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Consegui o primeiro emprego: quais as minhas

obrigações fiscais?

 Leis e Impostos

Quais as obrigações sociais e fiscais para quem começa


a trabalhar. Saiba como atuar no seu arranque
profissional.
03-11-2020

Curso acabado e primeiro emprego assegurado? Entrar no mundo do trabalho implica


cumprir algumas obrigações fiscais. Vamos saber quais.

Quando se consegue o primeiro emprego todo um mundo novo parece abrir-se. Éa


emoção do primeiro ordenado, a sensação de alguma independência financeira, mas
também muitas perguntas relacionadas com burocracias. Impostos e contribuições
fazem parte deste novo mundo e, por isso, é importante conhecer as obrigações
fiscais e sociais que chegam quando se começa a trabalhar.

No fundo, trata-se de descontos que vão incidir sobre o ordenado bruto, fazendo com
que, todos os meses, haja uma parte do salário que é entregue ao Estado. A boa
notícia é que a maior parte das burocracias são tratadas pela empresa empregadora.

Ainda assim, é importante saber quanto se desconta e quais os efeitos práticos do


cumprimento destas obrigações.
Leia também: Simplex 20/21: as 10 medidas para famílias e empresas

Primeiro emprego: quais as minhas obrigações fiscais?

Quando se consegue o primeiro emprego é altura de começar a pagar o Imposto


sobre o Rendimento (IRS). Ou seja, todos os meses há uma parte do ordenado que é
entregue pela empresa ao Estado.

O IRS é um imposto progressivo, ou seja, o valor a descontar depende do rendimento,


mas também do facto de ser ou não casado, do número de filhos e de outros fatores.

Todos os anos são publicadas as tabelas de IRS, que estipulam, em função do


rendimento anual, qual a percentagem que é entregue ao Estado. É a chamada
retenção na fonte, isto é, a parte do ordenado que fica retida todos os meses pela
empresa e que depois é entregue ao Fisco.

Leia também: IRS - O meu filho ainda é considerado dependente?

 
Entrega da declaração de rendimentos
Anualmente, é necessário entregar a declaração de rendimentos, um procedimento
que é feito online e em que se faz o ajuste de contas entre o que se recebeu no ano
anterior, o que se descontou e as deduções, ou seja, as despesas que são
comunicadas através da e-fatura e que podem ser abatidas ao rendimento.

Todos estes processos têm prazos que deve cumprir, mas que são largamente
publicitados, por isso basta estar atento. Além disso, no caso dos trabalhadores por
conta de outrem, pode estar abrangido pelo IRS automático, ou seja, a declaração já
está preenchida, bastando conferir e validar.

Fica dispensado de apresentar a declaração quem tiver um rendimento anual igual ou


inferior a 8 500 euros e se não tiver existido retenção na fonte.

Mesmo vivendo em casa dos pais, é necessário entregar uma declaração própria. Só
são considerados dependentes os filhos, biológicos ou adotados, e os enteados com
mais de 18 e menos de 25 anos com rendimentos inferiores ao salário mínimo.

Para entregar a declaração é necessário ter senha de acesso ao Portal das Finanças.

Leia também: Como abrir atividade nas Finanças e trabalhar a recibos verdes

 
IRS Jovem
Em 2020, entrou em vigor o IRS Jovem, uma medida para reduzir a carga fiscal de
quem começou a trabalhar (e não necessariamente no primeiro emprego).
Para poder ter acesso a estes benefícios fiscais, contudo, há que cumprir todos estes
requisitos:

• Ter entre 18 e 26 anos;

• Ter rendimentos de trabalho dependente;

• Não ser considerado dependente;

• Ter concluído ciclo de estudos, igual ou superior ao nível quatro do Quadro Nacional
de Qualificações.

Se o seu rendimento anual coletável for igual ou inferior a 25 0753 euros (o que
corresponde a um rendimento bruto de 29 179 euros), é possível ter uma redução no
IRS a pagar no valor de:

• 30% no primeiro ano com o limite de 3 291,08 euros;

• 20% no segundo ano com o limite de 2 194,05 euros;

• 10% no terceiro ano, com o limite de 1 097,03 euros.

Leia também: Lei laboral: Como gerir o direito a férias dos trabalhadores

A adesão a este benefício fiscal é feita ao preencher a declaração de IRS (Modelo 3).
Para mais informações sobre este assunto pode ser consultado o guia disponível no
Portal das Finanças ou as FAQ  sobre benefícios fiscais.

Dúvidas sobre impostos?

Além da informação disponível no Portal das Finanças, e que inclui FAQs,


legislação e outra documentação, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) pode
ser
contactada por e-mail, telefone ou presencialmente para esclarecer dúvidas.

Leia também: Cartão refeição - Quais as vantagens para beneficiários e empresas

Quais as obrigações sociais?

As contribuições sociais são outra obrigação de quem está a trabalhar. São estes
descontos que permitem não só usufruir da reforma, mas também de outras
prestações sociais como baixas médicas, subsídio de desemprego ou de
parentalidade, entre outros.

Tal como acontece com o IRS, a contribuição para a Segurança Social é descontada
no ordenado e paga pela entidade empregadora em nome do empregado. O valor da
contribuição é de 11% do salário.
É também à entidade empregadora que compete comunicar a admissão do
funcionário, pelo que ao começar a trabalhar a situação já deve estar tratada.

Para saber a sua situação contributiva – e para garantir que os descontos estão a ser
feitos de forma correta – deve consultar o seu perfil no site da Segurança Social, a
que se acede através de uma senha. Esta senha vai ser muito útil no futuro, por isso,
se ainda não tem, pode registar-se no Portalda Segurança Social e, em poucos
minutos terá a senha e password que lhe pode ser enviada por sms.

A Segurança Social abrange trabalhadores do setor público e privado, mas há


profissões, como os advogados e solicitadores, que têm o seu próprio sistema
previdencial, com outras taxas e escalões.

Leia também:Trabalhadores independentes sem descontos: direitos e deveres

Trabalhadores independentes

Nem sempre o primeiro emprego é por conta de outrem. Muitas vezes a entrada no
mercado de trabalho faz-se através dos chamados recibos verdes, ou seja, como
trabalhador independente.

Neste caso, as regras são um pouco diferentes. Cabe ao trabalhador independente


abrir atividade, ou seja, comunicar às Finanças que vai começar a trabalhar e a emitir
recibos. Pode abrir atividade online ou na repartição de finanças da sua área de
residência.

A retenção na fonte – obrigatória quando a faturação anual ultrapassa os 10 mil euros


(valor de 2020), também deve ser feita e assinalada pelo próprio trabalhador ao emitir
o recibo. Caso ultrapasse este valor será também necessário submeter, de três em
três meses, a declaração de IVA e fazer o respetivo pagamento.

A Autoridade Tributária (AT) preparou um guia com todas as informações necessárias


para quem  tenciona abrir atividade, incluindo algumas perguntas e respostas.

Leia também: É trabalhador independente? Tem direito ao subsídio de doença?

Já no que respeita à Segurança Social, os trabalhadores independentes beneficiam de


isenção durante o primeiro ano. A partir daí, a contribuição a pagar mensalmente
depende dos rendimentos que são declarados trimestralmente, pelo que o valor
depende de quanto se ganha.

No site da Segurança Social é explicada a forma como são feitos os cálculos, estando


também disponível um guia destinado a quem trabalha a recibos verdes.
Entre as obrigações dos trabalhadores independentes está também a adesão ao
seguro de acidentes de trabalho. Este seguro deve ser contratado e pago pelo próprio
trabalhador. Existem várias opções disponíveis no mercado. Os valores dependem do
rendimento que aufere, já que vai ser sobre esse montante que se calcula o que vai
receber em caso de acidente.

Como conhecer os meus direitos e deveres?

Para quem chega ao mercado de trabalho nem sempre é fácil saber se os seus
direitos estão a ser cumpridos ou quais são exatamente os deveres de quem
trabalha por conta de outrém. O Código do Trabalho pode ser uma ajuda para
esclarecer dúvidas. A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) zela
pelo cumprimento das normas no mundo laboral, mas presta também
informações a trabalhadores e empresas.

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