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Técnico em Contabilidade

Aspectos gerais de enquadramento tributário


aplicáveis aos diversos tipos de empresas
Conforme Seteco (2018), antes de abrir uma empresa e começar o próprio
negócio, é importante ter conhecimento sobre os aspectos gerais de enquadramento
tributário, buscando assim fazer a melhor opção para a empresa para que ela tenha
uma carga tributária menor a pagar de acordo com a legislação.

Ouça o áudio a seguir no qual é feito um comparativo, de acordo com Seteco


(2018), entre os diferentes tipos de regimes tributários para uma melhor escolha:

Transcrição do áudio:

Olá, tudo bem?

Sejam bem-vindos a mais um podcast aqui do seu curso técnico do Senac EAD.

Meu nome é Cristiano Suppi da Rosa, sou tutor EAD, consultor para micro e pequena
mpresas e contador aqui no estado do rio grande do sul.

Hoje eu quero trazer para vocês um assunto que fala sobre enquadramento tributári
ual o melhor para abrir um negócio?

Você deve estar se perguntando: “Ah, mas eu tenho que saber desse assunto? Eu qu
ou abrir um negócio, uma empresa, eu preciso saber disso? Não basta ter um contad
ara me auxiliar?”
Bom, eu diria que talvez todo empresário teria que ter uma noção sobre o assunto d
nquadramento tributário. Por quê? Porque se você for analisar só na questão d
recadação de impostos, nos últimos anos, ele compromete em torno de quase 30% d
osso PIB, ou seja, tudo o que o Governo arrecada está em torno de trilhões de reais no
timos anos. E isso é muita coisa, então é fundamental, sim, ter essa noção.

Então, para que possa auxiliar o empresário a poder pagar menos imposto, e eu nã
go não pagar imposto, porque deve-se pagar imposto sim, para não poder dar problem
epois, com sonegação, com falta de pagamento, problemas com a Receita Federal, mas
nquadramento tributário, nada mais é do que o auxiliador para as empresas que queira
agar menos impostos, dentro da lei, e que possa ter mais dinheiro em caixa ao final d
ês, sim. Então o enquadramento tributário nada mais é do que regras para pagamento d
mpostos, que podem ser pagamentos de custo menor para a empresa ou, dependendo d
egócio, para regular melhor os tributos e, também, a arrecadação das empresas.

Mas, aí você me pergunta: “Tá, tudo bem, então ele é importante. Mas, quais são o
pos de enquadramento tributário que existem aqui no Brasil?”

Bom, enquadramento tributário, você pode olhar também no material, sã


aticamente 4 tipos que o empresário pode escolher quando abrir o seu negócio.

O primeiro deles, nós temos o MEI, nós temos o Simples Nacional, temos o Luc
resumido e o Lucro Real. Então vamos ver cada um desses enquadramentos tributário
ue existem no Brasil.

Vamos começar, primeiramente, com o MEI: MEI ou microempreendedor individual f


m incentivo dado pelo governo, lá em 2008, para que pessoas autônomas que nã
oderiam emitir nota fiscal como cabelereiro, pintor, marceneiro, jardineiro, entre outro
udessem ter o seu próprio negócio, o seu próprio CNPJ, e dessa maneira emitir nota
scais e, também pudesse contribuir com o INSS a um custo baixo para poder s
posentar depois. O MEI, ele dá vantagem também, para que quem quer abrir um negóci
omo MEI, não precisa ter um custo alto para formalização, ou seja, para abertura d
mpresa. Praticamente o custo é zero. Paga-se muito pouco as vezes, só para poder t
ma taxa de Alvará ou algo desse tipo. Mas, praticamente, não é um custo alto pa
bertura de empresa já é uma vantagem e outra vantagem boa, também, de abertura d
EI é com relação a parte tributária, porque o MEI, ele paga uma guia fixa mensa
dependente se a empresa teve faturamento, ou seja, se recebeu dinheiro pelas vendas o
ela prestação de serviço dada, você paga uma guia mensal, mas o valor dela é um val
uito pequeno em comparação aos impostos que são cobrados. Bom, o valor que se pag
o MEI é calculado da seguinte maneira: Primeiramente pega 5% do salário-mínimo do an
ara que seja então pago o INSS do dono da empresa, além disso acrescenta-se mais
al de ICMS, se for uma empresa que venda mercadorias, ou 5 reais, se for um
estadora de serviço. Ou seja , 5 reais para prestador de serviços e 1 real para ICMS ma
% sobre o salário-mínimo, então esse é a composição que se faz para se ter a guia d
EI. Além disso você pode verificar também nos sites do Portal do Empreendedor ou a
esmo sites do Governo o valor que se tem anualmente, porque a cada ano vai se alterar
alor que tu paga mensalmente dessa guia também.

Então, o MEI, ele é uma boa opção de abertura de empresa, porém, ele tem alguma
strições e restrições bem sérias também.

A primeira restrição que tem no MEI é com relação ao seu faturamento anual. Por Le
MEI ele só pode faturar por ano, em torno de 81 mil reais. Isso dá em torno de 6 mil e 70
ais por mês, o que significa que quando você for abrir um negócio como MEI você s
ode emitir notas fiscais ou vender mercadorias ou prestar serviços que sejam de até 6 m
700 por mês, porque acima disso não é permitido ter um negócio como MEI. Out
strição também, é com relação a número de empregados, o MEI, ele pode ter apenas u
mpregado registrado, com carteira assinada. E, além disso, esse funcionário tem qu
ceber um salário-mínimo da categoria. E como eu sei qual é o salário-mínimo d
ategoria? Bom, eu tenho que pesquisar a convenção coletiva da categoria do negócio qu
u for abrir, se for, por exemplo, categoria de comércio de roupas, eu vou ter que pesquis
ndicatos que sejam de comercio de roupa, então nesse sindicato vai ter a convençã
oletiva, e a convenção coletiva vai dizer quanto que é o salário-mínimo para o empregad
ue eu for contratar (recepcionista, vendedor etc.). Outra restrição também do MEI, é co
lação as atividades que podem ser enquadradas como MEI.
Embora seja bem atrativo querer abrir como MEI, nem todas as atividades qu
xistem são permitidas pelo MEI, porque lembra que eu falei anteriormente que o MEI, e
i constituído para poder os autônomos abrirem negócio, terem seu CNPJ, então, h
ividades de autônomos como eu falei anteriormente, como cabelereiros, manicure, pinto
rdineiro, comerciante ambulante, então, esses tipos de autônomos, eles são permitido
elo MEI. Agora, algumas outras atividades, eles não são permitidos como MEI. Uma dela
or exemplo, é com relação ao desenvolvimento de aplicativos, programas de computad
também manutenção de softwares, esse não pode ser enquadrado como MEI. Alé
sso, profissionais liberais, como médicos, advogados, engenheiros, também não pode
er MEI, por causa da atividade que não é permitida por MEI. Então, como eu sei quais sã
s atividades que podem ser permitidas ou não? A dica que eu dou para vocês
onsultarem o site do google, primeiramente né, vão lá no google, pesquisem: atividade
ermitidas pelo MEI. Ele vai dar uma série, uma lista de sites que falam sobre isso, d
onsultorias e tudo mais. Eu indico, inclusive, o do Sebrae, que do Sebrae ele te dá tod
ma lista completa por ordem alfabética das atividades que podem ser permitidas ou nã
elo MEI.

Então, antes de abrir um negócio pesquisem primeiramente a questão da atividade, s


a é permitida ou não pelo MEI e, também, se o teu planejamento de faturamento e d
ncionários se enquadra como MEI também.

Agora, se o negócio que você for abrir não for possível se enquadrar como MEI,
óxima opção que eu dou para você é tentar ver se ela se enquadra como Simple
acional.

E o Simples Nacional ele é um outro facilitador do governo para micro e pequena


mpresas, ou seja, empresas que faturam até 4,8 milhões de reais no ano, ou seja em 1
eses e, justamente, ele te permite pagar um imposto simplificado e unificado daquele
mpostos que a gente conhece como siglas como ICMS, ISSQN, PIS, COFINS, IMPOSTO D
ENDA (IRPJ), CSL, enfim, todos eles são unificados em uma única guia e, também, ele
m um percentual menor do que um empresário pagaria se não fosse enquadrado com
mples Nacional.
Então, o Simples Nacional, ele é uma outra opção, uma boa opção, ele também nã
m limite de funcionários como o MEI, ele só tem o limite do faturamento em si, que é 4
ilhões de reais por ano, que a empresa pode faturar. Além disso tem algumas atividade
ue também não se enquadram como Simples Nacional, porém, a gama de atividades qu
ão se enquadram como Simples é muito menor em comparação ao MEI. Entã
aticamente todas as atividades de começo de negócio são permitidas, por assim dize
ara serem do Simples Nacional.

Agora, quais as atividades que não se enquadrariam como Simples? Primeirament


ós temos pouquíssimas atividades, algumas que são reguladas pelo governo, p
xemplo, não são permitidas para o Simples Nacional. E quais são elas, Cristiano?

Bom, instituições financeiras como bancos, financeiras e tudo mais, que faze
mpréstimos para as pessoas, essas não podem ser enquadradas como Simples Naciona
ssim também como seguradoras que também são reguladas pelo governo. Uma out
ividade que não é regulada pelo governo, mas que não pode ser enquadrada com
mples Nacional é incorporação imobiliária.

Que termo é esse? Incorporação imobiliária? Bom, é mais simples do que voc
magina, uma incorporação imobiliária nada mais é do que você comprar um terreno pe
mpresa, fazer uma construção de uma casa, de um edifício, de um apartamento e depo
vender esse imóvel para outras pessoas, e esse tipo de negócio, esse tipo de empres
e não pode, por Lei, ser enquadrada como Simples Nacional.

Então, se eu for verificar que o meu negócio ele não se enquadra nem como MEI o
em como Simples Nacional, quais são as outras opções que eu teria então?

Bom, então a primeira opção que eu daria para vocês seria a do Lucro Presumido. P
ue ele é uma modalidade de enquadramento tributário que foi feito para empresas qu
anejam ter um faturamento anual de até 78 milhões de reais e ele traz as vantagen
mbém, com relação a forma de pagamento de imposto para quem for começar u
egócio , porque paga-se menos impostos, tanto de PIS, COFINS, Imposto de Renda e CS
ue podem ajudar a empresa a poder começar sem pagar tanto tributo como se fosse um
mpresa grande, porque se a empresa não se enquadrar também como Lucro Presumido
ensar em ter um faturamento acima de 78 milhões de ano, o que é possível, ou inclusiv
a for uma empresa que seja regulada pelo governo, lembrem que eu falei seguradora
ancos ou empresas que fazem empréstimos, esse tipo de empresas são obrigadas
uando começar o negócio já se enquadrarem como Lucro Real, e o Lucro Real, ele te
ma alta carga tributária, mas ele é bom para principalmente fazer um planejamento d
andes empresas que, por exemplo, podem fazer um abatimento maior dos seu
mpostos dependendo daquilo que for de despesas que elas tiverem e de prejuízo que ela
rem ter ao longo do tempo, mas se uma empresa não tiver um planejamento de que v
r um prejuízo e tudo mais, o Lucro Real acaba se tornando muito pesado em carg
butária, ou seja, em questão de pagamento de impostos pelas empresas também.

Mas, você deve estar se perguntando: “Tá, mas se eu escolher um desse


nquadramentos tributários para o meu negócio eu vou ter que ficar pelo resto da vida d
egócio com esse enquadramento tributário?” Não necessariamente, porque como eu fal
nteriormente, cada um dos enquadramentos tributários, eles se enquadram durante u
eríodo de um ano e se, por exemplo, meu negócio crescer ou ele tiver uma queda n
turamento ou ele tiver pouco faturamento ou grande faturamento eu posso trocar de u
no para o outro o enquadramento tributário. Daqui a pouco eu sou um MEI, eu poss
ocar para um Simples Nacional, ou se eu for um Simples Nacional posso trocar para u
ucro Real ou Presumido, ou se eu for, ao contrário, se eu for um Simples Nacional poss
oltar para o MEI, porque é justamente essa a vantagem do enquadramento tributário qu
ós temos aqui no Brasil. Nós podemos trocar de um ano para o outro qual enquadramen
eria melhor para o meu negócio.

Lembrem-se que aqui a gente está vendo qual o melhor enquadramento para
bertura de um novo negócio, ou seja, qual é o tipo de enquadramento tributário que e
agaria menos imposto logo de cara, quando eu for abrir uma empresa.

Nesse caso o ideal seria se todas as empresas pudessem começar a abrir u


egócio como MEI, mas se a empresa não tiver as condições necessárias ou permitida
elo MEI para abrir o negócio nesse enquadramento tributário, ela pode optar, então, pe
mples Nacional e, se por acaso, pelo Simples Nacional ela não puder também pe
ividade ou faturamento anual que ela for planejar ter, então a empresa pode s
nquadrada como Lucro Presumido ou Lucro Real.
Então, qual desses 4 que eu devo me encaixar? Qual desses 4 que eu devo utilizar n
eu negócio? A chave para poder responder a sua pergunta é fazendo pesquisa.

Nós demos a orientação aqui, mas é preciso que você faça uma avaliação do se
egócio, qual atividade que você vai ter, quantos funcionários, então, eu vou precisar para
eu negócio, qual é o faturamento que eu preciso para poder ter um bom retorn
nanceiro daquilo que eu for investir nesse negócio, com os equipamentos que eu f
omprar, com o investimento em dinheiro que eu for ter para poder abrir esse negócio, co
formas e tudo mais. E, também, fazer pesquisas, pesquisar sobre qual atividade que s
nquadra, qual o tipo de imposto que eu pagaria num Simples Nacional ou num Presumid
orque isso consta também, e esse tipo de informação é preciso você pesquisar, pesquis
nto na internet como também pesquisar com contadores ou consultores, como o d
ebrae, por exemplo, que dão dicas gratuitas para você que quer abrir um negócio. Certo?

Agora é com vocês! Façam as devidas analises e pesquisas para a abertura de se


egócio e se tiverem alguma dúvida e precisar de algum auxílio nessa parte d
nquadramento tributário entre em contato com o seu tutor virtual que ele pode te ajud
mbém a esclarecer melhor esse assunto.

Bom, eu espero ter lhe ajudado, então, na compreensão de qual seria o melh
nquadramento tributário para abertura de sua empresa, lembrando também que nós aq
o Senac EAD estamos sempre a disposição e pensando em ajudá-lo na sua capacitaçã
ofissional.

Um forte abraço e nos vemos em uma próxima oportunidade.

Até mais!

A escolha do regime tributário reflete diretamente no caixa, já que no Simples


Nacional existe um prazo de 20 dias para pagamento do imposto devido pela empresa.

Ao escolher o regime tributário do lucro real, a empresa conta com um prazo de


25 dias para realizar o pagamento do Programa de Integração Social, conhecido como
PIS, e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, chamada de Cofins.
Além desse prazo, a empresa tem 30 dias para o pagamento do imposto de renda da
pessoa jurídica, ou IRPJ.

Na opção do regime do lucro presumido, ou no lucro real trimestral, os prazos são


um pouco diferentes, pois a empresa tem 90 dias para pagar, já que é possível dividir o
IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL, em três parcelas,
atualizadas de acordo com o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que é
chamado taxa Selic.

Legislação
A legislação que define os regimes tributários é a Lei n.º 9.430/1996, que
apresenta a legislação tributária federal, tratando sobre o lucro real, lucro presumido e
lucro arbitrado.

A respeito da apuração da base de cálculo, o artigo 1.º da Lei n.º 9.430/1996 prevê o
seguinte:

Art. 1º A partir do ano-calendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas


será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de
apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e
31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente, com as
alterações desta Lei.

A Lei Complementar n.º 123/2006 abrange o Simples Nacional, podendo ser


consultada para conhecimento dos requisitos ao enquadramento nesse regime
tributário.

É importante que a empresa realize um planejamento tributário a fim de escolher


qual é o regime ideal para seu negócio, evitando assim uma escolha equivocada. Um
planejamento tributário permite a adoção de um regime tributário que tenha a menor
carga tributária, trazendo vantagens para a empresa, a qual estará operando com base
na legislação.

Regimes tributários
O enquadramento tributário é apresentado por meio da legislação que define
quais tributos serão pagos de acordo com o tipo de regime tributário adotado pela
empresa.

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Simples Nacional

É o tipo de regime tributário que contém arrecadação de modo compartilhado, ou


seja, os tributos são apurados e pagos por meio de um único documento, sendo
aplicáveis às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Para se
enquadrar no Simples Nacional, a empresa precisa:

Estar enquadrada como ME ou EPP

Atender aos requisitos definidos pela legislação

Solenizar sua adoção pelo Simples Nacional

A empresa que pretender mudar de regime tributário poderá fazê-lo desde que
atenda aos requisitos solicitados. No entanto, existe também a possibilidade da
empresa não ter a intenção, mas ser excluída do Simples Nacional.

A exclusão do Simples nacional poderá ocorrer mediante opção ou


obrigatoriedade. A empresa poderá fazer a mudança por opção quando representar
uma ME ou EPP. Quando ela ultrapassar o limite de receita bruta máxima prevista na
legislação para pertencer ao Simples Nacional, ou ainda quando houver uma situação
que a impeça de permanecer nesse regime tributário, conforme a Lei Complementar
n.º 123/2006, sua exclusão deve ser comunicada.

Para saber mais sobre a legislação do Simples Nacional e os limites de receita


bruta máxima, verifique os conhecimentos Legislação aplicável aos processos de
abertura, alteração e baixa de empresas e Tipos societários.
Lucro presumido

De acordo com Melo et. al (2017), o lucro presumido se refere a um método de


tributação simplificado referente à base de cálculo do imposto de renda da pessoa
jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Assim, a pessoa
jurídica que obrigatoriamente deve estar enquadrada, no período, ao lucro real não
pode fazer a adoção ao lucro presumido.

Lolatto (2020) define que os percentuais que são aplicados trimestralmente para
fins de apurar o IRPJ e a CSLL são estipulados mediante legislação, conforme a
atividade de cada empresa, com base na receita bruta auferida no período somada a
outras receitas, rendimentos ou ganhos de capital, dando origem desse modo à base
de cálculo dos tributos.

Lolatto (2020, p. 101) também aborda as diferenças entre o lucro presumido e o


lucro real para a apuração do tributo. Ele afirma que, diferentemente do lucro real, no
qual a empresa deduz da receita os gastos decorrentes para realizá-la no lucro
presumido, a lei prevê a presunção para cada atividade. Para a revenda de combustível,
por exemplo, estima-se uma base de cálculo de 1,6% da receita bruta.

Lucro real

Segundo Zieze (2015), as empresas podem optar por um tipo de regime tributário
desde que estejam enquadradas e cumpram as normas legais, e por isso é tão
importante que a empresa conheça a legislação.

O lucro real é o único regime tributário que permite qualquer contribuinte, mas é
importante ressaltar que, em alguns casos, fazer a opção pelo lucro real é obrigatório.
Uma das situações que faz com que a empresa seja obrigada a escolher o lucro real
está vinculada ao valor do seu faturamento.
Quanto aos prazos e às formas de pagamento, o contribuinte adotante do lucro
real poderá fazer a apuração trimestral ou anual.

Devem obrigatoriamente optar pelo regime de lucro real as empresas com a


receita anual superior a R$ 78 milhões, as empresas imobiliárias, as que têm
rendimentos no exterior, as que contam com benefício fiscal federal e efetuam
pagamento de IRPJ e CSLL com base em estimativa.

Assim que a empresa observar que sua receita bruta anual superou o limite
mínimo necessário para enquadramento ao lucro real, ela poderá fazer a opção, porém,
reiterando, existem empresas que estão obrigadas a adotar o regime tributário do lucro
real.

O lucro real representa o método mais exato de determinação da base de cálculo


do IRPJ e da CSLL, podendo, em alguns casos, ser mais vantajoso que o lucro
presumido. Isso porque o Lucro real apura o IRPJ e a CSLL sobre o lucro, e não sobre
as receitas, como ocorre no lucro presumido (KOWALSKI, 2012).

Lucro arbitrado

O enquadramento pelo lucro arbitrado não significa que a empresa está


dispensada das obrigações existentes, assim como do pagamento de notificações
decorrentes de fatos que ocasionaram o arbitramento.

O arbitramento não representa uma opção para apurar o lucro e sim uma
obrigatoriedade em virtude de situações que estavam previstas na Lei n.º 9.430/1996.
O arbitramento é uma situação que pode ocorrer em várias empresas e, por esse
motivo, é importante ter sempre atenção às obrigações que a empresa tem com os
órgãos reguladores, ou seja, observar sempre a apresentação das declarações.

A empresa que tiver o arbitramento do lucro em qualquer período do ano-


calendário, posteriormente à regularização que ocasionou o devido arbitramento,
poderá apurar o lucro conforme a adoção escolhida, sendo lucro real ou lucro
presumido.

O arbitramento do lucro é aplicado quando a empresa deixa de atender às


obrigações acessórias que tem referentes ao lucro real ou ao lucro presumido. Essa
aplicação ocorre por meio de autoridade tributária (ZIEZE, 2015).
Apuração de tributos

Simples Nacional

O Simples Nacional contempla um recolhimento único e mensal que abrange os


seguintes tributos:

Imposto de renda da pessoa jurídica (IRPJ)

Imposto sobre produtos industrializados (IPI)

Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)

Contribuição para o financiamento da seguridade social (Cofins)

Programa de integração social (PIS)

Contribuição patronal previdenciária (CPP)

Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS)

Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS)

A arrecadação mensal realizada para optantes do Simples Nacional será definida


mediante a aplicação das alíquotas vigentes definidas pela Lei Complementar n.º 123.

Considerando a apuração pelo Simples Nacional, observe o exemplo a seguir:

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Na prática

A empresa CKK tem um faturamento mensal de R$ 156 mil. De acordo com a


apuração da alíquota efetiva, o documento de arrecadação do Simples Nacional (DAS)
terá o valor de:
Faturamento mensal: R$ 156.000,00

Receita bruta acumulada em 12 meses: R$ 1.872.000,00

Anexo I – Alíquota nominal: 14,30%

Valor a deduzir: R$ 87.300,00

Alíquota efetiva:

Valor a pagar no DAS: R$ 15.038,40

No quadro 1 é possível analisar como é simplificada a apuração pelo regime


tributário Simples Nacional. Observe:

1.ª linha: informa-se o faturamento bruto mensal.

2.ª linha: informa-se a receita bruta anual da empresa (últimos 12


meses). É necessário inserir o valor bruto do faturamento anual.

3.ª linha: a primeira coluna indica o Anexo I do Simples Nacional, que


deve ser consultado para saber qual a alíquota aplicar. Na segunda
coluna, é preciso informar a alíquota que será aplicada.

4.ª linha: preenche-se com o valor a deduzir, conforme a alíquota e o


Anexo I.

5.ª linha: calcula-se a alíquota efetiva a ser aplicada, tendo como base o
faturamento anual, a alíquota aplicada pelo Anexo I e o valor a deduzir.

6.ª linha: aqui estará o valor devido e que deve ser pago no DAS.
Lucro presumido
O lucro presumido apresenta o método mais fácil para a apuração do valor devido
pela empresa relativo ao IRPJ e à CSLL (ENDEAVOR, 2021).

Essa presunção não é feita caso a caso, mas obedece a uma tabela.

Quanto ao IRPJ, a Receita utiliza a seguinte tabela para o lucro presumido:

1,6% – Revenda de combustíveis

8,0% – Regra geral (toda empresa que não está explicitamente nas
definições anteriores e posteriores)

16,0% – Serviço de transporte que não seja de carga

32,0% – Prestação de serviços em geral, intermediação de negócios e


administração, locação ou cessão de bens moveis, imóveis ou direitos

Para a CSLL, é utilizada a seguinte tabela:

12,0% – Regra geral (toda empresa que não está na alíquota de 32%)

32% – Prestação de serviços em geral, intermediação de negócios e


administração, locação ou cessão de bens moveis, imóveis ou direitos

Assim, para uma empresa que presta serviços, a base de cálculo para o IRPJ é de
32%, e para a CSLL, é de 32%. Para um posto de gasolina, por exemplo, a base de
cálculo será 1,6% do faturamento para o IRPJ e 12% para a CSLL.

Confira os exemplos a seguir para cada um dos impostos individualmente pelo


lucro presumido (ENDEAVOR, 2021):

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Apuração do IRPJ

(Alíquota de 15% para o lucro de até R$ 20 mil mensais e 10% do valor que
ultrapassar esse limite.)

O lucro presumido da empresa ABBD no período é de R$ 35 mil. Considere a


alíquota de 15% que deve ser aplicada ao lucro presumido e de 10% sobre o valor
superior aos R$ 20 mil, conforme o artigo 3.º da Lei n.º 9.249/1995.

Apuração da CSLL

(Alíquota de 9% sobre a base de cálculo.)

Para obter o cálculo da CSLL, é preciso aplicar a alíquota de 9% sobre o lucro


presumido.
Apuração PIS/Cofins cumulativo

(A base de cálculo é a receita operacional bruta, com alíquotas de 0,65% para PIS
e 3% para Cofins.)

A base de cálculo para PIS e Cofins é o faturamento mensal.

A análise do planejamento tributário é indispensável. É preciso considerar todas


as obrigações acessórias, pois, dessa forma, a empresa poderá fazer a melhor
escolha, desde que se enquadre nos requisitos para lucro presumido.

Apuração de ISS ou ICMS

(Para empresas prestadoras de serviços. A alíquota precisa ser consultada na


prefeitura do município e conforme o serviço prestado.)

A alíquota para esse caso deve ter por base o faturamento bruto mensal.

No caso do ICMS, é necessário aplicar a alíquota vigente sobre o valor do produto,


destacando sempre a importância da atenção sobre as regras desse tributo.
Lucro real

A empresa que estiver enquadrada no lucro real “[...] deverá calcular o IRPJ e a
CSLL sobre o lucro efetivamente auferido (com os ajustes – adições, exclusões e
compensações – previstos na legislação)” (SEBRAE, 2020).

O IRPJ representa o tributo que mais faz as empresas questionarem-se sobre a


opção pelo lucro real, pois, nesse regime tributário, o valor apurado utiliza a alíquota de
15%, que é aplicada sobre o lucro líquido.

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Apuração do IRPJ

(Alíquota de 15% até R$ 20 mil mensais. Se o valor ultrapassar o limite, deve ser
calculado sobre o IR adicional de 10%.)

Considere o lucro líquido do período de R$ 35 mil e faturamento bruto anual de R$


95 mil.

O valor a ser pago de IRPJ é de R$ 5.250,00 + R$ 1.500,00 = 6.750,00.


Apuração da CSLL

(A alíquota normalmente é de 9%, no entanto, para empresas do segmento


financeiro, seguros privados e capitalização, essa alíquota poderá alcançar até
15%.)

O valor a pagar de CSLL é de R$ 3.150,00.

Apuração PIS e Cofins

(Alíquotas não cumulativas de 1,65% e 7,6%.)

O valor devido de PIS é de R$ 1.567,50 e o valor devido de Cofins é de R$ 7.220,00.

Apuração ISS

(A alíquota depende da prefeitura de cada município, nesse caso será utilizada a


porcentagem de 4%.)

O valor a ser pago de ISS é de R$ 3.800,00.


ICMS

(A alíquota vai variar de um estado para outro. Considere nesse caso 12% e
créditos de compras correspondente a R$ 10 mil.)

O valor do ICMS é de R$ 10.200,00.

O conhecimento sobre os regimes tributários antes da abertura da empresa


auxilia para que esta se beneficie pagando os impostos reduzidamente e atendendo à
legislação, já que o tipo escolhido afetará diretamente o caixa da empresa. A alteração
do regime tributário pela empresa poderá ocorrer na troca do exercício social, pois, ao
fazer uma adoção de regime tributário, a empresa deverá permanecer com ele durante
o exercício social, exceto quando o seu faturamento exceder a escolha adotada,
obrigando a empresa à mudança de regime tributário.

Existem normas que definem quais empresas poderão optar pelo lucro presumido
e pelo Simples Nacional. Em algumas circunstâncias, é possível que a empresa seja
enquadrada apenas no lucro real.

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