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1.

TEORIA

1.1. DIREITOS SOCIAIS DOS SERVIDORES PUBLICOS

A CF reservou aos servidores pú blicos os direitos trabalhistas previstos no


Art. 39, § 3°.

§ 3° Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pú blico o


disposto no art. 7°, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVII, XVIII, XIX,
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissã o quanto à natureza do cargo exigir.

Sendo assim, sã o direitos dos servidores pú blicos, de acordo com a
Constituiçã o:

“IV – Salá rio-mı́nimo, ixado em lei, nacionalmente uni icado,


capaz de atender à s suas necessidades vitais bá sicas e à s de
sua famı́lia com moradia, alimentaçã o, educaçã o, saú de, lazer,
vestuá rio, higiene, transporte e previdê ncia social, com
reajustes perió dicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculaçã o para qualquer im;
VII – garantia de salá rio, nunca inferior ao mı́nimo, para os
que percebem remuneraçã o variá vel.
VIII - dé cimo terceiro salá rio, com base na remuneraçã o
integral ou no valor da aposentadoria;
IX – Remuneraçã o do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - salá rio-famı́lia pago em razã o do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII – duraçã o do trabalho normal nã o superior a oito horas
diá rias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensaçã o de horá rios e a reduçã o da jornada, mediante
acordo ou convençã o coletiva de trabalho;
XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos;
XVI – remuneraçã o do serviço extraordiná rio (hora extra)
superior, no mı́nimo, em cinquenta por cento à do normal;
XVII – gozo e fé rias anuais remuneradas com, pelo menos,
um terço a mais do que o salá rio normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuı́zo do emprego e do
salá rio, com a duraçã o de cento e vinte dias;
XIX – licença-maternidade, nos termos ixados em lei;
XX – Proteçã o ao mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos especı́ icos, nos termos da lei;
XXII – reduçã o dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saú de, higiene e segurança.
XXX – proibiçã o de diferença de salá rios, de exercı́cio de
funçã o e de crité rios de admissã o por motivos de sexo, idade,
cor ou estado civil”

Embora a Constituiçã o garanta aos servidores pú blicos tais direitos, eles
poderã o ser regulamentados de forma diferente do que quando aplicados ao
trabalhador da iniciativa privada.
Alé m dos direitos previstos no § 3°, o estatuto do servidor poderá ainda
estabelecer outros.

Direito à Liberdade de Associaçã o Sindical e Direito à Greve

VI – é garantido ao servidor pú blico civil o direito à livre


associaçã o sindical;

De acordo com a doutrina, essa é uma norma autoaplicá vel, que nã o depende
de regulamentaçã o para ser exercida.

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites


de inidos em lei especı́ ica;

A Constituiçã o permite que o servidor tenha o direito à greve. No entanto,


determina que lei especı́ ica deverá de inir como a greve no serviço pú blico se dará .
Enquanto essa lei nã o é aprovada, o STF decidiu que se aplicará , no â mbito do
serviço pú blico, a mesma lei de greve que rege a paralisaçã o no serviço privado.

Fica ligado!!

O Servidor Pú blico militar continua impedido de realizar greve e se


sindicalizar, uma vez que a permissã o se aplica somente ao servidor civil.

Estabilidade

Art. 41. Sã o está veis apó s trê s anos de efetivo exercı́cio aos
servidores nomeados para cargo de provimento efetivos em
virtude de concurso pú blico.
§ 1° O servidor pú blico está vel só perderá o cargo:
I – Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - Mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliaçã o perió dica de
desempenho, na forma da lei complementar, assegurada
ampla defesa.
§ 2° Invalidada por sentença judicial a demissã o do servidor
está vel, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
está vel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenizaçã o, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneraçã o proporcional ao tempo de
serviço.
§ 3° Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor está vel icará em disponibilidade com remuneraçã o
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 4° Como condiçã o para a aquisiçã o da estabilidade é
obrigató ria a avaliaçã o especial de desempenho por comissã o
instituı́da para essa inalidade.

Os servidores efetivos terã o direito à estabilidade depois de decorridos 3 anos


(EC n° 19/98) de efetivo exercı́cio. Uma vez adquirida a estabilidade, o
servidor somente a perdera nas seguintes hipó teses:

1. Sentença Judicial transitada em julgado;

2. Processo Administrativo disciplinar em que seja assegurada a ampla


defesa;

3. Desempenho insu iciente em procedimento de avaliaçã o perió dica.

Servidores em Exercı́cio de Cargo Eletivo

Art. 38. Ao servidor pú blico da administraçã o direta, autá rquica e fundacional,
no exercı́cio de mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposiçõ es:

I – Tratando-se de mandado eletivo federal, estadual ou


distrital, icará afastado de seu cargo, emprego ou funçã o;
II – Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou funçã o, sendo lhe facultado optar pela
remuneraçã o;
III - investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horá rios, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou funçã o, sem prejuı́zo da remuneraçã o do
cargo eletivo, e, nã o havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
IV – Em qualquer caso que exija o afastamento para o
exercı́cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
contado para todos os efeitos legais, exceto para a promoçã o
por merecimento;
V – Para efeito de benefı́cio previdenciá rio, no caso de
afastamento, os valores serã o determinados como se em
exercı́cio estivesse.
No caso do servidor ser eleito para os cargos de Presidente da Repú blica,
Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual/Distrital ou Governador, ou seja,
para qualquer cargo federal e estadual, será sempre afastado e receberá a
remuneraçã o do cargo eletivo.

No caso do servidor ser eleito para o cargo de Prefeito Municipal, será


afastado do cargo, podendo escolher qual remuneraçã o irá receber. Já no caso do
servidor ser eleito para o cargo do vereador, há duas possibilidades:

➢ Caso haja compatibilidade de horá rios, o agente pú blico


nã o será afastado do cargo e, nesse caso, receberá tanto o
salá rio de vereador quanto o do cargo efetivo;
➢ Caso nã o haja compatibilidade de horá rios, o agente
será afastado do cargo, podendo optar pela remuneraçã o.

Em quaisquer das hipó teses de afastamento, assim que terminar o mandato


eletivo, o servidor deverá retornar ao cargo.
2. EXERCÍCIOS

1. Considerando os princı́pios e as normas constitucionais da


administraçã o pú blica, assinale a alternativa correta.

a) Os cargos, os empregos e as funçõ es pú blicas sã o vedados aos


estrangeiros residentes no territó rio nacional.
b) Os acré scimos pecuniá rios de qualquer natureza percebidos por
servidor pú blico serã o computados e acumulados para ins de concessã o de
acré scimos ulteriores.
c) O prazo de validade do concurso pú blico será de até trê s anos,
prorrogá vel por iguais e sucessı́veis perı́o dos
d) E permitida a acumulaçã o remunerada de cargos pú blicos de qualquer
natureza, exceto quando houver compatibilidade de horá rios.
e) E garantido ao servidor pú blico civil o direito à livre associaçã o sindical.

2. O servidor pú blico está vel só perderá o cargo:

a) se preso em lagrante por crime ina iançá vel


b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa
c) no caso de extinçã o do cargo
d) quando posto em disponibilidade há mais de cinco anos
e) mediante procedimento de avaliaçã o mensal de desempenho

3. GABARITO

01 - E
02 - B

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