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Unidade XI

O concurso de pessoas

• Conceito:

• O crime pode ser praticado por uma ou mais pessoas. Não raro, o crime é produto da concorrência de
condutas referentes a dois ou mais sujeitos distintos. Quando isso ocorre estamos diante do concurso de
pessoas ou codelinquência, concurso de agentes, coautoria, participação, coparticipação ou concurso de
delinquentes.

• Crimes monosubjetivos ou de concurso eventual e plurisubjetivos ou de concurso necessário;

• Autoria e participação:

• Teoria restritiva: é autor somente quem pratica a ação nuclear; quem contribui para o resultado, sem,
contudo, praticar a conduta é considerado partícipe. É a teoria adotada pelo Código Penal;

• Teoria extensiva: não há distinção entre autoria e participação;


• Teoria do domínio do fato: desenvolvida por Claus Roxin. Segundo essa teoria é considerado autor
não só quem pratica a ação nuclear, mas quem tem condições de determinar os rumos da empreitada
criminosa. Já foi adotada – equivocadamente - pelo STF em casos como o da Ação Penal 470 (caso
mensalão).

• Natureza Jurídica do Concurso de Agentes

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

• Teoria unitária ou monista: Todos os coautores e partícipes respondem por um único crime. É a
teoria que foi adotada como regra pelo Código Penal (artigo 29, caput).
• Teoria pluralística: Cada um dos participantes responde por delito próprio, ou seja, cada partícipe
será punido por um crime diferente. É excepcionalmente adotada pelo Código Penal:

• se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave deve ser aplicada a pena deste.
Se o resultado mais grave for previsível a pena será aumentada até a metade (artigo 29, § 2º do
Código Penal).

• o provocador do aborto responde pela figura do artigo 126, ao passo que a gestante que
consentiu responde pela figura do artigo 124 do Código Penal;

• crimes de corrupção ativa e passiva (artigos 333 e 317 do Código Penal).

• Requisitos do Concurso de Pessoas

• Pluralidade de agentes e de condutas;

• Relevância causal de todas as condutas;

• Liame subjetivo.
• Formas de autoria e participação:
• Participação material e moral;
• Autoria mediata: existe quando o autor se vale de inimputável para o cometimento de um crime. Também
é o caso do superior na obediência hierárquica e da coação moral irresistível.
• Autoria colateral: é o caso da ausência de liame subjetivo entre os agentes.
• Participação por omissão.

• Comunicabilidade e incomunicabilidade das circunstâncias:


• Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.

• A hipótese do infanticídio:
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

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