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Acordão analise

Suspeita de crime compete ao MP investigar crimes.

O tribunal recusou a analisar esta acusação.

Houve recurso para o TC, o acordão é a decisão sobre os argumentos do


Tribunal de Aveiro para não receber a acusação

Argumento material: aquele comportamento pode ou não ser crime?

Não estarão já resolvidas? Conceito formal de crime e conceito material

Condições Fundamentais da vida em sociedade - conceito material de


crime.

1. Dano

2. Proporcionalidade

3. Princípio da Necessidade da Pena

4. Princípio da Subsidariedade /fragmentariadade (só intervém se mais


nada conseguir resolver o problema)

18/2 CRP - sempre tem que ser citado!!!!!! Estão todos estes princípios
referidos
O que se retira deste acórdão são os princípios regras que poderão ser
utilizados para próximos acórdãos.
Bem jurídico penal = dano fundamental À sociedade

Passos iniciais para resolução de casos

1. Dignidade Penal? Comportamento é digno do direito penal?

2. Aferir a necessidade, fazer um filtro. Esse comportamento que tem


dignidade penal necessita de uma pena? Tem que se procurar no Art.18/2
da CRP

Como saber o que e fundamental para a sociedade? Depende a concessão


filosófica de Estado com a qual nos identificamos.

Aula prática nº2

Incesto

Dignidade penal - encontrar nalguma fonte o que é que o


comportamento causa: que valor, direito, norma lesiona.
- ideia de família - quais são os papéis dos pais. O próprio conceito de
família.

- saúde pública - existe esse risco a priori. Muitos encargos de saúde


pública.

- moral/costumes - moralmente errado não é uma prática. É algo que gera


repulsa social historicamente.

- social - um estigma existente socialmente.

Sim poderá importar ao próprio Direito Penal.

Necessidade de usar o direito penal

- liberdade individual

- argumento de igualdade - outros atos também poderão criar doenças nos


descendentes e nem por isso são criminalizáveis. Ex: mulher de 50 anos
ter filhos

- desenvolvimento pessoal

- autodeterminação sexual

Como resolver a dúvida de salvaguardar os bens juridicos vs a


penalização de outros bens jurídicos.
18/2 - só se pode criminalizar se o custo jurídico for inferior ao ganho
jurídico.

1. Que conceito dignidade penal é que podemos adoptar?


2. Pode a dignidade de um puro argumento moral? A professora regente
defende que a própria CRP impede que o Direito Penal se destine a
tutelar valores puramente morais ou a desempenhar fins estritamente
educativos. O Direito Penal tem antes como objectivo a protecção bens
essenciais à convivência em sociedade.
3. Será o conceito de dignidade penal um conceito puramente
constitucional?

Acórdão sobre o Negacionismo

Culpa - juízo pessoal de censura. Juízo pessoal depende da existência de


um crime

Que comportamentos merecem a intervenção do direito penal?

1º Aferição da Dignidade Penal - existência de um direito para a vida em


sociedade, algo que lesione esse direito. Se não afetar não há dignidade
penal. Temos que defender uma tese de dignidade penal.

2º Necessidade de aplicação da pena - ainda que esse ato lesione um bem


jurídico, tem que se ver se esse ato tenha que ser resolvida com o Direito
Penal. Princípio da Subsidiaridade. Tem que se ponderar os argumentos,
prós e contras.

Tem que se ver se o crime que foi cometido no país de origem, também
esta presente na jurisdição no país de acolhimento

Argumentos a Favor da criminalização

1. Dignidade Pessoa Humana - desenvolvimento da personalidade


2. Paz Pública - direitos colectivos da nossa sociedade
3. Religião/ formas de identidade colectiva
4. Verdade
5. Democracia/Intolerância - reconhecimento. Regimes democráticos
dependem de uma garantia. Impõe um dever a todos os cidadãos em que
estes se reconhecem todos os outros como iguais.

Existe um ataque a vários bens com dignidade penal.

Argumentos Contra

A) Liberdade de Expressão 37º - liberdade ideológica e liberdade de


consciência
B) Democracia - pluralismo
C) Laicidade do Estado
D) Liberdade científica
E) Igualdade

Para proteger um direito fundamental tenho que lesar um direito


fundamental.
Como resolver estas questões? - Podemos dizer que não está em causa um
direito fundamental. Common law é um direito tendencialmente absoluto
e é um direito fundador dos próprios regimes democráticos. Na análise
aos custos das penas temos que controlar se com ao criminalizar não
estamos a lesar um direito superior aquele que estamos a tentar proteger.

Acórdão sobre os maus tratos a animais

Dignidade Penal

1. CRP - só tem dignidade penal quando o interesse que foi lesado for
constitucional
2. Bens Jurídico penal - só há crime a existência de um bem jurídico
penal
3. Lesão de Direitos Subjectivos - onde estão direito subjetivos, e esses
sejam lesados, poderá haver crime.
4. Problema sociológico - há d.p sempre que seja posto em perigo ou
lesado um interesse que a sociedade protege
5. Moral/ético sociais - objeto do direito penal é uma ofensa a um direito
moral na comunidade.
6. Conceito puramente positivo - aquilo que o legislador considera que é
crime
Quando estamos a analisar a dignidade penal temos que aplicar a teoria

Doutrina defende a tese do Bem Jurídico Penal - O que é? Definição


do objeto cabe ao Direito Penal. Todas as outras teorias mandam o jurista
ir procurar em vários sítios. É o Direito Penal que define o que protege.
Figueiredo Dias - Todos os interesses individuais e colectivos que tem
um valor social e jurídico .
Prof. Fernanda Palma - Tudo o que seja essencial ao livre
desenvolvimento da pessoa, da sociedade e ao estado de direito
democrático. CRP como uma boa fonte de bens jurídico-penais

Tribunal o crime que está não é objeto do direito penal, não afeta um
direito penal. 1º, 26º,66º CRP.
Tem DG porque protege um BJP
TC defende que o DP não é para proteger sentimentos. Não cabe ao DP
proteger uma relação de solidariedade que ainda por cima não está
prevista na CRP.

Argumentos para dizer que os animais de companhia merecem de


protecção mais do que os animais selvagens:
- Os de companhia como vivem com seres humanos precisam da sua
protecção

Para haver DP (Dignidade Penal) esse bem e esse interesse tem que estar
na própria CRP. Relação entre o DP e CRP não é uma relação de
dependência. Figueiredo Dias e FP - sim há. Mesmo que um determinado
bem não esteja na CRP, poderá ser na mesma considerado com DP.
Perguntas clássicas: 1. Qual o objeto da DP? 2. Esse conceito pode ir
além da Constituição? 3. Relação entre bem jurídico penal e moral?

Para identificar bens jurídicos ver na CRP.


Aula Prática:

Criminologia - estudos não jurídicos do que é o crime. Antecipar onde


o crime aparece.

3 perspectivas:

1. Crime acontecimento individual - estudo sobre as pessoas. Conceito


moderno de criminologia, Lombroso, possibilidade de indentificar os
futuros criminosos medindo o crânio de uma pessoa.
2. Crime como acontecimento social - razão de ser do crime numa
qualquer dinâmica na sociedade. Interacção entre as pessoas
3. Crime como construcção social - procura perceber porque é que como
sociedade associamos certo tipo de atitudes a questões criminais, a algo
que queremos criminalizar.

Material de crime não sermos só juristas, muitas vezes a melhor solução


para proteger o bens juridicos poderá não estar no Direito Penal. Ex: PT
nos finais dos anos 90, deixou de criminalizar o consumo de
estupefacientes. Porque é que aconteceu isto? 1. Era muito caro perseguir
os consumidores de droga 2. Não estava a resultar, o consumo não
parava.

Aula Prática - Acórdão Lenocínio


Origem do problema: não se confunde com a prostituição. Tipos de
comportamento distintos. Lenocínio - fomentar, incentivar a prostituição.
Prostituição - troca remunerada de atos sexuais.

A prostituição não é crime , nem o adquirir é crime.

Crime: 1- sempre que o agente facilitasse, promovesse a prostituição


explorando para o efeito. Legislador chegou à conclusão que esta prova
serem muito difíceis.

Dignidade Penal:

1. Autodeterminação sexual - põe em risco que no futuro esta


autodeterminação, tende a gerar um desiquilibrio neste poder.
2. Saúde Pública
3. Moral/Costumes
4. Segurança

Necessidade de Tutela Penal:

A. Liberdade Económica
B. Autodeterminação Sexual - a pessoa fica limitada a poder escolher
querer trabalhar para o Sr. X e fica limitada a poder trabalhar.

O problema aqui é o próprio enunciado criado pelo legislador. Neste


acórdão, o TC considera que o DP pode tutelar danos a BJ, mas deve
também interferir onde exista perigo. Isto é revolucionário! DP pode
começar a intervir mais cedo, já não tem que esperar pelo dano.

Princípio da Ofensividade - Só cabe o DP que ofendam bens jurídicos;


Princípio do Dano Insignificante- DP não deve intervir quando o Dano é
insignificante. Ex: crimes contra a honra: injúria e difamação.

Direito Penal pode intervir perante o perigo para meios jurídicos. Não
tem que existir ofensa, apenas a prática de atos que cheguem a tal caso.
Prof. Fernanda Palma defende que não obstante haver o risco deste
crime punir crimes em que não há dano,ainda assim é legítimo punir o
lenocínio porque a conduta é muito perigosa na mesma. É perigosa
porque os estudos demonstram que a relação entre a pessoa que tem o
negócio e a prostituto degenera numa situação de abuso. Não é
consensual. TC 2020

1. Crime de mera atividade - basta que o agente tenha aquela conduta que
está descrita, independentemente do resultado comete um crime. 190 CP.
Não tem que existir um resultado. Art. 203, Art.170º crime de
importunação sexual
1.1 Crimes de dano - existe um dano ao bem jurídico. Art.190º
violação de domicílio
1.2 Crimes de Perigo - não existe ainda um dano, mas existe o perigo
de existir um dano. Art.154º
1.2.1 Crimes de perigo concreto - aqui o perigo tem que ser
comprovado, i.e, tem que por em causa um perigo real para um bem
jurídico. Ex:291º, no crime do 291º alem do comportamento tem que se
criar perigo para bens patrimoniais ou para vida. Crimes de Resultado
1.2.2 Crimes de perigo abstracto - o próprio perigo resulta no crime.
Existe probabilidade do dano. Pune-se o agente independentemente de
existir um dano a BJ concretos. Ex: condução sob o efeito de álcool 292º,
independentemente de a pessoa conduzir melhor enquanto está
embriagada, está na mesma a cometer um crime. Há comportamentos que
são intrinsecamente perigosos. Outro exemplo: lenocínio, BJ relacionados
com a pessoa que se prostitui. Quando se pune o dono do negócio,
independentemente de atingir o bem jurídico, como cria perigo então é
punido. - Crime de Mera atividade
1.2.3 Crimes de perigo abstracto-concreto - Art.154-A, são crimes de
aptidão. O comportamento tem que ser apto a causar esse tipo de
perturbação. Não se exige nem o dano, nem um perigo real. Exige-se a
aptidão a causar o dano ao meio jurídico, potencialidade real. A pessoa
que está a ser perseguida pelo seu segurança, não basta estar a perseguir
alguém. Depois a pessoa, não é necessário sentir medo ou inquietação.
Apenas tem que ser um comportamento apto a sentir medo. Ex: Um ninja
persegue-me, mas eu nunca o vejo. Eu estou a ser perseguido, nunca
senti medo, mas o comportamento dele continua a ser apto. Aqui quem
perseguem teria que demonstrar que o comportamento não era apto. O
que caracteriza estes crimes é o meio caminho. “De forma adequada”, é
uma expressão frequente.

2. Crime de resultado - tem de existir um resultado. Art.131º, não se pode


punir alguém por homicídio se não existir o resultado previsto, a morte de
uma pessoa
Fins das Penas

Quando falamos de pena só a podemos aplicar se ela tiver como propósito


o não voltar a acontecer crimes, prevenir. Quando fazemos uma análise a
um crime, temos que pensar que pena é que uma pessoa merece um
crime. Prevenir que a pessoa não volta a cometer o crime e ao mesmo
tempo prevenir que se volta a cometer um crime daquele tipo

Prevenção Geral - produz um efeito junto da comunidade


Prevenção Especial - produz um efeito junto do agente do crime.

Art- 40/ 1 e 2 CP - o código abrange a forma positiva, mas a doutrina


defende que a negativa também deverá ser aplicada.
Prevenção Geral - “protecção de bens jurídicos”
Prevenção Especial - “reintegração do agente na sociedade”
Culpa - “ a medida da culpa”

Como num caso concreto qual é que vale mais? Interpretar o Art.40
Figueiredo Dias - proteger bens jurídicos é o grande objetivo. A pena vai
ter como limite mínimo e máximo que restaure a confiança das pessoas
na protecção daquele bem jurídico. No máximo, trata como limite
também essa restauração. Não se deve ir além disso. A culpa é sempre
necessária. Culpa é um limite inultrapassável: pondero as prevenções e
faço um juízo de culpa e acima desse não poderei ir. A moldura concreta
é dada pela prevenção geral. O juizo de prevenção especial é aplica-se na
moldura concreta.
Fernanda Palma - Critica esta lógica do professor Figueiredo Dias. O
pressuposto é a culpa. Vamos instrumentalizar a pessoa ao interesse da
outras pessoas. Tem que ser segundo a sua culpa, com censura daquilo
que fez.

Lei Penal

Quando é que um determinado conceito de crime e de pena poderão ser


considerados “lei”? Concretização formal de crime

Princípio da Legalidade - 29/1 e 3 da CRP e 1 do CP


Impõe exigências temporais e materiais.

“Nullum crimen, nulla poena sine lege” - sem lei, não pode haver crime
nem pena

Sine lege - Requisitos: 1) Escrita 2) certa 3) prévia 4) Estrita

1) Escrita - princípio da reserva de lei. Só pode existir crime quando a lei


está escrita. Só pode ser lei Art.165 CRP, se for a AR a definir o que é
crime e qual a pena aplicável.

2) Certa - Princípio da tipicidade. Exigência que as normas penais se


expressem sob a forma de tipos sociais. Ex: se a lei penal quiser protger
um BJ tem que punir um tipo social. Se eu disser furto, percebe-se o que
se quer punir. Todos os não juristas têm que saber o que a lei fala, tem
que ser universal. Se não fizer isto a lei penal torna-se incerta e então não
poderá ser aplicada.
3) Prévia - geralmente princípio da retroatividade da lei penal. Para a lei
poder punir um crime e aplicar a pena, tem que ser prévia ao do ato do
agente

4) Estrita - a lei tem que valer estritamente nos limites daquilo que
enuncia. Art.1/3 do CP. Se a Lei Penal quer aplicar a um determinado
cidadão tem que ser previsível naquilo que quer punir
Se a lei está mal escrita, não há crime

Qual o fundamento da legalidade?


Origem individual - saber em concreto o que é ou não crime
Razões externas - se não for concretizada, poderá ser manipulável de
forma a fazer o que quiser.
Segurança jurídica - se a lei for incerta, eu não consigo governar a minha
própria vida pois não sei o que é punido ou não. Se não for escrita, não
pode ser consultada.
Democracia
Culpa - é pressuposto de todas as penas. Não há crime sem culpa, não há
pena sem culpa. Juízo de censura pessoal, juízo de reprovação por ter
lesado um BJ. Os menores nunca são culpados. Um inimputável também
não é capaz de processar um juízo de culpa. Se a lei não for prévia, não
dá para incriminar num facto futuro.
Este princípio é fundamental para a concretização de outros princípios

Normas penais em branco - sentido amplo, sempre que uma parte do


preceito primário ou secundário não consta o enunciado normativo. Lê-se
a norma e há uma parte que não é perceptível . Sentido estrito, o que está
em falta é complementado por uma disposição com valor hierárquico
inferior. Se a norma está em branco, a norma não é certa e assim até
poderá violar o princípio da legalidade. Se está noutro diploma, não está
numa Lei da AR portanto poderá violar o princípio da reserva de lei.
Podem ser legítimas! A lei penal pode cumprir o princípio da legalidade
mesmo que permita uma norma penal em branco. Serão inválidas?
Depende. Quando não revele de modo claro ou quando precise de ser
complementada, será inconstitucionalidade (Art.165/1/c CRP + 29/1 e 3
CRP) . Pode incorrer em 3 inconstitucionalidades: material (norma penal
que esteja redigida de forma a que não seja compreensível a matéria que
está legislada, viola o Art. 29º CRP), formal (tem que ser regulado em Lei
da AR), orgânica (o conteúdo tem que ser decidido pela AR).

1. Interpretação em sentido estrito - Consiste na determinação do sentido


da regra que decorre da fonte, de forma a poder resolver o caso concreto.

2. Finalidade da Interpretação
Teses subjectivistas - determinar o pensamento do legislador, i.e, a
vontade da pessoa concreta que fez a lei
Tese objectivista - determinar o sentido intrínseco da lei, desligado da
vontade de quem a fez

3. Resultado da interpretação

Elemento literal - composto pelas palavras pelas quais a lei se exprime,


cujo sentido é determinado por regras gramaticais.
Elemento lógico - todas as circunstâncias que ultrapassam a letra da lei e
que nos podem auxiliar a perceber o seu sentido
1. Elemento histórico - evolução temporal ou cronológica da feitura da
lei
2. Elemento sistemático - interpretação de uma norma implicar o
conhecimento das normas afins. Na expressão de Inocêncio Galvão
Telles “o preceito não é uma ilha isolada”
3. Elemento teleológico - finalidade ou necessidade que se pretende
satisfazer com a feitura de uma determinada lei

4. Interpretação Declarativa - verifica-se quando o espírito da lei


determinada pelos elementos lógicos coincide perfeitamente com o
significado das suas palavras - há harmonia entre a letra e o espírito da
lei.
5. Interpretação extensiva - o legislador disse menos do que queria
dizer, o sentido literal é mais estreito que o sentido real - o jurista
deverá estender a letra da lei, em função de elemnetos lógicos da
interpretação

6. Interpretação restritiva - o legislador disse mais do que queria dizer,


o sentido literal é mais amplo que o sentido real - deverá limitar a letra
da lei em função dos elementos lógicos

Há formas de interpretação que são passivas de gerar insegurança jurídica


não sendo possível de prever o que poderá ser aplicado. Alguém que não
é jurista, como poderá prever? Sousa Brito, regra da proibição da
analogia aplica se analogicamente à analogia. Proíbe-se também a
interpretação extensiva., aplicando o Art.1/3 do CP. Resto da doutrina,
quais os limites da interpretação? Valorativa, Castanheira Neves.
Positivista. Relevância que dão às palavras que estão na norma.
Valorativa, a letra não é a norma. Positivista, Fernanda Palma e o FD,
interpretação está acorrentada às palavras que o legislador escolheu, se o
legislador se exprimiu de forma imperfeita, culpa dele.

 Proibição da Analogia
Nullum crimen , nulla poena sine lege stricta

Fundamento da proibição do Art. 1/3 do CP, reside na exclusividade da


competência da AR na formulação de normas incriminadoras .

Se a lei penal poder ser aplicada para lá daquilo que não está evidente na
lei penal, então temos uma potencial situação que põe em causa do
princípio da culpa, segurança jurídica e controlo democrático.

Analogia - qualitativa, não existe uma partilha de todas as qualidades,


mas as mais relevantes.

Aplicação da Lei no Tempo

Falta de lei prévia. Perturbação do controlo democrático, salvaguarda do


princípio da culpa. Proibição da retroatividade.
2 princípios - 1) Proibição da retroatividade 2) Possibilidade de aplicar
retroativamente a lei penal se for de conteúdo formal - 1) Igualdade,
manter presa uma pessoa que se tivesse praticado agora não estaria preso
2) Necessidade da Pena, 18/2, a partir do momento que há uma lei nova
que considera tal coisa como não sendo crime, então quem está preso tem
que deixar de estar preso
É muito importante perceber o Art.2 CP estudar muito bem. + Art.3+18/2
CRP.

9 tipos de problemas de lei no tempo que podem sair:


1. Situações de descriminalização. Uma lei nova vem dizer que deixa de
ser crime
2. LN que vem tornar o crime em contra ordenação LN vem tornar contra
ordenação em crime
3. LN altera a descrição do comportamento proibido.
4. LN altera a moldura da pena
5. LN alterar a natureza do crime
6. LN alterar uma norma processual penal
7. LN entrasse em vigor lei de emergencia, crimes que só se aplicam em
determinada altura
8. LN o crime foi considerado inconstitucional
9. LN alterar a modalidade do crime de perigo

Aplicação da Lei no Tempo

1. Qual é a lei aplicável, para isso temos que encontrar o MPF. Porque
aplicamos este critério? Porque é o que está no Art.3 CP. 2 razões:
princípio da culpa e segurança jurídica.
2. Existência de uma nova lei (L2)
3. Analisar se a lei nova materializa uma sucessão de leis. Ver se a lei se
aplica àquele caso
4. Mais ou menos favorável? Temos que explicar o que isto significa : 1)
Proibição da retroatividade 2) Aplicação de lei mais favorável
retroativamente

Art.2/4/2a parte - não regula as situações em que o agente ainda não tenha
cumprido o limite da pena

Lei temporária: não há verdadeiramente uma sucessão de leis. Não existe


continuidade normativa. Tem por base pressupostos de facto novos, é
motivada por um aspecto novo. Ex: Covid, crimes de desobediência. Lei
de emergência que não deu continuidade à lei anterior. Aquilo que
legitimiva o crime de desobediência, era que desobedecer as autoridades
na vigência covid era pior do que em momento normal da vida.

Lei temporária vs Lei de emergência - ambas são leis temporárias em


sentido amplo. LT tem prazo de vigência, LE não tem prazo, acaba
quando o periodo de emregência acabar

Para haver sucessão, o mesmo facto tem que continuar a ser punido da
mesma maneira. Se a LN criar um novo facto é algo que o agente não foi
confrontado e não poderia assim realizar um juízo de facto sobre algo que
não conhecia.

Lei no Espaço
Art.4 e 5 - aplicar o Art.7
Princípios gerais estão nestes artigos.
1. Como e que se identifica o Local da Prática do Facto - Art.7 critério da
ubiquidade, onde ocorreu a conduta, ou onde o crime se consumou. Ex: A
atira a B que está em Espanha e este arrasta-se até à fronteira, aplica-se a
lei portuguesa e o contrario também. - DETERMINAR O LOCAL

2. Se do Art. 7 soubermos que foi em PT, que território é abrangido pela


lei penal portuguesa, art.4.
3. Temos que seguir para o Art.5, praticado no estrangeiro não foi
practicado em território português.Até à aln f.

Objetivo das alineas :


A) Concretização, princípio da defesa dos interesses nacionais. Esta
preenchida se um dos crimes estiver aqui. Crimes em que os BJ violados
tem a ver com interesses nacionais.
B) e E) a lei penal aplica-se para proteger nacionais portugueses ou para
punir nacionais portugueses. Ideia é que se faça turismo criminal, crimes
C) e D) Principio da universalidade, BJ de interesse universal.
F) Concretização de DIP.
Aln E é cumulativa

2º SEMESTRE

Aula nº1
Teoria da infracção penal - é o metodo argumentativo e cientifico de
descoberta do crime.

!Crime - acção, típica, ilícita, culposa e punível!

1º passo para um caso - demonstrar todas estas categorias

Manuais: Figueiredo dias e MFP. Professor Roxin. Prof. Taipa de


Carvalho. Germano marques da Silva

1. A acção
O que é uma acção relevante ao direito penal?
Para que serve identificar uma acção? Têm 3 funções: 1. Função de
Classificação, tentativa de um significado lógico que abranja todas as
formas possíveis de aparecimento do comportamento punível. 2. Função
de Definição e Ligação Sistemática. 3. Função Delimitação
Diferença entre dois comportamentos : atos reflexos vs atomatismo
Qual dos dois podem ser relevantes penalmente?
Problema de não haver acção?
Pode haver omissão? Se sim, como e quais?

É uma categoria cuja existência é ela própria discutida. Há quem entenda


que a categoria não serve para nada.

Conceito de acção é antes ainda de ver os problemas, definir previamente


que comportamentos importam ao direito penal. Isto é um
comportamento que interessa ao direito penal? Isso é o bjectivo para
resolver os casos práticos sobre acções.

Definições de ato penalmente relevante?

1. Comportamento exterior - faltaria uma questão de transparência,


tornar-se- ia arbitrário. Altera o mundo, na medida em que poderá ser
visível

2. Comportamento Humano - os destinatários são humanos. Só interessa


os atos praticados por humanos.

3. “Vontade” - não é necessariamente o desejo de adquirir um objectivo.


Vontade, enquanto correspondência entre um comportamento humano
exterior e um pensamento. Ideia de pura vontade, teoria clássica. Teoria
Finalista, a acção tem que se destinar a um resultado. Jacobs,
comportamento exterior humano que seja evitável. Roxin,
comportamento exterior humano personalidade, aquele ato tem que
coincidir com a pessoa que o está a praticar.

Omissões: Art.10 CP

Como cabem na teoria da acção?


Omissão pura vs impuras - 1. crimes da parte especial do CP, o próprio
legislador disse este crime pratica-se por omissão. ex: um pai que deixa
uma filha afogar-se Art.200 2. ex:

Art.10 - em certas situações é possível equiparar uma omissão a uma


acção.

Como interpretar estes requisitos do art. 10? Doutrina FD vs MFP

Estudar já a tipicidade objectiva. Como é que se encaixa um


comportamento num tipo de crime.

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