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© 2011
Direito Penal II
01/08/11
Professor Ricardo
Avaliações
Concurso de Pessoas
1. Noções
1.1. Considerações
A regra do código penal é a prática de crime por uma única pessoa, porém exige duas ou mais
pessoas para a prática de um crime especial. Tal exigência caracteriza o concurso necessário.
Exemplo: richa (3 pessoas), bigamia (2 pessoas), quadrilha (4 pessoas).
Conceito: Considera que TODOS os agentes são autores. Não faz distinção de pessoas. Porém,
na aplicação da sanção, vigora o princípio da individualização que afirma que cada um é
punido na medida de sua culpabilidade. Na hora de aplicar a pena, aborda-se cada fato
separadamente.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
Rafael Barreto Ramos
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De acordo com o art. 29 CP, são agentes de quaisquer pessoas que, de qualquer modo eficaz,
atuem na realização de uma conduta punível visando a consumação.
Nota: Em matéria de crime, deve-se pensar de uma forma geral. “Todos são agentes, todos
são autores”.
Porém, na punição, deve-se analisar cada caso individualmente e aplicar a pena de acordo com
a culpabilidade.
Rafael Barreto Ramos
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05/08/11
1.4. Requisitos Gerais
No momento, os concorrentes podem praticar dois, três ou quatro crimes, mas TODOS os
crimes devem ser comuns.
Exemplo: Dois sujeitos cometem os crimes de violação de domicílio, dano e subtração. Apenas
a subtração será considerada.
1.4.3. Início da Execução do Crime Comum: Atos preparatórios não são punidos. Só pode-
se falar do concurso de pessoas, a partir do primeiro ato de execução.
1.4.4. Relevância causal de cada conduta para consumação do delito: Uma conduta
gera efeito na outra e vice-versa, permitindo a consumação do crime.
Na prática do crime, uma conduta acrescenta algo à outra ou uma conduta reforça a outra ou
uma conduta mantém a outra.
Todos os participantes queriam ou poderiam prever o crime. Agem então, vinculados, unidos
psicologicamente.
O vínculo psicológico não necessita de acordo prévio, podendo surgir antes e/ou durante a
execução do delito.
Não é necessário que um agente conheça/identifique o outro. O vínculo se forma através das
condutas.
Rafael Barreto Ramos
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Doutrina: Conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico,
científico, etc.
Rafael Barreto Ramos
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08/08/11
2.1. Da autoria simples/direta
a) Analisa-se o tipo penal objetivo e subjetivo: a pessoa realiza conduta típica com a vontade
e consciência de ser a única autora.
Só se pode afirmar que uma pessoa é autora de um crime se ela executa uma conduta típica
com controle total de toda execução.
É autor do crime a pessoa que usa como instrumento de execução/do crime alguém que sofre
o domínio de sua vontade e/ou consciência na execução do fato.
a) autor mediato do crime: tem pleno domínio do executor, logo controla o fato delituoso.
b) executor do fato: age sem vontade e/ou consciência, mas realiza o fato, sem o autor
mediato.
O executor do fato sofre coação, e o coator se configura como o autor mediato do crime.
Neste caso há a vontade, porém não há a consciência. No direito penal, a vontade está
relacionada à tipicidade e a consciência à culpabilidade.
Rafael Barreto Ramos
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2.3.1. Requisitos
- Pluralidade de autores
- Fato único
- Decisão comum: cada coautor tem o propósito de praticar o MESMO crime. Todos agem em
prol da consumação do MESMO delito. É na decisão que se caracteriza o vínculo psicológico.
Nota: A tarefa nem sempre tem que ser completada, integral. Basta que haja a relevância
causal, isto é, modificando-se a tarefa, modifica-se o crime.
12/08/11
2.4. Da Participação
Desta forma o partícipe jamais tem o domínio do fato porquanto ele pertence ao autor ou
coautor.
Pluralidade de agentes:
- Partícipe + autor
ou
- Partícipe + coautor
ou
Crime Comum
- Dolo/vontade do autor: quer cometer o crime. Em alguns casos, age sem ter conhecimento
do auxílio do partícipe.
IMPORTANTE: Para se configurar a participação deve-se haver o DOLO por parte do partícipe.
Exemplo: indivíduo fornece a chave e passa informações sobre a rotina para o criminoso,
porém ao chegar no local, o uso da chave não é necessário.
Neste caso, apesar da chave não ser necessária, configura-se a participação, já que houve a
indução ao cometimento do crime.
Indução: O partícipe determina ou provoca a prática do crime pelo autor ou coautor. Cria a
ideia de crime fazendo o autor ter a vontade de pratica-lo.
- Qualitativo: Pessoa contrata alguém para dar uma surra no inimigo, porém o autor mata a
vítima. Neste caso, o partícipe não responderia pelo homicídio.
- Quantitativo: Coronel contrata o jagunço para matar o namorado da filha, prometendo pagar
2000 reais. O jagunço também tinha raiva da vítima, porém não mencionou tal fato para o
coronel. Então o jagunço mata a vítima queimando sua casa com um coquetel molotov.
Configura-se o excesso quantitativo de homicídio simples para homicídio qualificado. O
coronel não responderia pelo homicídio qualificado.
Em alguns casos particulares, a indução tem caráter contratual. Exemplo: “contratar” assassino
de aluguel.
Cumplicidade:
Exemplo: deixar a janela aberta para o criminoso, passar a chave para o criminoso, “esquecer”
a chave num local determinado, etc.
19/08/11
Participação sucessiva ou em cadeia:
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
3. Punibilidade
- Castigo de acordo com a culpabilidade. (Princípio da Culpabilidade)
22/08/11
Nota:
Participação: é tido na doutrina como envolvimento. Abrange a autoria coletiva, participação e autoria,
participação e coautoria, participação e autoria mediata.
A participação deve ser de menor importância no crime, para o crime. A comparação com
outras condutas mais “importantes” não é válida.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
Exemplo: num assalto onde apenas 1 indivíduo está armado e, por conta própria, mata uma
pessoa, este responderá por latrocínio e os outros terão a pena aumentada.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Quando as circunstâncias pessoais são constitutivas, logo podem ser abrangidas pelo dolo.
Comunicabilidade
Exemplo: No caso de alguém que tem parente em cargo público e, conjuntamente com este
indivíduo, comete um roubo de um órgão público. O funcionário público seria acusado de
peculatos, seu cúmplice que não público também seria acusado pelo mesmo crime. As
circunstâncias pessoais se estendem.
Incomunicabilidade
Infanticídio: a mãe mata o próprio filho após o parto sob a influência do estado puerperal.
Neste caso, alguns autores defendem que, o médico, o pai, as enfermeiras, etc., poderiam
responder pelo crime de infanticídio.
Outros autores acreditam que o estado puerperal é intransmissível, pois é uma circunstância
personalíssima, portanto, ela é incomunicável. Então, os outros responderiam por homicídio.
Rafael Barreto Ramos
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26/08/11
4. Detalhes
4.1. Autoria Colateral:
Exemplo: Um condutor está dirigindo a 130 km/h e o passageiro está incentivando-o a acelerar
mais ainda e o condutor atropela um pedestre.
Exemplo: Num acidente envolvendo um caminhão, seu baú abre. O primeiro carro a passar no
local para e rouba parte da mercadoria. Então, aparece um segundo carro e rouba outra parte
da mercadoria. E assim por diante...
- Crime de mão própria: é aquele em que a lei define quem será o agente. O crime deverá
ser praticado de forma pessoal, individual.
Nestes crimes, não admite-se a coautoria. Alguns autores consideram uma combinação de
autoria e participação moral. Exemplo: Um mau advogado induz a testemunha a mentir
perante o tribunal.
- Crimes omissivos:
Porém há uma concepção moderna que considera que não se poderia configurar um
concurso de pessoas se o dever de agir é pessoal, se a capacidade para cumprir o
dever também é pessoal.
Exemplo: Três pessoas na praia veem uma pessoa se afogar e negam socorro.
Neste caso, a doutrina considera a coautoria, porém alguns autores afirmam que
deveria haver o dever comum e não há, portanto, não se caracterizaria a coautoria e
sim a autoria sucessiva.
Rafael Barreto Ramos
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Impróprios: Crimes de ação com os deveres de garantidor do artigo 13, §2º, do CP.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido,
como ocorreu.
2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
- Crime culposo: Em sentido teórico, uma boa parte da doutrina e dos tribunais, de uma
forma tradicional, aceita o concurso de pessoas em crimes culposos.
Alguns autores também defendem que poderia haver uma participação culposa numa autoria
dolosa.
Exemplo: Um condutor está dirigindo a 130 km/h e o passageiro está incentivando-o a acelerar
mais ainda e o condutor atropela um pedestre.
Neste caso, acredita-se que o passageiro assumiu o risco do dolo eventual/a possibilidade de o
condutor atropelar alguém.
29/08/11
Teoria da punibilidade
1. Noções
5
Deveres: o Estado deve punir para garantir a justiça material e a igualdade
4
material . O poder de punir deve ser exercido pelo Estado de acordo com a
necessidade concreta, respeitando as diferenças. Dar a cada um o que
merece, mas de acordo com a situação particular. A atividade de punir deve
ser exercida pelo Estado como dever de erradicar³ a marginalidade
(ressocialização²). O castigo penal deve ser exercido objetivando um fim
maior, ou seja, castigar com a finalidade de reintegrar à sociedade. A
atividade de punir deve promover o bem de todos¹, inclusive o do criminoso.
O poder-dever de punir.
Origem: A origem o poder é o povo e este entrega ao Estado a função punitiva. Se o poder
permanecesse com o povo, o povo fazendo justiça com as próprias mãos, prevaleceria a vingança
privada, a lei do mais forte. O povo então outorga o poder, porque ele reconhece que não consegue
fazer justiça. O Estado regula como a punibilidade deve ser exercida.
Justiça material: justiça cujo resultado não é simplesmente punir. É uma justiça que pune o crime,
respeitando todos os direitos fundamentais.
Rafael Barreto Ramos
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02/09/11
Nota: O crime é o pressuposto da punibilidade.
A pessoa pratica o crime exercendo uma liberdade. A base é a liberdade. É rejeitada qualquer
ideia de determinismo.
b) Judicial: Fato – crime - aplicação da lei: ocorre em um processo legal, no qual se discute a
culpabilidade – comprovada a culpa, a pessoa é condenada e o seu crime é punido.
1.8. O código penal adotou a teoria unitária das penas (art. 59 C.P.)
05/09/11
Teoria Retributivista (absoluta)
Teoria absoluta porque o castigo não tinha finalidade exterior. “Punir porque deve-se punir.” A
pena é uma resposta do Estado ao crime
2) A pena deve ser adequada à culpabilidade a qual precisa de gradação para assegurar a
justa medida entre o castigo e o crime.
4) Toda prática de delito deve sofrer a devida resposta estatal através da pena, a qual
expressaria a reprovação jurídica.
5) A penalização não teria finalidade preventiva. (Não considerado pelo Código Penal.)
Trabalha com uma finalidade. A pena deve alcançar algo, isto é, evitar a prática de um novo
delito.
2) A pena deve ser adequada à periculosidade do autor do fato e esta deve permitir uma
prognose do delinquencial (medida da pena fundamentada na periculosidade).
5) A penalização não teria caráter retributivo. (Não considerado pelo código penal.)
Dos Princípios
É a lei que vai dizer o que é crime. Só começou a existir no século XVIII. Uma das conquistas da
revolução francesa.
O código penal em seu primeiro artigo diz: “Não há crime sem lei que o defina.”.
Antes de uma pessoa praticar uma conduta deve existir um tipo penal prevendo esta conduta
criminosa. Se não existir, este pode praticar este ato sem ser punido.
Rafael Barreto Ramos
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A lei é anterior ao crime. Caso a conduta ocorra antes da lei, não se pode haver punição.
Caso o indivíduo cometer uma conduta e posteriormente advir uma nova lei e a lei anterior for
2. Princípio da Culpabilidade
A culpabilidade é censura jurídica que recai sobre a pessoa que muito ou pouco poderia
obedecer ao direito em conformidade com sua atitude interna frente ao ordenamento
jurídico na situação social normal.
3. Princípio da Ressocialização
A crença de que o Estado pode educar e reeducar o autor do crime através de atividades
pedagógicas fundamentadas nos valores éticos da sociedade e jurídicos da lei.
A ressocialização não pode ser impositiva, pela força. O Estado deve desenvolver atividades
que possibilitam ou estimulem a ressocialização.
4. Princípio da Humanidade
Conforme a constituição federal, a execução da pena deve ser de forma humanitária, ou seja, a
pena não pode ser vexatória, corporal, perpétua e fatal.
Rafael Barreto Ramos
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09/09/11
5. Princípio da dignidade Humana
6. Princípio da Individualização
Toda sanção deve ser individualizada nas esferas: legal, judicial e preferenciaria. A
sanção deve ser individualizada em conformidade com a necessidade de tutela do bem
jurídico (na lei), com o grau de ofensividade e de culpabilidade do fato e de suas circunstâncias
(na justiça) e com as características bioprisional do condenado (na execução).
Pela mesma razão, nenhum crime pode ser punido duas ou mais vezes por igual
sanção.
8. Princípio da proporcionalidade
Para se evitar excesso ou deficiência punitiva é crucial que a pena seja necessária (o
último recurso de controle social, o instrumento final do Estado para proteger a paz pública, já
que as outras sanções civis, trabalhistas, etc. São ineficazes, de todo modo, a sanção penal
deve ser a consequência que assegurar a ordem social e jurídica), seja adequada (a pena deve
ser adequada ao grau de ofensividade do bem jurídico nos diversos crimes da Lei, nos fatos
mais diferenciados dos casos e nas particularidades de execução das penas), seja suficiente (as
penas devem ser suficientes para a retribuição e prevenção geral e especial de crimes.).
Rafael Barreto Ramos
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16/09/11
Das penas
- Regimes prisionais
A reclusão pode ser cumprida nos 3 regimes, a detenção só não pode ser executada em
caráter de regime fechado.
Regime fechado
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da
pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Por um outro lado, se o preso progrediu do regime fechado para o semi-aberto, tendo
condições pessoais (saúde, capacidade técnica, disciplina, responsabilidade e auto-domínio),
poderá desde logo trabalhar e/ou estudar fora do estabelecimento prisional. Na prática, como
o Estado não promove trabalho interno, o trabalho e estudo são externos, fora do
estabelecimento prisional.
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se
frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
É estabelecido que o regime aberto exige da pessoa duas qualidades essenciais, Senso de
disciplina e de responsabilidade. Com estas condições pessoais e tendo trabalho ou séria
promessa, a pessoa cumprirá sua pena na casa de albergado (ausência de estrutura de
presídio, cadeia pública tradicional. É um prédio comum). Durante o dia, sem vigilância direta,
trabalhará e/ou estudará em qualquer local próximo do estabelecimento. À noite, o preso é
obrigado a ficar na casa de albergado, do mesmo modo nos fins de semana e feriados.
Rafael Barreto Ramos
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No regime aberto, o Estado não é obrigado a promover serviço e trabalho internos. O piso
prisional somente se aplica quando o preso trabalha internamente.
- Regime Inicial
Art. 33
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito
do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime
mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito),
poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o
início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios
previstos no art. 59 deste Código. (Deve analisar a PERSONALIDADE e a CONDUTA SOCIAL: após o
julgamento do crime, verifica-se a pena que é cumprida por uma pessoa, não podendo ignorar sua
história).
Rafael Barreto Ramos
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19/09/11
- Regime Especial
- Progressão
Crimes hediondos: art. 2º da lei 8072/90: exame criminológico: estudo científico da parte
biológica, psicológica e social do preso, por prevenção, cautela.
Antes de 2007, todos os crimes eram baseados no art. 112 da LEP. Depois de 2007, só há o
requisito temporal, pois o exame criminológico não estava atendendo a demanda, logo, não há
mais requisito subjetivo (bom comportamento).
- Regressão
Prática de crime: qualquer delito (comum ou hediondo, doloso ou culposo, tentado ou consumado).
Na prática a progressão pode ser realizada com prova da tipicidade, não se discute ilicitude e
culpabilidade. Se a pessoa é absolvida, anula-se a regressão e a pessoa retorna ao regime menos severo.
Prática de falta grave: (art. 50, LEP) Provocar tumulto presídio, desobedecer autoridade, agredir
colega de cela, adquirir/transportar aparelhos telecomunicação. Falta grave só causa regressão após
processo administrativo. Se o processo indica o preso como cometedor de falta grave, ele retorna ao
regime mais grave.
Rafael Barreto Ramos
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Soma das penas (pena em execução mais nova, pena anterior): Pessoa que pratica mais de um
crime, fica mais ousada, o que aumenta chance de erro (de captura, por exemplo). Logo de imediato, ela
é condenada pelos últimos crimes e depois descobre-se os primeiros crimes, faz-se as somas dos
mesmos e ele vai para um regime mais rigoroso.
Descumprimento das condições do regime aberto: Embriaguez, uso de drogas, passa fim de
semana na casa da amante, falta de trabalho /estudo sem justificativa, por conta própria começa
trabalhar em outra cidade sem autorização judicial.
Medida alternativa de execução da pena privativa de liberdade sem progressão de regime fora
do estabelecimento prisional mediante o cumprimento de condições.
Não é antecipação da liberdade, pois a pessoa continua a cumprir sentença condenatória, mas
em sociedade, cumprindo as condições legais.
Requisitos
2. Dos presos primários e de boa antecedência que praticaram crimes dolosos (art. 83, I,
CP)
O autor de crime doloso reincidente tem que cumprir mais da metade para ter direito
ao livramento.
4. Dos presos que praticaram crimes culposos, sejam primários, sejam reincidentes.
(art.83, III, CP)
A lei penal não cuida do crime culposo, há uma lacuna, por isso aplica-se a regra mais
favorável. Logo, inciso I.
a) Condenado crime hediondo tem que cumprir mais de dois terços da pena
b) Não pode ser reincidente específico
Crimes hediondos comuns:
- Homicídio qualificado
- Estorção mediante seqüestro;
- Latrocínio
Condições do livramento (art. 132 da LEP)
Detalhes
Art. 132 - Deferido o pedido, o juiz especificará as condições a que fica subordinado o
Livramento
.
§ 1º - Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização deste.
26/09/11
2. Prisão domiciliar
Condenado cumpre as regras do regime aberto em casa.
Causas/Requisitos:
Comprovado com carteira de identidade. Não utiliza-se o termo idoso, pois este é
caracterizado a partir dos 60 anos.
Curável ou incurável
Lei não define a idade (pode ser de 0 a 17 anos). Alguns juízes interpretam:
menores DEPENDENTES da mãe. Outros acreditam que é até os 6 anos. Prevalece
o entendimento de dependência.
Neste caso não importa a idade do filho, desde que este possua necessidade
especial.
Lei não define o mês de gestação, nem se é gestação de risco ou comum. Alguns juízes
exigem necessidade de prisão penal, ou seja, gestação de risco, pouco se fala em
depressão durante a gestação.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Hoje, no Brasil, é muito comum o condenado receber prisão domiciliar fora do Art. 117 por
falta de vagas e/ou casas de albergado. requisito supra-legal.
Exemplo: aidético sem cuidados, preso com câncer que não recebe tratamento médico
adequado, gravidez de alto risco (assistência 24 horas).
É possível conceder prisão domiciliar para quem está em regime semi aberto, para tratamento
médico.
Rafael Barreto Ramos
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30/09/11
Quando começa a cumprir a pena, o indivíduo é saudável, porém, durante seu cumprimento,
fica doente mental, precisando de um tratamento local especializado.
Detração
Prisão enquanto o indivíduo é considerado INOCENTE. Caso seja acusado, resultará na redução da
pena, se absolvido, não há medidas reparatórias.
1) Prisão temporária:
3) Prisão preventiva
- Multiplicidade de processos
Crime Crime
2009 2010
Roubo Roubo
Houve Prisão processual: 6 M. Não foi preso processualmente
Ao final, a pessoa é absolvida Ao final, a mesma pessoa é condenada, recebendo a pena de 4 anos.
Neste caso, o advogado pode argumentar, por questão de justiça, este tempo de 2009 deve
ser utilizado para diminuir a pena de 4 anos do crime de 2010, porém, não é aceito pela
tradição, pois seria como o Estado estivesse distribuindo vales-pena, isto é, estimulando a
delinquência.
Crime Crime
2009 2010
Roubo Roubo
Não ocorreu prisão provisória Ocorreu prisão provisória em 6 meses
Ao final, a pessoa é absolvida Ao final, a mesma pessoa é condenada, recebendo a pena de 4 anos.
2011
O 1º crime é julgado
Detração é aceitável, pois não é visualizado um estímulo à delinquência. Vale ressaltar que
aceitável é passível de discussão, isto é, não é garantida.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Parágrafo único - Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos
mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Parágrafo único - Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.
Art. 126 - O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir,
pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena
.
§ 1º - A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena
por 3 (três) de trabalho.
§ 2º - O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se
com a remição.
§ 3º - A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvido o Ministério Público.
Art. 127 - O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido,
começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.
Art. 128 - O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e
indulto.
Art. 130 - Constitui o crime do art. 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente
prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.
03/10/11
Remição da pena
- Remição pelo trabalho: 3 dias de trabalho diminuem 1 dia de condenação, trabalho este
de 6 a 8 horas, remunerado, específico para cada regime (fechado, semiaberto).
A omissão do Estado não gera direito para o condenado, isto é, se o Estado não promover o
trabalho, de modo algum, o condenado tem direito à remição.
- Remição pelo estudo: 12 horas de estudo reduzindo 1 dia. As 12 horas podem ser dividas
em 3 dias, isto é, 4 horas por dia.
A lei facilita o estudo. Se o trabalho é real, se o estudo for efetivo, tem direito a remição.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30
(trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova
unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.
O cálculo de qualquer benefício é feito com o tempo de condenação, isto é, não se usa o
limite de 30 anos.
Se, por exemplo, no 25º ano, o condenado pratica um novo crime, os 30 anos previstos no art.
75 são completamente anulados, ou seja, voltam a contar do 0.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Permissão de saída
Art. 120 - Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios
poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos
seguintes fatos:
Parágrafo único - A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se
encontra o preso.
Tratamento Médico
A ideia de tratamento médico consultas, exames, cirurgias. Deve ser um tratamento que o
preso não tenha no estabelecimento prisional.
Saída temporária
Art. 122 - Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
Art. 123 - A autorização será concedida por ato motivado do juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a administração penitenciária, e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
reincidente;
Art. 124 - A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada
por mais quatro vezes durante o ano.
Art. 125 - O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como
crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar
baixo grau de aproveitamento do curso.
O condenado tem direito a 7 dias de saída após cumprir 1/6 da pena se réu primário ou ¼ se
reincidente. E ainda deve ter bom comportamento.
Motivos:
- Visita à família;
Prazo
No total são 35 dias no ano, sendo o prazo máximo por saída de 7 dias, tendo que haver um
período de tempo de 45 entre as saídas.
Em caso muito excepcional, para estudo, o condenado pode ficar mais de 7 dias fora do regime
prisional.
Rafael Barreto Ramos
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07/10/11
1. Natureza Jurídica:
São penas substitutivas da privativa de liberdade aplicada.
Em via de regra, na sentença, o juiz aplica a pena privativa de liberdade, depois, se possível,
substitui pela Restritiva de Direitos.
2. Característica Principal:
São penas autônomas. Após a substituição, as Restritivas de Direitos são completamente
independentes da privativa de liberdade.
3. Requisitos
Pena aplicada for igual ou inferior a 4 anos e o crime é cometido sem violência contra a
pessoa.
CUIDADO: Este artigo faz parecer que há requisito para crime culposo em razão de sua
redação imprecisa. Na realidade, NÃO HÁ REQUISITO PARA CRIME CULPOSO. A princípio,
destarte, requisito apenas para crimes dolosos.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
Para corrigir o rigor, a lei estabelece este critério contido no inciso III.
Mesmo que a pessoa seja reincidente, é possível a substituição, desde que favoreça a
sociedade, mas não pode ser caso de reincidência específica.
Importante:
Reincidência absoluta: crimes diferentes que ofendam bens jurídicos distintos. Esta
reincidência é relativa.
Reincidência específica: crimes iguais ou crimes que ofendam o mesmo bem jurídico. Esta
reincidência é absoluta.
4. Espécies:
Há 6 espécies previstas no artigo 43:
I – prestação pecuniária;
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com
alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
5. Prestação Pecuniária:
Encontra-se no art. 45, §1º, do CP.
É uma pena patrimonial, sendo seu objeto o dinheiro, pecúnia. A prestação mínima é de um
salário mínimo e a máxima, 360 salários mínimos.
A base de cálculo da prestação é a real situação econômica do réu, porém, na prática, o que
ocorre, na maioria dos casos, é o fato de o juiz fixar um salário mínimo por estar em dúvida em
relação à condição econômica do réu.
O pagamento deve ser à vista. Se a pessoa provar que não tem condições econômicas, poderá
pedir ao juiz da condenação o pagamento parcelado.
Se o destinatário for a vítima, o valor recebido deverá ser reduzido no montante que receber
posteriormente de indenização civil. Fundado no Princípio do Enriquecimento Ilícito.
Art. 45.
O serviço não pode ser corporal ou lesivo, nem pode ser vexatório. Exemplo de serviço
corporal: exigir como serviço a doação de sangue, medula, órgãos, etc.
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a
jornada normal de trabalho.
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva
em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.
Rafael Barreto Ramos
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14/10/11
Da Pena de Multa
1. Cominação Formal
O Código Penal prevê multa para um crime ou outro sem estipular valores. Formal porque é a
mera previsão da multa sem nenhum valor, nenhuma quantidade.
O segundo elemento estruturante é o valor de cada dia multa. A lei prevê o valor de um
trigésimo do salário mínimo até cinco vezes o salário mínimo.
O salário mínimo considerado como base de cálculo é o salário mínimo nacional real da data
do crime.
Situação econômica não é presumível e o réu não é obrigado a produzir prova contra a si
mesmo, portanto, não é obrigado a demonstrar sua real situação econômica.
Então, desta forma, na dúvida, beneficia-se o réu, estipulando o valor mínimo de multa.
Sentença
3. Destinatário
Fundo penitenciário nacional.
Rafael Barreto Ramos
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4. Pagamento
A regra, é pagamento à vista ou integral. Dez dias após o trânsito e julgado da sentença o
condenado deve pagar a multa integralmente.
Exceções:
5. Conversão
Conforme o artigo 51 do Código Penal, se não houver o pagamento da multa, ocorrerá a sua
conversão em dívida fiscal do Estado. O nome do condenado entra na lista da dívida ativa do
Estado.
21/10/11
1. Espécies
Medida de segurança de internação: é executada em manicômio. Corresponde à pena de
reclusão.
2. Fundamento
É a periculosidade, ou seja, presunção de retorno à delinquência. A sua base é a
inimputabilidade, isto é, a total incapacidade penal.
Quem decide se a pessoa é perigosa é o juiz, mediante uma sentença judicial e não o médico
psiquiatra.
3. Prazos
A lei estipula prazo mínimo e prazo máximo. O prazo mínimo é de 1 a 3 anos.
Então, o prazo máximo passa a ser o prazo máximo à pena cominada para o crime cometido.
Alcançado o prazo máximo, deve o agente ser liberado ou desinternado para que não se defina
o caráter perpétuo.
O ideal é que o agente fosse liberado da esfera penal e fosse para esfera cível, através da
obtenção de um tutor.
Em Minas, há o programa Pai PJ, que auxilia tanto quem cumpre a medida quanto a família do
sujeito.
Ex: homicídio simples, prazo máximo 20 anos. Furto simples, prazo máximo 4 anos.
CUIDADO: A pessoa pode ser dependente de drogas, mas isso não quer dizer que seja
semi-imputável nem inimputável.
Art. 26
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação
de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Rafael Barreto Ramos
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28/10/11
1. Sistema trifásico
A aplicação das penas tem que ser feita em três partes ou fases:
Cada circunstância deve ser examinada individualmente, podendo ser benéfica ou prejudicial
para o réu. É expressamente proibido o exame conjunto das circunstâncias ou estudo seletivo
de uma ou outra que o juiz arbitrariamente considere mais importante.
Circunstâncias
Todas 8 circunstâncias devem ser analisadas individualmente. A análise pode ser favorável ou
prejudicial ao réu. Toda análise deve ser fundamentada nas provas.
Nota: Prova é sempre em 1ª e 2ª instância. STJ, STF não analisam provas exceto em casos de
crimes de ministro. Se mal analisado, volta.
Rafael Barreto Ramos
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3.1. Culpabilidade
Culpabilidade no cálculo da pena base não é a mesma da Teoria do Crime. A pessoa já foi
condenada pela prática do crime, ou seja, já foi reconhecido imputabilidade, exigibilidade de
conduta diversa e afins. É preciso ultrapassar a estrutura do crime.
A base de tudo é a previsão. Uma pessoa que começa a beber pode prever que aquilo pode
provocar a perda do controle do corpo.
Exemplo: Um crime praticado por um jovem de 18 anos não é a mesma coisa de ser praticado
por um de 30 anos, pois o primeiro tem maior chance de cometer por impulso. Assim, como um
sóbrio e um bêbado.
3.2. Antecedentes
A base de análise é uma sentença condenatória transitada em julgado. A pessoa pode ter boa
ou má antecedência criminal. Ela é sempre comprovada por certidão judiciária (documento
judicial de uso processual), ou seja, informes /dados policial não servem para análise de
antecedentes criminais.
Na conduta social, é a forma como a pessoa age na família, empresa, clube, buteco, igreja, etc.
É um bom ou mal pai, filho, etc. Não sob a ótica criminal, mas de acordo com a moral da ética
social. É um histórico social.
3.4. Personalidade
O que é examinado é o caráter ou modo de ver e sentir a vida. Não precisa de exame
científico.
Tudo aquilo que impulsiona o agente do fato ou a finalidade perseguida pelo autor do crime.
Detalhe: o motivo do crime não pode ser elemento constitutivo do tipo penal, agravante e
majorante, pois ocorreria o “bis in idem”. O motivo não pode ser inerente ao crime: o juiz não
pode dizer que o motivo do crime de furto é a ganância.
Rafael Barreto Ramos
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As circunstâncias não podem ser próprias do crime abstrato, nem podem ser agravantes ou
atenuantes, para se evitar o bis in idem.
São circunstâncias que são provadas no processo e pertencem ao fato real/caso concreto.
Contra exemplo:
Art. 121 §4º: majorante crime doloso: crime contra criança ou idoso. Isso não pode majorar o
cálculo da pena base.
Rafael Barreto Ramos
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31/10/11
Circunstâncias Judiciais
As consequências são os efeitos extra típicos do fato que não podem ser inerentes ao crime, às
agravantes e às majorantes.
O juiz não pode utilizar como consequência o alarme social. Ex: “O delito implantou a revolta
na sociedade.” Todo crime deveria criar medo na comunidade.
Em nosso Direito, ninguém tem liberdade absoluta, especialmente, quando age de modo
egoístico e inconsequente.
De todo modo, o juiz deverá analisar, em favor do réu, os comportamentos graves da vítima
do fato-crime.
Exemplo: Há pessoas que não trancam portas, não trancam janelas. “Oportunidade faz o
ladrão.”
Agravantes
As agravantes são taxativamente estabelecidas do artigo 61 ao 64 do Código Penal. Não são
circunstâncias constitutivas do crime, nem são majorantes.
A lei não determina quantidades de agravação das penas, isto é, não há limite mínimo ou
máximo.
O uso de agravante não pode levar a pena base para além da pena máxima abstrata do crime.
Reincidência Provisória
Neste caso, a reincidência seria provisória, pois o crime 2 ainda não foi julgado em definitivo,
não resultando, destarte, em julgado.
Prazo da Reincidência
Por fim, a reincidência no Brasil gera efeitos no Brasil no prazo de 5 anos, contados a partir da
data da extinção da pena ou da punibilidade. Após o prazo, o réu deixaria de ser reincidente,
porém poderia ser considerado possuidor de má antecedência criminal.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia
resultar perigo comum;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude
de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Rafael Barreto Ramos
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Atenuantes
Estão previstas nominalmente, no artigo 65.
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da
sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe
as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
No Artigo 66, estão previstas atenuantes inominadas, constatadas no fato antes ou depois de
sua execução.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior
ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
Ex: a mãe tem seu filho viciado preso por tráfico de drogas, estando este ameaçado pelos presos. Então,
o rapaz, desesperado, pede para sua mãe levar droga em dia de visita na cadeia. A compaixão da mãe
pode ser tida como uma atenuante inominada.
A lei não determina os limites mínimos e máximos de atenuação. Daí, o uso de atenuante não
pode levar a pena base para a aquém da pena mínima abstrata do crime. Isto, principalmente,
para garantir segurança jurídica, uma vez que evitaria loteria da sorte do julgamento do caso.
Em qualquer caso, as atenuantes, mesmo que coincidindo com elementos do crime ou outras
causas de modificação da pena podem ser aplicadas, já que não prejudicam o réu, ou seja, não
haveria bis in idem.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
04/11/11
As especiais, por sua vez, se vinculam às espécies de crimes ou grupos de delitos. Em casos de
concorrência, permitem ao juiz usar o maior aumento de pena ou a menor diminuição das
sanções, desde que as causas concorrentes sejam previstas em normas diferentes. Se forem
previstas em uma mesma norma, serão aplicados cumulativamente.
Exemplos:
- Minorante geral:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
- Majorantes gerais:
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem
os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes,
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
- Minorantes especiais:
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a
pena de um sexto a um terço.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
- Majorantes especiais:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,
não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada
pela Lei nº 11.106, de 2005)
Nota: As majorantes e minorantes não precisam respeitar as penas abstratas da lei, ou seja,
os limites mínimos e máximos, já que são definidas em quantidades de aumento ou de
diminuição pré-estabelecidas no texto normativo.
Diferentemente, agravantes e atenuantes DEVEM respeitar os limites das penas, uma vez que
não possuem quantificação.
Por fim, para evitar bis in idem, as majorantes e minorantes não podem constituir crime nem
podem ser usadas no cálculo da pena base ou como agravantes ou atenuantes.
6. Concurso de Crimes
O último ato, o ato derradeiro do cálculo de crimes. Será o último critério a ser analisado pelo
juiz.
Formas
O Código Penal estabelece 3 formas de concurso de crimes:
Duas ou mais condutas iguais ou diferentes geram dois ou mais crimes homogêneos ou
heterogêneos.
O critério de aplicação da pena é o critério cumulativo, isto é, o juiz deve somar as penas dos
crimes para determinar o total a ser executado em um regime prisional.
IMPORTANTE: Para falar que duas condutas ou mais geram dois ou mais crimes, deve-se ter
certeza que os fatos estão separados no tempo e no espaço. São fatos literalmente distintos
no tempo e no espaço.
Não há propósito definido. Não há encadeamento, sequência nos atos. Os fatos são unidos
posteriormente pela lei, diferentemente quando encadeia-se uma sucessão de fatos visando
um único objetivo.
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido.
No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não
suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste
Código.
Uma única conduta gera dois ou mais crimes iguais ou diferentes. Os atos são aplicados no
mesmo contexto, espaço, tempo.
Se as penas são iguais, o juiz escolhe qualquer uma e aumenta de 1/6 até metade. Se as penas
são diferentes, o juiz escolhe a maior e aumenta de 1/6 até metade.
Exemplo: Acidente de trânsito. Uma única conduta gera lesão, homicídio, dano, etc.
IMPORTANTE: Não se deve confundir os atos de execução de uma conduta com a conduta
propriamente dita. Destarte, não se deve confundir concurso material com concurso formal.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada,
em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.
Uma única conduta gera dois ou mais crimes cujos desígnios são autônomos.
Exemplos:
- Indivíduo portador do vírus HIV decide praticar estupro. Numa mesma conduta, praticará o
crime de estupro e o de perigo de contágio de doença grave.
- Cliente humilhada por uma vendedora lança, pelo lado de fora da loja, uma pedra que
quebra a vidraça e acerta a vendedora.
07/11/11
6.3. Crime continuado (art. 71)
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem
os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes,
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Se divide em dois.
É uma ficção jurídica, uma sequência de fatos que configuraria vários delitos. É considerada
como único crime para se evitar o rigor punitivo do concurso material.
Critério de aplicação da pena: exacerbação: se as penas são iguais, escolhe0se qualquer uma
e aumenta-se de 1/6 a 2/3; se diferentes, aumenta-se de 1/6 a 2/3.
Exemplo: Funcionária trabalha de caixa. Todo final de expediente, subtrai 10 reais, durante 30
dias. Ao final do mês, praticou 30 furtos com o prejuízo de 300 reais. Seria condenada a 30
anos, em razão do concurso material. Mas 30 anos é uma pena muito forte para 300 reais.
Para evitar o excesso punitivo, reconhece-se o crime continuado (o último é desdobramento do
primeiro); estupro doméstico também é considerado crime continuado; ladrões profissionais -
envolvem residência, carga, banco.
Detalhe: a pena pode ser aumentada três vezes, ou seja, aumentada de 1/6 até o triplo.
Art. 68 estabelece sistema trifásico. Depois da análise do concurso de crimes (última etapa
análise de crime) a pessoa está calculada.
a) Simples
b) Por motivo de idade
c) Sursis em razão de saúde
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa,
por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por
quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde
justifiquem a suspensão.
- Requisitos comuns
I) Requisito subjetivo
O réu não pode ser reincidente em crime doloso, condenação definitiva por crime doloso mais
outro. (pelo menos uma definitiva)
II) Requisito individualizador: o juiz deve analisar as circunstâncias do art. 59, exceto
comportamento da vítima e as conseqüências do delito. O estudo do art. 59 deve
ser bem realizado, pois pode beneficiar ou prejudicar o réu.
* Pena igual ou inferior a 2 anos sursis simples. Se for especial pena igual ou inferior a 4
anos.
- Requisitos específicos
Sursis por motivo de saúde: existência de uma doença que justifique a suspensão da execução
(doença grave).
- Prazo de suspensão:
- Condições de suspensão:
No 2º ano em diante: o juiz fixará outras condições adequadas ao fato e à situação pessoal do
condenado.
Para os outros sursis, as mesmas condições. A pena máxima de 2 anos, o juiz suspende a
execução de 2 a 4 anos e neste período a pessoa deve cumprir condições.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a
prática do fato criminoso.
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais
casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à
pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
11/11/11
Extinção da punibilidade
1. Noções
Punibilidade é a pretensão estatal de aplicação da pena cominada ao crime.
2. Conceito
Em sentido geral, punibilidade é a conseqüência jurídica do delito.
3. Espécies
Punibilidade abstrata: decorrente da lei penal.
4. Causas de extinção
As principais causas de extinção, que são verdadeiros limites ao poder punitivo estatal, estão
elencadas no artigo 107 do Código Penal.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
4.1. Morte
Princípio da Intranscedência: A pena não passará da pessoa autora do crime. Não existe
direito a sucessão em relação à pena de crime.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
- Anistia
Atinge o crime anulando todos os efeitos penais. NÃO ANULA OS EFEITOS CIVIS.
- Graça e Indulto
São clemências pela prática de crime comum, ou seja, não hediondo. São concedidos
pelo Presidente da República mediante decreto.
- Conceitos Preliminares
- Conceito
Perdão do ofendido: Após a promoção da ação penal, antes da sentença judicial, o ofendido
ou seu representante legal, pode, de forma voluntária, perdoar o querelado, ou seja, o
suspeito de autoria de crime. É um processo bilateral, isto é, o querelado deve aceitar o
perdão do querelante.
4. “Abolitio criminis”
A lei posterior que favorece a pessoa com a abolição do crime é causa de extinção da
punibilidade. Esta lei é aplicada retroativamente atingindo inquérito policial, processo penal e
execução da pena.
5. Retratação judicial
Nos crimes de calúnia e falso testemunho ou perícia, é possível a retratação judicial que é a
minuciosa revelação da verdade antes da sentença judicial.
A retratação judicial seria uma forma de estimular a pessoa a assumir a mentira e revelar a
verdade.
A razão jurídica é simples em relação aos crimes contra a honra: limpar o nome da vítima,
evitar que o inocente seja condenado e o culpado absolvido.
6. Perdão judicial
Nos crimes culposos, se a conseqüência do fato for muito pior do que a pena, o castigo penal é
desnecessário, devendo o juiz reconhecer a prática do crime e decretar o perdão em sentença
não condenatória.
Exemplo: Mãe atropela o próprio filho manobrando o carro e recebe o perdão judicial. Pai vai
fazer ginástica e esquece o filho dentro do carro, morrendo este por asfixia.
Rafael Barreto Ramos
© 2011
14/11/11
7. Prescrição
7.1. Espécies
a) Prescrição retroativa
b) Prescrição intercorrente
c) Prescrição executória
O prazo prescricional é determinado pela quantidade de pena máxima abstrata ou pela pena
concreta nos termos do artigo 109 do Código Penal.
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de
2010).
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as
privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Nota: A pena concreta é aquela da sentença condenatória, aquela aplicada pelo juiz.
De acordo com o artigo 115 do Código Penal, o prazo prescricional é reduzido pela metade
quando o réu é menor de 21 anos de idade na data do crime ou é maior de 70 anos na data da
publicação da sentença condenatória pelo órgão oficial.
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Além disto, no caso de prescrição executória, o Código Penal estabelece o aumento do lapso
temporal em virtude da reincidência.
Em casos de agravantes, os prazos prescricionais não são alterados, salvo exceção legal, mas,
em casos de majorantes, exceto as dos concursos de crimes o prazo prescricional é aumentado
mesmo que se trate da prescrição abstrata.
O início da contagem dos prazos prescricionais é definido pelo artigo 111 do Código Penal.
Neste os dois termos iniciais mais comuns são a data da consumação do crime e a data da
tentativa do delito.
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que
o fato se tornou conhecido.
Por fim, em caso de concurso de crimes, a lei determina que o prazo prescricional é contado
individualmente.
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência
do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre
durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
7.2.4. Exemplo
7.2.5. Detalhes
A prescrição das penas restritivas de direitos segue a prescrição da pena privativa de liberdade.
A prescrição com base nas penas leves é abrangida pela prescrição com base nas penas graves
em caso de concurso de delitos.
Em caso de pena de multa, a prescrição é regulada de acordo com o artigo 114 do Código
Penal. Quando a multa é aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade, a
prescrição é regida pelo tempo desta.