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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 02

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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 02

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Rodada 03 25/09/2023
Rodada 04 02/10/2023
Rodada 05 05/10/2023
Rodada 06 09/10/2023

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ÍNDICE

ÉTICA ........................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ........................................................................................... 14
DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................... 19
DIREITOS HUMANOS ............................................................................................... 30
DIREITO INTERNACIONAL ....................................................................................... 32
DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................. 35
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................... 41
DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................... 51
DIREITO CIVIL ........................................................................................................... 55
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................... 63
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ................................................................ 66
DIREITO EMPRESARIAL .......................................................................................... 69
PROCESSO CIVIL ..................................................................................................... 75
DIREITO PENAL ........................................................................................................ 88
PROCESSO PENAL ................................................................................................ 100
DIREITO DO TRABALHO ........................................................................................ 111
PROCESSO DO TRABALHO .................................................................................. 121
DIREITO ELEITORAL .............................................................................................. 134
DIREITO FINANCEIRO ............................................................................................ 136
DIREITO PREVIDENCIÁRIO.................................................................................... 138

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ÉTICA

DICA 01
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

Fundamento legal: Artigo 15 a 17 do EAOAB. Os advogados podem se reunir em


formas de sociedades, sendo elas:

SOCIEDADES

SOCIEDADE SIMPLES DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE ADVOCACIA

SOCIEDADE UNIPESSOAL DE
ADVOCACIA

A sociedade de advogados não se trata de sociedade empresária, sendo


disciplinadas pelo:

Estatuto da Código de Ética e Regulamento Geral da


Advocacia; disciplina da OAB; OAB.

DICA 02
REGISTRO DA SOCIEDADE

A sociedade adquire personalidade jurídica quando com seu respectivo registro;


O registro dos seus atos constitutivos deverá ser aprovado pelo conselho seccional,
onde for sua sede.
Em caso de sociedade filial, o ato de registro constará arquivado junto ao conselho
seccional, onde estiver instalada.
Neste último caso, os sócios e o titular da sociedade, ficam obrigados à inscrição
suplementar.

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DICA 03
DA RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
A responsabilidade, será subsidiária e ilimitada, pelos danos causados aos clientes,
sendo por ação ou omissão, por dolo ou culpa.

QUEM É
RESPONSÁVEL?

TITULAR DA
SOCIEDADE SOCIEDADE SÓCIO
INDIVIDUAL

DICA 04
ADVOGADO E SOCIEDADE
O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades
unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo
empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do
Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB, segundo a
recentíssima Lei 14.365/22.
IMPORTANTE: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia
deverão recolher seus tributos sobre a parcela da receita que efetivamente lhes couber,
com a exclusão da receita que for transferida a outros advogados ou a sociedades que
atuem em forma de parceria para o atendimento do cliente (Lei 14.365/22).
A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como
sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros
escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo
previstas no Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no Código
de Ética e Disciplina. (Lei 14.365/22)
DICA 05
PONTOS IMPORTANTES DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

A Razão Social deve ter, obrigatoriamente, o nome de um advogado responsável


pela sociedade.

O Sócio Falecido, terá seu nome mantido na sociedade, desde que previsto em
contrato.

Para a Sociedade Unipessoal, será obrigatória a nomenclatura: “nome do titular”


+ “Sociedade Individual de Advocacia”.

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DICA 06
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Fundamento legal: Art. 22 a 26 EAOAB. Valores recebidos pelo advogado aos


serviços prestados, sendo, então, um direito do advogado.
Preceitua o Código de Processo Civil, artigo 85, §14, que os honorários, constituem
natureza alimentar, vedada a compensação.
FIQUE ATENTO (A)!

Súmula Vinculante 47

Os honorários advocatícios, por sua natureza alimentar, são considerados créditos


privilegiados para habilitação em processos de falência e outros.

ATENÇÃO!!

Com o advento da lei 14.365/22, cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e
decidir sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado,
resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo VI desta Lei, e observado o disposto no
inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.

DICA 07
ESPÉCIES DE HONORÁRIOS

Prestados entre Contrato poderá Contrato escrito é


HONORÁRIOS advogado e cliente ser escrito ou considerado
verbal TÍTULO EXECUTIVO
CONVENCIONADOS
EXTRAJUDICIAL

Fixados por meio Este, será por sua Será designado


HONORÁRIOS De SENTENÇA vez, designado na também, em caso
ARBITRADOS JUDICIAL. falta do contrato de desentendimento
JUDICIALMENTE escrito. entre cliente e
advogado.

São os honorários Nas ações de Serão fixados no


HONORÁRIOS devidos pela parte execução, a parte mínimo de 10% e
que perdeu o executada no máximo de
SUCUMBÊNCIA processo.
20% sobre o valor
da condenação

Aqueles pagos a um Contratado por Neste caso, o


HONORÁRIOS advogado sindical entidade sindical advogado presta
ASSISTENCIAIS assistência
jurídica ao
trabalhador da
categoria.
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DICA 08
HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS
A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do Estatuto da OAB, passando
a tratar dos honorários assistenciais, deixando evidente a possibilidade de cumulação
entre honorários assistenciais e honorários contratuais.

O que seria os honorários assistenciais? São aqueles fixados em ações coletivas em


favor da entidade de classe que atua em substituição processual.

Os honorários sucumbenciais não prejudicam os convencionais;

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXXIII, 2021.


A entidade de classe X, atuando em substituição processual, obteve, no âmbito de certo
processo coletivo, decisão favorável aos membros da categoria. A advogada Cleide
patrocinou a demanda, tendo convencionado com a entidade, previamente, certo valor
em honorários. Ao final do feito, foram fixados honorários sucumbenciais pelo juiz.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
b) Cleide terá direito aos honorários sucumbenciais, sem prejuízo dos honorários
convencionais.
Gabarito: Letra b.
Comentário: fundamento: Art. 22 §§ 6 e 7º do EAOAB.
Diante do caso em tela, os honorários podem ser sucumbenciais e assistenciais.
De início, destaca-se que a Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art.
22 do Estatuto da OAB, passando a tratar dos honorários assistenciais, deixando
evidente a possibilidade de cumulação entre honorários assistenciais e honorários
contratuais.
Assim, o que seria os honorários assistenciais? São aqueles fixados em ações
coletivas em favor da entidade de classe que atua em substituição processual
Art. 22, § 6º, do Estatuto da OAB: O disposto neste artigo aplica-se aos honorários
assistenciais, compreendidos como os fixados em ações coletivas propostas por
entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos honorários
convencionais.
Art. 22, § 7º, do Estatuto da OAB: Os honorários convencionados com entidades
de classe para atuação em substituição processual poderão prever a faculdade de
indicar os beneficiários que, ao optarem por adquirir os direitos, assumirão as
obrigações decorrentes do contrato originário a partir do momento em que este foi
celebrado, sem a necessidade de mais formalidades.

DICA 09
FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS
Para a fixação dos honorários advocatícios é preciso observar o princípio da
moderação; respeitando a tabela de honorários fixada pelo Conselho Seccional.

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Fundamentado no art. 36, incisos, do Código de Ética e Disciplina - CED, seguindo os


seguintes requisitos:

Relevância, vulto, complexidade e dificuldades dos assuntos tratados;

Trabalho e tempo empregados;

A abdicação do advogado em relação a outros clientes e terceiros devido a exclusividade


a determinado cliente;

Valor da causa, condição econômica do cliente e o proveito para este, resultando do


serviço prestado;

o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou


constante;

o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou


de outro;

a competência do profissional;

a praxe do foro sobre trabalhos análogos;

DICA 10
CLÁUSULA “QUOTA LITIS”

Forma de recebimento de honorários por meio da cláusula quota litis.

Os honorários são fixados com base em parte da vantagem obtida pelo cliente na
demanda judicial;

Recebimento será, em regra, por pecúnia;

Poderá, excepcionalmente, o advogado ter participação nos bens do cliente,


quando este não dispuser de condições pecuniárias para satisfazer o débito;

O acréscimo dos honorários por cláusula quota litis e honorários sucumbenciais, não
podem ser superiores às vantagens do cliente.
DICA 11
FORMAS DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS

O recebimento quando não ocorrer de maneira convencional (art. 24, caput e §1º,
EAOAB), poderá ser feito por meio de:

Cheque

Nota promissória

Cartão de Crédito

Fatura (Permitida por


meio de contrato).

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Ambas as formas poderão ter o seu protesto amigavelmente, o que não se aplica ao
cartão de crédito, por não ser possível protesto nesta forma.

Será vedado o pagamento por meio de:

Debêntures

Duplicata

Letra de câmbio

DICA 12
COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS E ANTECIPAÇÃO DAS CUSTAS E DESPESAS

De acordo com o Artigo 48, §§ 2º e 3º do Código de Ética e Disciplina - CED:

Compensação dos créditos, só será possível, através de contrato de prestação de


serviços ou com autorização especial do Cliente.

Poderá, por meio de contrato de prestação de serviços, contratação de servidores


auxiliares no processo, como exemplo, peritos particulares.

Para o caso de antecipação de despesas processuais, é necessário que haja previsão


contratual. As despesas deverão ser custeadas mediante comprovação documental.
DICA 13
DA ADVOCACIA “PRO BONO”

É a advocacia solidária, conceituada nos artigos 1º ao 30º do Código de Ética e


prestada pautada nos seguintes requisitos:

Gratuidade (de forma não onerosa ao cliente);

Eventualidade (não contínuo);

Voluntariedade (espontâneo).

Prestada a pessoas naturais, sem recursos para contratação de advogado e instituições


sem fins econômicos conjuntamente com seus assistidos desprovidos de recursos para
contratação de advogado.
Sendo vedado seu exercício para fins políticos e eleitorais, ou para beneficiar
entidades com tais fins; ou como uso para captação de clientela.

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DICA 14
DA PRESCRIÇÃO E AÇÃO DE COBRANÇA

O direito de cobrança dos honorários advocatícios prescreve em 05 anos;

A CONTAGEM SE DÁ A PARTIR:

do vencimento do contrato, se houver;

do trânsito em julgado da decisão;

de quando serviço extrajudicial, do último ato;

da desistência ou transação;

da renúncia ou revogação do mandato.

Prestação de contas do advogado ao cliente – prazo 05 anos.

Na falta desta, o advogado incorre em infração de suspensão.


DICA 15
OMISSÃO QUANTO À FORMA DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS

Diante da omissão quanto à forma de pagamento em contrato de prestação de


serviços em honorários advocatícios, fica estipulado por meio de lei, o pagamento da
seguinte forma:

1/3 devido no início da prestação;

1/3 até decisão de 1ª instância;

1/3 no final do processo.

QUESTÃO OAB DO EXAME XXXVIII, 2019.


Eduardo contrata o advogado Marcelo para propor ação condenatória de obrigação de
fazer em face de João. São convencionados honorários contratuais, porém o contrato de
honorários advocatícios é omisso quanto à forma de pagamento. Proposta a ação,
Marcelo cobra de Eduardo o pagamento de metade dos honorários acordados.
De acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, metade dos honorários é devida no início do
serviço e metade é devida no final.
b) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, os honorários são devidos integralmente

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desde o início do serviço.
c) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, os honorários somente são devidos após a
decisão de primeira instância.
d) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, apenas um terço é devido no início do
serviço.
Gabarito: Letra d.
Comentário: A resposta da questão, em sua letra “D”, está fundamentada em seu
Artigo 22, §3º do EAOAB, que traz a forma de pagamento de honorários
advocatícios, quando não estipulados pelo contrato.
Sendo assim, Marcelo, como advogado não poderá cobrar metade dos honorários
na propositura da ação; ele deverá cobrar apenas 1/3 no início do serviço.

DICA 16
ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários serão


recebidos por seus sucessores.

O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários


sem a intervenção do advogado substabelecido.
Fica permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a
título de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de
precatórios, como complementação de fundos constitucionais.

Caso o advogado cobre injustificadamente acima do valor da tabela:


Locupletarão indevida – pena: suspensão

Se o advogado cobrar, abaixo da tabela com frequência:


Aviltamento de honorários – pena: censura.

DICA 17
SUBSTABELECIMENTO

COM reservas de poderes – NÃO poderá ser cobrado sem a interferência daquele
que substabeleceu.

SEM reservas de poderes: Haverá a transferência definitiva dos poderes, sendo


assim, dispensa a consulta ao primeiro advogado.

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QUESTÃO DO EXAME DE ORDEM – XXXIII, 2021.


Gabriel, advogado, exerce o patrocínio de Bruno em certo processo administrativo.
Todavia, foi necessário o substabelecimento do mandato a Henrique.
Considerando a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O substabelecimento do mandato com reserva de poderes a Henrique exigirá
inequívoco conhecimento de Bruno.
b) Diante de substabelecimento com reserva de poderes, Henrique deverá ajustar
antecipadamente os seus honorários com Bruno.
c) Caso Bruno não aceite a atuação de Henrique, por preferir o trabalho de outro
advogado, Gabriel deverá privilegiar a atuação do outro profissional com ele no
processo.
d) Diante de substabelecimento com reserva de poderes a Henrique, este não poderá
cobrar honorários sem a intervenção de Gabriel.
Gabarito: Letra “d”.
Comentário: Art. 26 do EAOAB. A questão exigia conhecimento do candidato a
respeito do substabelecimento com e sem reservas de poderes.
No caso, Gabriel para substabelecer não precisava da concordância do seu cliente, e;
Conferindo poderes com reserva a Henrique, NÃO PERMITE, que o mesmo cobre os
honorários sem interferência, conhecimento e intervenção de Gabriel.

DICA 18
DO ADVOGADO EMPREGADO

Fundamento legal: Art. 18 a 21 EAOAB; Art. 11 14 RGEAOAB; Art. 4º CED.


O advogado empregado, na sua relação de emprego, não sofrerá em sua isenção
técnica e nem em sua independência profissional.

Importante (Lei 14.365/22):As atividades do advogado empregado poderão ser


realizadas, a critério do empregador, em qualquer um dos seguintes regimes:

I - EXCLUSIVAMENTE PRESENCIAL: modalidade na qual o advogado empregado, desde


o início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo
empregador;
II - NÃO PRESENCIAL, TELETRABALHO OU TRABALHO A DISTÂNCIA: modalidade na
qual, desde o início da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora
das dependências do empregador, observado que o comparecimento nas dependências
de forma não permanente, variável ou para participação em reuniões ou em eventos
presenciais não descaracterizará o regime não presencial;
III - MISTO: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais, no
estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conforme as
condições definidas pelo empregador em seu regulamento empresarial,
independentemente de preponderância ou não.”

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Ele não fica obrigado às prestações de serviços profissionais de interesse pessoal do
seu empregador.

Pode ser cobrado em prova:

Art. 4º do CED: o advogado empregado, deve zelar pela sua liberdade e


independência.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 19
TEORIA DE PLATÃO
QUEM ERA PLATÃO? Ele era discípulo de Sócrates, Platão foi um importante
filósofo grego, professor do também filósofo Aristóteles e foi autor de muitas obras,
sendo a mais conhecida “A República”. Vale a pena ressaltar que Platão viveu em um
período sócio-político muito intenso na Grécia: Entre o período da democracia ateniense e
logo após, a chamada Tirania dos 30, onde Atenas foi dominada por Esparta, dando
começo à decadência da Grécia Antiga.
O falecimento de Sócrates marcou Platão, pois quando Sócrates morreu ele procurou ficar
longe de Atenas, haja vista que nunca concordou com a condenação de seu professor.
Platão vem de uma família rica, ao contrário de Sócrates. Outro ponto importante da
perspectiva do Platão era que a cidade deveria ser governada pelos chamados “reis
filósofos”, dando assim à política um certo elitismo.
Ideia central do filósofo Platão: A justiça não pode prejudicar ninguém, logo, a
justiça não pode ser imperfeita.
DICA 20
ANÁLISE DE “A REPÚBLICA” – PLATÃO
A República é uma interessantíssima obra de Platão, no qual segue-se um dialogo/ debate
entre importantes figuras, dentre elas Sócrates, no qual baseia-se a preocupação em
criar uma fórmula de administração perfeita da pólis (cidade). É possível nesta obra
notar uma forte preocupação com a possibilidade da instalação estado anárquico na pólis.
Lembrando que a Grécia desta época era bastante aristocrática.
IMPORTANTE: É neste livro que vemos o famoso mito da caverna, também chamado
de alegoria da caverna.
Poxa, eu não lembro. Será que vocês podem relembrar? Claro: No diálogo,
Sócrates comenta para Glauco a seguinte situação: Pense em uma caverna, onde
prisioneiros vivessem desde a mais tenra infância. Todos vivem lá com as mãos
amarradas em uma parede, e deste local eles podem olhar somente as sombras que são
projetadas na parede situada à frente.
As sombras são formadas pela fogueira e indivíduos passam perto da fogueira, fazendo
assim gestos e passando com objetos, formando sombras que, de forma distorcida, são
todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo externo. Mas um dos
prisioneiros foi liberto e ao caminhar pela caverna, olha que na verdade são pessoas e
uma fogueira projetando as sombras. Ao sair da caverna, ele vê o mundo externo e a luz
do sol ofusca a seus olhos, porém aos poucos, ele acostuma-se com a luz e com o mundo
de verdade fora da caverna.
O prisioneiro liberto pode fazer duas coisas: Voltar para a caverna e libertar os seus
companheiros de prisão ou viver a sua liberdade. Caso escolhe a primeira opção, poderia
sofrer os ataques de seus companheiros, que o julgariam como louco.

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DICA 21
ARISTÓTELES - UM FOCO EM ÉTICA A NICÔMACO
Aristóteles foi um filósofo grego que influenciou fortemente o pensamento ocidental. Ele
também era aluno de Platão. Na visão do filósofo grego Aristóteles, a ética é a ciência
que possui a finalidade de determinar o que é uma boa conduta humana. E mais:
Na visão aristotélica tudo que cumpre a sua função é bom. Além disto, dizia
Aristóteles que a finalidade da vida humana é a felicidade.
Ou seja: Felicidade ≠ Prazeres momentâneos
Felicidade é um estado contínuo, diferentes dos prazeres momentâneos, que vem e depois
vão embora. E mais: Aristóteles cria que a felicidade na verdade é o conhecimento. Logo,
para Aristóteles, alguém não detentor do direito não poderia ser considerado como
pessoa, de fato, feliz. Aristóteles também afirma que o homem é um animal dotado de
“logos” e também de paixões e inclinações. A Ética aristotélica prega que a felicidade é um
bem comum, que deve ser o objetivo de todo ser humano.
LOGOS = RAZÃO
Dica de ouro: O juiz, para a teoria aristotélica, é o mediador de todo o processo de
aplicação da justiça corretiva. Já sobre sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles traz dois
termos bem típicos de seus ensinamentos: Justiça Corretiva e Justiça Distributiva.

Vejamos a seguir:

JUSTIÇA DISTRIBUTIVA JUSTIÇA CORRETIVA

“A cada um segundo os seus méritos” Tem por objetivo corrigir a situação de


injustiça

Igualdade proporcional Igualdade absoluta

Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV – OAB – EXAME de Ordem Unificado XXXI, 2020.


Temos, pois, definido o justo e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é
evidente que a ação justa é intermediária entre o agir injustamente e o ser vítima da
injustiça; pois um deles é ter demais e o outro é ter demasiado pouco. (ARISTÓTELES.
Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.)
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a justiça como uma virtude e a
diferencia daquilo que é injusto.
Assinale a opção que define aquilo que, nos termos do livro citado, deve ser entendido
como justiça enquanto virtude.
Uma espécie de meio-termo, porém não no mesmo sentido que as outras virtudes, e sim
porque se relaciona com uma quantia intermediária, enquanto a injustiça se relaciona
com os extremos.
Uma maneira de proteger aquilo que é o mais conveniente para o mais forte, uma vez
que a justiça como produto do governo dos homens expressa sempre as forças que

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conseguem fazer valer seus próprios interesses.
O cumprimento dos pactos que decorrem da vida em sociedade, seja da lei como pacto
que vincula todos os cidadãos da cidade, seja dos contratos que funcionam como pactos
celebrados entre particulares e vinculam as partes contratantes.
Um imperativo categórico que define um modelo de ação moralmente desejável para
toda e qualquer pessoa e se expressa da seguinte maneira: “Age como se a máxima de
tua ação devesse tornar-se, por meio da tua vontade, uma lei universal”.
Gabarito: Letra a.

DICA 22
TOMÁS DE AQUINO
A filosofia de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) tem base com os Sagrados Escritos
e o pensamento aristotélico. Alguns textos escritos por ele são: Suma contra os
gentios, Suma teológica, Sobre o ser e a essência, Sobre o governo dos príncipes entre
outros. Tomás de Aquino defendia a capacidade do homem de criar as leis. Tomás de
Aquino apresenta uma hierarquia da legislação distribuída em 3 níveis:

Lei Divina;

Lei Natural; e

Lei Humana.

LEI DIVINA LEI NATURAL LEI HUMANA

É a própria razão de Deus, É uma decorrência da Lei É a criada pelo ser


Eterna e possível de ser humano para a
que governa toda a criação, compreendida pelo homem, regulação de sua vida na
sendo em boa medida pois o homem, como racional, comunidade política ou
desconhecida pelos homens. Estado em questão.
participa da criação e
Está lei também é chamada consegue reconhecer a ordem
de Lei Eterna. da lei eterna.

DICA 23
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - THOMAS HOBBES
A sua obra mais famosa é o Leviatã, na qual ele defendia o modelo absolutista,
Hobbes (1588-1679) é o defensor teórico do poder soberano. Para Hobbes, é
necessário que se pactue um contrato social, quando a sociedade delega a um Estado
rígido e centralizado, com um governante totalitário, o famoso Leviatã. As ideias de
Hobbes são alinhadas ao período em que ele viveu, onde a monarquia inglesa estava fraca
e ameaça, à beira de uma possível guerra civil.
Resumindo: As pessoas neste contrato abrem mão de sua liberdade em troca de de
obedecer à uma autoridade. É dele a famosa frase: "O homem é lobo do homem"
(Estado de natureza).

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Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV, 2016.


De acordo com o contratualismo proposto por Thomas Hobbes em sua obra Leviatã, o
contrato social só é possível em função de uma lei da natureza que expresse, segundo
o autor, a própria ideia de justiça.
Assinale a opção que, segundo o autor na obra em referência, apresenta esta lei da
natureza.
a) A) Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
b) B) Dar a cada um o que é seu.
c) C) Que os homens cumpram os pactos que celebrem.
d) D) Fazer o bem e evitar o mal.
GABARITO: Alternativa c.

DICA BÔNUS
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - JOHN LOCKE
Locke (1632-1704) teve como cenário social e político a Revolução Gloriosa (1688),
que estabeleceu o Parlamento na Inglaterra. Sua linha de pensamento passa pela
interconexão entre soberania e povo, aspecto que o distancia de Hobbes. Hobbes um
absolutista e favorável à monarquia, já Locke um liberal democrata. Locke, então, era
um representante das ideias liberais e parlamentaristas, ao contrário de Hobbes, que era
um defensor do absolutismo. A obra mais conhecida de Locke foi Segundo Tratado sobre o
Governo Civil. Lembrando que a Revolução Gloriosa pôs fim aos conflitos entre católicos e
protestantes na Inglaterra.

MNEMÔNICO: LOCKE = LIBERALISMO

IMPORTANTE: As ideias de Locke deram base a dois pensadores franceses do


período pré revolução francesa: Montesquieu e Rousseau. Trataremos deles em dicas
posteriores.

Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV, 2017.


“O povo maltratado em geral, e contrariamente ao que é justo, estará disposto em
qualquer ocasião a livrar-se do peso que o esmaga.” John Locke
O Art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988 afirma que “todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.
Muitos autores associam tal disposição ao conceito de direito de resistência, um dos
mais importantes da Filosofia do Direito, de John Locke.
Assinale a opção que melhor expressa tal conceito, conforme desenvolvido por Locke
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na sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil.
a) A natureza humana é capaz de resistir às mais poderosas investidas morais e
humilhações, desde que os homens se apoiem mutuamente.
b) Sempre que os governantes agirem de forma a tentar tirar e destruir a propriedade
do povo ou deixando-o miserável e exposto aos seus maus tratos, ele poderá resistir.
c) Apenas o contrato social, que tira o homem do estado de natureza e o coloca na
sociedade política, é capaz de resistir às ameaças externas e às ameaças internas, de
tal forma que institui o direito de os governantes resistirem a toda forma de guerra e
rebelião.
d) O direito positivo deve estar isento de toda forma de influência da moral e da
política. Uma vez que o povo soberano produza as leis, diretamente ou por meio de
seus representantes, elas devem resistir a qualquer forma de interpretação ou
aplicação de caráter moral e político.
Gabarito: Letra b.
Comentário: Para Locke, o direito ao individualismo e à propriedade privada são
importantes demais. Logo, não cabe ao governo oprimir o povo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 24
PODER CONSTITUINTE DIFUSO - MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Poder constituinte difuso é o poder de fato que atua na etapa da mutação


constitucional, meio informal de alteração da Constituição.

Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e do sentido


das normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer modificação na
literalidade do texto da Constituição.
É chamado de difuso porque não vem formalizado (positivado) no texto das
Constituições. É um poder de fato porque nascido do fato social, político e econômico. É
meio informal porque se manifesta por intermédio das mutações constitucionais,
modificando o sentido das Constituições, mas sem nenhuma alteração do seu texto
expresso.

QUESTÃO FGV – OAB, 2017.


Parlamentar brasileiro, em viagem oficial, visita o Tribunal Constitucional Federal da
Alemanha, recebendo numerosas informações acerca do seu funcionamento e de sua
área de atuação. Uma, todavia, chamou especialmente sua atenção: a referida Corte
Constitucional reconhecia a possibilidade de alteração da Constituição material - ou
seja, de suas normas - sem qualquer mudança no texto formal. Surpreendido com essa
possibilidade, procura sua assessoria jurídica a fim de saber se o Supremo Tribunal
Federal fazia uso de técnica semelhante no âmbito da ordem jurídica brasileira. A partir
da hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a informação dada pela
assessoria jurídica.
a) Não. O Supremo Tribunal Federal somente pode reconhecer nova norma no sistema
jurídico constitucional a partir de emenda à constituição produzida pelo poder
constituinte derivado reformador.
b) Sim. O Supremo Tribunal Federal, reconhecendo o fenômeno da mutação
constitucional, pode atribuir ao texto inalterado uma nova interpretação, que expressa,
assim, uma nova norma.
c) Não. O surgimento de novas normas constitucionais somente pode ser admitido por
intermédio das vias formais de alteração, todas expressamente previstas no próprio
texto da Constituição.
d) Sim. O sistema jurídico-constitucional brasileiro, seguindo linhas interpretativas
contemporâneas, admite, como regra, a interpretação da Constituição
independentemente de limites semânticos concedidos pelo texto.
Gabarito: Alternativa b.
Comentário: Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e
do sentido das normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer
modificação na literalidade do texto da Constituição.

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DICA 25
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA

Possui todos os elementos


para a produção de efeitos
EFICÁCIA eficácia plena =
jurídicos diretos e
PLENA imediatos, ex. art. 1º, 44 e direta + imediata + integral
46, CF.
Eficácia: 100%

Possui todos os elementos,


mas seu âmbito de eficácia
EFICÁCIA eficácia contida =
é restringido/contido pelo
CONTIDA legislador ordinário, ex. art. direta + imediata + não
37, I, CF. integral
Eficácia: 100% - lei

Não possui todos os


elementos. Necessita da
EFICÁCIA eficácia limitada =
atuação do legislador
LIMITADA ordinário para que produza indireta + mediata +
seus efeitos e aumentar seu reduzida + diferida
âmbito de eficácia.
Eficácia: % + lei = 100%

QUESTÃO FGV – OAB, 2017.


Edinaldo, estudante de Direito, realizou intensas reflexões a respeito da eficácia e da
aplicabilidade do Art. 14, § 4º, da Constituição da República, segundo o qual “os
inalistáveis e os analfabetos são inelegíveis”.
A respeito da norma obtida a partir desse comando, à luz da sistemática
constitucional, assinale a afirmativa correta.
(a) Ela veicula programa a ser implementado pelos cidadãos, sem interferência
estatal, visando à realização de fins sociais e políticos.
(b) Ela tem eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral, pois, desde que
a CRFB/88 entrou em vigor, já está apta a produzir todos os seus efeitos.
(c) Ela apresenta contornos programáticos, dependendo sempre de regulamentação
infraconstitucional para alcançar plenamente sua eficácia.
(d) Ela tem aplicabilidade indireta e imediata, não integral, produzindo efeitos
restritos e limitados em normas infraconstitucionais quando da promulgação da
Constituição da República.
Gabarito: Alternativa b.
Comentário: O art. 14, § 4º, da CF (“os inalistáveis e os analfabetos são
inelegíveis”) é uma norma de eficácia plena, uma vez que possui aplicabilidade direta,
imediata e integral.

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DICA 26
NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA

As normas de eficácia limitada se subdividem em:

Normas de princípio programático: Direcionam a atuação do Estado instituindo


programas de governo.
São normas que estabelece os princípios e diretrizes que serão cumpridos pelo Estado
observando seus fins sociais, estabelecendo programas de ação futura.
Vinculam programas de governo, sendo dirigidas aos próprios governantes.

→ STF: normas programáticas, sobretudo de temas relacionados à saúde e educação,


possuem aplicabilidade direta e imediata, à luz da teoria do mínimo existencial atrelado à
dignidade da pessoa humana.

Normas de princípio institutivo: Ordenam ao legislador a organização ou


instituição de órgãos, instituições ou regulamentos.
DICA 27
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Entendidos como cláusulas pétreas, os direitos e garantias fundamentais são o rol
de princípios absolutos e relativos positivados para assegurar aos seres humanos o
estatuto de indivíduos de direito. No ordenamento jurídico brasileiro, estão previstos na
Constituição Federal e são inerentes à pessoa humana
Com o primeiro grande marco histórico sobre direitos fundamentais, que foi a Revolução
Francesa, a Constituição Federal de 1988, desse modo, refletiu o que fora estabelecido na
Carta de Direitos Humanos de 1948. E trouxe um rol de direitos e garantias considerados
fundamentais para a manutenção do ordenamento jurídico. Os direitos e garantias
fundamentais, portanto, são entendidos como este conjunto de preceitos conquistados
com o avanço das sociedades jurídicas e hoje positivados. Portanto, pode-se dizer que os
direitos fundamentais decorrem de uma construção histórica.

ATENÇÃO!

Os Direitos e Garantias Fundamentais são:

Irrenunciáveis: Ninguém pode recusá-los, na medida em que são inerentes –


também são inalienáveis e invioláveis. Isto é, não podem ser vendidos, trocados,
disponibilizados ou violados, sob o risco de punição do Estado.

Imprescritíveis: Não são atingidos pela prescrição e podem ser exigidos a


qualquer tempo. Do mesmo modo são universais, uma vez que aplicados
indistintamente a todos os indivíduos.

DICA 28
DIREITO À VIDA

O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina.


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Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada,
admite-se a pena de morte. O aborto, por sua vez, é permitido em casos
excepcionais.

Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez


quando não há outra forma de salvar a vida da gestante.

Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por


médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu
representante legal quando a gestante dor menor de 18 anos.

Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de uma


criança com grave deformidade genética.

DICA 29
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
A CF/88 preconiza que todos são iguais perante a lei (caput), bem como homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (inciso I).

A igualdade tem dupla acepção, MATERIAL e FORMAL:

Material: trata-se da igualdade de fato. É o tratar igualmente os iguais e os desiguais


de forma desigual, na medida de sua desigualdade. É aqui que se encontra o fundamento
para as ações afirmativas;

Formal: é a igualdade perante a lei. É dizer, todos os seres humanos são tratados de
igual forma, sem levar em consideração suas especificidades.
DICA 30
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

Por não existir direito fundamental absoluto, a legalidade pode ser afastada nos casos de
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de
defesa (artigo 136, CF/88).

O princípio da legalidade tem duas acepções, uma diz respeito ao Particular e a


outra à Administração. O primeiro é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Já
o segundo pode fazer somente o que a lei permite.

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DICA 31
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da reserva legal impõe a necessidade que determinadas matérias sejam


disciplinadas por lei formal, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no artigo
59, da cf/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de obediência
à lei em sentido amplo.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

A reserva legal pode ser classificada em:

Absoluta: a norma constitucional necessita de lei formal para sua regulamentação.

Relativa: em que pese a necessidade de lei formal, é possível a edição de espécies


infralegais para regulamentação da norma constitucional.

O Princípio da Irretroatividade das Leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá,
exceto em benefício do réu.
DICA 32
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)
Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
o anonimato.
A Vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a
terceiros ao exercer a livre manifestação do pensamento.

A livre manifestação de pensamento não é absoluta, sendo proibido qualquer discurso


de ódio, inclusive a incitação ao racismo.
DICA 33
DIREITO DE RESPOSTA
É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.
Esquematizando: Aplica-se a pessoas físicas e
pessoas jurídicas.

DIREITO DE É proporcional ao agravo.


RESPOSTA

Pode ser acumulado com


indenização por dano material,
moral ou à imagem.

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DICA 34
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por
motivo de crença religiosa, de convicção filosófica ou política.

Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88.


Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a
cumprir prestação alternativa fixada em lei, haverá restrição de seus direitos.
DICA 35
INVIOLABILIDADE DA CASA
Segundo o inciso XI, do artigo 5º, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.
Da leitura do dispositivo extraímos que nos casos de flagrante delito, desastre e para
prestar socorro, o agente pode entrar em qualquer horário na residência. Já quando se
tratar de determinação judicial, o agente somente poderá entrar na residência durante o
dia.

Entende-se como “casa”:


Qualquer compartimento habitado;
Qualquer aposento ocupado de habitação coletiva;

Qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade pessoal.

SISTEMATIZANDO

REGRA:
A casa é inviolável;

EXCEÇÃO:
Consentimento do morador;
Flagrante delito;
Desastre;
Prestar socorro;
Determinação Judicial.

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JURISPRUDÊNCIA

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera
intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse
autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si
só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu
consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel.
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

Veja como já foi cobrado em prova:

QUESTÃO FGV OAB, 2021.


João, considerado suspeito de ter comercializado drogas ilícitas em festa realizada há
duas semanas em badalada praia do Município Delta, após investigação policial, teve
localizado seu endereço.
Os policiais, sem perda de tempo, resolvem se dirigir para o referido endereço, e lá
chegando, às 22h, mesmo sem permissão, entram na casa de João e realizam uma
busca por provas e evidências.
Segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a ação policial
(a) respeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que a Constituição da República
dispensa a necessidade de mandado judicial em situações nas quais esteja em questão
a possibilidade de obtenção de provas para investigação criminal em curso.
(b) desrespeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que, como a Constituição da
República não prevê explicitamente qualquer exceção a este direito, o ingresso na casa
alheia, contra a vontade do morador, sempre exige ordem judicial.
(c) respeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que o sistema jurídico brasileiro
considera que a plena fruição desse direito somente pode ser relativizada em situações
nas quais o seu exercício venha a conceder proteção a alguma ação criminosa.
(d) desrespeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que, embora esse direito não
seja absoluto e possua restrições expressas no próprio texto constitucional, a atuação
dos agentes estatais não se deu no âmbito destas exceções.
Gabarito: Alternativa d.
Comentário: CF, art. 5°, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

DICA 36
LIBERDADE PROFISSIONAL
Segundo o inciso XIII, do art. 5º, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

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É inconstitucional a previsão de cancelamento automático de registro em conselho


profissional por inadimplência da anuidade. Antes, em acatamento ao princípio do
processo legal, deve haver a oitiva do associado.
A inexistência de lei regulamentadora NÃO IMPEDE o exercício da profissão.

ATENÇÃO!

Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador NÃO pode


exercer a advocacia.

DICA 37
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – LIBERDADE DE REUNIÃO
Previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI)
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;”

Ao analisar esse direito fundamental, extrai-se os seguintes requisitos:

Reunião pacífica;

Sem armas;

Em locais abertos ao público – o que não veda a realização de reuniões em espaços


privados;

Independentemente de autorização;

Não frustrem outra reunião marcada anteriormente para o mesmo local;

Exige-se prévio aviso.

JURISPRUDÊNCIA

O PRÉVIO AVISO, segundo a jurisprudência do STF, não exige uma comunicação


formal, pois “eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de reunião
não transforma a manifestação em ato ilícito e que o Poder Público pode
legitimamente impedir o bloqueio integral de via pública para assegurar o direito de
locomoção de todos” (Notícias STF de 19.12.2018).

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Como os demais direitos fundamentais, o direito de reunião não é absoluto e pode


ser restringido na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de
sítio (art. 139, IV).

JURISPRUDÊNCIA – Fique atento

Sobre o requisito do AVISO, o STF, por meio do Recurso Especial n° 806339/SE,


cujo Relator foi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que para que o aviso seja
cumprido não há nenhum tipo de forma pré-estabelecida, bastando apenas que chegue
o conhecimento da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de
aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de
forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário.
RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

DICA 38
DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES
Segundo dispõe o artigo 5º, inciso XXXIV, a todos (brasileiros, estrangeiros ou pessoas
jurídicas) são assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;

A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

ATENÇÃO!

Direito de petição: defesa de direitos e defesa contra ilegalidade ou abuso de poder;


Direito à obtenção de certidões: defesa de direitos e o esclarecimento de situações
de interesse pessoal.

Diante da negativa da obtenção de certidão o remédio constitucional adequado para


combater a lesão é o mandado de segurança, e não o habeas data.

DICA 39
TRIBUNAL DO JÚRI (INCISO XXXVIII, DO ARTIGO 5º)

Segundo o inciso em estudo, são princípios assegurado do tribunal do júri:

Plenitude de defesa;

Sigilo das votações;

Soberania dos veredictos;

Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

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A competência do tribunal do júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida pode
ser ampliada pelo legislador ordinário.

Dá-se o nome de latrocínio ao crime de roubo qualificado pela morte da vítima.


Em que pese haver a morte da vítima, em realidade trata-se de crime contra o
patrimônio e não contra a vida.

ATENÇÃO!

Quando o agente que cometer o crime doloso contra a vida detiver foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal, a competência não será do
tribunal do júri.

DICA BÔNUS
EXTRADIÇÃO

Nenhum brasileiro será extraditado (vedação absoluta), salvo o naturalizado


nos seguintes casos:
Crime comum, cometido antes da naturalização;

Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas;

NÃO será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

O brasileiro nato que vier a perder a nacionalidade brasileira pela aquisição


voluntária de outra nacionalidade, estará sujeito à extradição.

DICA BÔNUS
CRIMES INAFIANÇÁVEIS E CRIMES IMPRESCRITÍVEIS
Na CF/88 existem “mandados de criminalização” onde o constituinte determina que o
legislador criminalize alguma conduta ensejadora de violação a algum bem jurídico.

Podemos encontrar mandados de criminalização nos seguintes incisos:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça, anistia e indulto


a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evita-los, se omitirem.

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armado civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático.

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CRIMES
CRIMES
INAFIANÇÁVEIS E
INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETÍVEIS DE
IMPRESCRITÍVEIS:
GRAÇA E ANISTIA:

Tortura;
RACISMO;
Tráfico ilícito de
entorpecentes e
drogas afins;

Ação de grupos
armado civis ou Terrorismo;
militares, contra a
ordem constitucional e
o estado democrático.
Crimes
hediondos.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 40
AS TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS STRICTO SENSU: Relacionada com a conclusão de tratados


pelos Estados para a proteção dos direitos humanos como hipóteses de violação,
mecanismos de controle e sanções, podem ser responsabilizados por denúncia de outros
Estados ou pro reclamações de indivíduos quando violados direitos.

DIREITO HUMANITÁRIO: busca regular condições de paz e segurança às pessoas


envolvidas em conflitos armados.

DIREITO DOS REFUGIADOS: busca proteger a situação específica das pessoas que
abandonam seu país por sofrer discriminação ou limitação de liberdade de expressão ou
opinião política.
DICA 41
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)
Organizações das Nações Unidas (ONU): É o marco institucional, foi estabelecida em
1945 e assumiu o desafio de reorganizar o mundo pós-Segunda Guerra Mundial.
A proteção dos direitos humanos está entre os propósitos e princípios da ONU.
Seus propósitos estão previstos no art.1º da Carta da ONU.
Com a cooperação entre os Estados, a ONU está buscando fortalecer a amizade entre
as Nações e evitar novos conflitos.

Princípios previstos no art. 2º da Carta: Igualdade de todos os seus membros; boa-fé;


paz, segurança e justiça internacionais; assistência; concordância implícita e autonomia
ou não intervenção nos assuntos internos dos Estados.

As instituições nacionais de direitos humanos devem atender a cinco características:


MNEMÔNICO: CACAL.

Capacidade de se relacionar com instituições regionais e internacionais;

Autonomia para monitorar qualquer violação de Direitos humanos;

Competência para atuar em temas jurídicos;

Autoridade para assessorar o Executivo, o Legislativo e qualquer outra instância sobre


temas relacionados aos Direitos Humanos; e

Legitimidade para educar e informar sobre direitos humanos.

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DICA 42
INSTRUMENTOS NORMATIVOS DO SISTEMA GLOBAL

No sistema global coordenado pela ONU, temos instrumentos normativos gerais e


específicos:
Instrumentos normativos gerais: Declaração Universal dos Direitos do Homem
(DUDH) + Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos + Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

Instrumentos específicos: Convenções Internacionais fundamentalmente voltadas à


prevenção da discriminação ou à proteção de pessoas ou grupos particularmente
vulneráveis.
DICA 43
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (DUDH)
Com o estabelecimento da ONU, foram criados o Conselho Social e Econômico que
apresentou a declaração universal, como marco histórico de proteção universal de
direitos humanos.
É essencial para a universalização da proteção ao ser humano, proteção esta que
decorre da condição humana.
Não possui natureza de tratado e, portanto, nem o Brasil e nem os demais Estados
precisam ratificar tal Declaração, mas possui conteúdo jurídico.
A DUDH apresenta direitos de liberdade (art. 1º ao 21º) e de igualdade (art. 22º ao
30º), possuindo o mesmo valor hierárquico.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 44
DIFERENCIAÇÃO ENTRE NATOS E NATURALIZADOS

Em regra, não existe diferença entre natos e naturalizados, mas a Constituição


apresentou algumas hipóteses taxativas, no art. 12 § 2º e 3º:

Cargos privativos de brasileiros natos: Presidente e Vice Presidente da República;


Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do
Supremo Tribunal Federal; Carreira diplomática; Oficial das Forças Armadas; Ministro
de Estado da Defesa.
MP3.COM

Naturalizado não poderá ser Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois
este órgão será presidido pelo Presidente do STF, conforme art.103-B, da CF.

O naturalizado também não poderá ser Presidente ou Vice Presidente do Tribunal


Superior Eleitoral (TSE), tendo em vista que os mesmos são eleitos dentre os Ministros
do STF, conforme parágrafo único, do art.119 da CF.

Não pode também, o naturalizado ser Conselheiro da República, sendo cargo


reservado para brasileiros natos com mais de 35 anos de acordo com o art. 89 da CF.

Naturalizado pode perder a nacionalidade por sentença judicial. O brasileiro nato


somente se adquirir outra nacionalidade (art. 12, § 4º).

O brasileiro nato não é extraditado, o naturalizado pode ser em caso de tráfico ilícito
de entorpecentes ou crimes comuns antes da naturalização (art. 5º, LI).

Somente brasileiros natos e naturalizados a mais de dez anos de naturalização


podem ser proprietários de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens (art.122, da CF).

DICA 45
PERDA E DUPLA NACIONALIDADE
A naturalização poderá ser cancelada por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional (aplicável apenas ao naturalizado), na forma do art. 12, § 4º,
I da CF.
Ocorrerá a perda da nacionalidade por aquisição de outra, conforme art. 12, § 4º, II da
CF.
EXCEÇÃO: reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis. São os casos de dupla nacionalidade.

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DICA 46
CONCEITOS OPERACIONAIS NO DECRETO Nº 9.199/17

Migrante: pessoa que se desloque de país ou região geográfica ao território de outro


país ou região geográfica, em que estão incluídos o imigrante, o emigrante e o apátrida;

Imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalhe ou resida e se


estabeleça temporária ou definitivamente na República Federativa do Brasil;

Emigrante: brasileiro que se estabeleça temporária ou definitivamente no exterior;

Residente Fronteiriço: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserve a


sua residência habitual em Município fronteiriço de país vizinho;

Visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que venha à República Federativa
do Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou
definitivamente no território nacional;

Apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado;

Refugiado: pessoa que tenha recebido proteção especial do Estado brasileiro.

DICA 47
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA MIGRATÓRIA
Abrange imigrantes e emigrantes, baseado na noção de reciprocidade entre os Estados.

Princípios e diretrizes estão presentes no art.3º da Lei 13.445/2017, devendo ser dada
atenção maior para:
Respeito aos direitos humanos: repúdio a xenofobia, racismo e quaisquer
discriminação.
Migração não deve ser criminalizada.
Acolhida humanitária e direito à reunião familiar.
Proteção a brasileiro no exterior.
Repúdio a práticas de retirada compulsória de estrangeiro de forma coletiva.
DICA 48
DIREITOS DO MIGRANTE
Previsto em um rol não exaustivo no art. 4º da Lei n. 13445/2017.

Garantidos no território nacional, com condições de igualdade com os nacionais,


a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
são assegurados:

direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos;

liberdade de circulação em território nacional;

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reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e
dependentes;

proteção a vítimas e testemunhas;

transferir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país;

reunião para fins pacíficos;

direito de associação;

acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social;

amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita;

direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da


condição migratória;

cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas


de proteção ao trabalhador;

isenção das taxas, mediante declaração de hipossuficiência;

direito de acesso à informação e garantia de confidencialidade;

direito a abertura de conta bancária;

direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional;

direito do imigrante de ser informado sobre as garantias.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 49
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A interpretação do fato gerador deve ser feita, conforme prevê o art. 118 do CTN
“abstraindo-se:

I — Da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,


responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II — Dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos”.
Forte nesse dispositivo, tem-se entendido, por exemplo, que, prestado serviço de
telefonia, incide o ICMS, ainda que o consumidor deixe de pagar a conta
telefônica, porquanto “Não compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação
dos consumidores; cabe, no caso, à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o
recebimento de seus créditos”.

Também já decidiu o STJ que “A exigência tributária não está vinculada ao êxito
dos negócios privados”. Têm entendido o STF e o STJ, também, que o PIS e a Cofins —
contribuições sobre a receita cobradas pelo regime de competência — são devidos ainda
que posteriormente se verifique inadimplência dos adquirentes dos produtos. O mesmo se
aplica quanto à tributação oriunda de ilícitos.
DICA 50
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

O elemento especial da obrigação tributária refere-se sobre onde ocorre o fato


gerador.

É importante para determinar sujeito ativo do fato gerador. A quem se deve pagar.

Ex.: Um doador domiciliado no Rio de Janeiro doa um imóvel localizado em Minas


Gerais para o donatário que reside no Espírito Santo e o contrato de doação é assinado
em São Paulo. A qual fisco se deve pagar o Imposto de Transmissão Causa Mortis ou
Doação (ITCMD)? A Constituição indica que o local onde ocorre o FG é o local do imóvel,
nesse caso, o fisco de Minas Gerais que receberá o imposto. No caso dos bens imóveis
aplica-se o princípio da territorialidade. Já no caso de bens móveis, o local onde ocorre o
FG é o local do doador, sendo o fisco carioca o responsável por recolher o imposto.
DICA 51
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A definição do elemento espacial da obrigação tributária em algumas vezes não é definida
em lei nacional ou na Constituição. Assim, os fiscos municipais e estaduais podem
estabelecer em suas legislações situações que levam a cobrança de imposto por mais de
um ente tributante.
Quando há conflito de critérios especiais ocorrerá a bitributação: dois entes cobrando
pelo mesmo Fato Gerador, tributos idênticos ou diversos.

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Ex.: Propriedade localizada dentro de um município, em que não se pode definir se ela
se localiza em área rural (enseja ITR, competência da União) ou em área urbana (enseja
IPTU, competência municipal). Neste caso, como o Fisco tem o dever de cobrar, ambos os
entes irão notificar o contribuinte para pagar.
O contribuinte para se desobrigar perante os fiscos deve pagar através de ação de
consignação de pagamento, depositando o maior valor cobrado, evitando a mora, e
nessa ação os entes tributantes irão discutir a legitimidade para cobrança, competindo ao
Juiz definir quem tem legitimidade.

Art. 164. CTN - A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos casos: III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica
de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

DICA 52
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A bitributação é diferente do “bis in idem”.

Nos casos de “bis in idem”, ou dupla cobrança, ocorre a cobrança dupla sobre
um mesmo fato gerador. Porém, neste caso, o mesmo ente cobra dois ou mais tributos
sobre o mesmo fato gerador, sendo hipótese de excesso de competência pelo mesmo
ente. O que é vedado pela CR/88:

Art. 145 CR/88, §2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 154, CR/88 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

STF entende que como regra o bis in idem é permitido, sendo vedado apenas nas
hipóteses previstas constitucionalmente, porque o legislador constituinte definiu as
hipóteses em que é vedado. Exemplo de tributos que tem fatos geradores sobrepostos:
IRPJ e CSLL/ II, IPI /PIS e COFINS.
DICA 53
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, A ECONOMIA E AS RELAÇÕES DE
CONSUMO (LEI Nº 8.137/1990) - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
MATERIAIS - REVISÃO

Suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as


seguintes condutas:
Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação
de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;
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Mnemônico: FOFE!

F Fraudar

O Omitir

F Falsificar

E Elaborar

SÚMULA VINCULANTE 24 STF:

"Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos
I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo."

Figura formal: Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou


documento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
DICA 54
PREÇOS DE SERVIÇO PÚBLICO X TAXAS
Para sua prova, presta atenção ao fato de que preços de serviços públicos e taxas NÃO
SE CONFUNDEM, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que a
instituiu.
A receita patrimonial corresponde ao ingresso proveniente de rendimentos sobre
investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de
mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes; (Aluguéis,
Arrendamentos, Tarifas de Ocupação, Concessão, Permissão, Autorização ou
Cessão do Direito de Uso de Bens Imóveis Públicos).
Receita agropecuária 🡪 decorrem da exploração econômica, por parte do ente público,
de atividades agropecuárias.
Receita industrial 🡪 são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente
público, tais como a extração e o beneficiamento de matérias-primas, a produção e a
comercialização de bens relacionados às indústrias mecânica, química e de transformação
em geral.
DICA 55
IOF (IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, OU
RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS)
Normatizado no art. 153, V, da CF/88 e Lei n. 8.894/94 e do Decreto n. 6.306/2007, o
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a títulos ou valores
imobiliários – IOF é uma exceção à legalidade tributária, sendo facultativo ao Poder
Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, mudar suas alíquotas
por meio de ato unilateral (art. 153, § 1º, da CF).

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E o que é o valor da operação?

nas operações de crédito, o valor do principal que constitua o objeto da obrigação, ou


sua colocação à disposição do interessado;

nas operações relativas a títulos e valores mobiliários:

→ valor de aquisição, resgate, cessão ou repactuação;


→ o valor do pagamento para a liquidação das operações referidas na alínea anterior,
quando inferior a noventa e cinco por cento do valor inicial da operação, expressos,
respectivamente, em quantidade de Unidade Fiscal de Referência (Ufir) diária.

→ valor nocional ajustado dos contratos, no caso de contratos derivativos.


DICA 56
IOF É EXTRAFISCAL?
Sim, sua função maior é extrafiscal, é a função de intervir na política de crédito, câmbio
e seguro.

Considera-se como base de cálculo do IOF (art. 64 do CTN):

quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e


os juros;

quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido,


entregue ou posto à disposição;

quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;

quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:

→ na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;


→ na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como
determinar a lei;

→ no pagamento ou resgate, o preço.


DICA 57
IOF: CONTRIBUINTE

O contribuinte do IOF, segundo o art. 66 do CTN, é qualquer das partes da operação


tributada. Deve-se entender como contribuintes do imposto:
qualquer pessoa física ou jurídica tomadora de crédito;
compradores ou vendedores de moeda estrangeira;
pessoas físicas ou jurídicas seguradas;
adquirentes de títulos e valores mobiliários;
instituições financeiras;
instituições autorizadas pelo Banco Central a realizar operações com ouro.

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DICA 58
IOF NÃO INCIDE EM ADIANTAMENTO A EXPORTADORES, SEGUNDO O STJ
A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) CONSIDEROU ILEGAL A
COBRANÇA DA ALÍQUOTA DE 0,38% DE IOF NOS ADIANTAMENTOS SOBRE
CONTRATO DE CÂMBIO (ACCS), instituída pelo Decreto 6.339/2008 no período de 3 de
janeiro de 2008 a 12 de março de 2008.
Assim sendo, estando diante de operação de câmbio vinculada às exportações, o relator
observou que sempre se aplicou a alíquota zero de IOF, seguindo a orientação
constitucional de que não se exportam tributos (artigos 149, parágrafo 2º, I; 153,
parágrafo 3º, III; e 155, parágrafo 2º, X, "a"), de modo que não se pode admitir a
pretensão da Fazenda Nacional de cobrar o imposto sobre crédito no momento da
formalização do adiantamento, como previsto na vigência do Decreto 6.339/2008.
DICA 59
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISS OU ISSQN)

Ele tem a finalidade de conferir uniformidade à disciplina normativa do imposto e evitar


a guerra fiscal, o art. 156, § 3º, da Constituição Federal de 1988 atribuiu à lei
complementar federal, em matéria de ISS:

fixar suas alíquotas máximas e mínimas;

excluir da sua incidência exportações de serviços (isenção heterônoma);

regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão


concedidos e revogados.
Atualmente, tais temas são disciplinados pela Lei Complementar n. 116/2003.
DICA 60
É LEGAL A INCIDÊNCIA DE ISS SOBRE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA?
NÃO. A Justiça afastou a incidência de ISS sobre honorários de sucumbência, acolhendo
um pedido formulado pela OAB/MS, por meio de um mandado de segurança impetrado
por ela.
No caso, entendeu-se, diante deste mandado de segurança que o ISS incide sobre os
valores recebidos pela prestação de serviços, o que não é o caso dos chamados honorários
de sucumbência, pois a sua natureza jurídica é diferente.
DICA 61
IRPJ (IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS)
São contribuintes e, portanto, estão sujeitos ao pagamento do IRPJ, as pessoas jurídicas e
as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. Elas devem apurar o IRPJ com
base no lucro, que pode ser real, presumido ou arbitrado.
São contribuintes do IRPJ e da CSLL (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
LÍQUIDO):

as pessoas jurídicas; e

as empresas individuais.
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DICA 62
IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - BENEFÍCIO DE PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR - NÃO OPTANTE PELA TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA
ISENÇÃO E NÃO INCIDÊNCIA: São ISENTOS OS VALORES RECEBIDOS A TÍTULO
DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA MOTIVADA POR ACIDENTE em serviço
e recebidos pelos portadores de doença grave especificadas em Lei, com base em laudo
pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da
pensão ou aposentadoria.
Fica desobrigada da retenção do imposto na fonte sobre os valores pagos ou creditados
por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria,
resgate e rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência
complementar, no limite que corresponda aos valores das contribuições efetuadas
exclusivamente pelo beneficiário no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro
de 1995, inclusive a relativa ao abono anual pago a título de décimo terceiro salário.
DICA 63
IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE- FUNDOS DE INVESTIMENTO E
FUNDOS DE INVESTIMENTO EM QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Fato Gerador: Rendimentos produzidos por aplicações em fundos de investimento e


em fundos de investimento em quotas de fundos de investimento.
Seu beneficiário são as pessoas físicas ou pessoas jurídicas, inclusive as isentas.

Pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado: os


rendimentos integrarão o lucro real e serão adicionados ao lucro presumido ou ao lucro
arbitrado. O imposto retido será deduzido do apurado no encerramento do período de
apuração, trimestral ou anual.

Pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional ou pessoa jurídica isenta: definitivo.

Pessoa física: definitivo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 64
PODERES ADMINISTRATIVOS - CONCEITO

Os Poderes Administrativos são instrumentos colocados à disposição do administrador


para atingir o interesse público.
Não devem ser confundidos com Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Poder não é uma faculdade, mas sim um dever do agente público.
DICA 65

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: USO E ABUSO DO PODER

O uso do poder consiste em um privilégio do agente público. A sua utilização


implica que o agente deverá observar as normas constitucionais e legais em busca do
interesse público.

O abuso de poder ocorre quando o agente público deixa de lado o interesse


público e observa apenas o seu interesse particular, o que torna o ato ilegal. Assim, o
abuso de poder é toda a atuação que torna irregular a execução do ato administrativo.

DICA 66

ABUSO DO PODER

São espécies de abuso de poder: (i) excesso de poder; e (ii) desvio de poder.

Excesso de poder: O excesso de poder ocorre quando o agente atua além dos
limites legais de sua competência.

Desvio de poder ou de finalidade: O desvio de poder quanto à finalidade ocorre


quando o administrador agente dentro dos limites de sua competência, mas o faz para
alcançar fim diverso do previsto.

DICA 67
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER DE POLÍCIA

É o poder do Estado de restringir, limitar ou condicionar o exercício de direitos e da


propriedade em benefício do interesse público.
O poder de polícia condiciona o exercício do direito, visando o bem-estar coletivo.
A base do poder de polícia é o interesse público. É a supremacia do interesse público
sobre o interesse do particular.
O poder de polícia não pode ser delegado aos particulares, pois para o exercício do
poder de polícia é necessário o poder de império através de sua supremacia.

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DICA 68
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO - PODER DE POLÍCIA

Atributos do poder de polícia:

Discricionariedade (regra) – exceção: aplicação de multa é vinculado.

Coercibilidade

Autoexecutoriedade – desdobra-se em exigibilidade e a executoriedade.


DICA 69
CICLOS DO PODER DE POLÍCIA

Ordem de Polícia: limitação e acondicionamento ao exercício de atividades


privadas e uso de bens, imposta pela lei.

Consentimento de polícia: anuência prévia da administração para prática de certas


atividades.

Fiscalização de polícia: atividade que a administração pública analisa se está


ocorrendo o adequado cumprimento das ordens de polícia pelo particular ou se este
está agindo conforme as condições impostas.

Sanção de polícia: é a atuação administrativa de modo coercitivo.


DICA 70
PODER HIERÁRQUICO

É o poder para estabelecer a hierarquia entre órgãos e agente público.


Órgãos de nível superior fiscalizam e revisam atos de órgãos de hierarquia inferior, com a
correção dos atos mediante revogação ou anulação.
DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO
Na delegação, a autoridade transfere parte de suas atribuições para outro agente
praticar o ato.
Na avocação, uma autoridade chama para si a prática de ato de subordinado.
A delegação não exige que exista hierarquização.
A avocação exige hierarquia, podendo avocar quem possui a hierarquia superior.
DICA 71
PODER DISCIPLINAR

É o poder de punir internamente as infrações dos servidores ou outras pessoas sujeitas


à relação com a Administração Pública.
É um poder que incide tanto em relação a servidores como também a particulares,
que mantenham algum tipo de vínculo especial com o poder público.

Ex.: Concessionários de Serviços Públicos.


Para punição é necessária a existência de superioridade hierárquica.
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O poder disciplinar tem como característica a discricionariedade, ou seja, margem de
liberdade para decidir sobre o ato mais adequado a ser aplicado.
DICA 72
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER REGULAMENTAR
É o poder da administração de editar atos normativos para complementação das leis
(Poder Normativo).

Ex.: Edição de Decreto pelo Presidente da República para regulamentar funcionamento


da administração pública.

Se o ato regulamentar extrapolar a sua função, a CF/88 autoriza o Congresso


Nacional a sustar o ato.

QUESTÃO FGV – OAB, 2019.


Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença,
avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via
pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à
integridade dos pedestres.
No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano, o poder público
municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito
público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da
propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou que Roberto
demolisse a parte irregular da obra.
O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o poder
(a) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a
obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de
superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer valer a
supremacia do interesse público sobre o privado.
(b) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração
Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e
imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário.
(c) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para
aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim de
concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial.
(d) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual
os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face à
transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção.
GABARITO: Alternativa d.
COMENTÁRIO: Poder de polícia é uma prerrogativa que a Administração Pública tem
para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em
benefício da coletividade ou do Estado.
O poder de polícia tem nítida relação com o princípio da supremacia do interesse público
e por isso impõe restrições e condições para que o interesse particular não prejudique o
público.
Além disso, pode ocorrer de forma repressiva (ex.: interdição de estabelecimento) ou
preventiva (ex.: autorizações e licenças).

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DICA 73
ATO ADMINISTRATIVO
São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos,
resoluções, portarias, circulares, etc.
É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao
interesse público.

Cria, restringe, declara ou extingue direitos.

São sujeitos ao controle judicial.


DICA 74
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São 2 as formas de controle dos atos administrativos:

Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou


autotutela.
O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos
editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos.

ILEGÍTIMOS são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de


retirá-los do sistema.

INOPORTUNOS são os atos, em que pese não serem ilegais, se tornaram


inoportunos ou inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os
que entender se enquadrarem em tais características.

Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473:

SÚMULA 346, STF:

A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA 473, STF:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Quando realizado pelo poder judiciário se apresenta o controle externo.


Em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes, o Judiciário e Legislativo, quando
apreciarem Atos Administrativos, deverão limitar-se aos aspectos da legalidade, não lhes
competindo analisar o mérito, conveniência ou oportunidade.

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DICA 75
ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Anulação tem como fundamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário.

A anulação acarreta efeito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por


consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência.
Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade
apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé.

O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5
anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99.
Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica.

QUESTÃO FGV – OAB, 2017.


Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade administrativa federal, no exercício
da autotutela, verificou a existência de um ato administrativo portador de vício
insanável, que produz efeitos favoráveis para a sociedade Tudo beleza S/A, a qual
estava de boa-fé. O ato foi praticado em 10 de fevereiro de 2012. Em razão disso, em
17 de setembro de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, após o
exercício da ampla defesa e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05 de
junho de 2017.
Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética, assinale a
afirmativa correta.
(a) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando que o
processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo de 5 (cinco) anos.
(b) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício do poder de
polícia por parte da Administração Pública federal.
(c) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, considerando que a
Administração pode anular seus atos viciados a qualquer tempo.
(d) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a prática do
ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos.
Gabarito: Alternativa A.
Comentário: Em resumo, bastava que o candidato soubesse que se for comprovado
que o agente estava agindo de BOA-FÉ a anulação decai em 5 anos, se for MÁ-FÉ
anulação pode ser feito qualquer tempo.

DICA 76
REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Revogação tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando de
retirada do ato em razão de ilegalidade.
A revogação acarreta efeito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos os
direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica.
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Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conforme o
interesse público assim se apresente.

Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram.

Ex.: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor.

A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53


da Lei nº 9.784/99:

Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

QUADRO RESUMO:

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade

TITULAR Administração e Judiciário Administração

EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc

PRAZO 5 anos, salvo má-fé Sem prazo

DICA 77
REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
CO-FI-FO-MO-OB

(CO) (FI) (FO) (MO) (OB)


COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA MOTIVO OBJETIVO

COMPETÊNCIA OU SUJEITO

É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato.


A competência resulta e é delimitada pela lei.

Ex.: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da
Receita Federal.
DICA 78
COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS

IRRENUNCIÁVEL: o agente não pode recusar sua competência.

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IMPRORROGÁVEL: Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação


de qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo.

IMPRESCRITÍVEL: Não se perde a competência pelo decurso do tempo.


Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula
competência.

INDERROGÁVEL: A competência não pode ser transferida por simples vontade das
partes.

VÍCIOS DE COMPETÊNCIA

Excesso de Poder: ocorre quando o agente público, embora competente, se excede


no exercício de suas atribuições.

Usurpação de Função: Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar
atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida
legalmente nela.

Ex.: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato


administrativo.

Agente Putativo: ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na função


pública.

Ex.: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o


infrator com a aprovação no concurso.

DICA 79
FINALIDADE
É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve
ser sempre voltado para satisfazer o interesse público.
A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato.
Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade).
Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade.
DICA 80
FORMA
É como o ato se materializa, ou seja, é a manifestação de vontade sendo concretizada.
É como o ato vem ao mundo.
Pode ser escrito (regra), verbal ou sons.

Ex.: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo


vem ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista).

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DICA 81
MOTIVO
É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo.

A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo.

Ex.: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa.

Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação.

Ex.: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade,


ocorre a aposentadoria.
DICA 82
OBJETO
É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu
resultado.

Ex: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de


propriedade do particular em favor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a
desapropriação.
DICA 83
DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de
conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado.
A lei confere ao administrador certa margem de liberdade para escolha.

No ato discricionário há mérito administrativo.

Ex: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual período.
O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se prorrogará
ou não o concurso.
O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o
Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua
legalidade.
DICA 84
VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não
havendo margem de liberdade para o agente público.
Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a forma e o
conteúdo.

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DICA 85
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

São 3 os atributos dos atos administrativos:

Presunção de Legitimidade / Legalidade;

Imperatividade;

Autoexecutoriedade.

Presunção de legitimidade: Os atos administrativos nascem com presunção de que


são legítimos, ou seja, que estão de acordo com a lei.
Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente
pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está
de acordo com a lei.
A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário.

Imperatividade: A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato


ao administrado, concorde ou não.
É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não
necessitam.

Ex: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos.
Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois
necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize.

Autoexecutoriedade: O ato administrativo, para sua execução, independe de ordem


judicial.
Por possuir presunção de legitimidade, não há necessidade de exame prévio pelo Poder
Judiciário.
Vale destacar que não é necessário o prévio exame pelo Poder Judiciário, mas pode
ocorrer seu controle.
DICA BÔNUS
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

As espécies de atos podem ser representadas pelo Mnemônico:

N O N E P (Normativos, Ordinatórios, Negociais, Enunciativos e Punitivos).

ATOS NORMATIVOS: São atos que possuem comando para correta aplicação da lei.

Ex.: Decretos, Instruções Normativas, Regimentos e Resoluções.

ATOS ORDINATÓRIOS: São atos que disciplinam o funcionamento da


administração e dos seus agentes.

Ex.: Instruções, Circulares, Portarias, Avisos, Ordens de Serviço, Ofícios e Despachos.


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ATOS NEGOCIAIS: São atos praticados mediante declaração de vontade do Poder


Público, em atendimento a pretensão do particular.

Ex.: Licença, Autorização e Permissão.

ATOS ENUNCIATIVOS: São atos que a Administração se limita a certificar ou


atestar um fato ou emitir opinião sobre determinado assunto.

Ex.: Certidões, Atestados e Pareceres.

ATOS PUNITIVOS: São atos que constituem sanção imposta pela Administração
em relação à infração de disposições legais.

Ex.: multa, interdição, demolição.

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 86
DOS PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
O Direito Ambiental possui princípios próprios que norteiam a interpretação e aplicação
das normas ambientais. Alguns destes princípios estão explícitos na legislação ambiental e
outros vêm implicitamente.

Neste sentido, destacaremos o que há de mais importante:

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:


segundo tal princípio, o desenvolvimento somente será sustentável quando observar
conjuntamente o crescimento econômico, preservação ambiental e equidade social.
Parte da ideia de que os recursos ambientais pertencem à coletividade, devendo o
acesso ocorrer de forma equitativa, limitando o seu uso irrestrito ou monopolizado,
bem como garantindo o acesso aos recursos naturais daqueles que possuem menos
condições, devendo garantir os recursos naturais às futuras gerações.

PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E DA PRECAUÇÃO:


O princípio da PREVENÇÃO se arrima na certeza científica do dano ambiental. Sendo
certo o impacto sobre o meio ambiente, tal princípio visa a adoção de todas as medidas
para antecipar e impedir danos ambientais ou mesmo mitigá-los ou eliminar os seus
efeitos negativos.
O licenciamento ambiental e o estudo prévio de impacto ambiental (EIA) decorrem do
princípio da prevenção.
O princípio da PRECAUÇÃO nada mais é do um dever jurídico de agir adotando medidas
mitigadoras diante da possibilidade de um dano ambiental mesmo sem a certeza
científica presente na prevenção. Baseia-se, portanto, nos riscos potenciais, não
podendo o meio ambiente ser colocado em risco unicamente por não haver certeza
científica do dano. Cabe ao interessando comprovar que a atividade não causará danos.

DICA 87
DO SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
O Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) constitui em uma integração dos
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela
proteção e melhoria da qualidade ambiental.

O SISNAMA é assim estruturado:

Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o


Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.

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Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos
naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida.

Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente (a Lei nº. 6.938/81 traz a Secretaria
do Meio Ambiente, mas atualmente é o Ministério que realiza essa função), com a
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.

Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as
diretrizes governamentais.

Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução


de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar
a degradação ambiental.

Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e


fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

DICA 88
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
De acordo com a Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama,
licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.
O Princípio da Prevenção é o fundamento maior do Licenciamento Ambiental.
O Licenciamento Ambiental também é uma manifestação do poder de polícia ambiental.

O procedimento de licenciamento ambiental é trifásico, visando à obtenção de três


licenças em sequência:

Licença Prévia (LP) – é concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção. Nesta fase, atesta-
se a viabilidade ambiental do projeto e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a
serem a serem cumpridas nas licenças posteriores. Prazo máximo de 05 anos.

Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade


de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,

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incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, das quais constituem
motivo determinante. Prazo de até 06 anos.

Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento,


após a verificação do efetivo cumprimento das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Possui o prazo de 04
a 10 anos.
DICA 89
DO PATRIMÔNIO NACIONAL

São considerados patrimônio nacional:

A Floresta Amazônica brasileira.

A Mata Atlântica.

A Serra do Mar.

O Pantanal Mato Grossense.

A Zona Costeira.
A utilização destes biomas será feita na forma da lei, dentro de condições que assegurem
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.
DICA 90
DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL

O art. 23 da Constituição prevê como competência comum (administrativa):

proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,


os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

preservar as florestas, a fauna e a flora;

registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Fique atento a essa dica: todas essas competências administrativas se iniciam com
verbos.
As normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios serão fixadas por leis complementares, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

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Quanto à competência legislativa, o art. 24 da CF prevê que compete à União, aos


Estados e ao Distrito Federal, dentre outros, legislar concorrentemente sobre:

florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.

proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.


responsabilidade por danos ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
A competência legislativa da União recai sobre o estabelecimento de normas gerais,
enquanto os Estados e o Distrito Federal legislam de forma complementar.
Em caso de inexistência de norma federal, poderão exercer a competência
legislativa plena, sendo que havendo superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende-se a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Em relação aos Municípios, conforme previsto no art. 30 da CR/88, poderão:
Tratar de assuntos de interesse local.
Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.

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DIREITO CIVIL

DICA 91
DANOS MATERIAIS OU PATRIMONIAIS
Os danos materiais atingem o patrimônio corpóreo de alguém. Via de regra, devem ser
provados, não havendo indenização no caso de dano eventual.

Os danos podem ser divididos em:


Danos emergentes (positivos):refere-se àquilo que a pessoa efetivamente perdeu.
Lucros cessantes (negativos): refere-se àquilo que a pessoa razoavelmente deixou
de lucrar. Ou seja, o que se deixa de receber em virtude do dano positivo ou emergente.
IMPORTANTE
Quanto aos lucros cessantes, não é suficiente a simples possibilidade da realização de
lucros, sendo necessário a probabilidade objetiva, que resulta do curso normal das
coisas.
DICA 92
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
O direito obrigacional é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito
de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação.
QUESTÃO DE PROVA

Segundo a teoria alemã, o vínculo jurídico rege a relação obrigacional através do binômio:
schuld (débito) e haftung (responsabilidade patrimonial). Nesse aspecto, o schuld é
uma relação estática do direito civil, em que aquele que detém o débito é considerado
o devedor. Já o haftung constitui uma relação dinâmica do direito processual civil e se
refere à responsabilidade patrimonial.
DICA 93

OBRIGAÇÃO NATURAL
A estrutura da obrigação natural está relacionada a uma relação de débito e crédito que
vincula objeto e sujeitos determinados. Entretanto, difere-se da obrigação civil por não
ser dotada de exigibilidade jurídica. Esta inexigibilidade pretende preservar a
segurança jurídica e a estabilidade das relações. Ex.: dívida prescrita, dívida de jogo etc.
TOME NOTA:
A consequência ou efeito jurídico decorrente da relação natural é a retenção do
pagamento. Isto é, não pode haver a sua cobrança, porém, caso seja realizado o
pagamento, o credor poderá retê-lo.
DICA 94
OBRIGAÇÃO PROPTER REM
A obrigação propter rem é aquela que se origina com a coisa e com ela é transmitida
automaticamente (obrigação ambulatorial). O adquirente do direito real não pode
negar-se a assumir esta obrigação.
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Ex.: o proprietário de imóvel se obriga a pagar o IPTU. Caso haja o inadimplemento
desse tipo de obrigação, as consequências recairão sobre o patrimônio do devedor.
OBS: As obrigações propter são denominadas obrigações híbridas por manterem-se
entre os direitos patrimoniais e os direitos reais, perseguindo a coisa onde quer que
ela esteja.
DICA 95
OBRIGAÇÃO DE DAR
A obrigação de dar é uma obrigação positiva referente à prestação de coisa.

Ela pode ser dividida em duas modalidades:

dar na modalidade entregar: transferir a propriedade ou a posse.

Ex.: A compra um celular de B, B tem a obrigação de entregar o celular para A;

dar na modalidade restituir: devolução da coisa ao proprietário.

Ex.: A emprestou o seu celular para B, portanto, B tem o dever de restituir A,


devolvendo o seu celular.
TOME NOTA:
A obrigação de dar também pode ser dividida em obrigação de dar coisa certa (quando o
bem está determinado); ou obrigação de dar coisa incerta (quando a coisa ainda não
está determinada, porém o seu gênero e quantidade estão).
DICA 96
OBRIGAÇÃO DE FAZER
É a obrigação que tem por objeto a prestação de um fato, abrange o serviço humano
em geral, seja material ou imaterial. Constitui-se de atos e serviços (qualquer atividade
lícita, possível e vantajosa). Ex.: A pessoa contrata um advogado para redigir um
contrato; contrata cantor para cantar na festa de casamento; contrata um pedreiro para
construir uma casa.

A obrigação de fazer pode ser dividida em:

obrigação personalíssima: também chamada de infungível, trata-se de uma


obrigação de fazer que deve ser prestada por uma determinada pessoa específica.

Ex.: Ivete Sangalo contratada para cantar na festa de casamento;

obrigação não personalíssima: também chamada de fungível, trata-se de uma


obrigação de fazer que é passível de substituição por quem deva prestar o serviço.

Ex.: pedreiro contratado para realizar uma obra.


DICA 97
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA
As obrigações alternativas referem-se à prestação de dois ou mais objetos de modo
alternativo. Ex.: A tem que entregar para B um carro vermelho ou preto. Em regra,
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cabe ao devedor a alternativa de escolha, no momento da concentração, entretanto, é
possível a escolha ser do credor se assim for pactuado (art. 252, CC).
PEGADINHA DA PROVA
A obrigação alternativa não se confunde com o pedido de cumulação alternativa,
pois este pode ser cumprido de duas ou mais formas, mas a escolha cabe ao juiz, (art.
325, CPC).
DICA 98
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL
Em caso de pluralidade de devedores, em uma obrigação divisível, cada devedor está
obrigado ao cumprimento de sua parte de forma fracionada.

Ex: A e B devem 2 mil reais a C, assim cada devedor está obrigado ao pagamento de
mil reais. Já nas obrigações indivisíveis, cada devedor está obrigado pela dívida toda,
se sub-rogando no direito de credor contra o outro devedor que não cumpriu a
obrigação.

ATENÇÃO!!

Segundo o Enunciado 540 da VI Jornada de direito civil, caso haja o perecimento da


prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de
maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado pelas perdas e danos.

DICA 99
OBRIGAÇÃO DE MEIO E DE RESULTADO

OBRIGAÇÃO DE MEIO

A obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga tão somente a usar de


prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado,
sem, contudo, se vincular a obtê-lo. Isto é, a obrigação não se vincula a um resultado
certo, mas apenas ao fato de o devedor utilizar-se de todos os meios que possui para
conseguir, ao máximo, obter tal provimento pretendido pelo credor.

OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
RESULTADO RESULTADO
A obrigação de resultado é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor
a produção de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação
obrigacional. Tem em vista o resultado em si mesmo, de tal modo que a obrigação
somente se considerará cumprida com a efetiva produção do resultado pretendido.

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DICA 100
OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA E CONTINUADA

Obrigações de execução são concluídas em um só ato, isto é, são


instantânea cumpridas imediatamente após sua constituição,
Ex.: compra e venda à vista.

Obrigações de execução exigem o cumprimento em um só ato, porém, sua


diferida execução deverá ser realizada em momento futuro

Ex.: contrato estipulando que uma prestação


será realizada em determinada data.

Obrigações de execução são aquelas que se satisfazem por meio de atos


continuada/trato sucessivo continuados.

Ex.: prestações de serviço ou compra a prazo.

OBS: A obrigação do locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo
de um bem infungível, e a obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado, é
considerada uma obrigação de execução continuada.
DICA 101
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
A solidariedade não se presume, mas resulta da lei (solidariedade legal) ou da
vontade das partes (solidariedade convencional), art. 265, do CC.
IMPORTANTE!! A Súmula 492, do STF determina que a empresa locadora de veículos
responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a
terceiro, no uso do carro locado.
DICA 102
SOLIDARIEDADE ATIVA
A solidariedade ativa consiste na pluralidade de credores. Cada credor tem o direito de
cobrar a totalidade da dívida em face do devedor (art. 267, CC).
QUESTÃO DE PROVA

Em caso de solidariedade ativa proveniente de uma obrigação indivisível não é


necessário caução de ratificação e nem mesmo a entrega de bem de forma
conjunta. Isso decorre do fato de que existe uma prévia autorização imposta pela própria
solidariedade ativa de que qualquer credor pode receber a obrigação na sua totalidade,
seja bem divisível ou indivisível.
DICA 103
SOLIDARIEDADE PASSIVA
A solidariedade passiva é aquela que possui pluralidade de devedores, e o credor, por
sua vez, pode exigir de qualquer devedor o cumprimento da obrigação por inteiro,
seja o bem divisível ou indivisível. Se um dos devedores solidários cumprir uma parcela da
obrigação, continua existindo a solidariedade em relação ao restante da obrigação.
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IMPORTANTE! O Enunciado 348, da IV Jornada de Direito Civil do STJ, determina que
o pagamento parcial não implica, por si só, renúncia à solidariedade, a qual deve derivar
dos termos expressos da quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do
recebimento da prestação pelo credor.
DICA 104
RESPONSABILIDADE CIVIL - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

→ CULPA = IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA

CULPA IN ELIGENDO x IN VIGILANDO E IN CUSTODIENDO x CULPA IN


COMITTENDO E IN OMITTENDO:

Culpa in eligendo: É a que decorre da má escolha do representante ou preposto.


Basicamente, é a culpa que o agente possui em escolher a pessoa errada para
determinada situação. Por exemplo, a culpa do dono de um estabelecimento tem em
escolher um funcionário.

Culpa in vigilando: É a que resulta da ausência de fiscalização sobre pessoa que se


encontra sob a responsabilidade ou guarda do agente. Ex: A responsabilidade dos pais
pelos atos de seus filhos.

Culpa in custodiendo: É a que decorre da falta de cuidados na guarda de algum animal


ou objeto.
DICA: Culpa in custodiendo. Lembre-se da palavra custódia. O animal ou objeto
estão sobre sua custódia.

Culpa in comittendo ou in faciendo: Resulta de uma ação, de um ato positivo do


agente.

Culpa in omittendo: Decorre de uma omissão, só tendo relevância para o direito


quando haja o dever de não se abster.

DICA 105
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
É a responsabilidade que independe da comprovação de culpa.

Art. 37, §6º, da CF: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
em casos de dolo ou culpa".

Em decisão recente, o STF decidiu que os erros de cartórios devem ser indenizados
pelo Estado, podendo ser objetiva ou subjetiva. O Estado pode, em caso de
responsabilidade subjetiva, entrar com ação regressa contra o cartório.

O poder legislativo pode responder por danos causados por ele?


Sim, mas para existir responsabilidade por ato legislativo, é imprescindível que ele seja
danoso e que seja declarado inconstitucional em controle concentrado, no caso de edição
de leis inconstitucionais e de leis de efeitos concretos.
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DICA 106
CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

As excludentes da responsabilidade civil podem ser classificadas do seguinte modo:

Excludente da causalidade: fato da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e a


força maior;

Excludentes da imputabilidade: menoridade e alienação mental do agente;

Excludentes da ilicitude: cumprimento do dever legal; exercício regular do direito;


estado de necessidade; legítima defesa; anuência da vítima e cláusula de não indenizar.
DICA 107
RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DO TEMPO LIVRE OU DESVIO
PRODUTIVO DE CONSUMO
A responsabilidade civil pela perda do tempo livre ou desvio produtivo de consumo
consiste na perda de tempo considerável e acima do razoável pelo ofendido (ou
consumidor) diante do ofensor (ou empresa) para resolver impasses decorrentes das
relações de consumo, no exercício do seu direito, por quadro de funcionários insuficientes,
mero capricho ou desrespeito da empresa, com o objetivo de criar entraves e delongas
para desestimular o consumidor a tanto.
Ou seja, o chamado “mero aborrecimento” tem perdido espaço no nosso
ordenamento jurídico.
DICA 108
DANO “IN RE IPSA”
Dano “in re ipsa” é o dano ou prejuízo que não depende de prova, ou seja, é um dano
presumido).

E mais, para o STJ, são hipóteses que ensejam o dano moral presumido:

a inscrição indevida em cadastro de proteção ao crédito, protesto indevido de título;

a simples devolução indevida de cheque (Súmula 388);

a publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais


(Súmula 403);

a inscrição indevida no SISBACEN;

a recusa indevida ou injustificada pela operadora de plano de saúde à cobertura de


tratamento médico emergencial ou de urgência entre outros.
DICA 109
DANO REFLEXO
O dano reflexo é aquele que atinge, além da vítima direta, uma vítima indireta. Exemplo:
Um pai que morre por um assalto, que seria a vítima direta, e o filho sofreria o dano
indireto ou por ricochete. E mais: É sofrido inicialmente por um sujeito, mas acaba por
repercutir em outro, pelo fato de haver alguma ligação entre eles.

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IMPORTANTE: O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai.
(STJ Esp 399.028/SP, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 15.4.2002).
DICA 110
TEORIA DO RISCO INTEGRAL
Nesta teoria integrante da responsabilidade civil, o agente causador é obrigado a reparar
o dano, em toda sua extensão, havendo bloqueio para que se admita as causas
excludentes da responsabilidade civil, como por exemplo o caso fortuito.

Exemplos da aplicação desta teoria: Acidentes nucleares, atos de terrorismo e danos


ambientais.
De acordo com a teoria do risco integral, é suficiente a existência de um evento danoso e
do nexo de causalidade entre a conduta administrativa e o dano para que seja obrigatória
a indenização por parte do Estado, afastada a possibilidade de ser invocada alguma
excludente da responsabilidade.
DICA 111
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SHOPPINGS
Caberá aos estabelecimentos chamados de shopping centers o dever de guarda ou
vigilância sobre os veículos deixados em seu estacionamento, seja este gratuito ou
remunerado.
Em suma: Respondem pelos furtos ou outros danos causados aos veículos por terceiros ou
por seus empregados.
DICA 112
DANO ESTÉTICO
O dano estético é um dano a parte do dano moral e do dano material. O ponto base deste
dano é a deformidade. Imagine um exemplo hipotético onde uma modelo atravessa a rua,
com o semáforo aberto para os andantes, e de repente, um carro em alta velocidade a
atropela, provocando um ferimento grave no rosto, que lhe deixa com uma cicatriz muito
grande. Logo, temos o chamado dano estético.
“O dano estético, o corpo mostra, o dano moral, a alma sente” OLIVEIRA, Sebastião
Geraldo de

É possível cumular o dano moral com o estético? SIM.

Súmula 387 do STJ:

“É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”.

DICA 113
DANO EMERGENTE
O que é o denominado “dano emergente? É o efetivo prejuízo, a diminuição
patrimonial sofrida pela vítima. Em outras palavras, podendo ser dado como exemplo o
caso de um taxista sofre uma colisão, na qual o outro motorista é o culpado pelo
acidente.

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Assim, o dano emergente é o prejuízo direto, ou seja, o valor do conserto do carro e
eventuais despesas de hospital. Já os lucros cessantes representam os valores que o
taxista deixou de receber enquanto seu carro, que é seu instrumento de trabalho, estava
sendo reparado.
IMPORTANTE: alguns doutrinadores chamam o dano emergente de dano positivo.
DICA 114
LUCROS CESSANTES
Os lucros cessantes representam os valores que o prejudicado deixou de receber.
Imagine um exemplo hipotético de um motorista de aplicativo, que sofre um acidente, e
por causa deste acidente, passa 40 dias sem trabalhar. O que ele deixar de ganhar nestes
40 dias é o que se chama de lucro cessante.

Em outras palavras:

→ Danos emergentes: O que efetivamente perdeu.


→ Lucros Cessantes: O que razoavelmente deixou de lucrar.
DICA 115
DANOS SOCIAIS
O que são os chamados “danos sociais”? São ofensas à comunidade e à
sociedade como um todo, que afetam ou diminuam o nível de vida, quer seja por
rebaixamento de seu patrimônio moral, quer seja por diminuição da qualidade de vida.
Dito de outra forma, são atos ilícitos produzidos em face da sociedade que prejudiquem
seu patrimônio moral ou acarrete a diminuição da qualidade de vida, afetando, por
exemplo, meio ambiente, segurança pública, educação, saúde, entre outros.

O dano social não é o mesmo que dano moral coletivo. São institutos diferentes:

Dano Social: É um dano próprio, a parte (ao contrário do dano moral coletivo). Um
exemplo de dano social é quando a pessoa solta um balão (atividade ilegal que pode gerar
acidentes e mortes).

Dano Moral Coletivo: É um tipo de dano moral. Um exemplo de dano moral coletivo é
a instituição bancária que constantemente demora de forma excessiva no atendimento ao
consumidor.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 116
CESSAÇÃO DO PODER FAMILIAR

Extingue-se o poder familiar (art.1635, CC):

pela morte dos pais ou do filho;


pela emancipação;
pela maioridade;
pela adoção;
por decisão judicial.

Perderá o poder familiar por ato judicial, o pai ou a mãe que (art.1638, CC):

castigar imoderadamente o filho;


deixar o filho em abandono;
praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.

praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: homicídio,


feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar
de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher; estupro ou outro crime contra a dignidade sexual
sujeito à pena de reclusão;
praticar contra filho, filha ou outro descendente: homicídio, feminicídio ou lesão
corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso
envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição
de mulher; estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual
sujeito à pena de reclusão.

→ Também pode perder ou ter suspenso o poder familiar, no caso de abuso de


autoridade.

→ Implicará na destituição do poder familiar, a condenação criminal por crime


doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder
familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.

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DICA 117
GUARDA

É uma forma de inserção da criança ou adolescente em uma família substituta de


forma provisória.
Não implica destituição do poder familiar.
A pessoa que detém a guarda, cabe a prestar assistência material, moral e
educacional, podendo até opor-se a terceiros, inclusive os pais.

Critérios para fixação da guarda:

ouvir a criança ou adolescente, sempre que possível, se for adolescente este deverá
consentir, em audiência;

estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida;

considerar grau de parentesco e a relação de afinidade e afetividade;

irmãos serão colocados em mesma família substituta, ressalvada comprovada existência


de risco de abuso ou outra situação que justifique a excepcionalidade de solução
diversa;

será precedida de preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizado pela


equipe interprofissional;

não será deferida a pessoa que revele por qualquer modo incompatibilidade com a
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado;

NÃO ADMITE TRANSFERÊNCIA da criança ou adolescente a terceiros, ou entidade


governamental ou não-governamental sem autorização judicial;

o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

DICA 118
TUTELA
É um instituto protetivo, previsto em lei, possui caráter obrigatório, com maior
abrangência que a guarda, tendo como requisito a perda ou a suspensão do poder
familiar, destinada a alguém para que dirija a pessoa menor de idade.
A tutela confere ao tutor o direito de representação.

É imposta por decisão judicial e o tutor é obrigado a servir por dois anos.

Será deferida no caso de:


Falecimento dos pais;

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Pais que perderam o poder familiar;
Pais que sofreram pena de prisão por mais de dois anos;
Pais desconhecidos.

A tutela pode ser legal, quando ocorre a perda do poder familiar e o juiz nomeia um
tutor, podendo ser testamentária, quando os pais em vida, deixarão em testamento ou em
outro documento autêntico, quem gostaria que fosse o tutor; pode ser dativa, quando o
juiz escolhe o tutor, por não ter sido indicado ou quando forem excluídos ou escusados.
Quando houver irmãos órfãos, preferencialmente, será nomeado um só tutor para
cuidar de ambos.
DICA 119
IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DA TUTELA

São impedidas absolutamente do exercício da tutela:


os que não tiverem livre administração de seus bens;
inimigos do menor ou de seus pais, ou aqueles que foram excluídos pelos pais da
tutela.
pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade e as culpadas de abuso em
tutorias anteriores;
aqueles que exercem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
DICA 120
RECUSA AO EXERCÍCIO DA TUTELA

Cabe escusa do exercício da tutela:

mulheres casadas;

maiores de 60 anos;

aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 03 filhos;

os impossibilitados por enfermidade;

aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;

aqueles que já exercem tutela ou curatela;

militares em serviço.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 121
FORNECEDOR
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Quando se diz que fornecedor é aquele que desenvolve uma atividade, significa que é
aquele que age com habitualidade, ou seja, exclui-se do conceito aquele fornecedor
eventual, que não tem o elemento empresa em sua atividade.
Pode-se dizer que o conceito trazido no art. 3º abrange os seguintes tipos de
fornecedor:

Fornecedor real – aquele que efetivamente fabrica, produz ou constrói.

Fornecedor aparente – embora não tenha participado diretamente do processo de


fabricação, apresenta-se como tal por expor nome, marca ou outro sinal que
identifique o bem fabricado por um terceiro. Assim, o fornecedor aparenta ser o real
fabricante do produto para o consumidor. Nesse sentido, haverá responsabilidade solidária
do fornecedor aparente para arcar com os danos causados pelos bens comercializados sob
a mesma identificação (nome/marca). STJ. 4ª T. REp 1580432-SP, Rel. Min. Marco Buzzi,
j. 6/12/18 (Info 642).

Fornecedor presumido – trata-se do importador ou comerciante que adquire ou


vende produtos sem identificação.

Fornecedor por equiparação – aquele que, embora intermediário na relação de


consumo, é quem atua à frente do consumidor.

Cooperativa de crédito equipara-se à instituição financeira, sendo considerada


fornecedora por equiparação. Ed.83, Teses STJ. Tese 04.
Cuidado, por entendimento jurisprudencial, não se aplica o CDC para serviços
advocatícios (atividade intelectual), contratos de credito educativo, relação condominial,
previdência privada complementar fechada, locação predial urbana, franqueador e
franqueado.
DICA 122
PRODUTO E SERVIÇO

Conforme art.3º, S1o do CDC, produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
O produto poderá ser durável, quando não se extingue de imediato ou demora muito (ex.
eletrodoméstico) ou não durável, quando se extingue de imediato, ou após certo tempo
de uso (ex. alimentos, borracha).

SERVIÇOS, de acordo com § 2°, do art.3º do CDC, é qualquer atividade fornecida


no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,

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financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
O serviço poderá ser durável, quando não se extingue de imediato, tendo continuidade
no tempo, (ex. plano de saúde) ou não durável, quando se extingue de imediato uma
vez prestado (serviço de transporte).
Haverá relação de consumo quando o serviço público for remunerado mediante tarifa ou
preço público (jurisprudência).
DICA 123
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivos:

o atendimento das necessidades dos consumidores;

o respeito à sua dignidade, saúde e segurança;

a proteção de interesses econômicos dos consumidores;

a melhoria na qualidade de vida dos consumidores;

a transparência e harmonia das relações de consumo.


Para alcançar os objetivos da política nacional das relações de consumo, faz-se
necessário seguir os seguintes princípios:

Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo –


princípio da vulnerabilidade do consumidor, sendo que todo consumidor pessoa física
é considerado vulnerável, enquanto pessoa jurídica deve comprovar sua vulnerabilidade.
O princípio da vulnerabilidade do consumidor é um dos mais importantes no contexto
do direito do consumidor, devendo ser compreendida em seus quatro aspectos:

Vulnerabilidade técnica – consumidor não detém o conhecimento técnico;

Vulnerabilidade jurídica ou científica – faltam conhecimentos jurídicos para


entender o contrato ou outros conhecimentos científicos;

Vulnerabilidade fática ou socioeconômica – consumidor não detém o poder


econômico, mas sim o fornecedor;

Vulnerabilidade informacional – consumidor não tem informações completas e


suficientes sobre o produto e serviço ofertado.
DICA 124
OUTROS PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Princípio da intervenção do Estado – dever do Estado de efetivamente proteger o


consumidor, através de ações diretas ou indiretas;

Princípio da boa-fé objetiva – partes devem agir com lealdade, honestidade,


cooperação mútua no sentido de obter o equilíbrio contratual. A boa-fé objetiva tem
tríplice aspecto – controle/limitativa; interpretativa e integrativa.
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Princípio do controle de qualidade segurança e solução de conflitos – visa


garantir qualidade de produtos e serviço nos padrões adequados de segurança,
durabilidade e desempenho. Prevê também a possibilidade de solução de conflito através
de meios alternativos de resolução de litígios;

Princípio da coibição e repressão dos abusos – visa reprimir os abusos praticados


no mercado de consumo, de forma a proteger os consumidores;

Princípio da execução da Política nacional de relações de consumo – O Estado


tem diversos instrumentos para implementar políticas de proteção ao consumidor, tais
como a criação dos juizados especiais. O art. 5º do CDC traz as hipóteses de execução da
política nacional.
A Lei do Superendividamento – Lei 14.181/2021 incluiu dois instrumentos de
implementação de política nacional de relações de consumo:

(...)Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o


poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do
superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural;
VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de conflitos oriundos de
superendividamento.

Dessa forma, houve a valorização da solução não apenas judicial, mas também
extrajudicial para fins de proteção do consumidor, de boa-fé, que não consiga pagar suas
dívidas, em detrimento de um mínimo existencial.
DICA 125
LEI DO SUPERENDIVIDAMENTO
A Lei do Superendividamento – Lei 14.181/2021 incluiu mais dois princípios para
alcançar os objetivos da política nacional de relações de consumo nos incisos do art. 4º do
CDC, que cuida da Política Nacional de Relações de consumo. Nesse sentido, são novos
princípios previstos:

IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos


consumidores; (incluído pela lei nº 14.181, de 2021), ou seja, princípio da educação
financeira e princípio da educação ambiental do consumidor.
X – prevenção e tratamento do superendividamento de forma a evitar a exclusão
social. (incluído pela lei nº 14.181, de 2021) – princípio da prevenção e
tratamento do superendividamento de forma a evitar a exclusão social do consumidor.

A Lei 14.181, de 2021, também conhecida como Lei do Superendividamento altera o CDC,
assim como o Estatuto do Idoso para fins de aperfeiçoar a disciplina do crédito ao
consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e
vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 126
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: CONCEITOS INICIAIS
Art. 1.142, CC/02. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Para exercer empresa, portanto, o empresário deverá se valer do estabelecimento
empresarial, que compreende tanto bens corpóreos (máquinas industriais, por
exemplo), quanto bens incorpóreos (marcas, patentes, ponto, etc).
A Lei de ambiente de negócios, publicada em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz
significativas mudanças ao direito empresarial, inclusive acrescenta incisos ao artigo
1.142, que trata do estabelecimento. Nesse sentido, de acordo com a nova legislacao que
alterou o CC/02 em seu art.1.142, é previsto que:

§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade


empresarial, que poderá ser físico ou virtual.

§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço


informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o do empresário individual
ou o de um dos sócios da sociedade empresária.

§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, a fixação do


horário de funcionamento competirá ao Município, observada a regra geral do inciso II
do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019.
A respeito desse último aspecto, já se aplicava o referido entendimento, com fundamento
na Súmula 419, STF. Municípios têm competência para regular o horário do comércio
local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
O município, em virtude de interesse local, e sua competência prevista no art.30 da CF/88
pode estabelecer o horário de comércio. Município, entretanto, não pode estabelecer
horário bancário, por extrapolar interesse local.
DICA 127
ESTABELECIMENTO: PONTO COMERCIAL X AVIAMENTO
Ponto comercial é considerado um bem incorpóreo pertencente ao estabelecimento
comercial. É o local onde se exerce a empresa. Tem valor econômico independente do
imóvel onde se localiza o empreendimento.
Aviamento, por sua vez, refere-se à aptidão que determinado estabelecimento
empresarial possui para gerar lucros, então não se confunde com ponto comercial.
Deve ser compreendido como a articulação dos bens que compõem o estabelecimento na
exploração de uma atividade econômica que lhes agregou um valor que o mercado
reconhece. Fabio Ulhoa Coelho chama aviamento de Fundo de Comércio, como
sinônimos. Aviamento também é conhecido como Azienda.

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DICA 128
ESTABELECIMENTO: NATUREZA JURÍDICA
Doutrina majoritária entende que a natureza jurídica do estabelecimento é uma
universalidade de fato, nos termos do art. 90, do CC/02.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes
à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações
jurídicas próprias.
Nesse sentido, a universalidade de direito que constitui o complexo de relações
jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico, tais como os contratos
mercantis, não fariam parte do estabelecimento, mas sim do aviamento!
DICA 129
ESTABELECIMENTO: TRESPASSE
Trespasse, embora não esteja definido expressamente com esses termos no CC/02, é o
ato de passar adiante/vender o estabelecimento. Sobre a referida temática, traz a lei
civil:
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem
da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Em resumo, o trespasse somente terá efeitos perante terceiros, após a averbação do
referido ato na junta comercial e quando publicado em imprensa oficial.
DICA 130
ESTABELECIMENTO: TRESPASSE - EFICÁCIA PERANTE TERCEIROS.
Quanto à eficácia do trespasse, prevê o Código Civil:
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a
eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou
do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação.
Assim, quanto à eficácia do trespasse, requer-se dois requisitos não cumulativos:

caso o alienante (quem vende), não fique com bens suficientes para pagar suas
dividas, deverá haver alternativamente o pagamento de todos os credores ou

o consentimento de todos os credores, 30 dias contados a partir de sua notificação, de


forma expressa ou tácita. Assim, caso os credores não se manifestem, entender-se-á
que consentiram no trespasse.

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DICA 131
ESTABELECIMENTO: SUCESSÃO EMPRESARIAL
Sucessão empresarial é um tema que pode ser cobrado na OAB, então fique atento!
Segundo o art. 1.146, do CC/02, o adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.
Assim, o adquirente do estabelecimento:

responde pelo pagamento de débitos anteriores à transferência,

desde que regularmente contabilizados

mas, o devedor primitivo continua responsável de forma SOLIDÁRIA, pelo prazo de um


ano.

em relação aos créditos vencidos – da sua publicação.

em relação aos demais créditos – da data do vencimento.


DICA 132
DIREITO SOCIETÁRIO: ASPECTOS GERAIS
Sociedade Empresária, de acordo com Fabio Ulhoa Coelho, é pessoa jurídica de direito
privado, não estatal, que explora, de forma empresarial, seu objeto estatal, ou que está
constituída como uma Sociedade Anônima. Toda Sociedade Anônima, também
denominada S.A, necessariamente, é uma sociedade empresarial, por previsão legal.
Coelho ainda explica que a pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a
compõem (CC, art. 49-A). e, portanto, a sociedade empresarial tem personalidade jurídica
distinta da de seus sócios. Sobre esse aspecto, pode-se encontrar três consequências
referentes à personalização da pessoa jurídica, segundo Coelho:

Titularidade negocial – quando a sociedade empresária realiza negócios jurídicos


(compra matéria-prima, celebra contrato de trabalho, aceita uma duplicata etc.), ela age
em nome próprio;

Titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em


juízo;

Responsabilidade patrimonial – em consequência, ainda, de sua personalização, a


sociedade terá patrimônio próprio, seu, inconfundível e incomunicável com o patrimônio
individual de cada um de seus sócios.

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DICA 133
DIREITO SOCIETÁRIO: REQUISITOS INICIAIS PARA CONSTITUIÇÃO DE
SOCIEDADES EMPRESARIAIS
O Código Civil em seu artigo 981, traz os principais requisitos para a constituição de
um contrato de sociedade. São eles:

Contrato entre pessoas, que pode ser tácito ou expresso, não havendo
obrigatoriedade de contrato por escrito, em regra. Nesse sentido, basta estar presente a
vontade de constituir a sociedade, também denominada pela doutrina como a affectio
societates, o ânimo de participar de uma sociedade em busca de obtenção de sucesso,
usufruindo-se do direito à livre associação prevista no art.5º, XVII da CF/88.

Exercício de atividade econômica - diferenciando uma sociedade empresarial típica


da sociedade simples e das cooperativas, ainda que por vedação expressa legal, para o
caso da cooperativa.

Partilha de resultados – a atividade empresarial visa o lucro e, portanto, o resultado


– positivo (lucro), ou mesmo negativo (perdas), devem ser partilhados. Nesse ponto, o
sócio se diferencia do empregado, pois esse último não pode arcar com o risco do
empreendimento.
A respeito da presente dica, cabe destacar os seguintes artigos do Código Civil:

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam


a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados.

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967);
e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

Por fim, ressalva-se quanto ao requisito de pluralidade de sócios, previsto no artigo 981
supramencionado, que, excepcionalmente, poderá haver a constituição de sociedade
unipessoal, nas seguintes situações:
Sociedades unipessoais:

Sociedades de advogados podem ser unipessoais, ou seja, constituída apenas por


um sócio. (art.15, Estatuto da Advocacia)

Sociedades unipessoais limitadas (Art.1052, §§1º e 2º, acrescentados pela Lei


13.874/2019).

Sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único
sócio uma sociedade brasileira (art. 251, §2º, da LSA).

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DICA 134
DIREITO SOCIETÁRIO
Sociedades não personificadas:

Sociedades comuns;

Sociedades em conta de participação.


A sociedade empresarial para se constituir regularmente precisa realizar seu registro no
Registro Público Mercantil, também conhecido como Junta Comercial. A partir do
registro de seu contrato social ou do Estatuto Social (em se tratando de sociedade
anônima), todos os atos referentes àquele contrato social serão ali averbados. Assim, caso
haja alteração no contrato social, por exemplo, a saída ou entrada de novo sócio, deverá
haver a averbação na junta comercial. Da mesma forma, para que a empresa seja
encerrada regularmente, precisará haver a averbação da dissolução da sociedade na junta
comercial.
Entretanto, a sociedade empresarial, para existir, não precisa ser necessariamente inscrita
na junta comercial, sendo uma mera situação de fato. O fato de não haver o registro,
no entanto, trará uma série de consequências, como a impossibilidade de requerer a
recuperação judicial ou mesmo a não limitação da responsabilidade dos sócios, entre
outras consequências a serem abordadas adiante.
DICA 135
SOCIEDADES COMUNS - SOCIEDADES EM CTA DE PARTICIPAÇÃO
Algumas sociedades, que não se inscreveram na junta comercial, por opção, no caso de
sociedades comuns, seja, por vedação legal, como as sociedades em conta de
participação, não terão CNPJ e terão regras específicas.
Sociedades comuns – são de dois tipos:

Sociedades irregulares – são as sociedades comuns, que, embora tenham sido


registradas na junta comercial, por ausência de algum requisito legal, são consideradas
irregulares;

Sociedades de fato – são as sociedades comuns que sequer tiveram seus atos
inscritos na junta comercial.
Ambas as sociedades são regidas pelo art.986 e seguintes do CC/02. Algumas
consequências da irregularidade das sociedades:

somente podem provar a existência da sociedade por escrito, mas os terceiros podem
prová-lo de qualquer modo.

Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios,
salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro
que o conheça ou deva conhecer.

Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais,


excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
sociedade.

Impossibilidade da sociedade em comum ser contratada pelo Poder Público;


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Não podem pedir a falência, mas podem ter a falência requerida;

Não podem pedir recuperação judicial;

Os livros contábeis não têm eficácia probatória por não serem autenticados.

Sociedades em conta de participação (SCP)

De acordo com a doutrina de André Santa Cruz a sociedade em conta de participação é


também conhecida como a sociedade secreta. Cuida-se, na verdade, de um contrato
especial de investimento.

De acordo com o art.991 CC/02, na sociedade em conta de participação, a atividade


constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome
individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes.

Assim, teremos o SÓCIO OSTENSIVO, que exerce a atividade empresarial em seu


próprio nome e com exclusiva responsabilidade e o SÓCIO OCULTO, que apenas participa
dos resultados.

A SCP não tem necessariamente capital social.

A liquidação da SCP se dá através de prestação de contas, e não da dissolução, como é


normal nas sociedades empresariais.

A SCP não possui nome empresarial.


Quanto à dissolução da sociedade em conta de participação, o STJ tem jurisprudência
no sentido de aplicar-se subsidiariamente às sociedades em conta e participação as regras
de dissolução judicial das sociedades empresariais previstas no art.1034, do CC/02, de
forma subsidiária. STJ. 3ª Turma. REsp 1.230.981-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 16/12/2014 (Info 554).

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PROCESSO CIVIL

DICA 136
CITAÇÃO COM HORA CERTA
É uma modalidade de citação ficta, a qual difere da real pois nela não se sabe se o réu
está efetivamente ciente da sua citação.
Caso o citado com hora certa seja revel, será designado para ele um curador
especial, até que seja constituído um advogado (art. 72 CPC).
Requisitos para citação com hora certa:

Oficial de justiça procurar o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar


por 2 (duas) vezes.

suspeita de ocultação.
Cumpridos esses requisitos, o Oficial de Justiça, independentemente de autorização
judicial, irá, na ausência do citando, intimar um familiar, um vizinho ou até mesmo o
porteiro, informando que retornará no dia útil imediato, em hora certa em que determinar.
Retornando no dia e hora determinados, não sendo o citando encontrado, o Oficial do
Justiça dá por feita a citação.
Feita a citação, o Oficial de Justiça lavra uma certidão da ocorrência, cuja contrafé fica
com o familiar/vizinho.
Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do
mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo
ciência.
O início do prazo se dá na juntada do mandado, afinal se trata de citação por oficial de
justiça e não via postal.
DICA 137
CITAÇÃO POR EDITAL
Também é modalidade de citação ficta e, por conseguinte, se o réu for revel será
designado para ele curador especial, até que seja constituído advogado.
A citação por edital será feita nos seguintes casos:
quando desconhecido ou incerto o citando
quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
nos casos expressos em lei (portanto o rol é exemplificativo).
DICA 138
DA RECONVENÇÃO
A reconvenção é uma espécie de contra-ataque do réu, ou seja, o réu se defende
apresentando uma pretensão contra o autor, figurando assim no processo um réu
reconvinte e um autor reconvindo.

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Conforme prevê o Art. 343 do CPC, na contestação, é lícito ao réu propor
reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou
com o fundamento da defesa.
Portanto, para que haja a reconvenção é necessário a existência de uma causa pendente
(do autor contra o réu), bem como a existência de conexão da reconvenção com a
causa principal ou com o fundamento de defesa.

SÚMULA 258 DO STF

É admissível reconvenção em ação declaratória.

Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para


apresentar resposta no prazo de 15 dias.
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. Também poderá ser
proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
Caso o autor seja substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.
O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

Apesar de não caber reconvenção nos Juizados Especiais, será possível o pedido
contraposto.

DICA 139
DA REVELIA
A revelia é entendida pela doutrina majoritária como a ausência jurídica de
contestação. É jurídica pois nem sempre se tem ausência física da contestação.
Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor – efeito material.

A revelia não produz esse efeito em caso de:

havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere


indispensável à prova do ato;

as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em


contradição com prova constante dos autos.
Existem alguns tipos de revelia:
Revelia formal: que é falta da contestação (ausência física) ou contestação
intempestiva (a contestação está presente, mas sem reconhecimento jurídico).

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Revelia substancial: contestação é apresentada em tempo pelo réu, mas com defesa
genérica, o que faz com que seja considerada juridicamente ausente.
Quando se fala em presunção de veracidade, necessário salientar que essa presunção
recai apenas sobre os fatos, jamais uma presunção do direito alegado pelo autor.
Como efeitos processuais tem-se a desnecessidade de intimação do revel sem
advogado, quando os prazos fluirão a partir da publicação do ato decisório no órgão
oficial, e a possibilidade de julgamento antecipado do mérito.

SÚMULA 231 DO STF

O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em tempo
oportuno.
O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que
se encontrar.

DICA 140
DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
O art. Art. 356 do CPC trouxe a possibilidade de o juiz decidir parcialmente o mérito
quando um ou mais pedidos ou parcela deles:

mostrar-se incontroverso;
estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 (não houver
necessidade de produção de outras provas, réu revel, efeito material da revelia e não
houver requerimento de prova).
Trata-se de decisão interlocutória de cognição exauriente, não se confundindo assim
com tutela provisória.
Assim sendo, a decisão faz coisa julgada material.

ENUNCIADO 5, CJF:

Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão parcial fundada no art. 485 do CPC,
condenar-se-á proporcionalmente o vencido a pagar honorários ao advogado do
vencedor, nos termos do art. 85 do CPC.

A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso
contra essa interposto.
A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento.
DICA 141
SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO
Não sendo o caso de julgamento conforme o estado do processo, o processo vai para a
fase de produção de provas, a qual é precedida do saneamento e da organização.
Nesta decisão, o juiz deverá:
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resolver as questões processuais pendentes, se houver;

delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,


especificando;

os meios de prova admitidos;

definir a distribuição do ônus da prova;

delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.


Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar
ajustes, no prazo comum de 5 dias, findo o qual a decisão se torna estável.
As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das
questões de fato e de direito, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
Apresentando a causa complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
suas alegações.
Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo
comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10, sendo 3, no
máximo, para a prova de cada fato. Este número poderá ser limitado pelo juiz levando
em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as
audiências.
DICA 142
DA PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA
Conforme previsão do art. 381 do CPC, a produção antecipada da prova será admitida
nos casos em que:

haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação
de certos fatos na pendência da ação;

a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio


adequado de solução de conflito;

o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.


A competência para a produção antecipada da prova será do juízo do foro onde
deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.
A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação
que venha a ser proposta.
O rito da produção antecipada da prova também se aplica àquele que pretender
justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento
e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.

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O requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova
e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na
produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre
as respectivas consequências jurídicas.
Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo
procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta
acarretar excessiva demora.
Não se admitirá defesa ou recurso, exceto contra decisão que indeferir
totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Os autos permanecerão em cartório durante 1 mês para extração de cópias e certidões
pelos interessados e, após, serão entregues ao4promovente da medida.
DICA 143
DA ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias,
contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. A parte deverá
expor os motivos em que funda sua pretensão e os meios pelos quais provará o alegado.
A falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o
juiz a decida como questão principal.
Após ouvida a parte contrária no prazo de 15 dias, será realizado exame pericial.
Contudo, se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo dos autos, não se
procederá ao exame pericial.
A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão
principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada.
DICA 144
DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
Conforme previsto no art. 439 do CPC, a utilização de documentos eletrônicos no
processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da
verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido,
assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da
legislação específica.
DICA 145
DA INSPEÇÃO JUDICIAL
A inspeção pode ser de pessoas ou coisas, e possui a finalidade de esclarecer sobre
fato que interesse à decisão da causa.

Poderá se dar de ofício ou a requerimento da parte.


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O juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos ao realizar a inspeção.

O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:

julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;

a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;

determinar a reconstituição dos fatos.

As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e


fazendo observações que considerem de interesse para a causa.

Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
quanto for útil ao julgamento da causa, podendo ser instruído com desenho, gráfico ou
fotografia.

DICA 146
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL
A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e
observará:
o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no
Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se
assistência judiciária aos necessitados;

a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação


brasileira ou na do Estado requerente;

a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de


cooperação;
a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

Inexistino tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base


em reciprocidade, manifestada por via diplomática. Em caso de homologação de
sentença estrangeira, essa reciprocidade é dispensada.
Não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados
incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.

O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência


de designação específica.

A cooperação jurídica internacional terá por objeto:

citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;

colheita de provas e obtenção de informações;

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homologação e cumprimento de decisão;

concessão de medida judicial de urgência;

assistência jurídica internacional;

qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

DICA 147
DO AUXÍLIO DIRETO
Cabe o chamado auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.

A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à


autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza
do pedido.

Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os
seguintes objetos:

obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos


administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;

colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no


estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;

qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres


e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e
pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro,
respeitadas disposições específicas constantes de tratado.

No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências
necessárias para seu cumprimento.

Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à


Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.

O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade


central.

Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido
de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.

DICA 148
DA CARTA ROGATÓRIA

Conforme prevê o art. 36 do CPC, o procedimento da carta rogatória perante o


Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes
as garantias do devido processo legal.

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A defesa ficará restrita à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para
que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.

Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial


estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.

DICA 149
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores,
incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.
Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer
ato processual.
O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de
forma específica e pode ser executado como:

auxílio direto;

reunião ou apensamento de processos;

prestação de informações;

atos concertados entre os juízes cooperantes.


As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto no CPC.
DICA 150
DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Considera-se litigante de má-fé aquele que:
deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
alterar a verdade dos fatos;
usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
provocar incidente manifestamente infundado;
interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 02
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em
até 10x o valor do salário-mínimo.
Quando forem 2 ou mais litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
DICA 151
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES
No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos
expressos em lei.
A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não
altera a legitimidade das partes.
O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante
ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. Eles poderão, no entanto, intervir como
assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao
adquirente ou cessionário.
Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou
pelos seus sucessores.
A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo
ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 dias, o juiz suspenderá o
processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício, observando o art. 76
do CPC.
O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, desde que prove que
comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. Durante os 10
dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que
necessário para lhe evitar prejuízo.
Dispensa-se essa comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários
advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
DICA 152
LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio é quando duas ou mais pessoas litigam conjuntamente, no mesmo
processo, seja no polo ativo ou passivo.
O CPC elenca que ocorrerá quando:
entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.

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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 02
O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes
na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença.
O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que
devam ser litisconsortes.
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:

nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter
integrado o processo;
ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar,
sob pena de extinção do processo.
O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser
intimados dos respectivos atos.
DICA 153
DA ASSISTÊNCIA
Pendendo causa entre 2 ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
A assistência poderá ser simples ou litisconsorcial.
O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Sendo revel
ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu
substituto processual.
A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos.
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Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e
provar que:

pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido,
foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;

desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por


dolo ou culpa, não se valeu.
DICA 154
DAS CAUSAS DE SUSPEIÇÃO
A imparcialidade do julgador é uma das mais importantes caraterísticas da jurisdição,
sendo, inclusive, um pressuposto processual de validade.
As causas de suspeição geralmente envolvem situações ou fatos subjetivos, como por
exemplo a amizade íntima de uma das partes com o juiz.
O art. 145 do CPC elenca as hipóteses causadoras de suspeição, afirmando que haverá
suspeição do juiz:
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões.
DICA 155
DAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO
As causas de impedimentos estão fundamentalmente previstas no art. 144 do CPC e
geralmente envolvem fatos ou situações objetivas, como, por exemplo, o parentesco
com uma das partes, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.
Nessa hipótese, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o
membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade
judicante do juiz.

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DICA 156
AUXILIARES DA JUSTIÇA
Auxiliares da Justiça são as pessoas que se destinam a apoiar as atividades desenvolvidas
pelo órgão jurisdicional, seja dentro da sede do juízo ou fora dela.
Portanto, alguns atos processuais não são praticados diretamente pelo juiz, mas sim por
seus auxiliares.
Os auxiliares podem atuar de forma permanente: como o chefe da secretária ou o oficial
de justiça. Ou podem atuar de forma eventual: como o tradutor.
O art. 149 do CPC elenca de forma exemplificativa os auxiliares da justiça: o escrivão,
o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.
Por se tratar de rol exemplificativo, pode ser que as normas de organização judiciária
prevejam outros auxiliares e suas atribuições.
DICA 157
DA ATUAÇÃO DOS MEDIADORES E CONCILIADORES
O CPC/15 consagra o chamado modelo multiportas de justiça, o qual se vale das mais
diversas técnicas como métodos de solução de conflitos, dentre os quais se encontram
a mediação e conciliação.
O CPC prevê, inclusive, a criação de centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.
DICA 158
DA ADVOCACIA PÚBLICA
A advocacia pública é uma das funções essenciais da justiça, conforme previsão
constitucional.
Aos advogados públicos incumbe a defesa e promoção dos interesses da Fazenda Pública,
e não dos agentes públicos.
Essa atuação se dá através da representação judicial, em todos os âmbitos federativos,
das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. Não se
aplicando o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir
com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

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DICA 159
DOS ATOS PROCESSUAIS QUE TRAMITAM EM SEGREDO DE JUSTIÇA
Em regra, os atos processuais são públicos, por força do princípio constitucional da
publicidade processual.
Assim sendo, todos devem ter acesso aos autos dos processos, audiências e sessões de
tribunais, que devem ser realizadas de portas abertas, salvo nas hipóteses de segredo de
justiça.
O CPC/15, em seu art. 189, tratou de elencar as hipóteses em que se dará esse
segredo de justiça, afirmando que tramitam em segredo de justiça os processos:
em que o exija o interesse público ou social;
que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de
divórcio ou separação.
DICA 160
DOS ATOS DAS PARTES
Os atos das partes consistentes em declarações de vontade unilaterais (ex.:
contestação) ou bilaterais (ex.: pacto de impenhorabilidade), os quais ainda podem ser
concordantes (ex.: a desistência da ação após a contestação) ou contratuais (ex.:
transação)
Essas declarações produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção
de direitos processuais.
A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que
entregarem em cartório.
É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz
mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do
salário-mínimo.

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DIREITO PENAL

DICA 161
TEORIA GERAL DO CRIME
Conceito tripartido de crime:
O conceito de crime adotado no Brasil é dividido em três elementos:
Fato típico;
Ilicitude ou antijuridicidade;
Culpabilidade;

A teoria adotada é a finalista, pois a conduta do agente deve ser dirigida a um fim
(dolo ou culpa).

ATENÇÃO!

A punibilidade não integra o conceito de crime, pois é apenas pressuposto para


aplicação da pena.

DICA 162

FATO TÍPICO
O fato típico é composto por:
Conduta: ação ou omissão (dolosa ou culposa);
Resultado: jurídico ou naturalístico;
Nexo de causalidade: relação de causa + consequência entre ação/omissão e
resultado;
Tipicidade (adequação formal e material à lei).

C CONDUTA

R
RESULTADO
E

N NEXO CAUSAL

T
TIPICIDADE
I

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DICA 163
EXCLUDENTES DO FATO TÍPICO
Caso fortuito;

Coação física irresistível; (é diferente de coação moral irresistível, que é excludente de


culpabilidade);

Estado de inconsciência;

Erro de tipo inevitável (escusável ou desculpável);

Movimentos reflexos;

Princípio da Insignificância;

Consentimento do ofendido quando elementar do tipo penal o fato será atípico.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2020.


Yuri foi denunciado pela suposta prática de crime de estupro qualificado em razão da
idade da vítima, porque teria praticado conjunção carnal contra a vontade de Luana,
de 15 anos, mediante emprego de grave ameaça. No curso da instrução, Luana mudou
sua versão e afirmou que, na realidade, havia consentido na prática do ato sexual,
sendo a informação confirmada por Yuri em seu interrogatório.
Considerando apenas as informações expostas, no momento de apresentar alegações
finais, a defesa técnica de Yuri deverá pugnar por sua absolvição, sob o fundamento
de que o consentimento da suposta ofendida, na hipótese, funciona como.
a) causa supralegal de exclusão da ilicitude.
b) causa legal de exclusão da ilicitude.
c) fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.
d) causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
Gabarito: Letra C
Comentário: O consentimento da vítima poderá excluir o fato típico ou a ilicitude. Se
o consentimento do ofendido for uma elementar do tipo penal haverá a exclusão do
fato típico (atipicidade da conduta). Se o consentimento do ofendido NÃO for uma
elementar do tipo penal haverá a exclusão da ilicitude.
O tipo penal do crime de estupro existe para punir o agente que obriga a vítima a
praticar relação sexual com o agente. Caso a pessoa seja maior de 14 anos e queira
praticar relação sexual com alguém não haverá o crime de estupro.
No caso da questão, Luana tem 15 anos e consentiu com o ato sexual. Assim, o seu
consentimento exclui o constrangimento + violência / grave ameaça, de modo que não
existe conduta criminosa. Logo, o consentimento da suposta ofendida funciona como
fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.

DICA 164

DOLO
Conceito: Consiste na vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.
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Considera-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado (teoria da vontade -
dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (teoria do consentimento - dolo
eventual).

TEORIAS DO DOLO:

Teoria da representação ou possibilidade: dolo é o ato de prever o resultado.

Teoria do consentimento (assentimento): dolo é consentir com a produção do


resultado.

Teoria da vontade: dolo é querer o resultado.

DICA 165

ABRANGÊNCIA DO DOLO (DIRETO)


O agente quis o resultado pretendido (dolo de 1° grau).

Abrange os meios escolhidos (dolo de 1° grau).

Ex.: veneno, arma etc.

Consequências secundárias (dolo de 2° grau).

Ex.: sujeito atira no coração de irmãos grudados.

Ex.: Pablo Escobar quando colocou uma bomba no avião para matar um sujeito. Neste
caso, Escobar responderá por dolo direito.

Espécies de dolo:

Dolo direto:

Dolo de 1° grau: resultado pretendido e os meios escolhidos.

Dolo de 2° grau: consequências necessárias inerentes aos meios escolhidos.

Dolo indireto:

Eventual: agente assumiu o risco de produzir o resultado;

Alternativo: o agente prevê a pluralidade de resultados e dirige sua conduta na busca


de realizar qualquer um deles indistintamente.

Ex.: o agente quer praticar lesão corporal ou homicídio indistintamente. O agente tem
a mesma vontade de um ou de outro.

DICA 166

CULPA

Excepcionalidade do crime culposo:


Como regra, apenas se pune a conduta a título de dolo, salvo quando a lei
expressamente tipificar a forma culposa.
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Conceito:

Imprudência, negligência ou imperícia (modalidades de culpa).

Imprudência: culpa que se manifesta de forma ativa, por meio de um ato


descuidado, distração.
Imprudência “vem a ser uma atitude positiva, um agir sem a cautela, a atenção
necessária, com precipitação, afoitamento ou inconsideração. É a conduta arriscada,
perigosa, impulsiva”.

Negligência: culpa que se manifesta de forma omissiva. Deixar de adotar alguma


cautela, medida de precaução. Desleixo, a desatenção ou a displicência.
Negligência como “a inatividade (forma omissiva), a inércia do agente que, podendo
agir para não causar ou evitar o resultado lesivo, não o faz por preguiça, desleixo,
desatenção ou displicência”.

Imperícia: culpa que se manifesta no desempenho de uma profissão.

Imprudência Negligência Imperícia

Atuação positiva – agir sem Forma omissiva – deixa Culpa - profissão


cautela de adotar alguma
cautela

Tome nota:

É necessário no crime culposo, além do dever objetivo de cuidado (imprudência,


negligência e imperícia), os seguintes elementos:

Conduta voluntária;

Resultado Involuntário (mas previsível);

Nexo Causal e Tipicidade;

Previsibilidade objetiva (padrão mediano);

Ausência de Previsão;
Ausente esses elementos, o fato será atípico.
DICA 167
TEORIA DO CRIME - ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE
A ilicitude é a contrariedade à lei, sendo as suas causas excludentes:
Legítima defesa: uso moderado dos meios necessários + INJUSTA agressão + ATUAL
ou IMINENTE;
Estado de necessidade: perigo ATUAL + não provocado pelo agente + sacrifício
inexigível;
Estrito cumprimento do dever legal: dever LEGAL + atuação nos LIMITES da lei +
em regra por agente público;

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Exercício regular de direito: existência de um direito + atuação FACULTATIVA +
dentro dos LIMITES.

L LEGÍTIMA DEFESA

E ESTADO DE NECESSIDADE

E ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL

E EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXX, 2019.


Enquanto assistia a um jogo de futebol em um bar, Francisco começou a provocar Raul,
dizendo que seu clube, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado com a
indevida provocação, Raul, que estava acompanhado de um cachorro de grande porte,
atiça o animal a atacar Francisco, o que efetivamente acontece. Na tentativa de se
defender, Francisco desfere uma facada no cachorro de Raul, o qual vem a falecer. O fato
foi levado à autoridade policial, que instaurou inquérito para apuração.
Francisco, então, contrata você, na condição de advogado(a), para patrocinar seus
interesses.
Considerando os fatos narrados, com relação à conduta praticada por Francisco, você,
como advogado(a), deverá esclarecer que seu cliente
a) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude, em razão de sua provocação
anterior.
b) atuou escorado na excludente de ilicitude da legítima defesa.
c) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é protegida penalmente.
d) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado de necessidade.
GABARITO: Alternativa b.
Comentário: No caso da questão, o cachorro de grande porte foi utilizado como
instrumento para o cometimento do crime. Por isso, tem-se que a agressão se originou
de um ser humano, o que viabiliza a legitima defesa.
Preenchimento dos requisitos da legitima defesa ao caso da questão:
Uso moderado do meio necessário (facada para barrar o animal);
Injusta agressão (não há justificativa);
Atual ou iminente (na hora da agressão);
A direito seu.
Fique atento!
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Animal agiu por instinto = estado de necessidade.

Animal agiu por provocação de pessoa = legítima defesa.

DICA 168
CULPABILIDADE
A culpabilidade é o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, composta
por:
Imputabilidade: capacidade mental do agente de entender o caráter ilícito da
conduta;
Potencial consciência da ilicitude: possibilidade do agente conhecer a hipótese
criminosa;
Exigibilidade de conduta diversa: possibilidade que o agente tinha de agir de outra
forma e não praticar o fato.
São excludentes da culpabilidade:

Menoridade (imputabilidade): menos de 18 anos;

Embriaguez completa e acidental (imputabilidade);

Doença Mental (imputabilidade);

Erro de Proibição Inevitável (potencial consciência da ilicitude)

Coação Moral Irresistível (exigibilidade da conduta diversa)

Obediência Hierárquica (exigibilidade de conduta diversa)

DICA 169
EMBRIAGUEZ
A embriaguez é a intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou
substâncias de efeitos análogos.
Fique atento!
A embriaguez do art. 28 não se aplica a intoxicação decorrente do consumo de drogas
ilícitas, pois essa é tratada em lei própria (Art. 45 da Lei de Drogas).
Embriaguez completa: possui três níveis:

Excitação: primeiro estágio da embriaguez, quando sujeito fica mais alegre, falante.
(Embriaguez Incompleta);

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Depressão: alteração emocional. (Embriaguez Completa);

Letargia: continuou inserindo o álcool (coma alcoólico, por exemplo) – completa.


Embriaguez Involuntária:

Caso fortuito;

Força maior;
Embriaguez Voluntária:

Se a embriaguez for voluntária será aplicada a teoria “actio libera in causa” (ação livre
na causa), tendo o sujeito de maneira voluntária ingerido a substância responde pelo
crime cometido.
A embriaguez voluntária se subdivide em:
Culposa: é o excesso imprudente no consumo.
Dolosa: sujeito quer se embriagar.
Preordenada: se embriaga para cometer o crime (agravante – art. 61, II, l, CP).
É possível que em casos de embriaguez aplique-se medida de segurança?
É possível quando se tratar de embriaguez patológica, ou seja, quando o sujeito for
alcoólatra, pois configura doença mental, admitindo-se a aplicação do art. 26. Sendo
assim, caso necessário será possível à imposição de medida de segurança.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2020.


Inconformado por estar desempregado, Lúcio resolve se embriagar. Quando se
encontrava no interior do coletivo retornando para casa, ele verifica que o passageiro
sentado à sua frente estava dormindo, e o telefone celular deste estava solto em seu
bolso. Aproveitando-se da situação, Lúcio subtrai o aparelho sem ser notado pelo lesado,
que continuava dormindo profundamente. Ao tentar sair do coletivo, Lúcio foi interpelado
por outro passageiro, que assistiu ao ocorrido, iniciando-se uma grande confusão, que
fez com que o lesado acordasse e verificasse que seu aparelho fora subtraído.
Após denúncia pelo crime de furto qualificado pela destreza e regular processamento do
feito, Lúcio foi condenado nos termos da denúncia, sendo, ainda, aplicada a agravante da
embriaguez preordenada, já que Lúcio teria se embriagado dolosamente.
Considerando apenas as informações expostas e que os fatos foram confirmados, o(a)
advogado(a) de Lúcio, no momento da apresentação de recurso de apelação, poderá
requerer
a) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante da redução da capacidade
em razão da sua embriaguez, mas não o afastamento da qualificadora da destreza.
b) a desclassificação para o crime de furto simples, mas não o afastamento da agravante
da embriaguez preordenada.
c) a desclassificação para o crime de furto simples e o afastamento da agravante, não
devendo a embriaguez do autor do fato interferir na tipificação da conduta ou na
dosimetria da pena.

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d) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez completa.


GABARITO: Alternativa c.
Comentário: A embriaguez pré ordenada é aquela que o agente já se embriaga com o
intuito de cometer o crime. No caso em análise, tem-se que Lúcio não bebeu com essa
intenção, uma vez que o item menciona que ele bebeu para afogar as mágoas do
desemprego. Diante disso, a embriaguez de Lúcio não irá interferir na tipificação da
conduta ou na dosimetria da pena.

DICA 170
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
A desistência voluntária quando o agente, depois de iniciar a execução do crime,
DESISTE e impede que o resultado se consuma;
A grande diferença entre a tentativa e a desistência voluntária é que a primeira
acontece por motivos ALHEIOS à vontade do agente e a segunda por sua decisão
voluntária;
Na tentativa eu QUERO continuar mas não POSSO;
Na desistência voluntária, eu POSSO continuar, mas não QUERO.
DICA 171
ARREPENDIMENTO EFICAZ
O agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza.
O agente iniciou a execução e exauriu a sua potencialidade lesiva (iniciou e encerrou a
execução).
Agente impede que o resultado ocorra.
Arrependimento eficaz também pode ser chamado de resipiscência.
Consequência: só responde pelos atos já praticados.

Ex.: não responde por tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

Doutrina: considera esses institutos (desistência voluntária e arrependimento


posterior) como causas de atipicidade da conduta, pois desconsidera o dolo inicial e
apenas responde pelo que foi praticado até aquele momento.
DICA 172
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Requisitos:
Deve ser sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Deve reparar o dano ou restituir a coisa;

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Deve ser até o recebimento da denúncia ou da queixa;
Deve ser ato voluntário do agente (não precisa ser espontâneo);

Consequência: redução de um a dois terços (= da tentativa).

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXIX, 2019.


Durante a madrugada, Lucas ingressou em uma residência e subtraiu um computador.
Quando se preparava para sair da residência, ainda dentro da casa, foi surpreendido
pela chegada do proprietário. Assustado, ele o empurrou e conseguiu fugir com a coisa
subtraída.
Na manhã seguinte, arrependeu-se e resolveu devolver a coisa subtraída ao legítimo
dono, o que efetivamente veio a ocorrer. O proprietário, revoltado com a conduta
anterior de Lucas, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido. Intimado pelo
Delegado para comparecer em sede policial, Lucas, preocupado com uma possível
responsabilização penal, procura o advogado da família e solicita esclarecimentos sobre
a sua situação jurídica, reiterando que já no dia seguinte devolvera o bem subtraído.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá informar a Lucas que
poderá ser reconhecido(a)
(a) a desistência voluntária, havendo exclusão da tipicidade de sua conduta.
(b) o arrependimento eficaz, respondendo o agente apenas pelos atos até então
praticados.
(c) o arrependimento posterior, não sendo afastada a tipicidade da conduta, mas
gerando aplicação de causa de diminuição de pena.
(d) a atenuante da reparação do dano, apenas, não sendo, porém, afastada a tipicidade
da conduta.
GABARITO: Alternativa d.
Comentário: De início, ressalte-se que não ocorreu desistência voluntária, uma vez
que o agente não desistiu de prosseguir na execução do crime e foi até o final do iter
criminis.
Ademais, não ocorreu arrependimento eficaz, pois o agente não impediu a produção do
resultado ou a sua consumação.
Vale dizer, não ocorreu arrependimento posterior, tendo em vista que tal instituto só se
aplica aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça. Assim, o fato de o agente
ter empurrado o proprietário ao ser surpreendido com sua chegada e fugido logo em
seguida configura o crime de roubo impróprio.

DICA 173
CRIME IMPOSSÍVEL
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Chamado de tentativa inidônea.

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Situações que caracterizam o crime impossível:
Ineficácia absoluta do meio:

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima ministrando veneno, mas que erra e dá à vítima
água.

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima com uma arma de brinquedo.
Absoluta impropriedade do objeto.

Ex.: sujeito tenta matar um morto.


Objeto aqui é o objeto material do crime, que é a pessoa ou coisa sobre a qual recai
a conduta criminosa.

Consequência do crime impossível: não é punível.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XVII, 2015.


Cristiane, revoltada com a traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo. Para tanto,
resolve esperar que ele adormeça para, durante a madrugada, acabar com sua vida. Por
volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala da residência do casal. Quando chega
à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado sem se mexer no sofá. Acreditando
estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito. Nervosa e arrependida, liga para o
hospital e, com a chegada dos médicos, é informada que o marido faleceu. O laudo de
exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia falecido momentos antes das
facadas em razão de um infarto fulminante. Cristiane, então, foi denunciada por tentativa
de homicídio.
Você, advogado (a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
a) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) crime impossível por ineficácia do meio.
GABARITO: Alternativa a.
Comentário: O meio era plenamente eficaz (faca), mas o objeto material (a vida do
cônjuge) era impróprio para a consumação do delito, uma vez que já se encontrava
morto.

DICA 174
TENTATIVA
A tentativa ocorre quando o agente não atinge o resultado por motivos alheios à sua
vontade;
A tentativa é também chamada de “conatus”;
A tentativa é uma causa de diminuição de pena, de 1/3 a 2/3 da pena;

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Crimes que não admitem a tentativa:

Alguns crimes não admitem a forma tentada, são eles:

C CONTRAVENÇÕES

C CULPOSOS

H HABITUAIS

O OMISSIVOS PRÓPRIOS

U UNISSUBSISTENTES

P PRETERDOLOSOS

P PERMANENTES

CUIDADO: as contravenções penais na verdade admitem a tentativa, contudo, por


opção do legislador não são puníveis.
DICA 175
DO CRIME - ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO

INEVITÁVEL
ESSENCIAL
EVITÁVEL

ERRO DE SOBRE O OBJETO


TIPO
SOBRE A PESSOA
ERRO

ACIDENTAL
NA EXECUÇÃO
INEVITÁVEL
ERRO DE SOBRE O NEXO
PROIBIÇÃO CAUSAL
EVITÁVEL

DICA BÔNUS
ERRO DE TIPO ESSENCIAL
Recai sobre as circunstâncias do fato;
Art. 20 e §1º, §2º e §3º, CP;
Causa excludente de tipicidade.

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DOLO
INVENCÍVEL
EXCLUSÃO
(inevitável)
CULPA
EFEITOS EXCLUSÃO DO
DOLO
VENCÍVEL
(evitável) RESPONDE POR
CRIME CULPOSO,
SE PREVISTO EM
LEI

DICA BÔNUS
ERRO DE PROIBIÇÃO
O erro de proibição recai sobre a ilicitude do fato;
Art. 21 e §único do CP;
Causa de diminuição de pena.

DIRETO

ESPÉCIES INDIRETO

MANDAMENTAL

INEVITÁVEL ISENTO DE PENA

EFEITOS

CAUSA DE
EVITÁVEL
DIMINUIÇÃO DE PENA

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PROCESSO PENAL

DICA 176

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

Natureza jurídica do acordo de não persecução penal:

Natureza de negócio jurídico processual que veicula política criminal do MP.

Requisitos:

Não ser caso de arquivamento;

Investigado ter confessado formal e circunstancialmente;

Infração sem violência ou grave ameaça;

Pena mínima inferior a 4 anos;

Necessário e suficiente para reprovação do crime.

Condições:

→ reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

→ renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como


instrumentos, produto ou proveito do crime;

→ prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à


pena mínima cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado
pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do CP

→ pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, a entidade
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou

→ cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

Hipóteses de não cabimento do ANPP:

→ se for cabível transação penal;

→ se o investigado for reincidente OU se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as
infrações penais pretéritas;

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→ se o agente tiver sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação penal
ou SURSIS processual.

→ se o crime tiver sido praticado na Maria da Penha ou por razão do sexo feminino.

Questão Exame da Ordem XXXIII, 2021.


Carlos, em relatório final conclusivo de inquérito policial, foi indiciado pela prática do
crime de receptação qualificada (Art. 180, §1º, CP – pena: 3 a 8 anos de reclusão e
multa). Recebido o procedimento investigatório, o Promotor de Justiça verificou, na
Folha de Antecedentes Criminais, que Carlos possuía uma única anotação e era
tecnicamente primário, mas que teria sido beneficiado, oito anos antes da suposta
nova prática delitiva, por proposta de suspensão condicional do processo em relação
a crime de estelionato.
Considerando as informações expostas, você, como advogado(a) de Carlos, deverá
esclarecer que, de acordo com o Código de Processo Penal,
Alternativas
a) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, independentemente da
confissão do indiciado, podendo, contudo, ser imposto ressarcimento do dano e
prestação de serviço à comunidade por tempo limitado em caso de aceitação.
b) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, tendo em vista que o
suposto autor já foi beneficiado com suspensão condicional do processo
anteriormente.
c) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, considerando a pena e
natureza do crime, mas Carlos necessariamente deverá confessar a prática delitiva.
d) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, em razão da pena
máxima prevista para o delito ultrapassar quatro anos de reclusão.
GABARITO: Alternativa c.
Comentário: Considerando que o autor é primário, que praticou o crime sem
violência e grave ameaça e a pena em abstrato mínima é inferior a quatro anos, tem-
se que é possível o acordo de não persecução penal. Todavia, Carlos necessariamente
deverá confessar a prática delitiva

DICA 177
AÇÃO PENAL

INCONDICIONADA

DE INICIATIVA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA

CONDICIONADA

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A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público. O MP
inicia a ação penal com a denúncia.
A regra no sistema jurídico = a ação penal seja pública incondicionada.
DICA 178

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA


A ação penal pública condicionada depende da representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça. Nesses casos, o Ministério Público continua sendo o
titular da ação penal, mas não pode exercer o seu direito de ação de ofício, como nos
casos de ação penal pública incondicionada.

de requisição do
promovida por Ministro da Justiça,
denúncia do ou de representação
Crimes de ação
Ministério Público, do ofendido ou de
pública
dependerá, quando quem tiver
a lei o exigir, qualidade para
representá-lo.

OBS: Caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão


judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Qualquer
crime

praticado em detrimento do
patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município

a ação penal
será pública

OBS: Os crimes de lesão corporal leve ou culposa cometidos no contexto de


violência doméstica ou familiar contra a mulher, que se enquadram na Lei Maria da
Penha, são de ação penal pública incondicionada. Exceção: crime de ameaça em que
a ação penal pública é condicionada à representação.
DICA 179

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA - REPRESENTAÇÃO


De acordo com o artigo 25 do Código de Processo Penal, a representação será irretratável,
depois de oferecida a denúncia.
Por outro lado, quando se tratar de violência doméstica e familiar (Lei Maria da Penha, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente

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designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.

Art. 15 do CPP Art. 16 da Lei Maria da Penha

Art. 25. A representação será Art. 16. Nas ações penais públicas
irretratável, depois de oferecida a condicionadas à representação da ofendida
denúncia. de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz,
em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Questão Exame da Ordem XXXIII, 2021.


Durante uma festa em uma casa noturna, Michele se desentende com sua amiga
Flávia e lhe desfere um tapa no rosto, causando-lhe lesão corporal de natureza leve.
Flávia, então, se dirige à autoridade policial e registra o fato, manifestando
expressamente seu interesse em representar contra Michele, tendo em vista a
natureza de ação penal pública condicionada à representação.
Findo o procedimento policial, os autos foram encaminhados ao Juizado Especial
competente e o Ministério Público apresentou proposta de transação penal à Michele,
que não a aceitou. Após o oferecimento de denúncia pelo Parquet, Flávia se diz
arrependida e manifesta ao seu advogado interesse em se retratar da representação
oferecida, destacando que ainda não foi recebida a inicial acusatória.
Considerando os fatos acima narrados, você, como advogado(a) de Flávia, deverá
esclarecer que:
a) a representação será irretratável na hipótese, por já ter sido oferecida a denúncia.
b) a retratação da representação poderá ser realizada até o momento da sentença,
não dependendo de formalidades legais.
c) a retratação da representação será cabível até o recebimento da denúncia, em
audiência perante o juiz, especialmente designada para tal finalidade.
d) a representação será irretratável, independentemente do momento processual, por
se tratar de ação penal de natureza pública, de modo que o Ministério Público
continua sendo o titular da ação.
GABARITO: Alternativa a.
COMENTÁRIO: Regra: CPP, Art. 25. A representação será irretratável, depois de
oferecida a denúncia.
Exceção: Lei Maria da Penha.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.

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DICA 180
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PÚBLICA

Obrigatoriedade: Presentes a materialidade e indícios de autoria deve o MP oferecer


denúncia;

Divisibilidade: Havendo mais de um autor do crime, o MP pode ajuizar a ação


somente em face de um ou uns, deixando para ajuizar em face dos outros depois
(visando, por exemplo, reunir mais provas);

Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação - mas pode pedir o arquivamento


do IP - ou absolvição do réu;

Oficialidade: O MP é uma instituição pública e;

Intranscendência: A pena não poderá passar da pessoa do condenado.


DICA 181

AÇÃO PENAL

PROPRIAMENTE DITA

DE INICIATIVA PERSONALÍSSIMA
AÇÃO PENAL
PRIVADA

SUBSIDIÁRIA

A ação penal de iniciativa privada é titularizada pelo ofendido ou pelo seu


representante legal, promovida mediante a queixa-crime. Mesmo não sendo titular das
ações penais privadas, o Ministério Público deve atuar em todos os atos do processo.
DICA 182

AÇÃO PENAL PRIVADA PROPRIAMENTE DITA

A ação penal privada propriamente dita é a regra entre os crimes de ação penal
privada. O seu titular é o ofendido ou o seu representante legal. Para a promoção da
queixa-crime, o ofendido ou o seu representante legal possui o prazo decadencial de 6
meses, contados do conhecimento da autoria.
OBS.: caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Ex.: crime contra a honra de funcionário público.

O STF editou a Súmula 714 que dispõe: “É concorrente a legitimidade do ofendido,


mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções”.

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DICA 183

AÇÃO PENAL PRIVADA: PEREMPÇÃO

Conceito: é a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na condução da


ação privada.

Hipóteses: elas estão previstas no art. 60 do CPP, ocasionando a extinção da


punibilidade.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, OU deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.

DICA 184
JURISDIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Conceito: é o poder de o Estado de dizer o direito no caso concreto, resolvendo


conflitos e substituindo a vontade das partes.

São características da jurisdição:

Substitutividade – significa a atuação do Estado em substituição à vontade das partes


na resolução de conflitos.

Inércia – os órgãos jurisdicionais precisam ser provocados para atuarem.


Existência de lide – a lide é conceituada como um conflito de interesses qualificado
pela pretensão resistida. Todavia, esse conceito não encontra amparo no processo penal,
tendo em vista que não há conflito de interesses, pois todos buscam um justo provimento
jurisdicional.

Atuação do direito – é objetivo da jurisdição a aplicação do direito no caso concreto.

Imutabilidade – após a conclusão do exercício da jurisdição por meio de uma


sentença, em regra, não há como alterar o que foi resolvido.

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DICA 185
PRINCÍPIOS

A Jurisdição é regida pelos seguintes princípios:

Investidura – para exercer a jurisdição é necessário ser magistrado (juiz), o qual deve
estar legalmente investido no cargo, por meio de concurso público.

Indeclinabilidade – o juiz não pode deixar de julgar os casos submetidos a


apreciação.

Inevitabilidade ou Irrecusabilidade – a jurisdição não está sujeita a vontade das


partes, ela se impõe.

Improrrogabilidade – as partes, ainda que desejem, não podem retirar do juiz


natural o conhecimento de determinado caso, na esfera criminal.

Indelegabilidade – o juiz não pode delegar a sua função jurisdicional a quem não
possui.

Juiz natural – este princípio apresenta duas facetas. A primeira dispõe que ninguém
será processado e nem sentenciado senão pela autoridade competente. A segunda é que
não haverá juízo ou tribunal de exceção.

Inafastabilidade – a lei não excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça a


direito.

Devido Processo Legal – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal.

Unidade – A jurisdição é única, do Poder Judiciário. O que há é a diferença no tocante


a sua aplicação e grau de especialização (cível, criminal; estadual, federal, militar,
trabalhista, eleitoral e etc).
DICA 186
COMPETÊNCIA
A competência, por sua vez, é a medida da jurisdição. Jurisdição todo juiz possui, mas a
sua competência é limitada.

A competência pode ser determinada em razão da:

Matéria (ratione materiae) – leva em consideração a natureza da infração a ser


julgada. Exemplo: crime comum, federal, militar, eleitoral.
Prerrogativa da função (ratione personae) – considera a o cargo público ocupado
pela pessoa que cometeu a infração (foro por prerrogativa de função).

Funcional – considera a distribuição dos atos processuais praticados e envolve três


critérios:

Fase do processo – por exemplo um juiz cuida da fase inicial do processo até a
sentença e outro da execução penal.

Objeto do juízo – quando há distribuição de tarefas dentro de um mesmo processo.


Exemplo: Tribunal do júri (o juiz cuida das questões de direito, dosimetria da pena,
sentença; enquanto compete aos jurados a votação dos quesitos).
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Grau de jurisdição – resulta do duplo grau de jurisdição. É a distribuição VERTICAL
da competência.

Territorial (ratione loci) – considera o local do crime.


DICA 187
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Envolve interesse público Envolve o interesse das partes

Não permite prorrogação, pode ser Admite prorrogação. Pode ser arguida
arguida a qualquer tempo e grau de pelas partes.
jurisdição.

Pode ser declarada de ofício pelo juiz Pode ser declarada de ofício pelo juiz, até
a fase da absolvição sumária.

Implica nulidade absoluta de todos os Implica nulidade relativa dos atos


atos decisórios e instrutórios do processo decisórios (art. 567, CPP)

Espécies: competência em razão da Espécie: competência territorial.


matéria, por prerrogativa de função e
funcional.

DICA 188
COMPETÊNCIA

O art. 69, do CPP, dispõe que “Determinará a competência jurisdicional:

o lugar da infração:

o domicílio ou residência do réu;

a natureza da infração;

a distribuição;
a conexão ou continência;
a prevenção;

a prerrogativa de função.”
A regra geral para definição da competência é o lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Com essa regra, o CPP adotou a TEORIA DO RESULTADO.

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ATENÇÃO!

NÃO confundir a regra adotada para fixação da competência territorial, que é a


teoria do resultado, com a teoria adotada para o lugar do crime no Código Penal,
que foi a teoria da ubiquidade.

DICA 189
EXCEÇÕES
Em regra, a competência é firmada pelo local onde se consuma a infração penal ou onde
for praticado o último ato da execução, nos crimes tentados.

Todavia essa regra possui algumas exceções:

Crimes a distância ou de espaço máximo – é aquele em que a conduta e o


resultado ocorrem em países distintos, gerando um conflito de competência internacional.
Essa é a regra que está prevista no Código Penal, como lugar do crime e segue a Teoria
da Ubiquidade.

Incerteza do limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou incerteza da


jurisdição – segue a teoria da ubiquidade.

Infração continuada ou permanente – Teoria da UBIQUIDADE.

Crime plurilocal de homicídio – segue a Teoria da ATIVIDADE (entendimento


jurisprudencial).

Juizado Especial Criminal – nas infrações de menor potencial ofensivo, a regra de


competência é do local onde foi praticada a conduta (Teoria da ATIVIDADE).
DICA 190
COMPETÊNCIA PARA OS CRIMES DE ESTELIONATO
ATENÇÃO PARA A ALTERAÇÃO DO CPP – A Lei 14.155/2021 incluiu o §4º no art. 70 do
CPP e disciplinou a competência para os crimes de estelionato. Confira-se:
“Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou
mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio
da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção.”
DICA BÔNUS
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

SÚMULAS

Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar


civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de

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Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos


crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art.
78, II, "a", do Código de Processo Penal.

Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados


contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

Súmula 165-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso


testemunho cometido no processo trabalhista.

Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de


crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

DICA BÔNUS
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

SÚMULAS

Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o


processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.

Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a


competência será da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o
julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.

Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de


1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
E se a contravenção penal for conexa com crime federal? Haverá a cisão dos
processos, de forma que o crime será julgado pela Justiça Federal e a contravenção
pela Justiça Estadual (STJ. CC 20454/RO).
Exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal: contravenção penal
praticada por pessoa com foro privativo no Tribunal Regional Federal.

Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas


cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu
detrimento.

Súmula 62-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa


anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído à empresa privada.

Info 554, STJ: o STJ decidiu que compete à Justiça Federal (e não à Justiça
Estadual) processar e julgar o crime caracterizado pela omissão de anotação de
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vínculo empregatício na CTPS (art. 297, § 4o, do CP). Esse mesmo raciocínio pode
ser aplicado para a falsa anotação na CTPS (art. 297, § 3o do CP).

Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes


de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de
ensino.

Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de


estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.

Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em


que o indígena figure como autor ou vítima.

Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de


documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 191
HORÁRIO DE TRABALHO X JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho é o período temporal que o empregado permanece à
disposição do empregador, esperando ou executando ordens, durante certo tempo (dia
ou semana), como decorrência do contrato de trabalho.
Já o horário de trabalho é literalmente o começo e de término do período onde é
desenvolvida a jornada de trabalho, incluindo o intervalo intrajornada para repouso e de
alimentação.

JORNADA DE
Dica importante: Quando o
TRABALHO
local de trabalho (empresa, por
exemplo), com mais de 20
empregados são obrigados por
lei a fazer o controle de horário
HORÁRIO DE
TRABALHO de entrada e saída dos
trabalhadores como diz o art.
74, § 2º da CLT.

DICA 192
JORNADA EXTRAORDINÁRIA

É a jornada extraordinária é a laborada além do período de tempo normal de cada


empregado, máxima ou especial. A jornada extraordinária deve ser trabalhada de forma
excepcional e sua regularidade depende do cumprimento dos requisitos previstos em lei,
mais precisamente falando no art. 59 da CLT e art. 7º, XVI da CF:
a) existência de acordo de prorrogação de jornada;
b) cumprimento de no máximo 2 horas extras;
c) pagamento das horas extras.
DICA 193
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO- ARTISTAS LIGADOS À RADIODIFUSÃO

A jornada de trabalho dos artistas e técnicos em espetáculos é específica para cada


área de atuação. Os artistas que laboram na área de radiodifusão, fotografia e gravação,
por exemplo, possuem jornada de 6 (seis) horas diárias, com limitação de 30 (trinta)
horas semanais.

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Os que laboram com o teatro irão ter a jornada de trabalho de 8 (oito) horas, durante o
período de ensaio e reensaio. Desde o momento da estreia, conta-se a duração e a
quantidade de sessões, que não poderão exceder a oito por semana.
RESUMINDO: 6 horas: Artistas ligados à radiodifusão, fotografia, gravação, cinema, circo
e dublagem.
DICA 194
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – TELETRABALHADOR

Antes de qualquer coisa: Como definimos o teletrabalho? A CLT o define como “a


prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador,
com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza,
não se constituam como trabalho externo”. Esta definição é importante para
sabermos que estão excluídos desta categoria motorista, ajudante de viagem e outros que
não têm um local fixo de trabalho.

O teletrabalho faz parte das exceções do artigo 62 da CLT. No caso do teletrabalhador,


este não tem direito ao pagamento de horas extras, adicionais noturno, etc. A previsão
legal para o teletrabalho aparece no artigo 6º da CLT. Mas apesar de não ter direito às
horas extras, ele tem direito à carteira assinada, férias, 13º salário e depósitos de FGTS.

Veja como a banca abordou este assunto:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXIX, 2019.


Rogério foi admitido, em 08/12/2017, em uma locadora de automóveis, como
responsável pelo setor de contratos, razão pela qual não necessitava comparecer
diariamente à empresa, pois as locações eram feitas on-line. Rogério comparecia à
locadora uma vez por semana para conferir e assinar as notas de devolução dos
automóveis.
Assim, Rogério trabalhava em sua residência, com todo o equipamento fornecido pelo
empregador, sendo que seu contrato de trabalho previa expressamente o trabalho
remoto a distância e as atividades desempenhadas.
Após um ano trabalhando desse modo, o empregador entendeu que Rogério deveria
trabalhar nas dependências da empresa. A decisão foi comunicada a Rogério, por meio
de termo aditivo ao contrato de trabalho assinado por ele, com 30 dias de
antecedência.
Ao ser dispensado em momento posterior, Rogério procurou você, como advogado(a),
indagando sobre possível ação trabalhista por causa desta situação.
Sobre a hipótese de ajuizamento, ou não, da referida ação, assinale a afirmativa
correta.
a) Não se tratando da modalidade de teletrabalho, deverá ser requerida a
desconsideração do trabalho em domicílio, já que havia comparecimento semanal nas
dependências do empregador.
b) Não deverá ser requerido o pagamento de horas extras pelo trabalho sem limite
de horário, dado o trabalho em domicílio, porém poderá ser requerido trabalho
extraordinário em virtude das ausências de intervalo de 11h entre os dias de trabalho,
bem como o intervalo para repouso e alimentação.
c) Em vista da modalidade de teletrabalho, a narrativa não demonstra qualquer
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irregularidade a ser requerida em eventual demanda trabalhista.
d) Deverá ser requerido que os valores correspondentes aos equipamentos usados
para o trabalho em domicílio sejam considerados salário-utilidade.
GABARITO: Letra c.

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar


expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que
serão realizadas pelo empregado.
§ 1 Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde
que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.

§ 2 Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por


determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias,
com correspondente registro em aditivo contratual.

DICA 195
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO - PROFESSOR

A categoria de professor é outra que também tem jornada especial. O professor poderá
lecionar em um mesmo estabelecimento por mais de um turno, desde que não ultrapasse
a jornada de trabalho semanal estabelecida legalmente, assegurado e não computado o
intervalo para refeição (art. 318 da CLT).
No período de férias, não se poderá exigir dos professores outro serviço senão o
relacionado com a realização de exames (art. 321, §2º, da CLT).
Importante: Para o docente, o trabalho noturno é a partir das 22h, remunerado
com adicional de 20% sobre a hora diurna.
DICA 196
MOTORISTA PROFISSIONAL - RECUSA DE SUBMETER-SE À TESTE DE BEBIDA
ALCOÓLICA

Caso o motorista profissional empregado vem a recusar-se à submeter-se ao teste ou


ao programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica estará cometendo uma
infração disciplinar, sendo esta infração passível de penalização, conforme alude o art.
235-B, parágrafo único da CLT. Vejamos o que a CLT disse:

“submeter-se a exames toxicológicos com janela de detecção mínima de 90 (noventa)


dias e programa de controle de uso de drogas e de bebida alcoólica, instituído pelo
empregador, com sua ampla ciência, pelo menos a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses,
podendo ser utilizado para esse fim o exame obrigatório previsto no Código de Trânsito
Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.”
DICA 197
EXCLUÍDOS DO CAPÍTULO DA DURAÇÃO DO TRABALHO

Algumas pessoas são excluídas do capítulo art. 62 da CLT, conforme veremos a seguir:

empregado que exerce atividades externas incompatíveis com a fixação de


horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na sua CTPS.

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os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se
equiparam os diretores e chefes de departamento ou filial (cargos de confiança).

os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou


tarefa.

Questão adaptada:
Os empregados em regime de teletrabalho estão excluídos do controle de jornada de
trabalho, não tendo direito a horas extras, mesmo que forem prestadas.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo
DICA 198
JORNADA NOTURNA

A jornada noturna é aquela trabalhada no horário noturno, lembrando sempre que o


horário noturno é definido pela lei, sendo diferente para os empregados urbanos e para os
empregados rurais. Vejamos a seguir as diferenças:

Empregados urbanos e empregados domésticos: Seu trabalho noturno aquele


laborado entre as 22 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte

Empregados rurais: Para empregados que laboram com a agricultura, o seu horário
noturno é entre as 21 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte. Contudo, para os
empregados que laboram na pecuária, o seu horário noturno é entre as 20 horas de um
dia até as 4 horas do dia seguinte.
DICA 199
FERIADOS

Os feriados não são o mesmo que o chamado descanso semanal. São dias em que o
empregado não labora razão por causa de algum feriado, seja ele civil (ex: 07 de
setembro) ou religioso (ex: 12 de outubro). O descanso nos feriados é obrigatório e
pago. O trabalho feito em dia feriado civil ou religioso, desde que não compensado em
outro dia, diante a concessão de descanso, devendo ser remunerado em dobro.

Questão adaptada:
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em
dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo

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DICA 200
INTERVALOS INTRAJORNADA

O intervalo intrajornada é o tempo de descanso concedido na jornada de


trabalho, no qual o empregado deixa de trabalhar e fica à disposição do empregador. O
intervalo intrajornada não remunerado é o intervalo para repouso e alimentação. Já, em
alguns casos previstos em lei, o intervalo intrajornada é remunerado. Vejamos a seguir:

serviços de mecanografia (art. 72, CLT);

serviços frigoríficos (art. 253, CLT);

empregados em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia


e radiotelefonia, sujeitos a jornada variável (art. 229, CLT);

trabalho em minas de subsolo (art. 298, CLT);

prorrogação de jornada de trabalho — intervalo que antecede (art. 413, parágrafo


único, CLT);

amamentação até o filho completar 6 meses de idade (art. 396, CLT).

Atividade Duração do trabalho Duração do


contínuo intervalo

Serviços de 90 minutos 10 minutos


mecanografia/digitação

Serviços frigoríficos (e qualquer 1 hora e 40 minutos 20 minutos


serviço em ambiente
artificialmente frio)

Trabalho em minas de subsolo 3 horas 15 minutos

Serviço de 3 horas 20 minutos


telefonia/telegrafia/radiotelegrafia

Amamentação — 2 intervalos de 30
minutos cada

DICA 201
INTERVALOS INTERJORNADAS

O intervalo interjornada é aquele que deve ser concedido pelo empregador entre o
término de uma jornada de trabalho e o começo de outra ou entre o término de
uma semana de trabalho e o começo da semana subsequente. Algumas categorias
tem um intervalo interjornada diferente do previsto na legislação, como por exemplo, os
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jornalistas (10 horas consecutivas), operadores cinematográficos (12 horas consecutivas)
e ferroviários cabineiros (10 horas contínuas).
Importante: Não esqueça que descanso semanal remunerado (DSR) – período de
descanso laboral de 24 horas consecutivas- é um intervalo interjornada remunerado. Este
descanso deve acontecer, preferencialmente, nos domingos.

SÚMULA 172 DO TST

“Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente


prestadas”.

DICA 202
FÉRIAS

As férias são um direito do empregado de descansar, deixando de exercer o seu


trabalho e também deixando estar à disposição do empregador estes dias consecutivos
por ano, sem que haja prejuízo da remuneração. Ou seja, esse trabalhador ganha um
certo número de dias seguidos, aonde ele irá deixar de trabalhar e também deixar de
estar à disposição do empregador, porém sem deixar de receber sua remuneração. E veja
o que a CF/88 afirma:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
E ainda sobre as faltas e férias, é importante que você saiba que:
a) até 5 faltas – 30 dias de férias
b) de 6 a 14 faltas – 24 dias de férias
c) de 15 a 23 faltas – 18 dias de férias
d) de 24 a 32 faltas – 12 dias de férias

E mais: É proibido descontar da remuneração do período de férias as faltas do


empregado ao serviço. As faltas justificadas estão as normatizadas no art. 131 da CLT.
DICA 203
FÉRIAS COLETIVAS

As férias coletivas são as concedidas, por interesse do empregador ou até mesmo


por uma negociação coletiva, a todos os empregados da empresa. Lembrando que
existe a opção de concessão férias coletivas só para certos setores da empresa, entretanto
também pode ser para todos os empregados. Ah: A concessão das férias coletivas deve
ser comunicada, com antecedência mínima de 15 dias pelo empregador:

à DRT;

ao sindicato dos trabalhadores; e

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aos próprios trabalhadores.
Como se calculam as remunerações nas férias coletivas? É calculada da mesma
maneira que as férias individuais, devendo também ser adimplida até dois dias antes do
empregado sair de férias.
DICA 204
FRACIONAMENTO DAS FÉRIAS

Em casos excepcionais, nossa legislação autoriza sim, as partes à convencionarem


o fracionamento das férias em até três períodos, porém um não poderá ser inferior a
14 dias corridos e os demais inferiores a 5 dias, como afirma o art. 134, § 1º, da CLT. A
Lei 150/2015 também prevê o fracionamento das férias do empregado doméstico em 2
períodos, um dos quais em período não inferior a 14 dias.

Art. 134 CLT - § 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a
quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
cada um.

DICA 205
PROIBIÇÃO DE TRABALHO PARA OUTRO EMPREGADOR

Durante as férias eu posso trabalhar? Não, o art. 138 da CLT é bem específico
nisto:

Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.

Sendo assim, o empregado está vedado de trabalhar a outro empregador, exceto se ele
estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho pré-existente. Logo, a
proibição de trabalho durante as férias é apenas para aqueles empregados que tem um
emprego e que, durante as férias, procuram outro emprego ou até mesmo um “bico”.
DICA 206
COMUNICAÇÃO DAS FÉRIAS

A concessão das férias será comunicada por escrito ao trabalhador com


antecedência mínima de 30 dias, na forma do art. 135, caput, da CLT.
A propósito: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo
134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
Antes de que qualquer coisa: O que diz o art. 134 do CLT?

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Ou seja: Concedeu as férias após 12 meses trazidos no art. 134 da CLT? O empregador
paga as férias em dobro.

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DICA 208
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
A remuneração são as verbas que o empregado recebe como contraprestação pelos
serviços que ele presta ao seu empregador, lembrando que essas verbas incluem a que
é paga pelo empregador, que é o salário em si, as pagas por terceiros (gorjetas).
O salário, por sua vez, é uma das parcelas da remuneração, que é o valor pago de
forma direta pelo empregador ao empregado como contraprestação advinda da
relação de emprego, incluindo os períodos de prestação de serviços, o tempo à disposição
do empregador entre outros
Importante: No caso das gorjetas, elas não integram o salário, mas integram a
remuneração.

Existem outras verbas que não integram o salário? Sim, vejamos a seguir:

ajuda de custo;

auxílio-alimentação;

prêmios ou bônus;

abonos;

diárias para viagem.


DICA 209
GORJETAS

Gorjetas não integram salário. Lembrando que as gorjetas não servem como base
de cálculo para os seguintes direitos:

aviso prévio;

adicional noturno;

horas extras;

repouso semanal remunerado.

Mnemônico para não esquecer: Apanhe rsr

A Aviso

P Prévio

A Adicional

N Noturno

H Horas

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E Extras

R Repouso

S Semanal

R Remunerado

SÚMULA 354 DO TST:

“As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas


espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não
servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas
extras e repouso semanal remunerado”.

Veja como a banca já abordou este assunto:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XIII, 2014.


Os garçons e empregados do restaurante Come Bem Ltda. recebem as gorjetas
dadas pelos clientes, de forma espontânea, uma vez que não há a cobrança
obrigatória na nota de serviço.
Diante da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) As gorjetas integram a remuneração, mas não servem de base de cálculo para
o pagamento do aviso prévio, adicional noturno, horas-extras e repouso semanal
remunerado.
b) As gorjetas não integram a remuneração, uma vez que são espontâneas, pois
não há o controle das quantias concedidas.
c) As gorjetas são integradas, para todos os efeitos, na remuneração do
empregado, repercutindo, assim, no pagamento de todos os direitos trabalhistas.
d) As gorjetas integram a remuneração apenas para efeitos de aviso prévio
trabalhado, adicional noturno, horas-extras e repouso semanal remunerado, pois as
demais parcelas não estão relacionadas com o dia a dia de trabalho efetivo; não
havendo trabalho, não há gorjeta.
GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO: Muito embora seja uma questão relativamente antiga, o tema
gorjeta é muito importante e pode estar lá na sua prova. Nesta, era necessário
apenas olhar o que está presente tanto na Súmula 354 do TST e também no art.
457, caput, da CLT e §3º, do art. 457, da CLT.

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DICA 210
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Pagamento em moeda corrente: o pagamento em dinheiro é a forma normal de
pagamento do salário. Há a obrigatoriedade do pagamento em dinheiro, que é
normatizada pelo art. 463 da CLT.

Pagamento em cheque ou em depósito bancário

Pagamento em utilidades: é a prestação in natura*


Importante: Os bens in natura que o empregador fornece ao empregado,
para possibilitar ou facilitar a execução do trabalho, não são salário, não integram a
remuneração.

SÚMULA 241 DO TST

“O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,
integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais”.

DICA 211
ALTERAÇÃO DE SALÁRIO

A alteração salarial acontece tanto em relação ao seu valor em relação à forma e ao


meio de pagamento. A alteração do salário quanto ao valor: Pode mudar o salário, tanto
majorando quanto reduzindo o valor do salário. Veja a seguir:

O aumento do salário é, na maior parte dos casos, tem validade, pois é mais
favorável ao trabalhador.
Redução do salário é, em geral, proibida, pois é ruim para o empregado. A regra é
a chamada irredutibilidade do salário, mas como em muitos assuntos do direito, há
exceção, que é na situação pactuada por convenção ou acordo coletivo de trabalho,
conforme alude o art. 7º, VI da CF.
Alteração do salário quanto à forma e ao meio de pagamento: A mudança da forma ou do
meio de pagamento do salário (salário fixo é alterado para salário variável, ou vice-versa,
por exemplo) pode gerar sua redução indireta. Falaremos de rescisão direta nas dicas das
rodadas seguintes.

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PROCESSO DO TRABALHO

DICA 212
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Só é aplicado em casos de dissídios individuais em que o valor da causa em
questão não passe de 40 salários-mínimos vigentes na data do ajuizamento da
reclamação trabalhista. Esse procedimento visa ser mais rápido, mais célere, entende?
Importante ainda que você saiba que não pode tramitar por este procedimento quando
houver necessidade de citação por edital. No procedimento sumaríssimo, é possível que
sejam ouvidas até duas testemunhas de cada parte.
E mais: A administração pública direta, autárquica e fundacional não podem em
nenhuma hipótese serem submetidas ao procedimento sumaríssimo.
Atente-se também à súmula:

SÚMULA 442 DO TST

Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, não se admite recurso de revista


por contrariedade à orientação jurisprudencial do TST, por ausência de previsão no art.
896, § 9°, da CLT.

E veja como uma banca abordou este tema recentemente:

QUESTÃO SIMULADA, 2021:


João foi contratado por uma empresa (prestadora) para laborar como zelador,
atuando para uma sociedade de economia mista federal (tomadora). Ao final do
contrato de trabalho, João ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa que o
contratou (prestadora) e em face da sociedade de economia mista federal
(tomadora), requerendo o pagamento de horas extras e vales-transportes. O valor
total dos pedidos efetuados foi de 15 mil reais. Acerca desse assunto, assinale a
alternativa correta.
a) Considerando o valor dos pedidos efetuados por João, a reclamação deverá se
submeter ao rito sumário e, da decisão que vier a ser proferida, não caberá
recurso.
b) A reclamação irá tramitar pelo rito sumaríssimo.
c) A demanda observará o rito ordinário, independentemente do valor do pedido de
João, afinal, um dos réus é ente público.
d) A reclamação adotará o rito sumário e, da decisão que vier a ser proferida, caberá
recurso.
e) A reclamação deverá observar o rito ordinário e João, no momento da instrução
processual, poderá conduzir, no máximo, três testemunhas.
GABARITO: Alternativa b.

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DICA 213
CUSTAS PROCESSUAIS

As custas devem ser pagas pela parte vencida. No processo do trabalho, não há
antecipação do pagamento das custas, sendo estas pagas somente ao final. O valor será
estabelecido na base de 2% sobre o valor econômico da causa (ex: condenação) ou o
valor da causa, em alguns casos, observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta
e quatro centavos).
E mais: Havendo extinção sem resolução do mérito, quem pagará é o autor da ação
trabalhista.
Lembrando: O recolhimento deve ser feito, exclusivamente, no Banco do Brasil S.A.
ou na Caixa Econômica Federal, conforme disposto no Ato conjunto nº 21/2010
TST.CSJT.GP.SG.
Importante: Não é necessário o recolhimento de custas na interposição de
Agravo de Instrumento em Recurso Extraordinário, conforme normatizado no art.
1.042, § 2°, do CPC.

Lembrando que são isentos de CUSTAS:

U, E, DF, M, Autarquias, Fundações (não exploram atividade econômica);

MPT;

Beneficiário de Justiça Gratuita;

Massa Falida.
DICA 214
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
No procedimento ordinário, teremos a primeira audiência (inaugural ou inicial) de forma
automática, sendo feita realizada no mesmo tempo do protocolo da petição inicial. Depois
do protocolo feito, o servidor vai remeter a segunda via ao reclamado, com a devida cópia
da petição inicial, e desta forma notificando este ao mesmo tempo para comparecer à
audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida depois de 5 dias.

Logo, a audiência pode apenas ser feita 5 dias depois do recebimento da notificação
pelo reclamado.
E se for a Fazenda Pública? Bom, neste caso o prazo é de 20 dias, conforme previsto
no Decreto-Lei 779169, no art. 1°, II. Na audiência inaugural será preciso o
comparecimento pessoal das partes, sendo opcional a presença do advogado, haja vista o
jus postulandi previsto no art. 845 da CLT. No rito ordinário, o juiz trabalhista deverá
fazer duas tentativas de conciliação: A primeira no começo da audiência e a segunda no
final.
Lembrando: O ente público na demanda (qualquer que seja o valor da causa) - será
procedimento ordinário.

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Veja como a banca já cobrou isto:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XVI, 2015.


Antônio é assistente administrativo na sociedade empresária Setler Conservação Ltda.,
que presta serviços terceirizados à União. Ele está com o seu contrato em vigor, mas
não recebeu o ticket refeição dos últimos doze meses, o que alcança o valor de R$
2.400,00 (R$ 200,00 em cada mês). Em razão dessa irregularidade, estimulada pela
ausência de fiscalização por parte da União, Antônio pretende cobrar o ticket por meio
de reclamação trabalhista contra a empregadora e o tomador dos serviços,
objetivando garantir deste a responsabilidade subsidiária, na forma da Súmula 331 do
TST.
Diante da hipótese, assinale a afirmativa correta
a) A ação deverá seguir o procedimento ordinário, vez que há litisconsórcio passivo,
sendo, em razão disso, obrigatório o rito comum.
b) A ação deverá seguir o procedimento sumaríssimo, uma vez que o valor do pedido
é inferior a 40 salários mínimos.
c) A ação tramitará pelo rito ordinário porque um dos réus é ente público.
d) O autor poderá optar pelo procedimento que lhe seja mais vantajoso.
GABARITO: Alternativa c.

DICA 215
TESTEMUNHAS

Testemunhas são importantes para o andamento processual, em todas as áreas. Na


trabalhista, não é diferente. Mas o número varia de acordo com a situação:

Rito Ordinário: 3 testemunhas

Rito Sumário (até 2 salários mínimos): 3 testemunhas

Rito Sumaríssimo: 2 testemunhas

Inquérito para apuração de falta grave: 6 testemunhas


E mais: Uma questão muito recorrente em provas (tanto na primeira quanto na segunda
fase) diz respeito à possível suspeição da testemunha o fato de ter litigado contra o
mesmo empregador. Essa testemunha neste caso é suspeita? A resposta é NÃO.

SÚMULA 357 DO TST:

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado
contra o mesmo empregador.

E mais: Quando você passar na primeira fase, caso escolha na segunda fase direito
do trabalho, uma preliminar de mérito muito comum em peça de recurso ordinário é o
cerceamento da defesa (Ex.: o juiz indefere uma testemunha porque ela está litigando
contra o mesmo empregador).

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DICA 216
COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Em regra, será fixada com base no local da prestação de serviços, ainda que o
empregado tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Veja o disposto a seguir:

Art. 651 da CLT: “A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é


determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no
estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será
da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em
contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do
lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no
foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.”

Mas como em muitas situações jurídicas, há exceções: A primeira é o agente ou


viajante comercial, aonde a competência será da Vara do Trabalho do lugar em que a
empresa tenha agência ou filial e a esta esteja o empregado subordinado. Havendo
ausência desta vara no lugar em que falamos, vai ser competente a Vara do lugar onde o
empregado tenha seu domicílio ou no lugar no próximo.

Já no caso do empregado brasileiro que trabalha no exterior a competência será


da Justiça Brasileira, salvo haja convenção internacional dispondo em contrário. A ação
deverá ser ajuizada no local da celebração do contrato ou da prestação de serviços
(quando houve prestação de serviços no Brasil e posterior transferência).

E, por fim, no caso do empregador que faz atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, a competência será do lugar onde for celebrado o contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.

Atualidade importante (larga o celular e presta atenção aqui): De quem é competência


para julgar ação de trabalhador contratado por meio de site de empregos? O TST decidiu
recentemente que, em caso julgado, aonde o empregador foi selecionado em Brasília (DF)
e assinou contrato em Recife para trabalhar em Santa Cruz (RN), a competência é da Vara
do Trabalho de Brasília, ou seja, do local onde ele foi solucionado.
DICA 217
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

A litigância de má fé ocorre quando a pessoa simplesmente age em desconformidade


com a honestidade e lealdade diante do poder judiciário. Vejamos o que diz a CLT:

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Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;


II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Certo, mas o que ocorre quando a parte é condenada pela litigância de má fé?
Este será condenado, de ofício ou a requerimento, a:

pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da
causa;

indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu;

arcar com os honorários advocatícios e

pagar todas as despesas que a parte contrária efetuou (art. 793-C, CLT).
Importante que você saiba que os honorários vão ser fixados entre o mínimo de 5% e o
máximo de 15%, conforme normatizado no art. 791-A, da CLT, estes sendo calculados
sobre o valor da multa.
DICA 218
AUDIÊNCIA – HORÁRIO
Uma temática muito importante no processo do trabalho é sobre os horários de audiência.
A audiência deve ser feita em dia úteis, das 8h às 18h, e não pode passar de 5 horas
seguidas, exceto se for matéria for de urgência. Lembrando que tudo isto pode ser
constatado no art. 813 da CLT.
Como este assunto pode cair na minha prova?

QUESTÃO SIMULADA:
Naruto é trabalhador e resolve ajuizar uma reclamação trabalhista em face de seu
empregador, Uchiha Itachi LTDA. Ocorre que o juiz diz que está sem tempo durante a
semana para fazer a audiência, pois está como palestrante em um congresso fora do
Estado. Sendo assim, afirma que fará a audiência em um domingo, que
concidentemente, também é feriado (07 de setembro). E mais: O juiz ainda comenta
que a audiência pode durar de 6 a 8 horas seguidas. Importante ressaltar que a
matéria a ser tratada na audiência não é de urgência. De acordo com o normatizado
em lei, o juiz:
a) Está equivocado, visto que as audiências podem ser feitas em dias uteis e também
em domingos e feriados, mas não podem durar mais de 3 horas seguidas.

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b) Está equivocado, visto que as audiências podem ser feitas em dias uteis e também
em domingos e feriados, mas não podem durar mais de 2 horas seguidas.
c) Está correto, pois as audiências podem durar mais de 8 horas seguidas e também
podem ser feitas em domingos e feriados, além dos dias uteis.
d) Está equivocado, pois audiências só podem ser feitas em dias uteis e não podem
passar de 5 horas seguidas, salvo em casos urgentes, o que não é o caso do
enunciado.
GABARITO: Letra d.

DICA 219
AUDIÊNCIA UNA
É a audiência que em regra ocorre na Justiça do Trabalho, inclusive em casos de rito
sumaríssimo. Neste tipo de audiência ocorrem todos os atos, como a tentativa de
conciliação, apresentação da defesa, produção das provas, alegações finais entre outros.

Lembrando que este tipo de audiência é a regra, não exceção. Vejamos o que diz o
artigo seguinte:
Art. 849 da CLT: A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por
motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
DICA 220
NÃO COMPARECIMENTO DO EMPREGADO À AUDIÊNCIA
Muitas vezes ocorre de o empregado faltar, não comparecer à audiência. Faltando o
empregado nesta referida audiência, há uma sanção prevista na CLT, que é o
arquivamento da ação. Agora se a falta for da reclamada (ré), haverá revelia e
confissão quanto a matéria de fato.
A Reforma Trabalhista impôs que o reclamante faltoso também terá de pagar as custas
processuais, mesmo que ele seja beneficiário da justiça gratuita, exceto se ele comprovar
em um prazo de 15 dias faltou por algum motivo legalmente justificável para tal falta.
Caso o empregado não possa ir audiência por algum motivo, ele poderá enviar para esta
audiência, com o intuito de representa-lo, o sindicato ou outro empregado que pertença à
mesma categoria que ele.
DICA 221
DEPÓSITO RECURSAL
Há no direito trabalhista a exigência do depósito recursal, que o nome já diz, serve para
recursos (como o recurso ordinário, por exemplo), cabendo ao TST reajusta os valores do
depósito recursal. E mais: É de suma importância que você saiba depósito recursal tem
natureza jurídica de garantia de execução.
IMPORTANTE: O valor do depósito deve ser reduzido pela metade (50%) caso o
condenado seja uma entidade sem fins lucrativos, empregador doméstico,
microempreendedor individual, microempresa e empresa de pequeno porte.

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Devo fazer a cada recurso interposto um novo depósito? Sim. Veja o que está
súmula diz:

A cada novo recurso deve ser feito um novo depósito (Súmula 128, I, do TST).
DICA 222
INCIDENTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Apesar de ser mais comum no campo das relações de consumo, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica também se aplica em relações trabalhista,
devendo ser instaurado pela parte ou pelo Ministério Público, quando este tiver de intervir
no processo. A desconsideração da personalidade jurídica tem como exigência base a
comprovação dos requisitos previstos na legislação vigente, sendo fraude ou abuso da
personalidade jurídica e confusão patrimonial.
Estes requisitos devem ser mostrados obedecendo o contraditório, exigindo-se a devida
citação do sócio ou da pessoa jurídica em questão (no caso de desconsideração inversa),
para que ela tome conhecimento e venha a manifestar-se sobre o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.
E qual o prazo para ele se manifestar? O prazo para manifestação é 15 dias.
Há suspensão do processo em caso de incidente de desconsideração da personalidade
jurídica? Sim. A instauração do incidente suspenderá o processo, todavia sem que haja
prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301
do CPC (art. 855-A, §2°, da CLT e art. 6°, § 2°, da IN n° 39/2016 do TST).
DICA 223
PROCURAÇÃO
A nomeação de advogado com poderes para o foro em geral pode ser devidamente
realizada por intermédio de um simples registro na ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado e com a permissão da parte que está sendo representada,
por procuração tácita. Possui a validade o instrumento de mandato que tenha um prazo
determinado que contenha uma cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para
atuar até o final da demanda. Veja a seguir a normatização sobre o assunto na CLT:

Art. 791, § 3°: “A constituição de procurador com poderes para o foro em geral
poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.”

Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato


só terá a sua validade caso esteja devidamente anexado ao processo o
respectivo instrumento no prazo. Os atos que vierem a ser praticados pelo
substabelecido são válidos, mesmo que inexista no mandato poderes que sejam expressos
para substabelecer.

Não é válido o instrumento de mandato firmado em nome de uma pessoa jurídica que
não tenha o nome do outorgante e do subscritor da procuração, haja vista que estas
informações são as que individualizam a ação. E tem súmula com posicionamento neste
âmbito:

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SÚMULA Nº 456 DO TST

Advogado. Mandato. Sociedade. Irregularidade de representação. Pessoa jurídica.


Procuração inválida. Ausência de identificação do outorgante e de seu representante.
CCB/2002, art. 654, § 1º. CPC/1973, art. 38. CPC/2015, art. 76, §§ 1º e 2º
I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não
contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois
estes dados constituem elementos que os individualizam.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o
juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência
couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber
(art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase
recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício.
Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência
couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a
providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

DICA 224
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

O autor deverá afirmar:

O juízo competente, nos termos do art. 651 da CLT, que é o juízo do local da prestação
dos serviços.

Qualificação das partes.

Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, que no processo civil recebe o
nome de causa de pedir, que contempla os fatos e fundamentos jurídicos do pedido.

Pedido, que vincula o julgamento que será realizado posteriormente, nos termos do
princípio da congruência a ser posteriormente estudado, que deve ser certo, determinado
e com a indicação do seu valor.

Valor da causa, data e assinatura do reclamante ou de seu representante.


DICA 225
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
Errar é humano. A famosa frase é aplicada também ao direito processual do trabalho.
Quando o juiz trabalhista perceber que na petição inicial há falhas que são sanáveis,
deve ele intimar o autor para corrigir/complementar a petição inicial no prazo de 15
dias, e sempre informando o que o autor deve emendar.

Cabe emenda da petição inicial no mandado de segurança para juntada de


documentos? Não, a Súmula 415 do TST é bastante específica quanto a isto:

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Mandado de segurança. Petição inicial. Emenda. Prova pré-constituída. Documento


indispensável ou sua autenticação. CPC/1973, art. 284. CPC/2015, art. 321.
Inaplicabilidade. Lei 1.533/1951, art. 1º.
Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o
CPC/2015, art. 321 - CPC/2015 (CPC/1973, art. 284 - CPC de 1973) quando
verificada, na petição inicial do mandamus, a ausência de documento indispensável ou
de sua autenticação. (ex-OJ 52 da SBDI-2 - inserida em 20/09/2000).

DICA 226
ATRASO DO JUIZ
Atrasos são bem comuns no decorrer do cotidiano. O que acontece na esfera trabalhista?
Imagine que o juiz se atrasou para a audiência. Como que fica a situação? Veja, a CLT
normatiza uma tolerância de quinze minutos para o atraso do magistrado. Se
passarem os quinze minutos, as partes envolvidas poderão sair.

Art. 815 da CLT: Parágrafo único – Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada,
o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.”

Como não esquecer o prazo máximo de atraso do juiz?

Juiz

Quinze minutos

Mas e no caso das partes, há a mesma previsão de tolerância do juiz? NÃO. Veja o que
diz a OJ seguinte:

OJ 245 da SDI-I

“REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA


Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na
audiência.”

Veja como uma banca cobrou este assunto, com um estilo bem parecido com o
cobrado pela FGV:

QUESTÃO SIMULADA, 2018.


O Juiz da Vara do Trabalho do Rio de Janeiro agendou uma audiência para o dia 11
de abr. de 2018 às 15h30. Manoela, reclamante na ação trabalhista, e a empresa
Gotas de Água S.A., em face de quem Manoela ingressou com o pleito,
compareceram à audiência com seus respectivos advogados no horário agendado.
O juiz, por sua vez, somente chegou à audiência na referida data às 16h. Assinale a
alternativa que apresenta como as partes devem proceder nessa situação.

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a) Ao Juiz é permitido chegar a qualquer tempo, considerando ser o mesmo
quem irá presidir a audiência, devendo as partes aguardar sua chegada.
b) Se o Juiz não houver comparecido até 20 (vinte) minutos após a hora
marcada, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
c) Se o Juiz comparecer à audiência com até 30 (trinta) minutos de atraso após a
hora marcada, as partes têm o dever de estarem aguardando o juiz para o início da
audiência, devendo o atraso constar do livro de registro das audiências.
d) Se o Juiz não houver comparecido até 15 (quinze) minutos após a hora
marcada, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
e) Se o Juiz não houver comparecido até 60 (sessenta) minutos após a hora
marcada, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
GABARITO: Letra D
COMENTÁRIO: Questão letra de lei, é só ler o parágrafo único do art. 815 da CLT.

DICA 227
REVELIA
O conceito de revelia nada mais é do que a falta de apresentação de resposta do réu,
oportunamente. É permitida ao réu revel a produção de provas contrapostas à alegação
do autor desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais
indispensáveis a essa produção.

Seus efeitos são:

confissão ficta, considerando os fatos articulados em desfavor do réu com verdadeiros.

impossibilidade de alteração do pedido;

curso do prazo independente de intimação;

possibilidade de intervenção no processo a qualquer tempo;


notificação da sentença do réu revel por via postal (CLT, art. 852).
DICA 228
REGULAMENTAÇÃO DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
O TST e CSJT regulamentaram o julgamento antecipado parcial do mérito no Processo do
Trabalho, por meio do ATO CONJUNTO TST.CSJT.CGJT Nº 3/2020. Neste ato fica
normatizado que o juiz decidirá parcialmente o mérito, nas hipóteses do art. 356
do CPC/2015. Lembrando que cabe a interposição de recurso ordinário da decisão que
julgar parcialmente o mérito, aplicando-se as regras relativas ao depósito recursal e ao
pagamento das custas processuais.
Lembrando que caso não haja recurso da decisão que julgou parcialmente o mérito, a
execução será definitiva e poderá ser promovida em autos suplementares, nos termos do
art. 356, §§ 3º e 4º, do CPC/2015, na classe 156 – Cumprimento de Sentença.

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DICA 229
ATA NOTARIAL

Veja o que traz o CPC:


Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Quem o elabora? O tabelião de notas é quem elabora a ata notarial, dando fé a
certos fatos. A ata notarial é uma forma de provas aonde este será usado para
corroborar certos registros audiovisuais como, por exemplo, mensagens de WhatsApp e
Facebook. Vamos ver um exemplo:
Em um grupo da empresa no WhatsApp, Teobaldo ofende de forma muito incisiva e
deplorável diretamente a pessoa do empregador. O empregador pode ir até cartório pedir
ao tabelião para documentar aquele print do grupo. Mesmo que a conversa seja removida,
o documento comprobatório ainda vai existir.
DICA 230
ÔNUS DA PROVA

Vamos ver o que a CLT diz:

O ônus da prova incumbe (art. 818, caput da CLT):


I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.
O que é em si o ônus da prova? É de uma forma geral, é a responsabilidade de
provar. Lembrando que a Reforma Trabalhista deu ao magistrado a possibilidade de
alterar o ônus da prova. E isto pode acontecer quando o magistrado verificar que é muito
difícil ou até mesmo impossível para as partes provar o que lhe cabe.
Eu gostaria de um exemplo relacionado a este assunto. Claro: Woody, empregado da
empresa Ao infinito e além LTDA, ao ajuizar um Reclamação Trabalhista em face do
empregador, alega horas extras não pagas. Neste ponto, será do empregador o ônus de
mostrar a prova de que não houve de fato horas extras, por meio do controle de ponto.
Aliás: Sobre o controle de ponto, você sabia que, quando o empregador tiver mais de 10
empregados, compete a este empregador o registro da jornada de trabalho? Veja:

SÚMULA 338 DO TST

JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. (incorporadas as Orientações


Jurisprudenciais nº 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação
injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da
jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº
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338 - Res. 121, DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 -
Inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas
extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não
se desincumbir. (ex- OJ nº 306 - DJ 11.08.2003).

DICA 231
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - BREVE INTRODUÇÃO
A reclamação trabalhista é a petição inicial, ou seja, é a primeira peça em uma ação
judicial. No processo do trabalho, o art. 840 da CLT permite que a petição inicial possa
ser oral ou escrita. Todavia, como em quase tudo no direito, há exceções, mais
precisamente falando duas exceções, nas quais a reclamação deve ser obrigatoriamente
escrita: Na ação de inquérito judicial para apuração de falta grave, conforme normatizado
no art. 853 da CLT e a ação de dissídio coletivo, diante do art. 856 da CLT.
Pode haver pedido de tutela na reclamação trabalhista? Sim, nos termos do art.
294 do CPC. Por exemplo: Logan ajuíza uma reclamação trabalhista em face da empresa
YXZ LTDA, ao saber disto passa a se desfazer de seus bens, vendendo-os e passando-os
para o nome de terceiros. Nesse caso, Logan pode pedir a tutela de urgência de bloqueio
de bens, objetivando garantir o pagamento de futura condenação.
DICA BÔNUS
BENEFÍCIOS NA JUSTIÇA GRATUITA NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Você sabia que a justiça gratuita pode ser pedida na reclamação trabalhista? Isso
mesmo. O benefício da justiça gratuita está normatizado no art. 790, § 3º, da CLT, e
geralmente na questão haverá algo do tipo “o empregado está desempregado”.

Veja como este assunto já caiu na OAB:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XVII, 2015.


Brenda aufere um salário mínimo e meio e ajuizou reclamação trabalhista contra o
empregador, postulando diversas verbas que entende fazer jus. Na petição inicial,
não houve requerimento de gratuidade de justiça nem declaração de miserabilidade
jurídica. O pedido foi julgado improcedente, mas, na sentença, o juiz concedeu, de
ofício, a gratuidade de justiça.
Diante da situação e do comando legal, assinale a afirmativa correta.
a) Houve julgamento extra petita no tocante à gratuidade, atraindo a nulidade do
julgado, já que isso não foi requerido na petição inicial.
b) A Lei é omissa a respeito, daí porque o juiz, invocando o princípio da proteção,
poderia conceder espontaneamente a gratuidade de justiça.
c) A sociedade empresária poderia recorrer para ver reformada a sentença, no
tocante à concessão espontânea da gratuidade de justiça, tratando-se de julgamento

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ultra petita.
d) O juiz agiu dentro do padrão legal, pois é possível a concessão da gratuidade
de justiça de ofício, desde que presentes os requisitos legais, como era o caso.
GABARITO: Alternativa d.
COMENTÁRIO: Art. 790, CLT - § 3°: É facultado aos juízes, órgãos julgadores e
presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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DIREITO ELEITORAL

DICA 232
JUNTAS ELEITORAIS
As juntas eleitorais serão compostas de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2
(dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.
PRESIDENTE + DE 2 (DOIS) OU 4 (QUATRO) CIDADÃOS DE NOTÓRIA
IDONEIDADE =JUNTAS ELEITORAIS
Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.
Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as
juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo
de 3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações.
DICA 233
TRANSFERÊNCIA
Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua
transferência, juntando o título anterior.

A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:

entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias
antes da data da eleição.

transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;

residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade


policial ou provada por outros meios convincentes.
IMPORTANTE: O eleitor transferido não poderá votar no novo domicílio eleitoral em
eleição suplementar à que tiver sido realizada antes de sua transferência. E mais:
Somente será concedida transferência ao eleitor que estiver quite com a justiça eleitoral.
DICA 234
VOTO SECRETO

O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providências:

uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com modelo aprovado pelo
Tribunal Superior;

isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito de assinalar na cédula o


candidato de sua escolha e, em seguida, fechá-la;

verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das rubricas;

emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio e seja suficientemente


ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem que forem introduzidas.

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DICA 235
APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Na apuração, compete ao Tribunal Regional:

resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sobre as eleições federais e


estaduais e apurar as votações que haja validado em grau de recurso;

verificar o total dos votos apurados entre os quais se incluem os em branco;

Determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem como a distribuição das sobras;

proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;

fazer a apuração parcial das eleições para Presidente e Vice-presidente da República.


Importante ressaltar que antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional constituirá com 3
(três) de seus membros, presidida por um destes, uma Comissão Apuradora.
DICA 236
O QUE É UM PARTIDO POLÍTICO?
O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
O partido político se equipara às entidades paraestatais? Não!
IMPORTANTE: A coligação partidária (que é facultativa) é a celebração de alianças
entre dois ou mais partidos, dentro da mesma circunscrição, tendo por intuito escolher
candidatos para a disputa das eleições.
2 ou + partidos juntos, na mesma circunscrição, para escolher candidatos para a disputa
das eleições= COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA

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DIREITO FINANCEIRO

DICA 237
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS: CLAREZA, ECONOMICIDADE E TRANSPARÊNCIA

Princípio da Clareza: Diz que a Loa deve ser elaborada em linguagem compreensível
a todos os interessados.

Princípio da Economicidade: Deve-se operacionalizar ao mínimo de custo possível,


tendo em vista que os recursos públicos são escassos.

Princípio da Transparência: A peça orçamentária deve ser clara e simples, não


contendo informações desnecessárias.
DICA 238
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS: PROGRAMAÇÃO, UNIDADE E ESPECIFICAÇÃO

Princípio da Programação: Fundamenta-se na obrigatoriedade de especificar os


gastos por meio de programas de trabalho, o que permite uma identificação dos objetivos
e metas a serem atingidos.

Princípio da Unidade: Estabelece que todas as receitas e despesas constarão na LOA


pelos seus totais, vedadas deduções.

Princípio da Especificação: Determina que as receitas e as despesas devem


aparecer no orçamento de maneira discriminada para que seja evidenciada a origem e
aplicação de recursos.
DICA 239
TABELA COM PRINCIPAIS PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Tabela com os princípios mais cobrados em provas:

PRINCÍPIO GARANTE

Unidade ou Que apenas um orçamento seja feito por cada ente federativo
totalidade contendo todas as despesas previstas para aquele período.

Universalidade Que todos os gastos com dinheiro público estejam presentes no


documento para consulta de qualquer cidadão.

Anuidade ou Que o orçamento seja previsto para um tempo determinado e


periodicidade que seja elaborado um novo ao final de cada ciclo. Tempo
orçamentário determinado: 1 ano.

Exclusividade Que não terá despesas e dispositivos estranhos perante a


previsão da receita e a fixação de contas.

Orçamento bruto Que seja colocado o valor bruto de despesa e receita. Sendo
vedada qualquer dedução.

Não vinculação de Que não usem a receita de impostos para outras despesas que
receita de não sejam serviços públicos de saúde, educação e atividades de
impostos administração tributária.

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DICA 240
ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O Orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza o Poder
Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento
dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país,
assim como a arrecadação das receitas já criadas em leis.
Aliomar Baleeiro

Dessa forma, entende-se que pelo texto da CF 88 o orçamento detém força jurídica de
lei. E que seu controle reside no fato da exigência de que o Poder Legislativo aprove o
Orçamento, coibindo assim exageros e ilegalidades.
DICA 241
ORÇAMENTO PROGRAMA
O Orçamento programa, usado hoje no Brasil, é uma evolução do orçamento tradicional,
nele são estabelecidas as metas e objetivos governamentais, estruturados em planos
e programas a serem realizados em determinado período, em conjugação com o sistema
de planejamento das finanças.
DICA! A FGV gosta muito das considerações do autor James Giacomoni quanto às
principais características do Orçamento Programa, assim, segue:

O orçamento é o elo entre o planejamento e o orçamento;

A alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas;

As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações técnicas de


alternativas possíveis

Na elaboração do orçamento, são considerados todos os custos dos programas,


inclusive os que extrapolam o exercício;

A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e


de planejamento;

Principal critério de classificação --> funcional-programático;

Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e de resultados;

O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações governamentais.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 242
SEGURO-DESEMPREGO
Segundo a Constituição Federal, é garantido o seguro-desemprego ao trabalhador, em
caso de desemprego involuntário, no art. 7º, inciso II.
Ainda, prevê no art. 201, inciso III, proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário, visto como risco social que deve ser coberto pelo Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).
IMPORTANTE: O cidadão que estiver recebendo o seguro-desemprego, estará
enquadrado na possibilidade de manutenção da qualidade de segurado do artigo 15, I,
da Lei 8.213/91.
DICA 243
SEGURO DESEMPREGO
O seguro-desemprego foi excluído do Regime Geral de Previdência Social, conforme art.
9º, §1º, da Lei 8.213/91.
Portando, NÃO é benefício previdenciário;
É pago pelo FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Relembrando que é vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer
benefício de prestação continuada da previdência social, exceto a pensão por morte ou
o auxílio-acidente.
DICA 244
DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO - FAMÍLIA
O Salário-Família é devido para as famílias que têm uma renda bruta mensal de até R$
1.754,18 em 2023.
Para que seja pago o valor, é preciso também que o beneficiário tenham filhos entre 0 e
14 anos de idade ou para filhos que têm algum tipo de invalidez/deficiência.
Assim sendo, podemos concluir que o salário-Família se trata de um benefício que tem
como intuito complementar a renda da família de um trabalhador que tem baixa renda.

TOME NOTA: O salário-família não terá a sua cota incorporada ao salário ou ao


benefício.
DICA 245
DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA
No que diz respeito à cumulação, o Salário-Família poderá ser acumulado com
qualquer benefício do INSS:
Auxílio-Doença.
Auxílio-Acidente.
Salário Maternidade.
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Pensão por Morte.
Auxílio-Reclusão.
Entre outros.
DICA 246
DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA
O salário-família deve ser pago:

a partir da data de apresentação da certidão de nascimento do filho ou equiparado;

Obrigatória apresentação do cartão de vacinação (com vacinas em dia) para filhos de


até 6 anos de idade;

Obrigatória comprovação semestral de frequência escolar para crianças a partir de 4


anos de idade. Antes, a idade era de 7 anos, atualmente, conforme Decreto
10.410/2020, passou a ser 4 anos de idade.
TOME NOTA: A falta de apresentação dos referidos documentos, no prazo definido
pelo INSS, o pagamento do benefício será suspenso.

ATENÇÃO!

É possível o recebimento de dois salários-família pelo mesmo filho, desde que ambos
os pais sejam responsáveis pela criança, e sejam individualmente de baixa renda.
Após a suspensão do benefício, caso o segurado comprove a vacinação ou frequência
escolar da criança, será devido pagamento da cota relativa do período suspenso.

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