Você está na página 1de 45

Código Penal – artigo 29 a 31.

 Trata-se da cooperação desenvolvida por mais de


uma pessoa para o cometimento de uma infração
penal. É também chamado de co-autoria,
participação, concurso de delinqüentes,
concurso de agentes, cumplicidade.
 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade
 Teoria unitária – monista ou monística –
havendo pluralidade de agentes, com diversidade
de condutas, mas provocando-se apenas um
resultado, há somente um delito. Nesse caso,
portanto, todos os que tomam parte da infração
penal cometem identico crime. É a teoria
adotada como regra pelo código penal
 Teoria pluralista – cumplicidade do delito distinto
ou autonomia da cumplicidade- havendo
pluralidade de agentes, com diversidade de condutas
ainda que provocando somente um resultado, cada
agente responde por um delito. Trata-se do chamado
“delito de concurso” (vários delitos ligados por uma
relação de causalidade). Como exceção, o CP adota
essa teoria ao disciplinar o aborto (art. 124 -
Provocar aborto em si mesma ou consentir que
outrem lho provoque e Art. 126 - Provocar aborto
com o consentimento da gestante). Ou seja a mesma
prática – duas tipificações.
 O mesmo se aplica na corrupção ativa - Oferecer
ou prometer - e passiva - Solicitar ou receber - ,
art. 333 e 317,e no caso da bigamia (art. 235, caput e
§ 1º do CP).
 Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo
casamento:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos.
 § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai
casamento com pessoa casada, conhecendo essa
circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de
um a três anos.
 Havendo pluralidade de agentes, com diversidade
de condutas um só resultado, deve-se separar os
coautores, que praticam um delito, e os
partícipes, que cometem outro.
 O código penal de 1940 não faz a distinção entre
coautor e o participe, podendo o juiz aplicar,
igualmente, a pena para todos (é a denominada
teoria subjetiva, ou seja, conceito extensivo de
autor).
 Durante a reforma de 1984 deu-se a efetiva
distinção, no entanto, dentro dessa chamada
teoria subjetiva, temos duas teorias, formal e
normativa.
 Autor é quem realiza a figura típica e participe é
aquele que comete ações fora do tipo, ficando
impune, não fosse a regra de extensão que o torna
responsável.
 Exemplo: quem aponta o revolver, exercendo a grave
ameaça, e quem subtrai os bens da vítima são
coautores de roubo, enquanto o motorista do carro
que aguarda para dar fuga aos agentes é o participe
(os dois primeiros praticam o crime 157, o outro
apenas auxilia).
 Também chamada de teoria do domínio do fato:
autor é quem realiza a figura típica, mas também
quem tem o controle da ação típica dos demais,
dividindo-se entre “autor executor”, “autor
intelectual” e “autor mediato”. O partícipe é
aquele que contribui para o delito alheio, sem
realizar a figura típica, nem tampouco comandar
a ação.
 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para
o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade
 § 1º - Se a participação for de menor importância,
a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar
de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.
 Teoria da acessoriedade limitada, é preciso apurar
que o autor praticou um fato típico e antijurídico,
pelo menos. Se faltar tipicidade ou ilicitude, não
há cabimento em punir o partícipe.
 Crime plurissubjetivo é aquele que para configurar-se,
exige a presença de duas ou mais pessoas (ex. quadrilha o
bando, rixa, bigamia, associação para o tráfico, etc).
 Crime unisubjetivo é aquele que pode ser praticado por
uma só pessoa (ex: homicídio, roubo, estupro).
 Participação necessária – crimes são cometidos por um
só autor, embora o tipo penal exija a participação
necessária de outra pessoa, que é o sujeito passivo e não é
punido. (ex: corrupção de menores, crime de usura,
favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração
sexual, rufianismo)
 No crime plurissubjetivo não há a aplicação da
norma de extensão do art. 29, pois a presença de dois
autores é garantida pelo tipo penal.
 No crime unissubjetivo –utiliza-se a regra do art.29
para tipificar todas as condutas haja vista que o tipo
pode ser aplicado por uma pessoa, no entanto há a
pratica por duas.
 Atenção para não confundir plurissubjetivo com
participação necessária, haja visto que neta os crimes
são cometidos por um só autor, embora o tipo penal
exija a participação necessária de outra pessoa, que é
o sujeito passivo e não é punido. Exemplo: corrupção
de menores, favorecimento a prostituição....
 1. punição do coautor ou participe “na medida de
sua culpabilidade”
 Respeito ao principio constitucional da
individualização da pena.
 Coautor e participe podem ter penas distintas.
 “- A NORMA INSCRITA NO ART. 29 DO CÓDIGO
PENAL NÃO CONSTITUI OBSTACULO
JURÍDICO A IMPOSIÇÃO DE SANÇÕES PENAIS
DE DESIGUAL INTENSIDADE AOS SUJEITOS
ATIVOS DA PRATICA DELITUOSA. A
POSSIBILIDADE DESSE TRATAMENTO PENAL
DIFERENCIADO ENCONTRA SUPORTE NO
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS E, AINDA,
NA CLÁUSULA FINAL DO PRÓPRIO ART. 29,
CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. PRECEDENTE:
HC 70.022, REL. MIN. CELSO DE MELLO”
 Um assaltante que, ao invadir uma residência,
atormenta a vítima através de atos violentos e
muitas ameaças, quebrando utensílios e agindo
com selvageria ímpar precisa ser mais
gravemente apenado do que o participe que ficou
de fora da casa, dentro do carro, aguardando para
dar fuga. Não se pode nivelar a pena pelo mínimo
legal. Deve-se levar em conta sempre a medida
de culpabilidade.
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a
pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
 Causa de diminuição de pena.
 O participe que pouco tomou parte na prática
criminosa, colaborando minimamente, deve receber a
pena diminuída de um sexto a um terço, o que
significa a possibilidade de romper com o mínimo
legal da pena prevista em abstrato.
 Imagine-se o participe que, embora tenha
instigado outrem à pratica do crime, arrependa-se
e procure agir para impedir o resultado, ainda,
que não consiga. Merece ser beneficiado pela
causa de diminuição de pena.
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis
participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada
até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave
 O agente que desejava praticar um determinado
delito, sem condição de prever a concretização de
um crime mais grave, deve responder pelo que
pretendeu fazer, não se podendo a ele imputar
outra conduta, não desejada, sob pena de se estar
tratando de responsabilidade objetiva, que a
reforma penal de 1984, se obrigou a combater.
 Quando um sujeito coloca- se no quintal de uma
casa, vigiando o local, para que outros invadam o
lugar e subtraiam bens, quer auxiliar o
cometimento de crime de furto. Se, dentro do
domicilio , inadvertidamente, surge o dono da
casa que é morto pelos invasores, não deve o
vigilante, que ficou de fora de casa, responder
igualmente por latrocínio. Trata-se de uma
cooperação dolosamente distinta.
É colaboração dolosamente distinta porque um quis
cometer o delito de furto, crendo que o dono da
casa estava viajando, e, portanto, jamais haveria
emprego de violência os outros que ingressaram
no domicílio e mataram o proprietário, evoluíram
na idéia criminosa sozinhos, passando do furto
para o latrocínio. A cada um deve ser aplicada a
pena justa.
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese
de ter sido previsível o resultado mais grave.
 No exemplo anterior, se o participe que ficou fora da
casa tivesse a possibilidade de prever que algo mais
grave poderia acontecer, precisamente porque todos
os que invadiram o lugar estavam armados, ainda
assim receberia a pena de furto, que pretendia
praticar, aumentada da metade.
 1. Existência de dois ou mais agentes.
 2. Relação de causalidade material entre as condutas
desenvolvidas e o resultado.
 3. Vinculo de natureza psicológica ligando as condutas
entre si. NÃO NECESSIDADE DE AJUSTE PRÉVIO
ENTRE OS COAUTORES.
 4. Reconhecimento da prática da mesma infração para
todos.
 5. Existência de um fato punível. Se o crime não é mais
punível, por atipicidade reconhecida, por exemplo, para
um dos coautores, é lógico que abrange todos eles.
 Uma empregada decidindo vingar-se da patroa,
deixa propositadamente a porta aberta, para que
entre ladrão. Este, percebendo que alguém,
permitiu a entrada, vale-se da oportunidade e
provoca o furto. São colaboradores a empregada
e o agente direto da subtração, porque suas
vontades se ligam, pretendendo o mesmo
resultado embora não se conheçam. Nessa
hipótese, pode ocorrer a denominada Coautoria
sucessiva.
 Se o ladrão estiver retirando as coisas de casa,
cuja porta foi deixada aberta pela empregada,
pode contar com a colaboração de outro
indivíduo que, passando pelo local, resolva aderir
ao fato e também retirar as coisas da casa.
 Trata-se de uma modalidade de autoria,
ocorrendo quando o agente se vale de pessoa não
culpável, ou que atua sem dolo ou culpa, para
executar o delito.
 São situações que admitem a autoria imediata:
 A. valer-se de inimputável;
 B. coação moral irresistível;
 C. obediência hierárquica;
 D. Erro de tipo escusável praticado por
terceiro - afasta o dolo e a culpa, porque
qualquer pessoa prudente nele teria incidido;
 E. erro de proibição escusável praticado por
terceiro – exclui a culpabilidade, pois o agente
atua sem consciência ou potencial consciência da
ilicitude. Não se pode censurar a conduta daquele
que, embora pratique um fato típico e antijurídico
não tem a menor noção de realizar algo proibido.
Ex: o agente utiliza um doente mental,
ludibriando-o, para matar um desafeto.
 Observe que nem sempre um menor de 18 anos é
ludibriado para praticar um crime, ele pode
querer concorrer para o cometimento do mesmo.
A essa modalidade dá-se o nome de colaboração,
ou seja um agente é penalmente responsável e o
outro não. Pode ser chamado também de
concurso impropriamente dito, pseudoconcurso
ou concurso aparente.
 Não constitui-se num concurso de pessoas, dá-se
quando duas pessoas, desconhecendo a conduta
um do outro, agem convergindo para o mesmo
resultado, que, no entanto,ocorre por conta de um
só dos comportamentos ou por conta dos dois
comportamentos embora sem que haja a adesão
um do outro.
 A e B matadores profissionais, colocam-se em
um desfiladeiro, cada qual de um lado, sem que
se vejam, esperando a vítima C para eliminá-la.
Quando C aproxima-se os dois disparam,
matando-o; responderão por homicídio em
autoria colateral. Não podem ser considerados
coautores, já que um não tinha o menor idéia da
ação do outro. (faltava o vinculo pscicológico).
 Se porventura um deles atinge C, e o outro erra,
sendo possível detectar que o tiro fatal proveio da
arma de A, este responde por homicídio consumado,
enquanto B somente por tentativa. Caso não saiba
qual a origem da bala ambos respondem por tentativa
(in dubio pro reo). Se A acertar C, matando-o
instantaneamente, para depois B alvejá-lo
igualmente, haverá homicídio consumado para A e
crime impossível para B. finalmente caso um teles
atinja C matando-o instantaneamente e o outro, em
seguida, acerta o cadáver, não se sabendo quem deu
o tiro fatal, ambos serão absolvidos por crime
impossível.
 Chama-se autoria incerta a hipótese ocorrida no
contexto da autoria colateral, quando não se sabe
qual dos autores conseguiu chegar ao resultado.
 Pode ocorrer a participação por omissão em um
crime, desde que a pessoa que se omitiu tivesse o
dever de evitar o resultado.portanto, o bombeiro
que, tendo o dever jurídico de agir para combater
o fogo, omite-se deliberadamente, pode
responder como participe do crime de incêndio.
 A conivência,por seu turno, é a participação por
omissão quando o agente não tem o dever de
evitar o resultado, nem tampouco aderiu à
vontade criminosa do autor. Não é punível pela
lei brasileira. É o chamado concurso
absolutamente negativo. Exemplo: um
funcionário de banco fica sabendo que colega seu
está desviando dinheiro; não ocupando a função
de vigia ou segurança nem trabalhando na mesma
seção, não está obrigado a denunciar o
companheiro ou intervir na ação delituosa para
fazê-la cessar.
 http://www.ebah.com.br/content/ABAAABiBYAB/11-aula-conduta-aca
o-omissao
 Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
sem a qual o resultado não teria ocorrido.   
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem
         a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância;
         b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
resultado;
         c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado.
 É perfeitamente admissível, coautoria em
omissivo. Por exemplo duas pessoas caminhando
pela rua, deparar-se co,m outra, ferida em busca
de ajuda. Associadas, uma conhecendo a conduta
da outra e até havendo incentivo recíproco,
resolvem ir embora. São coautoras de omissão de
socorro.
 Há quem estabeleça diferença entre ambos, em três visões
distintas:
 A)cúmplice: é a pessoa que presta auxilio à atividade criminosa
de outrem, sem ter a consciência disso. EX: dar carona para o
bandido não sabendo que está fugindo.
 B) cúmplice é pessoa que presta auxilio material ao agente, como
ensina Nilo Batista.
 C)cúmplice “é o sujeito que dolosamente favorece a pratica de
uma infração dolosa, mesmo sem o consentimento do autor, vale
dizer, dispensando um prévio ou concomitante acordo de
vontades” René Ariel Dotti.
 É MELHOR EQUIPARA O CONCEITO DE CÚMPLICE A
COAUTOR OU PARTÍCIPE, INDIFERENTEMENTE. ASSIM,
QUEM COLABORA PARA A PRATICA DO DELITO É
CUMPLICE, NA MODALIDADE DE COAUTORIA OU DE
PARTICIPAÇÃO.
 Algumas circunstâncias, não transmitem aos
coautores ou participes, pois devem ser
consideradas individualmente no contexto do
concurso de agentes.
 “Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e
as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime”.
 Circunstancias de caráter pessoal, é a situação ou a
particularidade que envolve o agente, sem constituir
elemento inerente à sua pessoa. Ex: confissão
espontânea proferida por coautor não faz parte da
sua pessoa, nem tampouco se transmite, como
atenuante que é, aos demais do delito.
 Condição de caráter pessoal é o modo de ser ou a
qualidade inerente à pessoa humana. Ex: menoridade
ou reincidência. O coautor menor de 21 anos não
transmite essa condição, que funciona como
atenuante, aos demais do mesmo modo que o
partícipe, reincidente, não transfere essa condição
que é agravante, aos outros.
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade,
aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e conseqüências do crime,
bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do
crime
 Elementar é um componente integrante do tipo penal
incriminador. Ex: “matar” e “alguém” são elementares do
delito de homicídio. Estabelece o artigo 30 que as referidas
elementares se comunicam aos coautores e partícipes.
 Há determinadas circunstancias ou condições de caráter pessoal
que são integrantes do tipo penal incriminador, de modo que,
pela expressa disposição legal nessa hipótese, transmite-se aos
demais coautores e participes. Exemplo: se duas pessoas – uma
funcionária pública, outra, estranha a Administração pública
cometem peculato. A condição pessoal – ser funcionário público
- é elementar do delito de peculato, motivo pelo qual se
transmite ao coautor.
 “Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação
e o auxilio, salvo disposição expressa em
contrário, não são puníveis, se o crime não chega,
pelo menos, a ser tentado”.
 pretende a lei atribuir o termo impunibilidade ao
fato, e não ao agente,pois no caso apresentado,
trata-se de causa de atipicidade. Impuníveis são o
ajuste, a determinação, a instigação e o auxilio,
logo, condutas atípicas.
 Lembre: AJUSTE = ACORDO OU O PACTO
CELEBRADO ENTRE AS PESSOAS;
 DETERMINAÇÃO = É A DECISÃO TOMADA
PARA ALGUMA FINALIDADE
 INSTIGAÇÃO É A SUGESTÃO OU O
ESTIMULO À REALIZAÇÃO DE ALGO = art.
122 CP.
 AUXÍLIO É AJUDA OU A ASSISTÊNCIA
DADA A ALGUÉM.
 TEORIA GERAL DA PENA

Você também pode gostar