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SUMÁRIO
1 Você sabe quais são os impostos que
devem ser retidos na fonte?
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VOCÊ SABE
QUAIS SÃO
OS IMPOSTOS
QUE DEVEM
SER RETIDOS
NA FONTE?
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Como vemos, pode parecer uma piada, mas lidar com essa absurda complexidade
é tarefa das mais árduas.
Então, qualquer profissional que necessite lidar com apurações e recolhimentos
de impostos precisa conhecer a base, os aspectos gerais de classificação destes.
E o desafio fica maior quando pensamos que todos nós lidamos com este tema,
quer a gente se aperceba, quer não. Pense nisso: quando consultamos o nosso
demonstrativo de pagamento, ali está o valor da contribuição ao INSS descontada
do salário. Será que entendemos o que este desconto significa?
Todos nós que trabalhamos pensamos que um dia iremos nos aposentar e, para
isso, precisamos ter algum tipo de reserva acumulada para viver. Todo Governo se
preocupa com isso e cria um sistema de previdência, como uma espécie de poupança
para este fim. No Brasil este sistema é gerido pelo INSS, o Instituto Nacional de
Seguridade Social. Então, embora essa sigla, INSS, seja a do instituto que gerencia
os recursos previdenciários, para muitos significa algum tipo de tributo.
Na verdade, o INSS gerencia as contribuições previdenciárias que, dentre outros
meios, são descontadas de nossos salários. Ao mesmo tempo em que temos este
desconto, o INSS também cobra das empresas que nos empregam um tributo para
custear nossa aposentaria. Assim, as empresas pagam o INSS Patronal, ou Parte
Empresa, para cada colaborador empregado ou mão de obra contratada.
E aí temos um detalhe bastante interessante: a contribuição ao INSS devida pelo
empregado é descontada de sua folha de pagamento, ou seja, retida na fonte. Isso
é feito através da aplicação de um percentual que varia entre 8% a 11% (limitado a
um valor teto). Independe da atuação dele. Na verdade, mesmo que ele se oponha,
nada pode fazer a respeito. Esse tributo será descontado de seu contracheque. Se
trata de uma obrigação de seu empregador, e este pode ser punido caso não a faça.
No entanto, a contribuição ao INSS Patronal, ou seja, custeada pelo nosso
empregador, é feita sem retenção na fonte. Cabe a empresa efetuar o cálculo sobre
todas as verbas pagas ao colaborador e recolhê-la mediante documento à parte.
Então, o que temos aqui é um determinado tipo de tributo, a contribuição
previdenciária, recebendo 2 tratamentos distintos para cálculo de pagamento: um
deles através de retenção na fonte e outro feito diretamente pelo responsável.
Acha ser esta uma exceção?
Considere o caso do IR. Este é também um imposto que parece ser um dos mais
genéricos que temos.
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O famoso Imposto de Renda incide, como o próprio nome diz, em todos os tipos
de renda: seja de salários, aluguéis, juros de investimentos, comissões, etc, para
pessoas físicas, e também sobre lucros, receitas de juros financeiros, indenizações
recebidas, comissões de negócios, etc, para pessoas jurídicas.
Novamente aqui cada um de nós que recebe salário ou renda de aluguel deve pagar
este imposto. Não se trata de uma contribuição que custeia aposentadoria ou algo
que diretamente beneficie quem o paga. Na verdade, os recursos dos impostos são
destinados aos objetivos que o Governo desejar atingir. A destinação é de inteira
escolha e decisão governamental. Ele é livre para usar os recursos de modo como
entender melhor. A lógica de cobrança é de que, ao receber rendas, o contribuinte
tem uma parte desta renda descontada para usufruto da coletividade, dos demais
da sociedade.
Pois bem, aqui também temos uma situação se pagamento que é semelhante
à contribuição previdenciária: o IR é descontado na fonte. Ao receber salário ou
renda de aluguel, o imposto de renda é automaticamente descontado, retido na
fonte (caso atinja o valor de limite para isso, é claro). E neste caso o procedimento
de desconto na fonte independe da vontade de quem recebe a renda.
As empresas também recebem rendas de todos os tipos. Quando apura lucro, por
exemplo, deve destinar uma parte dele para o pagamento deste mesmo tributo, o
imposto de renda. No entanto, este pagamento não é feito mediante retenção na
fonte. Cabe à empresa efetuar o cálculo de seu lucro tributável, declarar o valor ao
Fisco de diversos modos e pagar o imposto em documento próprio para tal.
Quando pensamos nestes 2 casos, será que chegamos à conclusão que os tributos
que são custeados por pessoas físicas devem ser descontados ou retidos na fonte,
ao passo que os tributos custeados pelas empresas são pagos diretamente?
Se você achou que sim, que a diferença entre retenção na fonte é o tipo de
contribuinte (pessoa física ou jurídica), errou.
Empresas que prestam serviços de limpeza, por exemplo, sofrem retenção na fonte
de imposto de renda ao terem seus serviços pagos por seus clientes. Empresas que
prestam serviços de vigilância e segurança também sofrem o mesmo desconto
também quando são pagas por seus clientes.
Diante disso, existe uma regra que nos norteie, que ensine em quais momentos
um tributo é pago mediante pagamento e apuração à parte e quando ele é quitado
por meio de retenção na fonte? Como discernir qual o modelo a ser aplicado?
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A resposta a esta pergunta é: não existe uma única regra. O que temos de fazer
para entender este tema é conhecer os principais tipos de tributos e as hipóteses
em que a lei determina a retenção na fonte.
Apenas com relação ao IR, quantos tipos existem? Considerando apenas os que
se sujeitam ao desconto na fonte, a lista é grande$:
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mercantis não costumam servir de base para retenção de impostos. Mas nos
casos em que há indicação de mercadorias e serviços na mesma nota fiscal (em
serviços de construção e obras, por exemplo) a indicação do ICMS nela pode
causar confusão.
De fato, a simples menção de impostos nas notas fiscais não obriga quem a recebe
a fazer o seu desconto na fonte. Assim também, a falta de informação de impostos
nas notas fiscais não desobriga quem a recebe de fazer as corretas retenções na
fonte, se a lei assim o determinar. Não se pode basear nas informações ou na falta
de informações numa nota fiscal para atuar nisso ou não.
Assim, é evidente que se faz necessário ter um conhecimento básico sobre as
hipóteses em que o contratante ou tomador de um serviço deve fazer a retenção
tributária na fonte como responsável designado por lei.
Para ter este conhecimento não é necessário que se conheça todos os tributos em
vigor no Brasil. Isso é um alívio, não é mesmo? Temos mais de 90 tributos em vigor
e regulamentados atualmente. Analisar a cada um deles para determinar regras de
retenção na fonte seria uma tarefa enorme e nada produtiva, além de impossível.
Modesta e realisticamente falando, é impossível entender profundamente cada
tributo que existe no Brasil. Daí o fato de termos especialistas em determinados
ramos da tributação.
Visto que a retenção tributária é um dos instrumentos do Governo para adiantar
recebíveis, é de interesse dele que as regras tenham um bom grau de clareza.
E existem determinadas leis e regulamentos que são claros quanto aos fatos
que constituem hipótese de retenção tributária na fonte. Há listas de serviços e
hipóteses de operações sujeitas à retenção para consulta na legislação.
Ter um conhecimento básico sobre o sistema tributário brasileiro também ajuda.
Isso porque algumas das regras de retenção tributária variam conforme o regime
tributário da empresa que presta o serviço. Isso é importante porque podemos
achar, de forma equivocada, que a opção de regime de tributação de uma empresa
é informação privada, estratégica e que não cabe a outros sabe-la. Sem dúvida,
conhecer qual é o regime do prestador de serviço servirá de base para qual tipo
de retenção tributária será feita em seus pagamentos e até que tipo de alíquotas
específicas podem existir nestes casos.
Outro fator importante é entender a frequência com que se exige a retenção
tributária na fonte. Os tributos sujeitos à retenção podem ser federais e municipais.
Um determinado tipo de serviço pode ter desde 1 tipo único de retenção ou até
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Então, o que temos visto é que funções e trabalhos burocráticos é que serão mais
rapidamente substituídos, conforme ponderação do mesmo professor:
Então, a alta tecnologia não deve assustar e sim ser uma aliada no trabalho.
Deve facilitar a rotina nas partes em que as tarefas são repetitivas, burocráticas e
grandes consumidoras de tempo e energia. Deve nos ajudar a usar o nosso tempo
para atividades de análise e gestão com base nos dados que obtemos pelos
meios digitais.
De fato, relatórios que levam muito tempo para serem obtidos podem ser
facilmente gerados. Obrigações acessórias tributárias que hoje levam dias para
serem elaboradas podem ser rapidamente preenchidas. Apurações de tributos
que levam enorme tempo para serem concluídas podem ser feitas com exatidão
e em pouco tempo.
Qual a chave para isso? Bons sistemas e parametrização exata e eficaz.
Esta é uma realidade ao alcance de todos, em maior ou menor grau. É obrigação do
profissional fiscal se assegurar de ter e usar boas ferramentas de processamento
de informações, que tenham informações atualizadas e façam correlações
inteligentes.
Se essa não é sua realidade, pergunte-se: quanto tempo eu reservei nos últimos
meses para apurar o custo de retrabalho em minha rotina? Será que eu sei quantas
horas gasto em atividades que poderiam ser sistematizadas com pouco esforço ou
investimento? Quantas atividades importantes e que gerariam valor para a empresa
eu deixo de fazer para corrigir erros decorrentes de sistemas deficitários ou mal
parametrizados? Sei qual é o custo de obter soluções tecnológicas simples ou até
melhorias aos sistemas que já temos? Eu realmente levantei essas informações
e as apresentei ao meu gestor? Investi tempo para demonstrar que os custos
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com essas melhorias sistêmicas são compensados por ganho de tempo para
atividades mais importantes e que agregam valor, e também redução de gastos
com impostos pagos de forma errada e obrigações acessórias que precisam ser
refeitas e entregues?
Essas ponderações são muito importantes. Elas darão a resposta que vai nos
mostrar se temos nos esforçado em ter melhorias verdadeiras. Não ter tempo para
fazer essas averiguações não é desculpa para lidarmos com grande quantidade
de retrabalho e atividades repetitivas e sem valor real.
Hoje felizmente temos muitas opções de soluções fiscais com boa eficácia e
possibilidades de atualização sem custo muito elevado. Uma pesquisa na internet
e consultas com colegas de profissão mostrará isso. Tirar proveito dessas
ferramentas é fundamental para lidarmos com as complexidades tributárias do
sistema fiscal brasileiro sem desperdícios de recursos e com menor risco para a
empresa.
Especialmente nas retenções de tributos na fonte, ter boas soluções sistêmicas se
mostra ser uma decisão inteligente. É uma função que está ligada aos pagamentos,
às operações financeiras feitas pela empresa em sua rotina.
Os sistemas de pagamentos devem estar preparados para aplicar as regras de
retenção de tributos, procedendo ao correto desconto de cada um deles, gerando
informação de alíquotas e tipos de retenção e os enviando em uma base de dados
que os direcione para o preenchimento das declarações fiscais relativas a cada
tipo de tributo. Também deve acusar se os cadastros possuem as informações
necessárias para processar os dados fiscais.
A tarefa não é fácil, mas com informações básicas de funcionamento de cada
um dos principais tributos sujeitos à retenção na fonte é possível realizar este
trabalho. Embora haja mais de 90 tributos regulamentados, são poucos os que
são obrigados ao instituto da retenção tributária na fonte.
Uma parametrização eficaz é feita com base nas hipóteses de operações sujeitas
ao desconto de tributos na fonte. Assim, o sistema deve ter em seu desenho
interno uma lista de opções de serviços, pagamentos, operações comerciais e
contratuais, etc, que sejam fatos geradores tributários. Cabe ao profissional com
conhecimento fiscal listar essas opções, e se certificar de que o sistema possua
funcionalidade para acréscimo de novas operações. Por exemplo, serviços de
streaming. Até pouco tempo atrás não existia este tipo de serviço. Hoje já são
comuns. Então, conforme a tecnologia avança, surgem novos negócios e com isso
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Para isso será necessário consultar diversas bases legais tributárias. E para
saber como e o quê consultar, novamente temos de destacar a importância de ter
conhecimento básico de cada tributo. A diversidade de alíquotas não é tão grande
nos tributos federais. No entanto, no ISS, de competência municipal, a diversidade
é bastante considerável.
Além disso, aqui também é imprescindível que o sistema contemple a possibilidade
de ajustamento dos campos informativos das alíquotas. É bem sabido que boa
parte das alterações de legislação fiscal é justamente a alteração dos percentuais
dos tributos. Muitas vezes essas alterações ocorrem nos dispositivos legais para
entrar em vigor já no dia de sua publicação. Isso é bastante injusto, mas não vamos
considerar este tema aqui. O nosso foco aqui é como lidar com essa realidade.
Além de todas essas etapas, algo que não pode ser desprezado é a parametrização
de informações que tratam de obrigações que interferem na retenção de impostos.
Um exemplo é o CPOM. Se trata da obrigação que algumas cidades impõem aos
seus contribuintes, ou seja, cadastrar os prestadores de serviços contratados por
ela que se sediem em outras cidades. Talvez na sua cidade exista essa obrigação,
mas com outro nome. Sua exigência, criada pela Prefeitura do Município de São
Paulo, já é adotada em quase todas as capitais e cidades de médio porte do país.
A não observância desta obrigação pode causar aumento de custo na forma de
bitributação. Portanto, a necessidade de verificar esta e outras obrigações que
porventura existam em sua localização é vital.
Um outro obstáculo que é bastante comum é saber traduzir os conceitos tributários
para os profissionais de TI.
Com o progresso veloz da tecnologia, a área de TI tem sido bastante demandada
em qualquer empresa. De fato, todas as áreas de uma empresa pedem soluções
tecnológicas para suas tarefas diárias.
O desafio de atender às demandas fiscais é enorme para a área de TI por duas
razões: 1) se tratam de demandas com alto nível de complexidade e criadas numa
linguagem técnica que é bastante específica e difícil para quem não é da área; e
2) necessitam de parametrizações flexíveis, que possam ser atualizadas ou até
alteradas de vez em quando, conforme as alterações legais.
Um bom profissional fiscal deve compreender os mecanismos tributários
profundamente, para que possa saber explicar de modo simples aos leigos. De
fato, somente quando compreendemos bem é que podemos explicar, ilustrar e
detalhar assuntos sem recorrer aos jargões da profissão, incompreensíveis aos
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demais. Esse é um talento, uma habilidade, ainda rara nos profissionais fiscais.
Infelizmente a maioria fala em linguagem técnica tributária, que causa confusão e
até repulsa para profissionais de outras áreas.
Portanto, saber falar de forma simples, evitando linguagem técnica, é uma aptidão
que deve ser desenvolvida por quem deseja inclusive avançar na carreira. Para
isso, cursos de custa duração, didáticos, e que expliquem conceitos que já
conhecemos, podem ser de muita ajuda para aprender as técnicas de informar e
explicar assuntos fiscais de forma lógica e usando o mínimo de linguagem fiscal.
Também incentivar profissionais de TI a fazerem estes cursos é outra maneira
interessante de ajudá-los com o conhecimento que precisam para desenvolver
as ferramentas fiscais. Este conhecimento agregará muito nas carreiras de
profissionais de TI. Isso porque a área fiscal é um grande cliente para soluções
tecnológicas. Se trata de uma demanda que tende a crescer com as iniciativas
governamentais de requerer todas as informações tributárias em formato digital e
com leiautes que facilitem a análise de dados.
E mesmo depois que todas as obrigações fiscais tiverem sido criadas em formato
digital, haverá a enorme necessidade de termos boas ferramentas de gestão
de informações. O potencial de dano é enorme quando pensamos em todas as
hipóteses que o Fisco tem para cruzar informações em várias bases de dados. E
os formulários e fichas das obrigações fiscais digitais tem sido elaboradas para
isso.
Seja como for, investir em conhecimento fiscal é sempre útil. Muito depende
de nossa postura e interesse em envolver colegas de outras áreas em nossos
assuntos. Afinal, o trabalho fiscal afeta a empresa como um todo.
Uma boa ferramenta sistêmica, bem atualizada, vai garantir um bom trabalho
nas retenções fiscais e nas outras atividades de rotina. Embora não substitua a
boa capacidade técnica do profissional fiscal, constitui uma excelente ajuda ao
trabalho. Mas como falamos, um dos desafios é lidar com prestadores de serviços
de vários regimes tributários. Vamos falar sobre um deles agora...
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É fácil perceber que a parcela dos tributos varia a cada faixa de receita bruta. O ISS
não é exceção.
Uma regra fundamental é saber a quem cabe fazer a retenção do imposto. Esta é
uma questão que suscita muita dúvida e que precisa ser compreendida com base
na Lei Complementar nº 116, que rege o ISS. Existem duas hipóteses mencionadas
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O QUE ESTÁ
ENVOLVIDO
EM SER O
RESPONSÁVEL
PELA RETENÇÃO
DE TRIBUTOS NA
FONTE?
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É assustador! São 2.600 horas por ano gastas na média pelas empresas apenas
para apurar, recolher e declarar impostos. Gastamos um tempo enorme em
cumprir as burocráticas tarefas fiscais, contábeis e financeiras ao invés de usar
boa parte deste tempo precioso com atividades produtivas, geradoras de renda.
Isso não apenas destrói a produtividade, mas prejudica nossa competitividade
encarecendo nossos produtos e serviços, traz riscos enormes para as empresas,
entre outros danos.
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leve muito tempo para se dar conta do que ocorreu e requerer a correção. Quanto
maior o tempo decorrido, maior o risco de reabrir e refazer declarações fiscais
pois, sempre que isso ocorre, o prazo para fiscalização dos fatos registrados ali é
renovado e dilatado. Na prática, a empresa corre mais risco fiscal.
Pior ainda é quando ocorre uma retenção de tributos indevida. Nestes casos, o que
o tomador de serviços precisa fazer é um pedido de ressarcimento junto ao Fisco
da prefeitura que se beneficiou do recolhimento do imposto. E essa é outra tarefa
complicada.
Em primeiro lugar, o valor envolvido pode ser pequeno e a tarefa de preencher
todos os documentos e requerimentos pode ser enorme. Isso faz com que o
esforço não compense o benefício e a empresa simplesmente desista de requerer
a devolução. E aí, novamente imagine que isso ocorra com alguma frequência. O
resultado é o aumento do prejuízo financeiro, na perda de recursos pagos que não
são recuperados.
E em segundo lugar, temos de admitir que determinadas cidades não possuem
a estrutura mínima fiscalizatória e de atendimento aos contribuintes. Algumas
prefeituras sequer tem site na internet, o que significa dizer que não possuem a
legislação do ISS disponível para consulta facilmente. Algumas fazem apenas o
atendimento presencial, muitas vezes realizado por um funcionário que lida com
questões de várias espécies, e que não tenha formação ou especialização fiscal.
Então, não é incomum que, mesmo que a lei geral do ISS (LC nº 116) determine que
não cabe a ela o imposto pago, a respectiva prefeitura manifeste o entendimento
de que o imposto é, sim, devido a ela e que não irá devolvê-lo. E neste caso, apenas
a abertura de um processo administrativo poderia de fato resolver a questão. Mas
aí novamente temos a enorme burocracia custando tempo e recursos valiosos da
empresa, que faz a análise de custo e benefício para decidir se segue em frente
ou desiste.
Não é incomum que as retenções de impostos sejam feitas indevidamente.
Há casos em que algumas empresas conseguem liminares (decisões judiciais
temporárias) para não sofreram a retenção de determinados tributos. Neste caso a
lei determina a retenção, mas há uma decisão judicial que impede o cumprimento
determinando a suspensão desse desconto. É notório e significativo o enorme
trabalho que seria causado por retenção de impostos indevida neste caso.
Isso tudo nos faz pensar no potencial que este assunto tem para causar problemas
para a empresa. Levando em conta a quantidade de hipóteses em que cabe a
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Notas bibliográficas:
(&)
https://ibpt.com.br/img/uploads/novelty/estudo/2603/
QuantidadeDeNormas201628AnosCF.pdf
(*)
https://exame.abril.com.br/brasil/livro-gigante-revela-peso-de-impostos-no-pais-
2-hipopotamos/
($)
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATSPO/CodigoReceita/default.asp
(#)
https://www.robertodiasduarte.com.br/inteligencia-artificial-na-contabilidade-o-
que-muda-para-o-contador/#.W-radOhKjIU
(**)
https://www.contabeis.com.br/noticias/37822/simples-nacional-2018-vamos-
aprender-a-calcular/
(%)
https://g1.globo.com/economia/noticia/empresas-gastam-1958-horas-e-r-60-
bilhoes-por-ano-para-vencer-burocracia-tributaria-apontam-pesquisas.ghtml
(@)
http://porque.uol.com.br/por-que-o-brasil-e-campeao-mundial-de-tempo-perdido-
com-impostos/
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