Você está na página 1de 18

Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02

Alexandre Machado

DIREITO CONSTITUCIONAL | AULA 02


DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – PARTE II

1. DIREITOS SOCIAIS 01
2. DIREITOS DA NACIONALIDADE 15
3. DIREITOS POLÍTICOS 17

DIREITOS SOCIAIS

Os direitos sociais são espécies de direitos fundamentais e estã o previstos


entre o art. 6º e o art. 11 da Constituiçã o Federal.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.

O art. 6º traz um rol exemplificativo com 11 (onze) direitos sociais, o que


significa que, além desses, podem existir outros direitos da mesma natureza
previstos em outros dispositivos constitucionais. Observe que os direitos previstos
neste artigo, se referem, em sua maioria, ao mínimo que deve ser assegurado a
cada pessoa:

 Educaçã o;
 Saú de;
 Alimentaçã o;
 Trabalho;
 Moradia;
 Lazer;
 Segurança;
 Assistência aos desamparados;
 Proteção à maternidade;
 Proteção à infância;
 Previdência social.

Os mais complicados de guardar na memó ria, ao meu ver, são os três últimos
desta lista: proteção à maternidade, proteção à infância e previdência social,
por serem menos ó bvios. Por esta razã o, você deve focar os seus esforços em
decorar esses três, sem se preocupar tanto com os demais, já que podem ser
facilmente deduzidos.

De acordo com a doutrina, os direitos sociais são normas programáticas, ou


seja, demandam açõ es a serem tomadas pelo poder pú blicos para a sua
concretizaçã o. Como estudamos, as normas programá ticas sã o espécies do gênero
normas de eficá cia limitada, que sã o aquelas normas que nã o têm aplicabilidade
imediata, dependendo de uma lei regulamentadora para produzir seus efeitos.
Observe que são dois os aspectos a serem considerados cumulativamente com
1
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

relaçã o aos direitos sociais: edição de normas regulamentadoras e ações do


poder público no sentido de concretizar esses direitos.

Embora estabeleçam programas a serem implementados, os direitos sociais não


devem ficar somente na teoria, sendo necessário que as ações pertinentes à
sua concretizaçã o sejam, de fato, tomadas pelo Estado.

Aplica-se a esta situaçã o o chamado princípio da reserva do possível. A


Constituiçã o Federal assegura diversos direitos a todas as pessoas, porém os
recursos para garantir que todos possam usufruir desses direitos sã o finitos
(limitados). Ou seja, as necessidades das pessoas são ilimitadas, mas os
recursos disponíveis para satisfazer essas necessidades são limitados, o que
nos conduz a um impasse. Assim, a doutrina e a jurisprudência costumam afirmar
que, por mais que seja impossível garantir a todos os direitos de maneira
ideal, é necessário que o Estado assegure o chamado mínimo existencial. O
mínimo existencial nã o é o mínimo necessá rio para a sobrevivência, como se
poderia intuir, mas, sim, o mínimo necessá rio para uma existência digna.

Acerca desta questã o, conforme o Supremo Tribunal Federal, o Poder


Judiciário pode impor ao poder público a obrigação de garantir pelo menos o
mínimo existencial, nã o sendo razoá vel alegar a reserva do possível para escusar-
se deste dever.

Apesar da sua importâ ncia, precisamos salientar que os direitos sociais (arts. 6º
a 17) não constituem cláusulas pétreas, uma vez que o § 4º do art. 60 só
conferiu esse status aos direitos e garantias individuais.

Por fim, devemos lembrar que também se aplicam aos direitos sociais todas as
características dos direitos fundamentais que comentamos na aula passada,
especialmente o princípio da vedação ao retrocesso.

Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais

Os art. 7º da Constituiçã o estabelece os direitos dos trabalhadores urbanos e


rurais:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros


que visem à melhoria de sua condição social:

A primeira coisa a observar, quanto a este dispositivo, é que os direitos que virã o
nos incisos que o seguem compõ em um rol exemplificativo, sendo, portanto,
perfeitamente possível que existam outros direitos dos trabalhadores em outros
artigos do texto constitucional ou até mesmo em outros diplomas normativos.

O art. 7º estabelece uma igualdade entre os trabalhadores urbanos e rurais no


que tange aos direitos que lhes são garantidos. Obviamente, podem existir
algumas diferenças na forma de aplicaçã o destes direitos, em razã o da natureza do
trabalho urbano e do trabalho rural.

2
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

Como veremos em detalhes ao final da aula, os direitos dos trabalhadores também


são garantidos aos trabalhadores avulsos e aos empregados domésticos.

Depois desta breve introduçã o, vamos começar a estudar efetivamente os direitos


dos trabalhadores, um por um.

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

O inciso I do art. 7º assegura aos trabalhadores a proteção do emprego. Conforme


o dispositivo, deve ser criada uma lei complementar que preverá indenização e
outros direitos em razão da despedida arbitrária ou sem justa causa.

A proteçã o da relaçã o de emprego é o único direito dos trabalhadores que deverá


ser regulado por lei complementar. Todos os demais exigirã o somente lei
ordiná ria.

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

O inciso II garante aos trabalhadores o seguro-desemprego. O seguro-


desemprego é um benefício pago ao trabalhador apenas no caso de desemprego
involuntário. Entã o, se alguém pedir demissã o voluntariamente, essa pessoa nã o
terá direito ao benefício.

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

O fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS) é um benefício garantido aos


trabalhadores pelo inciso II do art. 7º da Constituiçã o Federal. O empregador deve
depositar, mensalmente, em nome do empregado, um valor equivalente a 8% do
salá rio daquele empregado. O FGTS tem a finalidade de proteger o trabalhador nos
casos de demissã o sem justa causa.

O servidor público estatutário (que tem o trabalho regido por lei) não faz jus
ao recolhimento de FGTS.

No entanto, o servidor público celetista (que tem o trabalho regido pela CLT)
obedece a regra geral dos trabalhadores urbanos e rurais, fazendo jus não
somente ao FGTS mas a todos os direitos previstos no art. 7º.

No finalzinho da aula, estudaremos melhor os direitos trabalhistas garantidos aos


servidores pú blicos estatutá rios.

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

3
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

O inciso IV do art. 7º garante aos trabalhadores o salário mínimo. De acordo com


a Constituiçã o, o salá rio mínimo apresenta cinco características a serem
observadas:

 Fixado em lei;
 Nacionalmente unificado;
 Capaz de atender às necessidades vitais do trabalhador e de sua família;
 Reajustes periódicos que preservem o poder aquisitivo;
 Vedada sua vinculação para qualquer fim.

Com relaçã o à ú ltima característica, o que se pretende, ao vedar a vinculaçã o do


salá rio mínimo, é impedir que este seja utilizado em substituiçã o a índices oficiais,
o que poderia elevar a inflaçã o e prejudicar a situaçã o interna do país.

Ainda sobre o salá rio mínimo, temos duas Sú mulas Vinculantes do Supremo
Tribunal Federal, que sã o muito importantes para provas de concursos:

Súmula Vinculante nº 4 – Salvo nos casos previstos na Constituiçã o, o salá rio


mínimo nã o pode ser usado como indexador de base de cá lculo de vantagem de
servidor pú blico ou de empregado, nem ser substituído por decisã o judicial.

Súmula Vinculante nº 6 – Nã o viola a Constituiçã o o estabelecimento de


remuneraçã o inferior ao salá rio mínimo para as praças prestadoras de serviço
militar inicial.

Existem algumas situaçõ es em que a pessoa trabalha apenas algumas vezes na


semana. Nesse caso, é possível receber menos do que o salá rio mínimo? Nã o. Nesse
caso, embora o valor mensal absoluto seja inferior ao mínimo, o que deve ser
considerado é o valor pago em relaçã o ao nú mero de horas trabalhadas. Ou seja, a
proporcionalidade do salá rio mínimo deve ser mantida em relaçã o ao nú mero de
horas que a pessoa trabalhou.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

O inciso V do art. 7º permite que seja fixado piso salarial para categoria de
trabalhadores, levando em consideração a extensão e a complexidade do
trabalho. O piso salarial da categoria é estabelecido por negociação coletiva
entre sindicato dos trabalhadores e empregador ou sindicato dos empregadores.

A negociação coletiva, no direito do trabalho, comporta dois instrumentos


distintos: acordo coletivo e convençã o coletiva.

O acordo coletivo é um ato jurídico celebrado entre o sindicato dos


trabalhadores e um ou mais empregadores. Neste caso, a norma resultante é
aplicada somente no â mbito das empresas que participaram da sua celebraçã o. A
convenção coletiva, por sua vez, é um ato jurídico celebrado entre o sindicato
dos trabalhadores e o sindicato dos empregadores. Por esta razã o, a aplicaçã o da
norma resultante nã o fica limitada a determinadas empresas, aplicando-se a toda

4
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

a categoria, naquela base territorial.

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

De acordo com o inciso VI, o salário dos trabalhadores, em regra, não pode ser
reduzido. No entanto, esse direito é flexibilizado pela pró pria constituiçã o, em
apenas uma hipó tese, que é o caso da reduçã o salarial estipulada por negociaçã o
coletiva. Ou seja, o salário pode ser reduzido, desde que essa redução seja
estabelecida em acordo ou convenção coletiva.

No caso dos servidores públicos, o Supremo Tribunal Federal entende que não é
possível a fixação de remuneração mediante negociação coletiva, conforme a
Sú mula nº 679:

Súmula nº 679 – A fixaçã o de vencimentos dos servidores pú blicos nã o pode ser


objeto de convençã o coletiva.

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem


remuneração variável;

O inciso VII garante aos trabalhadores que recebem remuneraçã o variá vel (como
um empregado que recebe comissõ es) o direito de receber ao menos o salá rio
mínimo. Ou seja, ainda que que as comissões recebidas tenham sido baixas ou
até mesmo nenhuma, ao trabalhador será assegurado salário o mínimo para
atender à s suas necessidades bá sicas e à s de sua família.

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor


da aposentadoria;

O inciso VIII assegura aos trabalhadores o décimo terceiro salário (também


chamado de gratificação natalina), que deve ser calculado com base na
remuneração integral, proporcionalmente aos meses trabalhados, ou no valor
da aposentadoria.

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

A Constituiçã o Federal assegura, no inciso IX, o adicional noturno, que consiste na


garantia de que a remuneração do trabalho noturno seja superior à do
diurno. No caso do trabalhador urbano, o adicional noturno é de 20% sobre o
valor da hora trabalhada. Já no caso do trabalhador rural, o adicional noturno é de
25% sobre o valor da hora trabalhada.

Ainda sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal entende que o adicional


noturno é devido mesmo no caso de turnos ininterruptos de revezamento
(que iremos estudar no inciso XIV), conforme prescreve a Sú mula nº 213:

Súmula nº 213 – É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o


empregado ao regime de revezamento.
5
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção


dolosa;

O salário tem natureza alimentar. Ou seja, sem receber o salá rio, o trabalhador
nã o tem como comer e nem como prover alimentaçã o para os seus familiares, bem
como fica impossibilitado de arcar com as suas contas. Por isso, o inciso X do art. 7º
estabelece que o salário deve ser protegido (na forma da lei), constituindo
crime a sua retenção dolosa (proposital) por parte do empregador.

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,


e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei;

O inciso XI prevê dois direitos diferentes para o trabalhador, ambos conforme


definido em lei. Primeiramente, ele assegura o direito à participação nos lucros
ou resultados desvinculada da remuneração. Além disso, garante também,
excepcionalmente, o direito de participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei.

Observe que a participação na gestão da empresa é excepcional e deve ser


conforme definido em lei, o que nã o acontece com a participaçã o nos lucros ou
resultados.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de


baixa renda nos termos da lei;

O salá rio família é um benefício previdenciário, assegurado pelo inciso XII do art.
7º, pago ao trabalhador de baixa renda de acordo com o nú mero de
dependentes, nos termos da lei. Observe que são três os aspectos
considerados:

 Trabalhador de baixa renda;


 Que tenha dependente(s);
 Benefício pago nos termos da lei.

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e


quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

A jornada de trabalho normal, conforme o inciso XIII do art. 7º, nã o deve ser
superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. No
entanto, caso eventualmente o horá rio de trabalho seja ultrapassado, a própria
Constituição permite que seja feita compensação de horários.

Além disso, o inciso XIII também faculta a redução da jornada de trabalho,


mediante acordo ou convenção coletiva.

6
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos


ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

O turno ininterrupto de revezamento é um tipo de trabalho, realizado em


turnos, que visa a permitir o funcionamento contínuo da empresa. Assim, os
trabalhadores se revezam entre os turnos da manhã , tarde e noite (cada um vai
revezando com os demais entre esses horá rios).

De acordo com o inciso XIV, a regra geral é a jornada de 6 (seis) horas para o
trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento. No entanto, é
possível estabelecer uma jornada maior ou menor, mediante negociação
coletiva (acordo ou convençã o coletiva).

Ainda sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal editou a sú mula nº 675, que
estabelece que a fixação de intervalos para descanso e alimentação não
descaracteriza o regime de turnos ininterruptos:

Súmula nº 675 – Os intervalos fixados para descanso e alimentaçã o durante a


jornada de seis horas nã o descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de
revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da CF/88.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

O inciso XV garante aos trabalhadores o direito ao repouso semanal


remunerado. Ou seja, deve ser assegurado ao trabalhador um dia de descanso
durante a semana, sem prejuízo do seu salá rio no final do mês.

Segundo a Constituiçã o, o repouso semanal remunerado será concedido


preferencialmente aos domingos. Observe que o repouso semanal nã o será
obrigatoriamente, mas, sim, preferencialmente aos domingos.

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinqüenta por cento à do normal;

O inciso XVI do art. 7º assegura que a remuneraçã o da hora-extra (serviço


extraordiná rio) deve ser, no mínimo, 50% superior à remuneração da hora
normal.

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal;

Os trabalhadores têm direito ao gozo de férias anuais remuneradas, o que lhes é


assegurado pelo inciso XVII do art. 7º. De acordo com a Constituiçã o, a
remuneraçã o do mês de férias deve ser acompanhada de um adicional de, no
mínimo, 1/3 do salário normal.

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias;

7
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

O inciso XVIII assegura a licença à gestante (também conhecida como licença-


maternidade), sem prejuízo do emprego e do salá rio, com duraçã o de 120 (cento e
vinte) dias após o parto.

O art. 10, II, a, do ADCT, confere à gestante garantia de emprego, vedando a sua
dispensa arbitrá ria ou sem justa causa desde a concepção até 5 (cinco) meses
após o parto:

II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses


após o parto.

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

O inciso XIX garante a chamada licença-paternidade, nos termos fixados pela lei.
Como essa lei ainda nã o foi editada, continua sendo aplicada a regra do § 1º do art.
10 do ADCT, segundo a qual o prazo da licença-paternidade é de 5 (cinco) dias.

Existe um projeto de lei em trâ mite no Congresso Nacional que amplia o prazo da
licença-paternidade de 5 (cinco) para 20 (vinte) dias. Recomendo que você dê
uma olhada nisso, quando estiver lendo a aula, para o caso de a lei já ter sido
aprovada e estar em vigor.

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

O inciso XX trata da proteção do mercado de trabalho da mulher, que deve ser


feita mediante incentivos específicos, nos termos da lei. A finalidade desse
dispositivo é evitar a discriminaçã o de gêneros e assegurar a igualdade material
entre homens e mulheres.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de


trinta dias, nos termos da lei;

O inciso XXI garante aos trabalhadores o direito ao aviso prévio. O empregador, ao


dispensar um empregado, deve notifica-lo com, no mínimo, 30 (trinta) dias de
antecedência, para que ele nã o seja pego de surpresa. Conforme a legislaçã o, o
aviso prévio pode ainda ser indenizado, caso o empregador assim deseje.

De acordo com a Constituiçã o, o aviso prévio deve ser proporcional ao tempo


de serviço, razã o pela o empregado terá direito a um aviso prévio maior do que 30
(trinta) dias conforme seja maior o tempo que esteja trabalhando para aquele
mesmo empregador (conforme a CLT, a cada ano trabalhado, o empregado tem
direito a mais três dias de aviso prévio, limitado a um total de noventa dias).

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

8
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

O inciso XXII protege a segurança no trabalho, determinando que os riscos


inerentes ao ambiente e à s atividades laborativas devem ser reduzidos por meio de
normas de saú de, higiene e segurança.

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres


ou perigosas, na forma da lei;

Em razã o dos riscos e prejuízos à vida e à saú de do trabalhador, o inciso XXIII


garante os adicionais de penosidade, de insalubridade e de periculosidade, na
forma da lei, para aqueles que trabalhem nessas condiçõ es (penosas, insalubres
ou perigosas).

XXIV - aposentadoria;

O inciso XXIV é bem simples e direto, garantindo aos trabalhadores o benefício


previdenciário da aposentadoria.

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5


(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

O inciso XXV do art. 7º garante assistência gratuita em creches e pré-escolas


aos filhos e dependentes dos trabalhadores, desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade.

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

A Constituiçã o Federal legitima, no inciso XXVI do art. 7º, o uso da negociação


coletiva de trabalho. Como vimos, a negociaçã o coletiva pode ocorrer mediante
realizaçã o de acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho.

O acordo coletivo é um ato jurídico celebrado entre o sindicato dos trabalhadores


e um ou mais empregadores. Neste caso, a norma resultante é aplicada somente no
â mbito das empresas que participaram da sua celebraçã o.

A convenção coletiva, por sua vez, é um ato jurídico celebrado entre o sindicato
dos trabalhadores e o sindicato dos empregadores. Por esta razã o, a aplicaçã o da
norma resultante nã o fica limitada a determinadas empresas, aplicando-se a toda a
categoria, naquela base territorial.

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

O legislador constituinte entendeu ser necessá rio proteger o trabalhador diante da


evoluçã o tecnoló gica. Assim, o inciso XXVII estabeleceu uma proteção dos
trabalhadores em face da automação, que deve ser feita na forma da lei.

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;

9
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

O inciso XXVIII determina que o empregador deve arcar com um seguro contra
acidentes de trabalho. No entanto, o fato de o empregador pagar o seguro não
exclui a indenização devida ao empregado caso o acidente de trabalho
decorra de dolo ou culpa do empregador.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

Todos sabemos que o trabalhador pode entrar com ação trabalhista contra o
empregador caso algum dos seus direitos seja desrespeitados. O inciso XXIX
estabelece dois prazos prescricionais diferentes:

 Prazo prescricional de 5 (cinco) anos para os créditos resultantes das


relações de trabalho – ou seja, o trabalhador pode sempre pleitear os
créditos trabalhistas referentes aos ú ltimos cinco anos (nã o é possível
pleitear os créditos anteriores a esse prazo).

 Prazo prescricional de 2 (dois) após a extinção do contrato de


trabalho para ingressar com a ação trabalhista – enquanto o contrato de
trabalho estiver vigente, o trabalhador pode ingressar com açã o contra o
empregador a qualquer momento, pois o prazo de dois anos para entrar
com a açã o trabalhista só começa a contar da extinçã o do contrato de
trabalho. No entanto, apó s o término do contrato, o trabalhador só terá dois
anos para ingressar com a açã o trabalhista, sob pena de prescriçã o (sendo
que nessa açã o ele só poderá pleitear os créditos referentes aos ú ltimos
cinco anos).

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério


de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

De acordo com o inciso XXX, é vedado diferenciar salário, exercício de funções


e critério de admissão por quatro motivos:

 Sexo;
 Idade;
 Cor de pele;
 Estado civil.

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios


de admissão do trabalhador portador de deficiência;

O inciso XXXI do art. 7º visa a proteger o portador de deficiência. Para tanto, a


Constituiçã o proíbe qualquer discriminação em relação a salário ou critério
de admissão para o portador de deficiência. Observe que, nesse caso, não é
vedada a diferenciação do exercício de funções, já que é natural a necessidade
de adaptaçã o do deficiente a uma funçã o adequada à sua condiçã o.

10
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e


intelectual ou entre os profissionais respectivos;

O inciso XXXII proíbe qualquer discriminação entre trabalho manual, técnico


e intelectual ou entre os profissionais que exercem cada um destes trabalhos.

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores


de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

Visando a proteger os menores de idade, o inciso XXXIII do art. 7º da Constituiçã o


estabelece idades mínimas para o trabalho:

 A partir de 14 anos – pode trabalhar apenas como aprendiz;

 A partir de 16 anos – pode trabalhar, exceto em trabalho noturno,


perigoso ou insalubre;

 A partir de 18 anos – pode trabalhar, inclusive em trabalho noturno,


perigoso ou insalubre.

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.

Conforme conversamos no início da aula, os direitos dos trabalhadores urbanos


e rurais com vínculo empregatício permanente são estendidos aos
trabalhadores avulsos.

Os trabalhadores avulsos sã o aqueles cujo trabalho é intermediado pelo sindicato


da categoria ou por um ó rgã o gestor de mã o de obra (OGMO), nã o havendo,
portanto, vínculo empregatício com o tomador do serviço. O exemplo mais comum
de trabalhador avulso é o estivador (que é aquele trabalhador responsá vel por
colocar as cargas dentro das embarcaçõ es nos portos).

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores


domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento
das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

O pará grafo ú nico do art. 7º assegura aos empregados domésticos os mesmos


direitos conferidos aos trabalhadores urbanos e rurais. Há , portanto, uma
igualdade de direitos entre os trabalhadores urbanos e rurais, os trabalhadores
avulsos e os empregados domésticos.

11
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

No entanto, conforme o dispositivo, alguns dos direitos trabalhistas conferidos


aos domésticos pelo texto constitucional dependem de lei regulamentadora
(que ainda não foi editada) para que possam ser exercidos. Sã o eles:

 Proteçã o da relaçã o de emprego;


 Seguro-desemprego;
 Fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS);
 Adicional noturno;
 Salá rio-família;
 Assistência gratuita em creches e pré-escolas até os 5 (cinco) anos de idade;
 Seguro conta acidentes de trabalho.

A equiparaçã o dos empregados domésticos aos trabalhadores urbanos foi


resultado da Emenda Constitucional nº 72/2013. Por se tratar de alteraçã o
recente, é importante que você tenha essa lista na ponta da língua!

Se você prestar atençã o, vai notar que alguns direitos constantes do art. 7º não
foram conferidos aos empregados domésticos, apesar de a pró pria Emenda
Constitucional nº 72/2013 dizer que “altera a redaçã o do pará grafo ú nico do art.
7º da Constituiçã o Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas
entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais”.
Quase todos esses direitos (à exceçã o de um) nã o foram estendidos simplesmente
por serem incompatíveis com a natureza do trabalho doméstico. Vejamos
quais sã o eles:

 V - piso salarial;

 XI - participaçã o nos lucros ou resultados e, excepcionalmente, participaçã o


na gestã o;

 XIV - jornada de seis horas para turnos ininterruptos;

 XX - proteçã o do mercado de trabalho da mulher;

 XXIII - adicional de penosidade, insalubridade ou periculosidade;

 XXVII - proteçã o em face da automaçã o;

 XXIX - açã o, quanto aos créditos resultantes das relaçõ es de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos, até o limite de dois anos apó s a extinçã o
do contrato de trabalho;

 XXXII - proibiçã o de distinçã o entre trabalho manual, técnico e intelectual


ou entre os profissionais respectivos;

 XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.

12
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

Perceba que, à exceçã o do inciso XXIX (açã o trabalhista), nã o faz sentido conferir
esses direitos aos domésticos, em razã o da pró pria natureza do trabalho. Nã o seria
ló gico, por exemplo, que o empregado doméstico tivesse direito a participaçã o nos
lucros ou resultados, considerando que ele trabalha em uma residência. O mesmo
ocorre com a proteçã o do mercado de trabalho da mulher, já que a grande maioria
dos empregados domésticos é do sexo feminino. Entã o, você nã o precisa se
preocupar em decorar os direitos que nã o foram estendidos, bastando usar o bom
senso para analisar o caso.

Com relação ao inciso XXIX (ação trabalhista), existe uma grande


controvérsia na doutrina e na jurisprudência. Se considerá ssemos o texto
constitucional friamente, os empregados domésticos nã o teriam direito à açã o
trabalhista para pleitear os seus direitos. O Tribunal Superior do Trabalho tem
entendido que, em se tratando de relaçã o de trabalho (em sentido amplo), o
inciso XXIX, embora não incluído entre os direitos atribuídos aos domésticos,
deve, sim, ser estendido a estes trabalhadores.

DIREITOS TRABALHISTAS DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Aproveitando o ensejo, vamos comentar um pouco sobre os direitos trabalhistas


conferidos aos servidores pú blicos.

Em primeiro lugar, precisamos diferenciar empregados públicos e servidores


públicos. Os empregados pú blicos têm a sua relaçã o de trabalho regida pela CLT
(Consolidaçã o das Leis do Trabalho) e, por esta razã o, fazem jus a todos os
direitos previstos pelo art. 7º da Constituiçã o Federal. Por sua vez, os servidores
públicos estatutá rios têm a sua relaçã o de trabalho disciplinada por lei e, por isso,
somente fazem jus a alguns dos direitos trazidos pelo art. 7º.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º,


IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo
o exigir.

Nos termos do § 3º do art. 39 da Constituiçã o Federal, os servidores públicos


estatutários têm direito a:

 Salá rio mínimo;


 Salá rio nunca inferior ao mínimo para os que percebem remuneraçã o
variá vel;
 Décimo terceiro salá rio;
 Adicional noturno;
 Salá rio-família;
 Jornada nã o superior a 8 (oito) horas diá rias e 44 (quarenta e quatro)
horas semanais;
 Repouso semanal remunerado;
 Horas extras;
 Férias remuneradas com adicional de 1/3;

13
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

 Licença à gestante;
 Licença-paternidade;
 Proteçã o do mercado de trabalho da mulher;
 Reduçã o dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saú de,
higiene e segurança;
 Proibiçã o de diferença de salá rios, de exercício de funçõ es e de critério de
admissã o por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

Se você prestar atençã o, vai perceber que ao servidor público somente são
garantidos os direitos mais básicos. Lembrando-se disso, nã o é necessá rio nem
decorar essa lista para a prova, já que é perfeitamente possível deduzir quais
direitos sã o garantidos ao servidor e quais nã o sã o.

Liberdade sindical

De acordo com a Constituiçã o Federal, é livre a associaçã o profissional ou sindical,


observado o seguinte:

 a lei nã o poderá exigir autorizaçã o do Estado para a fundaçã o de sindicato,


ressalvado o registro no ó rgã o competente, vedadas ao Poder Pú blico a
interferência e a intervençã o na organizaçã o sindical;

 é vedada a criaçã o de mais de uma organizaçã o sindical, em qualquer grau,


representativa de categoria profissional ou econô mica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, nã o podendo ser inferior à á rea de um Município;

 ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais


da categoria, inclusive em questõ es judiciais ou administrativas;

 a assembleia geral fixará a contribuiçã o que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representaçã o sindical respectiva, independentemente da
contribuiçã o prevista em lei;

 ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

 é obrigató ria a participaçã o dos sindicatos nas negociaçõ es coletivas de


trabalho;

 o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizaçõ es


sindicais;

 é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direçã o ou representaçã o sindical e, se eleito, ainda
que suplente, até um ano apó s o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.

14
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

Direito de Greve

A Constituiçã o Federal assegura também o direito de greve, competindo aos


trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
devam por meio dele defender.

A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento


das necessidades inadiá veis da comunidade.

Vale frisar que os abusos cometidos no exercício do direito de greve sujeitam os


responsá veis à s penas da lei.

Outras disposições

É assegurada a participaçã o dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos


ó rgã os pú blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá rios sejam
objeto de discussã o e deliberaçã o.

Além disso, o texto constitucional determina também que, nas empresas de mais
de duzentos empregados, é assegurada a eleiçã o de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

DIREITOS DA NACIONALIDADE

Brasileiros natos e naturalizados

No tema dos direitos da nacionalidade, temos que saber as regras para diferenciar
brasileiros natos e naturalizados. Sã o brasileiros natos:

a) os nascidos na Repú blica Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes nã o estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mã e brasileira, desde que


qualquer deles esteja a serviço da Repú blica Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mã e brasileira, desde que


sejam registrados em repartiçã o brasileira competente ou venham a residir
na Repú blica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Por outro lado, sã o brasileiros naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originá rios de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

15
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repú blica


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenaçã o penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em


favor de brasileiros, serã o atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os
casos previstos na Constituiçã o. Esses portugueses serã o equiparados aos
brasileiros naturalizados (já que eles continuam sendo estrangeiros), e nã o aos
brasileiros natos.

A Constituiçã o estabelece, ainda que a lei nã o poderá estabelecer distinçã o entre


brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituiçã o.

Cargos privativos de brasileiros natos

Sã o privativos de brasileiro nato os seguintes cargos:

I - Presidente e Vice-Presidente da Repú blica;

II - Presidente da Câ mara dos Deputados;

III - Presidente do Senado Federal;

IV - Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V – da carreira diplomá tica;

VI – de oficial das Forças Armadas.

VII - Ministro de Estado da Defesa.

Perda da nacionalidade

Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalizaçã o, por sentença judicial, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos seguintes casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originá ria pela lei estrangeira;

b) de imposiçã o de naturalizaçã o, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como condiçã o para permanência em seu
territó rio ou para o exercício de direitos civis.

Idioma oficial e símbolos

16
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú blica Federativa do Brasil. Os


símbolos da Repú blica Federativa do Brasil sã o quatro: a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por sua
vez, poderã o ter símbolos pró prios.

DIREITOS POLÍTICOS

O alistamento eleitoral e o voto sã o obrigató rios para os maiores de dezoito anos.

No entanto, sã o facultativos para:

 os analfabetos;
 os maiores de setenta anos;
 os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

As provas perguntam com bastante frequência qual é a idade mínima para cada
cargo eletivo. É necessá rio observar a idade mínima de:

 trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repú blica e


Senador;
 trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
 vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
 dezoito anos para Vereador.

Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú blica, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito. Se for para reeleiçã o para o mesmo cargo,
nã o precisa disso.

Sã o inelegíveis, no territó rio de jurisdiçã o do titular, o cô njuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoçã o, do Presidente da
Repú blica, de Governador de Estado ou Territó rio, do Distrito Federal, de Prefeito
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleiçã o.

A lei que alterar o processo eleitoral entra em vigor na data de sua publicaçã o, mas
só se aplica a eleiçã o que venha a ocorrer apó s um ano.

A Constituiçã o Federal estabelece, ainda, um instrumento de garantia, quanto aos


direitos políticos. É a açã o de impugnaçã o de mandato eletivo.

De acordo com a regra constitucional, o mandato eletivo poderá ser impugnado


ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomaçã o, devendo
ser instruída a açã o com provas de abuso do poder econô mico, corrupçã o ou
fraude. Ou seja, os fundamentos para esta açã o podem ser três:

17
www.facebook.com/minicursosparaconcursos
Revisã o de Direito Constitucional para Técnico do INSS | Aula 02
Alexandre Machado

 Abuso do poder econô mico;


 Corrupçã o;
 Fraude.

A açã o de impugnaçã o de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o


autor, na forma da lei, se temerá ria (infundada) ou de manifesta má -fé.

18
www.facebook.com/minicursosparaconcursos

Você também pode gostar