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Fiscal
Sistema Tributário Nacional – Tributos Incidentes
sobre Operações com Mercadorias e Serviços
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Sistema Tributário Nacional – Tributos
Incidentes sobre Operações com
Mercadorias e Serviços
Objetivos
• Ter uma visão geral do Sistema Tributário Nacional;
• Conhecer os principais tributos incidentes sobre as operações com mercadorias e serviços.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Sistema Tributário Nacional – Tributos Incidentes
Contextualização
O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, que ultrapassa os 37% do
Produto Interno Bruto (PIB). Isso mesmo, de tudo que o país produz, mais de 37% ficam
com os governos Federal, Estaduais, Municipais e Distrito Federal, a título de tributos.
Não fique assustado(a), esse é o ambiente que você escolheu para trabalhar, então se
prepare, não se acomode, estude sempre, esteja sempre atualizado(a) para desenvolver
o seu trabalho da melhor forma possível.
A nossa missão enquanto Gestores Tributários é fazer com que nossas empresas
recolham seus impostos de maneira correta e que esses recolhimentos tenham o menor
impacto possível nas operações das empresas, isso porque a concorrência é grande,
os custos são iguais para todos, só resta ganhar eficiência no quesito tributos. Existem
várias formas de recolher tributos com economia e de forma legal.
Nesse sentido, esta disciplina tem por objetivo dar ao(à) aluno(a) uma visão simplifi-
cada dos tributos incidentes sobre as operações das empresas. Não é nossa pretensão
citar tudo, sobre todos os tributos, isso seria impossível nesse ambiente, mas certamente,
após a leitura dessa e das próximas unidades e elaboração das atividades propostas,
você vai ter condições de entender o funcionamento dos principais tributos incidentes
nas operações das empresas. Daí em diante, é contigo, não pare por aqui, estude, pes-
quise e faça o melhor que você conseguir, tanto para o seu sucesso profissional quanto
para o bom desempenho de sua empresa.
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O Sistema Tributário Nacional
Decidimos iniciar esta unidade com as frases acima, a primeira creditada a Benjamin
Franklin, escritor e político americano (1706 a 1790), e a segunda a Samuel Johnson,
escritor e pensador inglês (1709 a 1784), para que você perceba que o assunto “impos-
tos” incomoda já há muito tempo. Nenhum país conseguiria sobreviver sem a cobrança
de tributos, que são a ferramenta necessária para que ele possa se desenvolver e gerar
bem-estar para os seus cidadãos.
“Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos”.
Definição de Tributo
O Artigo 3º do Código Tributário Nacional assim define tributo:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Tabela 1
TRIBUTO – CARACTERÍSTICA EXPLICAÇÃO
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA O pagamento do tributo é obrigatório, não sendo possível fugir da
COMPULSÓRIA sua obrigação. É algo impositivo, não opcional.
O pagamento do tributo só poderá ser feito em R$ (moeda oficial
EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA do Brasil), não podendo, em nenhuma hipótese, ser realizado em
SE POSSA EXPRIMIR bens ou serviços. Admite-se que o tributo seja devido em índices,
tipo a UFIR, posteriormente convertidos em R$.
O tributo visa intervir em situações sociais ou econômicas,
tributando a renda, o consumo e o patrimônio. Não pode ser
considerado como punição, sendo cobrado apenas quando o
QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO contribuinte emite sinal de capacidade de pagamento. A multa, por
POR ATO ILÍCITO outro lado, constitui-se sanção por ato ilícito, sendo cobrada por
algum tipo de infração vinculada ao pagamento de tributo.
A multa não tem (ou não deveria ter) função arrecadatória, pois
visa somente coibir o ato ilícito.
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UNIDADE
Sistema Tributário Nacional – Tributos Incidentes
Impostos
O artigo 16 do CTN assim define imposto: “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obri-
gação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte”.
Taxas
O artigo 77 do CTN assim define taxa:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Fe-
deral ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,
têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
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utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisí-
vel, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Com base nessa definição, entendemos que o contribuinte só paga uma taxa quando ne-
cessita de algum serviço a ser prestado pelo Estado, ou seja, as taxas são tributos vinculados.
Contribuições De Melhoria
As Contribuições de Melhoria estão definidas no artigo 81 do CTN:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Es-
tados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Veja que, do mesmo jeito que as Taxas, as Contribuições de Melhoria também são
vinculadas, nesse caso vinculadas a um benefício gerado pelo Estado ao contribuinte.
Contribuições Sociais
Para finalizar, temos as Contribuições Sociais, que atualmente são consideradas
como mais uma espécie de tributo.
Lucro – CSLL.
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UNIDADE
Sistema Tributário Nacional – Tributos Incidentes
Quando falamos em tributo, sempre temos que entender que existem dois sujeitos,
que são o Sujeito Ativo e o Sujeito Passivo da Obrigação Tributária, como apresentado
a seguir.
Elencamos acima aqueles que julgamos ser os principais limites estabelecidos no que tange
à liberdade dos Entes Federativos em questões de tributos, mas convidamos você a ler por
completo o Artigo 150 da Constituição Federal, para que tenha conhecimento de todas as
limitações ali estabelecidas. Disponível em: https://bit.ly/1dFiRrW
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A Constituição também estabelece quais tributos podem ser criados pela União, pelos
Estados e pelos Municípios, conforme previsto nos artigos 153 a 156, que reproduziremos
a seguir resumidamente, e já aproveitamos para repetir o mesmo convite do parágrafo
anterior, lembrando que eles podem ser acessados no mesmo endereço citado acima:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Agora, para melhorar o seu entendimento, vamos citar os impostos – você percebeu
que passamos da expressão “tributos” para a expressão “impostos”? Isso porque todo
imposto é um tributo, e assim facilitará o seu entendimento daqui em diante – divididos
por entes da federação, observe:
• Impostos Federais:
» Imposto sobre a Importação de produtos estrangeiros – (II);
» Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados – (IE);
» Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza – (IR);
» Imposto sobre Produtos Industrializados – (IPI);
» Imposto sobre Operações Financeiras – (IOF);
» Imposto Territorial Rural – (ITR);
» Imposto sobre Grandes Fortunas – (IGF).
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Sistema Tributário Nacional – Tributos Incidentes
• Impostos Estaduais:
» Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – (ICMS);
» Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – (IPVA);
» Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de qualquer bem – (ITCMD).
• Impostos Municipais:
» Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – (IPTU);
» Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais
Relativos – (ITBI);
» Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – (ISS).
Finalizando essa primeira parte da Unidade, vamos dividir os impostos em duas ca-
tegorias, os Impostos Diretos e os Impostos Indiretos.
• Impostos Diretos:
» Incidem sobre o Patrimônio e a Renda, ex.: IRPF, IRPJ, IPTU, ITR, IPVA, etc.
• Impostos Indiretos:
» Incidem sobre a produção e a circulação de bens e serviços, ex.: IPI, ICMS, ISS,
COFINS, PIS, etc.
Fique tranquilo(a), que mais adiante detalharemos e explicaremos cada uma das ex-
pressões utilizadas acima.
Vamos agora conhecer um pouco mais das particularidades de cada imposto e con-
tribuição que incide sobre as operações com mercadorias.
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ICMS - Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços
Imposto de competência estadual que incide sobre as operações que envolvam:
• Circulação de mercadorias;
• Prestação de serviços de transportes;
• Prestação de serviços de comunicação;
• Importação de mercadorias.
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Além desse, convido o(a) aluno(a) a tomar conhecimento dos outros dispositivos limitado-
res constantes dos demais incisos e parágrafos do artigo 155 relativos ao ICMS para melhor
entender o que citamos anteriormente sobre as limitações do poder de tributar, que po-
dem ser consultados em: https://bit.ly/1dFiRrW
Obrigações Acessórias:
• Registro de Entradas, modelo 1 ou 1-A;
• Registro de Saídas, modelo 2 ou 2-A;
• Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3;
• Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5;
• Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, modelo 6;
• Registro de Inventário, modelo 7.
Aspectos do Tributo
Sujeito ativo:
• Governos Estaduais e Distrito Federal.
Sujeito passivo:
• Contribuinte (de fato): tem relação direta com o fato gerador;
• Contribuinte responsável: eleito pela Lei para responder à obrigação tributária.
Uma das características do ICMS é que esse tributo, dependendo do tipo de operação
ou mercadoria, pode apresentar mais de um Sujeito Passivo. O primeiro citado acima
é aquele que efetivamente adquiriu a mercadoria e, ao comprá-la, pagou o imposto que
estava embutido no seu preço final. O outro é aquele que, também, dependendo da
operação ou da mercadoria, mesmo não tendo dado origem ao fato gerador, responde
pelo pagamento antecipado do imposto, é o caso da Substituição Tributária, que vere-
mos mais à frente.
O ICMS é um imposto seletivo, ou seja, suas alíquotas variam de acordo com a es-
sencialidade do produto; regra geral, suas alíquotas são:
Alíquotas Internas
• 0 ou 7% Produtos da Cesta Básica;
• 12% Serviços de Transportes em geral;
• 25% Serviços de Comunicações;
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• 4% Serviços de Transporte Aéreo;
• 18% Nos demais produtos.
Alíquotas Interestaduais
• 7% Saídas para Regiões NO, NE, CO e ES;
• 12% Saídas para as Regiões SUL e SUDESTE.
Vale lembrar que as alíquotas internas podem variar nos diversos estados da federa-
ção, já com relação às alíquotas interestaduais são fixas porque são regulamentadas pelo
Senado Federal.
Base de Cálculo
Regra Geral, a base de cálculo do ICMS é o valor da operação, incluídas as despesas
acessórias, entendidas como frete, seguro e outras.
Sendo que:
Exemplo
A Cia. América efetuou a venda de um lote de mercadorias por R$ 5.000,00.
Para entregar essas mercadorias ao adquirente, a Cia. América cobrou frete de
R$ 300,00 mais seguro de R$ 200,00, assim o total da nota fiscal, ou da operação, é de
R$ 5.500,00, e é sobre esse valor que vai incidir a alíquota do ICMS.
Não incidência
Operações que contam com a não incidência do ICMS:
• Saídas para armazéns gerais;
• Saídas para depósito fechado;
• Retorno de armazéns ou depósitos;
• Remessas para consertos;
• Retornos de consertos;
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Isenção
Operações que contam com a isenção do ICMS:
• Produtos destinados a pessoas portadoras de deficiências física, visual ou auditiva;
• Hortifrutigranjeiros;
• Insumos agropecuários;
• Moluscos;
• Importação de soros e vacinas.
Suspensão
Suspensão nada mais é do que o adiamento do pagamento do imposto por
determinado período; entre outras, estão suspensas da cobrança do ICMS as
seguintes operações:
• Remessas para demonstração.
(Os produtos que são remetidos devem retornar em 60 dias, caso não ocorra o
retorno o imposto será cobrado do remetente do produto.)
Diferimento
O diferimento promove o adiamento do pagamento do imposto, a ser feito em outro
período e por outro contribuinte.
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Sabemos que o estado tem que fiscalizar a cobrança e a arrecadação do ICMS, afinal
de contas esse imposto responde por uma parcela muito grande de tudo que ele arre-
cada. Nesse sentido, reflita e responda. O que seria mais fácil para os estados: fiscalizar
todos os bares, restaurantes, hotéis, casas noturnas, supermercados, padarias e outros
estabelecimentos que vendem cervejas e refrigerantes ou fiscalizar somente as indústrias
de cervejas e refrigerantes?
Se você respondeu que é mais fácil para o estado fiscalizar a indústria, acertou, por-
que certamente temos nos estados muito menos indústrias de cervejas e refrigerantes do
que quem os revende, não é mesmo?
Circulação Circulação
Indústria Comerciante Consumidor
ICMS ICMS
Figura 1
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ICMS
ICMS
Figura 2
O fisco elege alguns produtos de grande circulação, por exemplo: pneus, cigarros,
tintas, medicamentos, material de limpeza, veículos novos, material de construção, etc.,
e estabelece para esses produtos a cobrança do ICMS no Regime de Substituição Tri-
butária, nas operações dentro do seu território. Para isso, fixa uma margem de valor
agregado através de um percentual que, aplicado sobre o valor da venda do produto na
indústria, determina o valor base para o cálculo do ICMS Substituição Tributária.
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ICMS – Substituição Tributária
Quando a Indústria Alfa Ltda vende as mercadorias para a Comercial Beta S.A por
R$ 3.000,00, ela passa a ser devedora de ICMS da ordem de R$ 540,00 (18% de
R$ 3.000,00), as mercadorias estão em regime de substituição tributária e têm uma
margem de valor agregado de 50%. Assim, estima-se a base para a cobrança do ICMS
Substituição Tributária, que é de R$ 4.500,00 (3.000,00 + 50%), aplicando-se a alíquo-
ta de 18% sobre o valor da base encontrada, ou seja, R$ 4.500,00; chega-se ao valor
do ICMS estimado, que seria o valor devido quando da venda das mercadorias pelo
comerciante no valor de R$ 810,00 (R$ 4.500,00 x 18%). Como o ICMS é um imposto
não cumulativo, conforme já vimos anteriormente, o valor a ser cobrado da Comercial
Beta S.A é de R$ 270,00 (R$ 810,00 – R$ 540,00). O total da nota fiscal emitida pela
Indústria Alfa Ltda será R$ 3.270,00, equivalentes a R$ 3.000,00, que foi o valor fixado
pelas mercadorias, e R$ 270,00 referentes ao valor do ICMS cobrado antecipadamente
da Comercial Beta S.A. E nesse momento, a Indústria Alfa Ltda passa a ser devedora da
importância de R$ 810,00 a título de ICMS da operação própria e antecipado.
Ao vender as mercadorias para os seus clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídi-
cas, desde que estabelecidos dentro do mesmo estado, a Comercial Beta S.A não mais
se preocupará com o recolhimento de ICMS porque ele já foi pago antecipadamente.
Outro aspecto importante a citar é que a Comercial Beta S.A não está obrigada a
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Sistema Tributário Nacional – Tributos Incidentes
vender as mercadorias pelo valor de R$ 4.500,00, que foi o valor fixado para cobrança
do ICMS Substituição Tributária, ela pode vender as mercadorias por qualquer valor,
maior ou menor do que o valor fixado, uma vez que a Margem de Valor Agregado não
determina o valor de comercialização da mercadoria e sim um valor para a cobrança
do imposto.
A seletividade expressa no inciso I serve para garantir que quanto mais necessário o
produto industrializado, menor será a alíquota do imposto. A não cumulatividade, que
também é uma característica do IPI, garante ao industrial tomar crédito do imposto pago
na fase anterior.
As exportações também são beneficiadas com a não incidência do IPI. Vale lembrar
que as exportações de produtos nacionais na sua grande maioria não sofrem incidência
de tributos, pois exportar significa trazer divisas para o país, além de fomentar a indús-
tria nacional, gerando mais empregos.
Outra característica do IPI é aquela expressa no inciso IV, que garante uma menor
alíquota incidente sobre máquinas e equipamentos (bens de capital) quando adquiridos
pela indústria.
Conforme nos ensina Gustavo Pedro de Oliveira (2014, p. 135): “O IPI é um tributo
definido como indireto, cobrado pela União e que pode ser rotulado como extrafiscal,
ou seja, tem a função arrecadatória de controle da economia”.
Nesse sentido, o governo utiliza o IPI como uma ferramenta de arrecadação ou de fo-
mento à economia, arrecadação em determinados períodos de necessidade de recursos
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ou ainda para frear o consumo de determinado produto ou mercadorias, o que promove
o aumento da alíquota, podendo também acontecer o contrário, ou seja, havendo ne-
cessidade de estimular a venda de determinado produto ou mercadoria ele diminui as
alíquotas para gerar mais desenvolvimento industrial e, com isso, alavancar a economia.
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A base de cálculo para a cobrança desse imposto é obtida com a soma do valor do
produto mais as despesas acessórias, definidas como frete, seguro e outras.
Sendo que:
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro.
A partir daí, os recursos arrecadados passaram a ser utilizados nos programas sociais do
governo, como, por exemplo, o Seguro Desemprego, Minha Casa Minha Vida, entre outros.
Essa contribuição incide sobre a receita bruta das empresas; entre outras, tem como
principal característica ser cobrada no regime cumulativo e não cumulativo, dependendo
da forma de tributação do Imposto de Renda do contribuinte ou ainda dependendo do
produto ou serviço fornecido.
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Como sabemos, no regime não cumulativo é possível recuperar o valor da contribui-
ção paga na fase anterior, e é aí que começam os problemas para o Gestor de Tributos,
dada a extrema complexidade da legislação que rege essa contribuição e também a
COFINS, que veremos a seguir.
Para você, aluno(a), ter uma ideia dessa complexidade, consulte em: https://bit.ly/2JcM9Vj
a coletânea da Legislação elaborada pela Receita Federal do Brasil sobre essas duas con-
tribuições. Você vai encontrar um livro em PDF com exatas 1.826 páginas, com textos das
legislações sobre essas contribuições. São Leis, Decretos, Portarias, Atos Declaratórios,
Instruções Normativas, e isso porque não contempla as Soluções de Consulta, Soluções de
Divergência, decisões do Supremo Tribunal Federal e outros, que podem ser facilmente en-
contrados no site da Receita Federal do Brasil, e mais: veja que é uma obra editada em 2014,
portanto não atualizada há mais de quatro anos.
Cada novo governo no Brasil promete mexer nessa legislação, bem como implantar
uma reforma tributária, mas infelizmente tudo fica só no discurso.
No que diz respeito a impostos no Brasil, vivemos do quanto mais complexo melhor;
em muitos casos vale a subjetividade do contribuinte, que na maioria das vezes é diferen-
te da subjetividade do fisco.
Sendo que:
A Alíquota do PIS é diferenciada para as empresas tributadas pelo Lucro Real e Lucro
Presumido, veja:
Para as empresas tributadas pelo Lucro Real, desde fevereiro de 1.999 a Receita
Federal determinou que a base de cálculo da contribuição seria todas as receitas da
empresa, ou seja, além da receita de vendas, passou a incluir também as receitas finan-
ceiras, os ganhos de capital na venda de ativos e outras, a alíquota aplicável passou a
ser 1,65%.
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Isso é muito bom para as empresas. Em que pese ser um pouco trabalhoso o contro-
le, dá um fôlego financeiro ao caixa da organização, uma vez que a contribuição é paga
somente após o recebimento da receita. Nas empresas, tão importante quanto a Gestão
Tributária é o Planejamento financeiro.
Depois de várias alterações na legislação que rege essa contribuição, hoje ela tem as
mesmas características do PIS no que diz respeito à base de cálculo, formas de tributa-
ção, cumulatividade e não cumulatividade, e é também uma Contribuição Social cujos
recursos arrecadados são destinados ao financiamento da assistência Social, Previdência
Social, Saúde Pública e outras destinações.
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Base de Cálculo da CONFINS
Valor da COFINS = Base de cálculo * (Alíquota / 100)
Sendo que:
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nacional. Mas ainda assim, torna-se uma legislação complexa, porque temos no Brasil
mais de 5.500 municípios e, mesmo padronizada, ainda existem aspectos da lei que fi-
cam por conta dos municípios, o que obriga o Gestor Tributário a conhecer a legislação
do ISS do município em que sua empresa presta ou vai prestar serviços.
Outra atenção necessária ao calcular o ISS é saber onde o imposto será devido, visto
que a mesma legislação prevê que para alguns serviços constantes da relação o ISS é de-
vido no local do estabelecimento do prestador, e para outros o imposto é devido no muni-
cípio do tomador, por isso é necessário ficar atento para não fazer recolhimento irregular.
Alíquotas do ISS
Nos termos da Lei Complementar 116/2003, as alíquotas do ISS são:
• Alíquota mínima 2%;
• Alíquota máxima 5%.
Bons estudos!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
https://ibpt.com.br/
Livros
Manual de Contabilidade Tributária
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de contabilidade tributária. 9ª ed. São Paulo:
Atlas, 2017.
Leitura
Regulamento do ICMS
https://bit.ly/2GYIhof
Constituição da República Federativa do Brasil
https://bit.ly/1dFiRrW
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Referências
BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm>. Acesso em: 07 fev. 2019.
OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. Contabilidade tributária. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de contabilidade tributária. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2018.
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