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UNIMA-AFYA/2023

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO.


TEMA: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.

ME/DEVE SER RESPONDIDO EM EQUIPE DE CINCO ALUNOS.

1) Marina tem uma filha de três anos. Olhos azuis, tez morena. Por sua beleza peculiar a
emissora de TV Gato Pingado quer contratar a menor, para um contrato de obra certa por
três anos, para a gravação de um seriado. Responda de forma fundamentada:
a) De acordo com a CRFB/88 qual a idade em que o menor pode trabalhar?
Conforme estipulado na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, menores
de 16 anos não estão autorizados a serem empregados, salvo quando se trata de um
programa de aprendizagem, o qual pode iniciar a partir dos 14 anos.

b) Com qual idade pode iniciar o trabalho noturno, insalubre e perigoso?


A atividade laboral realizada durante a noite, em condições prejudiciais à saúde e em
ambientes perigosos, encontra-se vedada para indivíduos com menos de 18 anos de idade.

c) Com qual idade pode iniciar o trabalho doméstico? E a idade para ser contratado como
vigilante?
A idade mínima para começar a trabalhar em tarefas domésticas é de 16 anos. Para ser
empregado como vigilante, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos.

d) Com qual idade pode iniciar o trabalho de motoboy? E de peão de rodeio?


O emprego de motoboy é vetado para indivíduos com menos de 18 anos. O emprego de
peão de rodeio é autorizado a partir dos 16 anos, contanto que não inclua situações de
perigo ou ameaça à saúde.

e) É possível permitir o trabalho do menor? Se sim, quem seria a Justiça Competente para a
referida permissão?
O emprego de menores de idade é autorizado em circunstâncias particulares e com
restrições, com o objetivo de garantir sua segurança e crescimento. No contexto de
atividades artísticas, como a oportunidade oferecida à filha de Marina, o trabalho de
menores é regulamentado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e requer
aprovação judicial. A Justiça da Infância e Juventude é a instância competente para
conceder essa autorização.

f) Caso a filha de Mariana trabalhe e, ao final do contrato, não tenha FGTS depositado, qual a
Justiça tem competência para julgar a ação?
Se a filha de Marina empregar-se e não receber depósitos no Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) ao término do contrato, a Justiça Trabalhista estaria apta a julgar a ação
relacionada à falta de pagamento do FGTS.

2) Mariana Da Silva e Eva de Paula, ambas com 16 anos, foram contratadas como estagiárias por
doze meses, em janeiro de 2022, por um Banco Privado. Nove meses após a contratação,
Mariana da Silva sentiu-se mal, foi ao médico, o qual confirmou que a mesma se encontrava
gestante, no segundo mês de gravidez. O contrato de estágio preencheu todos os requisitos
legais. Ao final do contrato de estágio, em 10.01.2023, Mariana e Eva foram desligadas. Eva
alega que não teve recesso durante o estágio. Responda de forma fundamentada:
a) Mariana entendendo possuir estabilidade deseja ajuizar ação e lhe pergunta:
a.1) qual o período da estabilidade da gestante?
A proteção à estabilidade da gestante é assegurada desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto, conforme estipulado no Artigo 10, inciso II, alínea 'b' das
disposições transitórias da Constituição Federal de 1988.

A.2) qual a Justiça Competente para analisar seu processo?


A Justiça do Trabalho é a competente para analisar o processo de Mariana, uma vez que a
questão envolve direitos trabalhistas.

b) Tendo Mariana ajuizada a ação e você sendo contratado pela empresa, que tese jurídica
você defenderia, como advogado(a) da sociedade empresária, em relação à estabilidade
pleiteada?
Na qualidade de advogado da empresa, você poderia sustentar que o contrato de estágio
cumpriu todos os requisitos jurídicos necessários e que a estabilidade da gestante não é
aplicável a esse tipo de contrato, uma vez que a legislação de estágio não contempla essa
garantia.

c) Entendendo Eva que teria direito a um recesso remunerado após 12 meses de estágio, qual
seria a Justiça Competente para o caso?
A Justiça do Trabalho teria jurisdição para examinar uma possível ação de Eva referente ao
período de recesso remunerado após 12 meses de estágio, visto que a situação diz respeito
a direitos laborais.

3) Pedro dos Anjos contratou o advogado Dr. Visconde de Sabugosa, com contrato de
honorários advocatícios devidamente assinado. Todavia, ao final do processo, Pedro não
pagou os honorários contratuais. Justifique de forma fundamentada qual a Justiça competente
para analisar a referida ação de cobrança do Dr. Visconde de Sabugosa em face de Pedro.
A competência para analisar a ação de cobrança dos honorários advocatícios do Dr. Visconde
de Sabugosa em face de Pedro será baseada na local onde ocorreuos serviços jurídicos foram
prestados ou na residência do réu, conforme estipulado pelo Código de Processo Civil.
Consequentemente, a competência judicial dependerá desses critérios específicos.

4) Fátima, engenheira, devidamente concursada no regime celetista, tendo começado a


trabalhar no Município de Palmeira dos Índios em janeiro de 2019. Em janeiro de 2022 o
Alcaide do Município apresentou projeto de lei, devidamente aprovada pela edilidade
municipal, alterando o regime de celetista para estatutário. Fátima não teve o FGTS
depositado nos anos de 2020 e 2021. Também não lhe foram pagos os salários de janeiro e
fevereiro de 2022, além de a partir da mudança de regime não ter sido mais entregues EPI’s
como: protetor auricular, capacete e bota.
A) Pretendendo ajuizar ação, para cobrar o FGTS e os meses de salário em atraso, responda de
forma fundamentada, qual seria a Justiça competente.
A competência para julgar a ação visando recuperar o FGTS e os salários em atraso de
Fátima está na esfera da Justiça do Trabalho, devido à sua condição de engenheira
contratada sob o regime celetista. Isso significa que a relação de trabalho se enquadra nas
disposições da legislação trabalhista, tornando a Justiça do Trabalho a instância adequada
para tratar de questões relacionadas a esses assuntos.

B) E, no caso, do descumprimento pela entrega dos EPI’s, qual a Justiça Competente para
análise do caso?
No evento de não cumprimento na entrega dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs),
a instância judicial adequada para avaliar o caso seria igualmente a Justiça do Trabalho. A
responsabilidade de fornecer EPIs está ligada às condições laborais e à segurança dos
funcionários, o que se enquadra nas competências da Justiça do Trabalho para resolver
disputas trabalhistas desse tipo.

5) A rádio digital Insta Famosa tem onze empregados. Porém, a mesma não reconhece os
mesmos como radialistas. O Sindicato dos Radialistas Estou Ligado pretende ver reconhecido
aqueles empregados como seus filiados.
Já os empregados ameaçam uma greve de ocupação, pois pretendem que seja aplicado aos
mesmos a Convenção Coletiva do Sindicato dos Radialistas Estou Ligado.
O Auditor Fiscal do Trabalho Leandro Mourão esteve na rádio digital Insta Famosa e em
decorrência do não pagamento dos salários até o quinta dia útil do mês subsequente ao
vencido, lavrou auto de infração com multa de R$ 40.000,00. Responda de forma
fundamentada:
a) Pretendendo o Sindicato ajuizar ação em face da Rádio para ver reconhecidos os
empregados como pertencentes a sua categoria, qual seria a Justiça competente?

Para a ação movida pelo Sindicato dos Radialistas Estou Ligado, com o objetivo de
reconhecer os funcionários da rádio digital Insta Famosa como parte de sua categoria, a
instância judicial adequada seria a Justiça do Trabalho. Isso se deve ao fato de que a
questão envolve a relação de trabalho e a filiação dos empregados a uma categoria
profissional, o que se encaixa nas competências da Justiça do Trabalho para tratar de
assuntos relacionados a direitos trabalhistas e sindicais.

b) Pretendendo a Rádio ajuizar ação de interdito proibitivo de greve e, também, ação


anulatória em decorrência da multa aplicada pelo Auditor Fiscal do Trabalho, qual seria a
Justiça Competente?
No caso de a Rádio ingressar com ação de interdito proibitivo de greve e ação anulatória da
multa imposta pelo Auditor Fiscal do Trabalho, a instância judicial apropriada seria a Justiça
Federal. A ação anulatória da multa aplicada pelo Auditor Fiscal do Trabalho trata de
questões relacionadas ao direito administrativo, enquanto a ação de interdito proibitivo de
greve envolve direitos de natureza coletiva e tem dimensões de direito trabalhista, ambas
dentro da competência da Justiça Federal.

6) Carlos é devedor em dez ações trabalhistas que tramitam na 2 ª Vara do Trabalho de Maceió.
Sem garantia do juízo na execução, o Juiz determinou a apreensão do passaporte e da
carteira de motorista de Carlos, ato devidamente cumprido pelo Meirinho.
Carlos alega que os referidos documentos são seus instrumentos de trabalho e pretende
ajuizar um habeas corpus. Justifique de forma fundamentada qual a Justiça é competente
para análise do referido habeas corpus?
A competência para a análise do habeas corpus apresentado por Carlos, no qual ele alega que a
apreensão de seu passaporte e carteira de motorista afeta seus meios de subsistência, recai
sobre o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 19ª Região, que abrange o estado de Alagoas,
incluindo Maceió.
O habeas corpus é um recurso utilizado para garantir o direito de ir e vir das pessoas,
preservando sua liberdade de locomoção. No caso de Carlos, que sustenta que a apreensão de
seus documentos impacta sua capacidade de trabalho, a questão está diretamente ligada a
litígios trabalhistas em que ele está envolvido como devedor. Portanto, a Justiça do Trabalho,
que possui jurisdição sobre questões relativas a direitos trabalhistas e à execução de processos
trabalhistas, é a instância apropriada para avaliar esse habeas corpus.

7) Em relação a conflito de competência envolvendo órgãos do Poder Judiciário trabalhista,


aponte a Justiça competente para a análise do conflito e apresente a devida fundamentação:

a) A Vara do Trabalho de Palmeira dos Índios declinou de sua competência em favor da Vara
do Trabalho de Arapiraca. Esta também entendeu que não seria competente, instaurando-
se um conflito negativo de competência. Quem é competente para julgar o conflito de
competência?
A responsabilidade de decidir sobre o conflito de competência, no caso de um conflito
negativo entre Varas do Trabalho, recai sobre o Tribunal Regional do Trabalho (TRT)
correspondente à região em questão. Assim, o TRT da 19ª Região, que inclui Alagoas, teria
a competência para resolver a disputa entre as Varas do Trabalho de Palmeira dos Índios e
Arapiraca.

b) A Vara do Trabalho de Palmeira dos Índios entendeu que seria competente para julgar
determinado processo, o qual também foi averbado para si, pelo Juiz Estadual do Município
de Minador do Negrão, investido de jurisdição trabalhista, instaurando-se um conflito
positivo de competência. Quem é competente para julgar o conflito de competência?
O Supremo Tribunal Federal (STF) possui jurisdição para apreciar litígios de competência
positiva entre entidades do Poder Judiciário, como este caso que envolve um conflito entre
uma Vara do Trabalho e um Juiz Estadual com jurisdição na área trabalhista. O STF tem a
autoridade de determinar qual entidade judicial possui a competência quando há conflitos
entre órgãos de jurisdições distintas.

c) A Vara do Trabalho de Penedo declinou de sua competência em favor da Vara do Trabalho


de Maruim - SE. Esta também entendeu que não seria competente, instaurando-se um
conflito negativo de competência. Quem é competente para julgar o conflito de
competência?
Da mesma forma que mencionado anteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) possui
a atribuição de decidir em relação a conflitos negativos de competência envolvendo Varas
do Trabalho, como este exemplo que envolve Penedo e Maruim.

d) A Vara do Trabalho de Palmeira dos Índios declinou de sua competência em favor do Juiz
de Direito da Cidade de Igaci. Este também entendeu que não seria competente,
instaurando-se um conflito negativo de competência. Quem é competente para julgar o
conflito de competência?
O Supremo Tribunal Federal (STF) também tem a competência para resolver disputas
negativas de competência que ocorram entre uma Vara do Trabalho e um Juiz de Direito.

e) O TRT de Alagoas entendeu que determinada ação rescisória seria de competência do TJ de


Alagoas, que também entendeu que não seria competente. Quem é competente para julgar
o conflito de competência?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) detém a competência para resolver conflitos de
competência que envolvam Tribunais de estados distintos do Brasil, como ocorre neste
caso que envolve o TRT de Alagoas e o TJ de Alagoas.

f) O TRT de Alagoas entendeu que determinado Dissidio Coletivo seria de competência do TRT
de Pernambuco, que também entendeu que não seria competente. Quem é competente
para julgar o conflito de competência?
A responsabilidade de decidir sobre conflitos de competência entre Tribunais Regionais do
Trabalho de estados distintos do Brasil, como o TRT de Alagoas e o TRT de Pernambuco,
recai sobre o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

g) O TST entendeu que determinado mandado de segurança seria de competência do STJ, que
também entendeu que não seria competente. Quem é competente para julgar o conflito de
competência?
O Supremo Tribunal Federal (STF) possui a jurisdição para resolver conflitos de competência
que envolvam Tribunais Superiores, como ocorre no caso entre o TST e o STJ.

“Quando fosse homem, caminharia assim, pesado, cambaio, importante, as rosetas das esporas
tilintando. Saltaria no lombo de um cavalo brabo e voaria na catinga como pé de vento, levantando
poeira. Ao regressar, apear-se-ia num pulo e andaria no pátio assim torto, de perneiras, gibão,
guarda-peito e chapéu de couro com barbicacho. O menino mais velho e Baleia ficariam
admirados.” — Graciliano Ramos, livro Vidas Secas
E VOCÊ? QUAL O SEU SONHO?

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