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2ª FASE OAB – MÓDULO IV – TEORIA EM RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

DISCURSIVAS
Resolução de Questões IV
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RESOLUÇÃO DE QUESTÕES IV

5. (OAB/FGV/XV EXAME) Determinado empregado ajuizou ação trabalhista em face de


seu empregador (empresa de serviço fornecedora de mão de obra na área de limpeza),
logo após haver sido dispensado. Na ação, aduziu que era detentor de estabilidade
decorrente de doença acidentária, supostamente causada pelo trabalho. Para tanto,
juntou aos autos carta de concessão de benefício previdenciário por doença comum,
não produzindo qualquer outra prova. A empregadora ré apenas negou que a doença
era decorrente do trabalho desempenhado. Sobre o caso apresentado, utilizando os ar-
gumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, responda
aos itens a seguir.
a. Indique, sob o aspecto da distribuição do ônus da prova, a quem caberia comprovar
se a doença do empregado decorre ou não do trabalho. (Valor: 0,65)

COMENTÁRIO
Quando se fala em ônus da prova, aplica-se o art. 818 da CLT, que estabelece que é ônus
da prova do reclamante a demonstração de fatos constitutivos do seu direito. O fato cons-
titutivo do direito do autor é aquele que gera o direito do autor. Nesse sentido, o que gera
para o reclamante o direito à estabilidade provisória por doença do trabalho que se alega
ter é que ele demonstre que a doença que ele possui é uma doença causada pelo trabalho.
Legislação específica:

Art. 818, CLT. O ônus da prova incumbe:


I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

O ônus da prova cabe à parte autora, pois trata-se de fato constitutivo de seu direito, nos
termos do art. 818, I, da CLT.
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ANOTAÇÕES

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b. Qual o outro meio de prova passível de utilização no caso em tela? (Valor: 0,60)

COMENTÁRIO
O objeto das provas serve para demonstrar os fatos. Nesse sentido, para que o reclamante
ganhe o que ele deseja, ele deve provar que a sua doença é uma doença relacionada ao
trabalho. Para isso, pode-se recorrer a uma perícia médica (prova pericial médica).
Legislação específica:

Art. 156, CPC. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.

O nexo de causalidade precisa ser demonstrado por meio de prova pericial médica, nos
termos do art. 156 do CPC, segundo o qual: “O juiz será assistido por perito quando a prova
do fato depender de conhecimento técnico ou científico”.

6. (OAB/FGV/XIV EXAME) Sérgio Alcântara moveu ação contra a empresa Delta Promo-
ções e Imagens, da qual foi empregado, pleiteando o pagamento de indenização por
dano moral de R$ 10.000,00 e horas extras. Na sentença, foi deferido o pagamento de
indenização por dano moral de R$ 5.000,00 e as horas extras no quantitativo desejado
na petição inicial.
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Somente a empresa interpôs recurso ordinário, e o TRT da Região manteve a sentença
em todos os seus aspectos. Então, o reclamante interpôs recurso de revista pretenden-
do a majoração da indenização por dano moral para R$ 10.000,00, tal qual desejado
na exordial.
Diante da situação, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
a. Analise a possibilidade de Sérgio interpor recurso de revista no caso apresentado,
justificando. (Valor: 0,65)

COMENTÁRIO
Uma vez que o reclamante não interpôs o recurso ordinário, ele concorda com a sentença.
Nesse sentido, ele não pode aparecer depois no recurso de revista querendo aumentar o
dano moral para o valor de R$ 10.000,00. Para isso, ele deveria ter interposto o recurso
ordinário.
Legislação específica:

Art. 1.000, CPC. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompa-
15m tível com a vontade de recorrer.

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Não é cabível o recurso de revista por parte do reclamante, uma vez que houve aceitação
tácita em relação à sentença, na forma do art. 1.000, do CPC, quando não interpôs o re-
curso ordinário.

b. Caso a empresa opusesse embargos declaratórios contra o acórdão proferido pelo


TRT, informe em que situação, à luz da jurisprudência consolidada, o autor teria de
ser intimado para se manifestar. (Valor: 0,60)

COMENTÁRIO
Em regra, não há manifestação da outra parte nos embargos de declaração, uma vez que
eles são dirigidos ao juiz ou ao tribunal para indicar um erro da parte deles. Entretanto,
caso o juiz ou o tribunal vislumbrem efeito modificativo no julgado, eles devem permitir
manifestação da outra parte, sob pena de nulidade da decisão.
Legislação específica: OJ 142 da SDI-1 DO TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEI-
TO MODIFICATIVO. VISTA PRÉVIA À PARTE CONTRÁRIA. É passível de nulidade deci-
são que acolhe embargos de declaração com efeito modificativo sem que seja concedida
oportunidade de manifestação prévia à parte contrária.
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Art. 897-A. [...]


§ 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude
da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5
(cinco) dias.

O autor teria que ser intimado se nos embargos de declaração houvesse pedido de efeito
modificativo, conforme a OJ n. 142, da SDI-1, do TST e o art. 897-A, § 2º, da CLT.

7. (OAB/FGV/XIII EXAME) Jocimar é auxiliar de laboratório, ganha R$ 2.300,00 mensais e


ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa Recuperação Fármacos Ltda., sua em-
pregadora, requerendo o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade.
Designada perícia pelo juiz, foi constatado pelo expert que no local de trabalho o frio era
excessivo, sem a entrega de equipamento de proteção individual adequado, além de
perigoso, pois Jocimar trabalhava ao lado de um tanque da empresa onde havia grande
quantidade de combustível armazenado.
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Contudo, a empresa impugnou expressamente o laudo pericial, afirmando que o perito
designado era um engenheiro de segurança do Trabalho, e não um médico do trabalho,
como deveria ser. Diante do caso, responda:
a. Analise, de acordo com a CLT, a possibilidade de condenação da empresa nos dois
adicionais desejados, justificando. (Valor: 0,65)

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COMENTÁRIO
Art. 193, CLT. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação
aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.

Na forma do art. 193, § 2º da CLT é impossível o deferimento de ambos os adicionais


cumulativamente. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade ou periculo-
sidade que porventura lhe seja devido.

b. Caso Jocimar postulasse o adicional de insalubridade, alegando que o ruído era


excessivo, analise se seria possível o deferimento do adicional se a perícia constatou
que o único elemento insalubre presente no local era o frio. Justifique. (Valor: 0,60)
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COMENTÁRIO
O juiz pode deferir o adicional de insalubridade por agente diverso do apontado na peti-
ção inicial.
Legislação específica: Súmula n. 293 do TST – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAU-
SA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL – A verificação
mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insa-
lubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
Seria possível, pois o juiz não fica adstrito ao agente agressor indicado pela parte, na forma
da Súmula n. 293 do TST.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Aryanna Linhares.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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