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AO DOUTO JUÍZO FEDERAL DA XX VARA FEDERAL (JUIZADO ESPECIAL

FEDERAL) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE PERNAMBUCO.

PROCESSO Nº XXXXXXXXXXXXXX

EMENTA: TEMPO ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A AGENTES


BIOLÓGICOS. EFICÁCIA LIMITADA DO PPP.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, já devidamente qualificada nos autos


da presente ação, que move em face do INSS, por seus advogados que esta
subscrevem, vem, respeitosamente, perante a honrosa presença de Vossa
Excelência, apresentar

CONTRARRAZÕES

ao Recurso INOMINADO interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL - INSS, pelos fundamentos expostos acima.

Nestes termos,
Pede deferimento.
XXX, XX de XXXXXX de XXXX.

ADVOGADO
OAB
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA 5ª
REGIÃO.

PROCESSO Nº XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
RECORRENTE: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS.
 

CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO

ILUSTRE TURMA,
EMÉRITO JULGADOR.

I – SÍNTESE FÁTICA

Trata-se de demanda que visa à implantação do benefício de aposentadoria


especial, uma vez que o Recorrente já detém o tempo necessário para tanto.

Em sua contestação, o INSS alegou que por desempenhar funções


burocráticas, a autora não faria jus a conversão dos períodos especiais e que o fato de
constar no PPP a informação de que o EPC (equipamento de proteção coletiva) foi
eficaz, afastaria a nocividade dos agentes biológicos.

Diferentemente do alegado pelo INSS e em total consonância com o


entendimento jurisprudencial, o juiz a quo julgou procedente a lide. Vejamos a
avaliação do caso concreto realizada na sentença:

Análise das condições especiais e do tempo serviço/contribuição


O período de 14/04/1992 a 17/07/2018 (DER), concernente à
empresa “Fundação Manoel da Silva Almeida”, deve ser
considerado especial e integra o tempo de serviço nesta
condição, para quaisquer fins, visto que constam dos autos o
formulário próprio (PPP: anexo 10), o qual se mostra idôneo,
segundo as premissas acima estabelecidas (Tópico 2.2 desta
sentença), e provam suficientemente que a demandante
trabalhou sob condições especiais, em virtude da exposição a
agentes “biológicos”, sem que exista informação de que o
equipamento de proteção individual (EPI) era eficaz.

Não obstante, a autarquia ré interpôs recurso inominado alegando que a parte


recorrida não faria jus ao cômputo do tempo como especial dos períodos reconhecidos
na sentença, uma vez que sua função era de assistente social e não de técnica em
enfermagem. Ocorre que, tal entendimento não pode subsistir, conforme se
demonstrará adiante.

II – DA EXPOSIÇÃO DA AUTORA AOS AGENTES BIOLÓGICOS

O PPP constante nos autos, deixa claro que a autora esteve exposta a
agentes nocivos, independentemente da sua formação como assistente social, a
mesma sempre desempenhou suas atividades em ambiente hospitalar estando
exposta desta forma a agentes biológicos, independentemente do cargo que
ocupava. Vejamos:

Cumpre ressaltar que diferentemente do que alega o INSS o PPP acostado aos
autos demonstra que os EPC´s não afastaram a exposição aos agentes nocivos e que
a atividade desempenhada pela autora fazia com que a mesma estivesse exposta a
agentes biológicos. Senão, vejamos:

Visto isso, o entendimento jurisprudencial é no sentido de que, em se tratando


de agentes biológicos, até mesmo quando há a indicação do EPI EFICAZ, deve-
se reconhecer a especialidade do período. Ressaltando-se que no caso concreto
o Recorrido sequer utilizava EPI.
Não obstante, observa-se que a alegação do INSS de que o fato de constar no
PPP a informação de que o EPC era eficaz também não prospera. Ora, se o
empregador não fornecia nem ao menos EPI’s como luvas e máscaras, como pode-se
acreditar que os EPC’s, tais como, sinalizadores, piso antiderrapante e barreiras de
contaminação contra radiação, poderiam ser capazes de elidir os efeitos nocivos dos
agentes biológicos.

Ressalta-se que não há no PPP a informação de fornecimento de EPI na


para combater os agentes biológicos, desta forma, em relação ao EPC, deve-se
analisar se confere proteção adequada que elimine a presença de agente biológico, tal
como cabine de segurança biológica, segregação de materiais e resíduos,
enclausuramento, entre outros, o que não ficou demonstrado no caso em tela.
Salienta-se que não consta nem ao menos o certificado de aprovação dos
possíveis EPC’s e que os mesmos não foram nem ao menos citados no PPP.

Reitere-se que a empresa, ao fornecer a documentação solicitada pelo seu


empregado, tem a responsabilidade civil, criminal, trabalhista e previdenciária com
relação à sua veracidade, pois caso contrário responde pelos ilícitos que cometer.

Ainda que não fosse e tivesse ocorrido alguma falha na emissão da


documentação, tal fato não poderia trazer prejuízo para o obreiro, haja vista
tratar-se de conduta de inteira responsabilidade da empresa e ter sido realizado
requerimento de produção de provas no caso de o magistrado entender que
elas eram insuficientes.

Por evidente que o segurado não pode ser responsabilizado pelas


formalidades no tocante a documentação solicitada para fins de tutela dos seus
direitos perante a esfera previdenciária. Incontestável, nessa linha de
entendimento, o direito da autora de converter o tempo de serviço trabalhado em
condições especiais.

II - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pugna-se pelo improvimento do Recurso Inominado,


mantendo-se a sentença proferida no que toca a argumentação levantada pela
Autarquia Federal, condenando o INSS a pagar honorários advocatícios
sucumbenciais, no percentual de 20% sobre o valor da condenação.

Nestes termos,
Pede deferimento.
XXXXXX, XX de XXXX de XXXX.

ADVOGADO
OAB

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