Você está na página 1de 2

FICHAMENTO – SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Inicialmente, é importante que façamos uma reflexão acerca da previsão constitucional


(art. 195, II) quanto à contribuição do trabalhador e demais segurados da Previdência
Social e de que modo que tais indivíduos contribuem. Assim, se observará o Salário de
contribuição, isto porque será este o conceito empregado como base de cálculo da
contribuição previdenciária que deve verter o trabalhador. Não à toa, tem previsão em
uma das leis básicas da previdência, a Lei N° 8.212/91 (Plano de custeio e Organização
da Seguridade Social), em seu artigo 28, incisos I a IV. Portanto, se utiliza o “salário de
contribuição” para o empregado urbano, rural, doméstico, temporário, contribuintes
individuais e facultativos e, ainda, ao trabalhador avulso.

Muito embora Sergio Pinto Martins (Direito da Seguridade Social, 2023) evoque a não
adequação da denominação estudada, levando em consideração a parcela de pessoas que
não têm um salário propriamente dito, nos moldes da CLT, e discorra que o trabalhador
avulso e autônomo, por exemplo, não tem, efetivamente, essa integralidade do salário,
ainda que tenham salário de contribuição. De todo modo, essa vinculação pode ocorrer
ou não, a depender da ótica analisada e, para fins de estudo, segue o salário de
contribuição como a base de cálculo no qual incidem as alíquotas da contribuição na
Previdência Social.

Assim, o artigo 28, I ao IV da Lei N° 8.212/91 define o entendimento às categorias de


indivíduos supracitados:

I - Para o empregado e trabalhador avulso: É a remuneração auferida em uma ou mais


empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, de qualquer forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;

II – Para o empregado doméstico: Seria a remuneração registrada na Carteira de


Trabalho e Previdência Social, observadas a comprovação do vínculo empregatício e do
valor da remuneração;
III – Para o contribuinte individual: É a remuneração auferida em uma ou mais
empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês.

IV – Para o Segurado facultativo: É o valor por ele declarado.

Mister se atentar que o salário de contribuição não recai sobre a aposentadoria e nem
sobre a pensão concedida pelo Regime Geral de Previdência Social. Contudo, há de se
ressaltar o § 2º, art. 28, da referida lei, no qual se considera o salário-maternidade,
inclusive da empregada doméstica, como salário de contribuição. Já para o menor-
aprendiz, sua abrangência tem limite mínimo baseado na sua remuneração mínima, isto
é, um salário-mínimo, conforme o § 4º do art. 28 da Lei n. 8.212/91.

Quanto ao valor do salário de contribuição, poderão ser adotadas alíquotas progressivas,


de acordo com o montante a ser pago ou creditado e vertido mensalmente.
Considerando a MPS/MF nº 26/2023, o salário de benefício e o salário de contribuição
não poderão ser inferiores a R$ 1.302,00, nem superiores a R$ 7.507,49, sendo a
incidência da alíquota definida de acordo com o trabalhador abrangido. Já o seu limite
mínimo (§ 3º, art. 28, Lei 8.212/91) corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da
categoria. Se não houver, do salário-mínimo, com base no no seu valor mensal, diário
ou horário, ou aquele ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês, como nas
hipóteses do contribuinte individual e segurado facultativo.

Você também pode gostar