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2) Pedro foi contratado pela empresa XX Ltda., que integra grupo econômico
com a empresa YY Ltda., para exercer a função de vendedor. Durante a mesma
jornada de trabalho, ele vendia os produtos comercializados pela XX Ltda. e pela
YY Ltda., com a supervisão dos gerentes de ambas as empresas. Diante dessa
situação hipotética, e considerando que a sua CTPS somente foi anotada pela
empresa XX Ltda., responda:
a) A responsabilidade das empresas é solidaria ou subsidiária? Diferencie
responsabilidade solidária de responsabilidade subsidiária. R: Conforme
disposto no artigo 2º, §2º da CLT, sempre que uma ou mais empresas, tendo,
embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial,
comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da
relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada
uma das subordinadas. Portanto, verifica-se que no caso temos a
responsabilidade solidária das empresas. Já no que tange a diferenciação entre
solidária e subsidiária, temos que solidária é aquela em que o credor pode exigir
de ou de todos os devedores ao mesmo tempo a obrigação, enquanto subsidiária
é aquela que o credor deve respeitar a ordem dos devedores, de forma que o
credor somente poderá cobrar o responsável subsidiário após exaurir todos os
meios de cobrança do responsável principal.
b) É correto afirmar que Pedro mantinha vínculos de emprego distintos com as
empresas XX Ltda. e YY Ltda.? Não. Por se tratar de grupo econômico as
empresas integrantes consistem em “empregador único”, de forma que a
prestação de serviços para ambas as empresas, durante a mesma jornada de
trabalho não caracteriza a coexistência de mais de um contrato, conforme
entendimento firmado na súmula 129 do TST.
c) Os valores dos produtos vendidos para a empresa YY Ltda. integram a
remuneração de Pedro? Sim. Conforme entendimento firmado na súmula 93 do
TST, considerando que o grupo econômico se beneficia da venda dos produtos
e ainda que essa venda é realizada no horário de trabalho, essa comissão
integrará o salário de Pedro.
3) O sindicato dos bancários firmou acordo coletivo, com prazo de três meses,
estipulando uma redução salarial de 10% para os empregados do Bancobom.
Com base nos fatos narrados, responda:
a) Qual princípio de direito do trabalho foi excepcionado através da negociação
coletiva firmada pelo sindicato e o Bancobom? O princípio da irredutibilidade
salarial, o qual fundamenta que não poderá haver redução do salário em razão
de seu caráter alimentar (art. 7º, VI da CF). Esse princípio não é absoluto e pode
ser flexibilizado por meio de acordo ou convenção coletiva (art. 611-A, §3º da
CLT) e ainda quando comprovados os prejuízos da empresa ou em caso de força
maior (não pode ser superior a 25%, respeitando o salário mínimo), conforme
art. 503 da CLT.
b) No caso de redução salarial através de acordo coletivo, qual a contrapartida
legal que deve ser outorgada pelo Bancobom aos empregados atingidos? Qual
deve ser o prazo de validade dessa contrapartida? Conforme disposto no art.
611-A, §3º da CLT, em contrapartida a redução salarial deverá a empresa
proteger os empregados contra dispensa imotivada pelo prazo que perdurar o
acordo firmado.
c) Ao final dos três meses de vigência da norma coletiva é possível que o
instrumento normativo continue a produzir efeitos de forma automática?
Justificar. Com a reforma trabalhista houve a redação do art. 614, §3º da CLT,
impedindo a ultratividade das normas coletivas e estipulando prazo máximo de
2 anos para duração das convenções e acordos coletivos. Dessa forma, ao final
dos três meses de vigência da norma coletiva ela perderá sua eficácia em razão
da não mais aplicação da ultratividade.