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Pró-labore - “pelo trabalho”, ou seja, é a remuneração que o sócio ou gestor de uma empresa deve receber pelo

trabalho que ele realizou.


Seguindo à risca as orientações, o empreendedor garante a sua remuneração, mantém as obrigações tributárias
(Contribuição com a previdência) em dia e ainda zela pela saúde financeira da sua empresa.
Ignorar o cálculo e a definição de um valor correto para o pró-labore costuma ser um reflexo de misturar as finanças
pessoais com as da empresa. Por sua vez,  é comum que essa desorganização esteja associada a problemas no fluxo
de caixa e, até mesmo, a imbróglios fiscais.

Salário x Pró-labore
O salário está atrelado a direitos trabalhistas previstos na CLT , como férias, FGTS e 13º, além de obrigações e
descontos como o INSS e IRRF (imposto sobre a renda retido na fonte).
Já quem recebe o pró-labore pode ou não ter direito a esses benefícios, tudo depende do que é estabelecido
no contrato social da empresa. Ou seja, esses benefícios são opcionais no caso do pró-labore.
Em muitos casos, quando não há concessão de benefícios trabalhistas, é comum acrescentar de 20% a 30% no valor
pago a um profissional CLT para a definição do valor a ser pago no pró-labore de cada sócio.

Quem tem direito ao Pró-labore?


Apenas o sócio-administrador tem direito a pró-labore. Isso quer dizer que a remuneração é destinada àquele sócio
que trabalha ativamente nas demandas da empresa, independente da sua atividade — organização financeira,
prospecção e relação com os clientes, contratação de funcionários, entre outros.
No entanto, se o sócio não exerce nenhuma atividade dentro do negócio, ele não deve receber esse pagamento.
Nesse caso, o sócio recebe somente o que lhe é devido na divisão de lucros.

Como definir e fazer um pró-labore? 


Todos os detalhes acerca do pró-labore devem constar no Contrato Social da empresa, incluindo:
 Quais sócios atuam como figura administrativa e que, portanto, recebem pró-labore;
 Valores;
 Periodicidade;
 Entre outros.
Oprimeiro pagamento deve ocorrer no mês em que a empresa emite sua primeira nota fiscal após a redação do
contrato social com essas informações. Na hora de elaborar o modelo de pró-labore, alguns dados são
obrigatórios. Nele, deve constar:
 Informações da fonte pagadora: CNPJ, razão social e endereço;
 CPF e o nome do favorecido;
 Número do INSS;
 Data do pagamento.

Como calcular o pró-labore?


Igualmente importante édefinir quanto cada sócio irá receber. Diferente do salário de um colaborador, não existem
valores previstos em lei ou convenções para o pró-labore. Os próprios sócios definem a quantia, que não deve ser
menor que um salário mínimo.
A melhor forma para definir o pró-labore é considerar o valor que um colaborador contratado receberia para fazer
um trabalho equivalente e então aplicá-lo ao sócio. Sugerimos o seguinte passo a passo para calcular o pró-labore a
ser repassado a cada sócio da empresa:
1. Liste todos os sócios e descreva quais são as atividades realizadas na empresa, tal como uma descrição de
cargo;
2. Conduza uma pesquisa de mercado e defina a média salarial para cada um;
3. Defina um valor adequado à realidade e ao nível de maturidade da empresa, sem no entanto se distanciar
completamente da lógica do mercado.
Mas atenção: nem sempre o valor definido se manterá proporcional ao faturamento do negócio. Caso não esteja
alinhado com os ingressos e o fluxo de caixa da empresa, sempre é possível pedir a revisão do contrato social no
futuro.
Isso exige uma negociação com os demais sócios, para evitar transtornos e para definir um valor justo para aqueles
que participam ativamente e para a sociedade como um todo. Porém, lembre-se que o processo de revisão do
Contrato Social tende a ser demorado e burocrático.
Perguntas e respostas
Não é todo mundo que entende o significado de pró labore. E mesmo com uma explicação clara, são muitos os
pontos que devem ser considerados para que a empresa e o colaborador entendam exatamente seus direitos e
deveres quando o assunto é pró labore.
A seguir, respondemos às dúvidas mais frequentes sobre o tema. Confira!
Existe um valor mínimo para o pagamento?
Sim. A única obrigação da lei sobre o valor do pró-labore é que ele não pode ser menor que o salário mínimo
vigente, que em 2022 equivale a R$ 1.212,00.
Um ponto importante é tomar cuidado ao definir o pró labore como a quantia mínima. Caso o o valor recebido não
seja proporcional ao papel desempenhado pelo sócio-administrador, pode haver certa desconfiança por parte das
autoridades. Afinal, essa é uma prática comum entre aqueles buscam formas de pagar menos impostos ao governo.
Por isso, na hora de definir o valor do pró-labore, busque ser o mais fiel possível ao trabalho realizado pelo
profissional.
Pró-labore e MEI: Como funciona?
De forma bastante similar. Apesar de o MEI e o pró labore serem confundidos, é bem simples entender a diferença
no funcionamento de cada um. No geral, o pró-labore do MEI não deve ser inferior ao salário mínimo ou passar de
R$ 6.750,00, já que, em tese, o faturamento anual do MEI não pode passar de R$ 81.000,00 (2022).
No entanto, não é recomendado ao MEI utilizar todo o dinheiro que ganha com seu empreendimento como pró-
labore. Afinal, seu negócio tem custos que devem ser contabilizados.
O pró-labore tem descontos?
Sim. Ao retirar o pró-labore, tanto o sócio enquanto pessoa física como a empresa, enquanto pessoa jurídica, terão
descontos e impostos a pagar. Confira os detalhes:
Impostos para o Sócio
 Contribuição para Previdência Social (INSS): Alíquota de 11% sobre o valor recebido, limitado a R$ 779,59
(desconto máximo do INSS sobre pró-labore para 2022).
 Imposto de Renda: Sobre a remuneração do sócio, superior a R$ 1.903,98 incide o Imposto de Renda, cuja
alíquota varia entre 7,5% e 27,5% do valor recebido.
Impostos para as empresas
 Contribuição Previdenciária Patronal (INSS): Alíquota de 20% para empresas no Lucro Presumido e empresas
enquadradas no Anexo IV do Simples Nacional; para as empresas dos demais anexos do Simples Nacional, há isenção
da contribuição.
 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): A contribuição da empresa para o FGTS dos sócios é
opcional. No entanto, em caso de recolhimento, a alíquota será de 8% sobre o valor do pró-labore.
Como declarar o pró-labore no IRPF? 
Saber como declarar o pró-labore é um dos pontos mais importantes que as empresas precisam entender. Como
vimos, o valor recebido pelo pró-labore é considerado um rendimento tributável e deve ser registrado na
declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).
A declaração deve constar na ficha 3, na aba “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”. Os dados
precisam incluir o nome e CNPJ da fonte pagadora, a quantia do rendimento e a contribuição previdenciária.
O pagamento é obrigatório?
Sim, o pagamento do pró-labore é obrigatório, como rege o Art.12 da Lei nº 8.212. Esse artigo determina que os
sócios contemplados no Contrato Social devem pagar o INSS sob a condição de contribuinte obrigatório. Veja abaixo:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
[…]
V – como contribuinte individual:
[…]
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração
de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam
remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em
cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;
Apesar disso, o não pagamento dessa remuneração é tão comum em empresas menores, que muitas pessoas sequer
sabem que se trata de uma obrigação.
Apesar de frequente, essa prática é desaconselhada por contadores e especialistas financeiros. E não apenas por
conta de questões fiscais, mas também pelos riscos às operações da empresa e por potenciais prejuízos ao fluxo de
caixa. Por isso, mantenha o pagamento do pró-labore em dia.
Qual é o comprovante de renda do pró-labore?
Os funcionários comprovam renda através do holerite, já os sócios e administradores que recebem pró-labore
utilizam um documento específico como comprovante de renda, a DECORE.
A Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos é, na verdade, um documento que comprova, por meio
de movimentações financeiras declaradas, a renda de profissionais que trabalham por conta própria e não são
registrados pela CLT.
Muitas pessoas confundem a finalidade dessa declaração com a do recibo de pró-labore. É importante destacar, no
entanto, que o recibo é só uma prova que o sócio recebeu o valor do pró-labore, similar a um recibo comum. Não
tem validade como comprovante de renda.
A DECORE, no entanto, tem algumas particularidades:
 Somente um contador pode emití-la. Este documento é feito por meio digital, através do Portal de Sistemas
CFC/CRC (Conselho Federal de Contabilidade/Conselhos Regionais de Contabilidade). Depois de preenchido o
formulário e anexado os documentos, não pode ser retificado ou cancelado.
 Tem validade de 90 dias após a data de registro. Não é necessário emitir esse documento todos os meses,
apenas quando houver necessidade de comprovação de renda. Por exemplo, um caso seria a abertura de uma conta
no banco ou a solicitação de um empréstimo ou financiamento.
Quem paga pró-labore tem direito a aposentadoria?
Sim. Todo contribuinte do INSS tem direito à aposentadoria. No caso do pró-labore, a empresa repassa
mensalmente esses valores ao Instituto Nacional do Seguro Social  e, por tanto, o sócio-administrador pode ser
beneficiado.
As regras para a concessão da aposentadoria são as mesmas dos demais trabalhadores com carteira assinada e o
valor a ser recebido será proporcional à contribuição. Quanto maior for o pró-labore, maior será o cálculo da
aposentadoria.
Gestão de Despesas: Software para PMEs
Além do pró labore, existem muitas outras despesas e custos que devem estar no radar dos contadores. Gastos com
viagens de negócios, salários dos colaboradores, almoços empresariais, etc. Manter o controle de todos estes custos
pode ser um desafio.
Muitas vezes são diversos e-mails, papéis, recibos e até reuniões para análise e aprovação das despesas
empresariais. No entanto, cada vez mais empresas tem contado com a tecnologia para simplificar e centralizar o
controle de despesas. Softwares e sistemas inteligentes ajudam a garantir o equilíbrio financeiro e a prestação de
contas, sem esoaço para erros manuais.
Um desses exemplos é o software da Factorial, que possui umaplataforma de gestão de despesas e tem a vantagem
de poder ser testado por 14 dias pelas empresas. Confira alguns dos recursos disponíveis:
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