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Tema 1
Agentes Públicos e Licitações

Prof. Herbert Almeida


João, servidor público federal estável, ocupante de cargo efetivo de médico no âmbito do Ministério da
Saúde, acaba de ser aprovado em concurso público para o cargo de perito médico do Instituto Nacional
do Seguro Social.
Diante do regime jurídico que lhe é aplicável, responda aos itens abaixo, de forma objetivamente
fundamentada, levando em consideração a atual jurisprudência dos Tribunais Superiores.
a) Sabendo que o somatório das cargas horárias dos dois cargos (médico no Ministério da Saúde e perito
médico no INSS) ocasionará uma jornada semanal superior a 60 horas, é possível que João acumule
licitamente os dois cargos públicos?
b) Caso João acumule licitamente seu cargo efetivo de médico no Ministério da Saúde com outro cargo
público qualquer, o servidor poderá receber acima do teto remuneratório dos servidores previsto no
Art. 37, XI, da Constituição da República de 1988?
c) Imagine que João seja casado com Maria, juíza federal, que acaba de falecer em abril de 2022. Em
relação à eventual pensão por morte de sua esposa, como se aplicaria a regra do teto remuneratório
dos servidores prevista no Art. 37, XI, da Constituição da República de 1988?
d) Suponha que João obteve licença para tratar de assuntos particulares pelo período de um ano e já
está gozando a licença há seis meses. João é sócio e empregado da sociedade empresária Alfa, e o
Ministério da Saúde acabou de publicar edital de licitação para adquirir determinados materiais
hospitalares, sob o regime jurídico da Lei nº 14.133/2021. É lícito que a sociedade empresária Alfa
participe dessa licitação?
a) Sabendo que o somatório das cargas horárias dos dois cargos (médico no Ministério da
Saúde e perito médico no INSS) ocasionará uma jornada semanal superior a 60 horas, é
possível que João acumule licitamente os dois cargos públicos?
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto
no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;
Genericamente, a acumulação depende de três requisitos:
1) que haja compatibilidade de horários;
2) que seja observada a regra do inciso XI (teto constitucional) – vamos analisar a forma de
verificação do teto no item subsequente;
3) que as hipóteses de acumulação sejam autorizadas pela Constituição Federal.
A existência de norma infraconstitucional que estipula limitação de jornada
semanal não constitui óbice ao reconhecimento do direito à acumulação
prevista no art. 37, XVI, c, da Constituição, desde que haja compatibilidade
de horários para o exercício dos cargos a serem acumulados.
[RMS 34.257 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-6-2018, 2ª T, DJE de
6-8-2018.]
A Constituição Federal (CF) veda, em regra, a acumulação remunerada
de cargos, empregos e funções, mas admite exceções. Assim, desde que haja
compatibilidade de horários, admite-se a acumulação, entre outras hipóteses,
de dois cargos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal – STF considerou que, no caso de
acumulação de profissionais de saúde, a existência de norma
infraconstitucional que limite a jornada semanal não impede acumulação,
desde que haja compatibilidade de horários avaliada no caso concreto. Logo,
João poderia realizar a acumulação, ainda que a jornada superasse as 60 horas
semanais.
a) Sabendo que o somatório das cargas horárias dos dois cargos (médico no Ministério da
Saúde e perito médico no INSS) ocasionará uma jornada semanal superior a 60 horas, é
possível que João acumule licitamente os dois cargos públicos?
Nas situações jurídicas em que a CF autoriza a acumulação de cargos, o teto
remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada um deles, e
não ao somatório do que recebido.
[RE 612.975 e RE 602.043, rel. min. Marco Aurélio, j. 27-4-2017, P, DJE de 8-9-
2017, Tema 377 e Tema 384.]
c) Imagine que João seja casado com Maria, juíza federal, que acaba de falecer em abril de
2022. Em relação à eventual pensão por morte de sua esposa, como se aplicaria a regra do
teto remuneratório dos servidores prevista no Art. 37, XI, da Constituição da República de
1988?
Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da
Emenda Constitucional nº 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI
do artigo 37 da Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração
ou provento e pensão percebida por servidor. [RE 602584 – Tema 359/STF]
Além disso, segundo o STF, nas situações em que a CF admite a
acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à
remuneração de cada um deles, e não ao somatório. Assim, João poderá
perceber, pelo somatório, valor superior ao teto, uma vez que a avaliação do teto
deverá ocorrer em cada cargo. Por outro lado, o STF entende que, no caso de
morte de instituidor de pensão, o teto constitucional deverá ser aferido pelo
somatório da pensão com o provento ou remuneração do servidor. Assim, se João
perceber a pensão, o teto será aferido pela soma da remuneração com a pensão.
d) Suponha que João obteve licença para tratar de assuntos particulares pelo período de
um ano e já está gozando a licença há seis meses. João é sócio e empregado da sociedade
empresária Alfa, e o Ministério da Saúde acabou de publicar edital de licitação para
adquirir determinados materiais hospitalares, sob o regime jurídico da Lei nº 14.133/2021.
É lícito que a sociedade empresária Alfa participe dessa licitação?
Jurisprudência em teses do STJ (edição 97):
2) Ainda que o servidor esteja de licença à época do certame, não é possível a
participação de empresa que possua no seu quadro de pessoal servidor público,
efetivo ou ocupante de cargo em comissão/função gratificada, ou dirigente do
órgão contratante ou responsável pela licitação.
https://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia%20em%20teses%2097%20-
%20Licita%C3%A7%C3%B5es%20-%20I.pdf
4. Estando incontroversa a moldura fática delineada pelas instâncias ordinárias, conclui-se
que, de fato, embora não seja possível afirmar que o Sr. [...] participou do procedimento
licitatório, ele inegavelmente exerceu a função de consultor⁄administrador da empresa
impetrante, ora recorrida, durante a execução do contrato licitado.
5. Desse modo, ficou caracterizada a conduta inidônea da empresa recorrida, com a quebra
de confiança da Administração, o que vai de encontro aos dispositivos legais sob análise.
6. Consigne-se que, consoante o entendimento do STJ, "não pode participar de procedimento
licitatório a empresa que possuir em seu quadro de pessoal servidor ou dirigente do órgão ou
entidade contratante ou responsável pela licitação (...) O fato de estar o servidor licenciado, à
época do certame, não ilide a aplicação do referido preceito legal, eis que não deixa de ser
funcionário o servidor em gozo de licença" (REsp 254.115⁄SP, Rel. Min. Garcia Vieira, Primeira
Turma, julgado em 20.6.2000, DJ de 14.8.2000, p. 154.)
Art. 9º [...] § 1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução do contrato agente público de órgão ou entidade licitante ou
contratante, devendo ser observadas as situações que possam configurar conflito
de interesses no exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos da
legislação que disciplina a matéria.
§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a terceiro que auxilie a
condução da contratação na qualidade de integrante de equipe de apoio,
profissional especializado ou funcionário ou representante de empresa que preste
assessoria técnica.
Por fim, o Superior Tribunal de Justiça considera que não é possível a
participação de empresa que possua no seu quadro de pessoal servidor público
do órgão contratante, ainda que esteja em período de licença. Ademais, a Lei
14.133/2021 veda que agente público do órgão licitante participe da licitação.
Portanto, mesmo que João estivesse em licença, não seria lícita a participação
da sociedade empresária Alfa na licitação.
Tema 2
Licitações públicas

Prof. Herbert Almeida


Em matéria de licitações, a União, por meio do Ministério Alfa, deseja realizar as contratações abaixo.
Responda, de forma completa e objetivamente fundamentada, acerca da legalidade de cada pretensão.
a) O Ministério Alfa pretende publicar edital de licitação para contratação de aquisição de determinados
bens com cláusula prevendo percentual mínimo referente à taxa de administração, com o intuito de
obstar eventuais propostas, em tese, inexequíveis. De acordo com a Lei nº 8.666/1993 e a jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, a mencionada previsão editalícia é legal?
b) Em janeiro de 2022, com base na Lei nº 14.133/2021, o Ministério Alfa, mediante dispensa de
licitação, contratou a sociedade empresária Beta para prestar determinados serviços de engenharia, no
valor de R$ 80.000,00. Em março de 2022, o Ministério Alfa pretende realizar nova contratação, com
dispensa de licitação, no mesmo ramo de atividade do serviço de engenharia contratado recentemente,
mas agora no valor de R$ 50.000,00. De acordo com o regime jurídico da Lei nº 14.133/2021, a nova
contratação é lícita?
a) O Ministério Alfa pretende publicar edital de licitação para contratação de aquisição de
determinados bens com cláusula prevendo percentual mínimo referente à taxa de
administração, com o intuito de obstar eventuais propostas, em tese, inexequíveis. De
acordo com a Lei nº 8.666/1993 e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a
mencionada previsão editalícia é legal?
Tema Repetitivo 1038, o STJ firmou o seguinte entendimento:
Os editais de licitação ou pregão não podem conter cláusula prevendo
percentual mínimo referente à taxa de administração, sob pena de ofensa ao
artigo 40, inciso X, da Lei nº 8.666/1993.
1. O objeto da presente demanda é definir se o ente público pode estipular cláusula editalícia
em licitação/pregão prevendo percentual mínimo referente à taxa de administração, como
forma de resguardar-se de eventuais propostas, em tese, inexequíveis.
2. Não merece acolhida a preliminar de não conhecimento. A inexequibilidade do contrato,
no caso concreto, não consistiu em objeto de apreciação do aresto impugnado, cujo foco se
limitou a deixar expresso que o art. 40, X, da Lei nº 8.666/1993, ao impedir a limitação de
preços mínimos no edital, aplica-se à taxa de administração. O que o acórdão recorrido
decidiu foi a ilegalidade da cláusula editalícia que previu percentual mínimo de 1% (um por
cento), não chegando ao ponto de analisar fatos e provas em relação às propostas
específicas apresentadas pelos concorrentes no certame.
4. A fixação de percentual mínimo de taxa de administração em edital de licitação/pregão fere
expressamente a norma contida no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/1993, que veda "a fixação de
preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência".
5. A própria Lei de Licitações, a exemplo dos §§ 1º e 2º do art. 48, prevê outros mecanismos de combate
às propostas inexequíveis em certames licitatórios, permitindo que o licitante preste garantia adicional,
tal como caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, seguro-garantia e fiança bancária.
6. Sendo o objetivo da licitação selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração – consoante
expressamente previsto no art. 3º da Lei nº 8.666/1993 –, a fixação de um preço mínimo atenta contra
esse objetivo, especialmente considerando que um determinado valor pode ser inexequível para um
licitante, porém exequível para outro. Precedente do TCU. 7. Deve a Administração, portanto, buscar a
proposta mais vantajosa; em caso de dúvida sobre a exequibilidade, ouvir o respectivo licitante; e, sendo
o caso, exigir-lhe a prestação de garantia. Súmula nº 262/TCU. Precedentes do STJ e do TCU.
[Recurso Especial nº 1840113 – CE, julgamento em 23/09/2020]
Súmula 262 do TCU, citada na decisão do STJ, dispõe o seguinte:
O critério definido no art. 48, inciso II, § 1º, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 8.666/93
conduz a uma presunção relativa de inexequibilidade de preços, devendo a
Administração dar à licitante a oportunidade de demonstrar a exequibilidade da
sua proposta.
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série
anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o
regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida
por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e
proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,
obrigatoriamente, o seguinte: [...]
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de
preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a
preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do
art. 48;
Tema Repetitivo 1038 (REsp 1.840.113 / CE) (trecho da impugnação):
Ora, a taxa de administração nada mais é do que o percentual relativo à
remuneração da empresa que fornece os serviços de mão de obra terceirizada. É
o instituto jurídico que viabiliza as terceirizações para prestação e continuidade
plenos dos serviços públicos, para que se atenda ao princípio da eficiência.

Acórdão 5276/2009 Segunda Câmara:


Abstenha-se de pagar valor a título de taxa de administração por intermediação
de serviços quando estes puderem ser contratados diretamente pela entidade,
mediante a observância da Lei nº 8.666/1993.
Acórdão nº 674/2011 - Primeira Câmara:
O pagamento de valores a título de “taxa de administração” em contratações
públicas intermediadas por outras instituições só se legitima quando demonstrada
a inviabilidade da atuação direta do próprio órgão público.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça – STJ, não é possível estabelecer,
em editais de licitação, percentual mínimo referente à taxa de administração.
Nessa linha, a taxa de administração compõe a composição dos preços e a Lei
8.666/1993 veda a fixação de preços mínimos. Dessa forma, a Administração
deverá facultar aos licitantes a oportunidade de demonstrar, em cada caso, a
exequibilidade da proposta, podendo ainda exigir garantia adicional, caso
entenda necessário. Portanto, foi ilegal a previsão editalícia do Ministério Alfa,
por estar em desacordo com a Lei 8.666/1993 e com a jurisprudência do STJ.
b) Em janeiro de 2022, com base na Lei nº 14.133/2021, o Ministério Alfa, mediante
dispensa de licitação, contratou a sociedade empresária Beta para prestar determinados
serviços de engenharia, no valor de R$ 80.000,00. Em março de 2022, o Ministério Alfa
pretende realizar nova contratação, com dispensa de licitação, no mesmo ramo de
atividade do serviço de engenharia contratado recentemente, mas agora no valor de R$
50.000,00. De acordo com o regime jurídico da Lei nº 14.133/2021, a nova contratação é
lícita?
Art. 75. É dispensável a licitação:
I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais),
no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de
veículos automotores;
§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referidos nos incisos I
e II do caput deste artigo, deverão ser observados:
I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respectiva
unidade gestora;
II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza, entendidos
como tais aqueles relativos a contratações no mesmo ramo de atividade.
Originais 2022 2023
Obras, serviços de R$ 100 mil 108.040,82 114.416,65
engenharia e serviços
de manutenção de
veículos aut.
Compras e demais R$ 50 mil 54,020,41 57.208,33
serviços
Sobre o segundo caso, a Lei 14.133/2021 dispõe que a licitação é
dispensável, no caso de serviços de engenharia, para contratação que envolva
valores inferiores a R$ 100 mil. Esse valor será aferido pelo somatório dos gastos
no exercício financeiro pela respectiva unidade gestora, com objetos de mesma
natureza (mesmo ramo de atividade). No caso narrado, o somatório enseja o
valor de R$ 130 mil. Logo, a nova contratação é ilícita, pois ultrapassa o limite
previsto na Lei 14.133/2021.
Tema 3 – Licitações

Prof. Herbert Almeida


Um Ministro de Estado enviou consulta, ao setor jurídico responsável, questionando algumas regras sobre a
aplicação de disposições da Lei nº 14.133/2021. Por se tratar de tema complexo, a consulta foi distribuída para
elaboração de parecer técnico por servidor do órgão.

Nesse contexto, elabore, na condição de Auditor Federal de Finanças e Controle, um parecer técnico sobre os
seguintes questionamentos formulados, em tese, pelo referido Ministro:

1) Uma vez realizada a licitação, na modalidade pregão, com base na Lei nº 10.520/2002, seria possível aplicar,
aos contratos decorrentes, as disposições da Lei nº 14.133/2021, considerando que as regras dessa nova Lei
seriam mais vantajosas, atendendo melhor ao interesse público?

2) Qual seria a principal diferença entre as fases da licitação na Lei nº 8.666/1993 e na Lei nº 14.133/2021?

3) Quais seriam as principais diferenças entre as modalidades de licitação da Lei nº 8.666/1993 e da Lei nº
10.520/2002 em relação à Lei nº 14.133/2021?
4) Se seria possível, em uma licitação na modalidade concorrência, regida pela Lei nº 14.133/2021, exigir dos
licitantes a apresentação de lances, após a apresentação da proposta inicial, em continuidade ao
procedimento competitivo?
5) Se ainda seria possível adquirir imóvel por contratação direta, no regime da Lei nº 14.133/2021, e
qual a forma e requisitos para isso?
Considerando essa situação hipotética, elabore um parecer fundamentado respondendo às perguntas
acima.
Lei 14.133/2021:
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art.
193, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de
acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso, e a
opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso
ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada
desta Lei com as citadas no referido inciso.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração
optar por licitar de acordo com as leis citadas no inciso II do caput do art.
193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas regras nelas
previstas durante toda a sua vigência.
Apresentação das
Divulgação
Preparatória propostas e lances (se Julgamento Habilitação
do edital
for o caso)

Inversão (ato motivado)

Recursal Homologação
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjuntamente:
I - aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas propostas por meio de
lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes;
II - fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em sigilo até a data e hora
designadas para sua divulgação.
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será vedada quando adotados
os critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto.
§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quando adotado o critério
de julgamento de técnica e preço.
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput deste artigo, devem ser observados
os seguintes requisitos:
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações, quando
imprescindíveis às necessidades de utilização, e do prazo de amortização dos investimentos;
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis que atendam ao objeto;
III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser comprado ou locado pela
Administração e que evidenciem vantagem para ela.
Tema 4 – Direito à
nomeação

Prof. Herbert Almeida


José foi aprovado e classificado em 11º lugar em concurso público para o cargo efetivo de analista de
determinado ministério. O edital do concurso previa a existência de dez vagas e a União, dentro do
prazo de validade do concurso, que findou em 05/01/2020, convocou e nomeou os dez primeiros
colocados. Ocorre que Carlos, candidato classificado em 10º lugar, não obstante tenha sido nomeado
em 04/01/2020, desistiu do cargo em 05/02/2020, tendo a Administração Pública Federal, em
25/02/2020, tornado sem efeito seu ato de nomeação, conforme publicação em diário oficial. José,
entendendo possuir direito subjetivo à nomeação diante da desistência de Carlos, apresentou
requerimento administrativo visando à sua imediata nomeação.
Considerando a situação hipotética acima, responda, de forma completa e objetivamente
fundamentada, o seguinte:
a) Quais as hipóteses em que o Supremo Tribunal Federal considera que há direito subjetivo à
nomeação?
b) Quais são os princípios administrativos que fundamentam o direito subjetivo à nomeação?
c) Na visão do Superior Tribunal de Justiça, José teria direito subjetivo à nomeação?
Fundamentação
Letra A - Quais são as hipóteses em que o STF considera que há direito subjetivo à
nomeação?
Segundo o STF, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso surge
nas seguintes hipóteses (RE 837.311):

1) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas do edital;

2) quando houver preterição na nomeação, por não observância da ordem de classificação;

3) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do
certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por
parte da administração.
Jurisprudência
A tese objetiva assentada em sede desta repercussão geral é a de que o surgimento de novas
vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora
das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por
parte da administração, caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do poder público
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, a
discricionariedade da administração quanto à convocação de aprovados em concurso público fica
reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: i) quando a aprovação ocorrer
dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) quando houver preterição na
nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); iii) quando surgirem
novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima.
[RE 837.311, rel. min. Luiz Fux, j. 9-12-2015, P, DJE de 18-4-2016, Tema 784.]
Fundamentação
Letra b - Quais são os princípios administrativos que fundamentam o direito subjetivo à
nomeação?
Fundamentação
Letra c - Na visão do Superior Tribunal de Justiça, José teria direito subjetivo à
nomeação?

(RMS 53.506-DF, Informativo 612):


A desistência de candidatos melhor classificados em concurso público convola a
mera expectativa em direito líquido e certo, garantindo a nomeação dos
candidatos que passarem a constar dentro do número de vagas previstas no
edital.
Fundamentação
No acórdão, foram analisadas as especificidades do caso concreto, não havendo omissão
na apreciação das circunstâncias delineadoras (fl. 365): "Por outro lado, ainda que
comprovado nos autos a desistência de candidatos melhor classificados, fazendo com que
o recorrente passe a constar dentro do número de vagas, a expectativa de direito se
convola em direito líquido e certo, garantindo o direito à vaga disputada, desde que a
situação fática que fundamenta o pedido tenha se dado dentro do período de validade
do certame, o que não ocorreu na hipótese dos autos, uma vez que o concurso teve seu
prazo de validade findo em 13/8/2019 (fl. 127).
Assim, não há se falar em direito líquido e certo no caso em tela, uma vez que segundo
entendimento do STJ, a desistência de candidato aprovado deve se dar no período de
validade ou prorrogação do concurso, a fim de demonstrar o direito à nomeação do
classificado subsequente.
Segundo o Supremo Tribunal Federal – STF, o direito subjetivo à
nomeação de candidato aprovado em concurso público ocorre quando: 1) a
aprovação ocorrer dentro do número de vagas do edital; 2) houver preterição
na nomeação, por não observância da ordem de classificação; 3) surgirem novas
vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e
ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte
da Administração.
Esse direito subjetivo decorre, essencialmente, dos princípios da segurança
jurídica, da confiança legítima e da boa-fé, uma vez que a publicação de edital
de concurso com previsão de vagas definidas pela própria Administração gera
expectativa dos candidatos que concorrem às vagas do certame. Ademais, há
aplicação da força normativa do concurso público e dos princípios do concurso
público, da impessoalidade, da legalidade, da eficiência, entre outros.
Ainda sobre o direito à nomeação, o Superior Tribunal de Justiça ampliou
o alcance dos posicionamentos do STF ao concluir que a desistência de
candidatos aprovados dentro das vagas faz surgir direito subjetivo à nomeação
dos candidatos que passarem a constar dentro do número de vagas previstas no
edital. Entretanto, é imprescindível que a situação fática que fundamentou o
pedido ocorra dentro do prazo de validade do concurso. Assim, na situação
narrada, João não terá direito subjetivo à nomeação, pois o término do prazo
da nomeação e a desistência do candidato melhor classificado ocorreu após o
prazo de vigência do certame.
Tema 5 – Improbidade
administrativa
Prof. Herbert Almeida
João, servidor público ocupante de cargo efetivo da Controladoria Geral do Estado Alfa, no
exercício de suas funções como responsável pelo controle interno, tomou conhecimento
de ilegalidade consistente em superfaturamento de contrato emergencial firmado entre a
sociedade empresária Delta e o Estado Alfa, para aquisição de aparelhos respiradores a
serem utilizados no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Tendo em vista sua relação de amizade com Antônio, agente público responsável pela
contratação ilegal, João quedou-se omisso e não deu ciência do ocorrido a qualquer órgão
de controle externo. Apesar de ter agido ilicitamente, com inegável dolo, na conservação
do patrimônio público, fato é que João não auferiu pessoalmente qualquer vantagem
econômica, direta ou indiretamente.
No ano seguinte, o Tribunal de Contas do Estado Alfa, ao analisar a legalidade do contrato
emergencial em tela, obteve provas irrefutáveis de todo o ocorrido, adotando todas as
medidas cabíveis no âmbito de sua competência.
Considerando a hipótese narrada, responda de forma objetivamente fundamentada aos
itens abaixo:
1. João está sujeito à responsabilidade civil, mesmo não tendo auferido pessoalmente
vantagem econômica?
2. O Ministério Público de Contas, junto ao TCE, pode ajuizar ação civil pública por ato de
improbidade administrativa em face de João?
3. Configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCE) e
de sentença condenatória em ação civil pública por ato de improbidade administrativa que
determinam o ressarcimento ao erário e se referem ao mesmo fato?
4. Exemplifique três sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa a que João
está sujeito, em razão dos fatos narrados.
Fundamentação
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público;
Perda dos Perda da função Suspensão dos Multa Proibição de contratar
bens d. políticos / receber benef.
EI X X Até 14 anos Equiv. acréscimo Até 14 anos

LE Se concorrer X Até 12 anos Equiv. ao dano Até 12 anos

AP - - - Até 24x remun. Até 4 anos

Obs.: ressarcimento será aplicável sempre que houver “dano efetivo”


A Constituição Federal (CF) dispõe que os responsáveis do sistema de
controle interno devem dar conhecimento, ao Tribunal de Contas (TC), das
irregularidades que tomarem conhecimento, sob pena de responsabilidade
solidária. Assim, como João tomou conhecimento do superfaturamento de
contrato emergencial, mas não deu conhecimento do fato ao TC, ele ficará
sujeito à responsabilidade civil em solidariedade com os responsáveis.
Entretanto, o Ministério Público de Contas, junto ao TCE (MPC), não terá
competência para promover ação por improbidade administrativa. Nesse caso, o
Supremo Tribunal Federal possui tese de repercussão geral reconhecendo que o
MPC somente poderá atuar em processos perante o próprio Tribunal de Contas.
Ademais, a Lei de Improbidade não outorga tal prerrogativa ao Parquet de
Contas. Todavia, caberá ao Tribunal de Contas representar ao Ministério
Público sobre as irregularidades apuradas, para as providências cabíveis.
Quanto à determinação de ressarcimento ao erário em título executivo
extrajudicial, decorrente de decisão do TCE, e de sentença condenatória em
ação por ato de improbidade administrativa, cabe informar que as instâncias
de apuração no Tribunal de Contas e na ação de improbidade são
independentes entre si, permitindo que ocorra a condenação nas duas
instâncias. Entretanto, a Lei de Improbidade assegura que a determinação de
reparação do dano em ação de improbidade deverá deduzir o ressarcimento
ocorrido nas demais instâncias, quanto tiverem por objeto os mesmos fatos.
Portanto, ainda que seja possível a condenação nas duas esferas, a imputação
do dano deverá ser compensada, caso o pagamento do todo ou de parte seja
realizado na outra via.
Por fim, no caso mencionado, João cometeu dois atos de improbidade,
consistindo em ato que lesão ao erário e ato que atenta contra os princípios da
Administração. Nos termos da Lei de Improbidade, ele poderá sofrer, pelo
primeiro fato, entre outras penas, a perda da função pública, a suspensão dos
direitos políticos por até doze anos e multa civil equivalente ao dano.
Tema 6 – Servidores e
direito de greve

Prof. Herbert Almeida


Fundamentação

Considerada a omissão legislativa alegada na espécie, seria o caso de se acolher a


pretensão, tão somente no sentido de que se aplique a Lei 7.783/1989 enquanto a
omissão não for devidamente regulamentada por lei específica para os servidores
públicos civis (CF, art. 37, VII). Em razão dos imperativos da continuidade dos
serviços públicos, contudo, não se pode afastar que, de acordo com as
peculiaridades de cada caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão
legítimo, seja facultado ao tribunal competente impor a observância a regime de
greve mais severo em razão de tratar-se de "serviços ou atividades essenciais", nos
termos do regime fixado pelos arts. 9º a 11 da Lei 7.783/1989. [MI 708, rel. min.
Gilmar Mendes, j. 25-10-2007, P, DJE de 31-10-2008.]
Fundamentação

1 - O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado


aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área
de segurança pública.
2 - É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos
órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do
Código de Processo Civil, para vocalização dos interesses da categoria. (ARE 654432,
julgado em 05/04/2017)
Fundamentação

a) professores: podem gozar do direito de greve, desde que cumpridas as regras


previstas em lei;
b) policiais civis: não podem gozar de direito de greve, nos termos da jurisprudência
do STF;
c) policiais militares: não podem gozar do direito de greve, por expressa vedação
constitucional.
Fundamentação

A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação


decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude
da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em
caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a
greve foi provocada por conduta ilícita do poder público. [RE 693.456, rel. min. Dias
Toffoli, j. 27-10-2016, P, DJE de 19-10-2017, Tema 531.]
Fundamentação

O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos


servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/1988, não gera direito
subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, pronunciar-se de
forma fundamentada acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. [RE
565.089, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 25-9-2019, P, DJE de 28-4-2020, Tema
19]
Fundamentação

O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a


apresentação de projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da
remuneração dos servidores públicos, tampouco para fixar o respectivo índice de
correção. (RE 843112, Tema 624 – julgamento em 22/09/20).
A Constituição Federal assegura, genericamente, o direito de greve aos
servidores públicos civis, que será exercido nos termos e nos limites definidos em
lei específica. Por outro lado, há vedação expressa no texto constitucional sobre
o gozo de greve por militares. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou
entendimento de que os policiais civis e demais servidores da segurança pública
não podem gozar do direito de greve, prevalecendo no caso o interesse público e
social.
Assim, no caso concreto, os professores estaduais poderão gozar do
direito de greve, observando as regras previstas na legislação. Por outro lado, os
policiais militares e os policiais civis não poderão gozar desse mesmo direito, por
expressa vedação constitucional e conforme entendimento do STF,
respectivamente.
Ademais, no caso de greve, o STF entende que o Poder Público deverá
realizar o desconto dos dias de paralisação, exceto se a greve decorrer de
conduta ilícita do Estado, hipótese em que não será cabível o desconto. Com
efeito, admite-se a realização de compensação, desde que haja acordo para isso.
Além disso, no caso dos servidores da segurança pública, como os policiais
civis e militares, o STF entende que é obrigatória a participação do Poder
Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas dessas carreiras, para
negociação dos interesses da categoria.
Ainda na visão do STF, o não encaminhamento de projeto de lei de
revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos não gera direito subjetivo
à indenização, mas o Poder Executivo deverá se pronunciar de forma
fundamentada sobre os motivos do não encaminhamento da proposta de
revisão.
Por fim, o STF também entende que não cabe ao Poder Judiciário
determinar que o Poder Executivo envie projeto de lei para promover a revisão
geral anual dos servidores. Também não cabe ao Judiciário fixar diretamente o
respectivo índice de correção. Isso ocorre porque o Judiciário não goza de
função legislativa, devendo ainda respeitar a competência privativa do Chefe
do Executivo sobre o envio de projeto de lei sobre o tema.
Tema 7 – Relação entre os
controles interno e
externo
Prof. Herbert Almeida
- Discorra sobre as competências dos sistemas de controle externo e interno,
especialmente sobre os art. 71 e 74 da CF
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
Tema 8 – Contratos
administrativos
Prof. Herbert Almeida
Considerando as disposições da Nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), discorra
sobre os seguintes itens:
- Garantia contratual;
- Prazos de vigência dos contratos;
- Reajuste e revisão; e
- Sanções.
Tema 9 – Remuneração

Prof. Herbert Almeida


- Discorrer sobre o teto constitucional remuneratório;
- Requisitos para fixação remuneratório e regras sobre revisão geral anual;
- Explicar se é possível reduzir a remuneração com redução proporcional da jornada de
trabalho para reduzir a despesa com pessoal (não pode, conforme ADI 2238).
Tema 10 – Lei 8.112/1990

Prof. Herbert Almeida


- Explicar as diferenças entre sindicância, processo administrativo disciplinar e processo
administrativo disciplinar em rito sumário;
- Discorrer sobre a jurisprudência do STJ sobre PAD (Súmulas 591, 592, 611, 635, 641 e
650);
- Comentar a sanção aplicável em determinada situação.
Lei 8.112/1990 (STJ)
Súmula 591 - É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente
autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. (SÚMULA 591, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017)

Súmula 592 - O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se
houver demonstração de prejuízo à defesa. (SÚMULA 592, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe
18/09/2017)

Súmula 611 - Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a
instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever
de autotutela imposto à Administração. (SÚMULA 611, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/05/2018, DJe
14/05/2018)
Lei 8.112/1990 (STJ)
Súmula 641 - A portaria de instauração do processo administrativo disciplinar prescinde da exposição
detalhada dos fatos a serem apurados. (SÚMULA 641, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 18/02/2020, DJe
19/02/2020)

Súmula 650 - A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para aplicar ao servidor pena
diversa de demissão quando caraterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei n. 8.112/1990. (SÚMULA
650, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2021, DJe 27/09/2021)

Súmula 635 - Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990 iniciam-se na data em que a
autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma conhecimento do fato,
interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido - sindicância de caráter punitivo ou processo
disciplinar - e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção. (SÚMULA 635,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/06/2019, DJe 17/06/2019)
Tema 11 – Título
executivo TC
Prof. Herbert Almeida
Discorra sobre:
- Natureza da decisão do TC que imputa débito ou multa;
- Competência para execução
- Existência ou não de prescrição
Prescrição ressarcimento
É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de
Contas. (RE 636.886, julgamento em 20/04/20).

[...] a referida ação de execução pode ser proposta tão somente pelo ente público
beneficiário da condenação imposta pelos tribunais de contas. (...) Por conseguinte, é
ausente a legitimidade ativa do Parquet.
[ARE 823.347 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 2-10-2014, P, DJE de 28-10-2014,
Tema 768.]

O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa


aplicada por Tribunal de Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos
causados ao erário municipal.
RE 1.003.433 (Tema 642), julgamento em 15/9/2021.
Tema 12 – Organização
administrativa
Prof. Herbert Almeida
Discorra sobre:
- Criação e extinção de entidades administrativas;
- Jurisprudência sobre criação e extinção de EP, SEM e subsidiárias
2. Para a desestatização de empresa estatal é suficiente a autorização
prevista em lei que veicule programa de desestatização. Precedentes.
4. Autorização legislativa genérica é pautada em princípios e objetivos que
devem ser observados nas diversas fases deliberativas do processo de
desestatização. A atuação do Chefe do Poder Executivo vincula-se aos limites e
condicionantes legais previstos.
Criação e extinção de empresa estatal
▪ Criação: autorização em lei específica
▪ Extinção (ADI 6241, de 8 de fevereiro de 2021):
▪ Regra: pode ser autorizada em lei genérica (diretrizes;
objetivos).
▪ Exceto: se a lei que autorizar a criação exigir a edição de lei
específica.
Criação e extinção de subsidiárias
▪ Criação: autorização legislativa genérica (inclusive na lei que
autorizar a criação da estatal).
▪ Extinção (transferência do controle acionário) (ADI 5.624,
julgamento em 6/6/2019):
▪ Não precisa de autorização legislativa;
▪ Não precisa de licitação.

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