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Antes de abrir uma empresa, muitos empreendedores têm dúvidas sobre a

configuração do CNPJ que se aplica ao seu negócio. Para isso, é preciso


saber que não existe apenas um tipo de empresa e, sim, tipos societários,
portes e regimes tributários diferentes, que podem variar, respectivamente
— e de forma bem resumida — entre empresas individuais ou
sociedades; microempresa, pequeno, médio a grande porte; e
enquadramentos no Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido. Para
saber quais de todas essas características se encaixam à sua empresa,
confira nossas dicas aqui!

Milhares de brasileiros sonham em ter sua própria empresa — tanto que,


de acordo com o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian,
até o julho de 2019, foram abertos mais de 280 mil novos negócios no Brasil,
um novo recorde desde 2010. Desse total, houve ainda um aumento de 28%
nos MEIs (Microempreendedor Individual).

Qual o melhor tipo de empresa para


abrir?
A resposta para essa pergunta depende de muitas questões.

Primeiramente, é muito importante ressaltarmos que não existe


exatamente um tipo de negócio que é considerado melhor que outro, pois
tudo dependerá das características de sua empresa.
Por exemplo, se você é um comerciante e seu faturamento bruto anual não
passará de R$81 mil — podendo ultrapassar, no máximo, 20% desse valor
—, você poderá abrir sua empresa como MEI e ser enquadrado no Simples
Nacional.

No entanto, se sua renda bruta será maior que R$81 mil por ano ou caso a
atividade de sua empresa não seja permitida como MEI, há diversas outras
opções que poderão se encaixar ao seu negócio e que, inclusive, podem ser
muito mais vantajosas para você. Note que esse exemplo leva em
consideração — especificamente e apenas — o porte.

Por isso, não há uma resposta definitiva para saber se entre os tipos de
empresa para abrir existe um melhor. Neste caso, é essencial que você não
só entenda os detalhes e características do negócio que pretende abrir, mas
também entenda os conceitos de tipos societários, portes e regimes
tributários que um CNPJ pode ter.

Os tipos de empresa para abrir no


Brasil
Os tipos societários das empresas são também conhecidos como natureza
jurídica. Basicamente, eles definem se você empreenderá sozinho ou se
terá sócios.

Por isso, é crucial decidir qual deles se aplica a você de modo a ser o mais
vantajoso possível para seu negócio! Saiba que tipo de empresa abrir.
1. MEI

O MEI é o tipo de empresa ideal para quem trabalha por conta própria e
precisa de CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para emitir notas
fiscais pelo produto ou serviço oferecido.

Em muitas formas, esse pode ser o “melhor” tipo de empresa para abrir por
ser fácil, rápido e sem burocracias, mas há também muitas limitações, como
o fato de não poder empregar mais de um funcionário, não poder ter uma
renda bruta anual maior que R$81 mil e não poder ser sócio em outras
empresas.

No entanto, para empresas que atendem a esses requisitos e cujas


atividades são permitidas no MEI (confira aqui a Tabela de Atividades
Permitidas), ser um Microempreendedor Individual tem muitas vantagens,
principalmente na hora do pagamento dos tributos, que é feito em uma
única guia e tem valores menores que as outras opções.

2. EIRELI

A EIRELI, ou Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, é uma


modalidade relativamente nova no Brasil e significa que é uma empresa
cuja forma é de sociedade, mas não há necessidade

de sócios (diferentemente de uma sociedade padrão) e um único


empreendedor pode ser 100% responsável pelo negócio e tomar todas as
decisões em qualquer aspecto.

No entanto, para abrir uma EIRELI é necessário investir um capital social


relativamente alto, equivalente a, pelo menos, 100 salários mínimos
vigentes. Pode até parecer um ponto negativo, mas, graças a isso, o
patrimônio do empreendedor pessoa física é separado da pessoa jurídica.
3. Empresário Individual

Assim como a EIRELI, uma Empresa Individual não necessita de sócios.


Inclusive, quem abre esse tipo de empresa não é sócio dela e, sim, único
proprietário, e, por isso, o nome do negócio precisa ser o mesmo do seu
dono (exceto pelo nome fantasia).

Por causa disso, o empreendedor de uma EI não pode separar seus bens
pessoais da empresa, o que significa que seus patrimônios podem ser
tomados em caso de dívidas empresariais.

4. Sociedade Empresária Limitada

A Sociedade empresária Limitada (LTDA) é o tipo societário mais comum e


adotado pela maioria

dos empreendedores que possuem sócios.

Isso se deve a dois motivos: o fato de poder incluir outros sócios através de
um Contrato Social e ter toda a responsabilidade limitada ao capital social
da empresa (daí a origem do nome “Limitada”, ou “Ltda.”), ou seja, bens
pessoais dos sócios não são tomados em casos de dívidas empresariais.

O outro motivo da popularidade da Sociedade Limitada é que, com


o Contrato Social, os sócios têm poder de tomar todo e qualquer tipo de
decisão que forma uma empresa, como a responsabilidade de cada um
deles dentro dela, as cotas que cada um possui e ainda podem “entrar e sair
à vontade”, contanto que o Contrato Social seja alterado.
5. Sociedade Simples

A sociedade simples é o tipo de empresa é recomendado para


exercer atividades intelectuais, como médicos, dentistas, advogados,
arquitetos, contadores etc., pois além de ser uma empresa de prestação de
serviços, é geralmente composta por dois ou mais sócios do mesmo ramo
cuja finalidade é a mesma para seu negócio.

Dentro da Sociedade Simples, existem ainda duas modalidades: a


Sociedade Simples Limitada e a Sociedade Simples Pura:

Simples Pura não conta com separação dos bens pessoais dos sócios com o
patrimônio da empresa (assim como o Empresário Individual);

Simples Limitada conta com essa separação e não permite que o patrimônio
pessoal dos sócios seja tomado (como uma Sociedade Empresária Ltda.).

6. Sociedade Anônima

A Sociedade Anônima (também conhecida como S.A) é um tipo societário


um pouco diferente das outras sociedades, pois, ao invés de cotas, os sócios
dividem o capital em ações e, por isso, são chamados de acionistas.

Por causa dessa característica, os acionistas tem liberdade de comprar e


vender as ações – algo normalmente visto em grandes corporações.

seja tomado (como uma Sociedade Empresária Ltda.).

Além disso, as S.A são divididas em duas modalidades, capital aberto e


capital fechado:

 o capital aberto vende suas ações na bolsa de valores;


 o capital fechado não vende ações para o público geral e, sim, para
outros sócios já envolvidos ou então para “convidados”.

7. Sociedade Limitada Unipessoal

A Sociedade Limitada Unipessoal é parecida, em alguns pontos, com uma


Ltda. “normal”, pois também protege o patrimônio pessoal do
empreendedor/sócio, porém não há necessidade de outros sócios ou de um
investimento alto para o capital social (como uma EIRELI).

Ou seja, a SLU une o melhor de ambos tipos de empresa e, por isso, pode
ser uma opção excelente e muito prática para quem pretende empreender
sozinho.

Os tipos de portes de empresa


Esse é outro ponto muito importante para saber que tipo de empresa abrir,
pois escolher o porte errado – ou então não “atualizar” o porte caso sua
empresa cresça e seu rendimento bruto anual aumente – pode resultar em
dor de cabeça.

A principal característica que faz um porte ser diferente do outro está


relacionada a exatamente isso: o faturamento bruto anual da empresa.
Então, por exemplo, você pode começar o negócio como MEI, mas se cresce
e, consequentemente, ganha mais dinheiro a ponto de passar o limite do
faturamento de R$81 mil por ano, será necessário mudar o porte para ME.
Para entender melhor como funciona, os tipos de pequenas empresas para
abrir e os respectivos faturamentos brutos anuais permitidos para cada
uma delas são:

 MEI: Como mencionamos acima, o rendimento bruto anual do MEI


não pode ultrapassar R$81 mil (ou, no máximo, até 20% desse valor).
Outra característica dessa empresa é de não poder contratar mais de
um único funcionário;
 ME (Microempresa): O rendimento bruto anual de uma ME tem um
limite de R$360 mil. Em relação à contratação de funcionários, é
permitido 9 empregados para empresas dos segmentos de comércio
e de serviços, e até 19 empregados para indústrias;
 EPP (Empresa de Pequeno Porte): Para uma EPP, o faturamento
bruto anual pode variar de R$360 mil até R$4,8 milhões. E para
contratação dos funcionários, nos segmentos de comércio e serviço,
é permitido de 10 a 49 empregados; para indústrias, é de 20 a 99
empregados.

Há também quem tenha dúvida sobre que tipo de empresa abrir que não
seja de porte pequeno. Para essas opções, existem as empresas de médio
a grande porte, mas elas não contam com um faturamento bruto anual
específico. A única diferença, nestes casos, é em relação à contratação de
funcionários.

Os tipos de regimes tributários


Após definir o tipo societário e o porte, você saberá qual regime tributário
se aplicará melhor ao seu negócio. Mas lembre-se: é muito importante ter
um contador acompanhando todo esse processo para que você opte pelo
melhor enquadramento.

A importância da orientação do contador deve-se ao fato que o regime


tributário é um dos grandes fatores que definem o valor dos tributos a
serem pagos por uma empresa. Se você optar pelo regime “errado” – ou,
no caso, por um que não seja vantajoso –, você poderá acabar pagando
outros tipos de impostos que poderiam ter sido evitados com o tipo de
regime certo.

Entre todos os tipos de empresa para abrir que mostramos por aqui,
existem três opções de regimes de tributação que você pode escolher. São
elas:

1. Simples Nacional

Esse é o regime tributário mais usado pelas pequenas empresas. O motivo


disso é simplesmente porque o Simples Nacional permite que o
empreendedor tenha mais facilidade na hora de pagar os impostos e evita
ter que lidar com toda aquela burocracia, pois é tudo feito de forma
unificada com uma única guia mensal, o DAS (Documento de Arrecadação
do Simples Nacional).

As empresas que podem se enquadrar no Simples Nacional são os MEIs, as


MEs e as EPPs, sendo que o limite de faturamento bruto anual é de R$4,8
milhões (o mesmo que das EPPs). Se o valor ultrapassar esse limite, a
empresa passa a se enquadrar no Lucro Presumido.

Dependendo do tipo societário, do porte e do faturamento bruto anual da


empresa, os impostos devidos no Simples Nacional podem incluir:

 PIS (Programa de Integração Social);


 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);
 IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
 ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
 CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
 ISS (Imposto sobre Serviços);
 IR (Imposto de Renda);
 INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) patronal (opcional).
2. Lucro Presumido

Assim como o próprio nome sugere, o Lucro Presumido é a tributação onde,


para calcular o valor de todos os tributos que deverão ser pagos, a Receita
Federal presume o lucro que uma empresa

teve dentro de seu faturamento bruto anual total. No entanto, o valor


inteiro desse faturamento não pode ultrapassar R$78 milhões.

Ou seja, as empresas enquadradas no Lucro Presumido terão seus impostos


– que incluem o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e o CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – calculados pela Receita
Federal e o valor que você terá que pagar será baseado no lucro de sua
empresa.

3. Lucro Real

Para as empresas que faturam anualmente mais que R$78 milhões (e, por
isso, não se enquadram no Lucro Presumido), o regime de tributação do
Lucro Real é a opção. Com ele, no entanto, o valor dos tributos que devem
ser pagos será calculado com base não no lucro, mas no

faturamento total da empresa, ou seja, baseado no lucro líquido.

Existem também certas empresas que, dependendo da atividade, deverão


obrigatoriamente ser enquadradas no Lucro Real, como:

 empresas que tenham algum tipo de isenção fiscal;


 empresas que recebem seu capital de fora do Brasil;
 e todos os tipos de empresas dos setores financeiro e de
agronegócio.
Baseado em informações como tipo societário, porte, regime tributário e
faturamento, ficou claro ao empreendedor o quão importante é saber quais
são os tipos de empresa para abrir e qual deles se aplica ao seu negócio.

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