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FACULDADE CATÓLICA IMACULADA CONCEIÇÃO

DO RECIFE - CURSO DE DIREITO 4º PERÍODO

RICARDO ANTONIO CORREIA DE ARAÚJO - FR041742

DIREITO PENAL III


(pesquisa sobre a aplicação da teoria monista e da teoria pluralista no que se
referem aos tipos penais, apontando as condições e as hipóteses de ambas as
teorias)

Trabalho do 1º Ciclo apresentado a


Faculdade Católica Imaculada
Conceição do Recife – Pernambuco,
da disciplina Direito Penal III. Sob a
orientação do Excelentíssimo
Professor : LEONARDO CRESPO

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SUMÁRIO

I - RESUMO ........................................................................................ 3
II - CONTEXTUALIZANDO O CONCURSO DE PESSOAS................. 4
III - TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA ................................................ 7
IV - TEORIA PLURALISTA.................................................................. 9
REFERÊNCIAS..................................................................................11

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I - RESUMO

O presente trabalho visa expor de forma breve e suscinta, acerca do


concurso de pessoas, ou o concurso de agentes, ocorrendo quando
dois ou mais sujeitos contribuir, coopera, colabora, ajuda ou auxiliam
entre sí para a prática de um crime.

Abordando o tema de acordo com os destaques apontados pela


doutrina do nosso estatuto repressivo, que trata dessas infrações
penais praticadas pelos os indivídios (agentes) concorrentes, através
das teorias adotadas pelo o Código Penal Brasileiro em vigor, assim
nomeadas:

i) como Teoria Monista ou unitária e;

ii) Teoria Pluralista.

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II - CONTEXTUALIZANDO O CONCURSO DE PESSOAS

O concurso de pessoas se configura quando duas ou mais pessoas,


unidas por um liame (vínculo) subjetivo, determinando-se a
participação de cada um no evento criminoso; - se esta concorrência é
principal, sendo autor ou co-autor, ou então acessória, sendo apenas
participe, demonstradas por meio de condutas causalmente
relevantes, colaborando para a prática de uma mesma infração penal.

Esta contribuição ocorre por diversos motivos, - seja para garantir a


prática de uma infração penal, como também, para assegurar a
impunidade dos agentes envolvidos no crime, ou até mesmo para
atender a interesses pessoais. Advindo esta associação quando a
pluralidade de agentes encontra-se contida no tipo normativo,
caracterizando-se o Concurso de Pessoas, descritos nos Artigos 29
e 30 do Código Penal:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime


incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena


pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime


menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as


condições de caráter pessoal, salvo quando elementares
do crime.

Quais as condições para o concurso de pessoas?

Podendo assim elencar, que deverar existir:

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i) Multiplicidade de condutas - primordialmente deverá acontecer a
pluralidade de condutas, simplesmente por versar a respeito de
concurso de pessoas;

ii) relevância causal da conduta - é necessário que a contribuição de


cada um deles deverá ter relevância jurídica, não podendo ser vaga ou
simplesmente imprecissa, alguém somente poderá responder por um
crime se a sua conduta foi relevante para tanto;

iii) liame subjetivo ou psicológico entre os vários participantes, ou seja,


todos devem possuir a consciência, significa dizer que alguém
somente responderá pelo crime se contribuiu, aderindo subjetivamente
à conduta do outro para que o crime seja realizado.

Quanto ao concurso de pessoas os crimes poderão ser das


seguintes espécieis:

i) Crimes monossubjetivos\unissubjetivos ou de concurso eventual, -


são aqueles que podem ser praticados por um só agente, todavia,
poderá haver excessão, por exemplo: no homicídio (que nesse caso
não haverá concurso de pessoas), contudo, poderá ocorrer que varias
pessoas matem a vitíma havendo o concurso eventual, prenunciados
nos Artigos 121 (homicídio), 155 (futo) e 157 (roubo), todos do Código
Penal.

ii) Crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário, - exigem


obrigatoriamente que dois ou mais agentes concorram para a prática
do crime sendo (a co-autoria obrigatória e a participação dispensável),
previstos nos Artigos 288 do CP (quadrilha ou bando), que exige, no
mínimo, quatro autores; Art. 137 do CP (rixa), que exige, no mínimo,
três autores.

Quanto à forma para o concurso de pessoa temos:

i) a coautoria - quando o crime é praticado por mais de um autor,


desta forma, todos que concorrem na ação criminosa são
responsáveis, devendo responder pela a prática do crime de acordo
com a intensidade de sua interferência;

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ii) participação - quando o crime é praticado por um ou mais agente
que desempenha conduta acessoria e mesmo assim concorrendo para
o crime, ou seja, aquele que, empresta sua arma de fogo a um terceiro
(executor) que elimina o seu desafeto, de outro modo, essa
participação poderá ocorrer sob as formas de instigação, auxiliação,
colaboração ou ajuda indireitamente para o cometimento do delito.

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III - TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA

A Teoria Monista ou Unitária adotada pelo o nosso Código Penal,


atesta que não obstante, o crime ter sido praticado por diversos
agentes, todos que deram causa responderão por um único crime.
Não havendo distinção entre autor, coautor ou partícipe, isto posto,
todo aquele que concorrer para o fato crimonoso, responde por ele da
mesma forma.

Via de regra, todo aquele que contribuem para um resultado delituoso


devem responder pelo o mesmo crime, preceituado no Artigo 29 caput,
do CP.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime


incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.

Portanto, todos aqueles que concorrem para um crime, seja como


executor, coautor ou partícipe, são considerador autores e
responderão pelo mesmo crime.

Outrossim, apesar do Código Penal ter adotado a teoria monista,


existindo algumas execessões na própria parte geral.

Podendo ser conferido no § 2º do Artigo 29 CP. Que versa sobre a


chamada cooperação dolosamente distinta:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime.

(...)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime


menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.

Deste modo, se duas pesoas acertam agredir uma outra pessoa e,


durante a execução, uma delas resolve matar a vítima, sem que tenha
havido o consetimento ou a contribuição do comparsa, desse modo o

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agente que queria apenas contribui para o resultado menos grave,
responderá tao somente pelo o crime de lesões corporais, entretanto,
sua pena poderá ser aumentada até a 1/2 (metade), se o resultado
mais grave era previsível na hipótese concreta.

No mesmo sentido, se a participação for de menor importância, a pena


poderá ser dimunída de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), assim
previsto no § 1º do Artigo 29 CP.:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime.

(...)

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena


pode ser diminuída de um sexto a um terço.

Podendo no caso concreto, ser aplicada a diminuição de pena quando


o juiz considerar que a contribuição do agente não mereçe a mesma
pena cominada aos autores do crime, por enteder, que a sua conduta
ter sido ela secundária.

Em todos os casos supramenciondados, o crime é o mesmo para


todos, havendo apenas uma redução de pena para o agente que quis
e colaborou para um resultado menos grave.

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IV - TEORIA PLURALISTA

Conforme essa teoria, por meio da pluralidade de agentes (ou


pessoas), haverá a pluralidade de crimes. Desta forma, cada
indivíduo responderia por um crime diferente, tendo em vista que a
ação de cada um deles corresponderia a uma conduta delituosa,
elemento psicológico e resultado específicos (CUNHA, 2016).

Adotando um carater subjetivo para cada participante e uma conduta


própria, um liame individual (psicologico) próprio, constituindo um
resultado igualmente particular.

Existindo tantos crimes quantos forem os agentes participantes, e


cada qual corresponderá uma punição individual, de acordo com o
delito por ele cometido.

Seria como se cada autor ou partícipe tivesse praticado a sua própria


infração penal, independentemente de sua colaboração para com os
demais agentes.

Excessõs Pluralista em face da Teoria Unitária

No crime de aborto praticado por um médico com o consentimento da


gestante, caso em que a última responderá pelo delito previsto no art.
124 do Código Penal, enquanto o primeiro responderá pelo art. 126 do
mesmo diploma:

Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que


outrem lho provoque:

Pena – detenção, de um a três anos.

Art. 126 – Provocar aborto com o consentimento da


gestante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.

Outra hipótese é de casamento entre pessoa já casada e outra


solteira, crime de bigamia, aqui respondem os agentes,

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respectivamente, pelas figuras tipificadas no art. 235, caput, e § 1.°, do
mesmo artigo do Código Penal.

Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:

Pena - reclusão, de dois a seis anos

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento


com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é
punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

Da mesma forma, ocorrendo com os crimes de ingresso de celulares e


afins nas unidades prissionais previstos nos artigos 319-A para aquele
que favorece, e o favorecido 349-A do Código Penal.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente


público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso
a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo:

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou


facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em
estabelecimento prisional.

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

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REFERÊNCIAS

IURIS BRASIL - https://sites.google.com/site/zeitoneglobal/parte-


especial---penal-ii/3-01-especies-de-crimes-quanto-ao-concurso-de-
pessoas - Acessado em 24/09/2020 as 09:00.

GOLÇAVES, Victor Eduardo Rios - DIREITO PENAL Parte Geral -


Sinopses JURÍDICAS Vol. 7 Ed. 25 - SARAIVA Jus 2020 SP.

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts.


1º ao 120). Salvador: Ed. Juspodivm, 2016.

Greco,Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral, Vol. 1, 2012,


Editoria Imperio, RJ).

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