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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CRIME.

Conceito, objeto jurídico, sujeitos do delito, conduta criminosa, elemento subjetivo,


consumação e tentativa, exaurimento
1. Conceito - Está sempre no texto da lei.

2. Objetividade jurídica - Bem jurídico protegido pela norma penal. Não existe crime sem
ofensa, dano ou perigo de ofensa ou dano a um bem juridicamente protegido.

3. Sujeitos do delito - Sujeito ativo e sujeito passivo. Sujeito ativo é aquele que realiza a ação
típica, individualmente ou atrelado a outra pessoa.
Observações:
- No Direito Penal, a pessoa jurídica somente pode praticar crime na...
hipótese de crime ambiental - Lei 9.605/98.
- Dependendo de quem é o sujeito ativo do crime, o crime pode ser comum ou próprio.
Crime comum é aquele que tem como sujeito ativo qualquer pessoa, a lei não exige nenhum
requisito para alguém ser sujeito ativo daquele crime. Crime próprio é aquele que o sujeito
ativo tem o requisito posto na lei (exs: peculato, art. 312 e infanticídio, art. 123)
Sujeito passivo é a pessoa física ou jurídica contra quem a ação típica é realizada. É o titular
do bem jurídico tutelado.
Observações:
O Estado é sujeito passivo de todos os crimes, sem nenhuma exceção. Estado é a sociedade
politicamente organizada. Qualquer crime fere a organização do Estado. Às vezes é sujeito
passivo secundário (ex: homicídio), outras vezes principal (ex: falso testemunho).

4. Conduta(s) criminosa(s) - Consiste na análise do “núcleo do tipo penal”. Significa


identificar e compreender o(s) verbo(s) que está(ão) posto(s) na descrição do fato criminoso.
Se houver mais de um verbo (mais de uma conduta, portanto), o crime é de ação múltipla ou
de conteúdo variado. A conseqüência jurídica disso é que o sujeito ativo responde por um
crime só, ainda que ele realize mais de uma conduta criminosa que está no tipo legal. Ex: art.
122, Código Penal.
Dependendo da conduta criminosa, o crime pode ser de forma livre ou de forma vinculada.
Crime de forma livre é aquele em que a conduta pode ser realizada de qualquer maneira - a
lei não indica as maneiras de realização da conduta. Ex: homicídio.
No crime de forma vinculada, a lei indica como a conduta deve ser realizada. Ex:
curanderismo.

5. Elemento subjetivo
Dolo ou culpa.
Dolo é a vontade livre e consciente de não praticar aquilo que deveria ter sido feito.
§ ú do art. 18 do CP: o crime é sempre doloso, só será culposo quando trouxer a previsão.
Culpa em sentido estrito é a prática do ato involuntário, que produz resultado antijurídico não
desejável, porém previsível de acontecer. Art. 18, II, CP: decorre de negligência, imprudência
e imperícia.

6. Consumação e tentativa
Art. 14 do CP:  Diz-se o crime:
Crime consumado - I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal;
Tentativa - II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa  - § ú - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
I: quando nele se reúnem os elementos da sua definição legal.
II: quando iniciada a execução da conduta criminosa (núcleo do tipo penal) não chega ao
momento consumativo por circunstâncias alheias a vontade do agente.
Iter criminis: é o caminho do crime que é dividido em fases:
1) cogitação: o sujeito imagina praticar o delito - esta fase é irrelevante para o direito penal
porque não coloca em risco nenhum bem jurídico tutelado;
2) preparação: o agente começa a desenvolver determinados atos tendentes de que irá iniciar
a execução de uma conduta criminosa, esta fase pode ser relevante como irrelevante,
Relevante quando ela por si só caracteriza crime ou contravenção penal; quando não
caracteriza crime ou contravenção penal é irrelevante.
Ex. 1: penso em matar minha sogra, depois do curso vou comprar uma arma e vou até a casa
dela para matá-la, no meio do caminho uma blitz da policia me para e acha o revólver, é ato
preparatório do crime de homicídio (ato relevante - porte ilegal de arma de fogo)
Ex. 2: vou matar minha sogra com um melado de açúcar já que ela é diabética, saio do curso
e compro açúcar cristal no supermercado e vou para a casa dela, no meio do caminho a
policia me para e acha o açúcar, é ato preparatório de homicídio, mas não é crime carregar o
açúcar, então é irrelevante para o direito penal.
Qual o momento exato em que não se fala em ato preparatório e tem início a
execução do crime?
R: No exato instante em que o bem jurídico tutelado, ou seja, a objetividade jurídica do delito
passa a correr risco efetivo de ser atingido.
3) início da execução: se o crime se consuma é consumado, se o crime não se
consuma é tentado;
A sogra atende a porta quando vou na casa dela matá-la (ato preparatório), entro na casa dela
e estou com o revólver na bolsa (ato preparatório), coloco o revólver na cara dela e a
empregada joga um objeto e o revólver cai no chão (início de execução, pois o bem jurídico
tutelado – vida – tem risco efetivo de ser atingido), e o crime contra a minha sogra
será tentado porque não deu certo.
4) vai levar à consumação;
5) ou à tentativa;
Alguns crimes não admitem tentativa:
Regra não absoluta:
Os crimes materiais (resultado constatado) sempre admitem tentativa, os formais ou de mera
conduta às vezes admitem e às vezes não admitem tentativa.
6) Exaurimento.

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