionada – Art. 7º, I. Nesses casos o agente é
punido segundo a lei brasileira, ainda que julgado e absolvido ou condenado no
estrangeiro. São os crimes: (I) contra a vida ou liberdade do Presidente; (II)
patrimônio ou fé pública da administração direta e indireta – aqui entram todos os
entes da federação (União, Estado, DF e Município), bem como empresas públicas,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação; (III) contra a administração
pública, por quem está a seu serviço; (IV) de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Extraterritorialidade condicionada – Art. 7º, II. Aqui, aplica-se a lei penal
brasileira aos crimes cometidos no exterior: (I) que o Brasil se obrigou a reprimir
por convenção; (II) praticados por brasileiros. (III) praticados em
embarcações/aeronaves brasileiras privadas, em território estrangeiro e neste lugar
não forem julgadas; desde que: (a) o agente entre no território nacional; (b) o fato
seja punível também no país em que foi praticado; (c) o crime permitir a extradição;
(d) não ter sido o agente absolvido ou cumprido pena no estrangeiro; (e) não ter
sido o agente perdoado ou extinta a punibilidade, no estrangeiro.
A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se não foi pedida ou foi negada a extradição e houve
requisição do ministro da Justiça e estejam reunidas as condições descritas acima.

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5. Teoria do erro

➢ 5.1 Erro de Tipo Essencial

5.1.1 – O erro de tipo pode ser ‘essencial’ ou ‘acidental’.


Erro de tipo essencial – O sujeito não sabe que está cometendo um crime
porque desconhece alguma circunstância elementar do tipo penal. Elementar é
tudo aquilo que, se retirado, afasta o crime. Ex.: João pede para seu irmão André
levar um saco de 1kg de farinha para sua avó, em outra cidade. Todavia, não era
farinha, e sim cocaína, mas João desconhecia a elementar ‘drogas’ (art. 33, lei
11.343/06), pois confiou em seu irmão, acreditando ser farinha.
O erro de tipo essencial, sempre exclui o dolo. Se for escusável/desculpável,
exclui o dolo e a culpa. Se for inescusável/indesculpável, exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
O erro de tipo essencial pode ser escusável ou inescusável – Escusável é
sinônimo de desculpável. O agente errou, mas um homem médio, no lugar dele,
também erraria. Inescusável é sinônimo de indesculpável. O agente errou, mas um
homem médio, no lugar dele, não erraria. O critério de distinção do erro escusável
e inescusável é o homem médio. No exemplo acima, pode-se dizer que o erro foi
inescusável, pois João tinha condições de saber que era droga no pacote, então,
poderia responder por crime culposo, todavia, como o crime de tráfico de drogas
não prevê a modalidade culposa, sua conduta ficará impune.

➢ 5.2 Erro de Tipo Acidental

5.2.1 – Erro de tipo acidental – É o que se contrapõe ao erro de tipo essencial.


No erro de tipo acidental, o erro incide sobre as circunstâncias ou dados
irrelevantes do crime.

5.2.2 – Erro sobre a pessoa/error in persona – O agente confunde a pessoa que


queria atingir, com uma pessoa diversa. Há uma vítima virtual – pessoa que o
agente queria atingir – uma vítima real – a pessoa efetivamente atingida – e entre

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elas, uma confusão. A vítima virtual não corre nenhum perigo. Na aplicação da
pena, leva-se em conta as condições da vítima virtual. Ex.: se Y era maior de 60
anos e B tivesse 40 anos, mesmo sendo B atingido, haverá a agravante de cometer
o crime contra maior de 60 anos.

5.2.3 – Erro na execução/aberractio ictus – Por acidente ou erro no uso dos


meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender,
atinge pessoa diversa.
É a falha no ataque, a má pontaria. Quero matar ‘A’, atiro e acerto ‘B’. No erro
na execução o agente sabe qual é a vítima que quer atingir, mas por erro, atinge
pessoa diversa. No erro sobre a pessoa o agente acredita que a pessoa que está
atingindo era seu alvo, mas na verdade o alvo era outro.
No final, a consequência é a mesma, responde levando-se em consideração as
qualidades da pessoa que pretendia atingir.

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5.2.4 – Erro sobre a coisa/objeto – Aqui é o objeto material, a coisa contra a


qual o crime é praticado. O agente queria praticar um crime contra uma
determinada coisa, mas, por erro, acabou praticando crime contra coisa diversa.
Ex.: Segurança de shopping vê a joalheria e pensa em furtar, quando fechar o local.
À noite, abre a porta, pega um objeto dourado e vai para casa. Depois, descobre
que furtou uma bijuteria, quando achava que estava furtando uma joia de ouro. Esse
erro é irrelevante, porque o código penal adotou a teoria da equivalência do bem
jurídico. Responde pelo que efetivamente furtou.

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5.2.5 – Resultado diverso do pretendido/aberractio criminis – O agente queria


praticar um determinado crime, mas, por erro, acabou praticando crime diverso. O
agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.
Ex.: Sujeito quer quebrar uma vidraça, atira uma pedra, mas acaba acertando
um pedestre. Responde pela lesão corporal culposa. Se o sujeito queria acertar a
pessoa, mas acaba acertando a vidraça, como não existe o crime de dano culposo,
não responderá por ter quebrado a vidraça. Se cometer os dois crimes, responde em
concurso formal (ex.: quer atingir um carro, acerta a pedra nesse carro (dano
doloso), a pedra quebra o vidro e atinge a pessoa que estava dentro (lesão culposa).
Responde pelos dois crimes em concurso formal (uma conduta com dois ou mais
resultados).

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PROCESSO PENAL

Novidades legislativas

➢ Alterações no CPP

1 – Foi incluído o artigo 70, § 4º, no CPP, para fixar a competência do


domicílio da vítima, no crime de estelionato mediante depósito, emissão de
cheque ‘sem fundos’ ou com pagamento frustrado mediante transferência. Se
forem diversas as vítima, a competência será firmada pela prevenção (o primeiro
dos juízes competentes a proferir alguma decisão).

2 – Foram incluídos os artigos 400-A e 474-A, no CPP, para se garantir que as


vítimas de crimes, sobretudo contra a dignidade sexual, tenham zelada sua
integridade física e psicológica, durante a audiência (para evitar que cenas como as
vistas no caso Mariana Ferrer se repitam – para quem não sabe, o advogado do
acusado de estuprar a jovem, durante a audiência, lançou diversas perguntas de
cunho íntimo, de forma a denegrir a imagem da vítima).

3 – As alterações promovidas pelo ‘pacote anticrime’, sobretudo a possibilidade


de acordo de não persecução penal, serão vistas em um tópico próprio, devido sua
relevância.

1. Procedimentos

➢ 1.1 Júri

1.1.1 – Competência – julgar os crimes dolosos contra a vida, sejam


consumados ou tentados, e os conexos a eles. Portanto, nem todo crime com
resultado morte é de competência do júri. Ex: Latrocínio tem resultado morte
(roubo seguido de morte) mas é de competência do juízo singular, pois é crime

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patrimonial, não contra a vida. Ex: homicídio culposo é julgado pelo juiz singular
– geralmente homicídio na direção de veículo automotor.

Dos crimes vistos na imagem acima, apenas infanticídio é crime contra a


vida e de competência do tribunal do júri.

1.1.2 – Princípios do júri


Plenitude de defesa – é maior do que a ampla defesa. Aqui, a defesa e o acusado
podem se valer de argumentos extrajurídicos.
Sigilo das votações – a votação não é sigilosa. O que é sigiloso é o voto do
jurado, nem mesmo o juiz presidente do tribunal do júri pode saber qual foi o voto
do jurado. Essa votação é feita em uma sala especial, onde somente irão os jurados,
juiz, ministério público, os advogados (do acusado, assistente e querelantes), o
escrivão e o oficial de justiça. Na falta de sala especial, o juiz-presidente
determinará que o público se retire. O acusado não acompanha a votação,
somente seu advogado.
Soberania dos veredictos – um tribunal formado por juízes togados não pode
modificar no mérito a decisão dos jurados, embora as decisões do júri sejam

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recorríveis. Os juízes togados somente podem cassar a decisão e submeter o


acusado a novo júri. É possível também que revise a pena fixada pelo juiz-
presidente, todavia, não podem decidir sobre qualificadora, que é de competência
do júri.

1.1.3 – Procedimento – É um procedimento composto por duas fases: (1)


sumário da culpa – iudicium accusationis; (2) julgamento em plenário (iudicium
causae). Na primeira fase a decisão é de um juiz togado, que poderá proferir uma
das quatro seguintes decisões:
Impronúncia – proferida se: (1) não provada a materialidade; (2) ausência de
indícios suficientes da autoria. Havendo prova nova dos fatos, poderá ser proposta
nova denúncia. Se havia conexão com outro crime e a decisão foi de impronúncia,
então o crime conexo é remetido para o juízo singular competente. O recurso
cabível contra a impronúncia é a apelação.
Desclassificação – se o juiz entender que a acusação não versa sobre crime
doloso contra a vida, profere decisão de desclassificação.
Absolvição sumária – será absolvido sumariamente quando: (1) provada
inexistência do fato; (2) provado não ser o autor; (3) ser fato atípico; (4) provada
excludente de culpabilidade ou ilicitude.
Pronúncia – é o juízo de admissibilidade quanto à imputação de um crime
doloso contra a vida. É a decisão que submete o acusado a julgamento pelo
tribunal do júri. Para a decisão de pronúncia, basta que esteja provada a
materialidade e haja indício da autoria. A pronúncia deve ser fundamentada,
evitando excessos, devendo o juiz se limitar à indicação da materialidade e
existência de indícios suficientes da autoria, para evitar a ‘eloquência
acusatória’ (excesso de fundamentação).

Memorize - Para decorar os recursos cabíveis contra cada uma dessas decisões, lembre-
se que das decisões iniciadas com vogais (Impronúncia e Absolvição sumária), o recuso
inicia com vogal (Apelação). Da mesma forma, das decisões que iniciam com consoante
(Pronúncia e Desclassificação = RESE).

1.1.4 – Desaforamento – Consiste na mudança do local do júri, de uma cidade


para outra, nos casos de interesse de ordem pública, dúvida sobre a

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imparcialidade do júri ou segurança pessoal do acusado (algumas cidades são


muito pequenas e a pessoa que está sendo submetida pode ser influente, o que pode
comprometer a imparcialidade do júri).

1.1.5 – Debates
MP e Defesa = 1h30min cada.
Réplica e tréplica = 1h00min cada.
Apartes: As partes terão direito de pedir ao juiz togado a interrupção da fala da
outra parte (apartes), a fim de fazer observação ou crítica, no tempo máximo de 3
minutos, sendo este tempo acrescido da parte que foi interrompida.

1.1.6 – Quesitação – São as perguntas formuladas aos jurados. O jurado não


fundamente o seu voto. A leitura dos quesitos é feita ainda em plenário e a votação
em sala especial. A cada um dos jurados serão entregues papéis com as palavras
‘sim’ e ‘não’.
A quesitação deve seguir uma ordem: (1) materialidade do fato; (2) autoria;
(3) deve haver absolvição?; (4) há causa de diminuição de pena?; (5) há
qualificadora ou aumento de pena?. A resposta negativa de mais de três jurados
para os quesitos sobre materialidade e autoria implicam na absolvição. Ainda
que os jurados reconheçam que há materialidade e autoria, podem decidir pela
absolvição.

Memorize – É absoluta a nulidade do júri, por falta de quesito obrigatório.

A inversão da ordem dos quesitos gera nulidade.

1.1.7 – Apelação no júri – O ‘pacote anticrime’, lei nº 13.964/19, trouxe


importante inovação, quanto à apelação no procedimento do tribunal do júri.
Dispõe o artigo 492, do CPP.
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri
a uma pena igual o superior a 15 anos de reclusão NÃO TERÁ EFEITO
SUSPENSIVO.

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§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação


de que trata o § 4º, quando verificado cumulativamente que o recurso:
I – não tem propósito meramente protelatório;
II – levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da
sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 anos de
reclusão.
Cabe apelação das decisões do Tribunal do Júri, quando:
- ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
- for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos
jurados;
- houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança – se o Tribunal der provimento ao recurso, ele próprio retificará a pena.
- for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos - se
o Tribunal der provimento à apelação interposta por este motivo, não pode
absolver ou condenar o réu, mas deve submete-lo a novo julgamento perante
o Júri; após este novo júri, não será admitida apelação com base neste motivo,
novamente, para qualquer das partes. Resta, no entanto, ao réu, ajuizar revisão
criminal, se não ficar satisfeito com a decisão do segundo júri. Mas, como não há
revisão criminal pro societate, o Ministério Público, inconformado com a decisão
do segundo júri, nada poderá fazer.
Quanto à apelação contra decisões do tribunal do júri, importante destacar que
trata-se de recurso de fundamentação vinculada5, isto é, não é devolvida toda a
matéria, mas somente o ponto questionado no recurso.

➢ 1.2 Juizado Especial Criminal

1.2.1 – Competência – Julgamento de infração de menor potencial ofensivo.


São assim considerados os crimes com pena máxima de até 2 anos e

5
Súmula 713 STF – O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos
fundamentos de sua interposição.

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contravenção penal, excluídos aqueles cometidos no âmbito da violência


doméstica ou familiar. Não se admite o processamento de crimes processados sob
o rito da lei Maria da Penha no JECRIM.

1.2.2 – Fase preliminar – Antes da fase procedimental, há uma fase preliminar.


São dois os objetivos: composição dos danos civis e transação penal.
Composição dos danos civis: acordo realizado para que acusado repare os
danos civis (materiais, morais ou estéticos) causados à vítima.
Transação penal: objetiva a aplicação imediata de pena não privativa de
liberdade. São requisitos para o cabimento: (1) ser a infração de menor potencial
ofensivo; (2) não ser caso de arquivamento do termo circunstanciado; (3) não ter
sido condenado pela prática de crime à pena privativa de liberdade; (4) não ter sido
beneficiado com a transação nos últimos 5 anos; (5) circunstancias judiciais
favoráveis; (6) reparação ambiental nos crimes ambientais.

Memorize – A possibilidade de transação penal deve ser analisada antes da


possibilidade de ANPP. Cabível a transação penal, então deve ser aplicada. Se não
for cabível, então avalia-se a possibilidade de aplicação do ANPP.

1.2.3 – Suspensão condicional do processo – O acusado se sujeita ao


cumprimento de certas condições, por um período de prova que pode variar entre
2 e 4 anos, a fim de ser declarada extinta a punibilidade. Essas condições não
podem ser penas restritivas de direitos.
São requisitos para a concessão do sursis processual: (1) o crime cometido ter
pena mínima de até 1 ano, considerado o aumento do concurso de crimes; (2) não
estar sendo processado ou ter sido condenado por outro crime; (3) presença dos
demais requisitos que autorizam a suspensão da pena (art. 77 CP).
A suspensão pode ser revogada de forma obrigatória (quando o indivíduo não
efetuar a reparação do dano ou for processado por outro crime) ou de forma
facultativa (se o acusado for processado por contravenção penal ou descumprir
condição imposta).

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2. Recursos

➢ 2.1 Apelação

2.1.1 – A apelação é o recurso cabível:


- contra sentença de juiz de primeira instância, condenatória ou absolutória;
- de decisões definitivas ou com força de definitivas contra as quais não
caiba RESE (recurso em sentido estrito);
- das decisões do tribunal do júri, quando: ocorrer nulidade posterior à
pronúncia; for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou decisão
dos jurados; houver erro ou injustiça na aplicação da pena; for a decisão dos
jurados manifestamente contrária à prova dos autos – hipótese em que, se
provido o recurso, resultará em novo julgamento pelo plenário do júri.
No entanto, como já vimos no tópico sobre JECRIM, no juizado especial o
processamento da apelação é diferente. Deve ser apresentada e peça única a
interposição e as razões, no prazo de 10 dias.

Memorize – A apelação tem prazos e forma diferentes no JECRIM e no


procedimento comum.

JECRIM CPP

Peça única (interposição + razões) Duas peças (primeiro interposição,


depois razões)

Prazo único de 10 dias Prazo da interposição de 5 dias e


das razões de 8 dias (se crime) ou 3
dias (se contravenção penal).

Cabe contra decisão que rejeita Cabe da sentença, das decisões do


denúncia e sentença Tribunal do Júri e decisões definitivas
que não caibam RESE (obs.: da
rejeição da denúncia, cabe RESE)

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➢ 2.2 Embargos Infringentes

2.2.1 – Não sendo unânime a decisão do acórdão, desfavorável ao réu (dos 3


desembargadores, um votou pela absolvição e dois pela condenação), cabe
embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos no prazo de 10
dias. Se a divergência entre os desembargadores for parcial, os embargos serão
restritos à matéria divergente (ex: dois desembargadores votaram para manter a
pena e um deles para diminuí-la, então os embargos serão restritos à dosimetria da
pena, não se podendo cogitar mais de absolvição).
Neste caso, haverá novo julgamento, agora, composto por cinco
desembargadores, não estando impedidos de votar aqueles que já votaram.
Importante ressaltar que o embargo infringente é recurso exclusivo do réu. Se a
decisão não unânime for em favor do réu (2x1 em favor da absolvição), não pode
o MP utilizar de tal recurso.

➢ 2.3 Recurso em Sentido Estrito

2.3.1 – O RESE é recurso cabível contra decisão interlocutória, cujas


hipóteses estão elencadas no rol taxativo nos incisos do artigo 581, do CPP.
O mais importante é saber que alguns incisos foram tacitamente revogados, com
a entrada em vigor da lei de execução penal. Portanto, as hipóteses previstas nos
incisos XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII e XXIV são de competência
do juiz da execução.

Memorize – O ‘pacote anticrime’ incluiu uma hipótese de RESE: caberá contra


decisão que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal.

O prazo de interposição é de cinco dias e de razões é de dois dias. O RESE


possui efeito suspensivo somente na hipótese de perda da fiança, denegação de
apelação, pronúncia e quebramento da fiança.

➢ 2.4 Agravo em execução

2.4.1 – De toda e qualquer decisão proferida pelo juízo da execução, cabe


agravo em execução, no prazo de 5 dias para interposição e 2 dias para razões.

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3. Competência

➢ 3.1 Competência Territorial

3.1.1 – Via de regra, a competência territorial é determinada pelo local onde


em que se consumar a infração, ou, no caso da tentativa, pelo lugar em que for
praticado o último ato da execução. É a chamada competência ratione loci (em
razão do lugar). Foi adotada, portanto, a teoria do resultado.
Justifica-se pela maior facilidade de se colher as provas no local em que o crime
foi cometido, por exemplo, oitiva de vítima e testemunhas.
A competência ratione loci (local da infração) é relativa, isto é, se não
observada, causa nulidade relativa e o vício convalida (ex: crime foi processado em
cidade diversa de onde ocorreu. Se não for arguida na primeira oportunidade de
falar nos autos, convalida-se).

➢ 3.2 Contrabando e Descaminho

3.2.1 – Competência dos crimes de contrabando e descaminho.


Descaminho é a falta de pagamento de imposto pela entrada ou saída de
mercadoria. A competência sempre é da Justiça Federal, pois visa a proteção de
impostos da União – leia-se, bens e interesses da União, que atrai a competência
da Justiça Federal.
Contrabando é importar ou exportar mercadoria proibida. Também é de
competência da Justiça Federal, pois atinge interesses da União, especificamente a
competência para definir os produtos que podem ou não ser exportados e
importados e ter circulação no território nacional.
Portanto, independentemente de transnacionalidade, a competência para o
julgamento dos crimes de contrabando e descaminho, é da Justiça Federal, do local
onde houver a apreensão dos bens.

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➢ 3.3 Justiça Federal

3.3.1 – A competência da Justiça Federal está prevista no art. 109, da CF/88.


O que precisa ser estudado para o exame da OAB é o seguinte:
O se inciso IV dispõe que é competência da Justiça Federal processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral;
Portanto, a CF/88 expressamente excluiu da competência da Justiça Federal
as contravenções penais, de modo que passam a ser julgadas pela Justiça Estadual,
mesmo quando atingir bens e interesses da União ou suas entidades autárquicas ou
empresas públicas (ex: vítima é a Caixa Econômica Federal).
Súmula 38, do STJ: ‘compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da CF/88,
o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens,
serviços ou interesses da União ou de suas entidades.’
A Justiça Federal somente julgaria contravenção praticada por Juiz Federal, mas
em razão do foro por prerrogativa da pessoa do juiz, que é julgado pelo TRF.
Havendo conexão de crimes de competência da Justiça Federal e da Justiça
Estadual, os processos serão julgados pela Justiça Federal. Isto é, a Justiça
Federal atrai a competência, pois sua previsão é constitucional.
Súmula 122, do STJ: ‘Compete à Justiça Federal o processo e julgamento
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando
a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.’
O art. 78, II, ‘a’, do CPP, diz que a competência por conexão ou continência
será determinada pelo lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave.
Mas vimos que essa regra não se aplica, em crimes conexos com a Justiça Federal,
prevalecendo a competência da Justiça Federal.
Portanto, havendo crime de homicídio (competência Estadual – pena mais
grave) conexo com um roubo à empresa pública (competência Federal – crime
menos grave), a competência não será do local da pena mais grave, mas sim da
Justiça Federal.

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4. Inquérito Policial

➢ 4.1 Noções Gerais

4.1.1 – É um procedimento administrativo inquisitório e preparatório,


presidida pela autoridade policial, com o objetivo de identificar fontes de prova e
coletar elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração
penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.

4.1.2 – Os elementos informativos, isoladamente considerados, não podem


fundamentar uma sentença. Porém, tais elementos não devem ser desprezados
durante a fase judicial, podendo se somar à prova produzida em juízo para auxiliar
na formação da convicção do magistrado. No entanto, há três hipóteses em que as
provas produzidas na fase investigativa, devido a não possibilidade de serem
reproduzidas em juízo, que podem servir como fundamentação da sentença.

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Provas cautelares – A ideia da palavra cautelar é uma urgência. É uma prova


de natureza urgente. Aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da
prova em razão do decurso do tempo. Dependem de autorização judicial, sendo o
contraditório diferido/postergado. Ex.: interceptação telefônica.
Provas não repetíveis – É aquela que uma vez produzida não tem como ser
novamente coletada em razão do desaparecimento da fonte probatória. Não
dependem de autorização judicial, sendo o contraditório diferido. Ex.: Exame de
corpo de delito.
Provas antecipadas – São aquelas produzidas com a observância do
contraditório real em momento processual distinto daquele legalmente previsto, ou
até mesmo antes do início do processo, em virtude de situação de urgência e
relevância. O contraditório será real, no momento da colheita da prova.. Ex.: lei
13.431, art. 8º e 11, §1º - depoimento sem danos. Criança vítima de violência sexual
será ouvida uma única vez como prova antecipada.

4.1.3 – Formas de instauração do inquérito policial:


Está diretamente ligada à espécie da ação penal do crime em questão.
Crimes de ação penal pública condicionada – Em se tratando de ação penal
pública condicionada o inquérito depende do implemento da condição, qual seja, a
representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça.
Crimes de ação penal privada – Depende de requerimento da vítima ou de seu
representante legal. Não há necessidade de formalismo. Verifica-se se de fato há
intenção da vítima em levar adiante a persecução penal.
Nesses dois casos o inquérito não pode ser instaurado de ofício, precisa da
manifestação da vítima, informal, não precisa assinar o requerimento.
Crimes de ação penal pública incondicionada
De ofício – O Delegado, através de suas atribuições, pode instaurar o inquérito.
Requisição da autoridade judiciária ou MP – Cuidado com o art. 5, II CPP, que
diz que o inquérito pode ser instaurado por requisição do juiz ou do MP. Para a
maioria da doutrina essa requisição do juiz não teria sido recepcionada pela CF/88,
porque viola o sistema acusatório e a garantia da imparcialidade. Não é papel do
juiz ficar requisitando inquérito. O ideal para o juiz é que se tomar conhecimento

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de um crime encaminhe os autos para o MP analisar e requisitar eventual


instauração de inquérito policial.
Requerimento do ofendido ou de seu representante legal – O ofendido talvez
seja o principal interessado em ver um inquérito policial instaurado. Apresenta o
requerimento ao delegado de polícia, que não está obrigado a instaurar o inquérito.
Desse indeferimento cabe recurso inominado para o “chefe de polícia” – expressão
antiga, esse chefe de polícia nem existe mais na maioria dos Estados, esse papel
fica a cargo do secretário de segurança pública ou, a depender do Estado, fica a
cargo do delegado geral da polícia civil – (art. 5º §2º CPP).
Notícia oferecida por qualquer do povo – Art. 5º §3º. É uma mera faculdade a
qualquer do povo levar ao conhecimento do delegado a notícia de um crime.
Auto de prisão em flagrante delito - Em alguns casos é comum que a prisão em
flagrante seja a própria investigação. Ex.: Tráfico de drogas, onde o auto de prisão
em flagrante reúne todos os elementos necessários para oferecer denúncia.

4.1.4 – A notitia criminis inqualificada (delação anônima), não serve, por si


só, para embasar a instauração do inquérito policial. O delegado deve realizar
diligências preliminares, a fim de verificar a procedência das informações
anônimas.

4.1.5 – Prazo de conclusão:

Legislação Réu solto Réu preso

CPP 30 dias 10 dias

Justiça Federal 30 dias 15 + 15 dias

Lei de drogas 90 + 90 dias 30 + 30 dias

Justiça militar 40 dias 20 dias

Crimes contra a 10 dias 10 dias


economia popular

4.1.6 – Arquivamento:

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O pacote anticrime alterou o art. 28, do Código de Processo Penal, extinguindo


a sistemática antiga (MP propõe, juiz homologa ou, se discordar, remete ao PGJ,
que pode mandar arquivar, oferecer a denúncia ou designar outro promotor para
oferecer a denúncia.)
Mas, atenção, pois a nova redação do artigo 28 está SUSPENSA por decisão
do STF. No entanto, essa é a redação que consta no CPP e a decisão não previu,
expressamente, que o artigo revogado voltasse a produzir efeitos.
Agora, nos termos do art. 28:
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os
autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma
da lei. – Nos termos do art. 18, o juiz manda arquivar. Depois disso, o MP
homologa ou não.
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. –
é uma espécie de recurso, direcionado ao Ministério Público.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União,
Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser
provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.
A nova redação obedece o sistema acusatório, pois retirou a participação do
magistrado, na decisão de promoção de arquivamento do inquérito.
Ademais, garantiu à vítima a fiscalização da atuação do Ministério Público, ao
prever que será comunicada da decisão. Querendo, a vítima pode submeter o
pedido de arquivamento à revisão, no prazo de 30 (trinta) dias, ao órgão superior
do Ministério Público, que é a Procuradoria-Geral de Justiça, representada pelo
Procurador Geral de Justiça, no caso de MP estadual. Já no MP da União, o pedido
de revisão vai para a Câmara de Coordenação e Revisão.

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5. Ação Penal

➢ 5.1Acordo de Não Persecução Penal

5.1.1 – Requisitos:
- não ser caso de arquivamento
- confissão formal e circunstância – deve ser registrada e ser fornecido detalhe
da infração penal
- Infração sem violência ou grave ameaça – contra a pessoa. Se a violência
for praticada contra o objeto, será cabível

- Pena mínima inferior a 4 anos – atenção, pois a pena mínima é inferior a 4


anos. Aqui, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao
fato. Portanto, em tese, cabe ANPP ao tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da lei
de drogas – réu primário e com bons antecedentes, que não se dedique à atividades
criminosas nem integre organização criminosa).

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5.1.2 – Não cabe ANPP, ainda que preenchidos os requisitos:


- se for cabível transação penal – a transação penal só se aplica aos crimes de
menor potencial ofensivo, aqueles cuja pena máxima não seja superior a 2 anos.
- se o investigado for reincidente ou criminoso habitual – se as infrações
pretéritas forem insignificantes, então se afasta essa proibição e o ANPP será
oferecido.
- se o agente foi beneficiado pelo ANPP nos últimos 5 anos – contam-se os
cinco anos anteriores à data do novo crime.
- nos crimes cometidos com violência doméstica ou familiar, ou praticados
contra a mulher – violência doméstica abrange pessoa de qualquer sexo, portanto,
aqui, ainda que o crime seja cometido contra o filho, ou pai ou mesmo contra a
mulher, no âmbito doméstico ou familiar, não cabe ANPP. Quando a violência é
contra a mulher e se aplica a lei Maria da Penha, não cabe qualquer instituto
despenalizador (ANPP, transação penal, suspensão do processo, conversão de pena
privativa de liberdade em restritiva de direito).

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5.1.3 – Procedimento:
- Participam da proposta do ANPP o MP, o investigado e seu advogado. O
acordo deve ser formalizado por escrito.
- O juiz não faz parte do acordo, ele apenas marca audiência e verifica a
voluntariedade e a legalidade do acordo, através da oitiva do investigado,
acompanhado do seu advogado.
- Se o juiz considerar ilegal o acordo, devolve os autos ao MP para nova
proposta. Considerando legal o acordo, o juiz homologa e envia ao MP para
executar, perante o juiz da execução.
- Em caso de não homologação do acordo, cabe RESE.

- O cumprimento do ANPP acarreta extinção da punibilidade. O


descumprimento leva à revogação do acordo e início do processo penal, com
oferecimento da denúncia.
- O descumprimento do ANPP pode ser motivo de recusa à suspensão
condicional do processo, em momento futuro, no processo.
- O ANPP não gera antecedente criminal e não será anotado na sua certidão
de antecedentes, exceto para fins de verificação para proposta nos próximos 5 anos.

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- A vítima deve ser intimada da homologação e de eventual


descumprimento do ANPP.
- Em razão do sistema acusatório, em que cabe ao MP a titularidade da ação
penal, não pode o juiz obrigar o MP a oferecer o acordo.

Recusa do MP Recusa do Juiz

Se o MP se recusar a propor o ANPP, Se o juiz recusar homologação, cabe


cabe ao investigado pedir a remessa ao investigado interpor RESE –
dos autos à PGJ – Procuradoria Geral recurso em sentido estrito
de Justiça

5.1.3 – Aplicação do ANPP em ação penal privada – é cabível, assim como


cabem transação penal e suspensão condicional do processo, mediante proposta do
Ministério Público, ouvida a vítima, em audiência. O MP tem a obrigação de atuar,
como custos legis, em todas as ações penais privadas.

➢ 5.2 Espécies de Ação Penal

5.2.1 – Ação Penal Pública – pode ser incondicionada ou condicionada à


representação da vítima.
Ação Penal Pública Incondicionada – o próprio nome já diz, é incondicionada,
não depende de qualquer condição para ser instaurada. A titularidade da ação
penal pública incondicionada é do Ministério Público, que oferta denúncia contra
o autor de infração penal.
Ação Penal Pública Condicionada à representação – aqui a titularidade da
ação penal também é do Ministério Público, mas para que possa exerce-la é
necessário o preenchimento deste requisito de procedibilidade, a
representação da vítima, exteriorizando sua vontade de ver o autor do crime ser
processado.
Há um prazo de 06 (seis) meses para que a representação seja ofertada, a
ser contado do dia em que se conheceu a autoria do fato, sob pena de
decadência do direito de representação. A ação penal pública condicionada não
se limita à modalidade representação da vítima. Há a hipótese de ação pena pública

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condicionada à requisição do Ministro da Justiça, como, por exemplo, nos crimes


contra a honra do Presidente da República. Note que se trata de requisição, mas,
no entanto, não obriga o membro do Ministério Público a ajuizar ação penal.
Ao contrário da representação, que deve ser oferecida no prazo decadencial de
06 (seis) meses, a lei não previu prazo para oferecimento de requisição.
Portanto, entende-se que a requisição não se sujeita a qualquer prazo
decadencial, podendo ser exercida a qualquer tempo.

5.222 – Ação Penal Privada – é promovida diretamente pela vítima, assistida


por advogada, por meio da queixa-crime. Também a lei prevê quais crimes são de
ação penal privada, como, vi de regra, os crimes contra a honra.

5.2.3 – Ação Penal Privada Subsidiária da Pública – cabível quando o


Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal (via de regra, 5 dias para
réu preso e 15 dias para réu solto). Nestas hipóteses, abre-se a oportunidade de a
vítima intentar queixa-crime, pontuando-se que a titularidade da ação penal
continua sendo do MP, que poderá aditar a queixa-crime, repudiá-la ou
oferecer denúncia substitutiva.

5.2.4 – A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de


violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Via de regra a ação penal do crime de lesão corporal leve é condicionada à
representação, exceto nos casos envolvendo a lei Maria da Penha, em que será de
ação pública incondicionada.

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➢ 5.3 Princípios

5.3.1 – Princípios da ação penal pública:


Oficialidade – O Ministério Público é o órgão oficial incumbido de ajuizar ação
penal pública. É o titular privativo.
Obrigatoriedade – É a obrigatoriedade de o Ministério Público agir, havendo
justa causa (prova da materialidade e indícios da autoria do fato criminoso). Essa
ação do MP pode se dar pelo oferecimento da denúncia ou então pela proposta de
alguma medida despenalizadora, como acordo de não persecução penal, transação
penal etc.
Indisponibilidade – Ao Ministério Público não é facultado desistir da ação
penal ou do recurso interposto.
Divisibilidade – É o princípio já explicado no início.
Intranscendência – Consequência do princípio constitucional da
intransmissibilidade da pena. A ação penal (e a pena) não pode ultrapassar a pessoa
que cometeu o delito, atingindo seus familiares, por exemplo.

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5.3.2 – Princípios da ação penal privada:


Um dos mais importantes é o é o da indivisibilidade, por meio do qual a
queixa-crime contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de
todos, isto é, se oferecer queixa-crime contra um dos autores, obrigatoriamente,
devem os coautores serem processados, também, sob pena de renúncia ao
exercício do direito de queixa, que resultará em extinção da punibilidade em
relação ao autor que não foi incluído na-queixa crime.

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1ª Fase Exame OAB – Temas Recorrentes com Mapas Mentais

DIREITO CIVIL

Novidades legislativas

➢ O fim da EIRELI e outras alterações

1 – Com a promulgação da lei 14.195/21, apelidada como lei da


desburocratização societária, toda EIRELI passará a ser considerada Sociedade
Limitada Unipessoal.

2 – Pessoas Jurídicas de Direito Privado passam a poder realizar assembleias


gerais por meios eletrônicos.

3 – Passa a ser prevista a modalidade de prescrição intercorrente no direito


Civil, cujos prazos são os mesmos da prescrição da pretensão.

4 – A alteração da convenção de condomínio ou destinação do edifício


depende da aprovação de 2/3 dos votos dos condôminos. Atenção, pois antes era
necessária unanimidade para alteração da destinação do condomínio, agora são 2/3.

1. Contratos

➢ 1.1 Compra e venda

1.1.1 – São elementos constitutivos da compra e venda a coisa, o preço, o


consentimento e manifestação livre e espontânea da vontade, sem vícios. O
contrato de compra e venda é comutativo, pois há certeza das prestações.
É nulo o contrato de compra e venda, cujo objeto seja a venda de herança
de pessoa viva, dada a ilicitude de tal ato.

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1.1.2 – A compra e venda entre ascendente e descendente depende de


consentimento dos demais herdeiros e do cônjuge, dispensado o consentimento
do cônjuge se o regime for de separação obrigatória.
É anulável a compra e venda entre ascendente e descendente sem o
consentimento dos demais herdeiros. O prazo da ação de anulabilidade é
decadencial de 02 (dois) anos, contados do conhecimento do negócio (actio nata).
Em se tratando de doação de ascendente a descendente, não há necessidade de
consentimento dos outros descendentes, uma vez que a doação de ascendente a
descendente é considerada antecipação de herança (salvo expressa disposição de
que aquilo sai da parte disponível), razão pela qual o descendente deverá trazer à
colação o bem quando o ascendente falecer.
No contrato de permuta, é possível a troca/permuta de bens entre ascendente
e descendente, sem a anuência dos demais descendentes e do cônjuge, salvo se
os valores forem desiguais.

1.1.3 – Sob pena de nulidade, não podem ser comprados os bens sob a
administração de terceiros. Então:

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- os tutores, curadores, testamenteiros e administradores, não podem comprar


os bens em sua guarda;
- os servidores públicos, os bens da administração pública a que servirem;
- os serventuários da justiça os bens que se litigar em juízo (ex.: servidor do
Tribunal de Justiça arremata bem de leilão cujo processo corre na vara em que
trabalha);
- pelos leiloeiros os bens que esteja leiloando.

1.1.4 – O CC não proíbe a compra e venda entre cônjuges, desde que o objeto
seja excluído da comunhão de bens.

Regime de bens Possibilidade de compra e venda

Comunhão parcial Bens particulares

Comunhão universal Bens incomunicáveis (art. 1.668)

Participação final nos aquestos Bens que não entram na participação

Separação legal ou convencional Qualquer bem.

Bens particulares são aqueles que o cônjuge já possuía antes do casamento e


aqueles recebidos por sucessão ou doação.
Bens que não entram na participação final nos aquestos são bens herdados
ou doados, os anteriores ao casamento e as dívidas relativas a esses bens.

1.1.5 – Da venda de bens em condomínio indivisível – Se o bem estiver em


condomínio indivisível, o condômino deve garantir o direito de preferência dos
demais condôminos, os quais, caso desrespeitado tal direito de preferência, no
prazo decadencial de 180 dias, podem depositar o preço pago pelo terceiro e
haver a coisa para si (adjudicar o bem).
Se são vários os condôminos, deverá ser obedecida a seguinte ordem
estabelecida no art. 504, parágrafo único, do CC/2002: a) o que tiver benfeitorias
de maior valor; b) na falta de benfeitorias, o de quinhão maior; c) se as partes forem
iguais, tem preferência aquele que pagou primeiro pela quota vendida.

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1.1.6 – Venda mediante amostra – O vendedor assegura qualidades, sob pena


de inadimplemento, e, se houver diferença entre a amostra e a sua descrição no
contrato, prevalece as características da coisa paradigma.

Venda ad mensuram – Na venda ad mensuram (por metragem), o preço é


estipulado com base na metragem do imóvel. Caso se descubra que a área é
menor, o comprador terá direito a complementação da área (ação ex
empto ou ex vendito). Se não for possível, poderá pedir a resolução (extinção)
do contrato ou abatimento proporcional do preço.
No entanto, se a diferença for menor que 5% (1/20) da área total enunciada,
o comprador não tem direito de complementação, salvo se provar que, se
soubesse, não teria comprado. Ex: Sujeito oferece imóvel que diz ter 500m2,
então o comprador acredita e realiza a compra. No entanto, contrata um engenheiro
que, após levantamentos, conclui que a área possui 480m2. Neste caso, como a
diferença foi menor que 1/20 (5%), não surge ao comprador o direito de

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complementação, salvo se comprovar que não teria comprado, se soubesse dessa


metragem.
Já se a diferença da área for maior e o vendedor provar que tinha motivos
para não sabe dessa metragem, o comprador decide se devolve o imóvel ou
completa o valor.
Deve-se destacar que o prazo decadencial para ações de complementação é
de um ano, contado do registro.

Venda ad corpus – Já na venda ad corpus, o imóvel é descrito como coisa


certa e discriminada, sem referência à metragem. Por exemplo: compra e venda
da Fazenda Belo Horizonte (“porteira fechada”).

1.1.7 – Cláusulas especiais do contrato de compra e venda:


Retrovenda ou cláusula de resgate – Trata-se de cláusula na qual o alienante
da coisa imóvel pode reservar o direito de recobrá-la no prazo máximo

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decadencial de três anos, com restituição do preço e reembolso das despesas ao


comprador.
Ainda, o direito de retrato ou resgate é cessível e transmissível a herdeiros ou
legatários. Pode, inclusive, ser exercido contra terceiro adquirente, segundo o art.
507. (Ex.: Eu vendo meu imóvel para você, mas coloco a cláusula de retrovenda,
como consequência, eu posso recomprar nos próximos três anos e posso transmitir
para os herdeiros esse direito).

Memorize – O direito de retrovenda é transmissível aos herdeiros de quem vendeu o


imóvel.

O vendedor possui o direito de exercer o direito de retrovenda contra terceiro. (Ex:


A vende para B com a cláusula de retrovenda. B vende o imóvel para X. Durante os três
anos do contrato entre A e B, ainda que o imóvel agora seja de X, A pode exercer o
direito de retrovenda).

A cláusula de retrovenda deve ser expressa no contrato!!!

Direito de preempção ou preferência – A cláusula de preempção ou


preferência é aquela por meio da qual o comprador de um bem móvel ou imóvel
terá a obrigação de oferecê-lo a quem o vendeu, mediante notificação judicial
ou extrajudicial, para que este use do seu direito de prelação em igualdade de
condições no caso de eventual alienação futura.

Retrovenda Preempção/Preferência

Vendedor pode recomprar a qualquer Comprador tem obrigação de oferecer


tempo, dentro do prazo de três anos a coisa ao vendedor, caso decida
vender

Só bem imóvel Bem móvel e imóvel

Prazo de três anos Prazo de 180 dias (coisa móvel) ou 2


anos (coisa imóvel)

Transferível a herdeiros Não transferível a herdeiros

Venda a contento – A venda feita a contento é uma cláusula que, caso inserida
pelas partes, possibilita desfazer o contrato se o comprador não gostar da coisa

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que foi adquirida. São duas as espécies de venda a contento: suspensiva e


resolutiva.
Na suspensiva, o comprador não paga o preço e adquire a coisa por
empréstimo. Se gostar, paga o preço e adquire a coisa; se não gostar, devolve sem
dar explicações
Como a coisa é do vendedor, se a coisa perecer enquanto o comprador
experimenta, o prejuízo será do vendedor, afinal res perit domino (a coisa
perece para o dono).
Na resolutiva, por sua vez, o comprador paga o preço e adquire a coisa como
dono; se não gostar, devolve a coisa, desfaz a compra e exige o dinheiro de volta.
Caso a coisa venha a perecer durante a prova, o prejuízo aqui será do
comprador.
No mais, se as partes não estipularem prazo para a prova do bem, o vendedor
deverá intimar o comprador para se manifestar.

➢ 1.2 Permuta, consignação e mútuo

1.2.1 – No contrato de permuta, é possível a troca/permuta de bens entre


ascendente e descendente, sem a anuência dos demais descendentes e do
cônjuge, salvo se os valores forem desiguais.

Memorize – Diferentemente do contrato de compra e venda entre ascendente e


descendente, em que é necessário o consentimento dos demais descendentes e do
cônjuge, no contrato de troca/permuta entre ascendente e descendente, se o valor dos
bens trocados for igual, não é necessário este consentimento.

1.2.2 – No contrato estimatório (consignação), o consignante entrega bens


móveis ao consignatário, que fica autorizado a vende-lo, pagando ao consignante
o preço combinado. Se preferir, o consignatário pode restituir a coisa consignada.
Primeiro o consignatário recebe o bem e o vende, para depois paga-lo ao
consignante.
O consignatário deve pagar o preço, mesmo se a restituição se tornar
impossível, ainda que por fato a ele não imputável. (Ex.: A deixou roupas em

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consignação para B vender. A loja de B pegou fogo e todas as roupas queimaram.


Mesmo assim, B tem o dever de restituir, em valores, os bens deixados em
consignação).
A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro, por parte
dos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
O consignante não pode dispor das coisas antes de lhe ser restituída ou
comunicada a restituição. (Ex.: A deixou as roupas na loja de B, em consignação.
A recebe proposta para vender essas roupas, mas não pode, antes de B restitui-las
ou, ao menos, comunicar da restituição). Se o consignante realizar essa conduta, o
ato é nulo.

1.2.3 – O mútuo (empréstimo de coisa fungível, por exemplo, dinheiro) feito a


pessoa menor de dezoito anos, sem prévia autorização de seu responsável legal,
não pode ser reavido nem do menor, nem de seus fiadores. A dívida (schuld)
existe, mas não há a correspondente responsabilidade (haftung).
No entanto, torna-se possível reaver o empréstimo se:
- o responsável pelo menor ratificar a autorização, posteriormente;.
- o menor obtiver o empréstimo de forma maliciosa;
- o empréstimo se reverter em favor do menor;
- o menor tomar o empréstimo enquanto ausente seu responsável, para adquirir
seus alimentos habituais;
- o menor tiver bens adquiridos com o próprio trabalho, não podendo ser reavido
montante maior do que o auferido pelo menor.

➢ 1.3 Doação

1.3.1 – O contrato de doação é uma declaração receptícia de vontade, pois o


donatário (aquele que recebe o bem), deve dizer se aceita a doação. Se a doação
for pura, o silêncio acarreta aceitação. Se a doação for com encargo/onerosa,
o silêncio não importa em aceitação. (Ex.: doação onerosa é aquela em que o

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doador dá uma casa, mas exige que nela seja construída uma creche. Já a doação
pura é aquela em que não se espera qualquer contrapartida).
No entanto, dispensa-se a aceitação, se o donatário for incapaz e a doação pura
(menor de dezoito anos de idade, por exemplo, como é comum aparecer na prova).

Via de regra, a doação deve ser formal, ou seja, escrita, concretizada por
escritura pública ou contrato particular. No entanto, a doação verbal é permitida
se o bem for móvel e de pequeno valor, mediante entrega da coisa. O ‘pequeno
valor’ é aferido no caso a caso, de acordo com o patrimônio do doador.

Memorize – A doação de imóvel pode ser por escritura pública ou instrumento


particular:

Imóvel $ maior de 30 salários mínimos = escritura pública

Imóvel $ menor de 30 salários mínimos = instrumento particular

A obrigatoriedade da escritura pública para doação de imóvel somente se dá quando o


valor for maior que trinta salário mínimos.

É possível doação ao nascituro, mediante aceitação do representante legal.

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1.3.2 – Em se tratando de doação de ascendente a descendente, não há


necessidade de consentimento dos outros descendentes, uma vez que a doação de
ascendente a descendente é considerada antecipação de herança (salvo expressa
disposição de que aquilo sai da parte disponível), razão pela qual o descendente
deverá trazer à colação o bem quando o ascendente falecer.

1.3.3 – Doação com cláusula de reverão significa que o doador pode inserir
no contrato de doação que, se o donatário morrer, o bem pode retornar ao
patrimônio do doador, desde que o doador esteja vivo, quando da morte do
donatário. No entanto, a cláusula de reversão não pode prever que o bem seja
destinado a patrimônio de terceiro, somente pode voltar ao patrimônio do
doador.

1.3.4 – A doação inoficiosa é aquele que excede o limite que o doador poderia
dispor em testamento (50% do patrimônio). O que exceder 50% do patrimônio

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é doação nula. Neste caso, deve ser proposta ação de redução e o Ministério Público
tem legitimidade para ajuizar ação declaratória de nulidade.

1.3.5 – A doação do cônjuge adultero ao cúmplice (pessoa casada que faz


doação para o(a) amante) é anulável. Podem promover a ação os herdeiros
necessários (se o adultero for falecido) e o cônjuge, em até dois anos após o fim da
sociedade conjugal (prazo decadencial).

1.3.6 – No contrato de doação, a coisa é entregue em troca de gratidão. A


doação pode ser revogada por ingratidão do donatário (aquele que recebe o
bem) ou por inexecução do encargo (doação onerosa).
O direito de revogação da doação é irrenunciável previamente, ou seja, o
doador não pode abrir mão antecipadamente deste direito.

Memorize – São hipóteses de revogação da doação por ingratidão, se o donatário:

- atentar contra a vida ou cometer homicídio doloso contra o doador;

- cometer ofensa física contra o doador;

- injuriar gravemente ou caluniar o doador;

- podendo, recusou os alimentos de que necessitava o doador.

Todos esses atos caracterizam ingratidão quando o ofendido for


cônjuge/ascendente/descendente/irmão do doador.

A revogação deve ser pleiteado em até um ano, a contar da ciência de quando foi
praticado qualquer dos atos descritos.

Se o doador falecer antes de ajuizar o processo, os herdeiros não podem ajuizar a ação,
salvo na hipótese de o donatário cometer homicídio contra o doador, situação em que
os herdeiros estão legitimados a ajuizar a ação.

Não se revoga por ingratidão: as doações puramente remuneratórias; as


oneradas com encargo já cumprido; as que se fizerem em cumprimento de
obrigação natural; as feitas para determinado casamento.

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2. Direito das coisas / Direito Real

➢ 2.1 Direitos Reais de Garantia

2.1.1 – Existem três espécies de hipoteca:

Convencional – decorre de um contrato (um negócio jurídico). Foram as partes


que ajustaram que a garantia incidirá sobre determinado bem. O prazo máximo é
de 30 anos e não se aplica às outras formas de hipoteca. Passado o prazo é cessada
a garantia, mas a obrigação permanece.

Judicial – quando o juiz condena o réu ao pagamento de prestações periódicas,


o juiz pode determinar hipoteca como garantia do pagamento.

Legal – é a garantia real sobre imóvel imposta pelo legislador sobre bens de
determinadas pessoas (que são potencialmente danosas). Art. 1489 (Ex. Os filhos
têm hipoteca sobre o bem do pai/mãe que casou de novo sem fazer inventário; cada
herdeiro tem hipoteca legal sobre os imóveis dos outros herdeiros).

É possível que sobre um mesmo bem incidam inúmeras outras hipotecas


(sub-hipoteca). Para isso não é necessário a aquiescência do antigo credor
hipotecário. O que ocorre é que as hipotecas serão usadas na ordem em que
foram estabelecidas (assim, se o primeiro credor precisar de todo o bem para
quitar sua dívida, os outros credores hipotecários ficam sem a garantia).

É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado.


Mas pode-se convencionar que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for
alienado.

2.1.2 – O penhor é constituído sobre bens móveis. Constitui-se o penhor pela


transferência efetiva da posse, exceto o penhor rural, industrial, mercantil e
de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve
guardar e conservar.
Penhor não se confunde com penhora. Enquanto penhor faz referência ao
bem que é oferecido como garantia do pagamento de uma dívida, a penhora é

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o ato judicial de apreensão do bem até que o débito seja quitado, ou seja, é um
processo determinado pela justiça
O penhor deve ser feito por instrumento público ou particular, não se
admitindo a forma verbal, sob pena de nulidade. Esse instrumento, se levado
a registro em cartório, tem eficácia perante terceiros, caso contrário, terá
eficácia somente entre as partes.

2.2.3 – A hipoteca recai sobre bens imóveis. O devedor hipotecário dá a coisa


em garantia, que pode ser do devedor ou de terceiros. O credo hipotecário detém o
crédito e a garantia real. Tratando-se de imóveis, a hipoteca deve ser registrada no
cartório de registro de imóveis do local onde estiver situado o bem. Os navios e
aeronaves são bens móveis especiais, sobre os quais pode recair hipoteca. O
mesmo bem pode ser hipotecado várias vezes, em favor do mesmo credor ou outro,
desde que o seu valor seja suficiente para garantir essas várias constrições.

2.2.4

Penhor Hipoteca Anticrese

Bem móvel Bem imóvel + Bem imóvel


navio e aeronave

Há transferência Não há Há transferência do bem ao


do bem ao credor, transferência do bem credor, podendo retirar da
exceto penhor rural, ao credor coisa os frutos para pagamento
industrial, da dívida.
mercantil e de
veículo

➢ 2.2 Posse

2.2.1 – O CC adotou a teoria de Ihering (teoria objetiva), pela qual detém a


posse da coisa a pessoa que tem o domínio fático dela. Tem a posse aquele que
age como dono da coisa.

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A posse, então, é a exteriorização da propriedade, a visibilidade do domínio e o


uso econômico da coisa, sendo a posse legalmente protegida, uma vez que se
manifesta como forma de domínio. O comportamento da pessoa em face da coisa,
similar à conduta que o proprietário teria, nada incidindo sobre a perquirição da
intenção de possuir. O que retira o caráter da posse e a transforma em simples
detenção é a ocorrência de um obstáculo legal, tendo em vista que a lei em certa
hipótese a desqualifica a relação para mera detenção.
A detenção é uma posse degradada, ou seja, uma posse que, em virtude de
lei, mitigou-se para detenção.

2.2.2 – A posse poder ser:


Direta – presente quando há um contrato corpóreo imediato entre a pessoa e
a coisa;
Indireta – decorrente do exercício de um direito. Ex.: locatário (posse direta) e
locador (posse indireta).
Justa – sem vícios;
Injusta – apresenta pelo menos um dos três vícios objetivos:
(1) posse violenta: obtida com violência, física ou psicológica;
(2) clandestina: obtida na ‘surdina’, sem a possibilidade de defesa da outra
parte;
(3) precária: obtida mediante abuso de confiança.
A posse violenta e clandestina podem ser convalidadas, isto é, depois que o
esbulhador passa a exercer a posse de forma pública e desvigiada, cessam-se
os atos injustos, podendo, inclusive, usucapir.

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De boa-fé – o possuidor desconhece obstáculo para a aquisição ou tem um justo


título (contrato);
De má-fé – o possuidor conhece o obstáculo e não tem justo título.
A seguir, para sedimentar o acima explicado e facilitar a memorização da
matéria, tabela esquematizada.

Título da Direito Frutos Direito Responsabilidades


posse Benfeitorias

Posse de Sim, com exceção Sim, necessárias, Subjetiva


boa-fé frutos pendentes úteis e voluptuárias

Posse de Não e responde pelos Apenas necessárias Responde até por


má-fé que colheu caso fortuito e força
maior

Posse nova – menos de 1 ano e 1 dia. Cabe pedido liminar na ação


possessória (força nova);

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Posse velha – existe há pelo menos 1 ano e 1 dia. Não cabe pedido liminar na
ação possessória (força velha), todavia, não obsta que o autor requeira ao juízo a
concessão de umas das espécies de tutelas provisórias inseridas no Código de
Processo Civil (art. 294 e seguintes do CPC/2015).

2.2.3 – Constituto possessório é cláusula contratual mediante a qual o


alienante (vendedor) transmite a posse da coisa alienada ao nome do
comprador, embora continue a deter o bem. Ocorre quando o possuidor
possuía a coisa em nome alheio e passa a possuir em nome próprio. (Ex:
locatário que compra o imóvel, passando a possuir o bem na condição de
proprietário).

2.2.4 – Ações possessórias:


- ação de reintegração de posse: em caso de esbulho (perda da posse);
- ação de manutenção de posse: em caso de turbação (perturbação da posse
ou embaraço);
- interdito proibitório: em caso de ameaça da posse.
Referidas ações possessórias regem-se pelo princípio da fungibilidade, isto é,
ajuizada uma ação pela outra, nada obsta que o juiz a reconheça.

➢ 2.3 Propriedade

2.3.1 – Propriedade é um direito fundamental, devendo esse direito real atender


sempre à função social da propriedade.
Propriedade é a atribuição jurídica que uma pessoa possui de usar, gozar e
dispor de um bem, seja corpóreo, seja incorpóreo, dentro dos limites legais
(função social da propriedade), podendo também reivindicar de quem a
injustamente a detenha.

2.3.2 – Elementos Constitutivos da Propriedade

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Proprietário é aquele que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, bem
como reavê-la de quem a possua. Assim, quando reunidos todos esses “poderes”,
falaremos de propriedade plena.
Direito de usar – consiste na faculdade em que o dono da coisa tem de
utilizar-se dela da maneira que achar conveniente, encontrando limitação legal
na função social da propriedade;
Direito de gozar – compreende a percepção dos frutos naturais e civis da
coisa, aproveitando-se o dono dela economicamente;
Direito de dispor da coisa – é o poder de transferir a coisa, como a alienação
do bem;
Direito de reaver a coisa consiste no poder de reivindicá-la de quem a estiver
possuindo injustamente.

2.3.3 – Os bens imóveis são:


Imóveis por natureza – o solo.
Imóveis por acessão natural – as árvores, os frutos pendentes e todos os
acessórios e adjacências naturais.
Imóveis por acessão artificial ou industrial – as construções e plantações,
produzidas pelo trabalho do homem.
Imóveis por determinação legal – são os direitos reais sobre imóveis e as
ações que os asseguram (reintegração de posse, manutenção de posse e interdito
proibitório);
Direito à sucessão aberta (herança). Portanto, a renúncia à herança é
renúncia de imóvel, motivo pelo qual deve ser feita por escritura pública
mediante autorização do cônjuge.

Memorize – a renúncia à herança é renúncia de bem imóvel, portanto, exige que seja
feita por escritura pública e com autorização do cônjuge.

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3. Obrigações

➢ 3.1 Disposições Gerais

3.1.1 – No direito das obrigações, via de regra, a eficácia é inter partes. No


entanto, pode-se conferir eficácia erga omnes (para todos). (Ex: você é meu
inquilino e resolvo vender imóvel. Se o contrato de locação estiver averbado no
registro de imóvel, então a eficácia é erga omnes e o novo proprietário terá de
respeitar o contrato de locação).

3.1.2 – A obrigação propter rem (própria da coisa) surge pela simples


aquisição de um direito real de propriedade. Ao adquirir uma propriedade,
adquire-se também a obrigação própria dessa propriedade. (Ex: proprietário
de um apartamento tem a obrigação de pagar a taxa de condomínio. Pode-se dizer,
então, que a taxa condomínio é uma obrigação propter rem do imóvel. Outro
exemplo é que o proprietário de um veículo automotor deve pagar o IPVA).
O não cumprimento da obrigação pode levar à perda da própria coisa.
Portanto, o proprietário de um imóvel que não paga a taxa condominial, pode
perder o próprio imóvel, para satisfazer a dívida, mesmo que se trate de bem
de família.

Memorize – A obrigação propter rem é exceção ao bem de família, portanto, aquele


que não cumpre com a obrigação de pagar taxa de condomínio pode perder o próprio
imóvel para garantir a dívida.

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➢ 3.2 Modalidades de Obrigação

3.2.1 – Na obrigação de dar a regra de ouro é: o credor não é obrigado a


receber prestação diferente da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Se o
credor quiser receber, ok. Mas se não quiser, o devedor não pode obriga-lo.
A obrigação de dar coisa certa consiste na entrega ou restituição de uma coisa.
Essa entrega recebe o nome de tradição. Portanto, a tradição é a entrega da coisa
certa. O credor não é obrigado a receber coisa diversa, ainda que mais valiosa,
pois o objeto é determinado.
Um dos pontos mais relevantes para prova da OAB é quanto à perda do objeto
antes do adimplemento da obrigação. Importante saber a regra res perit domino
– a coisa perece para o dono – que rege a obrigação de dar. Portanto, após a
tradição, havendo a perda do objeto, a coisa perece para o atual proprietário.

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3.2.2 – A obrigação de dar coisa incerta é indicada pelo gênero e quantidade.


O objeto é determinável. A escolha cabe ao devedor, porém, não poderá dar a
coisa pior, nem pode ser obrigado a prestar a melhor.
São duas as hipóteses em que o direito de escolha será transferido ao credor:
quando o devedor não o exercer ao tempo da tradição ou, ainda, quando avençado
entre as partes.
Por fim, tratando-se de obrigação de dar coisa incerta, não pode o devedor
alegar a perda ou deterioração do objeto, haja vista sua inexistência material.
Logo, só depois de feita a escolha com ciência poderá falar-se em perdas e danos
sem culpa. Não havendo perdas e danos antes da escolha, de acordo com o
princípio Genus nunquam perit – o gênero nunca perece.

3.2.3 – Vamos ver uma tabela esquematizada sobre a perda da coisa na


obrigação de dar e suas consequências.
Lembrando que a obrigação de dar pode ser na modalidade entregar ou restituir.
Se eu devo entregar, a propriedade ainda é minha e ó se transfere após a

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tradição (efetiva entrega da coisa). Se eu devo restituir, a propriedade não é


minha, é de quem eu tomei emprestada a coisa.
Pela regra do res perit domino, se a perda se dá SEM culpa do devedor, sofrerá
o prejuízo o dono.
Dar coisa certa SEM culpa devedor = SEM perdas e danos. O
contrato resolve-se, devolve-se o que foi pago.
(perda total/perecimento)
COM culpa devedor = COM perdas de danos.
Resolve-se a obrigação, devolve-se o que foi pago e
o culpado paga perdas e danos.

Dar coisa certa SEM culpa devedor = credor escolhe se fica com o
bem descontado o valor que perdeu ou se resolve a
(perda parcial/deterioração)
obrigação, sem perdas e danos.

COM culpa devedor = idem acima, mas com perdas


e danos

Obrigação restituir SEM culpa devedor = credor sofre a perda

(perda total/perecimento) COM culpa do devedor = credor sofre a perda e


devedor responde pelo equivalente à coisa COM
perdas e danos.

Obrigação de restituir SEM culpa devedor = credor recebe a coisa no estado


em que se encontra, SEM perdas e danos
(perda parcial/deterioração)
COM culpa do devedor = o devedor responderá pelo
equivalente, COM perdas e danos

Dar coisa incerta Aqui vale a regra genus nunquam perit – o gênero
nunca perece. Mesmo se houver caso fortuito ou
força maior, o devedor não poderá alegar a
perda/deterioração do bem.

Memorize – COM culpa = COM perdas e danos; SEM culpa = SEM PERDAS e danos.

A culpa aferida sempre é do devedor (aquele que deve cumprir a obrigação, dar a coisa).

Se o devedor deve entregar a coisa e ela se perde, quem fica com o prejuízo é ele
próprio, o devedor.

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Se o devedor deve restituir a coisa e ela se perde, quem fica com o prejuízo é terceiro,
quem emprestou a coisa.

3.2.4 – Na obrigação de fazer o conteúdo é uma tarefa a ser desempenhada


pelo devedor, que pode ser substituível ou não.
Pode ser fungível ou infungível.
Fungível – Pode ser cumprida por terceiro. Não é personalíssima (intuitu
personae).
Havendo inadimplemento com culpa do devedor, o credor pode exigir: (1) o
cumprimento forçado da obrigação; (2) cumprimento por terceiro às custas do
devedor originários; (3) resolução da obrigação com perdas e danos.
Em caso de urgência, pode o credor executar ou mandar executar,
independentemente de autorização judicial, sendo depois ressarcido.
Infungível – É intuitu personae, logo, não pode ser cumprida por terceiro.
No caso de inadimplemento com culpa do devedor, o credor poderá exigir: (1)
cumprimento forçado; (2) resolução com perdas e danos.
Tanto na obrigação de fazer fungível quanto na infungível, se houver
inadimplemento ou impossibilidade sem culpa do devedor, a obrigação estará
resolvida e extinta.

3.2.5 – A obrigação de não fazer é intuitu personae, ou infungível. Havendo


inadimplemento com culpa do devedor, o credor poderá exigir: (1) que o ato não
seja praticado ou seja desfeito; (2) resolução com perdas e danos.
Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer a obrigação,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do devido ressarcimento
posterior.

➢ 3.3 Inadimplemento

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3.3.1– Em regra, o inadimplemento gera dano. Pode ser dano material ou


simplesmente moral. Entende-se, assim, por perdas e danos a indenização
imposta ao devedor que não cumpriu a obrigação, total ou parcialmente.
As perdas e os danos devidos ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar (lucros cessantes).
Nota-se, portanto, que o dispositivo estabelece a extensão das perdas e danos,
que devem abranger:
Danos emergentes: trata-se da diminuição patrimonial sofrida pelo credor; é
aquilo que ele efetivamente perde, seja porque teve depreciado o seu patrimônio,
seja porque aumentou o seu passivo.
Lucros cessantes: consistem na diminuição potencial do patrimônio do credor,
pelo lucro que deixou de auferir, considerando o inadimplemento do devedor.
Juros – Entende-se por juros os rendimentos do capital. São considerados frutos
civis da coisa, assim como os aluguéis. Representam, assim, o pagamento pela
utilização de certo capital alheio, integrando, dessa maneira, a classe das coisas
acessórias, conforme o art. 95 do CC/2002.
São espécies de juros:
Compensatórios (remuneratórios): são os juros devidos como compensação
pela utilização de capital alheio, sendo previstos em contrato. Por exemplo, os
decorrentes de um empréstimo de dinheiro.
Moratórios: decorrem do atraso na devolução do capital ou no
descumprimento da obrigação, sendo juros convencionais ou legais.
Simples: são calculados sobre o capital inicial.
Compostos: são capitalizados anualmente, calculando-se os juros sobre juros.
É importante saber que os juros moratórios não anulam os juros
compensatórios, pois incidem em momentos diferente e advêm de causas diversas.
Cláusula penal – A cláusula penal, chamada ainda de multa contratual ou
pena convencional, é uma obrigação acessória pactuada previamente pelas partes
com a finalidade de garantir o cumprimento da obrigação ou de fixar de forma
antecipada as perdas e danos. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal,
desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em

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mora. É importante saber que a cláusula penal não pode exceder o valor da
obrigação principal.
Arras ou sinal – As arras ou sinal consistem no depósito feito por uma das
partes no momento em que o contrato é celebrado com o intuito de garantir o
cumprimento da obrigação ou de antecipar a indenização devida em caso de
descumprimento.
Ponto relevante sobre o tema é que as arras possuem natureza acessória,
dependendo, portanto, da existência de um contrato principal.
As arras podem ser confirmatórias ou penitenciais. As arras
confirmatórias visam confirmar a execução do contrato/obrigação. Por fim, as
arras penitenciais possibilitam o direito de arrependimento e fixam previamente
a indenização no caso do seu exercício.

➢ 3.4 Extinção da Obrigação

3.4.1 – A obrigação deve ser paga ao credor ou ao seu representante ou ainda


ao terceiro.
Pagamento feito ao terceiro – somente terá eficácia jurídica se o credor o
ratificar ou se o devedor provar que o pagamento se reverteu em proveito do
credor.
Pagamento a credor putativo – O credor putativo é aquele que se apresenta
aos olhos de todos como o verdadeiro credor. O pagamento de boa-fé feito ao
credor putativo é válido.
Lugar do pagamento – O lugar do pagamento é o domicílio do
devedor, caso em que se diz que a dívida é quesível ou querable. Como exceção,
a dívida pode ser paga no domicílio do credor, caso em que passa a ser chamada de
dívida portável ou portable.
Tempo do pagamento – a regra é que toda obrigação deve ser paga no seu
vencimento. Para as obrigações que não tenham vencimento certo, o credor
pode exigi-las de imediato.

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4. Família

➢ 4.1 Regime de bens

4.1.1 – Princípios que regem o regime de bens no casamento.


Autonomia da vontade – há liberdade na escolha das regras quanto ao regime
de bens, salvo nas limitações das normas de ordem pública (separação obrigatória
de bens).
Indivisibilidade do regime – é um regime só para ambos os cônjuges.
Variedade do regime de bens – é possível estipular regime atípico, formando-
se um regime misto (comunhão parcial em relação aos bens imóveis e separação
de bens quanto aos bens móveis)
Mutabilidade justificada – é possível aos cônjuges ação judicial para
modificar o regime, desde que de forma consensual. Devem ser ressalvados direitos
de terceiros.

4.1.2 – Pacto antenupcial é o contrato por meio do qual os nubentes escolhem


o regime de bens do casamento. Deve ser feito por escritura pública, para ser
válido, e deve seguir o casamento, para ser eficaz. Se não houver casamento,
mas os nubentes conviverem em união estável, então o pacto é ineficaz e o regime
de bens será o da comunhão parcial.

Para valer contra terceiros, o pacto deve ser registrado no Registro de Imóveis
do domicílio dos cônjuges. Caso contrário, só valerá entre as partes, ficando, com
relação a terceiros, como se não existisse pacto, valendo para eles o regime de
comunhão parcial.

4.1.3 – Comunhão parcial de bens


Caso não haja a eleição de regime de bens, adota-se o regime legal da
comunhão parcial de bens.

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Comunicam-se – os bens havidos durante o casamento (FGTS e frutos dos bens


particulares)
Não se comunicam – os bens particulares, tidos anteriormente ao casamento, a
herança e a doação (mesmo que durante o casamento).

4.1.4 – Comunhão universal de bens


Comunicam-se – os bens anteriores e posteriores ao casamento, inclusive os
recebidos por herança e doação, salvo se houver cláusula de
incomunicabilidade.
Não se comunicam – a herança e doação feita com cláusula de
incomunicabilidade.

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4.1.5 – Participação final nos aquestos


Comunicam-se – os bens em que houve colaboração para a aquisição,
comprovado o esforço patrimonial comum.
Não se comunicam – os bens que possuía antes do casamento e os adquiridos
durante o casamento, desde que sem esforço do outro cônjuge.

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4.1.6 – Separação de bens


(I) Convencional – eleito pelas partes, por pacto antenupcial. Todos os bens
são particulares e não se comunicam.
(II) Obrigatório – a lei impõe este regime se: (I) um dos cônjuges tiver mais
de 70 anos; (II) um dos cônjuges necessita de suprimento judicial; (III) nas causas
suspensivas do casamento. Podem se comunicar os adquiridos na constância do
casamento, desde que comprovado o esforço comum.

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4.1.7 – Necessita de autorização do cônjuge, salvo no regime de separação


legal:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis – para vender imóvel, ainda
que pertencesse ao cônjuge antes do casamento e não se comunique no regime
de bens eleito, é necessária autorização;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam
integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando
casarem ou estabelecerem economia separada
A falta de outorga do cônjuge pode ser suprida pelo juiz. Praticado o ato
sem autorização do cônjuge, será anulável, prazo decadencial de 2 anos após
o fim do casamento.

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O cônjuge prejudicado pode validar o ato por instrumento público ou


particular, desde que autenticado.

➢ 4.2 Alimentos

4.2.1 – (I) definitivos: definidos em caráter permanente pelo juiz.


(II) provisórios: fixados antes da sentença em ação de alimentos que segue
o rito especial (Lei nº 5.478/68). Dependem de prova pré-constituída.
(III) provisionais: determinados em ações que não seguem o rito especial da
lei 5.748/68, em sede de tutela provisória (investigação de paternidade)
(IV) compensatórios: fixados entre cônjuges para afastar o desequilíbrio
econômico-financeiro após o fim da união. Nesse caso não há a possibilidade
de prisão por falta de pagamento.

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Necessidade/possibilidade – Necessidade do alimentando e possibilidade do


alimentante em pagar os alimentos. Deve haver, também, proporcionalidade entre
a necessidade e a possibilidade.
O não pagamento de alimentos caracteriza hipótese de prisão civil (exceto nos
alimentos compensatórios e alimentos indenizatórios).
A obrigação de pagar alimentos possui a capacidade de quebrar a
impenhorabilidade do bem de família e possibilita penhora do FGTS.
Se os pais não conseguirem pagar os alimentos, surge a possibilidade de
pleiteá-los dos avós, de maneira subsidiária.
A ação de alimentos é imprescritível, todavia, prescreve em dois anos o
direito de cobrar alimentos fixados em decisão judicial e não pagos. Contudo,
a prescrição entre ascendentes e descendentes não corre durante o poder familiar.
Isso significa dizer que, se uma decisão judicial fixa alimentos a serem pagos a
menor de dezoito anos e o pai não paga, começa a correr a prescrição após o
menor completar 18 anos.

➢ 4.3 Casamento

4.3.1 – Idade núbil – 16 anos é a idade que uma pessoa pode casar (não há
exceção, nem mesmo a gravidez permite casamento de pessoas menor de 16 anos).
Ocorre a emancipação do menor de 18 anos que se casa (a pessoa passa a ter
capacidade de fato). Menor de 18 anos necessita de autorização dos pais para se
casar, que pode ser revogada, até a celebração do casamento. Se os pais não
autorizarem, pode haver suprimento judicial, o juiz autoriza o casamento em
processo em que será nomeado curador especial para o menor.

4.3.2 – Impedimento do casamento – casamento nulo (ação declaratória de


nulidade, imprescritível):
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;

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III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi
do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau
inclusive (tio com sobrinho);
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de
homicídio contra o seu consorte.
Os impedimentos podem ser opostos até o momento da celebração do
casamento, por qualquer pessoa.
Essas regras aplicam-se à União Estável. No entanto, a pessoa casada que
esteja separada de fato (casada no papel, mas morando em casa diversa), pode
constituir união estável.

4.3.3 – Suspensão do casamento – casamento válido, mas impõe o regime


de separação obrigatória de bens, para evitar confusão patrimonial:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade
conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha
dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados
ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos
parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e
pelos colaterais em segundo grau (irmãos), sejam também consanguíneos ou
afins.

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Após solucionada a causa suspensiva do casamento, pode alterar o regime de


bens.

4.3.4 – Casamento anulável – ação anulatória no prazo decadencial específico


de cada caso:
I - de quem não completou a idade mínima para casar – prazo decadencial da
ação é de 180 dias;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal
- prazo decadencial da ação é de 180 dias;
III - por vício da vontade, se houver erro essencial (prazo decadencial de 3
anos), ou por coação (prazo decadencial da ação é de 4 anos);
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento – prazo decadencial da ação é de 180 dias;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges - prazo
decadencial da ação é de 180 dias;
VI - por incompetência da autoridade celebrante - prazo decadencial da ação é
de 2 anos;

4.3.5 – Celebração do casamento – o casamento é celebrado no cartório, a


portas abertas, ou em outro edifício público ou particular, se consentindo a
autoridade celebrante. O cartório emite editais e não oposta nenhuma hipótese de
impedimento, é lavrada certidão de habilitação, que tem efeito de 90 dias, prazo
em que o casamento deve ser realizado.
É obrigatória a presença de testemunhas: (I) duas testemunhas, no casamento
comum ou realizado no local em que se encontra nubente com moléstia grave;
(II) quatro testemunhas, se o nubente não souber/puder escrever; (III) seis
testemunhas, no caso de iminente perigo de vida do nubente, hipótese em que
o casamento é realizado sem a certidão de habilitação (casamento nuncupativo).

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5. Sucessões

➢ 5.1 Herança

5.1.1 – Pelo princípio da saisine a transferência da herança ocorre


automaticamente com o falecimento. Em momento posterior ao herdeiro é
possível aceitar ou renunciar a herança. São irrevogáveis os atos de aceitação ou
de renúncia da herança.
Aceitação – é anuir à transmissão dos bens do de cujus. Se o herdeiro aceitar a
herança, significa que a saisine (transmissão do domínio e posse da herança) está
confirmada, e a aceitação opera efeitos retroativos à data da morte.
A aceitação não tem forma pré-determinada, podendo ser expressa, tácita ou
presumida (considera-se aceita quando não houver renúncia).
A aceitação é indivisível (tudo ou nada) e incondicional (não se pode colocar
condição para aceitar herança).
Renúncia – é o ato pelo qual o herdeiro manifesta seu desinteresse em receber
a herança.
É um ato bastante solene, já que se trata de um ato abdicativo de direito à
herança (que é considerado bem imóvel).
a) Deve ser por escritura pública (já que é bem imóvel) ou por termo judicial
lançado aos autos do inventário;
b) Deve ser expresso (não se admite renúncia tácita)
Obs. Vê-se que a aceitação é ato não solene, que pode ser feito por qualquer
prova. Em contrapartida, a renúncia é ato solene, que deve ser expresso em
instrumento público ou termo judicial.
c) Não se admite promessa de renúncia, nem renúncia tácita ou presumida.

5.1.2 – Herança jacente é aquela que não se tem conhecimento dos herdeiros.
Os bens são arrecadados e guardados por um curador. Será feito o inventário dos
bens e a publicação de editais para a convocação de possíveis herdeiros. Após um
ano da primeira publicação sem que se habilite qualquer herdeiro, será a herança

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declarada vacante, isto é, a herança é declarada de ninguém. No entanto, havendo


renúncia ao direito de herança a vacância será declarada de imediato. Após cinco
anos da abertura da sucessão, não se habilitando qualquer herdeiro, os bens passam
ao domínio do poder público.

5.1.3 – Direito à sucessão aberta (herança), é considerado um bem imóvel.


Portanto, a renúncia à herança é renúncia de imóvel, motivo pelo qual deve ser
feita por escritura pública mediante autorização do cônjuge.

Memorize – a renúncia à herança é renúncia de bem imóvel, portanto, exige que seja
feita por escritura pública e com autorização do cônjuge.

5.1.4 – O pacto sucessório (pacta corvina) é a proibição da herança de pessoa


viva constar como objeto de um contrato, sob pena de nulidade.
No entanto, o herdeiro pode ceder sua quota da herança, após o falecimento
e antes da partilha.
Se após a cessão se encontrar mais bens, estes não entram nessa cessão, só
entram aqueles que o herdeiro tinha ciência, no momento da cessão. Se outro
co-herdeiro se interessar em adquirir a quota da herança, pelo mesmo valor
oferecido a estranho, tem direito de preferência (ex: herdeiro A quer ceder sua
quota para X, mas o herdeiro B tem interesse nessa quota, então o herdeiro B tem
preferência para adquirir a quota do herdeiro A).

➢ 5.2 Sucessão Legítima

5.2.1 – A sucessão legítima acontece quando não há testamento válido ou se


houver herdeiro legítimo, mesmo com testamento. A herança será deferida
conforme a ordem de vocação hereditária seguinte:
I - descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente (o cônjuge
não tem direito a herança se o regime do casamento for de comunhão universal,
separação obrigatória ou comunhão parcial de bens, sem bens particulares);

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Regime da comunhão universal – cônjuge fica com sua metade do patrimônio


(meeiro) e a metade do falecido é dividida somente entre os descendentes;
Regime da comunhão parcial de bens – se tiver bens particulares do falecido,
cônjuge herda estes bens em concorrência com os descendentes; se não tiver
bens particulares, cônjuge não herda os bens, fica apenas com sua metade dos
bens comuns pelo fim do casamento (não é herança).
Regime da separação obrigatória – cônjuge não recebe herança.
II - ascendentes, em concorrência com o cônjuge (independe o regime de
casamento para o cônjuge receber a herança);
III - cônjuge/companheiro sobrevivente (independe o regime de casamento);
IV – colaterais até o 4º grau.

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5.2.2 – Descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente


(I) Os descendentes mais próximos (filhos) excluem os menos próximos (netos
e bisnetos). Portanto, sendo vivos todos os filhos, a herança é somente deles, não
é rateada com os outros descendentes menos próximos (netos e bisnetos); se todos
os filhos são pré-mortos (aquele que morreu antes da abertura da sucessão), então
buscam-se os descendentes mais próximos (netos), antes de tentar partir para
os ascendentes (2º na ordem de vocação hereditária).

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(II) O descendente pré-morto não entra na ordem de vocação hereditária.


Se o pré-morto deixou filho, este filho será seu representante na sucessão
(representação por estirpe).

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(III) Havendo comoriência (morte simultânea do pai e de um filho), o filho


que faleceu junto não é herdeiro, no entanto, se este filho deixou um neto,
haverá a representação por estirpe e este neto receberá sua quota da herança.
(IV) Se um dos filhos renunciou à herança, os netos não podem representa-
lo e sua parte será dividida entre os outros filhos do falecido.

(V) Casamento em regime de comunhão universal – o cônjuge fica com sua


metade (meeiro) e a outra metade é dividida entre os descendentes.

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(VI) Casamento em regime de comunhão parcial – se tiver bens particulares


do falecido, cônjuge herda estes bens em concorrência com os descendentes;
quanto aos bens comuns ao casamento, metade é do cônjuge pela dissolução do
casamento (não é herança) e a outra metade vira herança, que será dividida
somente entre os descendentes.

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(VI) Casamento em regime de separação obrigatória/convencional – o


cônjuge não entra na herança se o regime do casamento for de separação
obrigatória, mas tem direito à herança se o regime for de separação convencional.

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Memorize – Quando o cônjuge concorre a herança do falecido com seus filhos


comuns, não pode receber menos do que ¼ da herança. Se o falecido tiver ao menos
um filho que não seja comum com o cônjuge, então o cônjuge não tem direito a
receber no mínimo ¼ e a herança será dividida de forma igual a todos.

5.2.3 – Ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente


(I) Se o falecido não tiver descendentes (filhos, netos, bisnetos), a herança vai
para os ascendentes (pais, avós), em concorrência com o cônjuge,
independentemente do regime de bens do casamento (divisão igualitária).
(II) Na hipótese de os pais do falecido serem pré-mortos, a herança vai para
os avós do falecido, na proporção de 50% para os avós maternos e 50% para
os avós paternos, em concorrência com o cônjuge (cônjuge recebe 50% e o
restante é divido de forma igual entre os avós).

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5.2.4 – Cônjuge
(I) Se o falecido não tiver descendentes nem ascendentes, o cônjuge herda
100% do seu patrimônio, independentemente do regime de bens (mesmo se for
separação obrigatória/legal).

5.2.5 – Colaterais, até o 4º grau


(I) Não havendo descendente, ascendente nem cônjuge, os bens do falecidos
serão herdados, nessa ordem: irmãos, sobrinhos, tios e primos. Portanto, sobrinhos
têm preferência aos tios.
(II) Se o falecido tiver irmãos bilaterais (dos mesmos pais) e unilaterais (só por
parte de pai ou de mãe), os irmãos bilaterais têm direito ao dobro dos irmãos
unilaterais.

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5.2.6 – Exclusão de herdeiro

Exclusão de herdeiro

Indignidade Deserdação

Necessita decisão judicial (obs.: o Necessita testamento + decisão


trânsito em julgado da sentença penal judicial
condenatória acarretará a imediata
exclusão do herdeiro indigno,
independentemente da sentença cível)

Qualquer herdeiro Somente herdeiro necessário

Causas: Causas:
- Homicídio doloso consumado ou - As mesmas da indignidade
tentado contra autor da herança, seu
- Ofensa física
cônjuge, ascendente ou descendente
- Injúria grave

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- Calúnia ou crime contra a honra - Relações ilícitas do herdeiro com


contra autor da herança ou seu cônjuge padrasto/madrasta
- por violência ou fraude impeça o - descendente que desampara
autor da herança de realizar testamento ascendente com alienação mental ou
grave enfermidade

É cabível a reabilitação do herdeiro excluído se o autor da herança assim dispor


em testamento

➢ 5.3 Sucessão Testamentária

5.3.1 – A sucessão testamentária é aquela manifestada pelo falecido,


expressa em testamento, legado ou codicilo.
Falecido COM herdeiro necessário = pode dispor até 50% dos bens.
Falecido SEM herdeiro necessário = pode dispor até 100% dos bens.

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O herdeiro testamentário pode ser qualquer pessoa, inclusive o próprio


herdeiro necessário.

5.3.2 – Pode dispor, por testamento, toda pessoa capaz. A capacidade é


aferida no momento da confecção do testamento. Se a pessoa fizer um
testamento enquanto for incapaz e depois se tornar capaz, o testamento é
inválido.

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PROCESSO CIVIL

Novidades legislativas

➢ Citação e Intimação

1 – A citação deve ser efetivada em até 45 (quarenta e cinco dias) a partir da


propositura da ação.

2 – A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de


até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar. Então, essa decisão do
juiz deve se dar dentro dos 45 dias, vistos no tópico acima.

3 – A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do


recebimento da citação eletrônica, implicará a realização da citação:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV - por edital.
Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado em alguma dessas
formas deverá apresentar justa causa para a ausência de confirmação do
recebimento da citação enviada eletronicamente.
Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5%
(cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa
causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico.
4 – A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer
comarca do País, exceto:
I - nas ações de estado de pessoas (tutela provisória), em que a citação deve ser
feita na pessoa do réu;
II - quando o citando for incapaz;

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III - quando o citando for pessoa de direito público;


IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência;
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.

1. Recursos

➢ 1.1 Visão Geral

1.1.1 – Visão geral sobre recursos:

Recurso Prazo Cabimento

Apelação 15 dias Sentença com ou sem resolução de


mérito no procedimento do CPC

Agravo instrumento 15 dias Decisões interlocutórias

Especial 15 dias Ofensa a lei federal

Extraordinário 15 dias Ofensa a CF

Embargos declaração 5 dias Obscuridade, omissão ou


contradição

Inominado 10 dias Da sentença do juizado especial

Memorize – Atenção para o prazo em dobro para o Ministério Público, a Defensoria


Pública e Fazenda Pública.

1.1.2 – O prazo para interposição de recurso conta-se da data da intimação


da decisão. Quando a decisão for proferida em audiência, considera-se intimado
nesta data, da audiência.

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➢ 1.2 Apelação

1.2.1 – A apelação é cabível nos seguintes casos:


(I) sentença no rito ordinário do CPC – mas, atenção, no JEC, cabe recurso
inominado;

(II) indeferimento de petição inicial – aqui o prazo é de 5 dias e facultado ao


juiz exercer a retratação no prazo de 05 dias. A retratação não é cabível, como
regra, mas pode se retratar o juiz se a apelação for contra sentença que indefere
a inicial, que determine a extinção do processo sem resolução do mérito e que
julgue improcedente a liminar;
(III) decisão interlocutória contra a qual não caiba agravo de instrumento
(rol taxativo do art. 1.015 CPC) – como o CPC aboliu a figura do agravo retido,
a parte deverá aguardar a prolação de sentença para suscitar o direito em
preliminar de apelação.

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Após certificado o trânsito em julgado, não cabe apelação. Cabível ação


rescisória, nas hipóteses do art. 966 CPC.
Na dúvida se a decisão é sentença ou decisão interlocutória, aplica-se a
fungibilidade recursal, reconhecendo-se um recurso pelo outro (se era caso de
agravo de instrumento, mas foi interposta apelação, no caso em que há dúvida
razoável sobre a natureza da decisão, aceita-se o recurso interposto como o
cabível).

1.2.2 – A parte interpõe o recurso de apelação perante o juízo de primeiro


grau, que, após apresentadas as contrarrazões de apelação, remete os autos para
o Tribunal competente para o julgamento. O juízo de admissibilidade é feito
pelo Tribunal (juízo ad quem).

1.2.3 – Via de regra, a apelação tem duplo efeito: devolutivo e suspensivo.


Devolutivo, pois a matéria recorrida é devolvida para decisão.
Suspensivo, pois a decisão imposta na sentença fica suspensa, não podendo
ser executada.

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Não tem efeito suspensivo automático a apelação nas hipóteses do quadro


abaixo, as quais se admite execução provisória:

Memorize – A apelação não terá efeito suspensivo quando atacar decisão que:

- homologa divisão ou demarcação de terras;

- condena a pagar alimentos;

- julga improcedente os embargos do executado;

- julga procedente a instituição da arbitragem;

- confirma, concede ou revoga tutela provisória;

- decreta interdição.

Nessas hipóteses, a parte deve pedir, expressamente, a concessão de efeito suspensivo.

1.2.4 – O recurso adesivo é cabível somente na apelação, recurso especial e


extraordinário. Também só é cabível se a sentença for parcialmente
procedente, isto é, necessário que a sucumbência seja recíproca.
O recurso adesivo é apresentado junto com as contrarrazões e a parte não
pode ter interposto recurso de apelação no prazo.
Portanto, o recurso adesivo é uma forma de interposição de recursos
"tardiamente" para aqueles que inicialmente não tinham intenção de recorrer, mas
aproveitando o recurso da parte contrária, apresenta juntamente com suas
contrarrazões, o recurso adesivo, recorrendo da parte da decisão em que foi
sucumbente.
Não cabe recurso adesivo no recurso inominado no JEC.

➢ 1.3 Agravo de Instrumento

1.3.1 – O art. 1015 traz um rol de hipóteses de cabimento do agravo de


instrumento contra decisão interlocutória de 1ª instância.
É um rol cuja taxatividade é mitigada. Cabe agravo de instrumento nas
hipóteses do artigo e também para decisões interlocutórias cuja urgência da

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discussão demande recurso imediatamente, pois se esperar para discutir em


apelação, será inútil.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:

I - tutelas provisórias; tanto de urgência quanto de evidência

II - mérito do processo;

III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

VI - exibição ou posse de documento ou coisa;

VII - exclusão de litisconsorte;

VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; - exceto no caso de amicus


curiae, pois é decisão irrecorrível
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;

XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;

XII - (VETADO);

XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões


interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de
sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

1.3.2 – O agravo de instrumento é interposto diretamente no Tribunal (juízo


ad quem), onde será feito o juízo de admissibilidade.
O agravante deve informar o juízo a quo da interposição, no prazo de três dias.
Se não o fizer e o agravado arguir em contrarrazões essa ausência de informação,
então o recurso será inadmitido. Mas, se o agravado não arguir nada, o recurso será
admitido. Essa regra só vale para o processo físico, para o processo digital não é
necessário informar.

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1.3.3 – Chama-se agravo de instrumento porque é necessário formar um


instrumento, com algumas peças, obrigatórias e facultativas.
As peças obrigatórias são: (I) petição inicial; (II) contestação; (III) petição que
ensejou a decisão agravada; (IV) a decisão agravada; (V) certidão de intimação que
comprove a tempestividade; (VI) e procurações outorgadas aos advogados das
partes. Se não houver algumas dessas peças nos autos originários, o agravante
deve declarar a inexistência delas, na petição do agravo.
De forma facultativa pode a parte juntar quaisquer outras peças.
A falta de juntada da cópia dessas peças, o relator intima para a juntada da
peça faltante, sob pena de não conhecimento do recurso
Todavia, se os autos forem digitais, dispensa-se a juntada de quaisquer
peças, inclusive as obrigatórias.
Interposto agravo de instrumento, pode o juiz retratar-se da decisão agravada.

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➢ 1.4 Agravo Interno

1.4.1 – O agravo interno é cabível contra decisão monocrática de órgão


colegiado (tribunal). O prazo é de 15 dias, observado o prazo em dobro para
Ministério Público, Defensoria Pública e Advocacia Pública.

O relator que prolatou a decisão pode se retratar ou manter a decisão e incluir


o processo em pauta de julgamento.

Interposto o agravo interno, nos próprios autos, é vedado ao relator se limitar


a reproduzir os fundamentos da decisão agravada.
Se o agravo interno for julgado manifestamente inadmissível ou
improcedente em votação unanime, o agravante será condenado a pagar multa
de 1% a 5% do valor da causa para o agravado.
Se o agravante for multado e quiser recorrer, o novo recurso fica
condicionado ao depósito do valor da multa, exceto para a Fazenda Pública e
o beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.

➢ 1.5 IRDR

1.5.1 – O Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva é cabível quando


houver, simultaneamente: (I) efetiva repetição de processos com controvérsia
da mesma questão de direito; (II) risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica. Não cabe IRDR quando o STJ ou STF já tiver afetado recurso para
definição sobre questão repetitiva.

Para suscitar a instauração do IRDR, deve ser feito pedido ao presidente do


tribunal.

A atuação do Ministério Público é obrigatória e ele deve assumir a titularidade


da ação se houver desistência ou abandono.

A admissão do IRDR suspende os processos com o mesmo tema no Estado. O


IRDR deve ser julgado no prazo de um ano e terá preferência sobre os demais

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feitos, exceto nos casos em que houver réu preso o e pedidos de habeas Corpus.
Do julgamento do mérito do IRDR, cabe recurso especial ou extraordinário.

Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: (I) a todos os processos


individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que
tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região; (II) aos casos
futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no
território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986 .

Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.

2. Processo de execução

➢ 2.1 Noções Gerais

2.1.1 –

Cumprimento de Sentença Execução Autônoma

Título executivo judicial (515 CPC) Título executivo extrajudicial (784


CPC)

Inicia-se nos mesmos autos da ação de Inicia-se em autos próprios, por


conhecimento (processo sincrético), petição inicial
mediante requerimento simples

Executado é intimado a pagar Executado é citado a pagar


(exceções serão vistas abaixo)

Não admite parcelamento, mas se as Admite parcelamento em até 6x,


partes assim convencionarem, o juiz comprovado o depósito de 30% do
pode homologar valor da execução

Meio de defesa: impugnação Meio de defesa: embargos à execução

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➢ 2.2 Cumprimento de Sentença

2.2.1 – Como vimos na tabela acima, via de regra o cumprimento de sentença


é feito nos mesmos autos. No entanto, são títulos executivos judiciais sui generis
que demandam execução em outros autos: (I) sentença penal condenatória; (II)
sentença arbitral; (III) sentença estrangeira homologada pelo STJ. Nestes casos,
em vez do executado ser intimado, deve ser citado.

2.2.2 – Prazo para pagamento/impugnação – Intimado, o executado tem 15


dias para efetuar o pagamento voluntário, sob pena de multa e honorários de
10% (essa multa não se aplica à Fazenda Pública, que é intimada para
impugnar e não para efetuar o pagamento). Efetuado pagamento parcial,
incidirá multa sobre o restante. Se considerar equivocado o cálculo devido, tem
mais 15 dias (após passados os 15 dias para pagar) para apresentar
impugnação, independentemente de penhora ou nova intimação. A
impugnação não impede a prática dos atos executivos.

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2.2.3 – Impugnação – É apresentada em petição nos mesmos autos, o prazo se


inicia após encerrado os 15 dias para pagamento voluntário.

Impugnação Embargos à Execução

Meio de defesa no cumprimento de Meio de defesa na execução


sentença de título judicial autônoma de título extrajudicial

Prazo de 15 dias, contados após Prazo de 15 dias, contados da juntada


esgotados os 15 dias para pagamento do mandado de citação positivo;
voluntário; Fazenda Pública é intimada Fazenda Pública tem 30 dias
para impugnar, não para pagar, e seu
prazo é de 30 dias

Admite prazo em dobro quando houver Não admite o prazo em dobro no


litisconsórcio com advogados litisconsórcio
diferentes

Via de regra, a decisão que julga a Via de regra, a decisão que julga
impugnação é interlocutória, cabível embargos à execução é sentença,
agravo de instrumento cabível apelação

Não possui efeito suspensivo Não possui efeito suspensivo


automático, mas pode ser concedido automático, mas pode ser concedido
se: se:
(I) houver pedido expresso (I) houver pedido expresso
(II) demonstrar que o prosseguimento (II) demonstrar os requisitos da tutela
pode causar grave dano de difícil ou provisória
incerta reparação ao executado
(III) garantir o juízo com penhora,
(III) garantir o juízo com penhora, caução ou depósito
caução ou depósito

Não tem efeito suspensivo, mas a parte pode requerer, conforme regras na
tabela acima. Se concedido o efeito suspensivo: (I) não impedirá os atos de
substituição/reforço/redução da penhora e de avaliação dos bens; (II) o
exequente pode requerer o prosseguimento da ação, se prestar caução.

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3. Intervenção de terceiros

➢ 3.1 Assistência

3.1.1 – Quanto à assistência:


Assistente Simples - O assistente simples não é parte, por isso não é coberto
pela coisa julgada, mas por uma estabilização distinta denominada justiça da
decisão, que, eventualmente, poderá ser afastada.
Assistência Litisconsorcial - O assistente litisconsorcial é parte no processo
e pode ir além do que fizer o assistido, logo, se não houver recurso do assistido,
poderá o assistente recorrer; se o assistido desistir do processo, poderá
prosseguir o assistente.

➢ 3.2 Chamamento ao Processo

3.2.1 – A finalidade do chamamento ao processo é trazer ao polo passivo


pessoas que são obrigadas para responderem o processo junto com aquele que foi
demandado. Aquele que eventualmente cumprir a obrigação ao autor,
automaticamente ficará com um título executivo contra os demais responsáveis,
garantindo o direito ao regresso.
São hipóteses de cabimento:
a) fiador – afiançado: Autor entra com ação conta o fiador que se obrigou pelo
contrato. Ao fiador é possível chamar ao processo o afiançado, pois, caso pague o
autor, terá garantido o direito de regresso contra o afiançado.
b) fiador – cofiadores: na hipótese de ter mais de um fiador, aquele demandado
pode chamar ao processo os demais.
c) devedores solidários: um credor é demandado e chama ao processo os
demais credores, que tem responsabilidade solidária.
O momento processual para o réu realizar o chamamento ao processo é no
prazo da contestação. Os que forem chamados ao processo devem ser citados no
prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.

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➢ 3.3 Denunciação da Lide

3.3.1 – A denunciação da lide tem por finalidade fazer com que terceiro venha
a litigar em conjunto com o denunciante e, se houver a condenação deste, o
denunciado ressarcirá o prejuízo do denunciante.
É, na realidade, uma ação de regresso – que tramita em conjunto com a ação
principal.
Sempre será possível utilizar ação autônoma, se a denunciação for indeferida
ou não for proposta.
Duas são as hipóteses em que é cabível a denunciação: evicção e contrato de
seguro.
Evicção – A vende para B um imóvel e, posteriormente, C ingressa em juízo
contra B, afirmando que o imóvel é seu, B pode denunciar A, que terá direito a
adjudicação do bem.
Contrato de seguro – O réu pode denunciar aquele que tem obrigação de
indenizar, por força de lei ou contrato (o exemplo típico é o réu, em uma ação

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indenizatória por acidente de veículo, acionar sua seguradora para integrar o polo
passivo).

3.3.2 – Diferenças entre denunciação da lide e chamamento ao processo.


DENUNCIAÇÃO DA LIDE CHAMAMENTO AO PROCESSO

É admissível a denunciação da lide, É admissível o chamamento ao processo,


promovida por qualquer das partes: requerido pelo réu:

I - ao alienante imediato, no processo I - do afiançado, na ação em que o fiador for


relativo à coisa cujo domínio foi réu;
transferido ao denunciante, a fim de que
II - dos demais fiadores, na ação proposta
possa exercer os direitos que da evicção
contra um ou alguns deles;
lhe resultam;
III - dos demais devedores solidários,
II - àquele que estiver obrigado, por lei
quando o credor exigir de um ou de alguns o
ou pelo contrato, a indenizar, em ação
pagamento da dívida comum.
regressiva, o prejuízo de quem for
vencido no processo.

4. Audiência preliminar

➢ 4.1 Disposições Gerais

4.1.1 – Não sendo caso de indeferimento da petição inicial, o juiz designará


audiência, a ser presidida preferencialmente por mediador ou conciliador. A
audiência ocorre antes do réu apresentar contestação.
A audiência de conciliação deve ser designada pelo juiz ao mesmo tempo em
que determinada a citação, logo, em momento anterior à resposta do réu, com
no mínimo trinta dias de antecedência. Somente será designada quando o litígio
admitir autocomposição (art. 334, § 4.º, II, do CPC/2015); caso contrário, o réu
será citado para apresentar resposta no prazo legal.
É possível mais de uma audiência consensual, que terão de ser realizadas, no
máximo, até 2 meses da data de realização da primeira.

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As partes deverão comparecer à audiência de conciliação ou mediação


acompanhadas por advogado, sendo possível a constituição de representante,
desde que com poderes para negociar. Pelo Código, a pauta das audiências de
conciliação e mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de
20 minutos entre o início de cada audiência. Será possível a realização da
audiência de conciliação ou mediação por meio eletrônico. Se houver acordo
nessa audiência, será reduzido a termo e homologado por sentença.

➢ 4.2 Não realização/comparecimento

4.2.1 – Não se realizará a audiência preliminar:


a) direitos que não admitem autocomposição – exemplo: ação de interdição.
b) quando ambas as partes manifestarem expresso desinteresse – o autor deve
manifestar o desinteresse na petição inicial e o réu em petição apresentada até 10
dias antes da audiência. Protocolada a petição de desistência por parte do réu,
inicia-se seu prazo para contestação. Caso autor ou réu não manifeste interesse
ou desinteresse, a audiência será marcada, porque o desinteresse deve ser expresso.

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4.2.2 – O não comparecimento injustificado à audiência, seja por parte do


autor ou réu, acarreta multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou
valor da causa, por ato atentatório à dignidade da justiça, cujo valor se reverte aos
cofres públicos. Essa decisão que impõe a multa é interlocutória contra a qual não
cabe agravo de instrumento de imediato.
No entanto, é possível a parte não comparecer, desde que envie algum
representante com poderes para transigir e conciliar.

Não comparecimento à audiência preliminar

Juizado Especial Rito Ordinário CPC

Autor = extinção do processo Autor ou réu = multa de até 2%,


revertida aos cofres públicos, por ato
Réu = revelia
atentatório à dignidade da justiça

Deve haver intervalo mínimo de 20 dias entre a audiência preliminar e a


audiência de instrução e julgamento.

5. Tutela provisória

➢ 5.1 Disposições Gerais

5.1.1 – A tutela provisória pode ser requerida pelo autor ou réu, a qualquer
momento processual, inclusive em grau recursal.

5.1.2 – A tutela provisória pode ser concedida em decisão interlocutória


(cabe agravo de instrumento dessa decisão) ou na sentença, hipótese em que o
recurso não tem efeito suspensivo, ou seja, a decisão produz efeitos desde logo.
Se o pedido é feito diretamente no tribunal, quem decide é o relator, de forma
monocrática, logo, o recurso cabível é agravo interno.

5.1.3 – A tutela provisória pode ser de urgência ou evidência.

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A tutela de urgência pode ser: (I) antecipada – hipótese em que o pedido da


tutela é justamente a antecipação da decisão de mérito (ex: obrigar o plano de saúde
a autorizar cirurgia); (II) cautelar – utilizada para assegurar o êxito do pedido
principal (ex: litígio sobre a propriedade de um veículo, pedido de sequestro do
bem, para preserva-lo até o final do processo). Ainda, a tutela de urgência, tanto
antecipada quanto cautelar, pode ser antecedente ou incidental: (I)
antecedente - a tutela é pleiteada antes da dedução do pedido em juízo; (II)
incidental – pleiteada dentro do processo em que se pede a tutela definitiva.

➢ 5.2 Tutela de Urgência

5.2.1 – Requisitos da tutela de urgência:


a) elementos que evidenciem a probabilidade do direito; b) perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo (fumus boni iuris + periculum in mora).
A tutela de urgência antecipada não será concedida se houver perigo de
irreversibilidade da decisão (essa regra se aplica somente à tutela de urgência
antecipada).

5.2.2 – O juiz pode exigir caução real ou pessoal (fidejussória) para deferir a
tutela de urgência, podendo ser dispensada se a parte for hipossuficiente.

5.2.3 – O juiz pode designar audiência de justificação, para verificar os


requisitos para a concessão da tutela de urgência, ou pode deferir a tutela
liminarmente (inaudita altera pars), sem essa audiência.

5.2.4 – A tutela de urgência cautelar pode ser efetivada mediante arresto,


sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

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5.2.4 – Efetivada a tutela de urgência (cautelar ou antecipatória) e,


posteriormente, reformada, deverá o autor reparar o dano processual causado
ao réu, com a indenização fixada, preferencialmente, nos mesmos autos.

5.2.5 – Uma novidade é tutela de urgência antecedente, em que a urgência é


contemporânea ao ajuizamento da ação, muito mais urgente que a urgência
comum.
O autor faz o pedido em uma petição simplificada para pedir a tutela de
urgência, cientificando o juiz de que irá aditar a petição inicial para
complementar sua argumentação, juntar novos documentos e confirmar o
pedido de tutela final, em 15 dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar.
Se a parte não aditar, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito
(recurso cabível é apelação).
No aditamento, não haverá a necessidade de recolhimento de novas custas. Feito
o aditamento, o réu será citado para comparecer à audiência de conciliação ou de
mediação; não havendo acordo, somente aí haverá o início do prazo para
contestação.
Imaginando que o juiz não entenda ser hipótese tão urgente a ponto de
admitir a tutela de urgência antecedente, o autor será intimado a emendar a
petição inicial, em cinco dias, sob pena de extinção do processo sem resolução do
mérito.

Urgência Antecipada Antecedente Urgência Cautelar Antecedente

Pede a tutela em petição simplificada Pede a tutela em petição simplificada

Aditar a inicial em 15 dias Aditar a inicial em 30 dias

Réu citado para audiência conciliação Réu citado para contestar em 5 dias

Pode ter a estabilização dos efeitos se Não pode ter estabilização dos efeitos
o réu não agravar

5.2.6 – Estabilização da tutela de urgência – Concedida a tutela de urgência


ANTECIPADA ANTECEDENTE (somente ela admite essa regra – aquela em

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que a urgência é maior) em liminar, se o réu não interpuser agravo de


instrumento, haverá o fenômeno da estabilização dos efeitos da tutela de
urgência a ação é extinta sem resolução do mérito (recurso cabível é apelação).
Essa estabilização significa que a decisão somente poderá ser
revista/reformada/invalidada se for proposta nova ação, no prazo decadencial
de até dois anos, contado da ciência da decisão que extinguiu o processo. NÃO
É AÇÃO RECISÓRIA !!!

➢ 5.3 Tutela de Evidência

5.3.1 – A tutela da evidência busca resguardar um direito evidente; ou seja, é


uma tutela provisória que não depende de urgência, será concedida
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo.
O Código a prevê em quatro situações:
I) – ficar caracterizado abuso do direito de defesa ou manifesto propósito
protelatório da parte (tutela da evidência penalizadora da má-fé);
II) – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou
súmula vinculante (tutela da evidência fundada em tese firmada em tribunal
superior);
III) – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega
do objeto custodiado sob cominação de multa (tutela da evidência em contrato de
depósito);
IV) – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável (tutela da evidência fundada em prova incontroversa).
Nos casos dos incisos II e III será possível a concessão liminar inaudita altera
pars.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

1. Adoção

➢ 1.1 Noções Gerais

1.1.1 – Ato personalíssimo: não se pode adotar por procuração; excepcional


e irrevogável: somente acontecerá quando for impossível manter a
criança/adolescente em sua família natural ou extensa e não pode ser revogado,
como ocorre na guarda e tutela; incaducabilidade: a morte dos pais adotantes não
reestabelece o poder familiar dos pais biológicos; plenitude: o adotado tem a
mesma condição de filho biológico, não havendo qualquer distinção; constituição
por sentença judicial: a adoção exige sentença judicial, não pode acontecer por
escritura pública.
É possível a modificação do prenome, seja qual for a idade do adotando. Se
essa modificação for requerida pelos pais adotivos, a criança/adolescente deve ser
obrigatoriamente ouvida.

1.1.2 – Idade – Quem quer adotar deve ter no mínimo 18 anos e deve ser
no mínimo 16 anos mais velhos que a criança/adolescente a ser adotada. No
caso de adoção conjunta, apenas um dos membros do casal pode cumprir esses
requisitos.
Consentimento dos pais – o consentimento dos pais biológicos deve se dar em
audiência específica para essa finalidade, podendo haver retratação até a data
da audiência e arrependimento em até dez dias, contados da sentença de
extinção do poder familiar.
Destituição do poder familiar – A ação de destituição do poder familiar
deve ser ajuizada em até 15 dias do recebimento do relatório e deverá se
encerrar em até 120 dias.
Consentimento do adolescente – Tanto a criança quanto o adolescente tem o
direito de ser ouvido perante o juiz. Se o adolescente não consentir, não será
adotado. Portanto, o adolescente deve concordar com a adoção, para que seja

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colocado em família substituta. Já a criança apenas deve ser ouvida e não tem
poder decisório sobre a adoção.
Cadastramento prévio – em regra, deve ser cadastrado para poder adotar.
Exceções: adoção unilateral (marido quer adotar filho da esposa); adoção por
membro da família extensa (excetuam-se irmãos, que não podem adotar irmãos, e
avós não podem adotar netos); detentor da guarda/tutela de criança maior de 3 anos
que tenha afinidade. Esse cadastramento é renovado no mínimo a cada três anos.
Estágio de convivência – há que se fazer diferenciação entre adoção nacional
(não pressupõe saída da criança/adolescente do território nacional) e adoção
internacional (pressupõe a saída da criança/adolescente do território nacional).

Modalidade Dispensa Prazo Prazo máximo


adoção mínimo

Nacional É possível Não tem 90 dias

Internacional Não. Deve ser 30 dias 45 dias,


cumprido no prorrogáveis por
Brasil. igual período, uma
única vez.

1.1.3 – Irmão não pode adotar irmão. Avós não podem adotar netos.
Tutor/curador não pode adotar enquanto não prestadas contas da situação jurídica
da tutela/curatela.

1.1.4 – Adoção internacional corresponde àquela em que o adotante possui


residência habitual em um país e deseja fazê-lo em outro.

Memorize – Adoção internacional não é a adoção efetivada somente por


estrangeiros, o adotante pode ser brasileiro! O requisito é morar no exterior!!!
Estrangeiros residentes no Brasil se sujeitam às regras da adoção nacional.

Portanto, mesmo que sejam brasileiros, terão de se submeter às regras da


adoção internacional se, residentes no exterior, quiserem adotar uma criança
no Brasil.
Estrangeiros residentes no Brasil se sujeitam às regras de adoção nacional.

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Memorize – Estrangeiro residente no Brasil terá preferência sobre brasileiro


residente no exterior.

1.1.5 – O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como
obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada, após
completar 18 anos. Ao menor de 18 anos é possível esse direito, desde que parta
do menor o pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.

2. Medidas socioeducativas

➢ 2.1 Noções Gerais

2.1.1 – Medidas socioeducativas são aplicáveis somente aos adolescentes.


Medidas de proteção são aplicáveis tanto a crianças como a adolescentes.

2.1.2 – A remissão consiste em um perdão dado ao adolescente.


Remissão pré-processual – Somente o Ministério Público pode oferecer,
antes do ajuizamento da ação, como hipótese de exclusão do processo, devendo
ser homologada pelo juiz.
Remissão judicial – depois de ajuizada a ação, até a sentença, o juiz pode
conceder a remissão, sem a necessidade de concordância do Ministério
Público, como forma de suspensão ou extinção do processo.

2.1.3 – Advertência
Por ser mais branda, pode ser aplicada se houver prova da materialidade e
indícios suficientes da autoria, diferentemente das demais, que para serem
aplicadas pressupõem provas suficientes de autoria e de materialidade da infração
(obtidos na ação socioeducativa).

2.1.4 – Obrigação de reparar o dano

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A finalidade dessa medida é compensar a vítima, por meio da restituição de


bem, ressarcimento, ou outra forma a depender do caso.
Para a aplicação dessa medida, é necessário existir prova da autoria e da
materialidade da infração, não bastando a obtenção de indícios nesse
caso. Trata-se de medida gerenciada pelo próprio Poder Judiciário, cabendo ao
Judiciário a fiscalização direta e indireta, para que se comprove a reparação.

2.1.5 – Prestação de serviços à comunidade


Consiste na realização, pelo adolescente, de tarefas de interesse geral, de forma
gratuita, observadas as suas aptidões e atendidas as regras do art. 117 do ECA.
Existe um limite de jornada semanal máxima de oito horas, que poderá ser
cumprida aos sábados, domingos, feriados ou dias úteis, desde que não
prejudique a frequência escolar ou atividades profissionais desempenhadas
pelo adolescente. A medida deve, contudo, ser cumprida em período não
superior a seis meses.

Memorize – A medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade deve


obedecer a um limite semanal máximo de oito horas, não podendo a medida durar
mais do que seis meses.

Para a aplicação dessa medida, é necessário apurar a materialidade e autoria


do ato infracional, mediante sentença, salvo no caso de cumulação com
remissão, caso em que basta a concordância do adolescente e seu defensor.

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2.1.6 – Liberdade assistida


Para que possa ser aplicada, é essencial a apuração da materialidade e
autoria mediante procedimento que observe o devido processo legal. Deve
haver um relatório de aplicação da medida, com prazo mínimo de seis meses e
máximo de 3 anos.

2.1.7 – Semiliberdade
Quando da aplicação dessa medida, o adolescente trabalha e estuda durante
o dia e, no período noturno, fica recolhido em entidade de atendimento
especializada. A medida será fixada sem prazo determinado, sendo o
adolescente periodicamente avaliado a fim de verificar a possibilidade de
mudança da medida aplicada, ou mesmo sua extinção.
Embora não tenha prazo determinado, está limitada ao prazo legal máximo
de três anos. Além disso, caso o adolescente complete 21 anos de idade, será dado
termo à aplicação da medida.

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Diferente das medidas anteriormente analisadas, a semiliberdade não pode ser


aplicada em cumulação à remissão.

2.1.8 – Internação
É fixada sem prazo determinado (exceto para a internação-sanção, em que o
juiz deve determinar o prazo de internação, sendo no máximo de 3 meses). O
tempo máximo de internação é de 3 anos, havendo avaliação periódica do
adolescente a cada seis meses a fim de determinar a necessidade de sua
manutenção. Aplica-se a liberação compulsória aos 21 anos de idade.
A internação não pode ser cumulada com a remissão.
Hipóteses de cabimento
(I) ato infracional cometido com grave ameaça ou violência à pessoa – o
tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à medida de internação.
Limita-se a 3 anos.
(II) reiteração no cometimento de outras infrações graves – sendo o
adolescente infrator, reiteradamente capturado cometendo ato infracional de
infrações graves, ainda que sem violência ou grave ameaça, pode ser imposta a
medida de internação. O juiz não fixa um prazo, contudo, o cumprimento limita-se
a 3 anos.
(III) descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente
imposta – é a chamada internação-sanção, o prazo máximo dessa internação é
de 03 meses e não pode ser convertida em internação com prazo
indeterminado.
(IV) Internação provisória – duração máxima de 45 dias, durante o curso
do processo.

3. Direito à convivência familiar

➢ 3.1 Noções Gerais

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3.1.1 – Acolhimento familiar – somente pode ser aplicado pelo juiz da Vara
da Infância e Juventude. Seu efeito é a retirada da criança ou do adolescente de
sua família, com a posterior entrega dele para uma família acolhedora.
A criança/adolescente não é recebida como filha, sendo sua permanência com
a família acolhedora temporária e provisória, para que, posteriormente, superada
a situação de risco, possam retornar ao seu grupo familiar de origem.

3.1.2 – Acolhimento institucional – somente poderá ser aplicado por


determinação de juiz da Vara da Infância e Juventude. Seu efeito, por sua vez, é a
permanência da criança ou do adolescente em uma entidade de atendimento,
governamental ou não, cujo dirigente será o guardião das crianças e adolescentes
que estejam sob os cuidados da instituição.
Tem prazo máximo de 18 meses. Esse prazo somente pode ser excedido se for
comprovada a necessidade que atenda ao seu superior interesse. Deve haver
reavaliação a cada 3 meses.

Memorize – O acolhimento institucional tem prazo máximo de 18 meses e a cada


3 meses deve ser feita avaliação. Ao final do período, nessa ordem:

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A criança volta para a família natural; se não for possível, fica com a família
extensa; se não for possível, vai para adoção; em último caso, não sendo adotada,
fica em acolhimento institucional, até ser adotada ou completar a maioridade.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

1. Princípios

➢ 1.1 Legalidade

1.1.1 – Para exigir ou extinguir um tributo e suas multas é necessária LEI


ORDINÁRIA, exceto quando a lei expressamente dispuser que seja caso de lei
complementar.
A alteração (majoração) da base de cálculo exige lei ordinária, mas a
atualização não necessita de lei.
Atualizar base de cálculo é diferente de alterar. A atualização é mera
correção monetária/inflacionária e pode ser feita por ato do poder executivo
(decreto). Já a alteração majora a base de cálculo, tornando-a mais onerosa.

Memorize – Criar/Extinguir tributo = lei ordinária

Criar normas gerais, empréstimo compulsório, IGF e impostos residuais = lei


complementar

Alíquota do II, IE, IPI e IOF = decreto do Poder Executivo

CIDE-combustível e ICMS-combustível = reduzir ou restabelecer por decreto e


majorar somente por lei ordinária

Base de cálculo = alteração exige lei ordinária e atualização pode ser por decreto

1.1.2 – Cabe à lei complementar editar:


(I) Normas gerais:
- conflito de competência – se há bitributação sobre o mesmo fato gerador, a
lei complementar vai explicar qual se aplica;
- regular limitações ao poder de tributar – A CF/88 cria princípios e as
imunidades que limitam o poder de tributar do Estado. Para regular e explicar essa
limitações, só pode lei complementar;
- decadência e prescrição – a mesma regra, quando se explica, conceitua, cabe
à lei complementar;

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- simples nacional – a lei do simples nacional se limitou a conceituar e explicar


quais os oito tributos estariam integrados no simples nacional. Os tributos já
existiam, a lei do simples nacional se limitou a explicar quais seriam unificados
para o empresário que optou pela tributação o simples.
(II) Empréstimo compulsório – é exceção à criação de tributo por lei
ordinária. É competência da União a criação de empréstimo compulsório.
(III) Imposto sobre grandes fortunas
(IV) Exercício da competência tributária residual – para criar impostos
residuais não previstos na CF/88 e novas contribuições para o financiamento da
seguridade social, necessário lei complementar.

Memorize – Como matéria reservada a lei complementar não pode ser objeto de
medida provisória, todas essas matérias vistas acima não podem ser objeto de
medida provisória.

Medida provisória pode criar/majorar tributo reservado a edição de lei ordinária


– essa medida provisória só produz efeito no primeiro dia do ano seguinte.

1.1.3 – As obrigações acessórias (obrigações de fazer/não fazer, como emissão


de nota fiscal e registro nos livros contábeis) admitem criação por todo conjunto
da legislação (normas constitucionais, atos legais e infralegais, como portarias,
decretos, regulamentos e instruções normativas).

➢ 1.2 Anterioridade

1.2.1 – Anterioridade anual


É vedado cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que o aumentou ou instituiu. Portanto, o tributo só pode ser
cobrado em primeiro de janeiro
Anterioridade nonagesimal
O fisco só pode cobrar tributos após 90 dias da data da publicação que o
instituiu ou majorou.

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Exceções à anterioridade

Ambas (podem ser aplicadas de - II (importação)


imediato)
- IE (exportação0
- IOF (operações financeiras)
- Caso de Guerra e Calamidade
Pública

Nonagesimal (não precisa esperar 90 - Imposto de Renda


dias, mas deve esperar 1º de janeiro do
- Base de cálculo IPVA e IPTU (a
ano seguinte)
alíquota segue a regra)

Anual (não precisa esperar 1º de - IPI


janeiro do ano seguinte, mas tem que
- Contribuições para seguridade social
esperar 90 dias da data da lei que o
(saúde, assistência e previdência)
estabeleceu ou majorou)
CIDE-combustível e ICMS-
combustível (para restabelecer
alíquotas)

O tributo que não está na tabela deve seguir a regra, ou seja, deve esperar 90
dias e 1º de janeiro do ano seguinte, a data mais distante é aquela em que o tributo
surtirá efeito.

1.2.2 – CIDE-combustível e ICMS-combustível:


- Redução: pode ser por decreto e aplicada de imediato (ex: de 30% para
20%);
- Restabelecimento: pode ser por decreto e deve esperar 90 dias (ex: voltou
para os 30% iniciais antes da redução);
- Majoração – deve ser por lei ordinária e deve esperar anterioridade anual
e nonagesimal (ex: subir mais do que os 30% inicialmente fixados por lei).

2. Obrigação Tributária e Tributos

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➢ 2.1 Principal e Acessória

2.1.1 – Obrigação principal:


Sempre que a obrigação for de pagar tributo e suas multas/penas, a
obrigação tributária é principal.

2.1.2 – Obrigação acessória


A obrigação acessória diz respeito a um fazer/não fazer, como emissão de
nota fiscal e registro nos livros contábeis
O mero descumprimento de obrigação acessória a converte
automaticamente em obrigação principal (não emitir nota fiscal se converte em
multa, que é obrigação principal).
A obrigação principal depende de lei ordinária, via de regra (veremos as
exceções no tópico princípios). Já a obrigação acessória pode ser criada por todo
conjunto da legislação (de emenda constitucional a portaria).

➢ 2.2 Espécies de Tributos

2.2.1 – Empréstimo compulsório – a competência é exclusiva da União, por


meio de lei complementar.
Pode ser criado em caso de (fato gerador):
Despesas extraordinárias em caso de calamidade pública e de guerra externa
ou sua iminência – neste caso, não precisa obedecer a anterioridade anual e
nonagesimal, pode ser cobrado de imediato.
Investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional –
deve aguardar a anterioridade nonagesimal e anual.
Com o término do fato gerador a União tem o prazo máximo de cinco anos
para devolver o que foi arrecadado, com correção monetária.

Empréstimo Compulsório Imposto Extraordinário de Guerra

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Competência: exclusiva da União Competência: exclusiva da União

Instituído por lei complementar (não Instituído por lei ordinária (aceita
aceita medida provisória) medida provisória)

Fato gerador: calamidade pública ou Fato gerador: guerra externa ou sua


guerra externa ou sua iminência; iminência
investimento público urgente e de
relevância nacional

Anterioridade somente para Não tem anterioridade, pode ser


investimento público cobrado de imediato

Prazo máximo de 5 anos após o fim do Prazo máximo de 5 anos para


fato gerador para devolver o suprimir gradualmente o imposto
empréstimo extraordinário de guerra

É a única exceção constitucionalmente


permitida para incidência de bis in
idem, ou seja, pode partilhar do mesmo
fato gerador de outro imposto (ex:
circulação de mercadoria que dá ensejo
ao ICMS, pode também ser o fato
gerador do imposto de guerra)

2.2.2 – Contribuição de melhoria – a competência é comum (os quatro entes


federativos podem instituir). É criada por lei ordinária e deve obedecer a
anterioridade anual e nonagesimal.
O fato gerador é obra pública que valorize o imóvel. Obras de manutenção
não geram contribuição de melhoria. Via de regra, obra de serviço público
essencial (escola e hospital) valorizam o imóvel do contribuinte, que deve pagar
contribuição de melhoria. Se a obra pública gerar desvalorização o contribuinte
recebe indenização.
Se a obra for privada, não gera contribuição de melhoria (ex: shopping center).
Para que seja instituída a contribuição de melhoria, é necessário edital prévio
à lei ordinária, em que o ente federativo demonstra o cálculo da valorização

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dos imóveis e o custo total da obra. O potencial contribuinte pode impugnar


administrativamente, em trinta dias, estes cálculos.

2.2.3 – Taxas – a competência é comum (os quatro entes federativos podem


instituir). É criada por lei ordinária e deve obedecer a anterioridade anual e
nonagesimal.
Fato gerador:
(I) Poder de polícia (poder de fiscalizar): basta a mera existência do órgão de
fiscalização pra incidir a taxa, não é necessária efetiva fiscalização.
(II) Serviço Público: a prestação do serviço deve ser específica e divisível
(uti singuli), e a utilização deve ser efetiva ou potencial (usando ou não, deve
pagar, pois basta que tenha potencial de utilização). Serviço específico é aquele
com objeto delimitado, mas ele deve ser divisível, possível de mensurar quanto
cada usuário usufruiu na sua prestação.

Taxa Preço Público

É espécie de tributo É tarifa, que não é espécie de tributo

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Criada por lei ordinária (ou medida Advém de contrato de concessão com
provisória) o poder público

Devida se efetivamente ou Devido somente se efetivamente


potencialmente utilizado o serviço utilizado o serviço
Exceção: as custas judiciais e
emolumentos de cartório só serão
pagos se efetivamente utilizados,
mesmo sendo taxas

3. Impostos em espécie

➢ 3.1 IPI

3.1.1 – IPI – Impostos sobre produto industrializado: Já vimos que o IPI não
obedece ao princípio da legalidade, no tocante à alteração de alíquota, bem
como não obedece ao princípio da anterioridade anual, mas obedece ao
princípio da anterioridade nonagesimal.
A competência é exclusiva da União e deve ser criado por lei ordinária.

Fato Gerador Base de cálculo Contribuinte

Desembaraço aduaneiro Valor do bem somados Importador ou quem a lei


de importação ao imposto de equiparar ao importador
importação, encargos e
taxas

Saída da mercadoria do Valor economicamente Comerciante ou o


estabelecimento agregado ao bem industrial
comercial ou industrial decorrente da
transformação

Arrematação judicial Preço da arrematação O arrematante


(leilão judicial)

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Seletividade – é lícito cobrar alíquotas maiores de produtos considerados não


essenciais e alíquotas menores de produtos essenciais. Bens de capital (que servem
para a produção de outros bens) tem IPI reduzido. O IPI deve ser seletivo, é
obrigatório.
Não-cumulatividade – compensa-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores dentro da cadeia de produção (ex: bem que sai de
uma fábrica para um distribuidor e depois para o mercado. A fábrica pagou 100 de
IPI, este valor fica como credito para a fábrica, que pode abater 100 reais dos 200
que deveria de IPI, já esses 200 reais que o distribuidor devia, passa a ser crédito
para o mercado, que desconta dos 300 que deveria pagar).
Imunidade do imposto de exportação – não incide IPI em produtos
industrializados destinados ao exterior, bem como em energia elétrica, derivados
de petróleo e combustíveis.

➢ 3.2 ICMS

3.2.1 – ICSM – Imposto sobre circulação de mercadoria e serviço


É de competência dos Estados e DF, deve ser criado/extinto por cada Estado
por lei ordinária.
O ICMS-combustível deve obedecer a anterioridade nonagesimal, os
demais ICMS devem obedecer a anterioridade anual e nonagesimal, a data
mais distante é a que surtirá efeitos.
Para que seja possível cobrar do contribuinte, é necessário que haja
transferência jurídica da titularidade de um bem, de forma habitual ou
volume que configure intuito comercial.
Da mesma forma que o IPI, não incide ICMS nas exportações, combustíveis,
derivados de petróleo e energia elétrica.
Ponto importantes sobre fato gerador do ICMS:
(I) a saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte.

Memorize – A transferência de um bem da sede da empresa para sua filial não


constitui fato gerador de ICMS.

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Não constitui fato gerado do ICMS, a circulação de mercadorias e a saída física de


máquina, utensílios e implementos a título de comodato.

(II) Serviço de transporte interestadual e interestadual – deve ter a


transposição de fronteira com outro município ou estado, caso contrário, se o
serviço de transporte for somente dentro do município, incidirá ISS.

(III) Serviço de comunicação – somente TV à cabo, paga por assinatura, paga


ICMS. A rede aberta, gratuita, goza de imunidade.
(IV) Celular e internet – somente a atividade fim, como o uso do celular e da
internet, paga ICMS. A habilitação destes serviços não é tributada com ICMS.
(V) Energia elétrica – incide sobre o efetivamente consumido, e não sobre o
contratado.
(VI) Bens móveis salvados de sinistro – NÃO incide ICMS quando
transferidos para a seguradora, pois a natureza dessa transferência é de indenização.
(ex: veículo automotor recuperado de furto ou roubo).
Princípio da não cumulatividade: aplica-se de forma obrigatória. É a
compensação do crédito tributário, haverá abatimento dos débitos com os créditos,
da mesma forma que explicado no IPI.

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Princípio da seletividade: o ICMS pode ser seletivo, não é obrigatório.


É imposto Estadual, mas a receita é repartida com os municípios, que têm
direito a 25% da arrecadação.

➢ 3.3 IPTU

3.3.1 – IPTU – Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana


Compete aos Municípios e ao DF criar IPTU mediante lei ordinária.
Qualquer alteração no IPTU, até mesmo alteração de alíquota, deve ser feita
por lei ordinária.
Não se aplica à atualização da base de cálculo do IPTU a anterioridade
nonagesimal. Tudo o mais sobre IPTU, que não seja base de cálculo, deve
obedecer a anterioridade anual e nonagesimal.
O fato gerador da alíquota de IPVA, IPTU e ITR é anual, só incide uma vez
no ano, em primeiro de janeiro.
Portanto, como a alíquota do IPVA, IPTU e ITR segue a regra da anterioridade
– deve aguardar o prazo mais longo, nonagesimal ou anual – caso seja majorada
nos últimos três meses do ano, deve aguardar passar os noventa dias para começar
a produzir efeito no ano seguinte, em data posterior à incidência do fato gerador,
então, de fato, seus efeitos serão produzidos somente no próximo fato gerador, do
ano seguinte. Segue exemplo para facilitar:
22.11.2023 --------- 01.01.2024 --------------- 23.02.2024 ------------- 01.01.2025
Alíquota Fato Lei produz Fato
Majorada Gerador efeitos após Gerador
Alíquota respeitar Alíquota
Antiga anterioridade Nova

O proprietário do imóvel é quem está obrigado a pagar este imposto, ainda


que haja previsão contratual atribuindo ao inquilino a obrigação. Caso o
inquilino descumpra a cláusula contratual e não pague IPTU, o fisco o cobrará do
proprietário, a quem cabe cobrar do inquilino no juízo cível, diante da previsão
contratual. Caso o inquilino pague duas vezes o mesmo IPTU, não tem legitimidade

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para ajuizar ação de repetição do indébito, pois o contribuinte, que é o proprietário,


é quem tem a legitimidade.
Fato gerador –
(I) propriedade de área urbana (área rural, para o ITR – imposto territorial rural.
O contribuinte é o proprietário;
(II) posse – a posse com animus domini, com expectativa de virar proprietário
(ex: usucapião ou aquele que assinou contrato de compra e venda e já exerce a
posse). O contribuinte é o possuidor.
Progressividade fiscal – A alíquota do tributo aumenta proporcionalmente
ao valor do imóvel.
Progressividade extrafiscal – IPTU aumenta à medida em que o tempo
passa, nos casos de imóveis não utilizados ou subutilizados (que não cumpram
a função social). Essa progressividade será de até 15%, em até 5 anos. Ao final dos
5 anos, se não cumpriu a função social, será desapropriada e o pagamento será em
títulos da dívida pública.

É lícito ao município diferenciar a alíquota de acordo com a localização e o


uso do imóvel.

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Base de cálculo – precisamos relembrar o que são imóveis por natureza e por
acessão física. Por natureza = sem intervenção humana (o solo, a terra); por acessão
física – com intervenção humana (uma casa construída naquela terra).

IPTU ITR

A base de cálculo inclui o imóvel por A base de cálculo é somente no valor


natureza + por acessão física do imóvel por natureza

Ex: O terreno vale 300k e nele foi Ex: Uma fazenda vale 400k. Nela
construída uma casa, valorizando o foram construídas algumas casas,
local para 800k. A base de cálculo será valorizando o local para 900k. A base
sobre os 800k de cálculo será somente os 400k.

A base de cálculo é sobre o valor venal do imóvel, não o valor de mercado.

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DIREITO AMBIENTAL

1. Instrumentos da política nacional do meio


ambiente

➢ 1.1 EIA/RIMA

1.1.1 – Estudo prévio de impacto ambiental e Relatório de impacto


ambiental
Está ligado com o princípio da prevenção, que estabelece o dever de
prevenção dos impactos ambientais. A prevenção trabalha com a ideia de risco
conhecido, a certeza científica, portanto, deve-se agir de forma antecipada a
evitar o dano ambiental.
O estudo de impacto ambiental (EIA) é indispensável, deve ser realizado para
toda obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação
ambiental. É, portanto, instrumento de prevenção, caracterizado por ser um
estudo multidisciplinar, com a finalidade de mitigar impactos ambientais.
Após o estudo do impacto ambiental, é apresentado o relatório desse estudo
(RIMA). É um relatório conclusivo que traduz os termos técnicos para
esclarecimento, analisando o Impacto Ambiental. Este relatório é responsável
pelos levantamentos e conclusões, devendo o órgão público licenciador analisar o
relatório observando as condições de empreendimento. Recebido o RIMA ele será
publicado em edital, anunciado pela imprensa local abrindo o prazo de 45 dias
para solicitação de audiência pública que poderá ser requerida por 50 ou mais
cidadãos ou pelo Ministério Público, onde após a realização de quantas
audiências forem necessárias é elaborado o parecer final, podendo ser autorizado
um licenciamento prévio para realização da obra ou o indeferimento do projeto.

➢ 1.2 Licenciamento

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1.2.1 – O licenciamento ambiental corresponde a uma outorga concedida pela


Administração Pública aos que pretendem exercer uma atividade
potencialmente ou significativamente poluidora.
Por meio do licenciamento ambiental, o órgão competente estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas
pelo empreendedor – pessoa física ou jurídica – para localizar, instalar, ampliar e
operar empreendimento ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental.
1) Licença Prévia: autoriza a localização do empreendimento. Concedida na
fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.
Prazo mínimo: será o estabelecido no cronograma do projeto apresentado.
Prazo máximo: 5 anos (cabe prorrogação, desde que não ultrapasse esse
prazo)
(2) Licença de Instalação: autoriza a instalação do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante.
Prazo mínimo: será o estabelecido no cronograma de instalação da atividade.
Prazo máximo: 6 anos (cabe prorrogação, desde que não ultrapasse esse
prazo)
(3) Licença de Operação: autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.
Prazo mínimo: 4 anos
Prazo máximo: 10 anos

Memorize – Prazos das licenças ambientais:

Prévia = máximo 05 anos;

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Instalação = máximo 06 anos

Operação = mínimo 04 e máximo 10 anos

2. Responsabilidade ambiental

➢ 2.1 Noções Gerais

2.1.1 – Como no direito administrativo, o sujeito pode ser responsabilizado em


todas as esferas: administrativa, civil e penal.
A responsabilidade ambiental da Administração é solidária e de execução
subsidiária (ou com ordem de preferência) = o Estado integra o título executivo
sob a condição de, como devedor-reserva, só ser convocado a quitar a dívida se
o degradador original, direto ou material (devedor principal) não o fizer,
assegurado, sempre, o direito de regresso (art. 934, CC), com a desconsideração
da personalidade jurídica (art. 50, CC).
Licença ambiental: a licença ambiental não libera o empreendedor licenciado
de seu dever de reparar o dano ambiental.
Essa licença, se integralmente regular, retira o caráter de ilicitude
administrativa do ato, mas não afasta a responsabilidade civil de reparar.

2.2.1 – Responsabilidade civil: Trata-se de uma forma de responsabilização


objetiva, pois dispensa a demonstração de culpa ou dolo do agente poluidor. Então,
aquele que, adquirindo a propriedade, não reverte o dano ambiental, ainda que não
causado por ele, já teria responsabilidade indireta pela degradação ambiental.
A responsabilidade civil pelo dano ambiental, qualquer que seja a qualificação
jurídica do degradador, público ou privado, é de natureza objetiva, solidária e
ilimitada, sendo regida pelos princípios: poluidor-pagador; da reparação in
integrum; da prioridade da reparação in natura; e do favor debilis: este último a
legitimar uma série de técnicas de facilitação do acesso à justiça, entre as quais
se incluem a inversão do ônus da prova em favor da vítima ambiental.

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Os princípios poluidor-pagador, reparação in integrum e prioridade da


reparação in natura e do favor debilis são, por si sós, razões suficientes para
legitimar a inversão do ônus da prova em favor da vítima ambiental.

2.3.1 – Responsabilidade administrativa: A conduta deve ser cometida pelo


alegado transgressor, com demonstração de seu elemento subjetivo, bem como do
nexo causal entre a conduta e o dano.
A diferença entre a responsabilidade civil e administrativa no Direito Ambiental
pode ser verificada no artigo 14, caput e § 1°, da Lei 6.938/1981.
Segundo este dispositivo legal, a aplicação das penalidades administrativas,
dentre elas, a multa, limita-se aos transgressores. Já a reparação civil
ambiental pode abranger todos os poluidores.

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DIREITO DO CONSUMIDOR

1. Responsabilidade pelo fato do produto

1.1 –Vício: é aquilo que torna o produto impróprio ou inadequado ao consumo.


Defeito: coloca em risco a saúde ou a vida do consumidor.
Prazo reparação do vício: A regra é que o fornecedor tem 30 (trinta) dias para
reparar o vício. As partes podem estipular que este prazo será de 7 a 180 dias.
Vício não sanado: se o vício não for sanador, cabe ao consumidor exigir à
sua escolha:
(I) a substituição do produto por outro da mesma espécie;
(II) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem
prejuízo de eventuais perdas e danos;
(III) o abatimento proporcional do preço.
Quando o vício for muito extenso, a ponto de a reparação comprometer sua
qualidade, pode o consumidor fazer uso imediato de um dos três direitos
descritos acima, sem mesmo possibilitar ao fornecedor o reparo.
Prazo decadencial: para reclamar o vício, o consumidor tem 30 (trinta) dias
para produtor não duráveis e 90 (noventa) dias para produtos duráveis. Os
prazos têm início no momento em que o produto for entregue (se o vício for visível)
ou a partir do momento em que se manifestar o vício (se o vício for oculto).

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DIREITO EMPRESARIAL

Novidades legislativas

➢ Alterações

1 – Sociedade anônima
Como era: A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto
social, integrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por
extenso ou abreviadamente.
Como ficou: A sociedade anônima opera sob denominação, integrada pelas
expressões ‘sociedade anônima’ ou ‘companhia’, por extenso ou abreviadamente,
facultada a designação do objeto social.
Art. 1.161 – Sociedade comandita por ações:
Como era: A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma,
adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão “comandita
por ações
Como ficou: A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma,
adotar denominação, aditada da expressão ‘comandita por ações’, facultada a
designação do objeto social.
Art. 1.142 – Estabelecimento:
Como ficou: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a
atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual.

1. Sociedades

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➢ 1.1 Sociedade Anônima

1.1.1 – Objeto social


Deve ser preciso. A finalidade da empresa deve estar precisamente estabelecida
(ex: o Itaú SA é uma empresa do ramo financeiro)
Alteração do objeto social
É possível, desde que aprovada por no mínimo metade dos acionistas com
direito a voto, se quórum maior não for previsto no estatuto da SA.
Retirada de sócio dissidente
O sócio dissidente é aquele que compareceu na assembleia e votou contra a
alteração, ou se absteve, ou não compareceu. Para este sócio, surge a
possibilidade de retirada mediante reembolso, se o objeto social for alterado.

1.1.2 – Capital social


Tem que ser em moeda nacional corrente e 100% subscrito, no mínimo
10% devem ser feitos em dinheiro, depositado no Banco do Brasil ou outra
instituição autorizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Exceção
Se a SA constituída for uma instituição financeira (banco), a integralização
em dinheiro deve ser no mínimo 50%.
Intangibilidade/fixidez
O capital social deve ser fixo, via de regra, não aumenta nem diminui. No
entanto, há hipóteses em que pode ser incrementado:
(I) conversão de valores mobiliários: caso a SA emita debêntures (título de
crédito em que o investidor empresta dinheiro a juro para a SA) e na data de resgate
dessa debênture o investidor prefira receber em ações da SA em vez de dinheiro, o
valor emprestado passará a integrar o capital social da empresa, nessa hipótese,
haverá incremento do capital social.
(II) emissão de novas ações: caso a assembleia decida emitir novas ações, o
capital social pode ser alterado.

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(III) capital autorizado: a SA tem capital social integralizado inferior ao que


está autorizada a atingir pelo estatuto. Para abrir este capital autorizado, é
necessária deliberação em assembleia ou do conselho da administração. O
conselho da administração é órgão facultativo, mas, na hipótese do estatuto
prever capital autorizado, ele se torna órgão obrigatório na SA.

1.1.3 – Valores mobiliários – Ações


Conferem aos seus proprietários direitos de sócio. Todas as ações são
nominativas, não existe ação ao portador ou por endosso. Essas ações podem ser:
- cartulares (papéis), hipóteses em que é titular da ação aquele cujo nome conste
no registro do emitente;
- escriturárias (custodiadas em instituição financeira), hipótese em que a
instituição financeira debita as ações da conta de quem vendeu e faz lançamento
escrito na conta de quem comprou.
Espécies de ações:
(I) Ordinárias: confere ao seu proprietário os direitos essenciais (participar dos
lucros, preferência na subscrição de novas ações etc.) e não essenciais (direito de
voto).
(II) Preferenciais: idem ordinárias, mas o direito de voto pode ser privado
no estatuto. O portador dessas ações tem preferência no recebimento de
dividendos, vantagem política, preferência no recebimento de reembolso com ou
sem prêmio.
(III) Gozo ou fruição: são ações ordinárias ou preferenciais que foram
amortizadas, isto é, o pagamento antecipado que o sócio receberia em eventual
liquidação da sociedade. Essas ações mantém todos os direitos das ações
ordinárias ou preferenciais.
Direito de voto
Via de regra, 1 ação = 1 voto. No entanto, há a possibilidade de voto plural,
somente para as ações ordinárias, hipótese em que 1 ação pode valer até o
máximo de 10 votos. A ação com direito a voto plural deve ser criada previamente
à qualquer outra ação e pelo voto no mínimo de metade dos acionistas com direito

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de voto. Não será adotado o voto plural nas assembleias que deliberarem sobre
remuneração dos administradores.

1.1.4 – Valores mobiliários – Debêntures


São valores mobiliários por meio do qual uma SA toma crédito de terceiros, a
uma taxa de juro remuneratório. Tem natureza jurídica de título executivo
extrajudicial.
Espécies
(I) Simples - ao final do contrato, o pagamento será em dinheiro
(II) Conversíveis – ao final do contrato, o pagamento será em dinheiro e/ou
ações, hipótese em que haverá aumento do capital social.

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Direitos
O credor tem direito creditório, não tem direito de sócio (como direito ao
voto). São direitos a correção monetária, juros fixos (2%) ou variáveis (2% + TR –
taxa referencial), participação nos lucros e prêmio pelo resgate antecipado.
Garantias
São garantias para o pagamento de debênture, nessa ordem: (I) garantia real;
(II) garantia flutuante; (III) garantia quirografária; (IV) garantia
subordinada.
A garantia real é a única em que há bem determinado garantindo a
obrigação (ex: um imóvel determinado da empresa ou do sócio). Nas demais
garantias, não há bem determinado garantindo a obrigação, o credor deve
buscar algum bem do patrimônio todo do devedor. O que diferencia uma da
outra é a preferência na ordem de recebimento.

1.1.4 – Valores mobiliários – Partes beneficiárias


Dá o direito de participar nos lucros e resultados anuais, por no máximo 10
anos e no máximo 10% dos lucros.

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Somente sociedades anônimas fechadas podem emitir partes beneficiárias.


SA Fechada é aquele em que os seus valores mobiliários são vendidos na própria
sede da empresa, ao contrário da SA aberta, em que são vendidos em mercado de
ações (bolsa de valores) e mercado de balcão (bancos).

1.1.5 – Valores mobiliários – Bônus de subscrição


Confere ao proprietário o direito de preferência na subscrição de ações. Se a
SA decidir emitir novas ações, pode emitir bônus de subscrição para que aquele
que comprar tenha preferência no momento de comprar as novas ações a serem
emitidas.
Esse bônus de subscrição deve ser oferecido primeiro aos sócios, pois os
sócios têm preferência no momento de adquirir novas ações ou bônus de
subscrição. Ao não sócio que tenha adquirido bônus de subscrição, surge a
preferência de comprar as novas ações, antes mesmo do sócio que não
comprou bônus de subscrição.

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Há um limite de tempo para que o interessado compre o bônus de


subscrição e um limite de quantidade de espécie de ações que podem ser
subscritas com este bônus.

1.1.6 – Órgãos sociais – Assembleia


É o órgão em que só participam sócios, tem poder para decidir todos os
negócios relativos ao objeto da SA. Somente a assembleia pode modificar o
estatuto social da SA.
O sócio pode ser representado na assembleia por: (I) outro sócio; (II)
advogado; (III) administrador, mesmo que não seja sócio (este administrador
faz parte da diretoria ou do conselho da administração da SA).
É possível para SA aberta e fechada a realização de assembleia digital, com
voto à distância.
Convocação
O anúncio da convocação deve ser publicado, no mínimo, por três vezes.
(I) Companhia fechada – antecedência mínima da convocação:
1ª convocação = antecedência mínima de 8 dias da data da assembleia.
2ª convocação = antecedência mínima de 5 dias da data da assembleia.
O sócio com 5% ou mais do capital social da empresa fechada pode requerer,
previamente, ser convocado por telegrama ou carta registrada, cuja vigência do
pedido não pode ser superior a dois exercícios sociais (dois anos), podendo ser
renovado. A inobservância dessa convocação gera responsabilidade dos
administradores da companhia.
(II) Companhia aberta – antecedência mínima da convocação:
1ª convocação = antecedência mínima de 21 dias da data da assembleia.
2ª convocação = antecedência mínima de 8 dias da data da assembleia.

Memorize – Ainda que essas formalidades para a convocação não sejam observadas,
se comparecerem todos os sócios, a assembleia é considerada regular.

Assembleia geral Ordinária

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Ocorre uma vez por ano, em até quatro meses após o final do exercício social
anterior.
Delibera sobre:
(I) as contas dos administradores
(II) destinação dos lucros
(III) eleger administradores e membros do conselho fiscal
(IV) aprovar a correção monetária do capital social do exercício anterior
Assembleia geral Extraordinária
Ocorre quantas vezes forem necessárias, em qualquer momento.
Delibera sobre todos os assuntos que não são deliberados na assembleia
geral ordinária.

1.1.7 – Órgãos sociais – Administradores


São dois os órgãos de administração: diretoria e conselho da administração.
Em ambas, apenas pessoa natural pode ser eleita para ser membro.
A posse de administrador que more no exterior está condicionada à
constituição de representante residente no Brasil, com poderes para receber
citação e intimação da CMV. Essa outorga deve perdurar, no mínimo, até três
anos após o término do prazo de gestão (que também é de três anos) deste
administrador residente no exterior. Então, essa procuração deve ter o prazo
mínimo de seis anos.
Diretoria
É órgão obrigatório em toda SA aberta e fechada (não tem exceção). É
composta por, no mínimo, um membro, sócio ou não. O mandato é de no
mínimo três anos, admitidas reeleições.
A diretoria implementa as metas traçadas pelo conselho da administração.
Conselho da Administração
É órgão facultativo em SA fechada e obrigatório em SA aberta e sociedade
de economia mista.

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É composta por no mínimo três membros, que podem ser todos


representantes dos empregados. 1/3 dos membros podem acumular a função com
a de diretor.
Nas companhias abertas a mesma pessoa não pode cumular o cargo de
presidente do conselho da administração e diretor-presidente.

1.1.8 – Órgãos sociais – Conselho Fiscal


Fiscaliza os atos dos administradores.
É órgão obrigatório, mas sua instalação é facultativa, quando houver
suspeita de má conduta por parte dos administradores. É formada por 3 a 5
membros, sócios ou não.

➢ 1.2 Sociedade Limitada

1.2.1 – É regulada pelo Código Civil e, nos pontos omissos, aplicam-se


subsidiariamente as disposições da sociedade simples, com a ressalva de que
contrato social pode prever serem aplicadas subsidiariamente as normas da
lei da SA.

1.2.2 – Quotas
O capital social é dividido em quotas. Os sócios têm responsabilidade
limitada, no limite de suas quotas. Mas respondem solidariamente pela
integralização do capital social.
Cessão de quotas: acontece com alteração no contrato social, que deve ser
registrado na Junta Comercial. Diferente da SA, em que o estatuto permanece
inalterado. Pode o sócio ceder suas quotas:
(I) no silêncio do contrato social – se o contrato social nada dispuser, o sócio
pode ceder suas quotas, de forma total ou parcial, para: (I) outro sócio,
independentemente da anuência dos demais; (II) terceiro, desde que não haja
oposição de mais de 1/4 (25%) do capital social.

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(II) cláusula no contrato social - o contrato social pode dispor sobre regras
para cessão de quotas, sendo válida a cessão para terceiro com a anuência de todos
os sócios, por exemplo.

1.2.3 – Participação nos resultados


O pagamento dos resultados pode se dar por meio de:
(I) dividendos – a distribuição dos lucros em dinheiro.
(II) quotas de bonificação – a sociedade retém o dinheiro e distribui novas
quotas ao sócio. Nessa hipótese, aumentam o capital social da empresa e a
quantidade de quotas do sócio. Até 100% do lucro pode ser distribuído dessa
forma. Mas, na SA, pelo menos 25% dos lucros devem ser pagos em
dividendos.
Se a limitada der prejuízo, os sócios vão responder de forma limitada, no
limite de suas quotas, salvo na hipótese de desconsideração da personalidade
jurídica, em caso de abuso e fraude.

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1.2.4 – Assembleia ou reunião


A assembleia ou reunião pode ser virtual.
Caso o sócio não consiga comparecer, pode outorgar procuração com
poderes especiais para outro sócio ou advogado, representa-lo em assembleia.
A assembleia é órgão obrigatório, de instalação facultativa. Caso todos os
sócios decidirem, por escrito, sobre as deliberações, dispensa-se a instalação da
assembleia.
A assembleia deve acontecer uma vez ao ano, nos quatro meses seguintes ao
término do exercício anterior.
Até 10 sócios – deliberações podem ser por reunião, se assim estabelecer o
contrato social. Será por assembleia se o contrato social for omisso.
Mais de 10 sócios – obrigatoriamente por assembleia.

1.2.5 – Administração
Os administradores representam a empresa em juízo ou extrajudicialmente. Eles
são eleitos no contrato social ou em contrato apartado. No silêncio do contrato
e inexistindo contrato apartado, todos os sócios são administradores.
É possível administrador não sócio, desde que eleito por unanimidade (em
caso de capital não integralizado) ou por 2/3 do capital social (em caso de
capital integralizado). Pode mesmo em caso de sociedade limitada unipessoal.

2. Falência e Recuperação

➢ 2.1 Noções Gerais

2.1.1 – Casos de decretação da falência


(I) Falta de pagamento de obrigação maior que 40 salários mínimos – o não
pagamento até o vencimento de obrigações cuja soma ultrapasse 40 salários,

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desde que levados a protesto. A intimação desse protesto deve indicar a pessoa
o recebeu.
(II) Executado, por qualquer quantia, não paga – após a citação do processo
de execução, se o empresário não paga a dívida de qualquer valor, não deposita e
não nomeia à penhora bens suficientes.
(III) Fraudes – liquida antecipadamente os ativos, realiza negócio simulado,
transfere estabelecimento a terceiro sem consentimento dos credores, simula
transferência de estabelecimento, deixa de cumprir obrigação assumida no
plano de recuperação judicial.

2.1.2 – O próprio devedor pode pedir a falência. Qualquer credor pode


requerer a falência do devedor. Se o credor for:
(I) empresário – deve comprovar a regularidade de suas atividades
(II) domiciliado no estrangeiro – deve prestar caução relativas à custas e ao
pagamento de indenização por eventual dolo de pedido infundado de falência.

2.1.3 – NÃO se sujeitam à lei de falência: (I) sociedade de economia mista;


(II) empresa pública; (III) instituição financeira.
Sujeitam-se à lei de falências: (I) empresário pessoa natural ou jurídica, regular
ou não; (II) sócio com responsabilidade ilimitada; (III) espólio do empresário, até
1 ano após o falecimento; (IV) cooperativa médica

2.1.4 – Resposta do réu


O prazo da contestação é de 10 dias.
Depósito elisivo – No casos em que o pedido de falência se fundar no não
pagamento, pode o devedor, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e
honorários advocatícios, para que não seja decretada a falência, caso o juiz julgue
procedente aquela cobrança, ordenará o levantamento dos valores pelo autor.
Pedido de recuperação judicial – no prazo da contestação, pode o devedor
pedir a recuperação judicial.

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2.1.5 – Sentença
(I) Período suspeito – a sentença deve fixar o termo legal da falência, a data
em que havia suspeita de que o empresário estava falido. Essa data não pode ser
anterior aos 90 dias da data do primeiro protesto ou da data do pedido de
falência.
24.08.2019-------------22.11.2019--------------11.02.2020-------------25.09.2021
90 dias 1º protesto Pedido Sentença
anteriores Falência
1º protesto

No exemplo acima, desde 24.08.2019 até a data da sentença é o período


suspeito. Essa data é o limite, o juiz não pode decretar data suspeita anterior aos 90
dias do primeiro protesto ou do pedido de falência (o que ocorreu primeiro), mas
pode decretar menos do que os 90 dias.
Dentro deste período suspeito, é ineficaz:
- o pagamento de dívida não vencida;
- o pagamento de dívida vencida, por qualquer forma que não seja a
prevista no contrato;
- a constituição de direito real de garantia, tratando-se de dívida contraída
anteriormente.
(II) Anotação da falência – a sentença ordena a Junta Comercial e a Receita
Federal a proceder a anotação de falência do devedor.
(III) Nomeação de administrador judicial – a sentença nomeia esse adm.,
preferencialmente, deve ser advogado, contador, administrador de empresas,
economista ou empresa especializada e tem 48 horas para assinar o termo de
compromisso e recebe até 5% (2% se o administrador for ME ou EPP) do
valor arrecadado na venda dos bens. O administrador tem até 60 dias, desde a
nomeação, para apresentar plano detalhado da venda dos ativos, que deve ser
realizada em até 180 dias da data da arrecadação.
Se o administrador judicial não encontrar bens do devedor ou os encontrados
forem insuficientes, o juiz fixa edital para manifestação de interessados no
prazo de 10 dias. Neste prazo, um ou mais credores pode requerer o

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prosseguimento da falência, desde que pague as despesas do honorário do


administrador judicial (‘credorzão’ – guarde esse apelido). Passados os 10 dias,
sem manifestação, o administrador tem 30 dias para vender os bens móveis e
60 dias para os bens imóveis.
(IV) Suspensão das execuções – a sentença ordena a suspensão de todas as
execuções contra o falido, mas a reclamação trabalhista não fica suspensa, somente
o seu cumprimento de sentença.
(V) Recursos cabíveis:
Sentença de procedência – Agravo de instrumento
Sentença de improcedência - Apelação

2.1.6 – Efeitos da decretação da falência


(I) Inabilitação empresarial – a sentença inabilita o devedor a exercer
qualquer atividade empresária, até sentença que extingue suas obrigações.
(II) Suspensão das execuções e da prescrição das obrigações do falido –
aplica-se também à recuperação judicial. Não se suspende a reclamação
trabalhista, mas o cumprimento de sentença trabalhista deve ser habilitado
na falência.
Essas suspensões duram 180 dias, prorrogável uma única vez, por igual
período, desde que o devedor não tenha concorrido para a superação deste prazo.
(III) Proibição de atos de constrição – não pode ter arresto e penhor de bens
do falido.
(IV) desautorização de recusa ao procedimento arbitral – o administrador
judicial não pode recusar a eficácia de convenção de arbitragem e a instauração do
procedimento arbitral não fica suspensa ou impedida.
(V) Vedação de distribuição de lucros e dividendos
(VI) Vencimento antecipado das dívidas do devedor – se o crédito for em
moeda estrangeira, será convertido o valor para Real, pelo câmbio do dia da
decisão judicial.
(VII) Suspensão do direito de retirada – a decretação da falência suspende
que um sócio se retire da sociedade.

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(VIII) Ineficácia de:


- doação feita até 2 anos antes da decretação da falência – não só doações,
mas qualquer prática de ato a título gratuito;
- renúncia à herança até 2 anos antes da decretação – o empresário falido
não pode renunciar herança.

2.1.7 – Plano de recuperação


Deferido o pedido de recuperação judicial, dentro daquela suspensão de 180d
+ 180d, o devedor tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação, sob
pena de decretação da falência. Esse plano deve ser votado no prazo de 150 dias,
pelos credores.
Plano de recuperação alternativo
Se os credores não aprovarem ou não deliberaram o plano de recuperação do
devedor, o administrador judicial, na própria assembleia de aprovação ou não
do plano de recuperação, abre votação para saber do interesse de apresentação
do plano de recuperação alternativo. O quórum para decidir sobre o plano
alternativo é de maioria simples (+ da metade dos presentes) e este plano
alternativo deve ser apresentado em 30 dias. Deferido o plano alternativo,
suspendem-se os prazos por mais 180 dias.

Memorize – Ainda que rejeitado o plano de recuperação apresentado pelo devedor, o


juiz o utilizará se, cumulativamente, tenham vota de forma favorável ao plano do
devedor:

(I) os credores que tenham mais da metade dos créditos

(II) a maioria das classes credoras presentes

(III) voto favorável de mais de 1/3 dentro da classe que rejeitou

2.1.8 – Credores
(I) Concursais – são aqueles que tinham crédito antes da sentença de
decretação da falência.
(II) Extraconcursais – os créditos são posteriores à sentença de decretação
da falência.

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Memorize – Os credores extraconcursais têm preferência no recebimento.

(III) Ordem de pagamento


- créditos extraconcursais:
1º - ‘credorzão’ e crédito trabalhista salarial – limite de 5 salários por
trabalhador vencidos 3 meses anteriores à decretação da falência; equiparam-se a
créditos trabalhistas os honorários advocatícios;
2º - financiador que entregou valor ao devedor em recuperação judicial;
3º - crédito em dinheiro objeto de restituição
4º - remuneração do administrador judicial;
5º - obrigações de atos praticados durante a recuperação
6º - quantias fornecidas à massa falida pelos credores;
7º - despesas com a venda dos ativos e custas do processo;
8º - custas de outros processos da massa falida
9º - tributos de fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, com
preferência aos tributos trabalhistas.
- créditos concursais:
1º - créditos trabalhistas, até 150 salários mínimos por credor – equiparam-
se a créditos trabalhistas os honorários advocatícios;
2º - crédito gravado com direito real de garantia até o limite do valor do bem
efetivamente arrecadado com a sua venda;
3º - créditos tributários;
4º - créditos quirografários – saldos de créditos; crédito trabalhista que
ultrapassar os 150 salários mínimos; créditos com privilégio especial ou geral
(debênture com garantia flutuante, por exemplo);
Realizado o pagamento de mais de 25% dos credores quirografários e de
100% de todos os que vêm acima dele (concursais e extraconcursais),
consideram-se extintas as obrigações do falido.
5º - multas contratuais e as penas pecuniárias por infração penal;
6º - créditos dos sócios sem vínculo empregatício;

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7º - juros vencidos após a decretação da falência.

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DIREITO DO TRABALHO

1. Contrato de trabalho

1.1 – São requisitos caracterizadores da relação de emprego o SHOP:


Subordinação, Habitualidade6, Onerosidade e Pessoalidade. Obs.: embora haja
doutrinadores que incluam outros requisitos, estes quatro são unanimidade e é o
que a OAB vai te perguntar.
Presentes estes quatro requisitos em uma relação, pode-se dizer que é uma
relação de emprego e o empregado faz jus aos direitos previstos na CLT.
Funcionário público, voluntário em uma ONG ou um prestador de serviços
autônomo não está amparado pela CLT.
Pessoalidade – a relação deve ser pessoal, não se pode admitir que outra pessoa
realize o trabalho, sob pena de não se configurar a pessoalidade.
Habitualidade – é necessário que o trabalho seja habitual, mas isso não
significa que tenha que ser diário. Pode ser celebrado no contrato de trabalho que
todas as terças e quintas é o dia de trabalhar que está presente a habitualidade. Se
o trabalho for eventual, então não se enquadra na relação de emprego.
Subordinação – o empregado deve se submeter às ordens do empregador, por
exemplo, realizar as tarefas por ele determinada. O subordinado não tem autonomia
na relação.
Onerosidade – é a contraprestação. Trabalho voluntário não gera vínculo de
emprego. A onerosidade não necessita ser em dinheiro, pode ser, por exemplo, um
caseiro que cuida da fazenda em troca da moradia.

Memorize – Mesmo trabalhando com Subordinação. Habitualidade, Onerosidade e


Pessoalidade, cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e
maquiador que trabalhe em salão de beleza, não necessariamente terá uma relação de
emprego.

É o que dispõe a lei 13.352/16. Portanto, o proprietário do salão de beleza pode optar
por assinar a CTPS do funcionário ou firmar com ele uma parceria, hipótese em que se
exclui a aplicação da CLT.

6
Habitualidade pode aparecer na prova como ‘não eventualidade’

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1.2 – Conquanto o estatuto da Polícia Militar proíba que o militar da ativa


mantenha relação de emprego com empresa privada, a CLT não o faz. Nesse
sentido, a súmula 386 do TST dispõe que, preenchidos os requisitos (SHOP), é
legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar da
ativa e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de
penalidade disciplinar prevista no estatuto da polícia militar.

1.3 – É possível que o empregador defina o uniforme que o empregado


utiliza. Esse uniforme pode conter logomarca de outras empresas e o empregado
não tem direito de reivindicar qualquer valor por ‘fazer propaganda’ para outras
marcas (por conta da subordinação que tem com o patrão que definiu aquele
uniforme).
É de responsabilidade do empregado a higienização do uniforme, que não
tem direito a qualquer indenização de valores gastos para manutenção da limpeza.
No entanto, em hipóteses excepcionais, em que é necessário procedimento ou
produto incomum, o empregado pode deixar de ter essa responsabilidade.

1.4 – O contrato de trabalho intermitente mantém a habitualidade, no


entanto, a subordinação não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos
de prestação de serviço e de inatividade em horas, dias ou meses. Somente os
aeronautas não podem se submeter ao trabalho intermitente, pois a relação é regida
por legislação própria.
No período de intermitência o contrato é suspenso, não produz efeitos, portanto,
o empregado não recebe salário.
Outro ponto importante é que o salário-hora não pode ser menor que o salário
mínimo estipulado. Portanto, é possível que no final do mês o empregado receba
montante menor que o salário mínimo, pois trabalhou poucas horas no mês.
Quando o empregado está na inatividade o empregador tem que chama-lo de
volta ao trabalho com pelo menos três dias corridos de antecedência e o
empregado tem um dia útil para responder. Se o empregado aceita o chamado e
não se apresenta deve pagar multa ao ‘patrão’ de 50% do valor do contrato (o

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mesmo raciocínio se aplica se o patrão convoca e depois desiste do contrato, deve


pagar a multa ao empregado).
Quando o empregado fica na inatividade deve receber férias e 13º proporcional
ao período em que perdurou o contrato.

Memorize – Quando o contrato de trabalho intermitente estiver suspenso e o ‘patrão’


quer chamar o empregado de volta, deve informa-lo com antecedência de ao menos
três dias corridos e o empregado tem o prazo de um dia útil para responder,
presumindo-se recusado o chamado se não responder.

A recusa não configura insubordinação e não pode resultar em demissão por justa
causa.

1.5 – A responsabilidade de um grupo econômico é solidária. Ex.: Uma


empresa (holding) é controladora de outras diversas empresas. ‘Seu’ Manoel veio
ao Brasil e abriu três padarias, sendo uma dela controladora de outras duas, cada
um com seu próprio CNPJ. Os funcionários de cada padaria pode cobrar seus
direitos de qualquer uma das empresas da holding, pois a responsabilidade é
solidária.
Importante: para que se configure grupo econômico é necessário ‘comunhão
de interesses’, isto é, a atuação deve se dar no mesmo ramo e em conjunto. No
exemplo acima, os funcionários da ‘mecânica automotiva do Seu Manoel’ não
podem cobrar da padaria.

1.6 – A sucessão de empregador não afeta os contratos de trabalho vigentes.


O novo proprietário não pode alterar o contrato de trabalho para suprimir direitos,
mas pode encerrar o contrato de trabalho.
O antigo proprietário continua responsável pelas obrigações trabalhistas
do período em que figurou como sócio da empresa pelo prazo de dois anos
após a sucessão. Essa responsabilidade é subsidiária, isto é, deve-se cobrar
primeiro a empresa, depois os sócios atuais e por último o proprietário antigo. No
entanto, comprovada fraude na alteração societária, a responsabilidade passa
a ser solidária.

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1ª Fase Exame OAB – Temas Recorrentes com Mapas Mentais

1.7 – A alteração das condições do contrato de trabalho deve ser consentida


pelo empregador. Isso significa dizer que o ‘patrão’ não pode retirar algum
benefício habitual que o empregado receba, ainda que não previsto expressamente
em contrato.

2. Salário e Remuneração

2.1 – Importante distinguir salário de remuneração. Salário é aquilo que o


empregado recebe como contraprestação pelo serviço prestado, não importa se de
forma fixa ou variável (engloba-se a hora extra, adicional noturno, comissão etc.).
A remuneração é tudo o que o empregador paga mais a gorjeta (aquela dada
diretamente pelo cliente ao empregado ou a que constar na nota). A gorjeta não
incide no cálculo da hora extra, adicional noturno, repouso semanal remunerado e
aviso prévio (súmula 354 TST).
Existem verbas que, apesar de pagas pelo empregador, não tem natureza
salarial, são elas: ajuda de custo (cesta básica), auxílio-alimentação (em vale
alimentação, não em dinheiro), diárias para viagem, prêmios (participação
nos lucros) e abonos. Portanto, essas verbas não se incorporam ao contrato de
trabalho e seus valores não constituem base de incidência de qualquer encargo
trabalhista, como contribuição previdenciária.

2.2 – O salário in natura é aquele que não é pago em dinheiro, fornecido


habitualmente ao empregado. Decorre das vantagens que o empregador dá ao
empregado. Ex.: um imóvel concedido para o exercício da função, cujo aluguel
custa dois mil reais mensais, é salário in natura e deve constar no contracheque
este valor, devendo incidir sobre ele o cálculo para recolhimento dos encargos
trabalhistas. Um veículo, quando não fornecido como ferramenta de trabalho, mas
como forma de conceder um luxo ao empregado, é salário in natura.
Quando algo é fornecido como ferramenta de trabalho não será salário in
natura. A vantagem deve ser um ‘luxo’ concedido pelo empregador.

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No entanto, não serão considerados como salário: vestuários, curso de


educação, transporte, assistência médica, seguro de vida e acidente, previdência
privada, vale-cultura e equipamentos fornecidos para home office.

Memorize – Não constitui salário in natura: vestuários, curso de educação, transporte,


assistência médica, seguro de vida e acidente, previdência privada e vale-cultura. Em
home office, os equipamentos fornecidos não constituem natureza salarial.

Súmula 367 TST – Habitação, energia elétrica e veículo fornecidos pelo ‘patrão’ não
tem natureza salarial, quando indispensáveis para a realização do trabalho.

2.3 – O salário é irredutível. Mesmo que o empregado aceite a redução salarial,


para exercer a mesma função, a cláusula é nula. A única hipótese que permite a
redução salarial é previsão em acordo ou convenção coletiva.
Se houver redução salarial prevista em acordo ou convenção coletiva, pelo
prazo previsto neste acordo o empregado não pode ser demitido sem justa causa.
Cuidado para não confundir. Se o funcionário recebia 5 mil reais por mês, mas
passou a trabalhar metade do tempo, por força de contrato intermitente, é possível
que receba 2,5 mil reais mensais, pois salário-hora foi mantido e é ele que não
pode sofrer reajuste para baixo.

2.4 – O salário mínimo deve ser nacional e unificado. Onde constar na CLT
‘salário mínimo regional’ não foi recepcionado pela CF/88. O que os Estados
federativos podem fazer é criar salário piso para categorias (nunca menor que o
salário mínimo nacional). Ex.: Governador de Minas Gerais resolve criar uma lei
que define o salário piso da categoria de profissionais da saúde em três mil reais.
Neste Estado os profissionais da saúde não podem receber menos que três mil reais.
Quando não houver lei para determinada categoria, então deve ser obedecido o
salário mínimo nacional.

2.5 – Via de regra, o ‘patrão’ não pode realizar descontos no salário do


empregado, salvo quando o desconto resultar de adiantamentos, de dispositivos de
lei ou acordo coletivo.

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Exceções: pode o empregador realizar desconto direto na folha em caso de


pensão alimentícia, recolhimento previdenciário, vale transporte e imposto de
renda. Se houver concordância por escrito do empregado, pode ser descontado o
plano de saúde e odontológico, seguro de vida, previdência privada ou taxa de
associado em entidade cooperativa, cultural ou recreativa.
Se o empregado quebrar algum equipamento da empresa, de forma dolosa, o
empregador pode realizar o desconto. Todavia, se o dano for causado de forma
culposa deve haver previsão contratual para ser possível a realização do desconto
no salário.

Memorize Dano doloso – se o dano foi causado de propósito, pode ser realizado
desconto.

Dano culposo – se o dano foi causado por imperícia, imprudência ou negligência, o


desconto somente pode ser efetuado se houver previsão contratual. Se o contrato for
verbal considera-se que não há essa cláusula.

2.6 – O salário complessivo também é chamado de salário indiscriminado ou


englobado e pode ser classificado como um vício na relação trabalhista. Sua
principal característica é o fato de que o empregador faz o pagamento ao
indivíduo sem especificar a que se refere as verbas que estão sendo pagas.

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Ex.: Sujeito pactua com o empregado receber 3 mil reais mensais, mas, na
verdade, está fazendo tanta hora extra e deveria ganhar adicional noturno, que teria
que ganhar mais. Nessa hipótese, considera-se que os três mil reais é o salário pago
e tudo o que não foi discriminado (horas extras etc.) não foi pago, podendo o
empregado cobrar estes valores em juízo.

2.6 – A equiparação salarial é devida, desde que os empregados exerçam a


mesma função, na mesma filial. Ex.: Dois caixas de uma rede de mercado que
trabalham em filiais diferentes podem receber salários distintos, mesmo exercendo
a mesma função.
Outra hipótese que veda a equiparação salarial é o ‘tempo de casa’ do
empregado. Para pedir a equiparação do salário é necessário que a diferença do
tempo de serviço não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função
não seja superior a dois anos.

Memorize – Não cabe equiparação salarial se a pessoa paradigma (aquela cujo salário
da mesma função o empregado pretende equiparar) se:

4 anos de casa – o paradigma trabalha na empresa há mais de quatro anos que o


empregado que pretende a equiparação. Ex.: Eu sou auxiliar no ProJur há cinco anos e
a empresa quer contratar dois professores. Eu preencho os requisitos e sou contratado,
junto com você, que acabou de chegar na empresa. Eu posso ganhar mais, mesmo
exercendo a mesma função que você, pois tenho mais de que quatro anos de serviços
prestados aqui.

2 anos de serviço – o paradigma já exerce a função há mais de dois anos que aquele
que pretende a equiparação. Ex.: Eu sou professor do ProJur há três anos, você será
contratado para a mesma função, pode ganhar menos que eu, pois eu já tenho dois anos
nessa função.

Também não cabe equiparação salarial se a empresa contar com quadro de carreira.
Ex.: escritório de advocacia tem advogado júnior ganhando mais que o outro, pois um
progrediu (por merecimento ou critério), segundo o plano de carreira, e o outro não.

Outro ponto importante, o empregado readaptado não serve de paradigma. Ex.: Caixa
do mercado foi readaptado a outra função por lesão que o impede de ser caixa. O salário
dele de caixa será mantido, mas a função que ele exerce tem salário menor. O
funcionário que já exercia essa função não pode pedir equiparação, pois o readaptado
não serve de paradigma.

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Lição de casa: leia a súmula 6 do TST.

3. Outros temas importantes

3.1 – As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção


ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e
adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas
arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.

3.2 – No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa


tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve
sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração
e indenização previstas nesta Lei.
Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo
de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho
temporário.
A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas
referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das
contribuições previdenciárias

Memorize – pela regra, a responsabilidade da empresa tomador é subsidiária, exceto


em caso de falência, em que a responsabilidade passa a ser solidária.

3.3 – O chamado Princípio da Primazia da Realidade define que em uma


relação de trabalho o que realmente importa são os fatos que ocorrem, mesmo
que algum documento formalmente indique o contrário. Assim, vale mais a
realidade, do que o que está formalizado no contrato. Nesse sentido, importante
súmula 12 do TST: As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional
do empregado não geram presunção ‘juris et de jure’ (presunção absoluta), mas
apenas ‘juris tantum' (presunção relativa).

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3.4 – Para ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, é necessário:


(I) salário igual ou superior a 2X o limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social; (II) vontade própria do empregado OU mediante a sua
concordância expressa.
Há quem diga que é uma mitigação do princípio protetor, pois o legislador
impôs uma regra, cerceando o direito do acesso à justiça do empregado, com viés
de "desafogamento" da Justiça do Trabalho, presumindo que o empregado que
ganhe mais, tenha condições de pactuar a cláusula.
Não confundir com a figura do empregado hipersuficiente (art. 444, CLT), que
precisa: (I) ser empregado; (II) ter diploma de ensino superior; (III) salário igual
ou superior a 2X o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social. Portanto, considera-se hipersuficiente o empregado que tem diploma de
nível superior e que tem salário superior ou igual a duas vezes o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Memorize – Para ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, lembre-se


do CRIC:

Contratos individuais

Remuneração superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do


Regime Geral da Previdência Social

Iniciativa do empregado

Concordância expressa

3.5 – Sobre teletrabalho: (I) a atividade não precisa ser exclusivamente fora da
empresa; (II) comparecer nas dependências da empresa não descaracteriza o
teletrabalho; (III) deverá estar expresso no contrato de trabalho (aditivo
contratual); (IV) para iniciar a exercer o teletrabalho é necessário o aceite de ambas
as partes (empregador e empregado) - por meio do aditivo contratual; (V) para
alteração do regime de teletrabalho para o presencial, não é necessário o acordo das
partes, basta: a) solicitação do empregador; b) período de transição mínimo de 15
dias; c) realização por meio do aditivo contratual.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

1. Recursos

➢ 1.1 Cabimento e prazos

1.1.1 – Recurso ordinário: cabível contra sentença e acórdão proferido em


processos de competência originária do TRT. Prazo de 8 dias úteis.
Embargos de declaração: cabível contra sentença ou acórdão, quando houve
erro material, omissão, contradição ou obscuridade. Oposto ED, são
interrompidos prazos de outros recursos. Na hipótese de o acolhimento resulta
em modificação da sentença, o juiz deve ouvir a parte contrária antes da decisão.
O prazo é de 5 dias úteis.
Agravo de instrumento: Na CLT apenas para destrancar recursos para
leva-lo de um juízo para outro. Prazo de 8 dias úteis. Não cabe contra decisão
interlocutória, como no processo civil. Via de regra, a decisão interlocutória não
é recorrível de imediato (vamos estudar em tópico adiante).
Agravo interno: cabível contra decisão monocrática do relator, assim como
no Processo Civil. No entanto, atenção, o prazo é de 8 dias úteis.
Recurso de revista: é um recurso existente apenas no âmbito do Direito do
Trabalho. Ele é o último recurso no processo trabalhista e tem como objetivo
uniformizar a interpretação das legislações de ordem estadual, federal e
constitucional, no âmbito da competência da Justiça do Trabalho. Cabe contra
acórdãos do TRT que julgam recursos ordinários interpostos. Prazo de 8 dias
úteis.
Agravo de petição: Apenas é cabível na fase de execução, quem julga é o TRT.
Prazo de 8 dias úteis. Não cabe recurso ordinário na fase de execução.
Ajuizamento de ação rescisória: Somente após o transito em julgado. Não é
de fato um recurso, mas uma ação autônoma de impugnação. Prazo decadencial
de 2 anos.

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1.1.2 – Todos os prazo são contados em dias úteis. A formação de


litisconsórcio (passivo ou ativo), ainda que com advogados diferentes, não
permite prazo em dobro.

1.1.3 – Os recursos não tem efeito suspensivo, logo, cabível a execução


provisória. A execução provisória só pode praticar atos de constrição (bloqueio),
não pode praticar atos de expropriação (venda).

1.1.4 – No rito sumário, também conhecido como rito de alçada – aquele


utilizado para causas cujo valor seja de até dois salários mínimos – não cabe
recurso de decisões proferidas, exceto se o caso versar sobre matéria
constitucional, caberá recurso ordinário.

1.1.5 – No processo do trabalho a regra é da irrecorribilidade imediata das


decisões interlocutórias. Nestes casos, a parte que se sentir prejudicada deve
aguardar ser proferida decisão final, para dela recorrer.

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No entanto, existem algumas exceções, em que a decisão interlocutória é


recorrível:
(I) - Decisão interlocutória que reconhece a incompetência absoluta da Justiça
do Trabalho: cabe Recurso Ordinário;
(II) - Decisão do TRT contrária à súmula ou orientação jurisprudencial do TST:
cabe Recurso de Revista;
(III) - Decisão passível de recursos para o próprio tribunal: Recurso Interno;
(IV) - Decisão que reconhece a incompetência e determina a remessa dos
autos para Vara do Trabalho vinculada a outro TRT: cabe Recurso
Ordinário. Quem julga é o TRT do juízo que proferiu a decisão.

➢ 1.2 Custas

1.2.1 – Custas
O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.
Isentos do depósito recursal: os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.
Pagamento de Depósito Recursal pela Metade: (I) Entidades sem fins
lucrativos; (II) Empregadores domésticos; (III) Microempreendedores individuais;
(IV) Microempresas e empresas de pequeno porte.
Isentos do pagamento de Custas: (I) Beneficiários da Justiça Gratuita; (II)
União, Estados, DF e Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas
federais, estaduais ou municipais, que não explorem atividade econômica; (III)
MPT; (IV) Empresa em recuperação judicial (Súmula 86 do TST: não inclui
empresa em liquidação extrajudicial);

1.2.2 – Recolhimento das custas quando devidas


A parte vencida recolhe as custas. Considera-se vencido:

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(I) reclamante – quando é totalmente improcedente (não ganhou sequer um


pedido) ou a sentença extingue a ação sem resolução de mérito;
(II) reclamado – quando perder algum pedido (qualquer pedido).
As custas são de 2% do valor da condenação/acordo ou do valor da causa,
observado o mínimo de R$10,64 e o máximo de 4x o teto do INSS.
O pagamento é devido no prazo do recurso (se recorrer) ou após o trânsito
em julgado (se não recorrer). Se a parte recolher valor a menor, deve ser intimada
para complementar, no prazo de 5 dias.

2. Execução

➢ 2.1 Liquidação

2.1.1 – A fase da liquidação é aquela em que são realizados os cálculos dos


valores devidos, pois não foi possível fixar na sentença.

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A liquidação pode se dar por três formas:


(I) cálculos – é utilizada quando necessário realizar meramente contas, que são
realizadas pelas partes, pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho ou por
perito, na hipótese de cálculos complexos.
(II) arbitramento – utilizada quando preciso fazer perícia, quando necessário
conhecimento técnico;
(III) por artigos (ou procedimento comum) – quando necessário alegar e
provar fatos novos na execução.

2.1.2 – Apresentados os cálculos por uma das partes, o juiz deverá permitir a
manifestação da parte contrária, no prazo de oito dias úteis. Após isso, o juiz
intima a União, para que se manifeste sobre as contribuições previdenciárias
(INSS) no prazo de dez dias úteis. Somente depois é que o juiz realiza a sentença
de liquidação (decisão interlocutória irrecorrível).
Após a sentença de liquidação é o momento do mandado de citação,
penhora e avaliação, para que o citado pague ou garanta o juízo no prazo de
48 horas.

2.4 – A garantia do juízo pode ser feita através de dinheiro, bens ou oferecer
seguro garantia judicial, no prazo de 48h, sob pena de penhora, observada a
ordem preferencial de penhora do art. 835 do CPC.
Atenção, entidades filantrópicas não precisam realizar a garantia do juízo,
bem como aqueles que compõe ou compuseram a diretoria dessas instituições.

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2.5 – Caso não garantido o juízo e nenhum bem for encontrado para ser
penhorado, pode ser realizado o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica para que seja alcançado o patrimônio dos sócios. Essa
desconsideração deve ser requerida, salvo na hipótese em que a parte tenha
ajuizado reclamação trabalhista sem constituir advogado (jus postulandi).
Os sócios são citados para se manifestar no prazo de 15 dias, depois o juiz
profere decisão interlocutória (não cabe recurso imediato).

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2.6 – Uma vez garantido o juízo, a parte executada pode apresentar


embargos à execução e a parte exequente impugnação à sentença de
liquidação, ambos no prazo de cinco dias úteis, contados a partir da ciência da
garantia do juízo – aqui a Fazenda Pública tem prazo de 30 dias. Tanto os
embargos quanto a impugnação são decididos na mesma sentença.
Veja na tabela abaixo uma linha do tempo dos atos e os recursos cabíveis.

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DIREITO INTERNACIONAL

1. Tratamento jurídico dos estrangeiros

➢ 1.1 Visto, asilo e refúgio

1.1.1 – São tipos de vistos que o Brasil oferece: de visita, temporário,


diplomático; oficial; de cortesia. Não existe mais o visto permanente, quem
quiser residir no Brasil deve fazer pedido de autorização de residência.
É possível possuir mais de um visto válido, desde que os vistos sejam de
tipos diferentes.
O visto de visita é para estada de curta duração, sem intenção de estabelecer
residência, para fins de turismo, negócios, trânsito e atividades artística ou
desportivas. É vedado exercer atividade remunerada no Brasil com esse tipo de
visto, mas pode concorrer a prêmios, inclusive em dinheiro, a título de competições
desportivas. O visto de visita não será exigido no caso de escala ou conexão
(viagem dos EUA para o Uruguai, com escala no Brasil, o turista não vai sair do
aeroporto, então não precisa de visto).
O visto temporário é concedido com o intuito de estabelecer residência por
tempo determinado, com a finalidade de pesquisa acadêmica, estudo, trabalho,
reunião familiar, acolhida humanitária, trabalho, atividade artística ou desportiva
com contrato com prazo determinado.

Memorize – Aquele que vem ao Brasil para a prática de atividade artística ou desportiva
pode receber o visto de visita ou temporário.

A diferença reside no fato de que, no visto temporário, a pessoa tem contrato com
prazo determinado para a prática da atividade desportiva; já no visto de visita a
estada é de curta duração, sem intenção de estabelecer residência.

Imagine que o Palmeiras contratou o Messi para jogar no seu time. Nesse caso, ele
necessita do visto temporário. Agora, se o Messi joga no PSG e vem ao Brasil jogar a
Copa do Mundo, então necessita do visto de visita.

O visto diplomático e oficial é concedido a autoridade ou funcionário


estrangeiro em missão oficial de caráter transitório ou permanente,

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representando o estado estrangeiro. Esses vistos podem ser transformados em


autorização de residência, hipótese em que cessarão todas as prerrogativas,
privilégios e imunidades.

1.1.2 – A autorização de residência substituiu o visto permanente, que foi


extinto.
Essa autorização pode ser deferida ao residente fronteiriço e ao imigrante, desde
que feito requerimento.
O visto de visita, de cortesia, diplomático ou oficial pode ser transformado em
autorização de residência. Após o vencimento deve ser requerida nova
autorização, não existe prorrogação de autorização de residência.

1.1.3 – O asilo é concedido à pessoa que esteja sofrendo perseguição


individual, de conotação política (principalmente). Se o sujeito se refugia em uma
embaixada de outro país recebe o chamado asilo diplomático. O asilo diplomático
só é concedido em embaixada, consulado não concede asilo diplomático. Se o
sujeito pede refúgio em território brasileiro, recebe o asilo territorial.

Memorize – O asilo diplomático é concedido à pessoa que esteja refugiada em


embaixada (consulado não concede asilo diplomático). O imóvel em que fica sediada
a embaixada de país estrangeiro é território brasileiro, o país estrangeiro goza apenas
do campo de força da imunidade de jurisdição, isto é, não incidem as leis do estado
brasileiro.

1.1.4 – O refúgio é concedido ao imigrante que esteja sofrendo perseguição


por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.
Os efeitos da condição de refugiado serão extensivos ao cônjuge, aos
ascendentes e descendentes, assim como dos familiares que dependam
economicamente do refugiado.
Não se concede a condição de refugiado a quem: (I) já desfrute de proteção
das Nações Unidas; (II) seja residente em território nacional e tenha obrigações
relacionadas com essa condição; (III) tenha cometido crime de GHUGA (Guerra,

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Humanidade, Genocídio e de Agressão); (IV) seja considerado culpado de ato


contrário aos fins e princípios da ONU.

➢ 1.2 Expulsão, deportação, extradição e repatriação

1.2.1 – São hipóteses de afastamento compulsório de estrangeiro:


repatriação, deportação, expulsão e extradição. Nenhuma dessas medidas pode
ser feita de forma coletiva, deve-se sempre analisar o caso de cada indivíduo,
isoladamente.
Pelo princípio do non-refoulement, não se procederá à repatriação,
deportação ou expulsão de nenhum indivíduo quando essa medida poderá
colocar em risco sua vida, integridade pessoal ou sua liberdade seja ameaçada
por motivo de etnia, religião, nacionalidade ou opinião política.
A repatriação, deportação e expulsão são feita para o país de nacionalidade
ou procedência da pessoa, ou para outro que o aceite (então, não
necessariamente será para o país de origem da pessoa).

1.2.2 – A repatriação e a deportação são bem semelhantes. A diferença é que


na repatriação a pessoa não chegou a entrar, foi impedida no próprio aeroporto; já
na deportação o sujeito estabeleceu residência, mas de forma irregular. Ambas são
medidas de procedimento administrativo (não há processo judicial). Ao sujeito
que esteja em procedimento de deportação é deferido prazo para
regularização, não inferior a 60 dias.

1.2.3 – A expulsão é medida administrativa, instaurada por meio de


inquérito policial de expulsão, pois implica cometimento de ilícito. A expulsão
se dá após sentença condenatória transitada em julgado por crime tipificado
no Estatuto de Roma (lembra do GHUGA – genocídio, humanidade, guerra e
agressão) ou crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade,
consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização no território
nacional. Há um prazo determinado em que o estrangeiro não possa volta,
expirado este prazo, pode voltar ao território nacional.

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Memorize – Não se admite a expulsão quando:

(I) O sujeito tiver filho brasileiro sob sua guarda OU dependência econômica OU
socioafetiva OU pessoa brasileira sob sua tutela; (II) tiver cônjuge ou companheiro
residente no país, seja a relação hetero ou homoafetiva; (III) tiver ingressado e residido
no país antes de completa doze anos de idade; (IV) seja pessoa com mais de setenta
anos e reside no país há mais de dez anos.

Não confunda expulsão com extradição. Essas são hipóteses em que não se admite
a EXPULSÃO. Ser casado com brasileira ou ter filho brasileiro não impede a
EXTRADIÇÃO (súmula 421 STF).

A existência do procedimento de expulsão não impede a saída do expulsando,


mas o processo de expulsão não será suspenso.

1.2.4 – A extradição é medida de cooperação internacional pela qual se


concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação
criminal definitiva ou para fins de instrução penal em curso.

Memorize – Brasileiro NATO não pode ser extraditado de forma alguma.

Brasileiro NATURALIZADO somente será extraditado na hipótese de cometer


crime comum antes da naturalização ou se comprovado envolvimento com o
tráfico de drogas, seja antes ou depois da naturalização.

Não se concederá a extradição quando:


- o fato não for considerado crime no Brasil ou no estado requerente.
- o fato for crime com pena de prisão inferior a dois anos;
- o extraditando estiver respondendo a processo ou for condenado ou absolvido
no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
- houver prescrição da punibilidade;
- o fato constituir crime político ou de opinião;
- o indivíduo for brasileiro nato;
- o extraditando for refugiado.

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Compete ao Supremo Tribunal Federal (STF) processar e julgar a


extradição. O STF pode deixar de considerar crime político o atentado contra chefe
de estado.
Importante diferenciar a entrega da extradição. Na entrega o sujeito responde
perante o Tribunal Penal Internacional e na extradição perante o estado que solicita.
Portanto, o brasileiro nato pode ser entregue ao Tribunal Penal Internacional,
desde que acusada de delito internacional de competência deste tribunal.
Em caso de mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa,
pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a
infração foi cometida. Se forem crimes diversos, terá preferência, sucessivamente:
(I) o estado em que cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira; (II) o
estado que em primeiro lugar tenha pedido a entrega do extraditando, se a
gravidade dos crimes for idêntica; (III) o Estado de origem, ou, em sua falta, o
domiciliar do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
Se o STF negar a extradição, não se admitirá novo pedido de extradição
baseado no mesmo fato. Se o STF decidir que o sujeito pode ser extraditado,
a decisão final é do chefe do poder executivo, isto é, o presidente da república
é quem dá a palavra final.

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FILOSOFIA

1. Teoria contratualista

➢ 1.1 Noções Gerais

1.1.1 – Pata Thomas Hobbes, o estado de natureza é que as pessoas são


egoístas e vivem em condição de guerra, por isso a necessidade de um estado
absolutista, para dominar os indivíduos que atentem contra o pacto social,
portanto, para garantir a segurança, sendo o pacto social a renúncia da
liberdade natural.
Já para Jonh Locke, o estado de natureza é pré-político e pré-social, com
relativa paz e harmonia, portanto, defende o estado liberal, para proteger a
propriedade – entendida como vida, liberdade e bens – sendo o pacto social um
consentimento que visa resolver inconvenientes do estado de natureza.
Por fim, para Jean-Jacques Rosseau, no estado de natureza os indivíduos
vivem em liberdade, prevalecendo o instinto de autopreservação, portanto, o
pacto social busca alienação do direito em favor da comunidade política, para
garantir a liberdade, sendo necessário um estado democrático.

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DIREITOS HUMANOS

1. Pacto de San José da Costa Rica

➢ 1.1 Noções Gerais

1.1.1 – O Pacto de San José da Costa Rica é a Convenção Americana sobre


Direitos Humanos (CADH). É o principal documento do sistema interamericano
de direitos humanos e trata dos direitos de primeira geração (liberdade –
direitos civis e políticos).

1.1.2 – No Brasil, foi ratificada e promulgada em 1992, com reserva: A


comissão interamericana de direitos humanos só pode realizar visita e inspeção in
loco para investigação mediante anuência expressa do estado brasileiro.

1.1.3 – Os Estados Partes comprometem-se a respeitar o pacto e garantir o livre


e pleno exercício a toda pessoa sujeita à sua jurisdição, isto é, o Brasil se
compromete a cumprir os direitos do pacto a todos que aqui estejam e não somente
aos brasileiros.

1.1.4 – Para a CADH, a vida começa com a concepção. Ninguém pode ser
privado da vida de forma arbitrária. Isso tem impactos na pena de morte: (I) país
que não aboliu a pena de morte pode continuar aplicando, apenas para os
delitos mais graves, desde que promulgada a lei com tal pena antes do
cometimento do crime; (II) país que já aboliu a pena de morte não pode mais
restabelecer a pena capital; (III) em nenhum caso pode ter pena de morte por
crime político e conexo; (IV) é proibida a pena de morte a quem tinha menos
de 18 anos oi mais de setenta anos, no momento do crime, bem como não pode
ser aplicada a mulher grávida.

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1.1.5 – A CDHU não aboliu a pena de morte, mas tratou do tema em um


protocolo facultativo, o qual o Brasil aderiu com reserva, admitindo a pena de
morte em caso de guerra declarada.

1.1.6 – Via de regra, os presos provisoriamente devem ficar separados dos


condenados, podendo haver exceção em casos excepcionais. Também devem ficar
separados os adultos dos adolescentes, neste caso, não há qualquer exceção, em
hipótese alguma pode misturar adulto e menor na prisão.

1.1.7 – O trabalho forçado é proibido..

Memorize – Não se considera trabalho forçado:

- trabalho de pessoa reclusa em cumprimento de sentença;

- o serviço militar;

- serviço imposto em caso de perigo ou calamidade que ameaça a existência ou o


bem-estar da comunidade;

- trabalho que faça parte da obrigação cívica (ser mesário em eleição)

1.1.8 – Ninguém pode ser preso por dívida, salvo se por pensão alimentícia.
Portanto, o depositário infiel não pode ser preso. Depositário infiel é aquele que
fica responsável pela guarda de determinado objeto e quando solicitado não o
devolve, de forma injustificada.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

1. Regime Geral de Previdência Social

➢ 1.1 Aposentadoria programada e por idade rural

1.1.1 – Aposentadoria programada


Enquadram-se neste regime segurados filiados ao RGPS a partir de
13/11/2019 e os filiados antes dessa data se mais vantajosa a nova regra.
Devem ser preenchidos os requisitos de idade + tempo de contribuição.
Homem – mínimo de 65 anos de idade + ao menos 20 anos de contribuição.
Mulher – mínimo de 62 anos de idade + ao menos 15 anos de contribuição.
Professor – a idade mínima reduz em 5 anos, se comprovado efetivo
exercício na função + 25 anos de contribuição na função de magistério.

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Prazo de carência – mínimo de 180 contribuições mensais tempestivas (os


recolhimentos atrasados não entram no período de carência).
Início do benefício
(I) Empregado e doméstico – a partir do desligamento, se requerido até 90
dias dessa data; a partir do requerimento, se não se desligar o emprego (é possível
que se aposente e continue trabalhando, pois a aposentadoria não rompe o vínculo
de emprego). Se for empregado público, a aposentadoria rompe o vínculo
empregatício.
(II) Demais segurados – a partir do requerimento.
Renda mensal
Coeficiente fixo: 60% do salário-de-benefício (média de todo o período
contributivo, a conta de julho/94).
Coeficiente variável: +2% para cada ano que superar o tempo mínimo de
contribuição (é possível ultrapassar 100% do salário-de-benefício, respeitado o teto
do RGPS).
É possível excluir do cálculo os anos em que a contribuição foi menor, desde
que requerido pelo beneficiário.

1.1.2 – Aposentadoria por idade do trabalhador rural


Concedida ao trabalhador rural e garimpeiro que tenha 60 anos (homem) ou 55
anos (mulher).
Carência de 180 contribuições; ou comprovação de efetivo exercício de
atividade rural por 5 anos, se segurado especial (trabalhador rural que exerce
atividades de forma individual ou em regime de economia familiar, tirando o
sustento próprio e de sua família a partir da atividade). Portanto, o segurado
especial pode se aposentar sem ter contribuído uma mensalidade sequer.
Renda mensal
(I) Segurado especial – 1 salário mínimo
(II) Demais segurados – 70% do salário-de-benefício +1% para cada ano de
contribuição (limitado a 100%).

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Aposentadoria por idade híbrida


Segurado que trabalhou no campo e na área urbana, mas não atingiu qualquer
requisito para aposentadoria. Pode aposentar por idade, sem um mínimo de
contribuição, mas a idade mínima para se aposentar segue a regra de 65 anos para
homens e 62 anos para mulheres.

➢ 1.2 Pensão por morte

1.2.1 – O benefício da pensão por morte é concedido ao conjunto dos


dependentes do falecido (um benefício único para a viúva e o filho dependente
menor de 21 anos de idade).

1.2.2 – Aplica-se a lei vigente na data da morte do segurado (tempus regit


actum). Não há retroatividade de norma mais benéfica.

1.2.3 – A pensão por morte independe de período de carência, isto é, ainda


que tenha contribuído apenas um mês, ou mesmo que não tenha contribuído nada,
pois empregado no dia anterior ao da morte, os dependentes têm direito à pensão
por morte.

1.2.4 – Início do benefício


(I) Filho menor de 16 anos – recebe retroativamente da data do óbito, se
requerer em até 180 dias do falecimento. Se o requerimento for posterior aos
180 dias do falecimento, recebe a partir da data do requerimento e não da data
do óbito.
(II) Demais dependentes – recebe retroativamente desde a data do óbito, se
requerer em até 90 dias; ultrapassados os 90 dias, recebe da data do requerimento.

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1.2.5 – Morte presumida por ausência


Declarada a morte presumida pela ausência de uma pessoa, a decisão judicial
fixará pensão provisória, que pode deixar de ser recebida pelos dependentes
no caso de o ausente reaparecer, sem a necessidade de reposição/devolução
dos valores (exceto comprovação de má-fé, em que a devolução integral é
devida).
O pedido de pensão deve aguardar decisão judicial declarando a morte
presumida, após 6 meses do desaparecimento. No caso de desaparecido em
acidente, desastre ou catástrofes, o requerimento pode ser realizado na data
do fato (não precisa esperar a decisão judicial após seis meses). Confirmada a
morte, a pensão provisória passa a ser definitiva.

1.2.6 – Renda mensal da pensão


(I) Sem dependente inválido ou deficiente – cota fixa de 50% do valor da
aposentadoria recebida ou que teria direito se fosse aposentado por incapacidade
permanente, na data do óbito. Cota variável de +10% por dependente, até o

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limite de 100% (somam-se os 10% naqueles 50% da cota fica, para se chegar ao
limite de 100%).
(II) Com dependente inválido ou deficiente – cota fixa de 100% da
aposentadoria do segurado ou do que teria direito a receber se fosse aposentado por
invalidez permanente. Cessada a invalidade ou deficiência, o benefício passa a
ser de 50%, como visto na regra anterior.
A renda mensal é dividida em partes iguais para cada dependente (se dois
dependentes, metade do benefício para cada).
Reversão de cotas – cessada a dependência do beneficiário (ex: filho
ultrapassou os 21 anos), o valor que recebia não se reverte aos demais dependentes.

1.2.7 – Término do benefício


(I) morte – o pensionista morreu, extingue-se a pensão que recebia.
(II) + 21 anos de idade – completados 21 anos de idade, o filho ou irmão
dependente deixa de receber a pensão. Se for inválido ou deficiente, continua
recebendo, até cessar a invalidez/deficiência. Ainda que o deficiente exerça
atividade remunerada, continua recebendo a pensão.
(III) Casamento de curta duração – se o casamento tinha menos de 2 anos,
o cônjuge recebe por apenas 4 meses, exceto se a morte se deu por acidente.
(IV) Recolhimento inferior a 18 contribuições mensais – se o segurado
recolheu menos de 18 contribuições mensais, o cônjuge/companheiro recebe
benefício por apenas 4 meses, exceto no caso de morte por acidente.
(V) Casamento de +2 anos E 18 contribuições mensais – no caso em que o
relacionamento for superior a 2 anos e o falecido contribuir ao menos 18 meses,
leva-se em consideração a idade da (o) viúva(o):

Idade da viúva Duração da pensão

Até 21 anos 3 anos

Entre 22 e 27 anos 6 anos

Entre 28 e 30 anos 10 anos

Entre 31 e 41 anos 15 anos

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Entre 42 e 44 anos 20 anos

45 anos ou mais Vitalício

1.2.8 – Dependente homicida


O dependente que comete homicídio doloso contra o beneficiário, perde o
direito à pensão por morte se for condenado criminalmente por sentença com
trânsito em julgado, salvo se o dependente for inimputável ou absolutamente
incapaz (filho de menor de 18 anos de idade que mata o pai não perde o direito à
pensão). Havendo fundados indícios da autoria, o pagamento é suspenso.

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DIREITO ELEITORAL

1. Noções Gerais

➢ 1.1 Princípios

1.1.1 – Celeridade – As ações que podem resultar em perda do mandato eletivo


devem ser concluídas em até 1 ano (da data da propositura da ação até o julgamento,
em todas as instâncias). Os prazo recursais, em regra, são de 3 dias e não cessam
aos finais de semana e feriados.
Anualidade – A lei que alterar o processo eleitoral não se aplica a eleição
que ocorra em até 1 ano da data de sua vigência. (Ex: para lei que alterar o processo
eleitoral ser aplicada à eleição de 2024, deve ser publicada no máximo até 05 de
outubro de 2023, pois 06 de outubro de 2024 é o dia da eleição). Este princípio
aplica-se também à mudança de jurisprudência consolidada.

➢ 1.2 Direitos Políticos

1.2.1 – Privação dos direitos políticos – a CF/88 proíbe a cassação dos


direitos políticos, mas admite a perda (privação permanente, com possibilidade
de recuperação) ou suspensão (privação temporária). Embora não esteja prevista
na CF/88, a doutrina ainda classifica como forma de privação de direito político o
impedimento (obstáculo à aquisição de direitos políticos).

Hipóteses Natureza da privação

Cancelamento da naturalização por sentença Perda


transitada em julgado

Incapacidade civil absoluta Suspensão/impedimento

Condenação criminal transitada em julgado, Suspensão


enquanto durarem seus efeitos, independentemente
de reabilitação ou prova de reparação dos danos

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(pela lei da ficha limpa, cessados os efeitos da


condenação criminal, a inelegibilidade perdura
por mais 8 anos).

Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou Suspensão/Impedimento


prestação alternativa

Improbidade administrativa Suspensão de direitos


políticos e perda da
função pública

1.2.2 – Plebiscito – é a consulta prévia ao cidadão, para se posicionar a respeito


de algo. Pode ter caráter vinculante ou meramente opinativo. (ex: em 2011 a
população foi consultado a respeito da possibilidade de dividir o Estado do Pará
em três).
Referendo – é a manifestação popular para aprovação ou reprovação de
matéria já editada. Sempre tem caráter vinculante. (ex: população votou para não
aprovar o art. 35, do estatuto do desarmamento, que proibia a venda de armas de
fogo no país)

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➢ 1.3 Inelegibilidade

1.3.1 – Absoluta
(I) Analfabeto – o analfabeto pode votar (voto facultativo), mas não pode ser
votado.
(II) Inalistáveis – não podem ser eleitos os estrangeiros, conscrito militar,
privado dos direitos políticos, absolutamente incapazes.
Relativa
(I) Motivos funcionais – (I) a reeleição, nos cargos de presidente, governador
e prefeito; (II) militar na ativa com menos de 10 anos de serviço que não se afasta
do cargo; (III) membros do Ministério Público e Magistratura (caso queira ser
eleito, deve se afastar definitivamente da função que ocupa no máximo em até 6
meses antes do pleito).
(II) Motivos reflexos – o cônjuge e os parentes até o segundo grau do
Presidente, Governador e do Prefeito (ou de quem os substituiu nos 6 meses
anteriores ao pleito) são inelegíveis, no território de jurisdição do seu mandato,
exceto se já fosse titular de mandato eletivo e queira se reeleger.

➢ 1.4 Ação de impugnação ao mandato eletivo

1.4.1 – É ação para impugnar o mandato eletivo, portanto, só pode ser ajuizada
nos 15 dias posteriores à diplomação. Deve ser instruída com provas pré
constituídas do abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. Tramita em
segredo de Justiça.

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DIREITO FINANCEIRO

1. Noções Gerais

➢ 1.1 Orçamento

1.1.1 – Iniciativa das leis – compete privativamente (indelegável) ao Chefe


do Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) enviar ao Congresso Nacional
o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas da lei
orçamentária anual. No entanto, O Ministério Público, a Defensoria e o Poder
Judiciário possuem autonomia financeira, isto é, o executivo diz quanto dinheiro
será destinado a eles, e eles próprios decidem como gastar (o executivo não
interfere, quanto a isso).

➢ 1.2 Plano Plurianual

1.2.1 – Finalidade - A lei do plano plurianual estabelece as diretrizes,


objetivos e metas de longo prazo da administração pública para as despesas de
capital (investimentos em escola e hospital, por exemplo) e programas de
duração continuada (pagamento com salário de servidores e programa de
transferência de renda, como bolsa família).
Vigência – é de 4 anos a vigência da PPA.
Prazo – O prazo deveria ser estabelecido por lei complementar, que não foi
editada, então, vige ainda o art. 35, § 2º da ADCT, que diz que o PPA será
encaminhado para o legislativo até 4 meses antes do encerramento do
exercício financeiro (31 de agosto) e devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa (22 de dezembro).
Exemplo – O PPA planeja que, durante os próximos 4 anos, serão construídos
X novos hospitais, X novas escolas, X casas populares, etc.

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➢ 1.3 Lei de Diretrizes Orçamentárias

1.3.1 – Finalidade – A LDO estabelece prioridades das metas previstas no


PPA e orienta a elaboração da LOA (Lei orçamentária anual).
Vigência – é de 1 ano. Portanto, todo ano tem uma nova LDO.
Prazo – O Executivo manda para o Legislativo até 15.04. O Legislativo vota
a lei e devolve para o Executivo até 17.07.
Exemplo – Daqueles planejamentos do PPA, a LDO prioriza a construção de X
escolas e X hospitais.

➢ 1.4 Lei Orçamentária Anual

1.4.1 – Finalidade – é a LOA que realiza as prioridades previstas na LDO.


Prevê as receitas e fixa as despesas com a execução das metas priorizadas. O
Executivo não pode gastar mais do que previsto na LO, sob pena de crime de
responsabilidade.
Vigência – é de 1 ano. Portanto, todo ano tem uma nova LOA.
Prazo – O Executivo manda para o Legislativo até 31.08 e o Legislativo vota
e devolve até 22.12. Se a proposta não for enviada no prazo será repetida a
última LOA.
Créditos adicionais – como a receita é meramente estimada, as despesas não
computadas ou insuficientemente previstas autorizam a abertura de crédito
adicional.
São espécies de crédito adicional:
(I) suplementares – destinados a reforço de dotação orçamentária insuficiente.
Aumenta uma despesa já prevista. Deve ser criada nova lei para autorizar a
criação do crédito suplementar ou a própria LOA pode autorizar previamente
a abertura de crédito suplementar, hipótese em que poderá ser criado crédito
suplementar por decreto do Executivo;

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1ª Fase Exame OAB – Temas Recorrentes com Mapas Mentais

(II) especiais – destinados a despesas para as quais não houve orçamento


específico. Cria uma despesa nova. Deve ser criada nova lei para criar essa
despesa nova, não pode ter prévia aprovação, como no crédito suplementar.
(III) extraordinários – destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso
de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Neste caso, o chefe do
Executivo pode criar crédito extraordinário por medida provisória.

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