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Instituto de Ciências Humanas e Sociais

Departamento de Ciências Jurídicas - DCJ


Coordenação de Direito
Coordenação do Núcleo de Prática Jurídica

Aluna: Caroline Campelo da Silva


20190032852

ATIVIDADE DE AULA – PROCESSO DO TRABALHO

1-Ferdinando era estoquista em uma empresa multinacional havia


22 anos. O empregador, desejoso de reduzir seu quadro de funcionários,
lançou, em outubro de 2018, um programa de demissão voluntária, com
regras claras e objetivas, fixadas em acordo coletivo assinado com o
sindicato de classe dos empregados. Diante do longo tempo trabalhado, a
indenização adicional devida a Ferdinando era generosa. Assim, após
refletir e conversar com sua família, ele aderiu ao PDV em questão, sem
lançar ressalvas. Diante da situação apresentada, responda aos itens a
seguir.
A) Caso Ferdinando ajuizasse ação pleiteando horas extras após
aderir ao PDV e receber a indenização correspondente, que tese jurídica
você, contratado pela empresa para defendê-la em juízo, advogaria na
contestação?

A tese de quitação ampla e irrestrita, pois ao aderir ao Programa de


Demissão Voluntária (PDV) e receber a indenização, Ferdinando
concordou de forma voluntária e consciente em encerrar seu contrato de
trabalho, renunciando a quaisquer direitos pendentes, incluindo eventuais
horas extras. A empresa pode portanto, sustentar que a indenização
recebida foi uma compensação global pelas verbas rescisórias, e que ao
aceitar essa indenização, Ferdinando concordou em dar quitação ampla a
todos os direitos relacionados ao seu contrato de trabalho, impedindo-o de
pleitear novas verbas, como horas extras, em juízo.

B) Se, em vez de aderir ao PDV, o contrato fosse extinto por acordo


entre empregado e empregador, Ferdinando teria direito a receber o
seguro-desemprego? Justifique.

Não, segundo art. 484-A da CLT da Reforma Trabalhista, o acordo


entre empregador e empregado para extinção do contrato de trabalho
passou a ser válido, no entanto o seguro desemprego não faz parte das
verbas trabalhistas nessa possibilidade de desligamento, conforme dispõe
o § 2º, II do referido artigo.
2-Carlos, como dirigente sindical, vinha representando ativamente
os empregados de uma sociedade empresária na unidade situada em Porto
Alegre/RS. No entanto, para sua surpresa, recebeu um comunicado da
empresa determinando sua transferência para a unidade de Porto
Velho/Rondônia. No comunicado constava que a empresa pagaria apenas
o transporte de ida e volta, bem como a moradia em hotel local. O trabalho
em Rondônia duraria cerca de 6 meses e seriam mantidos o mesmo salário
e a mesma composição remuneratória que ele recebia em Porto Alegre. A
mudança deveria ocorrer em 15 dias. Carlos procura você, como
advogado(a), para uma consulta. Observando o texto da CLT, responda
aos itens a seguir.
A) Que medida judicial prevista expressamente na CLT deverá ser
adotada a fim de, imediatamente, evitar a transferência de Carlos?
Fundamente.
Carlos deve impetrar Mandado de Segurança (Art.114, IV da
CLT), tendo em vista que a transferência repentina e sem o consentimento
do empregado pode ser interpretada como uma medida abusiva e lesiva
aos direitos de Carlos.

B) Caso ocorra a transferência, Carlos terá algum direito trabalhista


a reivindicar? Fundamente.

Sim, nesse caso, o artigo 469 da CLT, estabelece que a


transferência do empregado para localidade diversa e que resulte em
mudança de domicílio constitui alteração contratual lesiva, o que permite
ao empregado recusar-se a essa transferência. Sendo assim, caso a
tranferência ocorra sem o seu consetimento, isso implica em uma alteração
contratual lesiva, o que dá a Carlos o direito de rescindir o contrato
pleiteando a rescisão indireta. Nesse caso, Carlos faz jus às verbas
rescisórias e direitos previstos para uma demissão sem justa causa.

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