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previdência
Na última semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não incide contribuição
previdenciária sobre o valor do salário-maternidade e de férias gozadas pelo empregado.
Esse entendimento alterou a jurisprudência dominante até então, que considerava o salário-
maternidade e o pagamento de férias gozadas verbas de caráter remuneratório e não
indenizatório, por isso a contribuição previdenciária incidia sobre elas.
Segundo a corte, o salário é conceituado como contraprestação paga ao trabalhador em
razão do seu trabalho. E como o salário-maternidade e o pagamento das férias têm caráter
de indenização, ou seja, de reparação ou compensação, a contribuição da previdência não se
aplica, uma vez que não fazem parte do escopo da remuneração do trabalho efetivamente
prestado pelo trabalhador segurado.
A advogada trabalhista, Daniela Beteto, da TBT Advogados Associados, explica que há
tempo a se debatia sobre as interpretações legais e constitucionais da incidência
previdenciária sobre as contribuições, em especial sobre as verbas que não tinham a
natureza nitidamente remuneratória. “Já se verificava uma tendência nos Tribunais
Superiores a autorizar a redução do cálculo da contribuição previdência, uma das que mais
pesa sobre a carga de impostos dos contribuintes. O Supremo inclusive já havia se
posicionado favorável a não incidência da contribuição sobre um terço das férias”.
Bebeto afirma também que com essa decisão não só serão beneficiados os empregados, mas
também empregadores. “Isso permitirá uma significativa economia de tributos. As
empresas poderão refazer seus planejamentos tributários, excluindo da base de cálculo da
contribuição previdenciária não somente as férias e o salário-maternidade, mas toda a verda
paga ao empregado que não for considerada remuneratória do serviço prestado”, conclui.
Decisão reconsiderada
O ministro Napoleão Nunes Maia Filho reconsiderou a decisão anterior e deu provimento
ao agravo da empresa, para que o recurso especial fosse apreciado pelo STJ. Como forma
de prevenir divergências entre as Turmas de direito público, tendo em vista a relevância do
tema, o julgamento foi afetado à Primeira Seção.
Justificando a necessidade de rediscussão da jurisprudência estabelecida, o relator disse
que, da mesma forma como só se obtém o direito a um benefício previdenciário mediante a
prévia contribuição, a contribuição só se justifica ante a perspectiva da sua retribuição em
forma de benefício.
“Esse foi um dos fundamentos pelos quais se entendeu inconstitucional a cobrança de
contribuição previdenciária sobre inativos e pensionistas”, observou o ministro.
Salário-Maternidade
Por sua vez, o artigo 72 deixa claro que o pagamento do salário maternidade deve
ser compensado pela Previdência Social :
O inciso II, do artigo 131 da Consolidação das Leis do Trabalho também determina
que o salário-maternidade será pago pela Previdência Social:
“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
Tanto isso é assim que quando a Emenda Constitucional 20/98, em seu art. 14,
trouxe uma inovação com relação aos benefícios previdenciários a saber,
restringiu o limite máximo para a concessão de todos os benefícios
previdenciários, dentre eles ao salário-maternidade, a um valor “fixado em
R$1.200,00 (um mil e duzentos reais), o Partido Socialista Brasileiro – PSB propôs
a ADIN 1.946-5, para que o Supremo Tribunal Federal decidisse se o benefício do
salário-maternidade se submeteria ou não ao disposto no referido artigo.