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OS TIPOS SOCIETÁRIOS

PROFESSOR: HEIDER RODRIGUES


SOCIEDADE EMPRESARIAL

• Uma sociedade empresarial pode ser definida como um conjunto de


pessoas com o mesmo objetivo de produzir, vender ou ofertar bens
e serviços à população de forma profissional.

• Essa definição é a mais simples que podemos trazer e é


fundamental que você compreenda sua função antes de partir para
os tipos de sociedade que sua empresa pode ter.
VANTAGENS DE ATUAR EM UMA
SOCIEDADE
• União de pessoas com um mesmo objetivo profissional
• Nem sempre a família ou os amigos sabem ou querem ajudar na
condução de uma empresa, mesmo que você possua uma boa
relação com eles.
• Assim, contar com a parceria de uma segunda ou terceira pessoa com
o mesmo objetivo profissional que o seu ajuda a minimizar custos,
alinhar objetivos e com isso, alcançar resultados mais rápidos.
• Como existem diversos formatos de sociedade, os sócios podem ser
excluídos e/ou adicionados com certa facilidade, considerando que
existem inúmeras opções de sociedade para variados modelos de
perfil.
VANTAGENS DE ATUAR EM UMA
SOCIEDADE
• Segurar a barra de tocar um negócio sozinho não é uma tarefa
fácil. Por isso, contar com um parceiro nos momentos difíceis que
seu negócio atravessa pode ser motivante para sair de uma má
fase.
OS TIPOS SOCIETÁRIOS
• A escolha do tipo societário, tipo de empresa ou natureza jurídica, como também são
conhecidos, é um dos primeiros e mais importantes passos para o estudante de
Direito Empresarial.
• Tipo societário, nada mais é que a forma de constituição e formalização de empresas
que dentre outros atributos pode ser individual, com sócios, limitada ou ilimitada.
• A legislação brasileira contém uma ampla variedade de tipos societários, são eles:
• MEI – Microempreendedor Individual;
• EI – Empresa Individual;
• SLU – Sociedade Limitada Unipessoal
• Sociedade Empresária Limitada;
• Sociedade Simples Limitada;
• Sociedade Simples Pura;
• Sociedade Anônima.
MEI – MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL
• Os tipos de empresa que permitem sociedade variam conforme o
tipo de negócio exercido. Alguns modelos de negócio não liberam
esse formato empresarial, como é o caso do MEI, o
microempreendedor individual.
• Provavelmente, esse modelo de empreendimento não forma
sociedade pois, como o número de atividades e renda do MEI é
menor – em comparação com empresas de outras sociedades – não
há a necessidade de abrir uma sociedade com outro empresário.
MEI – MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL
• O Microempreendedor Individual ou MEI como é mais conhecido é um tipo societário destinado a
abertura de empresas individuais, ou seja, sem sócios.
• Esse tipo de empresa foi criado pelo Governo para fornecer um mecanismo de fácil acesso para
formalização de pequenos negócios.
• Quem decide abrir um MEI passa a contar com CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas,
pode emitir notas fiscais, contratar funcionários, contratar empréstimos e ainda é contemplado
pelo direito à aposentadoria e demais benefícios do INSS.
• No entanto, apesar dos benefícios, o MEI também possui algumas restrições, são elas:
• O faturamento anual é limitado a R$ 81 mil;
• O MEI só pode contratar 1 funcionário;
• Esse tipo societário não está disponível para determinadas atividades;
• No MEI não é possível incluir sócios no negócio;
• O MEI não pode ser proprietário ou sócio de outra empresa;
• O patrimônio pessoal do empresário fica vinculado ao da empresa.
EI – EMPRESA INDIVIDUAL
• É um tipo de empresa destinada à abertura de negócios de forma
individual, ou seja, sem sócios.
• A principal diferença de tipo societário para o MEI reside na eliminação de
boa parte das restrições. Sendo assim, não há limite de faturamento ou
para contratação de funcionários, por exemplo.
• Por outro lado, uma Empresa Individual também não pode ter sócios e o
patrimônio pessoal do empresário fica vinculado ao da empresa. Na
prática, isso significa que as dívidas não pagas pela empresa afetam os
bens pessoais do empresário.
• Sendo assim, tais bens podem ser utilizados pela justiça para quitação dos
débitos em atraso.
SLU – SOCIEDADE LIMITADA
UNIPESSOAL
• É o tipo societário mais recente do ordenamento jurídico brasileiro, ele
entrou em vigor em 2019, com a promulgação da Lei da Liberdade
Econômica.

• O objetivo deste tipo societário consiste em facilitar a abertura de


empresas individuais, ou seja, sem sócios, eliminando para isso, uma série
de restrições.

• Esse tipo societário é o sucesso da antiga EIRELI – Empresa Individual de


Responsabilidade Limitada, tipo empresarial que permitia a abertura de
empresas individuais, mantendo o patrimônio pessoal do sócio separado
do patrimônio da empresa.
SLU – SOCIEDADE LIMITADA
UNIPESSOAL

• Na prática, essa característica oferece maior segurança jurídica para o


empreendedor e empresário, uma vez que as dívidas da empresa não podem
afetar o seu patrimônio pessoal.
• No entanto, a EIRELI exigia capital social de no mínimo 100 salários mínimos,
exigência que foi retirada na SLU. Sendo assim, a Sociedade Limitada Unipessoal
reúne as seguintes características:
• Tipo societário destinado a abertura de empresa sem sócios;
• Não exige capital social mínimo;
• Possui natureza limitada, mantendo o patrimônio pessoal do sócio desvinculado
de dívidas da empresa.
• Vale destacar que devido às suas características, esse é o tipo societário mais
indicado e utilizado para abertura de empresas individuais atualmente.
SLU – SOCIEDADE LIMITADA
UNIPESSOAL
• A SLU é uma sociedade que automaticamente substituiu a antiga EIRELI,
outro formato de sociedade que deixou de existir em 2021, graças à Lei
14.195.
• Ainda que muito parecida com a EIRELI, a Sociedade Limitada Unipessoal
tem suas diferenças. A principal delas é a não-obrigatoriedade de
reintegração do capital no momento da constituição do negócio.
• Enquanto que na EIRELI era preciso integrar o valor mínimo de 100 salários
mínimos do ano vigente, isso não é mais necessário na SLU.
• Uma grande curiosidade dessa sociedade é que, mesmo com esse nome, a
SLU pode ser constituída por um único empresário, mantendo a
nomenclatura de ‘limitada’, já que o patrimônio particular do
empreendedor é preservado neste tipo societário.
SOCIEDADE EMPRESARIAL
LIMITADA
• A Sociedade Empresária Limitada é um tipo societário destinado à
abertura de empresas com base na união de dois ou mais sócios que
dividem o investimento necessário para montar o negócio e também
direitos e responsabilidades.
• Esse é o tipo societário mais utilizado atualmente por pessoas que
desejam montar um negócio com sócios. Uma das suas principais
vantagens reside na proteção patrimonial.
• Como um tipo societário “Limitado”, a responsabilidade dos sócios
sobre possíveis dívidas da empresa fica limitada ao seu percentual de
participação nos negócios. Sendo assim, o patrimônio pessoal não
pode ser afetado por dívidas da empresa.
SOCIEDADE EMPRESARIAL
LIMITADA
• Ademais, a sigla “LTDA” deve vir no nome do empreendimento, ou
seja na razão social.
• Esse tipo de sociedade jurídica admite sócios de uma mesma família
ou também pode ser uma sociedade anônima, onde nenhum dos
sócios têm responsabilidade legal pela entidade.
• Porém, é preciso especificar esse detalhe no contrato social, no
momento de abertura do estabelecimento.
• Uma vez que os sócios depositam um valor para manutenção das
atividades, nos casos de afastamento, rompimento ou falência, esse
critério dá o respaldo legal a esse tipo de ocasião.
SOCIEDADE SIMPLES LIMITADA
• Por sua vez, a Sociedade Simples Limitada é um tipo societário destinado a
profissionais que exercem atividades de natureza artística, literária ou científica e
que desejam trabalhar em sociedade com outros profissionais da mesma área.
• Devido às suas características, esse tipo societário é muito utilizado por
profissionais liberais como médicos, dentistas, fisioterapeutas, contadores,
arquitetos e engenheiros.
• Vale destacar que neste tipo societário o patrimônio pessoal dos sócios fica
desvinculado do patrimônio constituído pela sociedade.
• Geralmente formadas para funções de cunho intelectual, a Sociedade Simples
Pura precisa possuir a utilização dos órgãos legisladores, que variam conforme a
profissão exercida pelo quadro societário.
• Esse modelo de sociedade não requer registro na junta comercial e sua abertura,
modificações e encerramentos se dão nos Cartórios de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas.
SOCIEDADE SIMPLES PURA
• A Sociedade Simples Pura é uma variação do modelo anterior, ou
seja, também está disponível para profissionais que exercem
atividades de natureza artística, literária ou científica e que desejam
trabalhar em sociedade com outros profissionais da mesma área.

• No entanto, neste tipo societário, o patrimônio pessoal dos sócios


fica diretamente vinculado ao da sociedade. Na prática, isso significa
que em dívidas da sociedade, o patrimônio dos sócios poderá ser
afetado.
SOCIEDADE ANÔNIMA
• A Sociedade Anônima ou S.A, como também é conhecida, opção geralmente utilizada
para abertura de grandes empresas em sociedade.
• Sendo a mais usual no Brasil esse formato de sociedade é constituída por dois ou mais
sócios, onde cada um possui cotas de participação ou ações.
• Na Sociedade Anônima o capital da empresa é dividido entre os sócios (acionistas) sob a
forma de ações. Essas ações podem ser vendidas e negociadas para outros sócios ou
mesmo para terceiros que desejam participar do negócio, desde que respeitadas a regra
do Estatuto Social.
• Por estar mais amadurecida, esse modelo detém uma certa complexidade. De toda
forma, nela os sócios buscam como objetivo final acumular capital financeiro.
• Vale destacar que uma Sociedade Anônima pode ter Capital Aberto (negocia suas ações
na Bolsa de Valores) ou Capital Fechado (não negocia ações na Bolsa de Valores).
• A S.A não associa o nome do negócio aos elementos da empresa, mas sim as suas contas
e participações. Além disso, o total de cotas representa o poder do sócio perante a
sociedade.
SOCIEDADE COOPERATIVA
• Criada para prestação de serviços e sem fins lucrativos, a Sociedade Cooperativa era formada,
até 2003, com o limite de até vinte pessoas com o mesmo objetivo empresarial.
• Após aplicação da Lei 10.406 de 2002, não ficou mais sendo necessário um determinado
número de associados para abertura da mesma.
• O que mantém-se como regra é a tarefa de organizar a sociedade de modo econômico e
democrático, respeitando os direitos e deveres dos membros.
• Elas são classificadas em três tipos:
• Confederação de cooperativas: são aquelas formas por, pelo menos, 03 federações
de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma modalidade ou de outra;
• Federação de cooperativas ou cooperativas centrais: são as formadas, pelo menos, por por
três cooperativas singulares. EM alguns casos, admite-se associados individuais;
• Singulares: idealizada para pessoas físicas ou com exceção da entrada de empresas. Para tal, é
necessário que tenham o mesmo intuito da cooperativa ou sem fins lucrativos, por exemplo.
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
• Na sociedade em nome coletivo, todos os membros respondem pelas
dívidas da empresa, tornando-se “solidários” com a causa proposta.
Sendo assim, uma dívida na empresa deve impactar diretamente o
patrimônio pessoal dos sócios.
• Devido a essa característica, o Código Civil (art. 1039) permite que
esse tipo de sociedade seja constituído apenas por pessoas físicas, e
essas responsabilidades coletivas podem ser limitadas no contrato
social da empresa.
SOCIEDADE EM COMANDITA
SIMPLES
• A sociedade comandita simples é de utilização limitada e divide as
partes societárias em duas categorias: os comanditários e os
comanditados; os quais cuidam do capital social da empresa, com a
diferença na participação administrativa.
• Os comanditários não fazem parte do quadro administrativo da
empresa, enquanto os comanditados podem assumir funções dentro
da organização.
• A razão social desse tipo de empresa contém apenas os sócios
comanditados e tudo isso deve estar bem descrito no contrato social
da empresa.
SOCIEDADE COMANDITA POR
AÇÕES
• Uma sociedade comandita por ações possui seu capital dividido por
cotas.
• Diferente de uma sociedade anônima, que também é dividida da
mesma maneira, nesse modelo societário apenas os sócios
administradores, os quais serão dominados como diretores, é que
terão suas responsabilidades ilimitadas.
• Não há proteção de bens dos sócio em casos como falecimento
(exceto quando o capital a empresa estiver negativo). E para que
alguém deixe de ser sócio, é preciso que a maioria dos outros sócios
concordem com a decisão.
SOCIEDADE EM CONTA DE
PARTICIPAÇÃO
• Uma sociedade em conta de participação pode envolver duas ou mais
pessoas com a condição de que ao menos uma delas seja
comerciante, não havendo registo de firma social e tendo como
objetivo o lucro em operações muito específicas na área comercial.
• A grande vantagem desse tipo de sociedade é a dispensa de
burocracias exigidas em outros casos, servindo para o propósito
pontual de interesse mútuo entre as partes, além de um prazo
específico para o fim da sociedade.
SOCIEDADE DE ADVOGADOS
• As sociedades de advogados não seguem as mesmas diretrizes das outras
formas de sociedade.
• Isso porque os sócios advogados podem, nesta união, juntar-se em uma
sociedade simples ou uma sociedade unipessoal de advocacia (SUA), seguindo
a lei e regras gerais.
• Para que essa sociedade tenha validade jurídica, a sociedade de advogados
(assim como a sociedade unipessoal) deve registrar os atos constitutivos
no Conselho Seccional da OAB.
• Aliás, esse conselho deve estar em uma base de território no qual haja
aprovação, de forma que o Código de Ética e Disciplina seja aplicado, caso exista.
• Um ponto importantíssimo é que nenhum advogado pode assumir mais de
uma sociedade. Isso sem falar que o nome do escritório deve levar um dos
nomes do sócio/advogado que compõem a sociedade.
ALTERAÇÕES NAS REGRAS DE
FUNCIONAMENTO DAS
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
• A lei n° 14.195 de 26 de agosto de 2021 trouxe várias alterações no
funcionamento das sociedades empresárias, buscando facilitar a sua
abertura e seu fechamento, aumentar garantias a acionistas
minoritários, facilitar a realização de atos judiciais (com obrigação de
cadastro de e-mail para recebimento de citações e comunicações da
justiça em geral), dentre outras alterações relevantes tanto para
empresário, advogados e contadores.
REGISTRO EMPRESARIAL
• Foi alterada a Lei 8934/94 para prever o fim da inatividade
automática dos empresários e sociedades que não promovessem
qualquer arquivamento nas juntas comerciais por um período de 10
anos.
• Foi incluída ainda na lei a dispensa de reconhecimento de firma nos
atos sujeitos a registro nas juntas comerciais. Na prática, tal
disposição já vinha sendo aplicada por conta de orientações do DREI
– Departamento de Registro Empresarial e Integração, órgão
responsável por regular o registro empresarial no país.
ALTERAÇÃO NA LEI DAS S.A.
• Foi alterada a Lei 6.404/76, prevendo o voto plural e possibilitando que diretores
residam no exterior.
• Vale lembrar que até então, era permitida a presença de integrantes do conselho
de administração residentes no exterior, desde que outorgassem procuração a
representante residente no país, cujo prazo de validade deve ser superior em no
mínimo 3 anos do fim do mandato do conselheiro. Agora, é possível que também
diretores sejam não residentes, desde que cumpram o mesmo requisito em
relação ao procurador residente no país exigido para os conselheiros.
• É admitida a criação de uma ou mais classes de ações ordinárias com atribuição
de voto plural, não superior a 10 votos por ação ordinária. A criação deverá
constar do estatuto, e o voto plural terá prazo máximo de 7 anos, prorrogáveis
por igual período. Tal dispositivo facilita o controle acionário por parte de
acionista que não detenham a maioria do capital social.
INAPTIDÃO DO CNPJ
• Alteração na Lei 9430/96, para prever a inaptidão do CNPJ das
empresas que tenham 90 dias de atraso no cumprimento de qualquer
obrigação acessória. E previsão ainda de baixa automática do CNPJ
após 180 dias de inaptidão.

• CONSELHOS PROFISSIONAIS
• Proibição de suspensão de registro das empresas e profissionais
registrados em conselhos profissionais por atraso de anuidades.
TRANSFORMAÇÃO AUTOMÁTICA DE
EIRELI EM LTDA
UNIPESSOAL
• Transformação automática de EIRELI em sociedade limitada
unipessoal independentemente da modificação do registro. A EIRELI
foi criada em 2013 para permitir que uma única pessoa tenha uma
empresa com responsabilidade limitada, contudo, exigia capital social
mínimo de 100 vezes o salário mínimo. Com a criação, em 2019, da
sociedade unipessoal, que possui o mesmo regramento, sem a
exigência de capital mínimo, a EIRELI deixou de ter funcionalidade.
Desse modo, a lei acerta ao fazer a conversão automática.
ASSEMBLEIAS POR MEIOS
ELETRÔNICOS
• O código civil fica alterado (Art. 48-A) para prever que qualquer
pessoa jurídica de direito privado poderá, independentemente de
previsão em seus estatutos, realizar assembleias por meios
eletrônicos.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
• Alteração do código civil (Art. 206-A) para prever a prescrição
intercorrente, ou seja, aquela no curso do processo nos casos em que
a parte autora deixar de dar andamento ao feito, cujo prazo será o
mesmo daquele previsto para a prescrição.
CONCEITO DE ESTABELECIMENTO
EMPRESARIAL
• Alteração no código civil, com a inclusão de Parágrafos no art. 1142,
prevendo que o estabelecimento empresarial poderá ser físico ou
virtual, e não se confunde com o local aonde a sociedade exerce
sua atividade. Inclusive, prevê que o endereço da sociedade pode
ser a casa de um dos sócios se o exercício da atividade for virtual.
• Trata-se de uma modernização do conceito de estabelecimento,
desvinculando-o do endereço fiscal nos casos em que a atividade é
exercida virtualmente, o que trará impactos econômicos (o
estabelecimento virtual poderá ser vendido, como, aliás, já pode,
mas agora com toda a proteção que a lei confere a esse tipo de
negócio), e processuais, no que concerne à localização do réu,
desconsideração da personalidade jurídica, dentre outros efeitos.
NOME EMPRESARIAL

• Alterações tanto no código civil (At. 1.161) quanto na lei 8.934/94


para reforçar que a indicação da atividade no nome empresarial é
facultativa. Tal providência já constava da IN DREI 81/2020, mas
agora ganha segurança jurídica com a inserção no texto de lei.
(Instrução Normativa - Departamento Nacional de Registro
Empresarial e Integração)
CITAÇÃO JUDICIAL POR E-MAIL –
OBRIGAÇÃO
DE ATUALIZAÇÃO DOS CADASTROS
NA JUSTIÇA
• Alterações no Código de Processo Civil (CPC), com impactos no dia a dia das empresas.
• Obrigação de as empresas manterem seus cadastros atualizados, com informação do endereço
eletrônico, perante os órgãos do poder judiciário.
• A citação será preferencialmente por e-mail, e no caso de não confirmação do recebimento, ela
(a citação) se dará pelos demais meios previstos no CPC (oficial de justiça, correio, edital). A
empresa, ao se manifestar nos autos, deverá justificar o fato de não ter recebido a citação por e-
mail, sob pena de ser considerado ato atentatório à justiça, com multa de até 5% do valor da
causa.
• Em resumo, as empresas devem se movimentar para manter o cadastro atualizado.
• Há previsão para que ME/EPP tenham a atualização do cadastro pelo REDESIM – cadastro
integrado de registro empresarial da União, Estados e Municípios.
• O prazo para que a citação seja realizada fica fixado em 45.
• Criação de regras relativas à prescrição intercorrente parecidas com as hoje existentes na lei
de execuções fiscais, contudo, ainda mais restritivas: começa a correr a prescrição na primeira
tentativa de citação, e só se suspende por 1 ano, no máximo.
REPRESENTANTE COMERCIAL NA
FALÊNCIA E
RECUPERAÇÃO JUDICIAL

• Iguala o crédito do representante comercial ao crédito trabalhista na


ordem de preferência em caso de falência do devedor, bem como,
não sujeição do mesmo à recuperação judicial.
REGULAÇÃO DA NOTA COMERCIAL
• A nota comercial é um título de emissão das sociedades em geral, inclusive as limitadas,
previsto na Lei n° 6.385/1976, que, entretanto, é de rara utilização.
• A Lei 14.195/2021 buscou trazer diversos dispositivos na regulação da nota comercial
com o objetivo de fomentar o seu uso. Ficou parecida com uma debênture, contudo, de
utilização acessível às sociedades limitadas, e com menos burocracia.
• Continua a exigência de que a emissão se dê através de uma instituição autorizada pela
CVM, o que é feito por uma securitizadora (assim como ocorre com debêntures, CRIs e
CRAs).
• Ela é necessariamente não conversível em ações ou quotas, no que difere da debênture,
a qual pode ser conversível em ações.
• A assembleia dos credores tem o mesmo regramento previsto na lei das S.A para as
debêntures.
• Os mútuos e as operações de crédito individuais, podem e devem permanecer
formalizadas através de meios ainda menos regulados de contratação: nota promissória,
confissão de dívida, contrato de empréstimo, alienação fiduciária, dentre outros.
REGULAÇÃO DA NOTA COMERCIAL
• O objetivo, pois, da lei foi criar a possibilidade de quaisquer
sociedades realizarem uma oferta pública de títulos de dívida,
buscando assim uma nova fonte de financiamento que não a
exclusivamente bancária, ou aumento de capital.
• Como dito, tem sentido o seu uso apenas para ofertas públicas: a
busca indiscriminada de investidores através de títulos de dívida, e
não de parcela do capital (ações ou quotas).

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