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Aula 04

INSS (Técnico do Seguro Social) Direito


Previdenciário - 2022 (Pós-Edital) - Profº
Rubens Maurício

Autor:
Rubens Mauricio Corrêa

17 de Setembro de 2022
Rubens Mauricio Corrêa
Aula 04

Índice
1) Salário-de-Contribuição - Simplificado
..............................................................................................................................................................................................3

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SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

INTRODUÇÃO

Trata-se de um conceito previdenciário, destinado a identificar quais parcelas


recebidas pelo segurado sofrerão ou não a incidência da contribuição
previdenciária.

Podemos afirmar, portanto, que o salário de contribuição é, em regra, a base de


cálculo utilizada para se calcular o valor da contribuição devida pelo trabalhador,
destinada à Previdência Social. Essa regra não é absoluta, pois no caso do segurado
especial a base de cálculo é a receita bruta da comercialização de sua produção
rural, e não seu salário de contribuição.

O salário de contribuição, contudo, não deve ser confundido com a remuneração


do segurado, pois, em relação ao salário de contribuição, deve ser observado os
limites mínimo e máximo previstos em lei.

Podemos afirmar, portanto, que a remuneração (sem limites mínimo e máximo) é,


em regra, a base de cálculo da contribuição previdenciária das empresas. Por outro
lado, o salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da contribuição dos
segurados (exceto segurado especial).

Observação 1: O segurado especial, em regra, não contribui sobre seu


salário de contribuição. Sua contribuição será sobre a receita bruta da
comercialização da sua produção rural. No entanto, como já estudado, o
segurado especial poderá recolher facultativamente uma contribuição de
20% sobre seu salário de contribuição (além da contribuição obrigatória
sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural). Neste
caso, o salário de contribuição do segurado especial será o valor por ele
declarado, observados os limites mínimos e máximo.

Observação 2: A base de cálculo da contribuição do empregador


doméstico é o salário de contribuição do empregado doméstico a seu

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serviço, respeitando, portanto, os limites mínimo e máximo. (não é a


remuneração total do empregado)

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO X REMUNERAÇÃO

Como já alertado, não devemos confundir os conceitos previdenciário de salário de


contribuição com remuneração.

Em regra, a base de cálculo das contribuições previdenciárias das empresas é a


remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores a seu serviço, em
retribuição pelo trabalho prestado, não se sujeitando a qualquer limite mínimo ou
máximo.

Por sua vez, o salário de contribuição tem limite mínimo e máximo. Outrossim, o
salário de contribuição não é utilizado como base de cálculo da contribuição da
empresa, mas tão somente para cálculo das contribuições dos segurados e dos
empregadores domésticos.

Em exceção a esta regra, temos o segurado especial, cuja base de cálculo é a


receita bruta da comercialização de sua produção rural, e não seu salário de
contribuição.

Apesar das noções introdutórias acerca do salário de contribuição, temos um


conceito mais específico para cada tipo de segurado e para o empregador
doméstico, conforme estudaremos a seguir.

CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO


EMPREGADO E TRABALHADOR AVULSO

Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de
contribuição, para o empregado e trabalhador avulso:

Lei 8.212/91.

Art. 28. (...)

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I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos


rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais
sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador
de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa.

Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado e Trabalhador Avulso

Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado


empregado e trabalhador avulso encontram-se abaixo discriminado:

Limite Máximo: Nos termos da PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/ME


Nº 12, DE 17 DE JANEIRO DE 2022, o limite máximo do salário de
contribuição para o ano de 2022 é de R$ 7.087,22.

Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou,


inexistindo este, o salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o
mês.

CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO


EMPREGADO DOMÉSTICO

Nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de
contribuição, para o empregado doméstico:

Art. 28. (...)

II - a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as


normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício
e do valor da remuneração.

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Limites do Salário De Contribuição - Segurado Empregado Doméstico

Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado


empregado doméstico encontram-se abaixo discriminado:

Limite Máximo: Nos termos da PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/ME


Nº 12, DE 17 DE JANEIRO DE 2022, o limite máximo do salário de
contribuição para o ano de 2022 é de R$ 7.087,22.

Limite Mínimo: É o piso salarial legal ou normativo da categoria ou,


inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário
ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o
mês.

CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO


CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

Nos termos do art. 28, inciso III, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de
contribuição, para o contribuinte individual:

Art. 28. (...) III - a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua
atividade por conta própria, durante o mês.

Limites do Salário de Contribuição - Segurado Contribuinte Individual

Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado


contribuinte individual encontram-se abaixo discriminado:

Limite Máximo: Nos termos da PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/ME


Nº 12, DE 17 DE JANEIRO DE 2022, o limite máximo do salário de
contribuição para o ano de 2022 é de R$ 7.087,22.

Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal.

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*ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o contribuinte


individual é apenas o salário mínimo no seu valor mensal, independentemente de
quantos dias tenha trabalhado no mês.

CONCEITO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - SEGURADO


FACULTATIVO

Nos termos do art. 28, inciso IV, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de
contribuição, para o segurado facultativo:

Art. 28 (...) IV - “o valor por ele declarado”.

Limites do Salário De Contribuição - Segurado Facultativo

Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo


encontram-se abaixo discriminado:

Limite Máximo: Nos termos da PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/ME


Nº 12, DE 17 DE JANEIRO DE 2022, o limite máximo do salário de
contribuição para o ano de 2022 é de R$ 7.087,22.

Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal.

ATENÇÃO: O limite mínimo do salário de contribuição para o segurado facultativo,


assim como ocorre com o contribuinte individual, é apenas o salário mínimo no seu
valor mensal.

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REAJUSTAMENTO

Nos termos do art. 28, § 5º, da Lei n 8.212/91, o limite máximo do salário de
contribuição será reajustado na mesma época e com os mesmos índices que os do
reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.

No ano de 2022, o reajustamento do limite máximo do salário de contribuição


ocorreu por meio da PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/ME Nº 12, DE 17 DE
JANEIRO DE 2022, que reajustou em 5,45%, a partir de 1º de janeiro de 2022, os
benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como os
valores da Tabela de Salários de Contribuição aplicável aos segurados
empregados, domésticos e trabalhadores avulsos.

Os valores foram atualizados segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao


Consumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

PAGAMENTO “PELO TRABALHO” X PAGAMENTO “PARA O


TRABALHO”

Integram o salário de contribuição as parcelas remuneratórias, ou seja, aquelas


compreendidas no conceito de remuneração e pagas ao trabalhador em retribuição
ao serviço prestado. Tais parcelas são pagas PELO TRABALHO (destinadas a
retribuir o trabalho), representando um acréscimo ao patrimônio do trabalhador.
O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo
salário mais as gorjetas, senão vejamos:
“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais,
além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber.”

Por outro lado, temos parcelas recebidas pelo trabalhador com o objetivo de dar
condições ou facilitar a execução do trabalho, ou a ressarcir um valor que o
empregado tenha tido que desembolsar em razão da sua atividade.
Neste caso, dizemos que tais valores foram pagos PARA O TRABALHO, sem
representar um acréscimo patrimonial. Assim sendo, não deverão integrar o salário
de contribuição.

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Em regra, os valores pagos, visando uma indenização ou ressarcimento do


trabalhador, não são considerados como parcelas integrantes do salário de
contribuição.
Importante destacar que, apesar de remuneração e de salário de contribuição ter
conceitos diferentes dentro do direito previdenciário, as parcelas que não integram
o salário de contribuição não integrarão, também, a remuneração.

INDENIZAÇÃO E RESSARCIMENTO

Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar indenização e


ressarcimento:

Indenização: destina-se a reparar um dano, não integrando o salário de


contribuição.

Ressarcimento: é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador,


quando executa alguma atividade de interesse do empregador, não
integrando, também, o salário de contribuição.

PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

As parcelas integrantes do salário de contribuição são estudadas de forma


exemplificativa, pois a legislação previdenciária relaciona de forma exaustiva em
seu texto, tão somente, as parcelas não integrantes do salário de contribuição.
Assim sendo, podemos concluir que, em regra, todas as parcelas cuja legislação
previdenciária não afaste expressamente do campo de incidência e se enquadrem
no conceito de remuneração (direta ou indireta), serão consideradas parcelas
integrantes do salário de contribuição e, consequentemente, estarão no campo de
exigência tributária.

Para efeito de prova, segue relação com as principais parcelas que integram o
salário de contribuição:

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Salário

Assim dispõe o § 1º do art. 457 da CLT acerca do salário:

“Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões


pagas pelo empregador.”

Além do salário, também integram o salário de contribuição o saldo de salário


pagos na rescisão do contrato de trabalho, pois são pagos pelos dias trabalhados
pelo empregado no mês da rescisão. Desta forma, incidirá contribuição
previdenciária sobre o salário e respectivo saldo pago na rescisão.

Salário Maternidade (cota patronal deixou de integrar o salário de contribuição)

Assim dispõe o § 2º do art. 28 da Lei nº 8.212/91:

“O salário-maternidade é considerado salário de contribuição”.

Contudo, Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso


Extraordinário nº 576.967/PR, declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da
Lei 8.212/1991 que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal (a
cargo do empregador) sobre o salário-maternidade. Com base nesse
entendimento, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional editou o PARECER SEI
Nº 18361/2020/ME, em que orienta os órgãos da Administração para se
adequarem, mediante autorização para dispensa de contestar e recorrer. A decisão
tem repercussão geral, tendo-se fixada a seguinte tese: “É inconstitucional a
incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário
maternidade".

Salário-maternidade é um benefício previdenciário devido à segurada em função


de:

• Parto;
• Adoção;
• Guarda judicial para fins de adoção; ou
• Aborto não criminoso

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IMPORTANTE: o salário-maternidade era o único dos benefícios devidos


pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que integrava o salário
de contribuição. Agora nenhum benefício do RGPS integra o salário de
contribuição para o empregador. Contudo, o entendimento da
Procuradoria da Fazenda Nacional e da Secretaria da Receita Federal do
Brasil é no sentido de que continua incidindo a contribuição do segurado
sobre a parcela de salário-maternidade.

Férias Gozadas

Trata-se de um direito assegurado pela CF/88 aos empregados e trabalhadores


avulsos, que terão direito a férias anuais remuneradas de 30 dias com, pelo menos,
1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 meses de trabalho. No
entanto, tal direito foi estendido, também, aos empregados domésticos pela Lei nº
11.324/2006.

FÉRIAS GOZADAS: São aquelas férias usufruídas pelo trabalhador,


durante a vigência do contrato de trabalho, que se afasta de suas
atividades laborativas para descansar, recebendo sua remuneração
acrescida de 1/3.

Não podemos confundir férias gozadas com férias indenizadas. As férias gozadas
integram o salário de contribuição. As férias indenizadas, como estudaremos
adiante, não integram.

FÉRIAS INDENIZADAS: são aquelas que não chegaram a ser gozadas


pelo trabalhador dentro do seu contrato de trabalho. Neste caso, caso o
trabalhador já tenha adquirido direito às férias, porém não as tenha
gozado oportunamente durante o contrato de trabalho, deverão ser
indenizadas, ou seja, convertidas em dinheiro e pagas ao trabalhador
quando da rescisão do seu contrato de trabalho. As férias indenizadas,
pagas ao trabalhador quando da rescisão do contrato de trabalho, não
integram o salário de contribuição, ou seja, sobre elas não incidirá
contribuição social previdenciária.

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A Jurisprudência recente do STJ tem decidido favoravelmente à incidência de contribuição


previdenciária sobre as férias gozadas, por considerá-la verba de natureza remuneratória e
salarial, nos termos do art. 148 da CLT, integrando, portanto, o salário de contribuição (Resp
1240038/PR, DJe 02/05/2014).

Décimo Terceiro Salário (13º Salário)

Também denominado gratificação natalina, o 13º salário corresponde a 1/12 da


remuneração devida em dezembro, por mês de serviço no ano ou fração igual ou
superior a 15 dias de trabalho no mês.

O 13º salário integra o salário de contribuição para efeito de recolhimento de


contribuição previdenciária. No entanto, não integrará o cálculo do salário de
benefício, para apuração da renda mensal inicial do benefício a ser pago pelo INSS
ao segurado ou seu dependente.

As respectivas contribuições, decorrentes do pagamento do 13º salário, serão


devidas quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do
contrato de trabalho, sendo calculada sempre em separado da remuneração do
mês.

A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF


editou a Súmula 688, senão vejamos:

“Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”.

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Horas Extras

Hora extra consiste no tempo laborado além da jornada diária estabelecida pela
legislação.

Segundo o art. 7º, inciso XVI, da CF/88, são direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a remuneração
do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal.

As horas extras têm natureza salarial (e não indenizatória), pois são pagas como
uma contraprestação pelo trabalho prestado após a jornada normal de trabalho.

O STJ, ao apreciar o REsp1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que


incide contribuição previdenciária sobre o adicional de horas extras, devendo tal decisão ser
observada pelas instâncias inferiores.

Gorjetas

Considera-se gorjeta a parte da remuneração do empregado que não é paga


diretamente por seu empregador, mas por terceiros, normalmente clientes,
denominadas gorjetas espontâneas.

Também se considera gorjeta a importância cobrada pela empresa do cliente,


como adicional nas contas, a ser posteriormente distribuída entre seus
empregados. Trata-se da gorjeta conhecida como compulsória. (exemplo: 10% em
contas de restaurantes)

O art. 457 da CLT dispõe, acerca da remuneração, que a mesma é composta pelo
salário mais as gorjetas, senão vejamos:

“Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais,


além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber.

(...)

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§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao


empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a
qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados.”

Como integram o conceito de remuneração, as gorjetas integram o salário de


contribuição. Desta forma, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre
tais parcelas.

O STJ também tem julgado neste sentido, nos termos do REsp 1.099.319/RJ,
publicada em 12/09/2012, senão vejamos:

"A gorjeta, compulsória ou inserida na nota de serviço, tem natureza salarial. Em


consequência, há de ser incluída no cálculo de vantagens trabalhistas e deve sofrer a
incidência de tributos e contribuições que incidem sobre o salário”

Comissões e Percentagens

Comissões é uma recompensa retributiva, na maioria das vezes financeira,


condicionada a determinado serviço realizado pelo trabalhador, oferecida pela
intermediação de negócios ou cumprimento de metas ou objetivos definidos
previamente com o intuito de incentivar os resultados comerciais.

Segundo o § 1º, do art. 457 da CLT, acerca das parcelas integrantes do salário,
temos que:

“Art. 457...

§ 1º - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões


pagas pelo empregador”.

Assim sendo, as comissões e percentagens integram o salário de contribuição e


fazem parte, portanto, da base de cálculo das contribuições previdenciárias.

Obs.: Caso o empregado seja remunerado exclusivamente por meio de comissões,


terá direito a um salário mensal nunca inferior a um salário mínimo.

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Salário pago sob a forma de utilidades

Nos termos do art. 28, inciso I, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de
contribuição, para o empregado e trabalhador avulso:

“Art. 28 (...)

I - a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos


rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais
sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador
de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa.”

A CLT admite que uma parte do salário do trabalhador seja paga sob a forma de
utilidades, também conhecido como salário in natura. No entanto, pelo menos 30%
do salário deve ser pago em dinheiro. Considera-se pagamento em utilidades o
fornecimento habitual ao trabalhador de outro bem, diferente do dinheiro, por
força de contrato ou de costume, como retribuição pelo seu trabalho.

Consideram-se utilidades, dentre outras:

• Alimentação (máximo 20% do salário-contratual);


• Habitação (máximo 25% do salário-contratual);
• Vestuário;
• Higiene;
• Transporte;
• etc.

Tais pagamentos, em regra, integram o salário de contribuição. No entanto, para


que o salário pago sob forma de utilidades integre o salário de contribuição deverá
observar as seguintes condições:

• Fornecimento Habitual;
• Ser concedida em retribuição ao trabalho prestado, ou seja, pelo trabalho.

Se a prestação in natura for fornecida para o trabalho, não terá natureza salarial.

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Em relação à alimentação fornecida pela empresa ao trabalhador, não se considera


salário-utilidade quando tal prestação for fornecida de acordo com o Programa de
Alimentação do Trabalhador – PAT, como iremos estudar adiante.

EXEMPLO: Algumas empresas oferecem a seus funcionários do alto


escalão um imóvel para que o mesmo resida com sua família. A empresa
paga, em regra, o aluguel, condomínio e, muitas vezes, até mesmo as
contas de água, luz, telefone, etc. Nesses casos, temos pagamento de
salários in natura, por meio de utilidades, os quais devem ter seus valores
somados à respectiva remuneração para fins de incidência de
contribuições previdenciárias.

Remuneração do aposentado que volta a trabalhar

Tal situação está prevista no § 4º, do art. 12 da Lei nº 8.212/91, conforme segue:

“Art. 12...

...

§ 4º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo
ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em
relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições previdenciárias, para fins de custeio
da Seguridade Social”.

IMPORTANTE: Não confundir a remuneração recebida por aposentado que volte


a trabalhar, em retribuição a seu trabalho, com a aposentadoria recebida da
Previdência Social. Apenas a remuneração pelo trabalho integrará o salário de
contribuição. A aposentadoria, como benefício previdenciário que é, não sofre
incidência de contribuição previdenciária.

O próprio STF , ao julgar o RE 437640/RS, publicado em 02/03/2007, decidiu neste


sentido, conforme segue:

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Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: CF, art. 201, § 4º; L.
8.212/91, art. 12: aplicação à espécie, mutatis mutandis, da decisão plenária da ADIn 3.105,
red.p/acórdão Peluso, DJ 18.2.05. A contribuição previdenciária do aposentado que retorna
à atividade está amparada no princípio da universalidade do custeio da Previdência Social
(CF, art. 195); o art. 201, § 4º, da Constituição Federal "remete à lei os casos em que a
contribuição repercute nos benefícios"

Gratificações Ajustadas ou Habituais

As gratificações ajustadas (combinadas), entre empresa e seus trabalhadores,


integram o conceito de salário, nos termos do art. 457, § 1º, da CLT.

Tais ajustes, podem ser expressos ou tácitos:

AJUSTES EXPRESSOS: São as gratificações previstas em contrato de


trabalho, convenções coletivas, regulamentos da empresa, etc.

AJUSTES TÁCITOS: São as gratificações não previstas formalmente, mas


que são fornecidas ao trabalhador com habitualidade.

Neste sentido, temos a Súmula 207 do STF, conforme segue:

“Súmula 207: As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente


convencionadas, integrando o salário.”.

Assim sendo, as gratificações habituais, sejam elas expressas ou tácitas, terão a


incidência de contribuição previdenciária. Se as gratificações forem eventuais, não
haverá incidência de contribuição.

Quebra de Caixa

Quebra de caixa é a verba destinada a cobrir os riscos assumidos pelos


trabalhadores que lidam com manuseio constante de numerário, diretamente no

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caixa da empresa, fazendo recebimentos e pagamentos em nome do empregador,


visando compensar possíveis diferenças de caixa.

Usualmente, é paga aos caixas de banco, de supermercados, agências lotéricas,


etc.

Não há, na legislação, obrigatoriedade de pagamento do "Adicional de Quebra de


Caixa". Porém, é comum que os Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho
fixem tal obrigatoriedade, em relação àqueles empregados sujeitos ao risco de
erros de contagem ou enganos relativos a transações de valores monetários.

Assim dispõe a Súmula 247 do TST:

“Súmula 247: A parcela paga aos bancários sob a denominação quebra de caixa possui
natureza salarial, integrando o salário do prestador dos serviços, para todos os efeitos
legais”.

Adicional por tempo de serviço

Trata-se do conhecido anuênio, triênio, quinquênio, etc, pagos pela empresa,


basicamente, como uma forma de incentivar os trabalhadores a permanecerem na
empresa por mais tempo e beneficiar os trabalhadores mais antigos que possuem,
teoricamente, mais experiência.

Assim dispõe a Súmula 203 do TST:

“Súmula 203: A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos
legais.”.

Desta forma, os valores pagos a título de adicional por tempo de serviço integram
o salário de contribuição, havendo, portanto, incidência de contribuição
previdenciária.

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Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Noturno

Nos termos da CLT, consideram-se:

• ATIVIDADES INSALUBRES: Aquelas que, por sua natureza, condições ou


métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 40%, 20% ou 10% sobre o


salário mínimo (conforme o grau da insalubridade seja, respectivamente, máximo,
médio ou mínimo)

• ATIVIDADES PERIGOSAS: São consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a:

o Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;


o Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% sobre o salário básico


do empregado.

• ATIVIDADES NOTURNA: Considera-se noturno o trabalho executado por


empregado urbano entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
No entanto, em relação ao trabalho rural, considera-se trabalho noturno
aquele executado entre as 21 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte
na lavoura. Outrossim, na atividade de pecuária, considera-se noturno
quando executado entre as 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte.

Para o empregado urbano, o adicional noturno será de pelo menos 20% sobre a
hora diurna.
Para o trabalhador rural, o adicional será de 25% sobre a remuneração normal.

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Tais adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno possuem caráter


retributivo e, consequentemente, natureza salarial. Desta forma, tais rubricas
integram o salário de contribuição e sobre estes valores será cobrada contribuição
previdenciária.

O STJ, ao julgar o REsp 1.358.281/SP, em 23/04/2014, decidiu, por unanimidade, que incide
contribuição previdenciária sobre os adicionais de insalubridade, periculosidade e noturno.

Adicional de Transferência

Trata-se de um valor adicional pago ao empregado quando transferido


“provisoriamente” para outro local, importando mudança de residência. Tal
adicional não é devido nas transferências definitivas.

No caso de transferências provisórias, o empregador é obrigado a pagar um valor


complementar, de pelo menos 25% do salário contratual que o empregado estiver
recebendo na nova localidade, pelo tempo que durar a transferência provisória.

Tal adicional deverá integrar o salário de contribuição, incidindo sobre ele,


portanto, contribuição previdenciária.

Aviso-Prévio

O aviso-prévio é a notificação de rompimento do contrato de trabalho que uma


das partes (empregado ou empregador), dá à outra, sem motivo justificado.

O objetivo do aviso-prévio é:

• dar tempo ao empregado de procurar outro serviço, caso seja dado pelo
empregador;

• permitir ao empregado ter tempo de contratar um novo colaborador, caso


seja dado pelo empregado.

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Além disso, o aviso-prévio se aplica somente a:

• contratos de trabalho de prazo indeterminado;

• contratos de trabalho de prazo determinado nos quais há uma cláusula que


assegure o direito de ambas as partes rescindirem antecipadamente.

Observação: o aviso-prévio não se aplica a empregados atuando sob


contrato de experiência, de maneira que, em casos assim, qualquer uma
das partes possa rescindi-lo sem que haja necessidade de notificar a outra
com antecedência.

O prazo do aviso-prévio é proporcional ao tempo de serviço do empregado na


mesma empresa, sendo que não pode ser menor do que 30 dias ou maior do que
90 dias.

Funcionários com até 1 ano no serviço têm direito a aviso-prévio de 30 dias. A cada
ano trabalhado, ganham direito a mais 3 dias, não podendo exceder o limite
máximo de 90 dias.

A contagem do prazo começa no dia seguinte ao da notificação de uma das partes.

Existem dois tipos de aviso-prévio, o trabalhado e o indenizado, conforme


explicado abaixo:

AVISO-PRÉVIO TRABALHADO: o empregado trabalha normalmente


durante o período de aviso prévio, não importando se a decisão de
desligamento foi tomada por parte dele ou pelo empregador.

AVISO-PRÉVIO INDENIZADO: a empresa dispensa o colaborador e paga


a ele o valor correspondente ao seu aviso prévio, de modo que o
funcionário não precise trabalhar durante o período.

Quando o aviso-prévio é trabalhado, não há dúvidas de que o valor recebido tem


natureza salarial, integrando o salário de contribuição e sofrendo incidência de
contribuição previdenciária.

No entanto, quando o aviso-prévio é indenizado, temos uma divergência entre lei


e jurisprudência.

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Para a lei, incide contribuição previdenciária tanto no aviso-prévio trabalhado,


quanto no indenizado.

No entanto, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ decidiu


pela não incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio indenizado.

Em prova de concursos, temos que responder da seguinte forma:

Caso a questão pergunte sobre o aviso-prévio indenizado “NOS TERMOS


DA LEI”: Responda que incide contribuição previdenciária.

Caso a questão pergunte sobre aviso-prévio indenizado “SEGUNDO


ENTENDIMENTO DA JURISPRUDÊNCIA”: Responda que não incide
contribuição previdenciária

Repouso Semanal Remunerado

O descanso semanal remunerado é um direito que todo trabalhador possui e, como


o nome sugere, trata-se de um dia na semana que o trabalhador é dispensado do
trabalho sem prejuízo do salário.

É assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais o repouso semanal remunerado,


preferencialmente aos domingos, nos termos o art. 7º, inciso XV, da CF/88.

Durante o repouso semanal remunerado, mesmo sem trabalhar, o empregador é


obrigado a pagar o salário do empregado.

Tais valores, pagos pelos dias não trabalhados decorrentes de repouso semanal
não remunerado, bem como os valores pagos pelos feriados não trabalhados,
integrarão o salário de contribuição e, consequentemente, sofrerão incidência de
contribuição previdenciária. Esse também é o entendimento do STJ.

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Auxílio-Moradia

A parcela paga a título de auxílio-moradia não está relacionada entre as exceções


legais para deixar de integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária.
Além disso, o STJ já decidiu que o auxílio-moradia tem natureza remuneratória,
integrando, consequentemente, o salário de contribuição e sofrendo incidência de
contribuição previdenciária.

Licença Casamento

Nos termos do inciso II do art. 473 da CLT, o empregado poderá deixar de


comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário, até 3 (três) dias consecutivos, em
virtude de casamento.

Os valores recebidos durante a licença casamento possuem clara natureza


remuneratória. Além disso, os valores pagos a título de licença casamento não
estão relacionados entre as exceções legais para afastar a incidência contribuição
previdenciária.

Licença para Prestação de Serviço Eleitoral

Nos termos do art. 98 da Lei 9.504/97, os eleitores nomeados para compor as


Mesas Receptoras ou Juntas Eleitorais e os requisitados para auxiliar seus trabalhos
serão dispensados do serviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral,
sem prejuízo do salário, vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos
dias de convocação.

Os valores recebidos durante a licença para prestação de serviço eleitoral possuem


clara natureza remuneratória. Além disso, os valores pagos a título de licença para
prestação de serviço eleitoral não estão relacionados entre as exceções legais para
afastar a incidência contribuição previdenciária.

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Salário Paternidade

Considera-se salário paternidade os valores recebidos pelo trabalhador durante sua


licença paternidade, que é um direito constitucional que garante aos homens
empregados o direito de estarem afastados de suas atividades no trabalho durante
cinco dias, em razão do nascimento de filho, sem qualquer prejuízo do salário. Pais
adotivos também possuem este direito e fazem parte dos beneficiados.

Ao contrário do que ocorre com o salário maternidade, o salário paternidade


constitui ônus da empresa, ou seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse
modo, em se tratando de verba de natureza salarial, é legítima a incidência de
contribuição previdenciária sobre o salário paternidade.

Valor da Compensação Pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção


ao Emprego (PPE)

O Programa de Proteção ao Emprego – PPE, instituído pela Lei 13.189/2015, é um


programa que visa preservar os empregos dos trabalhadores de empresas que se
encontram temporariamente em situação de dificuldade econômico-financeira.

No período de adesão ao PPE, os empregados beneficiários do PPE têm jornada


de trabalho reduzida, em até 30%, com redução proporcional do salário.

Durante o Programa, os empregados beneficiados recebem compensação


pecuniária de até 50% do valor da redução salarial, limitado ao montante
correspondente a 65% da parcela máxima do benefício do seguro-desemprego.

O Programa possibilita a preservação dos empregos em momentos de retração da


atividade econômica, além de favorecer a recuperação econômico-financeira das
empresas; contribui para sustentar a demanda agregada em momentos de
adversidade; estimula a produtividade do trabalho, por meio do aumento da
duração do vínculo empregatício e fomentar a negociação coletiva e aperfeiçoar as
relações de emprego.

Todas as empresas que atenderem aos critérios estabelecidos pelo Programa


poderão solicitar adesão ao PPE.

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Os valores pagos a título de compensação pecuniária, no âmbito do Programa de


Proteção ao Emprego – PPE, integrarão o salário de contribuição e irão compor a
base de cálculo da contribuição previdenciária.

Seguro Desemprego

Nos termos da lei 8.212/91, com as alterações trazidas pela MP 905/2019 (revogada
e com vigência encerrada), o beneficiário do Seguro-Desemprego concedido nos
termos da lei era segurado obrigatório da previdência social.
Durante os meses de percepção, o valor do seguro-desemprego era considerado
salário de contribuição, devendo-se descontar, nos pagamentos ao beneficiário, a
respectiva contribuição previdenciária.
Tal período era computado como tempo de contribuição para efeito de concessão
de benefícios previdenciários.

Observação: A Medida Provisória nº 905/2019 foi REVOGADA pela MP 955,


publicada em 20 de abril de 2020. Dessa forma, as alterações e inovações
promovidas pela MP 905/2020 perdem a eficácia. A revogação se deu em razão
da iminente caducidade da MP que fora revogada.

Terço Constitucional de Férias Gozadas (1/3 de Férias Gozadas)

Trata-se de um direito assegurado pela CF/88 aos empregados, inclusive


domésticos, e trabalhadores avulsos, que terão direito a férias anuais remuneradas
de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período
de 12 meses de trabalho.

1/3 de FÉRIAS GOZADAS: Férias gozadas são aquelas férias usufruídas


pelo trabalhador, durante a vigência do contrato de trabalho, que se
afasta de suas atividades laborativas para descansar, recebendo sua
remuneração acrescida de 1/3.

Segundo entendimento da Receita Federal, o terço constitucional de férias,


incidente sobre as férias gozadas, integrará o salário de contribuição. Como as

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férias gozadas têm natureza salarial, entende que o terço constitucional também
deverá ter tal natureza.

Contudo, havia divergência entre a lei e a jurisprudência sobre o tema em questão.


Porém, com o julgamento do RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.072.485 PARANÁ, o
Supremo Tribunal Federal - STF, por maioria, apreciando o tema 985 da
repercussão geral, deu parcial provimento ao recurso extraordinário interposto
pela União, assentando a incidência de contribuição previdenciária sobre valores
pagos pelo empregador a título de terço constitucional de férias gozadas, nos
termos do voto do Relator, vencido o Ministro Edson Fachin.

Diante do exposto, o Supremo Tribunal Federal publicou, em 02/10/2020, o


acórdão de mérito da questão constitucional suscitada no RE 1.072.485, do
respectivo tema 985, cuja tese foi firmada nos seguintes termos: “É legítima a
incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço
constitucional de férias”.

Como a tese também teve repercussão geral reconhecida, deve ser aplicada no
âmbito de todos os órgãos do Poder Judiciário, de forma a garantir a racionalidade
dos trabalhos e a segurança dos jurisdicionados.

Deve-se destacar que a posição do STF se aplica apenas ao terço constitucional


que incide sobre as férias gozadas. Isso porque, com relação às férias indenizadas
(e respectivo adicional de 1/3), o art. 28, § 9º, “d”, da Lei 8.212/1991, determina
expressamente a não incidência de contribuição social.

PARCELAS NÃO INTEGRANTES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

As parcelas não integrantes do salário de contribuição estão relacionadas numa


lista exaustiva e previstas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91 e no § 9º do art. 214
do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99).

Antes de estudarmos cada uma dessas parcelas que não integram o salário de
contribuição, vamos aprender algumas dicas que visam facilitar nossa compreensão
e memorização do assunto.

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Em regra, os valores pagos, visando uma indenização ou ressarcimento do


trabalhador, são considerados como parcelas não integrantes do salário de
contribuição.

Para melhor compreensão do assunto, vamos conceituar, novamente, indenização


e ressarcimento:

INDENIZAÇÃO: destina-se a reparar um dano, não integrando o salário


de contribuição.

RESSARCIMENTO: é o reembolso de despesas pagas pelo trabalhador,


quando executa alguma atividade de interesse do empregador, não
integrando, também, o salário de contribuição.

Vejamos quais são as parcelas não integrantes do salário de contribuição, previstas


na legislação previdenciária:

Os Benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais.

Os benefícios da Previdência Social não integram o salário de contribuição.

O salário-maternidade, entretanto, era exceção absoluta a esta regra, pois


integrava o salário de contribuição e sobre ele incidia contribuição previdenciária.

Contudo, Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso


Extraordinário nº 576.967/PR, declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da
Lei 8.212/1991 que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal
sobre o salário-maternidade. Com base nesse entendimento, a Procuradoria Geral
da Fazenda Nacional editou o PARECER SEI Nº 18361/2020/ME, em que orienta os
órgãos da Administração para se adequarem, mediante autorização para dispensa
de contestar e recorrer.

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A decisão tem repercussão geral, tendo-se fixada a seguinte tese: “É


inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador
sobre o salário maternidade".

Contudo, o entendimento da Procuradoria da Fazenda Nacional e da Secretaria da


Receita Federal do Brasil é no sentido de que continua incidindo a contribuição do
segurado sobre a parcela de salário-maternidade.

As Ajudas de Custo e o Adicional Mensal recebidos pelo aeronauta

AJUDA DE CUSTO: Devido no caso de transferência permanente, com


mudança de domicílio, por período superior a 120 dias. Nesta situação,
além do salário, o aeronauta receberá uma ajuda de custo, nunca inferior
ao valor de 4 meses de salário.

ADICIONAL MENSAL: Devido no caso de transferência provisória, por


período igual ou inferior a 120 dias. Nesta situação, além do salário, o
aeronauta receberá um adicional, que nunca poderá ser inferior a 25% do
salário recebido na base.

Tais verbas tem caráter indenizatório, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

A parcela "in natura" recebida de acordo com os Programas de Alimentação


aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei
6.321/76

O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, aprovado pelo Ministério do


Trabalho, quando devidamente cumprido pelo contribuinte, nos exatos termos da
lei, permite que a empresa forneça alimentação e cestas básicas a seus segurados,
sem que tais valores integrem a base de cálculo das contribuições previdenciárias.

A Receita Federal do Brasil - RFB, até 2011, apurava e cobrava contribuição social
incidente sobre os valores de alimentação e cesta básica fornecidas pela empresa

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a seus trabalhadores, quando as mesmas não estavam inscritas no PAT ou


descumpriam algum de seus requisitos legais.

Entretanto, o STJ, por diversas vezes, decidiu em sentido contrário, ao firmar entendimento
de que, mesmo não inscrita e não cumprindo os requisitos legais do Programa de
Alimentação do Trabalhador – PAT, não deveria haver incidência de contribuição
previdenciária sobre a alimentação e cestas básicas fornecida aos trabalhadores, uma vez
que não possui natureza salarial.

Diante da jurisprudência já pacificada, e buscando evitar maiores prejuízos para a


Fazenda Nacional, haja vista as sucessivas derrotas na esfera judicial, a própria
administração pública reconheceu tal entendimento e, por meio da Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional – PGFN, emitiu o Parecer nº 2.117/2011. Neste parecer
recomenda-se a não apresentação de contestação, a não interposição de recursos
e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante,
nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in
natura do auxílio-alimentação não há incidência da contribuição previdenciária.

Desta forma, para questões de prova que discorram sobra a incidência ou não de
contribuição previdenciária sobre o pagamento in natura do auxílio-alimentação, a
melhor resposta em qualquer desses casos, e que tais valores não integram o salário
de contribuição.

No entanto, se o pagamento do auxílio-alimentação for feito em dinheiro, ele


integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Este, inclusive, é o
entendimento da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados
Especiais Federais (TNU), conforme segue:

TNU, Súmula 67 - O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao


Regime Geral da Previdência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência
de contribuição previdenciária.

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As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional


constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias

Considera-se:

FÉRIAS INDENIZADAS: Aquelas que, até o momento da dispensa do


trabalhador, já foram adquiridas, porém não foram gozadas durante a
vigência do seu contrato de trabalho. Serão convertidas em dinheiro e
pagas ao segurado na rescisão.

ADICIONAL CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS INDENIZADAS: Trata-se de


um direito assegurado pela CF/88 aos empregados e trabalhadores
avulsos, bem como os empregados domésticos, que terão direito a férias
anuais remuneradas de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário
normal, após cada período de 12 meses de trabalho. Mesmo no caso de
férias indenizadas, o trabalhador terá direito ao terço constitucional de
férias respectivo.

DOBRA DE FÉRIAS: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo


legal, denominado período concessivo, o empregador pagará em dobro
a respectiva remuneração de férias.

No caso de férias vencidas no momento da rescisão, independentemente do


motivo, o empregado tem direito a indenização de férias. No entanto, existem
casos em que há férias proporcionais a receber, por não ter o trabalhador
completado o período aquisitivo no momento da rescisão.

No caso das férias proporcionais, vejamos as regras estabelecidas pelo TST:

Sumula 171 – TST: Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção
do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias
proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses.

Súmula 261 – TST: O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses
de serviço tem direito a férias proporcionais.

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Assim sendo, podemos concluir que o empregado só terá direito a férias


proporcionais (devida nos casos em que não completa o período aquisitivo no
momento da rescisão) se não for dispensado por justa causa.

Uma vez que receba indenização de férias, na rescisão de contrato de trabalho


(sejam vencidas ou proporcionais), terão natureza de indenização e sobre tais
valores não incide contribuição previdenciária.

Da mesma forma, o terço constitucional de férias indenizadas (pago na rescisão do


contrato de trabalho), bem como a dobra de férias ( por ter sido concedida após o
prazo legal), não sofrerão incidência de contribuição previdenciária.

Indenização de 40% do montante depositado no FGTS, por demissão sem justa


causa

Na ocorrência de despedida arbitrária ou sem justa causa, além das parcelas


salariais devidas, o empregado receberá uma indenização compensatória igual a
40% sobre o montante dos depósitos efetuados ao FGTS, acrescidos da correção
monetária e dos juros capitalizados. Na rescisão por culpa recíproca ou por força
maior, a indenização será de 20%.

Tais verbas tem caráter indenizatório, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

Indenização por despedida sem justa causa nos contratos por prazo determinado

Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

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Indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do


contrato

Expirado normalmente o contrato, a empresa pagará ao safrista, a título de


indenização do tempo de serviço, importância correspondente a 1/12 (um doze
avos) do salário mensal, por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias,
nos termos do art. 14 da Lei 5.889/73.

Contrato de safra é aquele que tem sua duração dependente de variações


estacionais das atividades agrárias, assim entendidas as tarefas normalmente
executadas no período compreendido entre o preparo do solo para o cultivo e a
colheita.

Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

Incentivo a demissão ou plano de demissão voluntária (PDV)

O Plano de Demissão Voluntária (PDV) se consubstancia como um mecanismo de


incentivo financeiro dado pelo empregador a seus empregados, com objetivo de
incentivar pedidos de rescisão contratual pelos trabalhadores.

Os PDVs são, portanto, instrumento de enxugamento de pessoal, que decorrem da


falta de interesse do empregador na manutenção de determinada mão de obra, e
que visam a desencadear pedidos de demissão mediante pagamento de uma
indenização baseada no tempo de serviço do trabalhador. Ou seja, em troca do
pedido de dispensa voluntária do obreiro, este é compensado monetariamente,
segundo o período de labor já prestado ao empregador.

Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

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Abono de Férias

Abono de férias (ou abono pecuniário) é a conversão, em dinheiro, de 1/3 (um


terço) dos dias de férias a que o empregado tem direito.

É uma opção do empregado, independente da concordância do empregador,


desde que requerido no prazo estabelecido na legislação trabalhista.

Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias.

Ganhos eventuais expressamente desvinculados do salário, por força de lei

GANHOS EVENTUAIS: São verbas pagas por liberalidade do empregador


e de forma eventual, ou seja, sem habitualidade. Quando pagos
eventualmente, tais verbas não integram o salário de contribuição, não
incidindo contribuições sociais sobre elas.

Licença-prêmio indenizada

LICENÇA PRÊMIO: É um direito concedido ao trabalhador para licenciar-


se do serviço, sem prejuízo de sua remuneração, após cumprido um
determinando período ininterrupto pré-estabelecido.

Tais regras podem varia de empresa para empresa e nem todas as empresas
oferecem este benefício a seus empregados.

Quando o benefício é concedido, alguns trabalhadores optam por não gozar a


licença prêmio a que tem direito, convertendo este direito em pecúnia,
“vendendo” sua licença prêmio à empresa.

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Neste caso, a empresa indeniza o trabalhador, pagando-lhe a denominada licença


prêmio indenizada.

Pode ocorrer, também, de ter o empregado adquirido o direito à licença-prêmio,


mas ter sido demitido antes de gozá-la. Neste caso, o empregado também
receberá em uma indenização em dinheiro, no valor correspondente aos dias de
licença-prêmio não gozada.

Como se trata de indenização, tais valores não integrarão o salário de


contribuição do empregado, nem tampouco incidirá sobre eles contribuição
previdenciária.

Indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a
correção salarial

Também conhecido como demissão obstativa, tal situação está prevista no art. 9
da Lei nº 7.238/84, nos seguintes termos:

O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a
data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário
mensal, seja ele optante ou não pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.

Tal indenização visa reparar o dano causado ao trabalhador que foi impedido de
obter correção salarial por ter sido demitido, sem justa causa, nos 30 dias que
antecedem este aumento.

No mesmo sentido manifestou-se o TST:

É devido o pagamento da indenização adicional na hipótese de dispensa injusta do


empregado, ocorrida no trintídio que antecede a data-base. A legislação posterior não
revogou os arts. 9º da Lei nº 6.708/1979 e 9º da Lei nº 7.238/1984.

O valor desta indenização, equivalente a 1 salário mensal, não tem natureza salarial
e, portanto, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias.

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A parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria

A Lei nº 8.212/91 apresenta, em seu art. 28, § 9º, uma lista exaustiva das parcelas
que não integram o salário de contribuição. Dentre elas, de acordo com a alínea
“f” do mencionado texto legal, aparece a parcela recebida a título de vale-
transporte, na forma da legislação própria.

A lei que disciplina a concessão de vale-transporte é a Lei nº 7.418/85,


regulamentada pelo Decreto nº 95.247/87.

Dentre as principais disposições legais acerca do fornecimento de vale transporte


pela empresa, podemos destacar:

• O Vale-Transporte, concedido nas condições e limites definidos na Lei, no


que se refere à contribuição do empregador:

o não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para


quaisquer efeitos;

o não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de


Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

o não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

• É vedado ao empregador substituir o Vale-Transporte por antecipação em


dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, ressalvado no caso de falta
ou insuficiência de estoque de Vale-Transporte, necessário ao atendimento
da demanda e ao funcionamento do sistema.

• O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com


a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de
seu salário básico.

Com base no art. 28, § 9º, alínea “f” da Lei nº 8.212/91, combinada com a Lei nº
7.418/85, regulamentada pelo Decreto nº 95.247/87, a Receita Federal do Brasil –
RFB tinha entendimento de que o vale-transporte pago em dinheiro ao trabalhador
sofria a incidência da contribuição previdenciária, pois não estaria sendo paga na
forma da legislação própria.

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Todavia, o STF, tem se posicionado no sentido de que o vale-transporte, mesmo sendo pago
em dinheiro, não sofre incidência de contribuição previdenciária, em virtude de sua natureza
não salarial. Diante deste entendimento do STF, o STJ revisou seu entendimento anterior e
passou a decidir no mesmo sentido.

Reconhecendo a jurisprudência já pacificada, a Procuradoria Geral da Fazenda


Nacional – PGFN emitiu o Parecer nº 2.120/2011, recomendando a não
apresentação de contestação, a não interposição de recursos e a desistência dos já
interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que
visem obter a declaração de que sobre o pagamento de vale transporte em
dinheiro não há incidência da contribuição previdenciária.

No mesmo ano, foi publicada a Súmula nº 60, de 08 de dezembro de 2011


dispondo sobre o tema, conforme segue:

"Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia,


considerando o caráter indenizatório da verba".

A presente Súmula vincula a RFB e a Fazenda Nacional, impedindo a cobrança de


contribuições previdenciárias sobre tais verbas, ainda que pagas em dinheiro.

Tais verbas tem natureza indenizatória, não possuindo, portanto, natureza salarial.
Desta forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo
das contribuições previdenciárias, ainda que pagas em dinheiro.

Contudo, se os empregadores descumprirem outras disposições constantes da


legislação própria, como, por exemplo, deixar de efetuar o desconto obrigatório
de 6% sobre o salário básico do trabalhador, tais verbas integrarão o salário de
contribuição e serão consideradas base de cálculo para a cobrança de contribuições
previdenciárias.

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A ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de


mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT

As ajudas de custo têm a finalidade de indenizar o empregado, ressarcindo ou


antecipando as despesas do trabalhador com a transferência para local diverso do
seu domicílio.

Vejamos o que está disposto sobre ajudas de custo na Lei 8.212/91:

Lei 8.212/91

Art. 28 (...)

§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

(...)

g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança


de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;

Assim dispõe o art. 470 da CLT:

“Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.”

Assim sendo, a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em


decorrência de mudança do local de trabalho do empregado, não integrará a base
de cálculo para cobrança de contribuições previdenciárias.

ATENÇÃO: Para que não sofra incidência de contribuição previdenciária,


a ajuda de custo deverá ser paga em parcela única. Caso seja paga em 2
ou mais parcelas, haverá a incidência da contribuição previdenciária sobre
todas elas.

As diárias para viagem

As diárias visam indenizar o trabalhador com deslocamento, alimentação,


hospedagem, etc., quando este necessita deslocar-se, temporariamente, para
realizar determinada atividade a mando do seu empregador.

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Vejamos o disposto no art. 457, §2º da CLT:

“As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação,
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a
remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário”.

Após as recentes alterações decorrentes da Lei 13.467/17, a nova redação da lei


8.212/91 a respeito de diárias para viagem ficou da seguinte forma:

Texto original do § 8º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, antes de ser revogado pela Lei
13.467/17:

“§ 8º Integram o salário-de-contribuição pelo seu valor total: (REVOGADO)

a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração
mensal ” (REVOGADO)

Texto original do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, antes de ser alterado pela Lei
13.467/17:

“§9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da
remuneração mensal (ALTERADO)

Após a vigência da Lei 13.467/17, a redação nova redação da Lei 8.212/91, a


respeito das diárias para viagem, ficou assim:

Art. 28. Lei 8212/91.(...)

§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente (...)

h) as diárias para viagens

CONCLUSÃO: a partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, podemos


concluir que o total das diárias pagas, ainda quando excedentes a

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cinquenta por cento da remuneração mensal, não mais integrarão o


salário de contribuição, em qualquer caso.

Assim sendo, as diárias para viagem, ainda que habituais, não integram a remuneração do
empregado e nem tampouco o salário de contribuição,

A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de


estagiário, quando paga nos termos da lei

A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de


estagiário, quando paga nos termos da Lei no 11.788/2008, não integra o salário
de contribuição, pois, neste caso, o estagiário não é considerado segurado
obrigatório do RGPS e os valores por ele recebidos não são considerados
remuneração. Assim sendo, se cumpridos os preceitos legais do contrato de
estágio, não incidirá contribuição previdenciária sobre sua bolsa de
complementação educacional.

O estagiário, se quiser, poderá filiar-se na condição de segurado facultativo.

ATENÇÃO: se o estágio for realizado em desacordo com a lei, o


estagiário será segurado obrigatório, na qualidade de empregado, os
valores recebidos irão integrar o salário de contribuição e sobre eles
incidirá, consequentemente, contribuições previdenciárias.

A Participação nos Lucros ou Resultados da empresa - PLR, quando paga ou


creditada de acordo com lei específica.

A CF/88, em seu art. 7º, inciso XI, afirma ser direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, participação
nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração.

Sobre a questão, assim dispõe a alínea “j” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991:

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“Art. 28...

(...)

§ 9º Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

(...)

j) a participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou


creditada de acordo com lei específica”.

A lei específica que regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou


resultados da empresa é a Lei no 10.101/2000, cujas principais disposições são
mencionadas a seguir:

• A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a


empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir
descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo:

o comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um


representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria;

o convenção ou acordo coletivo.

• Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras


e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das
regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações
pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição,
período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser
considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:

o índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;

o programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.

• O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos


trabalhadores.

• É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores


a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2
(duas) vezes no mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre
civil.

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Desta forma, a importância paga a título de participação nos lucros ou resultados


da empresa, quando paga nos termos da Lei no 10.101/2000, não integra o salário
de contribuição.

Por outro lado, se descumpridos os requisitos legais, tal verba será considerada
base de cálculo de contribuições previdenciárias.

O abono do Programa de Integração Social - PIS e do Programa de Assistência ao


Servidor Público - PASEP

A CF/88, em seu art. 239, §3º, dispõe que:

“Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de


Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até
dois salários-mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário
mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles
que já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.

Tais valores, denominados abono do PIS/PASEP, não sofrem incidência de


contribuição previdenciária, pois, além de não serem pagos pelo empregador,
estão expressamente previstos no §9º, do art. 28, da Lei n 8.212/91 como parcelas
não integrantes do salário de contribuição.

Transporte, alimentação e habitação

Os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela


empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de
sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija
deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo
Ministério do Trabalho, não integram o salário de contribuição, pois não são
fornecidas ao trabalhador como retribuição por seu trabalho.

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Nesta hipótese, as mencionadas utilidades não são concedidas pelo trabalho, mas
sim para o trabalho. Tais elementos são necessários à prestação dos serviços, sem
as quais o trabalhador teria prejuízo no desempenho de suas funções. Tais
utilidades não têm natureza salarial e estão fora, portanto, do campo de incidência
das contribuições previdenciárias.

EXEMPLO: O exemplo clássico refere-se ao trabalhador contratado para trabalhar


em plataformas petrolíferas em alto mar. Ora, se não houvesse o fornecimento do
transporte pela empresa, o trabalhador teria sérias dificuldades e alto custo para
chegar a seu local de trabalho. Do mesmo modo, não seria razoável exigir que o
segurado providenciasse sua alimentação e habitação, enquanto estiver
desenvolvendo as suas atividades.

A importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio


por incapacidade temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos
empregados da empresa

A importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio


por incapacidade temporária não integra o salário de contribuição, desde que este
direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa.

“Art. 28. Lei 8212/91.(...)

§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

(...)

n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por


incapacidade temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos
empregados da empresa”

A palavra-chave que devemos memorizar, necessária para que a complementação


do auxílio por incapacidade temporária não integre a base de cálculo das
contribuições previdenciárias, é a obrigatoriedade de que este direito seja
extensivo a todos os empregados da empresa.

O auxílio por incapacidade temporária é um benefício previdenciário devido ao


segurado que se encontra temporariamente incapaz para o exercício da sua
atividade habitual por período superior a quinze dias consecutivos, seja por motivo

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de doença ou acidente. A renda mensal deste benefício é de 91% do salário de


benefício do segurado.

Em regra, o valor do auxílio por incapacidade temporária é inferior à remuneração


mensal do trabalhador. Para evitar que o trabalhador tenha uma redução em sua
renda, algumas empresas complementam tal valor, pagando a diferença entre o
valor do auxílio por incapacidade temporária pago pelo INSS e o valor da
remuneração do empregado, buscando manter o poder aquisitivo de seus
empregados durante o gozo do benefício.

No entanto, tal complementação somente deixará de integra o salário de


contribuição se for extensiva à totalidade de empregados da empresa.

Previdência Complementar

O valor das contribuições efetivamente pagas pelo empregador, pessoa jurídica,


relativo a programa de Previdência Complementar, aberta ou fechada, desde que
disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, não integra o salário de
contribuição.

Contudo, para que tais valores não integrem o salário de contribuição e não haja,
consequentemente, incidência de contribuições previdenciárias sobre eles, é
necessário e obrigatório que tal benefício seja disponibilizado a todos os
empregados e dirigentes.

Caso seja concedido em favor de apenas de alguns segurados, sobre tais valores
repassados pela empresa haverá incidência de contribuições previdenciárias.

ATENÇÃO: É necessário que gravemos as seguintes palavras-chave para a prova,


para que a previdência complementar não integre o salário de contribuição:

• Todos os empregados; e
• Todos os dirigentes.

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Assistência médica, odontológica e reembolso de despesas médico-hospitalares

Não integra o salário de contribuição, para qualquer efeito, mesmo quando


concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas e mesmo que não
abranja a totalidade de empregados e dirigente da empresa, o valor relativo à:

• assistência prestada por serviço médico, próprio da empresa ou por ela


conveniado;

• assistência prestada por serviço odontológico, próprio da empresa ou por


ela conveniado,

• reembolso de despesas com:

o medicamentos;
o óculos;
o aparelhos ortopédicos;
o próteses;
o órteses;
o despesas médico-hospitalares e
o outras similares,

Após a vigência da Lei 13.467/17, a redação nova redação da Lei 8.212/91, a


respeito de assistência médica, odontológica e reembolso de despesas médico-
hospitalares ficou assim:

“Art. 28. Lei 8212/91.(...)

§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

(...)

q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da


empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos,
óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras
similares”

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Atualmente a exigência de que a cobertura abranja a totalidade de empregados e


dirigentes da empresa não existe mais. Assim sendo, tais valores não integrarão,
em qualquer caso, o salário de contribuição e não sofrerão incidência de
contribuição previdenciária.

CONCLUSÃO: a partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, podemos


concluir que os valores relativos à assistência prestada por serviço médico
ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses,
despesas médico-hospitalares e outras similares não mais integrarão o
salário de contribuição, em qualquer caso.

O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos


ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos
serviços

Não integram o salário de contribuição, quando fornecidos ao empregado e


utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços, o valor
correspondente a:

• vestuários;

• equipamentos; e

• outros acessórios.

Tais itens, quando utilizados no local do trabalho, para a prestação dos respectivos
serviços, não são fornecidas como retribuição pelo trabalho. Nesta hipótese, as
mencionadas utilidades são concedidas para o trabalho.

Tais elementos são necessários à prestação dos serviços, sem as quais o trabalhador
teria prejuízo no desempenho de suas funções. Tais utilidades não têm natureza
salarial e estão fora, portanto, do campo de incidência das contribuições
previdenciárias.

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Ressarcimento de despesas

Não integram o salário de contribuição, quando devidamente comprovadas:

• ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado; e

• reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista,


observado o limite máximo de seis anos de idade da criança.

• reembolso babá, limitado ao menor salário de contribuição mensal e


condicionado à comprovação:

o do registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social da


empregada;

o do pagamento da remuneração; e

o do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em


conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo
de seis anos de idade da criança.

Os ressarcimentos e reembolso não fazer parte da remuneração do segurado. Não


são pagos para retribuir o trabalho. Desta forma, não têm natureza salarial e estão
fora, portanto, do campo de incidência das contribuições previdenciárias.

No entanto, é necessário que as despesas sejam devidamente comprovadas, sob


pena de o fisco considerá-las base de cálculo de contribuição previdenciária.

Plano educacional

Não integra o salário de contribuição o valor relativo a plano educacional ou bolsa


de estudo que vise à:

• Educação básica de empregados e seus dependentes, formada pela


educação infantil, ensino fundamental e ensino médio;

• Educação profissional e tecnológica de empregados, desde que vinculada às


atividades desenvolvidas pela empresa.

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Em quaisquer dos casos mencionados, para que não haja incidência de contribuição
previdenciária, é necessário que:

• Tais valores não sejam utilizados em substituição da parcela salarial;

• O valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado


individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do
segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o
valor do limite mínimo mensal do salário de contribuição, o que for maior.

Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais

Direitos autorais são as denominações utilizadas para definir a posse, exercida pelo
autor ou por seus dependentes, sobre obras intelectuais. Tais obras podem ser
artísticas, literárias ou científicas.

O autor poderá ceder seus direitos autorais, para que terceiros comercializem sua
obra. Os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais não
integram o salário de contribuição, pois não são recebidas como contraprestação
por serviços prestados, mas sim pela cessão de direitos para que determinada
empresa explore sua obra intelectual.

Valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das


parcelas constantes do instrumento de rescisão de contrato de trabalho

Assim está previsto no § 6º do art. 477 da CLT:

“A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção


contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do
instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados
a partir do término do contrato”.

A inobservância do prazo acima mencionados sujeitará o infrator ao pagamento da


multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente
corrigido, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.

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A multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas


constantes do instrumento de rescisão de contrato de trabalho é considerada uma
penalidade pecuniária, sem natureza salarial. Desta forma, sobre tais valores não
incidirá contribuição previdenciária.

O valor correspondente ao vale-cultura

Em 27 de dezembro de 2012 foi publicada a Lei nº 12.761/2012, que criou, dentre


outras coisas, o vale-cultura, com destaque para os seguintes pontos:

• O vale-cultura terá caráter pessoal e intransferível, válido em todo o território


==10af64==

nacional, para acesso e fruição de produtos e serviços culturais, no âmbito


do Programa de Cultura do Trabalhador.

• O vale-cultura deverá ser fornecido ao trabalhador que perceba até 5 (cinco)


salários mínimos mensais.

• Os trabalhadores com renda superior a 5 (cinco) salários mínimos poderão


receber o vale-cultura, desde que garantido o atendimento à totalidade dos
empregados com a remuneração de até 5 (cinco) salários mínimos mensais.

• O valor mensal do vale-cultura, por usuário, atualmente estabelecido, será de


R$ 50,00 (cinquenta reais).

• É vedada, em qualquer hipótese, a reversão do valor do vale-cultura em


pecúnia.

Os valores correspondentes ao vale-cultura não integram o salário de contribuição,


por expressa determinação legal. Logo, sobre eles, não incidirá contribuição
previdenciária.

Prêmios e Abonos

Nos termos no art. 457, §2, da CLT, “as importâncias, ainda que habituais, pagas a
título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro,
diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do

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empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de


incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário”

PRÊMIOS: liberalidades concedidas pelo empregador, até duas vezes ao


ano, em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado,
grupo de empregados ou terceiros vinculados à sua atividade econômica
em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no
exercício de suas atividades.

ABONOS: é um bônus, uma “plus” ou complemento salarial, geralmente


temporário, concedido ao empregado.

Após a vigência da Lei 13.467/17, a redação nova redação da Lei 8.212/91, a


respeito de prêmios e abonos, ficou assim:

“Art. 28. Lei 8212/91.(...)

§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)

z) os prêmios e os abonos”

Assim sendo, nos termos da Lei 8.212/91, art. 28, §9º, “z”, combinado com o art.
457, §2, da CLT, não incide contribuição previdenciária sobre os prêmios e abonos.

CONCLUSÃO: a partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, podemos


concluir que os prêmios e os abonos não mais integrarão o salário de
contribuição, em qualquer caso.

Seguro de Vida em Grupo

Não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias o valor das


contribuições efetivamente pagas pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro
de vida em grupo, desde que:

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• Previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho;

• Disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes.

Valor Dispendido com Ministro de Confissão Religiosa e Membro de Instituto de


Vida Consagrada, de Congregação ou Ordem Religiosa

Os valores recebidos pelos ministros de confissão religiosa e membros de instituto


de vida consagrada, de congregação ou ordem religiosa, não serão considerados
remuneração e não integrarão o salário de contribuição, afastando-se a incidência
de contribuição previdenciária, nos seguintes casos:

• Sejam pagos em face do seu mister religioso ou para sua sobrevivência; e


• Fornecidos em condições que independam da natureza e quantidade do
trabalho executado.

Indenizações Previstas nos arts. 496 e 997 da CLT.


Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau
de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador
pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização
devida nos termos do artigo seguinte.

Art. 497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao


empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo
indeterminado, paga em dobro

Em resumo, nos casos em que for possível a conversão da estabilidade do


trabalhador em indenização, esta não integrará a base de cálculo das contribuições
previdenciárias.

Pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do empregado por


motivo de doença ou acidente de trabalho

Conforme disposto no art. 60, §3º, da Lei 8.213/91, está previsto claramente que o
pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento do empregado por
motivo de doença ou acidente de trabalho se trata de parcela remuneratória.

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§ 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por


motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário
integral.

Assim sendo, nos termos da lei, era claro o entendimento da Receita Federal de
que tais parcelas deveriam integrar o salário de contribuição e sobre eles incidir
contribuições previdenciárias

Contudo, o STJ, no julgamento do REsp nº 1.230.957/RS, entendeu pela exclusão


da remuneração (paga pelo empregador ao empregado nos primeiros 15 dias de
afastamento do trabalhador que antecedem o auxílio por incapacidade temporária)
da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal disciplinada no art. 22,
I, da Lei nº 8.212, de 1991.

Esse mesmo entendimento foi replicado para a contribuição do empregado, as


contribuições de terceiros e do SAT/RAT.

Observação 1: A dispensa da contribuição do empregado do art. 28, I, da Lei nº


8.212, de 2002, foi autorizada na Nota PGFN/CRJ Nº 115/2017.

Observação 2: A dispensa da contribuição do empregador de que trata o art. 22, I


e §1º, da Lei nº 8.212, de 2002, foi autorizada na Mensagem Eletrônica
PGFN/CRJ/COJUD n.º 08, de 18/09/2020, mas a inclusão em lista foi positivada no
Parecer SEI Nº 1446/2021/ME.

Observação 3: A dispensa da contribuição do empregador do art. 22, II, da Lei nº


8.212, de 2002, (SAT/RAT) do seu adicional regido no art. 57, §6º, da Lei nº 8.213,
de 1991, bem como das contribuições destinadas aos terceiros incidentes sobre a
folha de salários foi autorizada no Parecer SEI Nº 16120/2020/ME.

Dessa forma, com base nesse entendimento, a Procuradoria Geral da Fazenda


Nacional editou o PARECER SEI Nº 16120/2020/ME e o PARECER SEI Nº
1446/2021/ME, incluindo o tema na lista de dispensa de contestar e de recorrer.

Como vimos, o STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, de 26/02/2014, decidiu


pela não incidência da contribuição previdenciárias sobre a importância paga nos
primeiros 15 dias que antecedem o auxílio por incapacidade temporária.

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Aviso Prévio Indenizado

Quando o aviso-prévio é trabalhado, não há dúvidas de que o valor recebido tem


natureza salarial, integrando o salário de contribuição e sofrendo incidência de
contribuição previdenciária, como já estudado nesta aula.

No entanto, quando o aviso-prévio é indenizado, tínhamos uma divergência entre


lei e jurisprudência.

Nos termos da lei, era claro o entendimento da Receita Federal de que o aviso
prévio indenizado deveria integrar o salário de contribuição e sobre ele incidir
contribuições previdenciárias, a exemplo do que ocorre com o aviso prévio
trabalhado.

Contudo, firmou-se jurisprudência consolidada do STJ no sentido de que a


contribuição previdenciária não incide sobre o aviso prévio indenizado, tendo, a
PGFN, por meio da Nota PGFN/CRJ Nº 485/2016 incluído o aviso prévio
indenizado em lista de dispensa de atuação judicial, tanto para a contribuição a
cargo do empregador, como para a contribuição a cargo do empregado, incluindo
o tema na lista de dispensa de contestar e de recorrer.

Outrossim, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, em 26/02/2014, o STJ já havia


decidido pela não incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio
indenizado.

Hora Repouso Alimentação

Houve, novamente, mudança de entendimento acerca da


natureza indenizatória ou remuneratória da verba
relacionada à supressão da hora repouso alimentação – HRA,
paga como retribuição pela hora em que o empregado fica à disposição do
empregador.

Na sessão do dia 21 de fevereiro de 2017, a 1ª Turma do Superior Tribunal de


Justiça (STJ) havia concluído o julgamento do Recurso Especial nº 1.328.326, que
trata da incidência de contribuição previdenciária sobre pagamento de hora

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repouso alimentação (HRA) à trabalhadores que possuem turno contínuo, sem


horário de almoço. O julgamento foi iniciado em 2016, com o voto do Ministro
Relator Gurgel de Faria, que citou a Súmula 437 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST) para confirmar a natureza salarial da hora de repouso alimentação, sendo
acompanhado pelo Ministro Sérgio Kukina. Prevaleceu, entretanto, o voto em
sentido contrário dos Ministros Regina Helena Costa, Napoleão Nunes Maia Filho
e Benedito Gonçalves, reconhecendo que a remuneração ao repouso possuía
natureza indenizatória, motivo pelo qual não deveria integrar a base de cálculo das
contribuições previdenciárias. Na ocasião, para a maioria dos Ministros da Turma,
o pagamento da verba não remunera qualquer serviço prestado, mas decorre da
supressão do intervalo de repouso e alimentação a que o trabalhador teria direito,
o que revela seu caráter indenizatório.

Contudo, houve uma mudança de entendimento no Superior Tribunal de Justiça,


conforme podemos observar no Recurso Especial n° 1.727.114 – BA
(2018/0046038-0). Na sessão do dia 14 de janeiro de 2019, decidiu-se que incide
contribuição previdenciária sobre a verba relacionada à supressão da hora repouso
alimentação – HRA, paga como retribuição pela hora em que o empregado fica à
disposição do empregador, tendo em vista sua natureza eminentemente salarial.

POSIÇÃO ATUAL DO STJ:

Outrossim, tivemos, mais uma vez, alteração nos mencionados entendimentos,


conforme passamos a expor:

Em decisão monocrática publicada em 04/11/2021 (REsp 1.963.274/SP), o Ministro


Herman Benjamin, da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça - STJ, determinou
que, em situações ocorridas após a entrada em vigor da Lei 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista), não incide a contribuição previdenciária patronal sobre a Hora
Repouso Alimentação (HRA).

Em julgado publicado em maio de 2020, a 1ª Seção do STJ já havia se manifestado


sobre a questão, abordando apenas o período anterior à entrada em vigor da Lei
13.467/2017 (Reforma Trabalhista), onde reconheceu a incidência de contribuição
sobre a HRA para casos ocorridos tão somente antes da Reforma Trabalhista (EREsp
1.619.117). Naquela oportunidade, o Ministro Herman Benjamin, relator, destacou
a “nítida natureza remuneratória” da HRA, sobre a qual deveria incidir contribuição

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previdenciária. Por outro lado, pontuou que, a partir da Lei 13.467/2017, o


pagamento de intervalo intrajornada suprimido passou a ter natureza indenizatória,
sobre a qual não incide a contribuição previdenciária.

O QUE RESPONDER NA PROVA:

Para efeito de prova e segundo a jurisprudência mais recente, temos o seguinte


posicionamento:

• Período anterior à entrada em vigor da Lei 13.467/2017 (Reforma


Trabalhista): incide contribuição previdenciária sobre a verba relacionada à
supressão da hora repouso alimentação – HRA, tendo em vista sua natureza
eminentemente salarial (natureza remuneratória).
• Período posterior à entrada em vigor da Lei 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista): não incide contribuição previdenciária sobre a verba
relacionada à supressão da hora repouso alimentação – HRA, tendo em vista
sua natureza indenizatória.
• Se a questão não mencionar se o período é anterior ou posterior à entrada
em vigor da Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista): adotar a posição atual
(posterior à entrada em vigor da Lei 13.467/2017), na qual não incide
contribuição previdenciária sobre a verba relacionada à supressão da hora
repouso alimentação – HRA, tendo em vista sua natureza indenizatória.

PAGAMENTO EM DESACORDO COM A LEGISLAÇÃO

As parcelas definidas como não integrantes do salário de contribuição, quando


pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, passam a integrá-
lo, para todos fins e efeitos.

Ou seja, mesmo as parcelas não integrantes do salário de contribuição, passarão a


integrá-lo, com incidência de contribuição previdenciária, caso sejam pagas ou
creditadas em desacordo com a legislação.

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PROPORCIONALIDADE DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO

Vejamos o disposto no Regulamento da Previdência Social – RPS, art. 214, §1º:

Art. 214. (...)

§1º - Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no


curso do mês, o salário de contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho
efetivo.

Assim sendo, é possível que um trabalhador que seja contratado no dia 16 de abril
mês para ganhar R$ 2.000,00/mês receba, no mês de sua contratação, apenas R$
1000,00, proporcionalmente aos 15 dias trabalhados.

Apesar de tal valor ser inferior a um salário-mínimo mensal, a legislação


previdenciária determina que para o empregado, empregado doméstico e
trabalhador avulso o limite mínimo do salário de contribuição é o piso da categoria
ou o salário mínimo, considerando seu valor mensal, diário ou horário, conforme o
caso.

Neste exemplo, foi respeitado o salário-mínimo diário em cada um dos dias


trabalhados.

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QUESTÕES COMENTADAS

Questões Comentadas para Fixação

1. (CESPE – Analista Judiciário – STJ)


Acerca do custeio da seguridade social, julgue o próximo item.
O salário-de- contribuição de segurado empregado deverá corresponder à integralidade de
uma remuneração auferida durante o mês de trabalho.
Certo ( )
Errado ( )

COMENTÁRIOS:
A contribuição do segurado empregado possui uma base de cálculo a qual conhecemos
como salário-de-contribuição. Vejamos a definição de salário-de-contribuição:
Lei 8.212./91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim
entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;
(...)
§ 5º O limite máximo do salário-de-contribuição é de Cr$ 170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros),
reajustado a partir da data da entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices
que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.
(grifos nossos)

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Portanto, para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, o salário de contribuição


compreende basicamente a remuneração auferida em uma ou mais empresas, ainda que
essa remuneração ainda não tenha sido efetivamente paga pelo empregador, mas apenas
creditada.

Entretanto, ao contrário do que afirma o enunciado, nem sempre o salário-de-contribuição


será correspondente à integralidade da remuneração recebida, uma vez que existem
algumas parcelas que a lei exclui expressamente do salário-de-contribuição, como podemos
citar o vale transporte pago de acordo com a lei específica. Além disso, o salário de
contribuição possui um limite máximo, conforme § 5º do art. 28 da Lei 8.213/91. O valor do
limite máximo do salário-de-contribuição para 2022 é de R$ 7.087,22. O valor da
remuneração do empregado que ultrapasse esse limite não fará parte do salário de
contribuição.
Por todo o exposto, chegamos à conclusão de que a questão está ERRADA.

Gabarito: ERRADO.

2. (CESPE – Analista Administrativo – EBSERH)

Julgue o item subsecutivo, relativo às Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil n.º
971/2009 e n.º 1.234/2012 e à Lei Complementar n.º 116/2003.
Não integram a base de cálculo para fins de incidência de contribuições previdenciárias do
empregado as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, incluído o valor correspondente à dobra da remuneração de férias.
Certo ( )
Errado ( )

COMENTÁRIOS:
A questão está correta, a importância recebida a título de férias indenizadas e o respectivo
adicional constitucional, incluindo o valor correspondente à dobra da remuneração de férias
não integram o salário de contribuição. Não precisávamos conhecer os normativos previstos
no enunciado para acertar a questão, uma vez que há previsão nesse sentido na Lei
8.212/91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:

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(...)
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-
CLT;
(grifos nossos)

As férias indenizadas são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo trabalhador dentro
do seu contrato de trabalho. Além disso, prevê a lei trabalhista que empregado deve ter
suas férias concedidas durante o período de 12 meses que sucedem à data em que ele
adquiriu o direito. Se as férias forem concedidas após esse período, o empregador deverá
pagá-las em dobro, que é a chamada dobra da remuneração de férias.

Gabarito: CERTO.

3. (CESPE – Delegado de Polícia Federal)

Roberto é empregado da empresa XYZ ME há trinta anos e pretende requerer ao INSS, em


1.º/10/2018, a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O salário de contribuição de Roberto corresponde ao valor de sua remuneração, respeitados
os limites mínimo e máximo desse salário.
Certo ( )
Errado ( )

COMENTÁRIOS:
A contribuição do segurado empregado possui uma base de cálculo a qual conhecemos
como salário-de-contribuição. Vejamos a definição de salário-de-contribuição:
Lei 8.212./91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim
entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;
(...)

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§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da


categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário,
conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
(...)
§ 5º O limite máximo do salário-de-contribuição é de Cr$ 170.000,00 (cento e setenta mil cruzeiros),
reajustado a partir da data da entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices
que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.
(grifos nossos)

Portanto, para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, o salário de contribuição


compreende basicamente a remuneração auferida em uma ou mais empresas, ainda que
essa remuneração ainda não tenha sido efetivamente paga pelo empregador, mas apenas
creditada.

A lei prevê os limites mínimos e máximos do salário de contribuição, conforme § 3º e § 5º


da Lei 8.212/91 do artigo 28 da Lei 8.212/91. O valor do limite máximo do salário-de-
contribuição para 2022 é de R$ 7.087,22. O valor da remuneração do empregado que
ultrapasse esse limite não fará parte do salário de contribuição.

Gabarito: CORRETO.

4. (FCC – Analista Previdenciário – SEGEP MA)

NÃO integram o salário- de- contribuição para os fins da Lei nº 8.212/1991, exclusivamente,
as importâncias recebidas a título de férias

a) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à


dobra legal da remuneração de férias, além da importância paga ao segurado facultativo a
título de complementação ao valor do auxílio-moradia, desde que extensivo à totalidade de
empregados da empresa.
b) gozadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra
legal da remuneração de férias, além da importância paga ao empregado a título de
complementação ao valor do auxílio-acidente, desde que extensivo à totalidade de
empregados da empresa.
c) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
metade da remuneração legal de férias, além da importância paga ao empregado a título de
complementação ao valor do auxílio-moradia, desde que extensivo à totalidade de
empregados da empresa.

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d) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à


dobra legal da remuneração do décimo terceiro salário, além da importância paga ao
empregado a título de complementação ao valor do auxílio-acidente, desde que extensivo
a alguns empregados da empresa.
e) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
dobra legal da remuneração de férias prevista na legislação pertinente, além da importância
paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por incapacidade
temporária, desde que extensivo à totalidade de empregados da empresa.

COMENTÁRIOS:
Para respondermos à questão, devemos encontrar aquela parcela que NÃO integra o salário
de contribuição, de acordo com a Lei, como citado no enunciado. A lei 8.212/91 traz uma
lista dos itens que não integram o salário de contribuição. Vejamos:

Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:


(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
(...)
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-
CLT;
(...)
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por incapacidade
temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
(grifos nossos)

As férias indenizadas são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo trabalhador dentro
do seu contrato de trabalho. De acordo com a lei, não incidirá contribuição social no
recebimento deste valor e do respectivo adicional constitucional.
Quanto à hipótese prevista no art. 28, § 9º, “n” da Lei 8.212/91, algumas empresas
fornecem o benefício de complementação do valor do auxílio por incapacidade temporária
para seus funcionários, uma vez que o valor desse auxílio nem sempre é igual à remuneração
que o segurado recebe na empresa. Se o benefício de complementação do auxílio por
incapacidade temporária for extensível aos funcionários da empresa, ele não será parcela
integrante do salário de contribuição.

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Feitas essas considerações iniciais, vamos avaliar as assertivas.


a) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
dobra legal da remuneração de férias, além da importância paga ao segurado facultativo a
título de complementação ao valor do auxílio-moradia, desde que extensivo à totalidade de
empregados da empresa.
Não existe a importância paga ao segurado facultativo a título de complementação do
auxílio-moradia. Alternativa ERRADA.

b) gozadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra


legal da remuneração de férias, além da importância paga ao empregado a título de
complementação ao valor do auxílio-acidente, desde que extensivo à totalidade de
empregados da empresa.
Sobre as férias gozadas e respectivo adicional, de acordo com a Lei, incide a contribuição
previdenciária. Além disso, a importância que a empresa paga é complementação de auxílio
por incapacidade temporária, e não de auxílio-acidente. Alternativa ERRADA.

c) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à


metade da remuneração legal de férias, além da importância paga ao empregado a título de
complementação ao valor do auxílio-moradia, desde que extensivo à totalidade de
empregados da empresa.
A parcela não integrante do salário de contribuição é a dobra da remuneração legal de férias,
e não metade, como afirmado. O empregado deve ter suas férias concedidas durante o
período de 12 meses que sucedem à data em que ele adquiriu o direito. Se as férias forem
concedidas após esse período, o empregador deverá pagá-las em dobro.
Além disso, não existe complementação do auxílio-moradia, mas sim do auxílio por
incapacidade temporária. Alternativa ERRADA.

d) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à


dobra legal da remuneração do décimo terceiro salário, além da importância paga ao
empregado a título de complementação ao valor do auxílio-acidente, desde que extensivo
a alguns empregados da empresa.
A dobra ocorre sobre o valor da remuneração das férias, e não do décimo-terceiro salário.
A questão também erra ao afirmar que a complementação é do auxílio-acidente. Alternativa
ERRADA.

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e) indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à


dobra legal da remuneração de férias prevista na legislação pertinente, além da importância
paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio- doença, desde que
extensivo à totalidade de empregados da empresa.
Eis o nosso gabarito. A alternativa está em conformidade as alíneas “d”e “n” do § 9º do art.
29 da Lei 8.212/91. Alternativa CORRETA.

Gabarito: E.

5. (FCC – Técnico Previdenciário – SEGEP MA)

Com base na Lei nº 8.212 de 1991, que dispõe sobre a Organização da Seguridade Social,
a) o salário-maternidade integra o salário de contribuição, desde que pago em valor superior
ao salário mínimo.
b) as gorjetas, com exceção das espontâneas do cliente, integram o salário de contribuição
do empregado.
c) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional integram o salário de contribuição.
d) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da remuneração mensal, não
integram o salário de contribuição.
e) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por
incapacidade temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos
empregados da empresa, não integra o salário de contribuição.

COMENTÁRIOS:
a) o salário-maternidade integra o salário de contribuição, desde que pago em valor superior
ao salário mínimo.
O salário-maternidade, nos termos da lei, integrava o salário de contribuição e sobre ele incidia contribuição
previdenciária.
Contudo, Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário nº 576.967/PR, declarou a
inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 8.212/1991 que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária
patronal sobre o salário-maternidade. Com base nesse entendimento, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
editou o PARECER SEI Nº 18361/2020/ME, em que orienta os órgãos da Administração para se adequarem,
mediante autorização para dispensa de contestar e recorrer. A decisão tem repercussão geral, tendo-se fixada a
seguinte tese: “É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o
salário maternidade".

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Independente do seu valor, o salário maternidade não irá integrar o salário de contribuição.
Alternativa ERRADA.

b) as gorjetas, com exceção das espontâneas do cliente, integram o salário de contribuição


do empregado.
Lei 8.212/91
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida
a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir
o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou
acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
(grifos nossos)

As gorjetas, pagas a qualquer título, ainda que pagas espontâneamente pelo cliente, serão
parte integrante do salário de contribuição. Alternativa ERRADA.

c) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional


constitucional integram o salário de contribuição.
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
(...)
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-
CLT;
(...)
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por incapacidade
temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
(grifos nossos)

As férias indenizadas são aquelas que não chegaram a ser gozadas pelo trabalhador dentro
do seu contrato de trabalho. De acordo com a lei, não incidirá contribuição social no
recebimento deste valor e do respectivo adicional constitucional. Alternativa ERRADA.

d) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% da remuneração mensal, não
integram o salário de contribuição.
Lei n. 8.212/ 91

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Art. 28, § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
(...)
h) as diárias para viagens;

As diárias para viagem, independentemente de seu valor, não integrarão o salário de


contribuição. Alternativa ERRADA.

e) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por


incapacidade temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos
empregados da empresa, não integra o salário de contribuição.
Algumas empresas fornecem o benefício de complementação do valor do auxílio por
incapacidade temporária para seus funcionários, uma vez que o valor desse auxílio nem
sempre é igual à remuneração que o segurado recebe na empresa. Se o benefício de
complementação do auxílio por incapacidade temporária for extensível aos funcionários da
empresa, ele não será parcela integrante do salário de contribuição.

Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:


(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
(...)
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por incapacidade
temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
(grifos nossos)

Portanto, a assertiva está correta.

Gabarito: E.

6. (FCC – Analista Previdenciário – SEGEP MA)

A empresa é obrigada a preparar a folha de pagamento

a) apenas das remunerações pagas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os
padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social.

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b) das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com
os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social.
c) apenas das remunerações creditadas a alguns dos segurados a seu serviço, de acordo com
os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social.
d) das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a serviço de outrem, de
acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade
Social.
e) apenas das remunerações pagas a todos os segurados a serviço de outrem, de acordo
com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social.

COMENTÁRIOS:
A questão é um assunto cobrado com menos frequência nas provas de concurso: obrigações
acessórias. As obrigações acessórias são estipuladas para acessoramento da atividade de
arredação e fiscalização das contribuições sociais. Vejamos o texto da Lei 8.212/91 que
estipula a obrigação exigida nessa questão:
Lei 8.212/91
Art. 32. A empresa é também obrigada a:
I - preparar folhas-de-pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço,
de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social;
(...)
(grifos nossos)

Sendo assim, a empresa é obrigada a preparar a folha das remunerações de todos os


segurados que lhe prestaram serviços, tenham essas remunerações sido pagas ou creditadas
para pagamento posterior.
A alternativa que “b” é a reprodução do art. 32, “I”da Lei 8.212/91.

Gabarito: B.

7. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT 6ª Região).

Exclusivamente para os casos do segurado empregado e do segurado trabalhador avulso, o


salário-de-contribuição é a remuneração auferida em:
a) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho sem

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vínculo empregatício, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
eventuais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador
ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo
coletivo de trabalho ou sentença normativa.
b) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos ou
creditados a qualquer título, durante a quinzena, destinados a retribuir o trabalho, qualquer
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos eventuais sob a forma de utilidades e
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos
da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa.
c) uma empresa, assim entendida a totalidade dos rendimentos devidos ou creditados a
qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir apenas o trabalho com vínculo
empregatício, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos
da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa.
d) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho e o capital
investido, quaisquer que sejam as suas formas, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob
a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador
de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença normativa.
e) uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que
seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos
da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa.

COMENTÁRIOS:
Para resolver essa questão, apesar das assertivas serem muito grandes, basta uma leitura
atenta às alternativas e ter observado o comando da questão. Do ponto de vista de
conhecimento de leis, bastaria lembrar de um único inciso (o primeiro, que por sinal é muito
importante para o nosso estudo), do Art. 28, Lei 8.212/91. Vejamos o que ele nos diz:

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Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:


I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim
entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;
Sendo assim, podemos concluir que a assertiva “E” é a correta. Apesar de serem assertivas
grandes, a questão é simples, pois a assertiva trata da literalidade da lei. Como dissemos,
com uma leitura atenta, o candidato preparado resolve. Portanto, não se assuste com
questões longas na hora da prova. Ser longa, não necessariamente significa que a questão é
difícil.

Gabarito: E.

8. (CESPE - Técnico do Seguro Social).

No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição,


seguida de uma assertiva a ser julgada.
Zilda mantém vínculo empregatício com a empresa Y e com a empresa Z, das quais recebe
remuneração mensal equivalente a dois e três salários mínimos, respectivamente. Nessa
situação, a contribuição previdenciária de Zilda deverá incidir sobre os valores recebidos de
ambos os empregos.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O salário de contribuição é detalhado pelo art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91, por isso vamos
recorrer a ele para responder a esta questão.
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas,
assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante
o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;
(Destaques Nossos).

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Lembrando que salário de contribuição é diferente do salário do segurado, este é um dos


componentes daquele.
Lembremos ainda que, no caso de a soma dos dois salários ultrapassar o teto do salário de
contribuição, a parte que exceder será desconsiderada para efeito de cálculo do SC.
Como podemos analisar a assertiva está correta.

Gabarito: CERTO.

9. (CESPE - Procurador do Estado do Piauí ).

Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir:


O salário de contribuição de empregado que, vinculado ao RGPS, integre categoria cuja
remuneração mensal mínima seja fixada em R$ 1.800,00 por acordo coletivo é o salário
mínimo.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Esta questão foi bem elaborada.
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por
isso vamos ver o que diz a lei:
Lei 8212/91.
Art. 28. §3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou
normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário
ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
(Destaques Nossos).
Sendo assim podemos concluir que, para o segurado empregado, o salário mínimo apenas
é considerado quando inexiste piso salarial da categoria. Portanto a assertiva é falsa.

Gabarito: ERRADA.

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10. (CESPE - Técnico do Seguro Social).

No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição,


seguida de uma assertiva a ser julgada.
Gustavo inscreveu-se na previdência social na condição de segurado facultativo. Nessa
situação, o salário-de-contribuição de Gustavo deverá variar entre um salário mínimo e o
teto máximo fixado em portaria interministerial.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
De fato, é assim que funciona. Para responder a esta questão iremos recorrer ao art. 214 do
RPS — Decreto 3.048/99, pois lá estão listadas as parcelas integrantes e não integrantes do
salário de contribuição, além de estar conceituado o salário de contribuição de cada
categoria de segurado.
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição: (...)
VI - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observados os limites a que se referem os
§ 3º e §5º; (...)
§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde:
I - para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo; (...)
§ 5º O valor do limite máximo do salário-de-contribuição será publicado mediante portaria do
Ministério da Previdência e Assistência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios.
(Destaques Nossos).
Obs: Atualmente a citada portaria é publicada pelo Ministério da Fazenda.
Sendo assim, podemos concluir que a assertiva é verdadeira.

Gabarito: CERTA.

11. (FCC - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro).

Quanto ao custeio da Seguridade Social, conforme normas constitucionais e da legislação


aplicável à matéria, é correto afirmar:
a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador
e dos demais segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social.

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b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência


Social.
c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a
contribuição a ser recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada
na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma
natureza jurídica e destinação.
e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de
contribuição.

COMENTÁRIOS:
Essa questão exige seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91.
Vamos às assertivas:
a) As contribuições sociais sempre incidirão sobre aposentadoria e pensão, do trabalhador
e dos demais segurados, concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social.
Incorreta, uma vez que não incide contribuição previdenciária sobre aposentadorias e
pensões, nem tampouco sobre qualquer benefício previdenciário, conforme podemos
verificar no art. 28. da Lei 8.212/91:
Art. 28. Da Lei 8.212/91.(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, (...)

Obs.: O salário-maternidade, entretanto, era exceção a esta regra, pois integrava o


salário de contribuição e sobre ele incidia contribuição previdenciária.
Contudo, Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário
nº 576.967/PR, declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 8.212/1991 que
instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-
maternidade. Com base nesse entendimento, a Procuradoria Geral da Fazenda
Nacional editou o PARECER SEI Nº 18361/2020/ME, em que orienta os órgãos da
Administração para se adequarem, mediante autorização para dispensa de contestar
e recorrer. A decisão tem repercussão geral, tendo-se fixada a seguinte tese: “É
inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador
sobre o salário maternidade"

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b) O salário de contribuição se confunde com o valor da contribuição recolhida à Previdência


Social.
Incorreto. São coisas diferentes. O salário de contribuição é, em regra, a base de cálculo da
contribuição dos segurados, mas não o valor da contribuição em si. Revisitemos a definição
do salário de contribuição, conforme o Art. 28. Da Lei 8.212/91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim
entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês,
destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa;
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo
empregatício e do valor da remuneração;
III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício
de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o;
IV - para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo a que se refere
o § 5 o.

c) Entende-se por salário de contribuição o valor base sobre o qual será determinada a
contribuição a ser recolhida; para o empregado doméstico será a remuneração registrada
na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Correta, conforme podemos verificar no Art. 28, da Lei 8.212/91, em seu inciso II, abaixo
transcrito:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:(...)
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo
empregatício e do valor da remuneração;

d) O salário de benefício é sinônimo de salário de contribuição, possuindo assim mesma


natureza jurídica e destinação.
Incorreta, pois o salário de contribuição, como dissemos, é base de cálculo par o valor a ser
recolhido (pago) como contribuição, já o salário de benefício, como estudaremos adiante,
guarda relação com o valor do benefício previdenciário (a ser recebido).

e) Não há previsão legal para fixação de limites mínimo e máximo para o salário de
contribuição.

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Incorreta. O salário de contribuição possui limite máximo (teto) e também limite mínimo. O
valor máximo é reajustado anualmente. Para este último caso, por exemplo, podemos citar
o art. 28 da Lei 8.212/91:
Art. 28.(...)
§ 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da
categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário,
conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

Gabarito: C.

12. (CESPE - Técnico do Seguro Social).

No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de-contribuição,


seguida de uma assertiva a ser julgada.
Bruna, empregada da empresa Vargas & Vargas Cia. Ltda., entrou em gozo de licença-
maternidade. Nessa situação, haverá incidência da contribuição previdenciária sobre o valor
recebido por Bruna a título de salário-maternidade.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Conforme podemos verificar no Art. 28. da Lei 8.212/91, salário maternidade era o
único benefício previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a
incidência de contribuição:
Art. 28. Da Lei 8.212/91.
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-
maternidade;

Portanto assertiva foi considerada correta na ocasião da aplicação da prova.

Obs: Apesar de ter sido considerada correta na época da aplicação da prova,


atualmente foi declarado pelo STF como inconstitucional a incidência da contribuição

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previdenciária a cargo do empregador sobre o salário maternidade". Por tal motivo,


atualizamos o gabarito para assertiva INCORRETA.;

Gabarito: ERRADO.

13. (CESPE - Advogado da União – AGU).

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.


Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária nos
benefícios do RGPS, incluído o salário-maternidade.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Conforme podemos verificar no Art. 28. da Lei 8.212/91, salário maternidade era o único
benefício previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de
contribuição:
Art. 28. Da Lei 8.212/91.
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-
maternidade;

Portanto assertiva foi considerada errada na ocasião.

Obs: Apesar de ter sido considerada incorreta na época da aplicação da prova, atualmente
foi declarado pelo STF como inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a
cargo do empregador sobre o salário maternidade". Por tal motivo, atualizamos o gabarito
para assertiva CORRETA.

Gabarito: CERTO.

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14. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TC/ DF).

No que se refere ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), julgue o item seguinte.
Não é considerado salário de contribuição o salário-maternidade.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Conforme podemos verificar no Art. 28. da Lei 8.212/91, salário maternidade era o único
benefício previdenciário, concedido pelo RGPS, sobre o qual a lei prevê a incidência de
contribuição:
Art. 28. da Lei 8.212/91:
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-
maternidade;

Portanto assertiva foi considerada errada na ocasião.

Obs: Apesar de ter sido considerada incorreta na época da aplicação da prova, atualmente
foi declarado pelo STF como inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária a
cargo do empregador sobre o salário maternidade". Por tal motivo, atualizamos o gabarito
para assertiva CORRETA.

Gabarito: CERTO.

15. (CESPE - Procurador do Estado do Piauí)

Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir:


Compõem o salário de contribuição do empregado vinculado ao RGPS as parcelas
remuneratórias decorrentes do seu trabalho, ressalvada a gratificação natalina (décimo
terceiro salário), conforme entendimento do STF.
( ) Certo
( ) Errado

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COMENTÁRIOS:
Para o candidato despreparado, é fácil errar esta questão.
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91, por
isso vamos ver o que diz a lei:

Lei 8212/91.
Art. 28. (...)
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o
cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento.
(Destaques Nossos).
A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o STF editou a
Súmula 688, senão vejamos:
“Súmula 688: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”.
Como podemos perceber, segundo a lei e segundo o STF, a gratificação natalina integra
normalmente o salário de contribuição e, sobre ela, deverá incidir contribuição
previdenciária .
Sendo assim podemos concluir que a assertiva está incorreta.

Gabarito: ERRADA.

16. (CESPE - Auditor de Controle Externo – TCE/ RO – Direito).

Acerca do financiamento dos RPPSs e do RGPS, julgue o próximo item.


Os aposentados e pensionistas do RGPS deverão contribuir para o financiamento desse
mesmo regime com proventos de seus respectivos benefícios, com a incidência da mesma
alíquota aplicada aos segurados em atividade, desde que o valor de seus proventos supere
o limite máximo estabelecido para o referido regime.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Assertiva incorreta. Para embasar nossa resposta, vamos recorrer ao Art. 195 da
Constituição Federal.

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Art. 195. (...)


II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
(Destaques Nossos).
Vejamos, agora, o que diz a Lei 8.212/91 sobre tal assunto:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, (...)
(Destaques nossos)
Assim sendo, podemos concluir que aposentadoria ou pensão, quando são concedidas pelo
Regime Geral, não sofrem incidência de contribuição previdenciária. Por outro lado, no
Regime Próprio de Previdência Social – RPP, incidirá contribuição quando os proventos
ultrapassarem o teto do RGPS. Portanto, assertiva incorreta.

Gabarito: ERRADA.

17. (CESPE - Técnico do Seguro Social).

No próximo item, é apresentada uma situação hipotética acerca de salário-de- contribuição,


seguida de uma assertiva a ser julgada.
O contrato de trabalho de Carlos, empregado da empresa L & M Ltda., foi rescindido antes
que ele pudesse usufruir de férias vencidas. Nessa situação, haverá a incidência de
contribuição previdenciária sobre a importância paga a título de indenização das férias
vencidas e sobre o respectivo adicional constitucional.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O salário de contribuição é detalhado pelo art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91, por isso
recorramos a ele para responder esta questão.
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)

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d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,


inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da
Consolidação das Leis do Trabalho-CLT;
(Destaques Nossos).
Como podemos verificar a assertiva diz exatamente o contrário da lei, por isso está
incorreta.

Gabarito: ERRADA.

18. (CESPE - Delegado de Polícia Federal).

De acordo com as normas constitucionais e legais acerca do financiamento da seguridade


social, julgue o item seguinte.
Integram o salário de contribuição que equivale à remuneração auferida pelo empregado,
as parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que indenizadas.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Ora, foi o "ainda que indenizadas" do examinador que tornou essa resposta incorreta.
Sabemos que férias gozadas e salário integram o salário-de-contribuição. Já quanto às férias
indenizadas, é diferente. Sobre férias indenizadas, não incide a contribuição para a
Seguridade Social. Vejamos o Decreto 3048/98 em alguns trechos que selecionamos:
Art. 214. (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,
inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da
Consolidação das Leis do Trabalho; (...)
§ 14. A incidência da contribuição sobre a remuneração das férias ocorrerá no mês a que elas se
referirem, mesmo quando pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista.
(Destaques nossos)
Portanto, assertiva incorreta.

Gabarito: ERRADO

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19. (CESPE - Analista Técnico-Administrativo – DPU).

No que se refere ao financiamento da seguridade social, julgue o item a seguir.


Segundo a legislação vigente, deve haver incidência de contribuição previdenciária sobre
importância recebida a título de incentivo a demissão voluntária e abono de férias.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O salário de contribuição é detalhado pelo art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91, por isso vamos
recorrer a ele para responder à questão.
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
e) as importâncias: (...)
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
(Destaques Nossos).
Como podemos verificar a assertiva diz exatamente o contrário da lei, por isso está
incorreta.

Gabarito: ERRADA.

20. (CESPE - Procurador do Estado do Piauí).

Em relação ao salário de contribuição, julgue o item a seguir:


Segundo entendimento do STF, a indenização de transporte paga em dinheiro não integra o
salário de contribuição.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Via de regra, indenizações não integram o salário de contribuição.
As normas do salário de contribuição estão em grande parte no Art. 28 da Lei 8212/91.
Vejamos o que diz a lei, especificamente sobre esta questão:

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§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:


f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
(Destaques Nossos).
Ademais, o STF, tem se posicionado no sentido de que o vale-transporte, mesmo sendo pago
em dinheiro, não sofre incidência de contribuição previdenciária, em virtude de sua
natureza não salarial. Diante deste entendimento do STF, o STJ revisou seu entendimento
anterior e passou a decidir no mesmo sentido.

Gabarito: CERTO.

21. (FCC – Analista Judiciário - TRT 21ª Região – Judiciária).

De acordo com a Lei nº 13.467/2017, para fins de contribuição à Previdência Social:


a) o total das diárias para viagem pagas pelo empregador, quando excedente a cinquenta
por cento do salário mensal, integra o salário de contribuição.
b) as diárias para viagem pagas pelo empregador, em nenhuma hipótese, integram o salário
de contribuição.
c) apenas o percentual das diárias para viagem que exceder cinquenta por cento do salário
mensal do empregado integra o salário de contribuição.
d) os prêmios e abonos integram o salário de contribuição, desde que decorram de
regulamento interno da empresa.
e) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico conveniado
pela empresa integra o salário de contribuição, desde que concedido a todos os
empregados.

COMENTÁRIOS:
Essa questão testa os seus conhecimentos a respeito do art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91,
que trata do assunto parcelas integrantes e não integrantes do salário-de-contribuição.
Vamos às Assertivas:
a) o total das diárias para viagem pagas pelo empregador, quando excedente a cinquenta
por cento do salário mensal, integra o salário de contribuição.
Incorreta. Essa era a regra antes da Lei 13.467/17. A redação do dispositivo correspondente
foi alterada, conforme podemos verificar:
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)

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h) as diárias para viagens; (...)

b) as diárias para viagem pagas pelo empregador, em nenhuma hipótese, integram o salário
de contribuição.
Correta. Basta conferir no Art. 28 da Lei 8.212/91 (mesma alínea que analisamos acima):
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
h) as diárias para viagens;
Dica: não que isso seja uma regra absoluta, mas preste atenção quando há alternativas com
conceitos totalmente (ou mesmo parcialmente) opostos nas assertivas de uma mesma
questão. Pois, quando isto acontece, é comum a resposta correta estar em uma das
alternativas com ideias opostas.

c) apenas o percentual das diárias para viagem que exceder cinquenta por cento do salário
mensal do empregado integra o salário de contribuição.
Incorreta, pois, como vimos, com a Lei 13.467/17, as diárias para viagem deixaram de
integrar o salário de contribuição, sem limite de valor.

d) os prêmios e abonos integram o salário de contribuição, desde que decorram de


regulamento interno da empresa.
Incorreta. Antes da Lei 13.467/17, havia uma pequena restrição normativa em relação aos
prêmios e abonos, que não poderiam ser habituais ou contratuais. No entanto, atualmente
prêmios e abonos não integram mais o salário de contribuição, em qualquer caso. Vamos
conferir agora como ficou a Lei, após as mudanças feitas no §9º do art. 28 da Lei 8.212/91:
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
z) os prêmios e os abonos.

e) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico conveniado


pela empresa integra o salário de contribuição, desde que concedido a todos os
empregados.
Incorreta. Antes das alterações trazidas pela Lei 13.467/17, tais valores não integrariam o
Salário de Contribuição desde que disponível à totalidade dos empregados e dirigentes da
empresa. Após as modificações, foi eliminado esse condicionante, conforme podemos ver
em §9º do art. 28 da Lei 8.212/91:
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)

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q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou
por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares;
(...)

Gabarito: B

22. (FCC - Procurador Autárquico – MANAUSPREV).

Nos termos da legislação que institui e regulamenta o Plano de Custeio da Seguridade Social
no Brasil, sobre salário de contribuição, é INCORRETO afirmar:
a) O valor de diárias para viagem não excedentes de 50% da remuneração mensal, a parcela
recebida a título de vale-transporte na forma da lei própria e a participação nos lucros e
resultados da empresa integram o salário de contribuição do empregado urbano.
b) O salário de contribuição para o empregado doméstico é a remuneração registrada em
Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em
regulamento para comprovação de vínculo empregatício e os limites mínimo e máximo da
remuneração.
c) A gratificação natalina integra o salário de contribuição da empregada urbana, exceto
para o cálculo do salário de benefício.
d) As importâncias recebidas a título de férias indenizadas com o respectivo adicional
constitucional, inclusive o valor da dobra da remuneração de férias, prevista no art. 137, da
CLT não integram o salário de contribuição do empregado urbano.
e) O salário de contribuição do contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou
mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo previstos no decreto regulamentador.

COMENTÁRIOS:
Essa questão exige seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91 e atenção, pois o examinador
pede a alternativa incorreta.
Vamos às assertivas:
a) O valor de diárias para viagem não excedentes de 50% da remuneração mensal, a parcela
recebida a título de vale-transporte na forma da lei própria e a participação nos lucros e
resultados da empresa integram o salário de contribuição do empregado urbano.
Incorreta, conforme veremos abaixo:
Art. 28. Lei 8212/91.(...)

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§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente (...)


f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal;
h) as diárias para viagens
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;
Notem que a alínea “h” foi alterada, exatamente onde podemos encontrar o primeiro erro
da assertiva.
Além disso, a parcela recebida a título de vale-transporte na forma da lei própria (item “f”
acima) e a participação nos lucros e resultados da empresa (item “j” acima) não integram o
salário de contribuição. Assim sendo, temos 3 erros na mesma assertiva.
Portanto, está será o gabarito da questão.

b) O salário de contribuição para o empregado doméstico é a remuneração registrada em


Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em
regulamento para comprovação de vínculo empregatício e os limites mínimo e máximo da
remuneração.
Correta, conforme podemos verificar na Lei 8212/91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo
empregatício e do valor da remuneração;

c) A gratificação natalina integra o salário de contribuição da empregada urbana, exceto


para o cálculo do salário de benefício.
Correta, conforme podemos verificar no mesmo artigo da Lei 8212/91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: (...)
§ 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o
cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento.
(Destaques Nossos)

d) As importâncias recebidas a título de férias indenizadas com o respectivo adicional


constitucional, inclusive o valor da dobra da remuneração de férias, prevista no art. 137, da
CLT não integram o salário de contribuição do empregado urbano.
Assertiva também correta, conforme podemos verificar na mesma lei:
Lei 8212/91:
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:(...)

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§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:


d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,
inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da
Consolidação das Leis do Trabalho-CLT;

e) O salário de contribuição do contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou


mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo previstos no decreto regulamentador.
Correta, conforme também podemos verificar na:
Lei 8212/91
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:(...)
II - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício
de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o

Portanto, gabarito: A.

23. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT 1ª Região).

A respeito do salário de contribuição, conforme estabelecido pela Lei nº 8.212/1991, é


correto afirmar:
a) Não integram o salário de contribuição os benefícios da previdência social, nos termos e
limites legais.
b) Integram o salário de contribuição, pelo seu valor total, as diárias pagas, mesmo quando
o montante não exceder a 50% da remuneração mensal.
c) Integram o salário de contribuição as importâncias recebidas a título de incentivo à
demissão.
d) O décimo terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário de contribuição, inclusive
para o cálculo de benefício.
e) Integram o salário de contribuição as importâncias recebidas a título de férias indenizadas
e respectivo adicional constitucional.

COMENTÁRIOS:
Essa questão exige o seu conhecimento a respeito do art. 28 da LOCSS — Lei 8.212/91
Vamos às Assertivas:

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a) Não integram o salário de contribuição os benefícios da previdência social, nos termos e


limites legais.
Correto, conforme podemos verificar no art. 28. da Lei 8.212/91:
Art. 28. Da Lei 8.212/91.(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, (...);
Obs.: O salário-maternidade, entretanto, era exceção a esta regra, pois integrava o salário de
contribuição e sobre ele incidia contribuição previdenciária.
Contudo, Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário nº 576.967/PR,
declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 8.212/1991 que instituíam a cobrança da
contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. Com base nesse entendimento, a
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional editou o PARECER SEI Nº 18361/2020/ME, em que orienta os
órgãos da Administração para se adequarem, mediante autorização para dispensa de contestar e
recorrer. A decisão tem repercussão geral, tendo-se fixada a seguinte tese: “É inconstitucional a
incidência da contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário maternidade;

b) Integram o salário de contribuição, pelo seu valor total, as diárias pagas, mesmo quando
o montante não exceder a 50% da remuneração mensal.
Assertiva incorreta, senão, vejamos o que diz a lei (atualizada):
Art. 28. Lei 8212/91.(...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente (...)
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração
mensal;
h) as diárias para viagens
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei
específica;
Notem que a alínea “h” foi alterada.

c) Integram o salário de contribuição as importâncias recebidas a título de incentivo à


demissão.
Incorreta. Incentivo à demissão é claramente excluído da contribuição:
Art. 28. (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
e) as importâncias: (...)

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5. recebidas a título de incentivo à demissão;

d) O décimo terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário de contribuição, inclusive


para o cálculo de benefício.
Realmente existe incidência sobre o 13º salário da contribuição, só que conforme podemos
verificar na lei ele não entra no cálculo do benefício:
Art. 28. (...) § 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição,
exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento.

e) Integram o salário de contribuição as importâncias recebidas a título de férias indenizadas


e respectivo adicional constitucional.
Lembre-se pagamento de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional não
integram o salário de contribuição. Assertiva incorreta, conforme podemos verificar abaixo:
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,
inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da
Consolidação das Leis do Trabalho; (...

Gabarito: Letra A.

24. (FCC - Analista Judiciário - TRT 15ª Região – Judiciária).

Integra o salário-de-contribuição, devendo incidir contribuições previdenciárias:


a) o auxílio por incapacidade temporária e o auxílio-acidente pagos pela Previdência Social
a empregados, nos termos e limites legais.
b) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados
pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
c) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria.
d) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança
de local de trabalho do empregado.
e) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por
incapacidade temporária, quando este direito não seja extensivo à totalidade dos
empregados.

COMENTÁRIOS:

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Essa questão sobre os itens que integram (ou não integram) o salário de contribuição exige
seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91 Art. 28.
Analisemos as assertivas:

a) o auxílio por incapacidade temporária e o auxílio-acidente pagos pela Previdência Social


a empregados, nos termos e limites legais.
Incorreto. O auxílio por incapacidade temporária, bem como o auxílio acidente, não
integram o salário de contribuição, nos termos do art. 28. da Lei 8.212/91:
Art. 28. Da Lei 8.212/91.
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, (...);

b) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados


pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Incorreto, conforme podemos verificar no mesmo Art. 28. Da Lei 8.212/91:
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; (...)

c) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria.


Incorreto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; (...)

d) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança


de local de trabalho do empregado.
Incorreto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30
de outubro de 1973;

e) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por


incapacidade temporária, quando este direito não seja extensivo à totalidade dos
empregados.

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Correto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:


§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por incapacidade
temporária, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
(Destaques Nossos).
Portanto, a situação hipotética da questão integraria o salário de contribuição.

Gabarito: Letra E.

25. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT 1ª Região).

Integra o salário-de-contribuição, devendo incidir as contribuições previdenciárias:


a) As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional.
b) A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo
com lei específica.
c) O valor das contribuições vertidas pelo empregador a plano de previdência
complementar, aberto ou fechado, quando tal direito não seja disponível à totalidade dos
empregados.
d) O valor correspondente ao vale-cultura.
e) O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao
empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços.

COMENTÁRIOS:
Essa questão exige seus conhecimentos sobre a Lei 8.212/91 Art. 28.
Vamos às assertivas:
a) As importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional.
Incorreto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
Art. 28. (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional,
inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da
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b) A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo


com lei específica.
Incorreto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
Art. 28. (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei
específica;
c) O valor das contribuições vertidas pelo empregador a plano de previdência
complementar, aberto ou fechado, quando tal direito não seja disponível à totalidade dos
empregados.
Correto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
Art. 28. (...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência
complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e
dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;
(Destaques Nossos)
d) O valor correspondente ao vale-cultura.
Incorreto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
Art. 28.
(...) § 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
y) o valor correspondente ao vale-cultura.
e) O valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao
empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços.
Incorreto, conforme podemos verificar no Art. 28. Da Lei 8.212/91:
Art. 28. (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e
utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;

Gabarito: Letra C

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26. (ESAF – AFRFB).

Sobre as verbas que não integram o salário de contribuição é correto afirmar que, dentre
elas, temos a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência
de mudança de local de trabalho do empregado.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso VII, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição,
senão vejamos:
Lei 8.212/91
Art. 28 (...)
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local
de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;
Assim dispõe o art. 470 da CLT:
“Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.”
As ajudas de custo têm a finalidade de indenizar o empregado, ressarcindo ou antecipando
as despesas do trabalhador com a transferência para local diverso do seu domicílio.
ATENÇÃO: Para que não sofra incidência de contribuição previdenciária, a ajuda de custo
deverá ser paga em parcela única. Caso seja paga em 2 ou mais parcelas, haverá a incidência
da contribuição previdenciária sobre todas elas.

GABARITO: CERTO

27. (ESAF – AFRFB).

Sobre as verbas que não integram o salário de contribuição é correto afirmar que, dentre
elas, temos a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de
estagiário quando paga nos termos da Lei n. 6.494/77.
( ) Certo
( ) Errado

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COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso IX, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição.
A importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário,
quando paga nos termos da Lei (atualmente Lei nº 11.788/2008), não integra o salário de
contribuição, pois, neste caso, o estagiário não é considerado segurado obrigatório do RGPS
e os valores por ele recebidos não são considerados remuneração. Assim sendo, se
cumpridos os preceitos legais do contrato de estágio, não incidirá contribuição
previdenciária sobre sua bolsa de complementação educacional.
Contudo, se o estágio for realizado em desacordo com a lei, o estagiário será segurado
obrigatório, na qualidade de empregado, e a bolsa integrará o salário de contribuição e
sobre ela incidirá, consequentemente, contribuições previdenciárias.

GABARITO: CERTO

28. (ESAF – AFRFB).

Sobre as verbas que não integram o salário de contribuição é correto afirmar que, dentre
elas, temos a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou
creditada de acordo e nos limites de lei específica.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso X, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado
pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição, desde que
paga ou creditada nos termos da lei.
A CF/88, em seu art. 7º, inciso XI, afirma ser direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social, participação nos lucros, ou
resultados, desvinculada da remuneração.

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Sobre a questão, assim dispõe a alínea “j” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991:


“Art. 28...
(...)
§ 9º Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:
(...)
j) a participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de
acordo com lei específica”.
A lei específica que regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da
empresa é a Lei no 10.101/2000, cujas principais disposições são mencionadas a seguir:
• A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e
seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas
partes de comum acordo:
o comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante
indicado pelo sindicato da respectiva categoria;
o convenção ou acordo coletivo.
• Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas
quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas,
inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do
acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do
acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:
o índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
o programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.
• O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos
trabalhadores.
• É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de
participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo
ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil.
Desta forma, a importância paga a título de participação nos lucros ou resultados da
empresa, quando paga nos termos da Lei no 10.101/2000, não integra o salário de
contribuição.
Por outro lado, se descumpridos os requisitos legais, tal verba será considerada base de
cálculo de contribuições previdenciárias.

GABARITO: CERTO

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29. (ESAF – AFRFB).

Sobre as verbas que não integram o salário de contribuição é correto afirmar que, dentre
elas, temos o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência
ao Servidor Público-PASEP.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso XI, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição.
A CF/88, em seu art. 239, §3º, dispõe que:
“Art. 239. (...)
§3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração
Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos
de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste
valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos
programas, até a data da promulgação desta Constituição.”
Tais valores, denominados abono do PIS/PASEP, não sofrem incidência de contribuição
previdenciária, pois, além de não serem pagos pelo empregador, estão expressamente
previstos no §9º, do art. 28, da Lei n 8.212/91 como parcelas não integrantes do salário de
contribuição.

GABARITO: CERTO

30. (ESAF – AFRFB).

Sobre as verbas que não integram o salário de contribuição é correto afirmar que, dentre
elas, temos a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do
auxílio por incapacidade temporária, desde que este direito seja extensivo aos demais
empregados da empresa.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:

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O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso XIII, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição.
A importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio por
incapacidade temporária não integra o salário de contribuição, desde que este direito seja
extensivo à totalidade dos empregados da empresa.
A palavra-chave que devemos memorizar, necessária para que a complementação do auxílio
por incapacidade temporária não integre a base de cálculo das contribuições
previdenciárias, é a obrigatoriedade de que este direito seja extensivo a todos os
empregados da empresa.
O auxílio por incapacidade temporária é um benefício previdenciário devido ao segurado
que se encontra temporariamente incapaz para o exercício da sua atividade habitual por
período superior a quinze dias consecutivos, seja por motivo de doença ou acidente. A renda
mensal deste benefício é de 91% do salário de benefício do segurado.
Em regra, o valor do auxílio por incapacidade temporária é inferior à remuneração mensal
do trabalhador. Para evitar que o trabalhador tenha uma redução em sua renda, algumas
empresas complementam tal valor, pagando a diferença entre o valor do auxílio por
incapacidade temporária pago pelo INSS e o valor da remuneração do empregado, buscando
manter o poder aquisitivo de seus empregados durante o gozo do benefício.
No entanto, tal complementação somente deixará de integra o salário de contribuição se
for extensiva à totalidade de empregados da empresa.

GABARITO: CERTO

31. (ESAF – AFRFB).

Sobre o conceito de salário de contribuição, é correto afirmar que para os segurados


empregado e trabalhador avulso, a remuneração auferida em uma ou mais empresas,
assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhe são pagos, devidos ou creditados
a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a
sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou de acordo coletivo de trabalho
ou de sentença normativa, observados os limites mínimo e máximo.
( ) Certo
( ) Errado

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COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca do conceito do salário de
contribuição dos segurados empregados e trabalhadores avulso.
Nos termos do art. 214, inciso I, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/99, tal assertiva reproduz com perfeição o conceito de salário de
contribuição para os segurados empregado e trabalhador avulso.

GABARITO: CERTO

32. (ESAF – AFRFB).

Sobre o conceito de salário de contribuição, é correto afirmar que para o segurado


empregado doméstico, a remuneração registrada em sua CTPS ou comprovada mediante
recibos de pagamento, observados os limites mínimo e máximo.
( ) Certo
( ) Errado
COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca do conceito do salário de
contribuição do empregado doméstico.
Nos termos do art. 214, inciso II, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/99, tal assertiva reproduz com perfeição o conceito de salário de
contribuição para o segurado empregado doméstico.

GABARITO: CERTO

33. (ESAF – AFRFB).

Sobre o conceito de salário de contribuição, é correto afirmar que para o segurado


contribuinte individual, independentemente da data de filiação ao RGPS, considerando
os fatos geradores ocorridos desde 1º de abril de 2003, a remuneração auferida em uma
ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês,
observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.
( ) Certo
( ) Errado

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COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca do conceito do salário de
contribuição do contribuinte individual.
Nos termos do art. 214, inciso III, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado
pelo Decreto nº 3.048/99, tal assertiva reproduz com perfeição o conceito de salário de
contribuição para o segurado contribuinte individual.

GABARITO: CERTO

34. (ESAF – AFRFB).

Sobre o conceito de salário de contribuição, é correto afirmar que para o segurado


especial que usar da faculdade de contribuir individualmente, considera-se salário de
contribuição o valor por ele declarado.
( ) Certo
( ) Errado
COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca do conceito do salário de
contribuição do segurado facultativo.
Nos termos do art. 200, § 2º, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/99, o segurado especial, além da sua contribuição obrigatória, poderá
contribuir, facultativamente, tal qual o contribuinte individual.
Neste caso, nos termos da IN RFB 971/2009, art. 55, V, o salário de contribuição do segurado
especial, que usar da faculdade de contribuir individualmente, será o valor por ele
declarado.
Por oportuno, devemos lembrar que o recolhimento de contribuições facultativas sobre o
salário de contribuição não desobriga o segurado especial de continuar contribuindo
normalmente sobre a receita bruta da comercialização da sua produção rural.

GABARITO: CERTO

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35. (ESAF – ATRFB).

Integra o salário de contribuição o valor recebido a título de indenização por despedida


sem justa causa nos contratos de trabalho por prazo determinado.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que INTEGRAM o
salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso V, item “c”, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição.
Na ocorrência de despedida arbitrária ou sem justa causa, além das parcelas salariais
devidas, o empregado receberá uma indenização compensatória igual a 40% sobre o
montante dos depósitos efetuados ao FGTS, acrescidos da correção monetária e dos juros
capitalizados.
Tais verbas tem caráter indenizatório, não possuindo, portanto, natureza salarial. Desta
forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo das contribuições
previdenciárias.
Como o enunciado afirma equivocadamente que tais verbas integram o salário de
contribuição, é incorreta a presente assertiva.

GABARITO: ERRADO

36. (ESAF – ATRFB).

Integra o salário de contribuição a parcela recebida de acordo com programa de


alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei da
Alimentação do Trabalhador.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que INTEGRAM o
salário de contribuição.

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Nos termos do art. 214, § 9º, inciso III, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição,
desde que fornecidas de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT.
Entretanto, o STJ, por diversas vezes, decidiu que, mesmo não inscrita e não cumprindo os requisitos legais
do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, não deveria haver incidência de contribuição
previdenciária sobre a alimentação e cestas básicas fornecida aos trabalhadores, uma vez que não possui
natureza salarial
No entanto, se o pagamento do auxílio-alimentação for feito em dinheiro, ele integra a base
de cálculo das contribuições previdenciárias. Este, inclusive, é o entendimento da Turma
Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU),
conforme segue:
TNU – Súmula 67 – O auxílio-alimentação recebido em pecúnia por segurado filiado ao Regime Geral da
Previdência Social integra o salário de contribuição e sujeita-se à incidência de contribuição previdenciária.
Como o enunciado afirma equivocadamente que tais verbas integram o salário de
contribuição, é incorreta a presente assertiva.

GABARITO: ERRADO

37. (ESAF – ATRFB).

Integra o salário de contribuição a importância recebida a título de férias indenizadas e


respectivo adicional constitucional.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que INTEGRAM o
salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso IV, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição.
Como o enunciado afirma equivocadamente que tais verbas integram o salário de
contribuição, é incorreta a presente assertiva.

GABARITO: ERRADO

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38. (ESAF – ATRFB).

Integra o salário de contribuição o valor recebido como indenização de 40% do montante


depositado no FGTS, como proteção à relação de emprego contra despedida arbitrária ou
sem justa causa.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que INTEGRAM o
salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, § 9º, inciso V, item “c”, do Regulamento da Previdência Social – RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, tais valores não integram o salário de contribuição.
Na ocorrência de despedida arbitrária ou sem justa causa, além das parcelas salariais
devidas, o empregado receberá uma indenização compensatória igual a 40% sobre o
montante dos depósitos efetuados ao FGTS, acrescidos da correção monetária e dos juros
capitalizados.
Tais verbas tem caráter indenizatório, não possuindo, portanto, natureza salarial. Desta
forma, não integram o salário de contribuição e não serão base de cálculo das contribuições
previdenciárias.
Como o enunciado afirma equivocadamente que tais verbas integram o salário de
contribuição, é incorreta a presente assertiva.

GABARITO: ERRADO

39. (ESAF – ATRFB).

Integra o salário de contribuição a remuneração auferida, a qualquer título, em uma ou


mais empresas, por trabalhador avulso, durante o mês, destinado a retribuir o trabalho.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:

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O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que INTEGRAM o
salário de contribuição.
Nos termos do art. 214, inciso I, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/99, a remuneração auferida, a qualquer título, em uma ou mais empresas,
por trabalhador avulso, durante o mês, destinado a retribuir o trabalho, integra o conceito
de salário de contribuição para o trabalhador avulso, bem como para o segurado
empregado.
Como o enunciado afirma corretamente que tais verbas integram o salário de contribuição,
é correta a presente assertiva.

GABARITO: CERTO

40. (TRT - 15ª Região – Juiz)

Não integram o salário de contribuição: a parcela recebida a título de vale-transporte, na


forma da legislação própria; a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente
em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da
CLT; as diárias para viagens, qualquer que seja o seu valor.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Vamos analisar cada uma das verbas apresentadas no enunciado:
• a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria
(CORRETA): a
• Lei nº 8.212/91 apresenta, em seu art. 28, § 9º, uma lista exaustiva das parcelas que
não integram o salário de contribuição. Dentre elas, de acordo com a alínea “f” do
mencionado texto legal, aparece a parcela recebida a título de vale-transporte, na
forma da legislação própria.
• a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de
mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT (CORRETA):
a Lei nº 8.212/91 apresenta, em seu art. 28, § 9º, uma lista exaustiva das parcelas que
não integram o salário de contribuição. Dentre elas, de acordo com a alínea “g” do

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mencionado texto legal, aparece a presente verba. A ajuda de custo tem a finalidade
de indenizar o empregado, ressarcindo ou antecipando as despesas do trabalhador
com a transferência para local diverso do seu domicílio.
• as diárias para viagens, qualquer que seja o seu valor (CORRETA): a partir da vigência
da Lei nº 13.467/2017, o total das diárias pagas, ainda quando excedentes a
cinquenta por cento da remuneração mensal, não mais integrarão o salário de
contribuição, em qualquer caso.

GABARITO: CERTO

41. (TRT - 15ª Região – Juiz)

Não integram o salário de contribuição: a importância recebida a título de bolsa de


complementação educacional de estagiário quando paga nos termos da Lei n. 6.494/77;
a remuneração trezena ou 13° salário; a participação nos lucros ou resultados da
empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; o abono do Programa
de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que NÃO
INTEGRAM o salário de contribuição.
Vamos analisar cada uma das verbas apresentadas no enunciado:
• a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de
estagiário quando paga nos termos da Lei n. 6.494/77 (CORRETA): Nos termos da
alínea “j” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/9, a importância recebida a título de bolsa
de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei, não
integra o salário de contribuição, pois, neste caso, o estagiário não é considerado
segurado obrigatório do RGPS e os valores por ele recebidos não são considerados
remuneração. Assim sendo, se cumpridos os preceitos legais do contrato de estágio,
não incidirá contribuição previdenciária sobre sua bolsa de complementação
educacional.
• a remuneração trezena ou 13° salário (INCORRETA): O 13º salário integra o salário de
contribuição. A respeito da incidência de contribuição previdenciária sobre o 13º

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salário, o STF editou a Súmula 688, senão vejamos: “Súmula 688: É legítima a
incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário”.
• a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de
acordo com lei específica (CORRETA): Nos termos da alínea “j” do § 9º do art. 28 da
Lei nº 8.212/91, não integram o salário de contribuição a participação dos
empregados nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de
acordo com lei específica.
• o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao
Servidor Público-PASEP (CORRETA): Tais valores não sofrem incidência de
contribuição previdenciária, pois, além de não serem pagos pelo empregador, estão
expressamente previstos no §9º, do art. 28, da Lei n 8.212/91 como parcelas não
integrantes do salário de contribuição.

GABARITO: ERRADO

42. (TRT - 15ª Região – Juiz)

Integram o salário de contribuição: os valores correspondentes a transporte, alimentação


e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em
localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas
pelo Ministério do Trabalho.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O enunciado pede que analisemos a presente assertiva, acerca das verbas que INTEGRAM o
salário de contribuição.
Os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa
ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em
canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada,
observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho não integram
o salário de contribuição, nos termos da alínea “m” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91.
Assim sendo, está incorreta a presente assertiva.

GABARITO: ERRADO

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43. (CESPE - PREVIC - Analista Administrativo - Área Administrativa)

Com relação às normas constitucionais que regem a previdência social, os ganhos


habituais do empregado, inclusive o valor pago, em dinheiro, a título de vale-transporte,
incorporam-se ao seu salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Em regra, os ganhos habituais do empregado integram o salário de contribuição. Contudo,
em relação ao vale-transporte, o STF, tem se posicionado no sentido de que, mesmo sendo
pago em dinheiro, não sofre incidência de contribuição previdenciária. Diante deste
entendimento do STF, o STJ revisou seu entendimento anterior e passou a decidir no mesmo
sentido.
Reconhecendo a jurisprudência já pacificada, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional –
PGFN emitiu o Parecer nº 2.120/2011, recomendando a não apresentação de contestação,
a não interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro
fundamento relevante, nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o
pagamento de vale transporte em dinheiro não há incidência da contribuição previdenciária.
No mesmo ano, foi publicada a Súmula nº 60, de 08 de dezembro de 2011 dispondo sobre
o tema, conforme segue (A presente Súmula vincula a RFB e a Fazenda Nacional, impedindo
a cobrança de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, ainda que pagas em dinheiro:
"Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba".

GABARITO: ERRADO

44. (CESPE - DETRAN-ES - Advogado)

Com relação ao salário de contribuição e ao custeio do regime geral de previdência social,


o salário de contribuição é um instituto de direito previdenciário inaplicável ao segurado
facultativo que não exerce atividade remunerada.
( ) Certo
( ) Errado

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COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 28, inciso IV, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição,
para o segurado facultativo, o valor por ele declarado.
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado facultativo
encontram-se abaixo discriminado:
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Interministerial MTP/ME Nº 12, DE 17/01/2022, o
limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2022 é de R$ 7.087,22.
Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. (Atualmente R$ 1.212,00)
Desta forma, é incorreto afirmar que o salário de contribuição é um instituto de direito
previdenciário inaplicável ao segurado facultativo que não exerce atividade remunerada.

GABARITO: ERRADO

45. (CESPE - PGE-CE - Procurador de Estado)

Telma é empregada doméstica e segurada da previdência social. Nessa situação, o salário


de contribuição de Telma é o valor total recebido, incluindo os ganhos habituais na forma
de utilidade, tais como alimentação e moradia.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n 8.212/91, entende-se por salário de contribuição,
para o empregado doméstico:
“a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a
serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da
remuneração”.
Desta forma, é incorreto afirmar que o salário de contribuição de Telma é o valor total
recebido, incluindo os ganhos habituais na forma de utilidade, tais como alimentação e
moradia, sendo considerado, tão somente, o valor registrado em sua carteira de trabalho.

GABARITO: ERRADO

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46. (CESPE - PGE-CE - Procurador de Estado)

Marcos trabalha em uma empresa que, entre outras vantagens, oferece programa de
previdência complementar aberta, disponível a todos os empregados e dirigentes. Nessa
situação, pelo fato de esses valores serem dedutíveis do imposto de renda da pessoa
física beneficiária, a legislação previdenciária considera tais rubricas como salário de
contribuição.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O valor das contribuições efetivamente pagas pelo empregador, pessoa jurídica, relativo a
programa de Previdência Complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à
totalidade de seus empregados e dirigentes, não integra o salário de contribuição.
Contudo, para que tais valores não integrem o salário de contribuição e não haja,
consequentemente, incidência de contribuições previdenciárias sobre eles, é necessário e
obrigatório que tal benefício seja disponibilizado a todos os empregados e dirigentes.
Caso seja concedido em favor de apenas de alguns segurados, sobre tais valores repassados
pela empresa haverá incidência de contribuições previdenciárias.
Irrelevante o fato desses valores serem dedutíveis do imposto de renda da pessoa física
beneficiária, para ser ou não consideradas parcelas integrantes do salário de contribuição.

GABARITO: ERRADO

47. (CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia - Nacional)

Carlos advogava para diversas empresas na justiça do trabalho, sem manter vínculo de
emprego, auferindo valores fixos mensais de cada uma delas. Nessa situação, o salário de
contribuição de Carlos corresponde à soma de todas as remunerações percebidas,
independentemente de qualquer limite.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Carlos é segurado obrigatório do RGPS na qualidade de contribuinte individual. Nos termos do art. 28,
inciso III, da Lei nº 8.212/91, entende-se por salário de contribuição, para o contribuinte individual:

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“Art. 28. (...)


III - a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta
própria, durante o mês”.
Os limites mínimo e máximo do salário de contribuição para o segurado contribuinte
individual encontram-se abaixo discriminado:
Limite Máximo: Nos termos da Portaria Interministerial MTP/ME Nº 12, DE 17/01/2022, o
limite máximo do salário de contribuição para o ano de 2020 é de R$ 7.087,22.
Limite Mínimo: É o salário mínimo, tomado no seu valor mensal. (Atualmente R$ 1.212,00)
Logo, incorreta a assertiva, pois afirma que o salário de contribuição de Carlos corresponde
à soma de todas as remunerações percebidas, independentemente de qualquer limite.

GABARITO: ERRADO

48. (INSTITUTO CIDADES - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz - 1ª Fase)

De acordo com o artigo 28, da Lei nº 8.212/91, não integram o salário de contribuição a
parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril
de 1976.
( ) Certo
( ) Errado
COMENTÁRIOS:
O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, aprovado pelo Ministério do Trabalho,
quando devidamente cumprido pelo contribuinte, nos exatos termos da lei, permite que a
empresa forneça alimentação e cestas básicas a seus segurados, sem que tais valores
integrem a base de cálculo das contribuições previdenciárias.
A Receita Federal do Brasil - RFB, até 2011, apurava e cobrava contribuição social incidentes
sobre os valores de alimentação e cesta básica fornecidas pela empresa a seus
trabalhadores, quando as mesmas não estavam inscritas no PAT ou descumpriam algum de
seus requisitos legais.
Entretanto, o STJ, por diversas vezes, decidiu em sentido contrário, ao firmar entendimento
de que, mesmo não inscrita e não cumprindo os requisitos legais do Programa de
Alimentação do Trabalhador – PAT, não deveria haver incidência de contribuição
previdenciária sobre a alimentação e cestas básicas fornecida aos trabalhadores.

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Diante da jurisprudência já pacificada, e buscando evitar maiores prejuízos para a Fazenda


Nacional, haja vista as sucessivas derrotas na esfera judicial, a própria administração pública
reconheceu tal entendimento e, por meio da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional –
PGFN, emitiu o Parecer nº 2.117/2011. Neste parecer recomenda-se a não apresentação de
contestação, a não interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que
inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que visem obter a declaração de
que sobre o pagamento in natura do auxílio-alimentação não há incidência da contribuição
previdenciária.
Desta forma, para questões de prova que discorram sobra a incidência ou não de
contribuição previdenciária sobre parcela in natura recebida de acordo com os programas
de alimentação, a melhor resposta em qualquer desses casos, e que tais valores não
integram o salário de contribuição.
Outrossim, caso o auxílio alimentação seja fornecido em dinheiro, a RFB considera que tais
valores integram o salário de contribuição e sobre eles deve haver cobrança de contribuição
previdenciária.

GABARITO: CERTO

49. (CESPE - INSS - Técnico do Seguro Social)

A empresa em que Maurício trabalha paga a ele, a cada mês, um valor referente à
participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incide contribuição
previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Maurício a título de participação
nos lucros.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
A CF/88, em seu art. 7º, inciso XI, afirma ser direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social, participação nos lucros, ou
resultados, desvinculada da remuneração.
Sobre a questão, assim dispõe a alínea “j” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991:
“Art. 28. (...)
§ 9º Não integram o salário de contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...)
j) a participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de
acordo com lei específica”.

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A lei específica que regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da
empresa é a Lei no 10.101/2000, cujas principais disposições são mencionadas a seguir:
• A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e
seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas
partes de comum acordo:
o comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante
indicado pelo sindicato da respectiva categoria;
o convenção ou acordo coletivo.
• Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas
quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas,
inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do
acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do
acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:
o índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
o programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.
• O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos
trabalhadores.
• É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de
participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo
ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil.
Desta forma, a importância paga a título de participação nos lucros ou resultados da
empresa, quando paga nos termos da Lei no 10.101/2000, não integra o salário de
contribuição.
Por outro lado, se descumpridos os requisitos legais, tal verba será considerada base de
cálculo de contribuições previdenciárias.
Na presente questão, Maurício recebe, a cada mês, um valor referente à participação nos
lucros, que é apurado mensalmente. Nesta situação, a empresa paga participação nos lucros
em desacordo com o previsto em lei específica, pois efetua tais pagamentos mais de 2 (duas)
vezes no mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil. Assim sendo,
por descumprir a legislação pertinente, incide contribuição previdenciária sobre o valor
recebido mensalmente por Maurício a título de participação nos lucros.

GABARITO: CERTO

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50. (CESPE - INSS - Técnico do Seguro Social)

Luís é vendedor em uma grande empresa que comercializa eletrodomésticos. A título de


incentivo, essa empresa oferece aos empregados do setor de vendas um plano de
previdência privada. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores
pagos, pela empresa, a título de contribuição para a previdência privada, a Luís.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
O valor das contribuições efetivamente pagas pelo empregador, pessoa jurídica, relativo a
programa de Previdência Complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à
totalidade de seus empregados e dirigentes, não integra o salário de contribuição.
Contudo, para que tais valores não integrem o salário de contribuição e não haja,
consequentemente, incidência de contribuições previdenciárias sobre eles, é necessário e
obrigatório que tal benefício seja disponibilizado a todos os empregados e dirigentes.
Caso seja concedido em favor de apenas de alguns segurados, sobre tais valores repassados
pela empresa haverá incidência de contribuições previdenciárias.
Na presente questão, apenas os empregados do setor de vendas recebem um plano de
previdência privada. Assim sendo, por não estar disponível à totalidade de seus empregados
e dirigentes, integra o salário de contribuição.

GABARITO: CERTO

51. (CESPE - INSS - Técnico do Seguro Social)

Mateus trabalha em uma empresa de informática e recebe o vale-transporte junto às


demais rubricas que compõem sua remuneração, que é devidamente depositada em sua
conta bancária. Nessa situação, incide contribuição previdenciária sobre os valores
recebidos por Mateus a título de vale-transporte.
( ) Certo
( ) Errado

COMENTÁRIOS:
Com base no art. 28, § 9º, alínea “f” da Lei nº 8.212/91, combinada com a Lei nº 7.418/85,
regulamentada pelo Decreto nº 95.247/87, a Receita Federal do Brasil – RFB tinha

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entendimento de que o vale-transporte pago em dinheiro ao trabalhador sofria a incidência


da contribuição previdenciária, pois não estaria sendo paga na forma da legislação própria.
Todavia, o STF, tem se posicionado no sentido de que o vale-transporte, mesmo sendo pago
em dinheiro, não sofre incidência de contribuição previdenciária. Diante deste
entendimento do STF, o STJ revisou seu entendimento anterior e passou a decidir no mesmo
sentido.
Reconhecendo a jurisprudência já pacificada, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional –
PGFN emitiu o Parecer nº 2.120/2011, recomendando a não apresentação de contestação,
a não interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro
fundamento relevante, nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o
pagamento de vale transporte em dinheiro não há incidência da contribuição previdenciária.
No mesmo ano, foi publicada a Súmula nº 60, de 08 de dezembro de 2011 dispondo sobre
o tema, conforme segue:
"Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia,
considerando o caráter indenizatório da verba".
A presente Súmula vincula a RFB e a Fazenda Nacional, impedindo a cobrança de
contribuições previdenciárias sobre tais verbas, ainda que pagas em dinheiro.
Na presente questão, ainda que Mateus receba o vale-transporte junto com as demais
rubricas que compõem sua remuneração, através de depósito em sua conta bancária, não
incidirá contribuição previdenciária sobre os valores por ele recebidos a este título.

GABARITO: ERRADA

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