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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA 2ª VARA FEDERAL DE SÃO PEDRO DA

ALDEIA/RJ

WERICK MARTINS DOS SANTOS, menor absolutamente


incapaz representado por sua genitora ALCIONE MARTINS DOS SANTOS, por meio de
sua procuradora nomeada, e incoformado com a sentença de improcedência do proferida pelo
Juízo de origem, vem perante Vossa Excelência interpor RECURSO INOMINADO em face
do INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, requerendo o seu
recebimento e posterior remessa à Turma Recursal competente.

NESTES TERMOS PEDE DEFERIMENTO.


São Pedro da Aldeia, 24 de Novembro de 2022.
Anna Carolina Porto
OAB/RJ 233.501
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO RIO DE
JANEIRO

Recorrente: Werick Martins dos Santos


Recorrido: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
Processo n. 5001235-52.2022.4.02.5108

RAZÕES DO RECURSO INOMINADO

Egrégia Turma Recursal,


Inclícitos Julgadores.

I – BREVE RESUMO

O recorrente propôs ação de concessão de benefício assistencial de prestação


continuada ao portador de deficiência, em razão de ser portador de autismo infantil F84.0.
Ocorre que o Juízo a quo indeferiu o pedido autoral levando em consideração o laudo
da perícia judicial, que concluiu pela inexistência de deficiência que impeça a demandante
de participar de forma plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
Desta forma, não resta alternativa ao recorrente senão a interposição do presente
recurso, visando a reforma integral da sentença de primeiro grau e o deferimento do pedido de
concessão do benefício assistencial.

II – RAZÕES DO RECURSO

Inicialmente, cumpre destacar que “a pessoa com transtorno do espectro autista é


considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais”, na forma do §2º do art. 1º
da Lei 12.764 de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista.
É importante ressaltar que se a lei classifica o transtorno do espectro autista como uma
deficiência, não cabe ao perito determinar o contrário, prejudicando o recorrente no
recebimento do benefício ao qual faz jus. Tampouco cabe ao INSS negar o benefício, em total
desrespeito a legislação vigente.
Desta forma, verifica-se que a conclusão do laudo pericial se mostrou equivocada, não
havendo que se falar em ausência de deficiência ou de incapacidade do recorrente, uma vez
que o seu autismo é considerado uma deficiência para todos os efeitos legais, e preenche,
portanto, o requisito da deficiência necessário para a concessão do LOAS.
Apesar de não ser possível determinar se o autismo do recorrente irá incapacitá-lo para
o trabalho no futuro, é possível determinar, até o momento, que a sua participação na
sociedade não ocorre em igualdade de condições com as demais crianças da sua faixa etária,
de forma plena e efetiva.
Contrariamente à conclusão do laudo pericial, o recorrente demonstra, através do
relatório informativo anexado na inicial (Outros 3), que o seu autismo tem gerado um grave
atraso no desenvolvimento e sensibilidade a barulhos, o que vem impedindo o seu
relacionamento com os demais alunos da sua faixa etária.
Foi relatado ainda, que a criança não responde às solicitações verbais, tampouco faz
contato visual ou demonstra reações perante estímulos apresentados. Por esta razão, o
recorrente passou a contar com apoio especializado de uma fonoaudióloga e diversas
investidas terapêuticas, sem mencionar qualquer melhora no aspecto geral.
Resta comprovado, portanto, que o recorrente apresenta um défict em relação às
demais crianças da sua idade e turma escolar, o que caracteriza a obstrução da sua
participação efetiva na socidade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Portanto, levando em consideração que o recorrente preenche corretamente os
requisitos da deficiência e da miserabilidade para a concessão do benefício assistencial
pretendido, se faz necessária a reforma da r. Sentença.

III – DO PEDIDO

Por todo o exposto, o recorrente requer seja o presente recurso conhecido e provido,
com a consequente reforma da r. Sentença atacada, determinando-se a concessão do benefício
assistencial de prestação continuada na forma da lei.

NESTES TERMOS PEDE DEFERIMENTO.


São Pedro da Aldeia, 24 de Novembro de 2022.
Anna Carolina Porto
OAB/RJ 233.501

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