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1.

TEORIA

1.1. ADMINISTRAÇAO PUBLICA E REGRAS CONSTITUCIONAIS

O art. 37 da Constituiçã o Federal possui grandes regras constitucionais que se


acoplam à administraçã o pú blica em geral, em todas as esferas de governo. Lá ,
existem regras aplicá veis ao servidor pú blico da administraçã o direta, autá rquica e
fundacional que esteja no exercı́cio de mandato eletivo, també m. Isso, precisamente
no art. 38, da CF.
O art. 39, CF traz importantes regras aos estatutá rios. No art. 40, CF, está
disciplinado o regime previdenciá rio desses servidores pú blicos (Regime Pró prio de
Previdê ncia Social – RPPS). Por im, o art. 42, CF, trata dos militares.

Para que ocorra o preenchimento dos cargos, funçõ es e empregos pú blicos no
Brasil, aplica-se o princı́pio da ampla acessibilidade, garantindo essa possibilidade a
todos os brasileiros, natos ou naturalizados, que, por sua vez, preencham os
requisitos e aos estrangeiros, de acordo com a previsã o na lei. A investidura em
cargo ou emprego pú blico depende de aprovaçã o pré via em concurso pú blico de
provas ou de provas e tı́tulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei.

Quanto à s pessoas portadoras de necessidades especiais, a lei reservará


percentual dos cargos e empregos pú blicos e de inirá os crité rios para que haja sua
admissã o. O prazo de validade do concurso pú blico será de até dois anos,
prorrogá vel uma vez, por igual perı́o do.

Ainda de acordo com a CF, durante o prazo improrrogá vel previsto no edital
de convocaçã o, aquele aprovado em concurso pú blico de provas ou de provas e
tı́tulos, será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego na carreira.

E importante aqui registrar a detida aná lise que o candidato deve ter nas
semelhanças e diferenças entre funçã o de con iança e cargo em comissã o, que sã o
destinados apenas à s atribuiçõ es de direçã o, che ia e assessoramento.

A funçã o de con iança é exercida exclusivamente por servidores ocupantes de


cargo efetivo. Por sua vez, o cargo em comissã o é exercido por qualquer pessoa,
desde que cumpridos os requisitos legais e obedecidos os percentuais mı́nimos
previstos em lei para servidores de carreira.
A Constituiçã o Federal expressa, ainda, acerca da contrataçã o por tempo
determinado para atender a necessidade temporá ria de excepcional interesse
pú blico, cujos casos serã o estabelecidos em lei. Esse caso remonta à Funçã o Pú blica.
Ao servidor pú blico civil, de acordo com a CF, é garantido o direito à livre
associaçã o sindical e o direito de greve, sendo que esta ú ltima será tratada em lei
especı́ ica.

Quanto à remuneraçã o ou subsı́dio dos servidores pú blicos, somente poderã o


ser ixados ou alterados por lei especı́ ica, analisada a iniciativa privativa em cada
caso, assegurada revisã o geral anual, sempre na mesma data e sem distinçã o de
ı́ndices, tudo isso de acordo com a letra da lei maior.

A remuneraçã o e o subsı́dio dos ocupantes de cargos, funçõ es e empregos


pú blicos da administraçã o direta, autá rquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da Uniã o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municı́pios,
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes polı́ticos e os proventos,
pensõ es ou outra espé cie remunerató ria, percebidos cumulativamente ou nã o,
incluı́das as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, deverã o limitar-se
ao teto remunerató rio previsto no art. 37, inciso XI, da CF.

A mesma aná lise deve també m se aplicar à s empresas pú blicas e à s sociedades
de economia mista, e suas subsidiá rias, que receberem recursos da Uniã o, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municı́pios para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral.

Nã o serã o computadas, para efeito do teto remunerató rio, as parcelas de


cará ter indenizató rio previstas em lei. Tema importante ao assunto diz respeito à
acumulaçã o remunerada de cargos pú blicos, empregos e funçã o pú blica, sendo que
a regra geral é sua vedaçã o.

Ocorre que o texto constitucional, em seu art. 37, inciso XVI, traz exceçõ es,
desde que haja compatibilidade de horá rios e seja respeitado o referido teto
remunerató rio:

● Dois cargos de PROFESSOR;


● Um cargo de PROFESSOR com outro, TECNICO OU
CIENTIFICO;
● Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE
PROFISSIONAIS DE SAUDE, com pro issõ es regulamentadas.

Em se tratando do exercı́cio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes


regras:

1) Mandato eletivo federal, estadual ou distrital:


afastamento do cargo, emprego ou funçã o;
2) Mandato de Prefeito: afastamento do cargo, emprego
ou funçã o, com possibilidade de escolher sua
remuneraçã o;
3) Mandato de Vereador; Há duas possibilidades:
a) Compatibilidade de horá rios: vantagens de seu cargo,
emprego ou funçã o, sem prejuı́zo da remuneraçã o do cargo
eletivo;
b) Sem compatibilidade de horá rios: aplicaçã o da regra do
mandato de prefeito;
4) No caso de afastamento do cargo, emprego ou funçã o, o
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoçã o por merecimento. Alé m disso, para
efeito de benefı́cio previdenciá rio, os valores serã o
determinados como se em exercı́cio estivesse.

Os policiais e bombeiros militares dos estados e do Distrito Federal agora


podem acumular a funçã o militar com cargos pú blicos nas á reas de saú de e
educaçã o. A permissã o está prevista em uma Emenda Constitucional (EC 101, de
2019) promulgada pelas Mesas da Câ mara dos Deputados e do Senado. Desde
1988, o exercı́cio simultâ neo de cargos valia apenas para servidores pú blicos civis e
para militares das Forças Armadas que atuam na á rea de saú de.

De acordo com a Constituiçã o, a acumulaçã o só é possı́vel “quando houver


compatibilidade de horá rios”. O texto autoriza o exercı́cio de dois cargos de
professor; de um cargo de professor com outro té cnico ou cientı́ ico; ou de dois
empregos privativos de pro issionais de saú de. No caso de policiais e bombeiros,
deve haver “prevalê ncia da atividade militar”.

Com base no art. 39 da Constituiçã o Federal, a Uniã o, os Estados, o Distrito


Federal e os Municı́pios instituirã o, no â mbito de sua competê ncia, regime jurı́dico
ú nico e planos de carreira para os servidores da administraçã o pú blica direta, das
autarquias e das fundaçõ es pú blicas.

Essa é a redaçã o original do texto constitucional e signi ica que as pessoas da


Administraçã o Direta e Indireta precisavam uniformizar o regime para o seu quadro
de pessoal, aplicando um ú nico regime de servidor pú blico para determinada
ordem polı́tica, ou seja, uma lei que regule todos os servidores pú blicos de cargos
efetivos de cada ente polı́tico (Uniã o, Estados, DF e municı́pios).

O STF, no dia 2 de agosto de 2007, concedeu medida cautelar na ADI nº 2135 e


suspendeu, até decisã o inal da açã o, a e icá cia da nova redaçã o do dispositivo para
manter a redaçã o original da Constituiçã o.

O STF afastou a EC 19/98 e fez prevalecer a necessidade de regime jurı́dico


ú nico até os dias atuais.

4 modalidades de aposentadoria, de acordo com a CF:

1. INVALIDEZ PERMANENTE: com proventos proporcionais


ao tempo de contribuiçã o, em todos os casos, exceto quando
a invalidez decorrer de acidente de serviço, molé stia
pro issional ou doença grave, contagiosa ou incurá vel, na
forma da lei.
2. COMPULSORIA (invalidez presumida): aos 70 anos de idade,
independentemente de ser homem ou mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuiçã o.
3. VOLUNTARIA: pode se dar com proventos integrais ou
proporcionais.
4. ESPECIAL

Dentre todas as formas de aposentadoria, a aposentadoria especial do


professor é a ú nica que tem seus requisitos expressos já no texto constitucional.

No caso de professor ou professora que comprove exclusivamente tempo de


efetivo exercı́cio das funçõ es de magisté rio na educaçã o infantil e ensino
fundamental e mé dio, o tempo de contribuiçã o e o limite de idade sã o reduzidos em
5 anos para a concessã o de aposentadoria voluntá ria com proventos integrais.
Perceba que os professores universitá rios estã o excluı́dos desse tratamento
diferenciado. Ademais, nã o inclui a aposentadoria voluntá ria com proventos
proporcionais. As demais hipó teses de aposentadoria especial possuem sua
concretizaçã o condicionada à de iniçã o por lei complementar.

O art. 41 da Constituiçã o Federal trata da estabilidade do servidor pú blico, que


consiste em uma garantia constitucional de permanê ncia no serviço pú blico, e nã o
no cargo, vinculado à atividade de mesma natureza de quando ingressou.

A EC 19/98 trouxe diversas alteraçõ es no ordenamento jurı́dico brasileiro que


versam acerca da estabilidade, que passou a ser conferida somente apó s trê s anos
de efetivo exercı́cio e nã o mais dois anos apenas.

Com a EC nº 19/98, passaram a ser requisitos concomitantes para aquisiçã o


de estabilidade:

1. concurso pú blico;


2. cargo pú blico de provimento especı́ ico;
3. trê s anos de efetivo exercı́cio;
4. aprovaçã o em avaliaçã o especial de desempenho por comissã o instituı́da
para essa inalidade.

Quanto ao instituto da perda do cargo, a partir da EC nº 19/98, serã o 4 as


hipó teses de rompimento nã o voluntá rio do vı́nculo funcional do servidor já está vel,
expressas no texto constitucional (art. 41, §1º e art. 169, §4º):

1. Sentença judicial transitada em julgado;


2. Processo administrativo, desde que assegurados o
contraditó rio e a ampla defesa;
3. Insu iciê ncia de desempenho, veri icada mediante
avaliaçã o perió dica, na forma de lei complementar,
assegurados també m o contraditó rio e a ampla defesa;
4. Excesso de despesa com pessoal.
Invalidada por sentença judicial, a demissã o do servidor está vel torna-se
invá lida e o servidor será reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se está vel,
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenizaçã o, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneraçã o proporcional ao tempo
de serviço.

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor está vel icará


em disponibilidade, com remuneraçã o proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.

2. EXERCÍCIOS

1. No caso de servidor pú blico da administraçã o direta, autá rquica e


fundacional, no exercı́cio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes regras: Em
se tratando de Mandato eletivo federal, estadual ou distrital ocorrerá o
afastamento do cargo, emprego ou funçã o.

( ) CERTO ( ) ERRADO

2. Durante o prazo improrrogá vel previsto no edital de convocaçã o, aquele


aprovado em concurso pú blico de provas ou de provas e tı́tulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na
carreira.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. E garantido ao servidor pú blico civil o direito à livre associação sindical


e o direito de greve, que acontecerá nos termos de inidos em lei especı́ ica.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. GABARITO

01 - C
02 - C
03 - E

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