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SUMÁRIO

1. CONCURSO DE PESSOAS 3
2. COMUNICABILIDADE 4
3. EXERCÍCIOS 5
4. GABARITO 6
1. CONCURSO DE PESSOAS

Temos o Concurso de Pessoas quando existe a participação de


mais de um agente no cometimento do crime ou da contravenção
penal, regulado pelo Código Penal dos artigos 29 a 31.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas


penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade,
na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS

▴PLURALIDADE DE AGENTES;
▴CONDUTA RELEVANTE;
▴VÍNCULO SUBJETIVO;
▴UNIDADE DE CRIMES.
A teoria adotada pelo CP para definir a responsabilização dos agentes
em crimes praticados em concurso de pessoas é a TEORIA MONISTA

TEORIA MONISTA/MONÍSTICA/UNITÁRIA: Todos os agentes


responderão pelo mesmo crime, isso não significa que todos terão a
mesma pena imposta, pois, cada um responderá na medida de sua
culpabilidade, significa apenas que os agentes responderão dentro da
mesma tipificação penal.
Por haver essa diferenciação no quanto da aplicação da pena, pode se
dizer que o Código Penal adotou a teoria monista temperada/mitigada.
O concurso de pessoas pode ainda ser de duas espécies:
✓ NECESSÁRIO: A tipificação do crime exige que a conduta seja realizada
por mais de uma pessoa.
✓ EVENTUAL: A tipificação do crime NÃO exige que a conduta seja
realizada por mais de uma pessoa, mas nada impede que assim seja
praticada.
Quanto às modalidades de concurso de pessoas, existem algumas
diferenciações de extrema importância para a sua prova, observe:

◙ AUTORIA - Algumas teorias devem ser estabelecidas sobre o que seria


autoria:
✓ Teoria Objetivo Formal/ Objetiva/ Restritiva/ Dualista: AUTOR é
quem realiza o núcleo do tipo, PARTÍCIPE é quem concorre para o crime
sem realizar o núcleo do tipo. Adotada pelo CP, porém, deve ser
completada pela Teoria da Autoria Mediata.
✓ Teoria Objetivo Material: AUTOR é quem presta uma contribuição
mais relevante para a consumação do fato, PARTÍCIPE é aquele que
contribui de forma menos relevante.
✓ Teoria Extensiva: não distingue autor e partícipe.
✓Teoria do Domínio do Fato/ Teoria objetivo-subjetiva:AUTOR é
aquele que detém o controle sobre o fato, mesmo sem realizar
diretamente o núcleo do tipo, PARTÍCIPE é quem concorre para o
cometimento do crime, porém, sem deter o domínio do fato e sem
realizar o núcleo do tipo.

► COAUTORIA – existe mais de um autor praticando o verbo do tipo,


os atos de execução podem ou não ser iguais

► PARTICIPAÇÃO – existe uma colaboração de terceira pessoa, que


não pratica o verbo do tipo, de acordo com a teoria restritiva
(majoritária).

Quanto à participação, observe as regras estabelecidas pelo próprio


art. 29, CP:

▪ PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA: Pena reduzida: ⅙ a ⅓


▪ PARTICIPAÇÃO DE CRIME MENOS GRAVE: Aplicada a pena deste!
No caso de ser previsível o resultado mais gravoso – a pena será
aumentada de metade.

2. COMUNICABILIDADE
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.
Elementar é tudo aquilo que é fundamental para a tipificação da
conduta, cuja ausência pode provocar uma atipicidade absoluta ou uma
desclassificação para outro crime.
Se existem circunstâncias pessoais, elas só serão transmitidas a outra
pessoa (concurso de pessoas) se forem elementares do crime.

CASOS DE IMPUTABILIDADE

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo


disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado.

3. EXERCÍCIOS

01 - Segundo o Código Penal brasileiro, bem como o entendimento dos


Tribunais Superiores, sobre o concurso de pessoas:
A) Se a participação no crime for de menor importância, isenta o agente
da pena.
B) A pena imposta aos autores do crime será a mesma,
independentemente de um dos concorrentes participar de crime menos
grave.
C) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, ainda quando elementares do crime.
D) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser
consumado.
E) Para caracterizar o concurso, basta que duas ou mais pessoas
concorram para a prática delituosa, não sendo necessária a identificação
dos corréus.

02 - João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco.


Sem que um soubesse da intenção do outro, João e Manoel se
posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na direção da
vítima, que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi
possível determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu
fatalmente Francisco. Nessa situação, João e Manoel responderão pelo
crime de homicídio na forma tentada.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - De acordo com a teoria objetivo-subjetiva, o autor do delito é aquele


que tem o domínio final sobre o fato criminoso doloso.

CERTO ( ) ERRADO ( )
4. GABARITO
01 - E
02 - C
03 - C

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