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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE (VERIFICAR QUEM É O JUIZ COMPETENTE PARA A


AÇÃO, CONFORME GUIA DO KIT PREVIDENCIÁRIO.)

  

XXXXXXXXXXXXXX, qualificação completa, vem, por meio de seus


procuradores, perante Vossa Excelência, propor AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE
REVISÃO DE BENEFICIO PREVIDENCIÁRIO em face do INSTITUO
NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), (sugestão: coloque endereço da
agência principal da sua cidade) pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos
que ora passa a expor

DOS FATOS

A Autora requereu o benefício de aposentadoria por


tempo de contribuição nº XXXXXXX, que foi deferido na data XXXXXX,
conforme o processo administrativo anexo.

Entretanto, não foi reconhecida a especialidade de


atividade de técnica de enfermagem e, consequentemente, não foi analisada a
possibilidade de conversão de período especial em período comum em muito
prejudicando a requerente, já que após a Emenda Constitucional 103 de 13 de
novembro de 2019 cada ano a mais reconhecido aumenta em 2% o valor do
benefício.
A seguir, períodos de contrato de trabalho que deveriam
ter sido reconhecidos como sujeitos a agentes nocivos e não o foram:

XXXXX a XXXXX Hospital XXXXX, totalizando 12


anos e 08 meses de atividade especial, que convertidos em período comum somam
15 anos, 02 meses e 09 dias de tempo de contribuição.

Embora no momento do requerimento administrativo o


Autora tenha preenchido todos os requisitos para a concessão de aposentadoria
por tempo de contribuição com conversão de período especial em comum, o
INSS sequer analisou esta modalidade, ainda que apresentados documentos
suficientes na esfera administrativa.

Sendo assim, constatada a desídia do INSS no momento


da concessão do benefício, não resta alternativa senão a propositura da presente
ação com fins de obter justiça!
Dados do benefício:

NB: xxxxxxxxxxxxxx

Espécie: aposentadoria por tempo de contribuição (42)

DER / DIB: xxxxxxxxxxxxxx

DO DIREITO
A Emenda Constitucional nº 103 traz a seguinte
disposição sobre reconhecimento de período especial:

Art. 25. Será assegurada a contagem de tempo de


contribuição fictício no Regime Geral de Previdência Social decorrente de
hipóteses descritas na legislação vigente até a data de entrada em vigor desta
Emenda Constitucional para fins de concessão de aposentadoria, observando-se, a
partir da sua entrada em vigor, o disposto no § 14 do art. 201 da Constituição
Federal.

§ 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em


comum, na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do
Regime Geral de Previdência Social que comprovar tempo de efetivo exercício de
atividade sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde,
cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a
conversão para o tempo cumprido após esta data.

O § 1º do art. 201 da Constituição Federal, na anterior


redação dada pela EC 20 de 1998, determinava a contagem diferenciada dos
períodos em que os segurados desenvolveram atividades especiais. Por
conseguinte, a Lei 8.213/91, regulamentando a previsão constitucional, estabeleceu
a necessidade do desempenho de atividades nocivas durante 15, 20 ou 25 anos para
a concessão da aposentadoria especial, dependendo da profissão e /ou agentes
nocivos, conforme previsto no art. 57 do referido diploma legal.
Frise-se que a comprovação da atividade especial até 28
de abril de 1995 era feita com o enquadramento por atividade profissional
(situação em que havia presunção de submissão a agentes nocivos) ou por agente
nocivo, cuja comprovação demandava preenchimento pela empresa de formulários
SB40 ou DSS-8030, indicando o agente nocivo sob o qual o segurado esteve
submetido.

Já com nova redação do art. 57 da Lei 8.213/91, dada


pela Lei 9.032/95, passou a ser necessária a comprovação da efetiva exposição aos
agentes nocivos, sendo indispensável a apresentação de formulários,
independentemente do tipo de agente especial.

Além disso, a partir do Decreto nº 2.172/97, que


regulamentou as disposições introduzidas no art. 58 da Lei de Benefícios pela
Medida Provisória nº 1.523/96 (convertida na Lei nº 9.528/97), passou-se a exigir a
apresentação de formulário, embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia
técnica.

Certo é que os segurados que desempenharam atividade


considerada especial podem comprovar tal aspecto observando a legislação vigente
à data do labor desenvolvido, como garante a EC 103/2019.

DA PROVA DA ATVIDADE EXERCIDA SOB


AGENTES NOCIVOS
Considerando a evolução a respeito do conjunto
probatório para o reconhecimento das atividades especiais, passa-se à análise da
comprovação dos agentes nocivos presentes nos períodos contributivos requeridos
no presente processo

Período: xxxxxxxxxxxxxx a xxxxxxxxxxxxxx

Empregador: xxxxxxxxxxxxxx

Cargo: Técnico em Enfermagem.

Para a comprovação da especialidade do período em


análise, a Autora apresentou formulário PPP, no qual tanto a profissiografia, como
a atividade laboral e atividade econômica da empresa provam em conjunto, que a
requerente laborava sujeita aos agentes nocivos.

Inclusive o PPP traz a exposição a agentes


infectocontagiosos, inclusive, o CNIS da requerente indica a sigla IEAN 25,
restando claro que o empregador recolheu o tributo previsto no artigo 57§ 6º da lei
8213/1991, e do artigo 22, II da lei 8212/1991, reconhecendo e custeando o devido
reconhecimento de mencionado período como especial.

Vale conferir o PPP

(sugestão de um “print” na tela e cole aqui os pontos


importantes do PPP)

 
Ocorre que, de fato, a Autora laborou em estabelecimento
de saúde, qual seja xxxxxxxxxxxxxx, em contato permanente com pacientes
acometidos de doenças infectocontagiosas, conforme cabalmente comprovado.

Outrossim, no que se refere a utilização de EPI’s não há


comprovante efetivo de entrega regular, higienização e substituição dos
equipamentos de proteção.

De qualquer forma, a jurisprudência do TRF da 4ª Região


possui entendimento consolidado no sentido de que, em se tratando de exposição a
agentes de natureza infectocontagiosa, a utilização de EPI’s não é capaz de elidir o
risco da atividade. Veja-se:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. TEMPO
ESPECIAL. AGENTES BIOLÓGICOS. EPI.
JULGAMENTO PELO STF EM
REPERCUSSÃO GERAL. CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA ESPECIAL.
REQUISITOS CUMPRIDOS. CORREÇÃO
MONETÁRIA E JUROS DE MORA. FASE
DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
DIFERIMENTO. CUSTAS. TUTELA
ESPECÍFICA DO ART. 497 DO CPC/2015. 1.
Comprovada a exposição do segurado a agente
nocivo, na forma exigida pela legislação
previdenciária aplicável à espécie, possível
reconhecer-se a especialidade da atividade
laboral por ele exercida. 2. Em se tratando de
agentes biológicos, para caracterização da
especialidade do labor, a exposição não
precisa ocorrer durante toda a jornada de
trabalho, uma vez que basta o contato de
forma eventual para que haja risco de
contração de doenças. Outrossim, ainda que
ocorra a utilização de EPI, eles não são
capazes de elidir, de forma absoluta, o risco
proveniente do exercício da atividade com
exposição a agentes de natureza infecto-
contagiosa (TRF4, APELREEX 0000682-
83.2017.404.9999, SEXTA TURMA, Relatora
VÂNIA HACK DE ALMEIDA, D.E.
14/06/2017, grifos acrescidos).

Por fim, registra-se que o período de


xxxxxxxxxxxxxx deve ser reconhecido como especial, e convertido em tempo
comum, nos termos da fundamentação.

DA REVISÃO DO BEENFÍCIO CONCEDIDO

Conforme se verifica no processo administrativo do


requerimento do benefício, ao postular administrativamente a concessão de
aposentadoria a Demandante apresentou sua CTPS em que constava o exercício de
atividades com exposição a agentes nocivos à saúde e a integridade física, bem
como o PPP devidamente preenchido.

Dessa forma, desde o momento do requerimento


administrativo do benefício o INSS possuía condições de identificar e avaliar
corretamente a especialidade das atividades desenvolvidas pela Autora,
reconhecendo o tempo de serviço especial e concedendo a aposentadoria mais
vantajosa.

Registre-se que mesmo na hipótese de inexistência de


pedido específico para avaliação da especialidade do segurado, no momento do
requerimento do benefício, os efeitos financeiros retroagirão à DER, salvo se a
atividade exercida tornar absolutamente inviável a consideração prévia da
possibilidade de reconhecimento da especialidade. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO.


REVISÃO DE APOSENTADORIA. EFEITOS
FINANCEIROS. REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. DIREITO JÁ
INCORPORADO AO PATRIMÔNIO.
VIOLAÇÃO AO ART. 1.022 DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. 1. O cerne da controvérsia
gira em torno do termo inicial dos efeitos
financeiros da revisão da aposentadoria, se
deveria dar-se a partir da citação na ação
judicial ou da concessão do benefício. 2. A
jurisprudência do STJ é firme no sentido de
que o termo inicial dos efeitos financeiros da
revisão corresponde à data da concessão do
benefício, uma vez que o deferimento da
ação judicial de revisão representa o
reconhecimento tardio de um direito já
incorporado ao patrimônio jurídico do
segurado. (…) o segurado possui direito à
revisão de seu benefício de aposentadoria
desde o requerimento administrativo, pouco
importando se, naquela ocasião, o feito foi
instruído adequadamente. No entanto, é
relevante o fato de, àquela época, já ter
incorporado ao seu patrimônio jurídico o direito
ao cômputo a maior do tempo de serviço, nos
termos em que fora comprovado posteriormente
em juízo.(…) (AgInt no REsp 1795829/SP, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 27/08/2019, DJe
05/09/2019)

Assim, os efeitos financeiros da revisão devem retroagir à


data da concessão do benefício, pois o direito já estava incorporado ao patrimônio
da segurada na data da concessão do benefício, sendo que o processo
administrativamente foi devidamente instruído, tendo sido apresentado
documentos que evidenciavam o seu direito ao reconhecimento do tempo especial.

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE
CONCILIAÇÃO

Não há interesse na realização de audiência de


conciliação ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a
necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme previsto
no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

PEDIDOS

Do exposto requer: 

1- A não realização de audiência de conciliação e


mediação prevista no art. 334 do CPC/2015;

2- A produção de todos os meios de provas em direito


admitidos, em especial o documental, e a perícia no local de trabalho.

3- Ao final, julgar procedentes os pedidos formulados na


presente ação, condenando o Instituto Nacional do Seguro Social a:

a) Efetuar o reconhecimento do tempo de serviço especial


do período de xxxxxxxxxxxxxx a xxxxxxxxxxxxxx;

b) Revisar o benefício concedido, a contar da dato do


requerimento administrativo (xxxxxxxxxxxxxx), com o pagamento das parcelas
vencidas e vincendas referentes às diferenças que se formarem;

 
Termos em que;

Pede deferimento.

Dá à causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxx.

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