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1. SÍNTESE FÁTICA
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ADVOCACIA
A parte autora compareceu na r. perícia, apresentou toda a documentação que comprovava o
grau de suas patologias e a total incapacidade para o trabalho.
Inconformada, buscou pela tutela do judiciário porquanto a parte autora é portadora das
seguintes doenças:
a) Xxxxxxxx - CID
b) Xxxxxxxx - CID
c) Xxxxxxxxx - CID
Assim, o Requerente está incapacitado para exercer suas atividades habitualmente exercidas,
desde a data da perícia realizada na esfera administrativa.
Nesse sentido Excelência, veja que os documentos juntados na r. perícia administrativa são os
mesmo que foram apresentados aqui, no âmbito judicial.
Xxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxxxxx
Assim, seja por meio da prova material (exames médicos que atestavam a incapacidade do
autor desde a perícia administrativa) ou por meio do laudo médico do perito judicial, todas as provas
apontam para o grave erro na prestação do serviço público pelo perito da autarquia requerida.
Por fim, entre a pericia médica na esfera administrativa e a perícia judicial transcorreram xxx
dias. Durante todo este período, que é um limbo jurídico, pois o autor não recebe salários nem da
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ADVOCACIA
empresa e nem o devido benefício, o autor passou por extrema necessidade financeira para seu
sustento e de sua família – como será provado.
Assim, busca pela justa indenização para coibir ou reduzir atos como este praticados pela
requerida.
A responsabilidade por dano moral consiste na reparação do prejuízo imaterial que afeta o
sentimento da pessoa, causando sensação de derrota, de angústia, o qual não se pode quantificar.
Nos termos do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, o Estado responde
objetivamente por vícios na concessão de benefícios previdenciários, não afastando ainda a aplicação
do artigo 186 do Código Civil, no que lhe for cabível.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
De fato, pertinente referir que na esteira previdenciária, existe uma autêntica aproximação do
administrado com a administração, ou seja, do sujeito de direitos com o prestador do direito. Desta
forma, a relação reveste-se de contornos excepcionais ante a carga alimentar e social que permeia a
causa.
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ADVOCACIA
Destarte, a lição descrita pelo Jurista Fábio Zambitte Ibrahim que o conceitua:
Na verdade, a seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo
Estado e sociedade, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos,
no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalhadores em
geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida.
Nesse plano, valiosíssimos os contornos vertidos a partir do instituto do dano moral nas
relações previdenciárias, que viu neste plano, consolidado o ideário social e protetivo, clamado pela
classe trabalhadora. Assim, a eficiência do serviço público se mostra necessária a fim de
assegurar ao administrado um acesso justo aos instrumentos de proteção.
A teoria jurídica que envolve os diferentes aspectos do dano moral, naturalmente sediados
no Direito Civil, acabou transportando-se para outras áreas, particularmente ao Direito do Trabalho
em que encontrou um habitat florescente, e experimenta particularidades no Direito Previdenciário.
As razões dizem respeito à especificidade das técnicas protetivas da seguridade social ou
instituições correlatas, e a essência diferenciada da aproximação do indivíduo ao Estado,
quando ele objetivo creditar-se nos meios de subsistência.1 (grifou-se).
Dessa forma, em se tratando de uma relação entre segurado e seguradora, sem sombra de
dúvidas os princípios constitucionais da moralidade, legalidade, eficiência, publicidade e
impessoalidade representam o arcabouço diretivo de verificação obrigatória quando da
provocação pelo interessado.
In casu, tais princípios não foram devidamente respeitados pela Previdência Social, haja
vista que, ao manter o segurado aguardando por perícia médica há mais de XX anos, viola
direito básico do mesmo em obter o benefício por incapacidade de que faz jus em tempo
razoável.
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MARTINEZ, Wladimir Novaes. Dano Moral no Direito Previdenciário. 2ª Ed. São Paulo: LTr. 2009. p.65.
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ADVOCACIA
constitucionalmente previsto e de caráter iminentemente alimentar, o que determina a
configuração de abalo moral, já que a lesão afeta seu íntimo, gerando, nesse caso o dever de
indenizar.
Assim leciona CAMPOS (2010), acerca dos vícios e negativas previdenciárias indevidas:
Por essa razão, os vícios e negativas indevidas que impedem que o segurado ou seus
dependentes tenham acesso a benefícios previdenciários os quais teriam direitos, constituem ofensa
a necessidade alimentar, causando reflexos no psicológico do requerente, além de atingir as
necessidades vitais básicas, acarretando, como conseqüência a necessidade de reparar o dano
moral. (grifou-se).
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ADVOCACIA
manifestado entendimento no sentido de que a condenação por dano moral deve ter
como limite o total das parcelas vencidas, acrescidas de doze vincendas, relativas ao
benefício pretendido. 3. Caso em que o valor da causa, somado o montante relativo ao
principal com idêntico valor a título de indenização por danos morais, supera o limite de
sessenta salários mínimos, evidenciando a competência da Vara Federal para o
processamento do feito. (TRF-4 - AG: 50242129420134040000 5024212-
94.2013.404.0000, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 18/12/2013, SEXTA
TURMA, Data de Publicação: D.E. 23/12/2013) (grifou-se).
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ADVOCACIA
Por fim, colaciona-se a inteligência de Celso Antônio Bandeira de Melo2:
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção
ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo
o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade,
conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o
sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço
lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas
que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas esforçadas.
A pretensão exordial vem amparada nos artigos. 186 do código civil, Igualmente tem por base
o artigo 5º, 37, caput e parágrafo 6º, da Constituição Federal;
3. DOS PEDIDOS
1) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, pois a parte Autora não tem
condições de arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
3) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
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MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 12ª Ed. São Paulo: Malheiros. p.748
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ADVOCACIA
Local e Data.
Advogado
OAB/UF
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ADVOCACIA
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE C/C
PEDIDO DE DANOS MORAIS
4. SÍNTESE FÁTICA
Neste ínterim, giza-se que, muito embora não haja negativa formal da Autarquia
Previdenciária no que tange sua incapacidade laborativa, a demora excessiva na realização da perícia
médica, além de um desrespeito com o segurado, por si só, já pode se considerar pretensão resistida
para fins de ingresso junto ao judiciário.
2. Limitações decorrentes da
Não possui condições de desenvolver atividades laborativas.
moléstia
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ADVOCACIA
TRABALHO, que analisará em um único procedimento a somatória das patologias
evidenciadas pelo Requerente.
1. Número XXX.XXX.XXX-X
Afirma o Autor que preenche todos os requisitos que autorizam a concessão do benefício de
auxílio-doença, porquanto, não possui condições para executar atividades laborativas, bem como,
mantém carência e ostenta qualidade de segurado, atinentes à percepção da benesse.
Da Pretensão Resistida:
Isto porque, o Requerente, muito embora tenha intentado pedido administrativo, tendo
protocolizado agendamento de perícia médica, esta nunca ocorreu, visto que, vem sendo ludibriado
pela Autarquia Previdenciária há mais de XX anos, sem jamais ter se submetido à avaliação do
médico perito. Logo, beira o absurdo, condicionar uma pessoa doente à longa espera por perícia que,
em sua maioria, é indeferida pelo órgão previdenciário.
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ADVOCACIA
juízo a um prévio indeferimento administrativo sem que seja fixado um prazo razoável para a
apreciação pelo INSS é negar o próprio direito à tutela jurisdicional tempestiva.
Assim, devido ao lapso temporal descabido para a realização da perícia médica, que se alastra
há XX anos, plenamente cabível o ingresso da presente demanda.
Da Incapacidade Laboral:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXX.
Outrossim, caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a
concessão/conversão em aposentadoria por invalidez, a partir da data de sua efetiva constatação.
Nessa circunstância, importante se faz a análise das situações referentes à majoração de 25% sobre o
valor do benefício, arroladas no anexo I do Regulamento da Previdência Social (decreto nº 3.048/99).
Ainda, na hipótese de restar provado nos autos processuais que as patologias referidas tão
somente geraram limitação profissional à parte Requerente, ou seja, que as sequelas implicam em
redução da capacidade laboral e não propriamente a incapacidade sustentada, postula a concessão de
auxílio-acidente, com base no art. 86 da Lei 8.213/91.
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ADVOCACIA
De mesma banda, cumpre salientar que o Autor preenche todos os demais requisitos
necessários para a concessão do benefício, eis que, de acordo com o extrato do Cadastro Nacional de
Informações Sociais comprova-se que o mesmo verteu número de contribuições superiores a doze
meses, o que permite concluir que mantinha carência e ostentava qualidade de segurado na data da
entrada do requerimento administrativo.
Do Dano Moral:
A responsabilidade por dano moral consiste na reparação do prejuízo imaterial que afeta o
sentimento da pessoa, causando sensação de derrota, de angústia, o qual não se pode quantificar.
Nos termos do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, o Estado responde
objetivamente por vícios na concessão de benefícios previdenciários, não afastando ainda a aplicação
do artigo 186 do Código Civil, no que lhe for cabível.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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ADVOCACIA
segurado ou dependente encontra em situação de hipossuficiência frente ao Instituto de
Previdência.
De fato, pertinente referir que na esteira previdenciária, existe uma autêntica aproximação do
administrado com a administração, ou seja, do sujeito de direitos com o prestador do direito. Desta
forma, a relação reveste-se de contornos excepcionais ante a carga alimentar e social que permeia a
causa.
Destarte, a lição descrita pelo Jurista Fábio Zambitte Ibrahim que o conceitua:
Na verdade, a seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo Estado e
sociedade, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de
estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus
dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida.
Nesse plano, valiosíssimos os contornos vertidos a partir do instituto do dano moral nas
relações previdenciárias, que viu neste plano, consolidado o ideário social e protetivo, clamado pela
classe trabalhadora. Assim, a eficiência do serviço público se mostra necessária a fim de
assegurar ao administrado um acesso justo aos instrumentos de proteção.
A teoria jurídica que envolve os diferentes aspectos do dano moral, naturalmente sediados no Direito
Civil, acabou transportando-se para outras áreas, particularmente ao Direito do Trabalho em que
encontrou um habitat florescente, e experimenta particularidades no Direito Previdenciário. As
razões dizem respeito à especificidade das técnicas protetivas da seguridade social ou
instituições correlatas, e a essência diferenciada da aproximação do indivíduo ao Estado,
quando ele objetivo creditar-se nos meios de subsistência.3 (grifou-se).
Dessa forma, em se tratando de uma relação entre segurado e seguradora, sem sombra de
dúvidas os princípios constitucionais da moralidade, legalidade, eficiência, publicidade e
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MARTINEZ, Wladimir Novaes. Dano Moral no Direito Previdenciário. 2ª Ed. São Paulo: LTr. 2009. p.65.
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impessoalidade representam o arcabouço diretivo de verificação obrigatória quando da
provocação pelo interessado.
In casu, tais princípios não foram devidamente respeitados pela Previdência Social, haja
vista que, ao manter o segurado aguardando por perícia médica há mais de XX anos, viola
direito básico do mesmo em obter o benefício por incapacidade de que faz jus em tempo
razoável.
Assim leciona CAMPOS (2010), acerca dos vícios e negativas previdenciárias indevidas:
Por essa razão, os vícios e negativas indevidas que impedem que o segurado ou seus dependentes
tenham acesso a benefícios previdenciários os quais teriam direitos, constituem ofensa a
necessidade alimentar, causando reflexos no psicológico do requerente, além de atingir as
necessidades vitais básicas, acarretando, como conseqüência a necessidade de reparar o dano
moral. (grifou-se).
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ADVOCACIA
não poderia ser obrigada a laborar mais um ano e oito meses contra sua vontade, ainda que tenha sido
remunerada para tanto. As supostas dificuldades encontradas na tramitação do processo concessório
(progressão funcional, vínculos diversos, dentre outros) estão dentro do campo da previsibilidade
administrativa, não podendo ser erigidas como justificativa para o ineficiente serviço prestado. III -
Não especificou a autora a natureza do dano que diz ter sofrido. No contexto dos autos, deve-se
entender que se trata apenas de danos morais, pois os danos materiais, em casos desta ordem, são
devidos a título de lucros cessantes, os quais não foram alegados e nem provados. IV - O dano moral,
por sua vez, restou bem caracterizado, pois a Autora foi obrigada a trabalhar quando já poderia estar
em gozo de aposentadoria. A longa duração do processo administrativo causou, por certo, muito mais
que mero dissabor, frustrou a expectativa da servidora em usufruir dos benefícios de sua
aposentadoria, dentre os quais o legítimo descanso pelos vinte e cinco anos laborados na docência de
nível médio, atividade que o próprio legislador constituinte reconhece como mais penosa. V -
Considerando as peculiaridades do caso, em que a Autora, professora com proventos de
aposentadoria no valor de R$ 1.722,17, sofreu grande frustração diante da grave falha do serviço da
União, entendo razoável fixar o valor da indenização a título de danos morais no importe de R$
5.000,00 (cinco mil reais), pois referida quantia não pode ser irrisória e nem deve ensejar
enriquecimento sem causa. VI - Apelação parcialmente provida. (BRASIL. Tribunal Regional
Federal da 1ª Região. Apelação Cível 2004.38.00.007323-2/MG. Relator: Desembargador Federal
Antônio Sávio de Oliveira. Data da Decisão: 16.12.08). (grifou-se).
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condenação por dano moral deve ter como limite o total das parcelas vencidas, acrescidas de
doze vincendas, relativas ao benefício pretendido. 3. Caso em que o valor da causa, somado o
montante relativo ao principal com idêntico valor a título de indenização por danos morais, supera o
limite de sessenta salários mínimos, evidenciando a competência da Vara Federal para o
processamento do feito. (TRF-4 - AG: 50242129420134040000 5024212-94.2013.404.0000,
Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 18/12/2013, SEXTA TURMA, Data de Publicação:
D.E. 23/12/2013) (grifou-se).
Na situação fática dos autos, além da expectativa criada pelo Requerente, que
ACOMETIDO DE DOENÇA INCAPACITANTE, aguarda por mais de XX anos para ser avaliado
em perícia médica administrativa e, ainda, dispendeu inúmeras visitas ao posto do INSS de seu
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ADVOCACIA
município sem jamais ter sido atendido em seus anseios , o que ocorrera sob condições
dramáticas e desilusórias, porquanto desprovido de meios de prover seu sustento com
dignidade.
Imagine, Digníssimo, o que fora procedido com o Autor, não se trata apenas de uma
frustação, mas um total desrespeito com princípios, valores e primados constitucionais,
conferindo a este o direito a seara indenizatória que ora requer, cuja ilicitude , sobretudo,
axiológica, produz sérios efeitos.
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao
princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema
de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do
princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores
fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto
porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas esforçadas.
A pretensão exordial vem amparada nos artigos. 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de início
do benefício deverá ser fixada nos termos dos artigos. 43 e 60 do mesmo diploma legal. Igualmente
tem por base o artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal e artigo 186 do Código Civil.
6. Da Tutela de Urgência
O Requerente necessita da concessão do benefício em tela para custear a sua vida, tendo em
vista que não reúne condições de executar atividades laborativas e, conseqüentemente, não pode
patrocinar a própria subsistência.
Assim, após a realização da perícia pertinente ao caso, ficará claro que a parte Autora
preenche todos os requisitos necessários para o deferimento da Antecipação de Tutela, tendo em vista
que o laudo médico fará prova inequívoca quanto à incapacidade laborativa, tornando, assim, todas as
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MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 12ª Ed. São Paulo: Malheiros. p.748
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ADVOCACIA
alegações verossímeis. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do
recebimento do benefício, o Demandante terá seu sustento prejudicado.
7. DOS PEDIDOS
5) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, pois a parte Autora não tem
condições de arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
7) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;
6.1) Subsidiariamente:
6.1.1) Conceder aposentadoria por invalidez e sua majoração de 25% em decorrência da incapacidade
da parte Autora, a partir da data da efetiva constatação da total e permanente incapacidade;
6.1.2) Conceder o benefício de auxilio doença à parte Autora, a partir da data da efetiva constatação
da incapacidade;
6.4) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em
segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.
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ADVOCACIA
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local e Data.
Advogado
OAB/UF
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ADVOCACIA
NOME DA PARTE qualificação completa, vem com o devido respeito perante Vossa Excelência, por
intermédio de seus procuradores infra-assinados, propor
1. SÍNTESE FÁTICA
Buscando informações durante anos acerca da apreciação do pedido, sem lograr qualquer
êxito junto a agência do IPERGS de Cidade-UF, dirigiu-se até Porto Alegre/RS, onde realizou
inúmeros pedidos e protocolos que jamais foram atendidos com o devido zelo pelos funcionários,
conforme documentos anexos (Doc. XX).
Ocorre que, após tentativas incansáveis, o Postulante teve acesso ao processo administrativo
que acreditava ter gerado o indeferimento de seu pedido de pensão por morte, momento em que
deparou-se com o fato de que, na ocasião do requerimento administrativo, muito embora figure como
requerente, a servidora, Sra. XXXXX, encaminhou o pedido tão somente ao filho XXXXX,
motivo pelo qual seu apelo jamais fora apreciado.
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ADVOCACIA
Nesse sentido, o Autor mostra-se irresignado, visto que, aguardou por quase XX anos pelo
retorno de um pedido que jamais fora feito em razão da desídia da servidora do IPERGS do
Município de XXXXXX, bem como, pela posterior decisão desfavorável que não merece
qualquer guarida, haja vista que contraria as normas constitucionais vigentes, motivo pelo qual
ajuíza a presente demanda.
Na ocasião foi atendido pela funcionária, Sra. XXXXXXXXXX que, inicialmente negou-se
a protocolar o requerimento ao Autor, sob o fundamento de que este não faria jus ao benefício,
entregando-lhe formulário específico para o filho menor, XXXXXXX.
Insatisfeito com a situação que ali se apresentava, insistiu com a funcionária de que
gostaria de igualmente protocolar o pedido, deixando a cargo dos responsáveis a sua apreciação,
de forma que a mesma forneceu-lhe outro formulário, que ora se junta, onde o Autor figura como
“Requerente” e o filho como “beneficiário representado”. Note-se:
Após a insistência firmada com a servidora, que negava-se a protocolar seu pedido e o
consequente fornecimento de novo formulário, onde o mesmo visualizava como “Requerente”, o
Demandante acreditou ter obtido sucesso no intento de postular o benefício pretendido.
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ADVOCACIA
Ocorre que, muito embora tenha buscado esclarecimentos sobre o andamento do respectivo
processo, não lhe foram alcançadas informações acerca de seu requerimento administrativo,
isto porque, Excelência, este jamais fora feito em razão do descaso da servidora do IPERGS,
Sra. XXXXXXXX.
Por fim, e comprovando de fato a boa-fé da parte Autora, que piamente acreditava ter
efetuado o requerimento a pensão por morte em XX/XXXX, foi protocolado por ele novo ofício, em
XX/XX/XXXX, onde requer a cartão de negativa da concessão do benefício. Senão, vejamos:
Contudo, após ter acesso ao processo administrativo nº XXXXXXX, bem como, ter oficiado
o IPERGS sobre a necessidade de negativa de concessão, o Autor fora informado que o protocolo
teria acastelado tão somente seu filho, XXXXXXX, estando incluído ao processo administrativo,
inclusive, manuscrito feito pela Servidora XXXXXX, onde a mesma ressalta que estaria
encaminhando pedido de pensão por morte, tão somente ao filho da falecida.
COLACIONAR MANUSCRITO.
Nesta senda, somente após tais esclarecimentos, o Autor veio a saber que quando dignou-se
a efetuar o requerimento administrativo de pensão por morte à ele e ao filho, a funcionária do
IPERGS, mesmo diante de sua insistência, não protocolou seu pedido, que por conseguinte, não
fora apreciado.
Desta forma, é indispensável que todos os atos administrativos realizados neste contexto,
sejam concretizados de forma a melhor atender o segurado ou seus dependentes. Logo, o ato de
protocolo/concessão do benefício previdenciário não pode ser eivado de discricionariedade por
parte do servidor do Instituto de Previdência, competindo a este tão somente averiguar se estão
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Justen Filho (2009, p. 236).
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ADVOCACIA
preenchidos os requisitos atinentes à benesse pretendida e informar o requerente de seu direito, mas
jamais negar-se levar a apreciação a pretensão do mesmo.
Na hipótese, ainda que o pedido do Demandante não estivesse munido dos documentos
necessários ou não tivesse amparo legal à eventual concessão do benefício, é vedado à
Administração Pública deixar de apreciar qualquer petição que lhe seja endereçada, quanto
mais recusar-se a protocolar o pedido, sob tais alegações.
Outrossim, muito além de ser privado de seu direito constitucional, o Requerente ainda
foi ludibriado pela agente do IPERGS, o fazendo crer por quase XX anos que seu pedido seria
levado a apreciação!!!
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ADVOCACIA
De toda sorte, diante de todas as provas angariadas que acastelam e tornam cristalino o fato
de que, na data de XX/XX/XXXX o Demandante, de fato intentou o Requerimento de pensão por
morte, bem como, acreditou ter efetuado o protocolo de sua pretensão, agindo desde então com pura
boa-fé e, diga-se, até inocência, crendo que, durante quase cinco anos seu pedido vinha sendo
apreciado pelo IPERGS, imperioso se faz o reconhecimento do requerimento administrativo
àquela data.
Não obstante entender que faria jus a benesse, o Demandante teve seu direito negado pelo
Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, forte a seguinte alegação:
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ADVOCACIA
A lei previdenciária aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte
deve ser aquela vigente na data do óbito do segurado, nos termos da Súmula
340 do STJ.
Neste diapasão, o Autor teve seu pedido negado em razão de que à época do falecimento de
sua esposa, Sra. Zaida, a lei vigente não amparava o esposo como dependente para fins de pensão,
bem como, as alterações sofridas pela vigência de nova norma, igualmente não ampara o
Demandante, visto que, não se enquadra nos preceitos traçados pela mesma.
A lei 13.889/11 requer, para fins de concessão de pensão por morte ao viúvo de servidora
pública, conforme disposto no seu artigo 9º, a satisfação de 2 critérios: a invalidez do marido e
comprovada dependência econômica.
Giza-se ainda que, antes de sua entrada em vigor, forte a Lei 7.672/82, o viúvo sequer era
considerado dependente para tais fins.
Desta forma, feitas as pertinentes ponderações iniciais, a grande controvérsia gira em torno
da não invalidez do Autor, bem como da condição de dependência econômica do Demandante em
relação a sua falecida esposa e; não só no que toca à possibilidade de exigência de tal condição, como
também no que concerne ao ônus da prova.
Quanto à existência do vínculo marital à data do falecimento, não pairam quaisquer dúvidas,
dada a certidão de casamento acostada aos autos (Doc. XX).
Vale dizer: enquanto a Instituição Previdenciária defende, com fulcro em uma legislação
retrógrada, que devam se conjugar ambos os requisitos (da condição de invalidez e da prova
inequívoca da dependência econômica), defende-se aqui, à luz da mais recente jurisprudência
pacificada no STF, que tais exigências são evidentemente INCONSTITUCIONAIS.
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ADVOCACIA
morte de sua esposa, e a posterior negativa do IPERGS em conceder-lhe a pensão devida, o
Demandante viu-se em situação econômica que ameaça sua subsistência e qualidade de vida.
Diante desse absurdo jurídico, que ainda teima em persistir, mesmo que pontualmente,
em nosso ordenamento, resta evidente a necessidade de extirpar, de uma vez por todas, toda e
qualquer forma de discriminação de gênero injustificada, em respeito a princípio basilar que rege
nossa Carta Política de 1988, qual seja: a igualdade entre homens e mulheres.
A lei estadual que rege o caso dos autos (Lei 7.672/82, alterada pela Lei 7.716/82) considera
o viúvo dependente previdenciário de segurada servidora pública, somente se inválido e desde que
comprove a efetiva dependência econômica:
(...)
Ora, Excelência, não bastasse a exigência de ser o marido sobrevivente inválido e dependente
econômico de fato da renda que auferia sua falecida esposa a legislação sub examine vai ao extremo
da discriminação de gênero, exigindo, ainda um critério objetivo para a implementação da condição
de “marido dependente”, qual seja, o de auferir renda inferior ao salário mínimo. Isso implica em um
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ADVOCACIA
tratamento extremamente desigual entre cônjuge homem e mulher. Ao passo que esta disfruta do
direito ao benefício ipso facto, aquele deve ser inválido e, mais do que isso, perceber renda inferior
ao minimante exigido para manter-se vivo!
Com efeito, o art. 5°, I, da Constituição Federal estabelece igualdade entre homens e
mulheres, sem distinção de qualquer espécie, princípio que orienta todas as relações familiares.
Esse entendimento está sedimentado em nosso pacto político fundamental, desde a Carta de 1988,
como se pode depreender do próprio teor do texto constitucional:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
Não somente isso, o entendimento em questão, fere o pacto de São José da Costa Rica
(Convenção Americana Sobre os Direitos Humanos), do qual o Brasil é Signatário, tendo-o
inserido em seu ordenamento Jurídico através do Decreto Legislativo nº 678 de 06 de novembro de
1992, o que o faz ter força de Lei Complementar (Acima da Lei Federal e abaixo da Constituição,
logo, acima da Legislação Estadual em discussão).
O artigo 17 do Pacto de São José da Costa Rica, que dispõe sobre a PROTEÇÃO À
FAMILIA, em seu inciso IV, versa:
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ADVOCACIA
Todas as pessoas são iguais perante a lei. POR CONSEGUINTE, TÊM
DIREITO, SEM DISCRIMINAÇÃO ALGUMA, À IGUAL PROTEÇÃO
DA LEI.
Não só nossa Norma Fundamental e o referido Pacto, mas também o próprio Código Civil
brasileiro, ao tratar das normas atinentes à família, estabelece iguais direitos e obrigações dentro do
matrimônio, devendo, homem e mulher, mútua assistência, tanto material como moral (art. 1.566,
III); além disso, a ambos cumpre não só o auxílio recíproco, como prover o sustento, a guarda e a
educação da prole (art. 1588, IV)
Dessa igualdade absoluta entre homem e mulher dentro do matrimônio, conquista da evolução
natural do nosso ordenamento jurídico-constitucional, advém relação de mútua dependência, de
interdependência entre os cônjuges e, por consequência lógica, a interdependência
previdenciária. Dado que são iguais, ambos recíprocos provedores, a falta de um importa no
pensionamento ao outro, sem distinção de sexo. Não é diverso o que dispõe o art. 201 da
Constituição Federal:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
(...)
Dito isso, vale lembrar, ainda, que a mulher funcionária pública é tão segurada do sistema
previdenciário estadual quanto o servidor homem, pois arca com o custeio na mesmíssima
proporção de sua remuneração.
Tudo que foi exposto acima, Excelência, está em perfeita consonância com o mais recente
entendimento do Supremo Tribunal Federal no tocante à matéria, como se pode depreender do
julgamento do Recurso Extraordinário 385.397-0:
28
ADVOCACIA
artigo 195, § 5º - exigência de fonte de custeio para a instituição de benefício
-, quanto o do art. 201, V - inclusão automática do cônjuge, seja homem ou
mulher, como beneficiário de pensão por morte.
29
ADVOCACIA
452615/MG; Relator: Min. Menezes Direito; Julgamento: 13/5/2008; Órgão
Julgador: Primeira Turma; Publicação: DJ 117).
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PENSÃO.
EXTENSÃO. CÔNJUGE VARÃO. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE
n. 385.397-AgR, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6.9.07, decidiu que
viola o princípio da isonomia lei que exige do marido, para fins de recebimento de
pensão por morte da mulher, a comprovação da condição de invalidez. Agravo
regimental a que se nega provimento.” (RE-AgR 547304/MA; Relator: Min. Eros
Grau; Julgamento: 12/8/2008; Órgão Julgador: Segunda Turma; Publicação: DJ
162).
Seguindo o novo posicionamento adotado pelo STF, também o nosso Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul tem se manifestado no sentido de reconhecer a igualdade:
30
ADVOCACIA
CUSTEIO OU LEI ESPECÍFICA QUE PREVISSE SUA INCLUSÃO. III -
CONFORME ENTENDIMENTO PACIFICADO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, O ART. 40 § 7º DA CF É AUTO-APLICÁVEL, PRESCINDINDO
DE QUALQUER MEDIAÇÃO LEGISLATIVA A DETERMINAÇÃO QUE
ESTIPULA O PAGAMENTO INTEGRAL DA PENSÃO. IV - FONTE DE
CUSTEIO: INAPLICÁVEL, À ESPÉCIE, O DISPOSTO NO ART. 195, § 5º DA
CARTA MAGNA. V - VANTAGENS PESSOAIS: O ART. 37, XI DA CF,
APENAS ESTABELECE UM TETO DE REMUNERAÇÃO, NÃO
AFASTANDO A INCIDÊNCIA DAS VANTAGENS PESSOAIS NO CÁLCULO
DA PENSÃO.
VI - A correção monetária, por ser menos um plus que se adita, mas um minus que se
evita, é de ser contada desde o tempo em que cada uma das parcelas se tornou devida,
pena de consagrar o enriquecimento em causa. VII - Os juros são devidos à taxa de
6% ao ano, da citação, nos termos do art.1º, F da lei 9.494/97, introduzido pela Medida
Provisória nº 2.180-35. Apelo provido. Unânime. (TJRS, AC 70035138312, rel. Des.
Genaro José Baroni Borges, Vigésima Primeira Câmara Cível, j. em 19/05/2010)
(grifou-se).
31
ADVOCACIA
arrazoar o recurso. Há possibilidade de o Relator realizar julgamento singular,
proferindo decisão monocrática para dar provimento liminar a recurso, com amparo no
art. 557, § 1º-A, do CPC, ressalvada a possibilidade de interposição de agravo perante
o Colegiado. "Quanto ao art. 557 do CPC, na linha do entendimento desta Corte, é
constitucionalmente legítima a, "atribuição conferida ao Relator para arquivar, negar
seguimento a pedido ou recurso e dar provimento a este desde que, mediante recurso,
possam as decisões ser submetidas ao controle do Colegiado." (RE 545407 AgR / PI)
Entendimento do STF. PREVIDÊNCIA PÚBLICA. IPERGS. CÔNJUGE VARÃO
SUPÉRSTITE. PENSÃO POR MORTE DE SERVIDORA PÚBLICA
ESTADUAL. CABIMENTO. PRINCÍPIO DA IGUALDADE. COMPROVAÇÃO
DE INVALIDEZ E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. DESNECESSIDADE. IPE-
SAÚDE. TUTELA ANTECIPADA. CABIMENTO. O cônjuge varão supérstite
detém direito à inclusão do junto à autarquia previdenciária para todos os efeitos
legais, inclusive para percepção de pensão por morte. Aplicação do princípio da
igualdade, assegurado pelo art. 5º, I, da CF, do cônjuge masculino não mais se
exigindo invalidez, tampouco dependência econômica. Orientação do STF.
Precedentes do TJRGS. Presentes os requisitos do art.273 do CPC, deve ser deferida a
tutela antecipada. Detendo o marido de ex-servidora estadual falecida direito à
inclusão junto à autarquia previdenciária para todos os efeitos legais, inclusive para
percepção de pensão por morte, pode aderir como segurado facultativo ao IPE-
SAÚDE, não mais como dependente, mas como pensionista, cumpridos os demais
requisitos legais para tanto. Lei Estadual nº 12.134/04. Agravo de instrumento provido
liminarmente. (Agravo de Instrumento Nº 70051167609, Vigésima Segunda Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, Julgado em
25/09/2012) (grifou-se).
(TJRS, AI 70037094760, rel. Des. Maria Isabel de Azevedo Souza, Vigésima Segunda
Câmara Cível, j. em 24/06/2010) (grifou-se).
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ADVOCACIA
Trecho do voto: “Afronta, pois, o princípio da isonomia exigir, como exige a lei 7.672/82,
comprovada a dependência econômica do homem para fazer jus ao benefício por morte da mulher
segurada”.
33
ADVOCACIA
Ainda, depois de transcorrido um grande lapso temporal com essa visível falha na lei sendo
suprida pelo Poder Judiciário, o Poder Legislativo editou no final de 2011, a Lei Estadual nº 13.889.
Tal Lei incluiu o inciso VI, no artigo 9º, que dispõe que o marido ou companheiro de servidora
pública que seja segurada, é considerado dependente, “uma vez comprovada a dependência na forma
desta lei”. O legislador optou por retirar o requisito “invalidez”, porém, ainda ocorrerão litígios,
tendo em vista que o inciso I, ainda mantém a “esposa” como sendo presumidamente dependente,
mantendo ainda, uma desigualdade entre os gêneros.
Conforme alude o art. 273 do Código de Processo Civil, é cabível a antecipação dos efeitos
da tutela pretendida quando estiverem satisfeitos o periculum in mora e a verossimilhança das
alegações exordiais.
No presente caso, a verossimilhança das alegações já está configurada, eis que, por todo o
exposto, notória a dependência do Autor para com sua falecida esposa, sendo fatídico que eles
nutriram um matrimônio convencional, no qual existe interdependência econômica, para o custeio de
suas necessidades básicas.
Por tais razões, resta necessário o gozo do benefício ora pretendido, exatamente porque o
Postulante se encontra em estado de drástica redução de sua capacidade econômica.
Do Dano Moral:
A responsabilidade por dano moral consiste na reparação do prejuízo imaterial que afeta o
sentimento da pessoa, causando sensação de derrota, de angústia, o qual não se pode quantificar.
34
ADVOCACIA
Nos termos do artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, o Estado responde
objetivamente por vícios na concessão de benefícios previdenciários, não afastando ainda a aplicação
do artigo 182 do Código Civil, no que lhe for cabível.
De fato, pertinente referir que na esteira previdenciária, existe uma autêntica aproximação
do administrado com a administração, ou seja, do sujeito de direitos com o prestador do direito. Desta
forma, a relação reveste-se de contornos excepcionais ante a carga alimentar e social que permeia a
causa.
Destarte, a lição descrita pelo Jurista Fábio Zambitte Ibrahim que o conceitua:
Nesse plano, valiosíssimos os contornos vertidos a partir do instituto do dano moral nas
relações previdenciárias, que viu neste plano, consolidado o ideário social e protetivo, clamado pela
classe trabalhadora. Assim, a eficiência do serviço público se mostra necessária a fim de
assegurar ao administrado um acesso justo aos instrumentos de proteção.
6
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Dano Moral no Direito Previdenciário. 2ª Ed. São Paulo: LTr. 2009. p.65.
35
ADVOCACIA
Dessa forma, em se tratando de uma relação entre segurado e seguradora, sem sombra de
dúvidas os princípios constitucionais da moralidade, legalidade, eficiência, publicidade e
impessoalidade representam o arcabouço diretivo de verificação obrigatória quando da
provocação pelo interessado.
In casu, tais princípios não foram devidamente respeitados pela Previdência Estadual,
haja vista que, além de não ter seu pedido protocolizado , o Demandante esperou por quase XX
anos para ter acesso à “negativa” de seu pedido, melhor dizendo, para ser informado de que seu
requerimento jamais teria sido atendido por desídia da agente, Sra. XXXXXXX.
Por oportuno, como bem observado pelo douto juízo monocrático, “a recusa verbal dos
servidores do INSS é, infelizmente, prática comum e notória que independe de prova”, não
procedendo, pois, as preliminares suscitadas pela autoridade impetrada.
36
ADVOCACIA
Note-se que, esta foi exatamente a atitude praticada pela funcionária do IPERGS, Sra.
XXXXXX, que, em primeiro, negou-se a protocolizar o pedido do Demandante e em um segundo
momento, o ludibriou, fazendo acreditar por quase cinco anos que seu pedido teria sido encaminhado
à apreciação, o que beira verdadeiro absurdo e desrespeito com o mesmo!
Deste modo, o vício detectado no processo administrativo nº XXXXXX, que veio a impedir
indevidamente o Demandante de exercer seu direito constitucional, bem como, por ventura acessar
posteriormente o benefício que entendia devido constitui ofensa a efetivação de um direito
fundamental, qual seja à obtenção ao benefício previdenciário.
Ora, Excelência! Foram aproximados XX anos esperando por uma resposta que jamais
teria, isto porque, a funcionária pública deliberou previamente pela inexistência de direito – função
que não lhe competia, além de enganar o Autor com um “falso requerimento”.
Assim leciona CAMPOS (2010), acerca dos vícios e negativas previdenciárias indevidas:
Por essa razão, os vícios e negativas indevidas que impedem que o segurado ou seus
dependentes tenham acesso a benefícios previdenciários os quais teriam direitos,
constituem ofensa a necessidade alimentar, causando reflexos no psicológico do
requerente, além de atingir as necessidades vitais básicas, acarretando, como
conseqüência a necessidade de reparar o dano moral. (grifou-se).
37
ADVOCACIA
entender que se trata apenas de danos morais, pois os danos materiais, em
casos desta ordem, são devidos a título de lucros cessantes, os quais não
foram alegados e nem provados. IV - O dano moral, por sua vez, restou bem
caracterizado, pois a Autora foi obrigada a trabalhar quando já poderia estar
em gozo de aposentadoria. A longa duração do processo administrativo
causou, por certo, muito mais que mero dissabor, frustrou a expectativa da
servidora em usufruir dos benefícios de sua aposentadoria, dentre os quais o
legítimo descanso pelos vinte e cinco anos laborados na docência de nível
médio, atividade que o próprio legislador constituinte reconhece como mais
penosa. V - Considerando as peculiaridades do caso, em que a Autora,
professora com proventos de aposentadoria no valor de R$ 1.722,17, sofreu
grande frustração diante da grave falha do serviço da União, entendo razoável
fixar o valor da indenização a título de danos morais no importe de R$
5.000,00 (cinco mil reais), pois referida quantia não pode ser irrisória e nem
deve ensejar enriquecimento sem causa. VI - Apelação parcialmente provida.
(BRASIL. Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Apelação Cível
2004.38.00.007323-2/MG. Relator: Desembargador Federal Antônio Sávio de
Oliveira. Data da Decisão: 16.12.08). (grifou-se).
38
ADVOCACIA
benefício pretendido. 3. Caso em que o valor da causa, somado o montante
relativo ao principal com idêntico valor a título de indenização por danos
morais, supera o limite de sessenta salários mínimos, evidenciando a
competência da Vara Federal para o processamento do feito. (TRF-4 - AG:
50242129420134040000 5024212-94.2013.404.0000, Relator: CELSO
KIPPER, Data de Julgamento: 18/12/2013, SEXTA TURMA, Data de
Publicação: D.E. 23/12/2013) (grifou-se).
Na situação fática dos autos, além da expectativa criada pelo Requerente, que acreditava
ter protocolizado o pedido de benefício, bem como em seu direito a percepção, seja pela via
administrativa ou judicial, que somente após longos anos de espera teve um desfeche, este ainda,
dispendeu inúmeras visitas ao posto do IPERGS de seu município, bem como, realizou viagens
à Sede do Instituto, na capital Porto Alegre/RS, sem jamais ter sido atendido em seus anseios , o
que ocorrera, ainda, sob condições dramáticas e desilusórias, ao ser informado que em nenhum
momento fora protocolizado seu requerimento administrativo.
Imagine, Digníssimo, o que fora procedido com o Autor, não se trata apenas de uma
frustação, mas um total desrespeito com princípios, valores e primados constitucionais,
conferindo a este o direito a seara indenizatória que ora requer, cuja ilicitude , sobretudo,
axiológica, produz sérios efeitos.
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer.
A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico
7
MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 12ª Ed. São Paulo: Malheiros. p.748
39
ADVOCACIA
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do
princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema,
subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu
arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque, com ofendê-
lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas esforçadas.
3. DOS PEDIDOS
a) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, haja vista que o Autor não possui
meios de arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento;
b) O recebimento e o deferimento da presente petição inicial, tão como a concessão, in limine
litis, da antecipação dos efeitos da tutela, sendo deferida provisoriamente a pensão pretendida ao
Demandante.
c) A citação do Réu para que, querendo, apresente defesa no prazo legal;
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente a documental, o
depoimento pessoal e a testemunhal;
e) A condenação do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul à concessão
da pensão por morte ao Autor, em decorrência do falecimento da servidora aposentada, Sra.
XXXXXXXXXXX, pagando:
e.3) a devida indenização por danos morais em razão do erro administrativo ocorrido em
razão da não protocolização do requerimento administrativo, bem como, pela demora do
esclarecimento pelo agente estatal, a ser arbitrada no valor de R$ XXXXXX;
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Advogado
40
ADVOCACIA
OAB/UF
JURISPRUDENCIAS
41
ADVOCACIA
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. DEMORA NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. ERRO PERICIAL MÉDICO DA AUTARQUIA. DANO MORAL.
OCORRÊNCIA. 1. Para a caracterização da responsabilidade objetiva do agente público, ensejadora
da indenização por dano moral, é essencial a ocorrência de três fatores: o dano, a ação do agente e o
nexo causal. 2. In casu, o cerne da questão está no saber se a delonga no pagamento de benefício
previdenciário ao autor ensejaria ou não dano moral passível de indenização. 3. Neste aspecto, o
ponto crucial não ocorreu apenas por ocasião da demora na implantação do benefício de
aposentadoria por invalidez, após a decisão judicial processo nº 1000/2000, da 1ª Vara da Comarca
de Estrela D'Oeste, quando o INSS alega toda a gama de dificuldades técnicas e sobrecarga de
serviço que teriam impedido o pronto atendimento da determinação daquele Juízo, mas em momento
anterior, por ocasião da revogação do outrora concedido benefício de auxílio doença, em face do
laudo médico pericial atestando a capacidade laboral do requerente, a partir de 24/8/2000. 4. Isso
porque, houve posterior reconsideração, pelo mesmo médico do INSS, em laudo pericial elaborado
para instrução do processo judicial de concessão de benefício previdenciário, reconhecendo a
incapacidade laboral total do autor, desde a data de seu primeiro auxílio doença junto ao INSS. 5. Se
o ato do agente administrativo consistente no erro de diagnóstico e alta médica indevida não tivesse
ocorrido, o benefício não seria cancelado e o autor não passaria pelos inúmeros dissabores aos quais
foi submetido, configurando-se a falha na prestação do serviço público, causadora dos danos morais
narrados nos presentes autos. 6. Tais danos, corroborados nas oitivas testemunhais e documentos
acostados aos autos, ficaram evidenciados nos transtornos sofridos pelo autor ao enfrentar,
desnecessariamente, toda a sequência de privações, no período em que ficou sem receber o benefício
previdenciário a que fazia jus, em situação específica que suplantou os atrasos justificáveis
decorrentes da burocracia de sua implantação, sofrendo situações humilhantes de necessidade e
inadimplência que macularam o seu nome e crédito, fatos estes que poderiam ter sido evitados, caso
não tivesse ocorrido o erro no procedimento da autarquia previdenciária. 7. Configurada, assim, a
ocorrência do dano, da ação do agente e o nexo causal, resta a apuração do quantum indenizatório. 8.
A fixação da indenização por danos morais deve objetivar a justa reparação do prejuízo, observando:
a condição social e viabilidade econômica do ofensor e do ofendido, a proporcionalidade à ofensa,
conforme o grau de culpa e a gravidade do dano, não podendo implicar em enriquecimento ilícito,
nem valor irrisório. 9. Diante das peculiaridades do presente caso, entendo correto o quantum fixado
pelo r. Juízo a quo, tratando-se de valor adequado à finalidade de reprimir a prática da conduta
danosa, não caracterizando valor irrisório, nem abusivo, a ponto de ensejar enriquecimento ilícito do
autor. 10. O montante arbitrado encontra-se em conformidade com os precedentes jurisprudenciais
pátrios, considerando a gravidade moderada da situação ocorrida, uma vez que os danos percebidos
atingiram mais intensamente a esfera pessoal do autor no aspecto patrimonial, em período
aproximado de seis meses, não tendo, felizmente, alcançado, como em casos muito mais graves,
perdas irreparáveis ou situações irreversíveis que atingem a integridade física ou a própria existência
da vida. Precedente jurisprudencial. 11. Mantida a atualização monetária fixada na r. sentença, à
míngua de impugnação. 12. Apelações improvidas. (TRF-3 - AC: 9274 SP 0009274-
37.2003.4.03.9999, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA, Data
de Julgamento: 05/07/2012, SEXTA TURMA).
2. TRF 1º Região:
42
ADVOCACIA
2. Na Apelação Cível nº 2004.38.00.007323-2/MG os julgadores consideraram que a conduta do
INSS de suspender o pagamento do auxílio-doença do segurado, quando ele ainda se encontrava
incapacitado para o trabalho, ocasionou-lhe constrangimentos e sofrimentos caracterizadores do
dano moral e, por conseguinte, do direito à indenização.
3. Turma Recursal goiana aplica dano moral ao INSS pelo retardo na implantação do benefício
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Estado de Goiás
TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
RECURSO JEF nº: 0042413-58.2008.4.01.3500
OBJETO : INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - RESPONSABILIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO - DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DO DIREITO
PÚBLICO
CLASSE : RECURSO INOMINADO
RELATOR : ROBERTO CARLOS DE OLIVEIRA
RECTE : OSMARA RODRIGUES DE MOURA
ADVOGADO : GO00018579 - DELZIRA SANTOS MENEZES
RECDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
ADVOGADO : GO00005457 - CLAUD WAGNER GONCALVES DIAS
EMENTA
CIVIL. DESCUMPRIMENTO DE ACORDO. DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO.
POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
I RELATÓRIO
II – VOTO
43
ADVOCACIA
Com razão a recorrente. Apesar de pedir na inicial o cumprimento do acordo homologado em juízo,
sob pena de fixação de multa diária por atraso, postulou, também, indenização pelos danos materiais
na importância de R$ 8.300,00(oito mil e trezentos reais), relativo aos meses em que ficou sem
receber a importância referente ao seu benefício após a homologação do acordo nos autos
2007.35.00.905512-6 e indenização pelos danos morais sofridos face ao sentimento de impotência e
humilhação; no valor a ser arbitrado na sentença. Assim, incabível apenas o pedido de cumprimento
do acordo, que como acentuado na sentença, deveria ser postulado nos próprios autos onde ocorreu a
transação. Estando a causa madura (art. 515, § 3º, do CPC) passo a apreciar o pedido de indenização
por danos materiais e morais.
Em 16/08/2007 foi homologado acordo para implantação do beneficio no prazo de 60 dias, sendo que
a parte autora alega que após mais de 10 meses a autarquia não cumpriu a obrigação, mesmo diante
de três
intimações para cumprir a obrigação de fazer.
Tamanha demora não se justifica, uma vez que em nenhum momento o INSS,que sequer contestou a
presente ação, indicou ausência de documentos ou qualquer fato imputável à parte autora.
44
ADVOCACIA
Oliveira, Rel. Acórdão Juiz Federal Vallisney De Souza Oliveira, Quinta Turma, DJ de 16/02/2006,
p.97), como também em valores próximos de R$1.000,00 (mil) para atos de menor grau ofensivo
(AC 2000.01.00.039132-0/MG; Rel. Des. Federal Selene Maria de Almeida, Quinta Turma, DJ de
29/06/2006, p.72).
Diante das peculiaridades verificadas, levando-se em consideração as
condições da vítima e os fatos narrados na petição inicial, fixo a
indenização por danos morais em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por
entendê-la justa, razoável e equânime, funcionando em caráter sancionador e, ao mesmo tempo,
descaracterizando o enriquecimento sem causa da vítima.
Não procede, todavia, o pedido de pagamento de indenização por danos materiais, consistente no
período em que a autora não recebeu os vencimentos, uma vez que tal ato decorre naturalmente da
implantação do benefício, sendo presumível que a autora já recebeu tais valores.
Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para julgar procedente o pedido de
indenização por danos morais, cujo montante fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com acréscimo
de correção monetária desde a presente data, e juros de mora desde a citação.
Oficie-se à corregedoria do INSS visando apuração das responsabilidades pelo atraso na implantação
do benefício e com vista a eventual ação de regresso. Sem condenação em honorários advocatícios
(art. 55 da Lei 9099/95).É como voto.
ACÓRDÃO
“Cuida-se de ação previdenciária ajuizada por MARIO LUIZ DA SILVA, qualificado na inicial,
contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, também identificado. Narrou que
exercia a função de motorista de caminhão quando sofreu acidente de trabalho em 1986, do qual
restaram sequelas. Afirmou que lhe foi concedido o benefício de auxílio-doença acidentário, o qual
foi cancelado em 1992. Alegou que faz jus ao restabelecimento do benefício. Postulou o
restabelecimento do benefício de auxílio-doença acidentário, com a condenação do réu ao
pagamento das parcelas vencidas desde a cessação do benefício e, caso constatada a incapacidade
total e permanente, seja o benefício convertido em aposentadoria por invalidez com acréscimo de
25%, caso necessite de auxílio de terceira pessoa. Modo sucessivo, pediu a concessão do benefício
45
ADVOCACIA
do auxílio-acidente, com o pagamento das parcelas vencidas desde a cessação do auxílio-doença ou,
ainda, a conversão do pedido de auxílio-doença datado em 14/07/2006 em amparo assistencial,
condenando o réu a conceder este benefício desde 14/04/2007. Requereu a condenação do réu ao
pagamento de indenização por dano moral. Pugnou pela concessão do benefício da AJG. Juntou
documentos (fls. 16/53).
Concedida a AJG (fl. 54).
Citado, o réu apresentou contestação (fls. 56/59). Suscitou a decadência e a prescrição. Disse,
ainda, que o autor passou muitos anos sem contribuir para o INSS, perdendo a qualidade de
segurado. Alegou que o autor não preenche os requisitos para a percepção dos benefícios
postulados, pugnando pela improcedência da ação. Trouxe documentos (fls. 60/96).
Oportunizada às partes a produção de provas, foi realizado exame pericial (fls. 129/132), sobre as
partes se manifestaram.”
A magistrada de 1º grau decidiu pela parcial procedência do pedido, nos seguintes termos:
“julgo procedente em parte o pedido (...), para, com fundamento no art. 269, I, do CPC:
a) determinar o restabelecimento do benefício de auxílio-doença acidentário; e
b) condenar o réu ao pagamento das parcelas vencidas desde a cessação do benefício, corrigidas
monetariamente pelo IGP-DI a contar do vencimento de cada prestação, acrescidas de juros de
mora de 1% ao mês, desde a citação (art. 3º do Decreto-lei nº 2.322/87),ressalvadas as parcelas
atingidas prescrição quinquenal.
Considerando que o autor decaiu de parte mínima do pedido, condeno o réu ao pagamento dos
honorários advocatícios ao patrono do demandante, os quais fixo em 10% sobre o valor das
parcelas vencidas até a data da sentença, considerando a natureza da demanda e o tempo exigido
para o seu serviço, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC.
Dispensado o réu do pagamento das custas processuais, nos termos do art. 11 da Lei Estadual nº
8.121/1985, com redação dada pela Lei Estadual nº 13.471/2010.”
Em razões recursais, o demandante alegou ter sofrido abalo moral em face da negativa da autarquia
em restabelecer o benefício, ficando sem condições de prover a família, sofrendo humilhação e
permanecendo em estado de miserabilidade. Defendeu a presença dos requisitos para a percepção de
indenização por danos morais.
O INSS, em seu apelo, sustentou que o autor não faz jus ao benefício de auxílio-doença acidentário.
Afirmou que não restou comprovada a incapacidade laborativa do demandante. Salientou que o
segurado sofreu acidente de trabalho em 1986, mantendo o vínculo empregatício até 1993,
postulando em 2006, após se desvincular do RGPS e reingressar como contribuinte individual, não
podendo ser deferido benefício quando o segurado possui doença preexistente ao ingresso no regime.
Defendeu a impossibilidade de manutenção do auxílio-doença em concomitância com o benefício do
Amparo Social a pessoa portadora de deficiência, devendo ser determinada a compensação dos
valores com aqueles já pagos em decorrência do deferimento administrativo do benefício assistencial.
Alternativamente, postulou a fixação do termo inicial do benefício a partir da juntada do laudo
pericial, bem como isenção das custas processuais. Pediu, ainda, aplicação da Lei 11.960/09.
Com as contrarrazões da autarquia ré, subiram os autos a este Tribunal.
Neste grau, o Ministério Público opinou pelo desprovimento da apelação do autor, parcial
conhecimento e parcial provimento ao apelo do INSS.
Foi o relatório.
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ADVOCACIA
VOTOS
Des. Túlio de Oliveira Martins (RELATOR)
Analiso a matéria impugnada em tópicos.
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO
Narra o autor que sofreu acidente de trabalho em 1986, quando trabalhava como motorista de
caminhão.
Posteriormente, foi-lhe vedada a atividade remunerada conforme laudo médico do DETRAN (fl. 44).
Consoante laudo extraído da prova pericial, o demandante apresenta em seu membro inferior direito:
“hipotrofia muscular com desvio em valgo. Cicatriz cirúrgica na face lateral da coxa medindo 28
cm referente à osteossíntese. Cicatriz na face lateral e anterior para colocação de fixador externo.
Mobilidade da coxa (quadril) reduzida em grau mínimo. Joelho com flexão máxima em 30º”.
Concluiu o Sr. Perito:
“O autor foi submetido a exame médico-pericial do qual, junto com os documentos médicos em
anexo, se chega às seguintes considerações:Foi vítima de acidente de trânsito em 31/10/1986 no
qual sofreu fratura complexa de fêmur direito. Foi tratado adequadamente, entretanto surgiram
complicações infecciosas que determinaram necessidade de novos procedimentos.Atualmente
apresenta como seqüela artrose em joelho direito que determina uma redução importante da
mobilidade desta articulação.Há incapacidade laborativa para exercer atividades onde seja
indispensável o emprego de esforços físicos com o membro inferior direito.Para outras atividades
onde sejam respeitadas as considerações acima, não há incapacidade.” (fls. 131-132).
47
ADVOCACIA
impossibilitado de desempenhar suas atividades profissionais habituais, ainda que de forma parcial,
em razão da sua atividade laboral, faz jus ao restabelecimento do referido benefício, desde a
interrupção administrativa até sua integral recuperação. Precedentes jurisprudenciais. Sentença
reformada. CORREÇÃO MONETÁRIA. Sobre as parcelas vencidas devem incidir correção
monetária, pelo IGP-M, a contar dos respectivos vencimentos. JUROS MORATÓRIOS. CITAÇÃO.
Os juros de mora vão fixados no patamar de 12% ao ano desde a citação, tendo em vista o caráter
alimentar do benefício e o disposto no art. 406, do CCB e art. 161, § 1º, do CTN. CUSTAS
PROCESSUAIS. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBILCO. ISENÇÃO CUSTAS PROCESSUAIS
E EMOLUMENTOS. Nos termos do art. 11 da Lei Estadual nº 8.121/85, recentemente alterado pela
Lei Estadual nº 13.471/10 (art. 1º), impõe-se a isenção da autarquia previdenciária ao pagamento
das custas processuais e emolumentos, com exceção das despesas judiciais, por força da liminar
concedida em sede de ação direta de inconstitucionalidade. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. A
verba honorária vai fixada em 10% sobre o valor da condenação, incidindo somente sobre as
prestações vencidas, nos termos da Súmula 111 do STJ. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº
70043932490, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa
Franz, Julgado em 25/08/2011)
Comprovado que a incapacidade laborativa do autor perdura desde a data da alta médica, o auxílio-
doença é devido a partir daquela data.
Nesse sentido:INSS. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA. PERMANÊNCIA DA LESÃO
INCAPACITANTE. LAUDO PERICIAL CONCLUSIVO. ALTA ADMINISTRATIVA NÃO
CONDIZENTE COM A REALIDADE. 1. Cabível o restabelecimento do benefício de auxílio-doença
quando comprovada nos autos a permanência de doença incapacitante, não estando a autora, ainda,
apta ao exercício de suas atividades laborais, muito embora a conclusão de alta administrativa.
Termo inicial do benefício que deve coincidir com a data do indevido cancelamento administrativo
do benefício que vinha sendo pago, mantendo-se, então, a devida continuidade. (...) APELO
IMPROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE ALTERADA, EM REEXAME. (Apelação Cível Nº
70016927998, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Antônio
Kretzmann, Julgado em 22/03/2007)
48
ADVOCACIA
APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO ADESIVO. REEXAME NECESSÁRIO. AÇÃO ACIDENTÁRIA.
AUXÍLIO DOENÇA. O benefício do auxílio-doença é devido ao segurado que ficar incapacitado
para o exercício de suas atividades laborativas, por mais de 15 dias consecutivos, desde que
cumprido, quando necessário, o período de carência exigido pela Lei. Inteligência do art. 59 caput
da Lei 8.213/91. Hipótese em que restou assente na prova técnica que as lesões suportadas pelo
autor, vinculadas a sinistro laboral, importam limitações ao exercício de suas atividades
profissionais, sendo, pois, a concessão do auxílio-doença, medida que se impõe. Sentença mantida
por seus próprios e jurídicos fundamentos. TERMO INICIAL. Comprovado que a incapacidade
laborativa perdura desde o requerimento administrativo da benesse, é de ser mantido este como
termo inicial do benefício. (...) APELAÇÃO IMPROVIDA. RECURSO ADESIVO E REEXAME
NECESSÁRIO NÃO CONHECIDOS. (Apelação Cível Nº 70026569889, Décima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa Franz, Julgado em 18/12/2008)
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ADVOCACIA
alimentar do benefício previdenciário, a norma do inciso II do art. 115 da Lei nº 8.213/91 deve
restringir-se às hipóteses em que, para o pagamento a maior feito pela Administração, tenha
concorrido o beneficiário. Precedentes do STJ pela aplicação do princípio da irrepetibilidade ou
não-devolução dos alimentos. (TRF 4ª Região, 6ª Turma, AC 200971990037248, Relator Celso
Kipper, D.E. de 01.10.2009)
Quanto ao índice de correção monetária, há de ser aplicado o IGP-DI, a partir do vencimento de cada
parcela.
Revendo posição anteriormente adotada, retorno ao entendimento inicial em consonância com o atual
posicionamento do Eg. Superior Tribunal de Justiça, segundo o qual a alteração introduzida pela Lei
nº 11.960/09 ao artigo 1º-F[5] da Lei nº 9.494/97 se aplica imediatamente às demandas em
tramitação.
Nesse sentido:
“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JUROS MORATÓRIOS. DIREITO
INTERTEMPORAL. PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM. ARTIGO 1º-F, DA LEI Nº
9.494/97. MP 2.180-35/2001. LEI nº 11.960/09. APLICAÇÃO AOS PROCESSOS EM CURSO.
1. A maioria da Corte conheceu dos embargos, ao fundamento de que divergência situa-se na
aplicação da lei nova que modifica a taxa de juros de mora, aos processos em curso. Vencido o
Relator.
2. As normas que dispõem sobre os juros moratórios possuem natureza eminentemente processual,
aplicando-se aos processos em andamento, à luz do princípio tempus regit actum. Precedentes.
3. O art. 1º-F, da Lei 9.494/97, modificada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 e, posteriormente
pelo artigo 5º da Lei nº 11.960/09, tem natureza instrumental, devendo ser aplicado aos
processos em tramitação. Precedentes.
4. Embargos de divergência providos.
(EREsp 1207197/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/05/2011,
DJe 02/08/2011)
DANO MORAL
Por fim, o pedido de indenização por danos morais em virtude da revogação indevida do benefício,
merece prosperar.Como visto, o autor sofreu acidente de trabalho em 1986, quando trabalhava como
motorista de caminhão, percebendo auxílio-doença até 1992.O demandante apresenta em seu
membro inferior direito: “hipotrofia muscular com desvio em valgo. Cicatriz cirúrgica na face
lateral da coxa medindo 28 cm referente à osteossíntese. Cicatriz na face lateral e anterior para
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ADVOCACIA
colocação de fixador externo. Mobilidade da coxa (quadril) reduzida em grau mínimo. Joelho com
flexão máxima em 30º”.
Tal condição perdura desde a data da alta médica, concedida indevidamente pelo INSS em 1992,
sendo que, inclusive, ao autor foi vedada a atividade remunerada (fl. 44).Por tudo isso, percebe-se
que o segurado restou abandonado a uma condição de miserabilidade, pois impossibilitado de
retornar ao trabalho e negada a concessão de benefício acidentário. O demandante ainda tentou
retornar ao benefício de auxílio-doença, reuniu esforços e voltou a contribuir como contribuinte
individual, mas não obteve êxito.Mais tarde, passou a perceber um benefício de amparo assistencial a
pessoa portadora de deficiência.Logo, os transtornos sofridos pelo autor, a aflição e o desequilíbrio
em seu bem-estar, fugiram à normalidade e se constituíram como agressão à sua dignidade.[6]Cabe
citar, nesse sentido, excerto de julgado do Eg. Superior Tribunal de Justiça:Como se trata de algo
imaterial ou ideal, a prova do dano moral não pode ser feita através dos mesmos meios utilizados
para a comprovação do dano material. Por outras palavras, o dano moral está ínsito na ilicitude do
ato praticado, decorre da gravidade do ilícito em si, sendo desnecessária sua efetiva demonstração,
ou seja, como já sublinhado: o dano moral existe in re ipsa. Afirma Ruggiero: “Para o dano ser
indenizável, 'basta a perturbação feita pelo ato ilícito nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos
sentimentos, nos afetos de uma pessoa, para produzir uma diminuição no gozo do respectivo
direito.”[7]É verdade que o patrimônio moral das pessoas físicas e jurídicas não pode ser
transformado em fonte de lucro ou pólo de obtenção de riqueza. Não se admite a indenização como
instrumento de enriquecimento ilimitado do ofendido, transformando-se o direito ao ressarcimento
em loteria premiada, ou sorte grande, de forma a tornar um bom negócio o sofrimento produzido por
ofensas.
É certo, outrossim, que a reparação por danos morais tem caráter pedagógico, devendo-se observar a
proporcionalidade e a razoabilidade na fixação dos valores, atendidas as condições do ofensor,
ofendido e do bem jurídico lesado.Essa a orientação de Rui Stoco:
“O dano material, não sendo possível o retorno ao statu quo ante, se indeniza pelo equivalente em
dinheiro, enquanto o dano moral, por não ter equivalência patrimonial ou expressão matemática, se
compensa com um valor convencionado, mais ou menos aleatório.
“Mas não se pode descurar da advertência de Clóvis do Couto e Silva ao destacar a necessidade de
impedir que, através da reparação, a vítima possa ter benefícios, vale dizer, possa estar numa
situação econômica melhor que aquela em que se encontrava anteriormente ao ato delituoso (O
Conceito de Dano no Direito Brasileiro e Comparado. São Paulo: Ed. RT, 1991, n. 1.4, p. 11).
“Cuidando-se de dano material, incide a regra da restitutio in integrum do art. 944 do CC, de modo
que ‘a indenização mede-se pela extensão do dano’.
“Tratando-se de dano moral, nas hipóteses em que a lei não estabelece os critérios de reparação,
impõe-se obediência ao que podemos chamar de ‘binômio do equilíbrio’, de sorte que a
compensação pela ofensa irrogada não deve ser fonte de enriquecimento para quem recebe, nem
causa da ruína para quem dá. Mas também não pode ser tão apequenada que não sirva de
desestímulo ao ofensor, ou tão insignificante que não compense e satisfaça o ofendido, nem o
console e contribua para a superação do agravo recebido.
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ADVOCACIA
“Na fixação do quantum a título de compensação por dano moral o julgador não pode se afastar de
um princípio basilar: a vítima da ofensa deve ter por objetivo único a busca de uma compensação
para um sentimento ruim e não o de obter vantagem, nem de receber um valor que jamais
conseguiria com a força do seu próprio trabalho”.[8]
Cabe pois ao Julgador dosar a indenização de maneira que, suportada pelo patrimônio do devedor,
consiga no propósito educativo da pena, inibi-lo de novos atos lesivos, por sentir a gravidade e o peso
da condenação; de outro lado a vítima, pelo grau de participação no círculo social e pela extensão do
dano suportado, deve sentir-se razoável e proporcionalmente ressarcida.
In casu, merece ser levada em consideração a idade do requerente (55 anos), o período em que ficou
desamparado, bem como a gravidade do ato ilícito praticado contra o demandante, o potencial
econômico do ofensor, o caráter punitivo-compensatório da indenização e os parâmetros adotados em
casos semelhantes.Nessas circunstâncias, fixo o valor da indenização em R$ 20.000,00 (vinte mil
reais).Este valor deverá ser corrigido monetariamente pelo IGP-M, a partir desta data, com fulcro na
Súmula nº 362 do STJ[9], e acrescido de juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação.Ressalto,
por fim, que a magistrada a quo já isentou o INSS das custas processuais. Ante o exposto, DOU
provimento à apelação do autor e DOU PARCIAL provimento ao apelo do réu. Sentença
mantida, quanto ao mais, em reexame necessário.
Des. Jorge Alberto Schreiner Pestana (PRESIDENTE E REVISOR) - De acordo com o(a)
Relator(a).Des. Paulo Roberto Lessa Franz - De acordo com o(a) Relator(a).DES. JORGE
ALBERTO SCHREINER PESTANA - Presidente - Apelação Reexame Necessário nº
70045543725, Comarca de Cachoeirinha: "DERAM PROVIMENTO À APELAÇÃO DO
AUTOR E DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DO RÉU, MANTIDA, QUANTO
AO MAIS, A SENTENÇA EM REEXAME NECESSÁRIO. UNÂNIME."Julgador(a) de 1º
Grau: ROSALIA HUYER
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