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O crédito pertence ao homem que está de fato na arena, cuja face está manchada
de poeira, suor e sangue; que luta valentemente; que erra, que “quase chega lá”
repetidamente, porque não há nenhum esforço sem erros e falhas; que realmente se
esforça para fazer as obras; que conhece o grande entusiasmo, grandes devoções;
que se entrega a uma causa nobre; que, no melhor dos casos, conhece, ao final,
o triunfo da grande conquista e que, no pior dos casos, se falhar, ao menos falha
ousando com grandeza, de modo que o seu lugar jamais será entre as almas frias e
tímidas, que não conhecem nem a vitória, nem a derrota.
Ofícios Judiciais 27
Judicial Eletrônico 30
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INTRODUÇÃO
BEM-VINDO, FUTURO ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA JUDICIÁRIA – DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
“Garantir os direitos do cidadão e a paz social por meio da solução célere, transparente e ética dos
conflitos.” – Missão do TJDFT
Que alegria, que honra, nós da família Gran, sentimos quando percebemos que
Gabriel Granjeiro você nos confiou a sua preparação para ser aprovado no concurso do TJDFT. O
Presidente intento do Gran Dicas, o nosso tradicional aulão de revisão de véspera de prova, é
juntar a experiência dos melhores professores do Brasil com o talento dos melhores
Sobre o autor:
alunos e oferecer dicas e conteúdos que – certamente – ajudarão a acertar valiosas
Empreendedor
questões na prova da FGV e colocar você, candidato, na lista dos aprovados e classi-
apaixonado pelo ensino a
ficados para servir – com honra e louvor – aos cidadãos que demandem por serviços
distância.
desse nobre Tribunal de Justiça
Começou a atuar na área
de concursos aos 14 anos Os nossos mestres são experientes porque, além de ex-concurseiros, atuais
de idade. servidores ou especialistas nas suas áreas de atuação, além dos anos ministrando
Fundador e aulas de alto nível, traduzem editais, percorrem o país respondendo provas de certa-
Diretor-Presidente do mes anteriores, elaboram gabarito extraoficial, oferecem recursos para anulação de
Gran Cursos Online e da questões e/ou alteração de gabarito, comentam em nossa plataforma as questões de
Gran Tecnologia e provas, disponibilizam aulas em PDF e muito mais.
Educação S.A.
Os alunos que procuram os nossos eventos são irrefreáveis, imparáveis, sabem o
que querem – mudar de vida –, e conhecem bem a vocação que carregam. Vêm, por-
tanto, no intento de revisar os conteúdos mais importantes cobrados no edital, tirar dúvidas com os professores,
receber dicas de conteúdos que foram explorados em certames anteriores e com chances enormes de caírem na
prova. Foi assim em inúmeros Gran Dicas que realizamos nas capitais e grandes cidades do nosso imenso país.
Então, aproveite, desarme-se, curta o evento, troque experiências com os colegas, registre tudo, concentre-
-se apenas no agora, no presente, no evento e nos bizus dos nossos mestres. É oportuno lembrar que a diferença
entre o aprovado e o reprovado está no detalhe, está – antes de tudo – no saber resolver prova, conhecer o inimigo
que é a FGV, e, claro, ter um pouco de sorte. E isso nós temos convicção de que todos os presentes neste evento
presencial já carregam na bagagem.
Aproveito para fazer-lhe um pedido, como cidadão e contribuinte: quando estiver no exercício do cargo tenha
em mente que você será regido pelos princípios básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.
Já os valores que nortearão o seu dia a dia no Tribunal, no exercício das suas funções, são: ética, integridade,
acolhimento, inovação, efetividade, comunicação, fortalecimento da imagem do Judiciário, equidade, inclusão da
diversidade, sustentabilidade e transparência.
Vá lá, futuro agente público, utilize a sua vocação e seu talento para contribuir com a consolidação do serviço
público brasileiro. Os cidadãos brasileiros precisam de você. A nossa nação, conta com você.
Muito obrigado por ter escolhido o Gran para sua revisão de véspera. Estamos felizes e faremos o possível e
o impossível para que você conquiste uma das vagas.
Vamos juntos, confiantes e com pensamento positivo.
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METAMORFOSES SÃO NECESSÁRIA S ARTIGO
POR GABRIEL GRANJEIRO
MOTIVACIONAL
Em nossa casa, eu e minha esposa, Vivi, temos o privilégio de conviver com a natureza. Não raro, tomamos
café da manhã na companhia de passarinhos e borboletas coloridas que voam aqui por perto. Estas, em espe-
cial, costumam despertar em mim uma boa dose de reflexão, além de sentimentos como esperança, confiança,
fé. Fico pensando que esses mesmos seres um dia foram lagartas, criaturinhas, convenhamos, no mínimo, inde-
sejadas. Ora, ninguém gosta de lagartas como gosta de borboletas, nem há, naquelas, um décimo da beleza que
vemos nestas. Ou seja, no caso desses insetos, uma metamorfose muda tudo, e pra melhor!
Então me pergunto: por que não mudaria também para nós, seres humanos? Cada homem e cada mulher
talvez devesse passar por alguma metamorfose de tempos em tempos… Talvez se, como as borboletas, acei-
tássemos melhor as mudanças necessárias em nossas vidas, nossa constante busca por aperfeiçoamento se
tornasse um pouco menos penosa – ou, no mínimo, mais previsível.
A vida da borboleta começa com um ovo posto numa folha de planta. Quando as condições climáticas são
favoráveis, o ovo eclode e libera uma larva, que é a lagarta propriamente dita. A fase larval dura meses, até a
lagarta se converter em pupa, que constrói para si, com fios de seda produzidos por ela mesma, um casulo. Ali,
entra em repouso e, isolada do mundo, passa por uma transformação total, na escuridão absoluta. Quando está
finalmente pronta, a borboleta rompe o casulo, abre as asas e voa para a liberdade. O que era lagarta, capaz
de apenas rastejar e comer, agora paira sobre matas, poliniza flores, espalha vida e encanta quem quer que a
observe. Uma senhora mudança, não?
Um dado interessante: as borboletas parecem se lembrar do que aprenderam enquanto lagartas. Para com-
provar essa hipótese, cientistas da Universidade de Georgetown realizaram um experimento em que os insetos
foram treinados a evitar certos odores. Na fase larval, eles recebiam choques elétricos sempre que se aproxima-
vam dos locais com os cheiros a serem evitados e, de fato, na fase adulta, continuaram com o comportamento
esquivo. Note como a natureza é perfeita. As experiências vividas por um simples inseto o marcam com cicatri-
zes, lembranças amargas que têm o potencial de moldar sua forma de agir para todo o sempre.
E o que isso tem a ver com você que fará a prova para o TJDFT amanhã? Ora, há, entre nós, seres racio-
nais continuamente em busca de realização pessoal e profissional, quem se sinta como se estivesse estagnado
na fase lagarta, na qual todos parecem nos olhar de maneira atravessada, sem admiração nenhuma e talvez até
com certo desprezo. Há também quem se considere um pouco mais avançado no processo metamórfico, já na
fase do casulo, o que pode ser um tanto angustiante e trazer sentimentos como solidão, além da sensação de
abandono. E há quem gostaria de apenas pular etapas e chegar logo à fase borboleta. Para estes, todo cuidado
é pouco! Metamorfoses são complicadas e exigem paciência. Do grego metamórphosis (prefixo meta, “mudar”,
seguido do sufixo morfo, “forma”), metamorfose significa mudança no caráter, na estrutura, na forma ou aparên-
cia do corpo e até mesmo na forma de vida. Percebe? Não pode ser algo simples e rápido como muitos de nós
gostaríamos.
Então, futuro sevidor, você sabe que, para alcançar um grande feito como o de ser aprovado para uma vaga
no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, é preciso fazer algumas concessões, do mesmo modo
que a larva sabe que, mais dia, menos dia, precisará se aprisionar em crisálida por algum tempo. Estar aqui, no
Gran Dicas, é uma dessas renúncias. Talvez, nos últimos meses, você não teve muito tempo para a família, para
os amigos, para viagens e passeios... Mas é tudo uma questão de tempo, só até você se transformar no feliz
concursado pronto para alçar novos voos.
A fase do casulo pode ser entediante, excessivamente silenciosa, árdua, dolorosa. Pode ser o símbolo maior
da renúncia a que você um dia venha a se submeter. É, contudo, absolutamente indispensável. É nessa etapa
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que nos testamos contínua e diariamente, que descobrimos nosso verdadeiro potencial, que amadurecemos,
que expandimos nosso conhecimento. Só enfrentando uma grande provação, como essa de total isolamento,
podemos de fato ver até onde vai a nossa força, a nossa resistência.
Trata-se de um aprendizado complexo, porém libertador, aceitar-se como sua principal ou única compa-
nhia dentro da crisálida. Pense, contudo, no seguinte: quem se mostra capaz de conviver tão bem consigo, e
apenas consigo, por tanto tempo, ao retomar o convívio com os outros, certamente terá mais humildade e dis-
posição para, por exemplo, no que interessa ao servidor público, atender bem o cidadão-cliente. Afinal, a faceta
libertadora da solidão permite enxergar o mundo com outros olhos, mais bondosos, tolerantes e otimistas que
os antigos.
E eis que sua hora de voar chega, e você logra aprovação no concurso dos seus sonhos. Torna-se, enfim,
uma borboleta. Começa a atrair olhares de admiração, respeito, orgulho. Compreende, então, que as fases de
lagarta e de pupa valeram cada segundo e agradece a bênção do esforço recompensado. Jamais se esquecerá,
é claro, de tudo que enfrentou e sofreu, até porque essa lembrança o ajudará a seguir valorizando onde está e
o que conquistou.
Hoje, lagarta; amanhã, borboleta. Viver, como vimos, envolve diferentes fases, cada qual valorosa ao seu
tempo. A destinada a estudar e aprender, não há como negar, implica certo isolamento e algumas pausas. Os
que aprendem a lidar bem com isso conquistam o que quiserem.
Então, sigamos juntos, aceitando nossas pequenas e grandes metamorfoses, certos de que elas nos tornam
seres melhores e nos aproximam do momento de voar mais alto.
“Afastar-se da cena que o mundo e cada um de nós demanda: eis a fórmula da boa, libertadora e criativa
solidão-solitude.” – Leandro Karnal, filósofo, professor, escritor e palestrante.
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DIREITO PENAL
Érico Palazzo
Érico Palazzo
Delegado de Polícia do Distrito Federal, ex-agente da PCDF. Já atuou como advogado e consultor
tributarista. É especialista em Direito Administrativo pela Fundação Getúlio Vargas e foi aprovado em
diversos concursos públicos das áreas policial e jurídica nos últimos anos. É professor de Direito Penal
e de Legislação Extravagante Penal.
DIREITO PENAL
1. (FGV) Ocorrido um fato criminoso, às vezes 3. (FGV) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ri-
duas ou mais normas se apresentam para regulá-lo, cardo e Bruno, encontram-se em um bar, após uma
surgindo o chamado conflito aparente de normas. reunião cansativa de negócios. Ricardo bebia doses
A respeito de tal questão, assinale a afirmati- de whisky e, mesmo não sendo essa sua intenção,
va incorreta. acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bru-
a. O princípio da subsidiariedade atua como “sol- no bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em
dado de reserva”, aplicando a norma subsidiária seu copo um comprimido de substância psicotrópi-
menos grave quando impossível a aplicação da ca por um eleitor de sua cidade, que também o dei-
norma principal mais grave. xou completamente embriagado. Após, ainda altera-
b. A questão da progressão criminosa e do crime dos, cada um volta para a sede de sua prefeitura e
progressivo é resolvida pelo princípio da absorção apropriam-se de bens públicos para proveito próprio.
ou consunção. Considerando o fato narrado, é correto afirmar que:
c. A pluralidade de fatos e a pluralidade de normas a. Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a em-
são pressupostos do conflito, que aparentemente briaguez de ambos decorreu de força maior.
com eles se identificam. b. Ricardo deverá responder pelo crime praticado,
d. Na progressão criminosa, o agente inicialmente enquanto Bruno é isento de pena.
pretender praticar um crime menos grave, e, de- c. Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes
pois, resolve progredir para o mais grave. praticados, pois a embriaguez nunca exclui a im-
e. No crime progressivo, o sujeito, para alcançar o putabilidade penal.
crime querido, passa necessariamente por outro d. Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responde-
menos grave que aquele desejado. rão criminalmente perante a Câmara de Vereadores.
e. Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a em-
2. (FGV) Diz-se que o crime é doloso quando o agen- briaguez do primeiro foi culposa e do segundo de-
te quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, correu de força maior.
e que o crime é culposo, quando o agente deu causa
a resultado previsível por imprudência, negligência ou 4. (FGV) Com relação à culpabilidade, assinale a
imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que: afirmativa correta.
a. para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa a. A embriaguez em qualquer de suas formas, exce-
integram a culpabilidade. to a preordenada, exclui a culpabilidade.
b. no crime culposo, admite-se a coautoria e a parti- b. Os menores de 18 anos excepcionalmente po-
cipação. dem responder pelo crime praticado de acordo
c. o crime culposo admite como regra a forma com o Código Penal.
tentada. c. O agente que por doença mental era, no momento
d. o dolo direto de segundo grau também é conheci- da sentença, inteiramente incapaz de reconhecer
do como dolo de consequências necessárias. o caráter ilícito do fato praticado, é isento de pena.
e. na culpa consciente, o agente prevê o resultado d. A coação moral irresistível exclui a culpabilida-
como possível, mas com ele não se importa. de por não ser exigível outro comportamento do
agente.
e. A emoção é causa de exclusão da culpabilidade.
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DIREITO PENAL
Érico Palazzo
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Érico Palazzo
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz
Geilza Diniz
Doutora em Direito pelo UniCEUB (2014) e Mestra em Direito Público pela UFPE (2002). Juíza de
Direito do TJDFT desde 2003, tendo sido aprovada em 1º lugar no concurso e com a maior média final
da história do Tribunal. Autora de diversos livros e artigos jurídicos. Professora de Processo Penal e
Técnica de Sentença Criminal e Professora universitária (UFRR e UniCEUB).
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Geilza Diniz
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Vandré Amorim
Vandré Amorim
Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça – STJ, conquistando diversas aprovações em
concursos públicos, e trabalha como coordenador de Inovação e Tribunais no Gran Cursos Online.
Atualmente, ministra aulas de Direito Administrativo e das principais legislações: Leis n. 8.112/1990,
n. 8.429/1992, n. 8.666/1993, n. 8.429/1992 e n. 9.784/1999. Também dá dicas e técnicas de produ-
ção de mapas mentais.
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. (FGV/2022/TJ-AP/JUIZ DE DIREITO SUBSTITU- 2. (FGV/2021/TCE-AM/AUDITOR TÉCNICO DE
TO) A sociedade de economia mista Beta do Município CONTROLE EXTERNO/ÁREA DE MINISTÉRIO PÚ-
X recebeu formalmente, por meio de lei específica, de- BLICO DE CONTAS) O servidor público estadual do
legação do poder de polícia do Município para prestar Amazonas João, insatisfeito com a decisão do Diretor
serviço de policiamento do trânsito na cidade, inclusive do Departamento de Recursos Humanos que lhe ne-
para aplicar multa aos infratores. Sabe-se que a enti- gou um benefício a que entendia ter direito, ingressou
dade Beta é uma empresa estatal municipal de capital com recurso administrativo. O servidor Antônio, auto-
majoritariamente público, que presta exclusivamente ridade competente para julgamento do recurso, não
serviço público de atuação própria do poder público deu provimento ao recurso interposto por João, mas
e em regime não concorrencial. Por entender que o não motivou seu ato, deixando de indicar os fatos e
Município X não poderia delegar o poder de polícia a os fundamentos jurídicos de sua decisão. Levando em
pessoa jurídica de direito privado, o Ministério Público consideração que, à luz das normas de regência e da
ajuizou ação civil pública pleiteando a declaração de situação fática, João realmente não tinha direito sub-
nulidade da delegação e das multas aplicadas, assim jetivo ao benefício pleiteado, o ato administrativo de
como a assunção imediata do serviço pelo Município. desprovimento do recurso praticado por Antônio:
No caso em tela, de acordo com a atual jurisprudência a. está viciado, por ilegalidade no elemento motivo.
do Supremo Tribunal Federal em tema de repercussão b. está viciado, por ilegalidade no elemento forma.
geral, a pretensão ministerial: c. está viciado, por ilegalidade no elemento fi-
a. não deve ser acolhida, pois é constitucional a de- nalidade.
legação do poder de polícia na forma realizada, d. não está viciado, pela teoria dos motivos deter-
inclusive no que concerne à sanção de polícia. minantes.
b. não deve ser acolhida, pois é constitucional a de- e. não está viciado, pois o motivo do ato existe e é
legação do poder de polícia a qualquer pessoa válido.
jurídica de direito privado, desde que cumprido o
único requisito que é a prévia autorização legal.
c. deve ser acolhida, pois é inconstitucional a dele-
gação do poder de polícia, em qualquer das fases
de seu ciclo, a pessoa jurídica de direito privado
integrante da administração indireta.
d. deve ser acolhida parcialmente, pois é inconstitu-
cional a delegação do poder de polícia, nas fases
de seu ciclo de ordem de polícia e de sanção de
polícia, a pessoa jurídica de direito privado inte-
grante da administração indireta.
e. deve ser acolhida parcialmente, pois, apesar de
ser constitucional a delegação do poder de polícia
para o serviço público de fiscalização de trânsito,
é inconstitucional tal delegação no que concerne
à aplicação de multa, que deve ser feita por pes-
soa jurídica de direito público.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Vandré Amorim
3. (FGV/2022/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITU- d. está sujeito a perda da função pública, que atinge
TO) A Constituição Federal adotou a teoria da respon- apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza
sabilidade objetiva do Estado, através da qual o Es- que o agente público detinha com o poder público
tado responde, em razão de sua atividade, se causar na época do cometimento da infração.
danos a terceiros. Sobre a responsabilidade objetiva e. está sujeito à perda da função pública, que atinge
do Estado, analise as afirmativas a seguir. apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza
que o agente público detinha com o poder público
I – Na responsabilidade objetiva, o particular na época do cometimento da infração, podendo
deve demonstrar o ato da administração pú- o magistrado, em caráter excepcional, estendê-la
blica, o dano e o nexo de causalidade, preen- aos demais vínculos, consideradas as circunstân-
chendo os requisitos para a indenização. cias do caso e a gravidade da infração.
II – Na responsabilidade objetiva, se houver a cul-
pa da vítima, afasta-se o dever de indenizar, 5. (FGV/2022/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITU-
pois o Estado não responde sempre. TO) Sobre a remuneração do servidor público, analise
III – Não é preciso provar a culpa do Estado, em as afirmativas a seguir.
caso de responsabilidade subjetiva, ocorren-
do omissão estatal que provoque danos ao I – As gratificações recebidas pelo servidor públi-
particular. co, ainda que a título transitório, se incorpo-
ram à remuneração e não podem ser suprimi-
Está correto o que se afirma em das, pois fazem parte da remuneração.
a. I, somente. II – As modificações do regime jurídico alteram a
b. II e III, somente. remuneração do servidor público, mas o valor
c. I, II e III. recebido deve ser mantido, em razão do prin-
d. I e II, apenas. cípio da irredutibilidade da remuneração.
III – Os subsídios dos agentes políticos são pagos
4. (FGV/2022/PC-AM/DELEGADO DE POLÍCIA) Em de uma só vez, não se admitindo o pagamen-
janeiro de 2022, o policial civil João, do Estado Alfa, to do 13º (décimo terceiro) salário.
de forma dolosa, a fim de obter proveito ou benefício IV – Somente poderá ser fixada ou alterada por lei
indevido para outra pessoa, revelou fato de que tinha específica, observada a iniciativa privativa.
ciência em razão das suas atribuições e que devia
permanecer em segredo, propiciando beneficiamen- Está correto o que se afirma em
to a terceiro por informação privilegiada. Consoante a. I, II e III, somente.
dispõe a Lei de Improbidade Administrativa (com as b. I e II, somente.
alterações introduzidas pela Lei nº 14.230/21), João c. I, II, III e IV.
praticou ato de improbidade administrativa que aten- d. II e IV, somente.
tou contra os princípios da Administração Pública (Art.
11 da Lei nº 8.429/92) e, no bojo de ação civil pública
por ato de improbidade administrativa, o policial
a. não está sujeito a perda da função pública, por
ausência de previsão legal.
b. está sujeito a perda da função pública, que atinge
qualquer vínculo existente entre o agente público
e o poder público no momento do trânsito em jul-
gado da sentença.
c. está sujeito a perda da função pública, que atinge
qualquer vínculo existente entre o agente público
e o poder público no momento em que for prolata-
da a sentença.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Vandré Amorim
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GRAMÁTICA E TEXTO
Diogo Alves
Diogo Alves
Coordenador do projeto Redação Sob Medida. Apresentador do programa GranMática. Graduado em Letras
Português e Comunicação Social. Mestre em Comunicação e Informação. Doutorando em Educação, Tecno-
logia e Comunicação. Atualmente, dedica-se à preparação de estudantes para concursos públicos. É escritor
e produtor de conteúdo em redes sociais e se destaca quanto à metodologia única de ensinar com bastante
bom humor!
GRAMÁTICA E TEXTO
ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO i. Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a
fim de, com o propósito de, com o fito de, propo-
a. Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes sitadamente, com o intuito de, de propósito, inten-
de mais nada, primeiramente, acima de tudo, pre- cionalmente – e as conjunç ões finais.
cipuamente, mormente, principalmente, primor- j. Lugar, proximidade, distância: perto de,
dialmente, sobretudo. próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais
b. Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, adiante, além, acolá – outros advérbios de lugar,
anterioridade, posterioridade, simultaneidade, algumas outras preposiç ões, e os pronomes de-
eventualidade): então, enfim, logo, logo depois, monstrativos.
imediatamente, logo apó s, a princípio, pouco antes, k. Resumo, recapitulação, conclusão: em suma,
pouco depois, anteriormente, posteriormente, em em síntese, em conclusão, enfim, em resumo,
seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atual- portanto, destarte, dessarte, por fim, logo, assim,
mente, hoje, frequentemente, constantemente, às desse modo, dessa forma, dessa maneira, pois
vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, (entre vírgulas e após o verbo...).
sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, si- l. Causa e consequência: daí, por consequência,
multaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, por conseguinte, como resultado, por isso, por
enquanto isso – e as conjunções temporais. causa de, em virtude de, assim, de fato, com efei-
c. Semelhança, comparação, conformidade: to – e as conjunções causais, conclusivas e expli-
igualmente, da mesma forma, assim também, do cativas.
mesmo modo, similarmente, semelhantemente, m. Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, contrário, em contraste com, salvo, exceto, me- nos
mutatis mutandis, de conformidade com, de acor- – e as conjunç ões adversativas e concessi- vas
do com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto (mas, entretanto, no entanto, porém, todavia,
de vista – e as conjunç ões comparativas. contudo, não obstante, embora, conquanto, mes-
d. Adição, continuação: além disso, (a)demais, mo que, ainda que, posto que, apesar de, a des-
outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro peito de, malgrado, em que pese...).
lado, também – e as conjunções aditivas (e, nem, n. Referência em geral: os pronomes demonstrati-
não só... mas também etc.). vos “este” (o mais próximo), “aquele” (o mais dis-
e. Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmen- tante), “esse” (posiç ão intermediária; o que está perto da
te, quiç á, quem sabe? é provável, não é certo, se é que. pessoa com quem se fala); os pronomespessoais;
f. Certeza, ênfase: de certo, por certo, certamen- repetiç ões da mesma palavra, de um sinônimo,
te, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem perífrase ou variante sua; os pronomes adjetivos
dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. último, penúltimo, antepenúltimo, ante- rior, posterior;
g. Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopi- os numerais ordinais (primeiro, se-gundo, etc.).
nadamente, de súbito, imprevistamente, surpre-
endentemente. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever,
aprendendo a pensar/Othon M. Garcia. 26. ed.
h. Ilustração, esclarecimento: por exemplo, isto é,
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.
quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a sa-
ber, ou seja, convém a saber, aliás, ou melhor.
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GRAMÁTICA E TEXTO
Diogo Alves
Assinale a opção que mostra a imperfeição desse pe- Esse pensamento mostra uma série de distintos
queno texto. conectivos; a opção em que se indica o valor correto
a. O emprego de “a ver” em lugar de “a haver”. do conectivo sublinhado é:
b. O emprego de “devido” em lugar de “devida”. a. “que muitas vezes o homem deseja ser ofendido”
c. O emprego de aspas simples em lugar de duplas. / consequência.
d. O emprego de “com base” em lugar de “na base”. b. “para poder se vingar” / explicação.
e. O emprego de “através de” em lugar de “por c. “e não falo apenas de um inimigo habitual” /
meio de”. conclusão.
d. “mas de uma pessoa indiferente” / adição.
24. e. “ou até mesmo” / retificação.
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TÉCNICAS DE PROVA
Fernando Mesquita
Fernando Mesquita
Escritor e professor especialista em técnicas de estudos e em aprendizagem acelerada. Analista Legis-
lativo da Câmara dos Deputados, aprovado em mais de uma dezena de concursos públicos de nível
médio e superior, estaduais e federais, civis e militares. Já foi Técnico Bancário da Caixa, Agente de
Inteligência da ABIN, Analista Administrativo do TRF da 1ª Região. É pai da Olívia e da Pietra, tem
quatro cachorros e mora em Brasília. Atualmente, dirige o programa de mentoria e coaching do Gran
Cursos Online, conhecido como GranXperts.
TÉCNICAS DE PROVA
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Patrícia Dreyer
Patrícia Dreyer
Natural de Brasília (DF), especialista em Direito Processual Civil pela PUC-SP e em Direito Público pela Faculdade
Processus; graduada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (1999). Advogada militante, desde 2000, nas
áreas cível e tributária. Atualmente é professora da Faculdade Processus nas disciplinas de Direito Civil – Obriga-
ções, Contratos, Responsabilidade Civil; e Direito Processual Civil – Recursos. É também professora na Escola
da Magistratura, em pós-graduações e em diversos preparatórios para Exame de Ordem e demais concursos
públicos, das disciplinas de Direito Civil e Direito Processual Civil, Direito do Consumidor e Estatuto da Criança e
do Adolescente. Frequentou o Programa Intensivo de Doutorado em Direito Civil – Família, na Universidade de
Buenos Aires (Argentina). É aluna regular da pós-graduação stricto sensu em Direito da Seguridade Social e Direi-
tos Humanos da AEUDF.
Comentário
Arts. 177 a 179, CPC.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Patrícia Dreyer
Comentário
Arts. 58, 62 e 63, §§ 2º a 4º, CPC.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Patrícia Dreyer
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Patrícia Dreyer
Comentário
Art. 1.022, CPC.
Comentário
Art. 942, CPC.
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PROVIMENTO GERAL DA CORREGEDORIA
APLICADO AOS JUÍZES E OFÍCIOS JUDICIAIS
Francion Santos
Francion Santos
Mestrando (Pós-graduação Stricto sensu) em Direito Constitucional, Bacharel em Direito, Pós-gradu-
ado em Direito Tributário, Tecnólogo em Segurança e Ordem Pública pela Universidade Católica de
Brasília/DF, aprovado no Exame de Ordem 2009/2, Policial Militar entre 1999 e 2011, atualmente é
Assessor Jurídico junto aos Ofícios de Custos Legis da Procuradoria da República no Distrito Federal/
MPF, Tutor dos Cursos Jurídicos Virtuais da Escola Superior do Ministério Público da União – ESMPU,
Instrutor e Palestrante da Seção de Programas de Treinamento (SEPROT) da Procuradoria-Geral da
República/MPF. Autor dos livros: “Provimento Geral da Corregedoria Aplicado aos Juízes e Ofícios
Judiciais” e “Curso de Regimento Interno do TJDFT”.
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PROVIMENTO GERAL DA CORREGEDORIA
APLICADO AOS JUÍZES E OFÍCIOS JUDICIAIS
Francion Santos
e. Errada, pois o réu preso será intimado das sen- d. Os mandados de prisão civil serão expedidos sem
tenças e dos acórdãos por meio de oficial de justi- prazo de validade.
ça. Vejamos: e. Nos mandados que possam exigir apoio policial,
deverá constar a expressão “em caso de necessi-
Art. 9º O réu preso será intimado das sentenças dade, requisite-se reforço policial”.
e dos acórdãos por meio de oficial de justiça,
dispensada a requisição. Comentário
a. Certa, pois está em conformidade com o art. 67
2. De acordo com o Provimento Geral da Correge- do Provimento Geral da Corregedoria. Vejamos:
doria Aplicado aos Juízes e Ofícios Judiciais (PGCA-
JOJ), nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, a au- Art. 67. O diretor de secretaria adotará, como
diência de conciliação será conduzida por conciliador regra, a via postal para a comunicação dos atos
nomeado por ato processuais, utilizando-se do oficial de justiça,
a. da Presidência do TJDFT. exclusivamente, nos casos previstos em lei.
b. da Primeira Vice-Presidência do TJDFT.
c. da Segunda Vice-Presidência do TJDFT. b. Certa, pois está em conformidade com o art. 72
d. da Corregedoria de Justiça do TJDFT. do Provimento Geral da Corregedoria. Vejamos:
e. do respectivo Juiz-Diretor do Fórum.
Art. 72. O mandado para constrição de bens
Comentário deverá indicar todos os dados necessários para
A alternativa “C” é a alternativa correta, pois, de acor- a sua consecução, inclusive o nome da pessoa
do com art. 21 do Provimento Geral da Corregedoria, indicada como depositária e o meio de conta-
nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, a audi- tá-la, sob pena de devolução sem o efetivo
ência de conciliação será conduzida por conciliador cumprimento.
nomeado por ato da Segunda Vice-Presidência do
Tribunal. Vejamos: c. Certa, pois está em conformidade com o art. 74, §
1º, do Provimento Geral da Corregedoria. Vejamos:
Art. 21. Nos Juizados Especiais Cíveis e Crimi-
nais, a audiência de conciliação será conduzida Art. 74. (...)
por conciliador nomeado por ato da Segunda § 1º Do mandado de prisão constará, em desta-
Vice-Presidência do Tribunal ou, em sua ausên- que, o prazo de sua validade, assim considerado
cia, por servidor lotado no juízo. o da prescrição pela pena máxima cominada ao
delito ou pela fixada na sentença condenatória.
3. Acerca da temática “Dos Mandados”, de acordo
com o Provimento Geral da Corregedoria Aplicado aos d. Errada, pois, conforme o art. 75 do Provimen-
Juízes e Ofícios Judiciais (PGCAJOJ), assinale a al- to Geral da Corregedoria, os mandados de pri-
ternativa INCORRETA. são civil serão expedidos com validade de 1 (um)
a. O diretor de secretaria adotará, como regra, a via ano. Vejamos:
postal para a comunicação dos atos processuais,
utilizando-se do oficial de justiça, exclusivamente, Art. 75. Os mandados de prisão civil serão ex-
nos casos previstos em lei. pedidos com validade de 1 (um) ano e renova-
b. O mandado para constrição de bens deverá indi- dos ao fim desse prazo, se ainda não cumprida
car todos os dados necessários para a sua conse- a ordem judicial.
cução, inclusive o nome da pessoa indicada como
depositária e o meio de contatá-la, sob pena de e. Certa, pois está em conformidade com o art. 76
devolução sem o efetivo cumprimento. do Provimento Geral da Corregedoria. Vejamos:
c. Do mandado de prisão constará, em destaque, o
prazo de sua validade, assim considerado o da Art. 76. Nos mandados que possam exigir apoio
prescrição pela pena máxima cominada ao delito policial deverá constar a expressão “em caso de
ou pela fixada na sentença condenatória. necessidade, requisite-se reforço policial”.
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PROVIMENTO GERAL DA CORREGEDORIA
APLICADO AOS JUÍZES E OFÍCIOS JUDICIAIS
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Comentário
a. Certa, pois está em conformidade com o art. 93
do Provimento Geral da Corregedoria. Vejamos:
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PROVIMENTO JUDICIAL APLICADO
AO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO
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PROVIMENTO JUDICIAL APLICADO
AO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO
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PROVIMENTO JUDICIAL APLICADO
AO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO
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e. Certa, pois se trata de indisponibilidade, ocorrida b. Certa, pois está em conformidade com o art. 43
entre as entre 23h e 24h, hipótese na qual incide a do Provimento Aplicado ao Processo Judicial Ele-
regra do art. 12, inciso II, do PAPJE. Vejamos: trônico (PAPJE). Vejamos:
Art. 12. Os prazos que se vencerem no dia da Art. 43. No processo eletrônico, todas as cita-
ocorrência da indisponibilidade serão prorroga- ções, intimações e notificações, inclusive da
dos para o dia útil seguinte, quando: (...) Fazenda Pública, serão realizadas por meio
II – a indisponibilidade ocorrer entre as 23h00m eletrônico.
e as 24h00m.
c. Certa, pois está em conformidade com o art. 44
3. Acerca da temática “Da Tramitação dos Proces- do PAPJE. Vejamos:
sos Eletrônicos”, de acordo com as regras contidas no
Provimento Aplicado ao Processo Judicial Eletrônico Art. 44. Quando, por motivo técnico, for inviável
(PAPJE), assinale a alternativa INCORRETA. o uso do meio eletrônico para a realização de
a. Os atos processuais praticados pelas partes con- citação, intimação ou notificação, ou nas hipóte-
sideram-se realizados no dia e na hora em que ses de ausência de representação da parte por
foram recebidos no sistema PJe. advogados, esses atos processuais poderão
b. No processo eletrônico, todas as citações, intima- ser praticados segundo as regras ordinárias,
ções e notificações, inclusive da Fazenda Pública, mediante digitalização e posterior destruição do
serão realizadas por meio eletrônico. documento físico.
c. Quando, por motivo técnico, for inviável o uso do
meio eletrônico para a realização de citação, in- d. Errada, pois as citações, intimações e notifica-
timação ou notificação, ou nas hipóteses de au- ções de processos em tramitação no sistema PJe
sência de representação da parte por advogados, serão publicadas no Diário da Justiça Eletrôni-
esses atos processuais poderão ser praticados co. Vejamos:
segundo as regras ordinárias, mediante digitaliza-
ção e posterior destruição do documento físico. Art. 45. Serão publicadas no Diário da Justiça
d. As citações, intimações e notificações de proces- Eletrônico as citações, intimações e notificações
sos em tramitação no sistema Pje são dispen- de processos em tramitação no sistema PJe.
sadas de publicações no Diário da Justiça Ele-
trônico. e. Certa, pois está em conformidade com o art. 46
e. As instituições que gozam de prerrogativa de in- do Provimento Aplicado ao Processo Judicial Ele-
timação pessoal serão intimadas através do pró- trônico (PAPJE). Vejamos:
prio sistema PJe, dispensada a publicação no Di-
ário da Justiça Eletrônico se não houver partes Art. 46. As instituições que gozam de prerroga-
ou interessados que, por outro modo, devam ser tiva de intimação pessoal serão intimadas atra-
intimados. vés do próprio sistema PJe, dispensada a pu-
blicação no Diário da Justiça Eletrônico se não
Comentário houver partes ou interessados que, por outro
a. Certa, pois está em conformidade com o art. 42 modo, devam ser intimados.
do Provimento Aplicado ao Processo Judicial Ele-
trônico (PAPJE). Vejamos:
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REGIMENTO INTERNO DO TJDFT
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REGIMENTO INTERNO DO TJDFT
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c. Errada, pois Evódia Ferreira não pode ser eleita 2. Acerca da organização e composição dos órgãos
para nenhum cargo diretivo, uma vez que já exerceu do TJDFT, de acordo com as disposições contidas em
cargos diretivos por um total de 4 anos. Ademais, seu Regimento Interno, assinale a alternativa correta.
também não há de se falar na escolha automática a. O Conselho Especial compõe-se de vinte e um
de Hermenegildo FiIho, por ser o terceiro desem- membros, sendo onze desembargadores mais
bargador mais antigo do Tribunal, como Presidente antigos e dez desembargadores eleitos pelo Tri-
do Tribunal. Vejamos: bunal Pleno, entre eles o Presidente do Tribunal,
o Primeiro Vice-Presidente, o Segundo Vice-Pre-
Art. 374. Até que se esgotem todos os nomes, sidente e o Corregedor da Justiça.
não figurará entre os elegíveis, para qualquer b. Cada Turma compõe-se de quatro desembargado-
outro cargo, o desembargador que houver sido res e um juiz substituto de segundo grau e reunir-
Presidente, salvo se estiver completando man- -se-á na presença de, no mínimo, três julgadores.
dato por período inferior a um ano. c. A Câmara de Uniformização, integrada pelo de-
§ 1º Igualmente não poderá ser eleito quem já sembargador mais antigo das Turmas Cíveis e
houver sido Primeiro Vice-Presidente, Segundo pelos dois desembargadores mais antigos de
Vice-Presidente e Corregedor da Justiça por um cada uma delas, será presidida pelo desembar-
período total de quatro anos. gador mais antigo, em rodízio anual, e a duração
do mandato coincidirá com o ano judiciário.
d. Errada, pois, conforme o supracitado, o art. 374, d. A Comissão de Regimento Interno é composta
caput, do RITJDFT, até que se esgotem todos os por 5 (cinco) membros efetivos e dois membros
nomes, não figurará entre os elegíveis, para qual- suplentes, sendo todos eles eleitos pelo Conselho
quer outro cargo, o desembargador que houver sido Especial.
Presidente. Assim, Epaminondas Júnior encontra- e. O Conselho Especial e o Presidente do Tribunal
-se inelegível. poderão criar comissões temporárias com qual-
e. Errada, pois segundo o art. 374, § 2º, do RI- quer número de membros.
TJDFT, não se admitirá reeleição para o mesmo
cargo. Assim, mesmo na hipótese de Epaminondas Comentário
Júnior estar completando mandato de Presidente a. Errada, pois, embora seja composto por 21 de-
do TJDFT por período inferior a um ano (“manda- sembargadores, sendo 11 pelo critério antiguidade
to tampão”), embora possa concorrer à eleição dos e 10 pelo critério eleição, o Presidente do Tribunal,
cargos de Primeiro Vice-Presidente, Segundo Vice- o Primeiro Vice-Presidente, o Segundo Vice-Presi-
-Presidente ou Corregedor da Justiça, não poderá dente e o Corregedor da Justiça integram o Con-
ser candidato à reeleição ao cargo de Presidente do selho Especial pelo critério antiguidade, não pelo
TJDFT. Vejamos: critério eleição. Vejamos:
Art. 374. Até que se esgotem todos os nomes, Art. 7º O Conselho Especial compõe-se de vin-
não figurará entre os elegíveis, para qualquer te e um membros e é presidido pelo Presidente
outro cargo, o desembargador que houver sido do Tribunal. (Redação dada pela Emenda Regi-
Presidente, salvo se estiver completando man- mental n. 1, de 2016)
dato por período inferior a um ano. (...) § 1º Integram o Conselho Especial: (NR)
§ 2º Não se admitirá reeleição para o (Redação dada pela Emenda Regimental n.
mesmo cargo. 15, de 2019)
I – os onze desembargadores mais antigos,
entre eles o Presidente do Tribunal, o Primeiro
Vice-Presidente, o Segundo Vice-Presidente e
o Corregedor da Justiça; (Redação dada pela
Emenda Regimental n. 1, de 2016)
II – dez desembargadores eleitos pelo Tribunal
Pleno. (Redação dada pela Emenda Regimen-
tal n. 1, de 2016).
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REGIMENTO INTERNO DO TJDFT
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b. Errada, pois, de acordo com o art. 24 do RI- 3. Situação hipotética: Fraternus Father, Procurador
TJDFT, cada Turma Especializada compõe-se de do Distrito Federal, formulou requerimento de gozo de
quatro desembargadores, inexistindo previsão ex- licença paternidade ao seu superior hierárquico, Dr.
pressa de que juízes substitutos de segundo grau Lacedêmon Torres, Procurador-Geral do Distrito Fe-
façam parte da composição das Turmas, estando deral. Por ser desafeto de Fraternus, Dr. Lacedêmon
apenas localizados nestas e nas Câmaras Especia- indeferiu seu requerimento sem qualquer fundamen-
lizadas. Vejamos: tação. A licença estava prevista no regime jurídico da
categoria como direito subjetivo do procurador, tendo
Art. 24. Cada Turma compõe-se de quatro de- sido o requerimento formulado no prazo legal, devi-
sembargadores e reunir-se-á na presença de, damente instruído com a certidão de nascimento do
no mínimo, três julgadores. filho do requerente. Irresignado, Fraternus Father re-
solveu impetrar mandado de segurança contra o ato
Art. 65. Os juízes de direito substitutos de se- coator de Lacedêmon. De acordo com as disposições
gundo grau serão localizados nas Turmas e Câ- contidas no Regimento Interno do TJDFT, assinale a
maras especializadas. alternativa que elenca corretamente o órgão do TJDFT
competente para processamento e julgamento do alu-
c. Certa, pois está em conformidade com a pre- dido mandado de segurança.
visão expressa no art. 17, caput e § 1º, do RI- a. Conselho Especial.
TJDFT. Vejamos: b. Câmara de Uniformização.
c. Câmaras Cíveis.
Art. 17. A Câmara de Uniformização é integrada d. Turmas Cíveis.
pelo desembargador mais antigo das Turmas e. Não se trata de competência de órgão do TJDFT,
Cíveis, que a presidirá, e pelos dois desembar- mas de Juiz da Vara da Fazenda Pública.
gadores mais antigos de cada uma delas.
§ 1º A Câmara de Uniformização será presidi- Comentário
da pelo desembargador mais antigo, em rodízio A alternativa “C” é a correta, pois compete às Câma-
anual, e a duração do mandato coincidirá com ras Cíveis, conforme art. 21, inciso IV, do RITJDFT,
o ano judiciário. (Redação dada pela Emenda processar e julgar mandado de segurança contra
Regimental n. 11, de 2018) ato coator do Procurador-Geral do DF. Vejamos:
d. Errada, pois, embora a Comissão de Regimento Art. 21. Compete às Câmaras Cíveis proces-
Interno seja composta por 5 (cinco) membros efeti- sar e julgar:
vos e dois membros suplentes, sendo todos eles in- IV – o mandado de segurança contra ato de re-
dicados pelo Presidente do Tribunal para aprovação lator de recurso distribuído às Turmas Cíveis,
do Tribunal Pleno. Vejamos: de Juízes do Distrito Federal, do Procurador-
-Geral do Distrito Federal e dos Secretários de
Art. 31. São comissões permanentes: Governo do Distrito Federal e dos Territórios;
I – a Comissão de Regimento Interno;
II – a Comissão de Jurisprudência; Tome cuidado para não confundir o Procurador-
III – a Comissão de Acompanhamento de Está- -Geral do DF com o Procurador-Geral de Justiça do
gio Probatório. Distrito Federal e Territórios. Na hipótese de manda-
§ 1º Os membros das comissões serão indica- do de segurança contra ato coator do Procurador-
dos pelo Presidente do Tribunal para aprovação -Geral de Justiça do DF e Territórios, a competência
do Tribunal Pleno. será do Conselho Especial, conforme art. 13, inciso
I, alínea “c”, do RITJDFT.
e. Errada, pois, de acordo com o art. 33 do RITJDFT,
o Tribunal Pleno (e não o Conselho Especial) e o
Presidente do Tribunal poderão criar comissões
temporárias com qualquer número de membros.
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REGIMENTO INTERNO DO TJDFT
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b. Certa, pois está em conformidade com o art. 387, 8. Acerca do procedimento disciplinar de magistra-
§ 3º. Vejamos: dos, de acordo com as disposições do Regimento In-
terno do TJDFT, assinale a alternativa correta.
Art. 387. (...) a. O Presidente do Tribunal, no caso de magistrados
§ 3º Os cargos de juiz de direito serão providos de primeiro grau, deverá promover, mediante pro-
mediante remoção de juízes de direito ou me- cedimento preliminar, a apuração de falta discipli-
diante promoção de juízes de direito substitutos; nar de que tiverem ciência.
b. Determinada a instauração de processo discipli-
c. Errada, pois a vacância do cargo de juiz de direito nar, pela maioria absoluta dos membros do Con-
substituto de segundo grau, de juiz de direito das selho Especial, o Presidente do Tribunal, no caso
turmas recursais e de juiz de direito será declarada de desembargadores, e o Corregedor da Justiça,
pelo Presidente do Tribunal, e não pelo Corregedor no caso de magistrados de primeiro grau, relata-
de Justiça. Vejamos: rão o processo.
c. Na oportunidade em que decidir pela abertura do
Art. 389. A vacância do cargo de juiz de direi- processo disciplinar, o Conselho Especial, pela
to substituto de segundo grau, de juiz de direito maioria absoluta de seus membros, deliberará
das turmas recursais e de juiz de direito será sobre o afastamento do magistrado, até decisão
declarada pelo Presidente do Tribunal no prazo final ou por prazo determinado, com prejuízo dos
de 10 (dez) dias, permitida uma prorrogação, subsídios.
contados do fato que a ocasionou; d. Na sessão de julgamento do procedimento disci-
plinar, o Presidente do Tribunal e o Corregedor da
d. Errada, pois, conforme o art. 390 do RITJDFT, Justiça não terão direito a voto.
em se tratando de acesso ao cargo de desembar- e. O processo administrativo terá o prazo de 140 (cen-
gador, serão prestadas informações sobre os três to e quarenta) dias para ser concluído, prorrogável,
juízes de direito substitutos de segundo grau, juízes quando imprescindível para o término da instrução
de direito de turma recursal ou juízes de direito mais e houver motivo justificado, mediante deliberação
antigos, para o critério de antiguidade, e sobre to- do Conselho Especial, por maioria simples.
dos os que reúnam condições legais para o critério
de merecimento. Vejamos: Comentário
a. Errada, pois o Presidente do Tribunal, no caso
Art. 390. Em se tratando de acesso ao cargo de de desembargadores, e o Corregedor da Justiça, no
desembargador, serão prestadas informações caso de magistrados de primeiro grau, deverão pro-
sobre os três juízes de direito substitutos de se- mover, mediante procedimento preliminar, a apura-
gundo grau, juízes de direito de turma recursal ção de falta disciplinar de que tiverem ciência, con-
ou juízes de direito mais antigos, para o critério forme previsão do art. 410 do RITJDFT. Vejamos:
de antiguidade, e sobre todos os que reúnam
condições legais para o critério de merecimento. Art. 410. O Presidente do Tribunal, no caso de
desembargadores, e o Corregedor da Justiça,
e. Errada, pois caberá ao Tribunal Pleno (e não ao no caso de magistrados de primeiro grau, de-
Conselho Especial) examinar e decidir os requeri- verão promover, mediante procedimento pre-
mentos de remoção, de promoção e de permuta, liminar, a apuração de falta disciplinar de que
podendo abster-se temporariamente de indicar no- tiverem ciência.
mes, se assim recomendar o interesse público.
b. Errada, pois, determinada a instauração de pro-
Art. 391. Caberá ao Tribunal Pleno examinar e cesso disciplinar, pela maioria absoluta dos mem-
decidir os requerimentos de remoção, de pro- bros do Conselho Especial, será sorteado novo re-
moção e de permuta, podendo abster-se tem- lator para o processo. Vejamos:
porariamente de indicar nomes, se assim reco-
mendar o interesse público.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aragonê Fernandes
Aragonê Fernandes
Juiz de Direito do TJDFT. Ex-Promotor de Justiça do MPDF. Ex-Assessor de Ministros do STJ. Ex-Analista
do STF. Aprovado em vários concursos públicos. Professor de Direito Constitucional do Gran Cursos Online.
DIREITO CONSTITUCIONAL
– Constituição: conceito, objeto, elementos e classifi- creto e abstrato de constitucionalidade do direito
cações; supremacia da Constituição; aplicabilidade estadual. Súmula Vinculante. Defesa do Estado e
das normas constitucionais. Interpretação do texto das instituições democráticas.
constitucional. Poder Constituinte: originário, deri- – Sistema Tributário Nacional: princípios gerais, limi-
vado e decorrente. tações do poder de tributar, impostos da União, dos
– Princípios fundamentais. Estados e dos Municípios.
– Direitos e garantias fundamentais: direitos e deve- – Ordem social.
res individuais e coletivos; direitos sociais; naciona-
lidade; direitos políticos; partidos políticos. Habeas 1. O Tribunal de Contas de um Estado da Federação,
corpus. Mandado de segurança. Mandado de injun- ao analisar a legalidade de determinado convênio em
ção. Habeas data. nível estadual, concluiu que o Governador do Estado
– Organização do Estado: organização politicoadmi- foi responsável por fraude milionária. Assim sendo, o
nistrativa: União; Estados federados; Municípios; TCE encaminhou cópias de seu processo administra-
Distrito Federal; Territórios; intervenção. tivo, em forma de peças de informação, ao Ministério
– Administração Pública: disposições gerais; servi- Público. Em relação a eventual crime comum pratica-
dores públicos; militares dos Estados, do Distrito do pelo Governador do Estado em exercício, no caso
Federal e dos Territórios. em tela, a atribuição para oferecer denúncia é do:
– Organização dos poderes no Estado: Poder Legis- a. Procurador-Geral de Justiça, que deverá fazê-lo
lativo: estrutura, funcionamento e atribuições; perante o Órgão Especial do Tribunal de Justi-
Comissões Parlamentares de Inquérito; Tribunal ça local.
de Contas do Estado: composição e competência. b. Procurador de Justiça com atribuição criminal,
Processo legislativo; que deverá fazê-lo perante a Secção Criminal do
– Poder Executivo: Presidente da República: atribui- Tribunal de Justiça local.
ções, prerrogativas e responsabilidades; Ministros c. Procurador-Geral da República, que deverá fazê-
de Estado; Conselho da República e de Defesa -lo perante o Superior Tribunal de Justiça.
Nacional. d. Procurador-Geral de Justiça, que deverá fazê-lo
– Poder Judiciário: disposições gerais; órgãos do perante o Supremo Tribunal Federal.
Poder Judiciário: organização e competências; e. Promotor Criminal, que deverá fazê-lo perante o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ); Juízo Criminal de primeiro grau de jurisdição.
– Funções essenciais à Justiça: Ministério Público:
princípios, garantias, vedações, organização e
competências; advocacia pública: advocacia e
defensoria pública;
– Controle de constitucionalidade: sistemas gerais e
sistema brasileiro; controle incidental ou concreto;
controle abstrato de constitucionalidade; Ação
Declaratória de Constitucionalidade; Ação Direta
de Inconstitucionalidade; Arguição de Descumpri-
mento de Preceito Fundamental; Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão; Ação Direta de
Inconstitucionalidade Interventiva; controle con-
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aragonê Fernandes
2. O presidente da autarquia WW foi informado de que 3. Germano pretendia se candidatar a cargo eletivo
dois órgãos de execução do Ministério Público tinham nas próximas eleições. Com tal objetivo, procurou um
instaurado, respectivamente, um procedimento de inves- advogado e foi informado de que era alcançado por
tigação criminal e um inquérito civil, com o objetivo de causa de inelegibilidade prevista na Constituição da
apurar, nessas esferas de responsabilização, notícias de República de 1988. É correto afirmar que uma causa
irregularidade na aplicação de recursos públicos no âm- de inelegibilidade de natureza constitucional:
bito do referido ente da Administração Pública indireta. a. sempre impede que o interessado concorra a
Dias depois, o presidente recebeu duas requisições qualquer cargo eletivo.
de informações e documentos, em parte coincidentes, b. somente alcança os cargos eletivos vinculados a
para instruir cada uma das investigações, o que estra- um ente federativo em particular.
nhou sobremaneira, já que suas contas de gestão c. será afastada se houver a desincompatibilização
tinham sido aprovadas pelo Tribunal de Contas. no prazo indicado pela ordem jurídica.
d. somente alcança cargos eletivos específicos,
Instada a se manifestar, a assessoria jurídica da autar- conforme a causa geradora da inelegibilidade.
quia respondeu corretamente que e. pode alcançar todos os cargos eletivos, um cargo
a. ambas as requisições devem ser atendidas, pois o eletivo específico ou os cargos eletivos vincula-
Ministério Público tem atribuição tanto para investigar dos a um ente federativo em particular.
a prática de infrações penais, quanto de ilícitos civis.
b. somente deve ser atendida a requisição afeta à 4. Alguns partidos políticos com representantes no
investigação civil, pois a apuração criminal era Senado Federal fizeram um acordo, com o objetivo
privativa dos órgãos da polícia, federal ou civil, de tornar viável a instauração de Comissão Parlamen-
conforme o caso. tar de Inquérito (CPI), visando a apurar uma série de
c. as requisições realizadas diretamente pelo Minis- atos praticados no âmbito de uma autarquia federal,
tério Público, sem prévia aprovação pelo juízo ao relacionados à contratação de determinada socieda-
qual o respectivo órgão está subordinado, não de- de empresária sem a prévia realização de processo
vem ser atendidas. licitatório. A partir desse acordo, foram colhidas 27 as-
d. somente deve ser atendida a requisição afeta à sinaturas de senadores, foi indicado o período de fun-
investigação criminal, pois caberia ao ente fede- cionamento da CPI e encaminhado o requerimento de
rativo eventualmente lesado adotar as medidas instauração ao órgão diretivo competente. À luz dessa
necessárias à correção das irregularidades. narrativa, é correto afirmar que:
e. a aprovação das contas de gestão pelo Tribunal a. a instauração da CPI depende do juízo de valor
de Contas gera a presunção relativa de regulari- do órgão diretivo competente, que irá avaliar a
dade na aplicação dos recursos, sendo necessá- sua conveniência para o regular desenvolvimento
ria a prévia reforma dessa decisão para a realiza- das atividades da Casa Legislativa.
ção de investigações. b. o requerimento de instauração tem a natureza de
comunicação, de modo que a CPI já está instau-
rada apenas com a colheita das assinaturas ne-
cessárias para tanto.
c. a instauração da CPI depende de autorização da
maioria simples dos membros da Casa Legislati-
va, cuja eficácia não pode ser obstada por qual-
quer órgão diretivo.
d. a CPI deve ser instaurada, enquanto direito da mi-
noria, o que não pode ser obstado pela vontade
da maioria parlamentar ou de órgão diretivo da
Casa Legislativa.
e. a CPI não pode ser instaurada, já que o requeri-
mento carece do número mínimo de assinaturas e
não indica fato certo e determinado a ser apurado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aragonê Fernandes
5. O Estado Alfa editou lei dispondo sobre as medi- 6. A organização internacional de cooperação XX
das de proteção à população estadual durante o plano celebrou contrato com o Município Alfa. À míngua de
de contingência da Secretaria de Estado da Saúde de previsão de qualquer foro de eleição, a organização
enfrentamento ao novo coronavírus. No referido diplo- internacional procurou um advogado brasileiro e o
ma legal, entre outras previsões, ficou estabelecido consultou sobre a possibilidade de ajuizar uma ação,
que a concessionária de serviço público essencial de em face do Município Alfa, perante o órgão competen-
fornecimento de energia elétrica está proibida de cor- te do Poder Judiciário brasileiro, em razão do descum-
tar o fornecimento residencial de seus serviços por fal- primento de cláusula contratual por parte desse ente.
ta de pagamento das respectivas contas dos usuários,
enquanto perdurar o estado de emergência decorren- O advogado respondeu, corretamente, que eventual
te da situação de extrema gravidade social da pande- causa seria processada e julgada:
mia, no âmbito estadual. Maria atrasou o pagamento a. por juiz federal, com recurso ordinário para o Su-
de sua conta de luz, em março de 2021, no ápice da perior Tribunal de Justiça.
pandemia no Estado Alfa, e a concessionária cortou o b. por juiz federal, com recurso ordinário para o Su-
fornecimento de energia elétrica. premo Tribunal Federal.
c. por juiz federal, com recurso de apelação para o
Maria buscou assistência jurídica na Defensoria respectivo Tribunal Regional Federal.
Pública que imediatamente ajuizou a medida judicial d. pelo Superior Tribunal de Justiça, com recurso or-
cabível e sustentou, de acordo com o entendimento do dinário para o Supremo Tribunal Federal.
Supremo Tribunal Federal, que a citada lei estadual é: e. pelo Supremo Tribunal Federal, somente sen-
a. constitucional, por versar, essencialmente, sobre do cabíveis recursos endereçados ao próprio
defesa e proteção dos direitos do consumidor e Tribunal.
da saúde pública, sendo concorrente a competên-
cia da União, dos Estados e do Distrito Federal
para legislar sobre a matéria.
b. inconstitucional, mas o corte de energia elétrica
foi ilegal, eis que o ordenamento jurídico exige
que a concessionária proceda ao aviso prévio e
que o inadimplemento da usuária Maria seja su-
perior a noventa dias.
c. inconstitucional, por interferir no equilíbrio econô-
mico e financeiro do contrato de concessão, razão
pela qual somente a União pode legislar sobre o
tema, mas o corte de energia elétrica foi ilegal,
pois não houve motivo de ordem técnica ou de
segurança das instalações.
d. constitucional, por tratar de normas editadas em
razão da crise sanitária, que interferem na estru-
tura de prestação do serviço público de energia
elétrica, sendo concorrente a competência da
União, dos Estados, do Distrito Federal e Municí-
pios para legislar sobre a matéria.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aragonê Fernandes
7. Ao promotor de justiça André lotado em Promo- 8. Após ampla mobilização popular, o Estado Alfa
toria da Infância e Juventude da capital do Estado editou a Lei n. XX/2020, que impunha aos estabele-
Beta, após processo administrativo disciplinar (PAD) cimentos voltados à compra e venda de mercadorias
que tramitou perante o Conselho Nacional do Minis- o dever de oferecerem determinadas garantias aos
tério Público (CNMP), foi aplicada sanção disciplinar consumidores. Ocorre que diversos juízes, em sede
em razão de ter incorrido em faltas injustificadas no de controle difuso de constitucionalidade, afastavam
órgão de execução de que é titular, prejudicando o a aplicação da Lei nº XX soB) o argumento de que ela
andamento de procedimentos que por lá tramitam. era materialmente inconstitucional.
Inconformado com a punição, o promotor de justiça Sensível a esse quadro, o Partido Político WW consul-
André ajuizou ação ordinária em face da União e do tou o seu advogado sobre a possibilidade de ser ajui-
Estado Beta, perante uma Vara Federal da capital do zada ação declaratória de constitucionalidade (ADC),
Estado Beta, pretendendo a declaração de nulidade tendo como objeto o referido diploma normativo.
da sanção disciplinar aplicada pelo CNMP, por ofensa
ao contraditório e à ampla defesa durante o PAD. O advogado respondeu corretamente que
a. é possível o ajuizamento da ADC, o que deve ser
Consoante atual jurisprudência do Supremo Tribunal feito perante o Tribunal de Justiça do Estado Alfa,
Federal sobre o tema, a competência para processar e sendo exigida a demonstração da controvérsia
julgar a ação manejada pelo promotor é do(a): sobre a aplicação da Lei n. XX.
a. Supremo Tribunal Federal, pois se trata de ato b. é possível o ajuizamento da ADC, o que deve ser
praticado pelo Conselho Nacional do Ministério feito perante o Supremo Tribunal Federal, sendo
Público correlato a suas atividades finalísticas exigida a demonstração da controvérsia sobre a
previstas constitucionalmente. aplicação da Lei nº XX.
b. Superior Tribunal de Justiça, pois se trata de ato c. é possível o ajuizamento da ADC, observados
praticado pelo Conselho Nacional do Ministério os requisitos exigidos, desde que não tenha sido
Público correlato a suas atividades administrati- ajuizada ação direta de inconstitucionalidade em
vas previstas constitucionalmente. momento anterior.
c. Vara da Fazenda Pública da capital da Justiça d. não é possível o ajuizamento da ADC, conside-
Estadual do Estado Beta, pois se trata de ato pra- rando o seu reduzido lapso temporal de vigência.
ticado pelo Conselho Nacional do Ministério Pú- e. não é possível o ajuizamento da ADC, que não
blico correlato a suas atividades administrativas pode ter por objeto lei estadual.
previstas constitucionalmente.
d. Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, local 9. João, sentindo-se lesado em um direito funda-
onde está sediado o CNMP, pois se trata de ato mental, procurou o seu advogado e solicitou que in-
praticado pelo Conselho Nacional do Ministério gressasse com a ação judicial cabível. Após analisar a
Público correlato a suas atividades administrati- Constituição da República de 1988, o advogado cons-
vas previstas constitucionalmente. tatou que uma de suas normas, apesar de dispor so-
e. Vara Federal da capital do Estado Beta, em razão bre o referido direito, permitia que ele fosse restringido
do local onde ocorreram os fatos objeto do PAD, pela lei, o que de fato ocorrera. Concluiu, com isso,
pois se trata de ato praticado pelo Conselho Na- que não houve qualquer lesão ao direito de João.
cional do Ministério Público correlato a suas ativi-
dades finalísticas previstas constitucionalmente. Sob a ótica da aplicabilidade, a narrativa acima faz
menção a uma norma constitucional de eficácia:
a. plena.
b. pragmática.
c. limitada.
d. contida.
e. institutiva.
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DIREITO CIVIL
Carlos Elias
Carlos Elias
Consultor Legislativo do Senado Federal na área de Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único
aprovado no concurso). Advogado. Ex-Advogado da União (AGU). Ex-Assessor de Ministro do STJ.
Doutorando e mestre em Direito na Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º
lugar no vestibular de Direito na UnB 1º/2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-
-graduado em Direito Público. Professor de Direito Civil e de Direito Notarial e Registral.
DIREITO CIVIL
IMPENHORABILIDADE DE BEM DE FAMÍILIA DO Lei n. 8.009/1990
FIADOR MESMO PARA LOCAÇÃO COMERCIAL Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qual-
quer processo de execução civil, fiscal, previ-
denciária, trabalhista ou de outra natureza, sal-
1) É constitucional a penhora de bem de família per-
vo se movido: (...)
tencente a fiador de contrato de locação, seja comer-
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel
cial, seja residencial.
oferecido como garantia real pelo casal ou pela
entidade familiar; (...)
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITU-
VII – por obrigação decorrente de fiança conce-
CIONAL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRA-
dida em contrato de locação.
VO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE
Precedente
IMÓVEL COMERCIAL. BEM DE FAMÍLIA DO
RECURSO ESPECIAL – LOCAÇÃO – AUTOS
FIADOR. PENHORABILIDADE. TEMA 295. RE
DE AGRAVO DE INSTRUMENTO NA ORIGEM
612.360. DISTINGUISHING. FIANÇA DADA
– PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
EM LOCAÇÃO RESIDENCIAL. MULTIPLICI-
IMPENHORABILIDADE DE BEM DE FAMÍLIA
DADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS.
OFERECIDO EM CAUÇÃO – INSTÂNCIAS
DISSENSO JURISPRUDENCIAL. PAPEL
ORDINÁRIAS QUE REJEITARAM O PEDI-
UNIFORMIZADOR DO SUPREMO TRIBU-
DO. INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE
NAL FEDERAL. RELEVÂNCIA DA QUESTÃO
AGRAVANTE.
CONSTITUCIONAL. MANIFESTAÇÃO PELA
Hipótese: possibilidade de penhora de bem de
EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
família oferecido como caução, pelos recorren-
STF, RE n. 1.307.334 RG, Relator(a): MINIS-
tes, em contrato de locação comercial firmado
TRO PRESIDENTE, Tribunal Pleno, julgado em
entre o recorrido e terceiro.
04/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
1. O escopo da Lei n. 8.009/1990 não é proteger
044 DIVULG 08/03/2021 PUBLIC 09/03/2021.
o devedor contra suas dívidas, mas sim a enti-
CAUÇÃO DE IMÓVEL NÃO ESTÁ NAS EXCEÇÕES dade familiar no seu conceito mais amplo, razão
DO ART. 3º DA LEI DE BEM DE FAMÍLIA pela qual as hipóteses permissivas da penhora
do bem de família, em virtude do seu caráter
excepcional, devem receber interpretação res-
2) Caução de imóvel não está nas exceções do art. 3º
tritiva. Precedentes.
da Lei n. 8.009/1990. Nesta, excepciona-se a hipoteca
2. O benefício conferido pela mencionada lei é
do imóvel pelo casal ou a fiança (art. 3º, V e VII, da
norma cogente, que contém princípio de ordem
Lei n. 8.009/1990), o que não inclui a caução. Como é
pública, motivo pelo qual o oferecimento do
indevida a renúncia à proteção do bem de família, este
bem em garantia, como regra, não implica re-
segue impenhorável mesmo se houver oferecimento
núncia à proteção legal, não sendo circunstân-
voluntário dele em caução.
cia suficiente para afastar o direito fundamental
à moradia, corolário do princípio da dignidade
da pessoa humana. Precedentes.
3. A caução levada a registro, embora constitua
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9) O atraso, por parte de instituição financeira, na 10) É de dez anos a pretensão por responsabilidade
baixa de gravame de alienação fiduciária no registro civil contratual (art. 205, CC).
de veículo não caracteriza, por si só, dano moral in
re ipsa. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECURSO
MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC. OBRI-
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. GAÇÃO DE FAZER COM CONVERSÃO EM
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ALIENAÇÃO FIDU- PERDAS E DANOS. DESCUMPRIMENTO
CIÁRIA. DEMORA NA BAIXA DE GRAVAME CONTRATUAL. CONTRATO VERBAL SEM
DO VEÍCULO. DANO MORAL NÃO PRESU- DETERMINAÇÃO DE PRAZO. PRESCRIÇÃO
MIDO. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E DECENAL. TERMO INICIAL. DATA DA NOTIFI-
DESPROVIDO. CAÇÃO. RECURSO PROVIDO.
1. Para os fins do art. 1.036 do CPC/2015, a 1. Aplica-se o NCPC a este julgamento ante
tese firmada é a seguinte: “O atraso, por parte os termos do Enunciado Administrativo nº 3
de instituição financeira, na baixa de gravame aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de
de alienação fiduciária no registro de veículo 9/3/2016: Aos recursos interpostos com funda-
não caracteriza, por si só, dano moral in re ipsa”. mento no CPC/2015 (relativos a decisões publi-
2. Julgamento do caso concreto. cadas a partir de 18 de março de 2016) serão
2.1. Verifica-se que o Tribunal de origem anali- exigidos os requisitos de admissibilidade recur-
sou todas as questões relevantes para a solu- sal na forma do novo CPC.
ção da lide, de forma fundamentada, não haven- 2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Jus-
do falar em negativa de prestação jurisdicional. tiça definiu que nas pretensões relacionadas a
2.2. O acórdão recorrido concluiu que a demora responsabilidade contratual, se aplica a regra
na baixa de restrição após a quitação do finan- geral (art. 205 do CC/2002), que prevê dez
ciamento, por si só e quando não comprovado anos de prazo prescricional, e, nas demandas
real dano à pessoa, não passa de mero dissa- que versarem sobre responsabilidade extracon-
bor, não provocando abalo suficiente à violação tratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V,
dos direitos inerentes à personalidade, confor- do mesmo diploma, com prazo prescricional de
me a tese acima firmada, o que impõe o despro- três anos.
vimento do recurso especial. 3. O termo a quo do prazo prescricional está
3. Recurso especial conhecido e desprovido. diretamente relacionado ao surgimento do in-
REsp 1881453/RS, Rel. Ministro MARCO AU- teresse processual para a propositura da ação;
RÉLIO BELLIZZE, SEGUNDA SEÇÃO, julgado enquanto não houver interesse, condição da
em 30/11/2021, DJe 07/12/2021. ação, não se inicia a prescrição.
4. Na falta de predeterminação de data para o
cumprimento da obrigação, é necessário cons-
tituir o devedor em mora, para então surgir a
pretensão de cobrança.
5. Na espécie, proposta a ação antes de findo
o prazo decenal após a notificação dos devedo-
res, deve ser afastada a prescrição.
6. Recurso especial provido.
REsp n. 1.758.298/MT, relator Ministro Moura
Ribeiro, Terceira Turma, DJe de 5/5/2022.
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ART. 1.829, I, DO CC: VIÚVO SÓ CONCORRE COM 5. De acordo com a jurisprudência desta Corte,
DESCENDENTES SOBRE BENS PARTICULARES “nos termos do art. 1.829, I, do Código Civil de
NO CASO DE REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 2002, o cônjuge sobrevivente, casado no regi-
DE BENS me de comunhão parcial de bens, concorrerá
com os descendentes do cônjuge falecido so-
13) A concorrência hereditária do viúvo com os des- mente quando este tiver deixado bens particu-
cendentes do falecido recai apenas sobre os bens lares” (REsp n. 1.368.123/SP, Rel. p/ acórdão
particulares no caso de regime da comunhão parcial Ministro RAUL ARAÚJO, DJe de 8/6/2015).
de bens. 6. Estando a decisão de acordo com a jurispru-
dência desta Corte, o recurso especial encontra
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AGRAVO IN- óbice na Súmula 83/STJ.
TERNO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO 7. Agravo interno desprovido.
DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INVENTÁRIO. AgInt no REsp n. 1.874.610/MG, relator Ministro
INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ART. 1.022 Raul Araújo, Quarta Turma, DJe de 17/11/2021.
DO CPC/2015. AUSÊNCIA DE PREQUES-
TIONAMENTO. MATÉRIAS APRESENTADAS PROVA DO ESFORÇO COMUM PARA COMUNI-
SOMENTE EM SEDE DE EMBARGOS DE DE- CAÇÃO DE BENS NO REGIME DA SEPARAÇÃO
CLARAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SUCESSÃO. LEGAL DE BENS
UNIÃO ESTÁVEL. COMUNHÃO PARCIAL DE
BENS. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 14) No regime da separação legal de bens, os aques-
1.790 DO CC. CONCORRÊNCIA DO CÔNJU- tos só se comunicam com prova do esforço comum.
GE SUPÉRSTITE COM OS DESCENDENTES
DO FALECIDO EM RELAÇÃO AOS BENS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECUR-
PARTICULARES. INCIDÊNCIA DA SÚMULA SO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÃO
83/STJ. AGRAVO DESPROVIDO. ESTÁVEL. CASAMENTO CONTRAÍDO SOB
1. Não prospera a alegada ofensa ao art. 1.022 CAUSA SUSPENSIVA. SEPARAÇÃO OBRI-
do CPC/2015, pois o acórdão estadual examinou, GATÓRIA DE BENS (CC/1916, ART. 258, II;
de forma fundamentada, os pontos essenciais ao CC/2002, ART. 1.641, II). PARTILHA. BENS
deslinde da controvérsia, ainda que em sentido ADQUIRIDOS ONEROSAMENTE. NECESSI-
contrário à pretensão da parte recorrente. DADE DE PROVA DO ESFORÇO COMUM.
2. Fica inviabilizado o conhecimento de tema PRESSUPOSTO DA PRETENSÃO. MODER-
trazido na petição de recurso especial, mas não NA COMPREENSÃO DA SÚMULA 377/STF.
debatido e decidido nas instâncias ordinárias, EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PROVIDOS.
porquanto ausente o indispensável preques- 1. Nos moldes do art. 1.641, II, do Código Ci-
tionamento. vil de 2002, ao casamento contraído sob causa
Aplicação das Súmulas 282 e 356 do STF. suspensiva, impõe-se o regime da separação
3. A jurisprudência desta Corte não admite o obrigatória de bens.
pós-questionamento, que ocorre quando, em 2. No regime de separação legal de bens, co-
sede de embargos de declaração, são apresen- municam-se os adquiridos na constância do
tadas novas teses na instância a quo. casamento, desde que comprovado o esforço
4. Oeg. Supremo Tribunal Federal, em reper- comum para sua aquisição.
cussão geral, assinalou que “é inconstitucional 3. Releitura da antiga Súmula 377/STF (No re-
a distinção de regimes sucessórios entre côn- gime de separação legal de bens, comunicam-
juges e companheiros prevista no art. 1.790 do -se os adquiridos na constância do casamento),
CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipó- editada com o intuito de interpretar o art. 259
teses de casamento quanto nas de união está- do CC/1916, ainda na época em que cabia à
vel, o regime do art. 1.829 do CC/2002” (RE n. Suprema Corte decidir em última instância acer-
878.694/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de ca da interpretação da legislação federal, mister
6/2/2018; Tema 809/STF). que hoje cabe ao Superior Tribunal de Justiça.
4. Embargos de divergência conhecidos e pro-
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vidos, para dar provimento ao recurso especial. 2. João tem doze anos de idade. Manoel tem dezes-
EREsp n. 1.623.858/MG, relator Ministro Lázaro seis anos, mas conseguiu colar grau em ensino su-
Guimarães (desembargador Convocado do Trf perior. Patrícia tem 25 anos, mas é uma pessoa com
5ª Região), Segunda Seção, DJe de 30/5/2018. deficiência mental. Artur sofreu um acidente e perdeu
os movimentos do corpo, com inclusão da fala e da
QUESTÕES audiência, de modo que ele não consegue se comuni-
car com ninguém. Nesse caso:
1. Artur, brasileiro, nasceu no Brasil, mas fixou seu a. Patrícia é relativamente incapaz.
domicílio na Áustria. Suponha que Artur faleça. Deixou b. Manoel é relativamente incapaz.
dois filhos: um domiciliado no Brasil e outro na Arábia c. Artur é capaz, porque não perdeu o discernimento.
Saudita. Assinale a opção correta: d. João pode tornar-se capaz se passar a ter econo-
a. A sucessão causa mortis dele será regida pela lei mia própria com alguma atividade econômica.
de sua nacionalidade. e. Há apenas um absolutamente incapaz no
b. A lei austríaca disciplinará a forma como se- caso acima.
rão partilhados os bens deixados por Artur, bem
como a capacidade para suceder de cada um dos Comentário
herdeiros. O único absolutamente incapaz é João. Nenhum
c. Se um dos filhos for brasileiro, a lei brasileira será outro é absolutamente incapaz, nem mesmo Artur
aplicada para reger a sucessão causa mortis re- (o qual, por não conseguir exprimir a vontade, é re-
lativamente aos bens situados no Brasil, desde lativamente incapaz). O fato de Patrícia ter deficiên-
que a lei brasileira seja mais favorável do que a cia mental não é causa de incapacidade, conforme
austríaca. art. 3º e 4º do CC. Manoel não é relativamente in-
d. A sucessão causa mortis será regida pela capaz, porque ele se emancipou (art. 5º, parágrafo
lei árabe. único, do CC). Veja os referidos artigos:
e. Tanto a lei árabe quanto a brasileira podem ser
escolhidas pelo Juiz para disciplinar a sucessão Art. 3º São absolutamente incapazes de exer-
causa mortis. cer pessoalmente os atos da vida civil os me-
nores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada
Comentário pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
A alternativa “c” coaduna com o art. 10, § 1º, da LIN-
DB. Os demais estão errados, porque a lei austría- Art. 4º São incapazes, relativamente a certos
ca disciplinará a sucessão causa mortis (art. 10, ca- atos ou à maneira de os exercer: (Redação
put, da LINDB) e a lei do domicílio de cada herdeiro dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
disciplinará a respectiva capacidade para suceder I – os maiores de dezesseis e menores de de-
(art. 10, § 2º, da LINDB). Veja o dispositivo: zoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxi-
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência co; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
obedece à lei do país em que domiciliado o de- (Vigência)
funto ou o desaparecido, qualquer que seja a III – aqueles que, por causa transitória ou per-
natureza e a situação dos bens. manente, não puderem exprimir sua vontade;
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situa- (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
dos no País, será regulada pela lei brasileira em (Vigência)
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, IV – os pródigos.
ou de quem os represente, sempre que não lhes Parágrafo único. A capacidade dos indígenas
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. será regulada por legislação especial. (Redação
(Redação dada pela Lei n. 9.047, de 1995) dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário
regula a capacidade para suceder.
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4. A Civitas Siderúrgica Nacional S/A foi contratada 5. Afonso tornou-se síndico do condomínio do Edifí-
em 2019 para construir um protótipo de aço para a cio Castanheira. Buscando valorizar o imóvel e reme-
Automotiva Ltda., que deveria ser entregue até o final diar alguns problemas inconvenientes do edifício, ele
daquele ano. Entretanto, a Civitas Siderúrgica Nacio- precisa realizar certas obras. Quanto a elas, é correto
nal S/A não conseguiu concluir a construção no prazo, afirmar que:
por inadequado planejamento de sua parte. Quando a. as obras necessárias e urgentes que importem
estava prestes a concluí-lo, em março de 2020, ad- em despesas excessivas podem ser realizadas
veio determinação do Poder Público no sentido do imediatamente pelo síndico, dispensada comuni-
fechamento da fábrica e suspensão temporária das cação à assembleia.
suas atividades, com base na calamidade pública de- b. as obras que importarem em despesas excessi-
corrente da pandemia de covid-19, o que inviabilizou vas dependem de aprovação em assembleia es-
definitivamente o cumprimento da obrigação. Essa de- pecial, cuja convocação compete exclusivamente
terminação de suspensão das atividades da fábrica: ao síndico.
a. configura força maior e libera a Civitas Siderúrgi- c. o condômino que realizar obras não necessárias,
ca Nacional S/A da responsabilidade pelo inadim- mas de interesse comum, será reembolsado das
plemento. despesas que efetuar.
b. não isenta a Civitas Siderúrgica Nacional S/A dos d. a realização de obras voluptuárias dependerá de
efeitos do inadimplemento, por ter ocorrido quan- autorização prévia da assembleia, mediante apro-
do já estava em mora. vação da maioria dos condôminos.
c. caracteriza fato do príncipe, de modo a suspender e. não são permitidas construções, nas partes co-
a exigibilidade da prestação enquanto persistirem muns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por
seus efeitos. qualquer dos condôminos, das partes próprias ou
d. pode ser qualificada como impossibilidade super- comuns.
veniente do objeto, extinguindo a relação obriga-
cional de pleno direito. Comentário
e. é causa de onerosidade excessiva, em razão de A alternativa “e” é a que condiz com os art. 1.341 e
sua imprevisibilidade, autorizando a resolução do 1.342 do CC:
contrato.
Art. 1.341. A realização de obras no condomí-
Comentário nio depende:
Como a empresa Civitas Siderúrgica Nacional já es- I – se voluptuárias, de voto de dois terços dos
tava em mora, ela responderá pela impossibilidade condôminos;
do cumprimento da obrigação. É o art. 399 do CC: II – se úteis, de voto da maioria dos condôminos.
§ 1º As obras ou reparações necessárias podem
Art. 399. O devedor em mora responde pela ser realizadas, independentemente de autoriza-
impossibilidade da prestação, embora essa ção, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de impedimento deste, por qualquer condômino.
força maior, se estes ocorrerem durante o atra- § 2º Se as obras ou reparos necessários forem
so; salvo se provar isenção de culpa, ou que o urgentes e importarem em despesas excessi-
dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse vas, determinada sua realização, o síndico ou
oportunamente desempenhada. o condômino que tomou a iniciativa delas dará
ciência à assembléia, que deverá ser convoca-
da imediatamente.
§ 3º Não sendo urgentes, as obras ou reparos ne-
cessários, que importarem em despesas excessi-
vas, somente poderão ser efetuadas após autori-
zação da assembléia, especialmente convocada
pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedi-
mento deste, por qualquer dos condôminos.
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§ 4º O condômino que realizar obras ou reparos § 1º A união estável não se constituirá se ocor-
necessários será reembolsado das despesas rerem os impedimentos do art. 1.521; não se
que efetuar, não tendo direito à restituição das aplicando a incidência do inciso VI no caso de
que fizer com obras ou reparos de outra nature- a pessoa casada se achar separada de fato ou
za, embora de interesse comum. judicialmente.
§ 2º As causas suspensivas do art. 1.523 não
Art. 1.342. A realização de obras, em partes co- impedirão a caracterização da união estável.
muns, em acréscimo às já existentes, a fim de
lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende b. Errado. O regime será o da separação legal por
da aprovação de dois terços dos votos dos con- força do art. 1.641, II, do CC, que é extensível à
dôminos, não sendo permitidas construções, união estável:
nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar
a utilização, por qualquer dos condôminos, das Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação
partes próprias, ou comuns. de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobser-
6. Arnaldo, 75 anos, viúvo, e Luara, setenta anos, vância das causas suspensivas da celebração
separada de fato, vivem um relacionamento público, do casamento;
contínuo, duradouro, com o objetivo de constituir fa- II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Re-
mília. Celebraram contrato de convivência e optaram dação dada pela Lei n. 12.344, de 2010)
pelo regime da comunhão universal de bens. III – de todos os que dependerem, para casar,
A partir disso, é correto afirmar que: de suprimento judicial.
a. o fato de Luara ser separada de fato a mantém no
estado civil de casada, configurando impedimento c. Certo. É o entendimento do STJ para o regime da
para a constituição da união estável com Arnaldo. separação legal de bens:
b. Arnaldo e Luara são considerados companheiros
e o regime de bens será o da comunhão univer- RECURSO ESPECIAL. UNIÃO ESTÁVEL SOB
sal, em razão do contrato de convivência por eles O REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA
celebrado. DE BENS. COMPANHEIRO MAIOR DE 70
c. na hipótese de Arnaldo realizar aquisição onerosa ANOS NA OCASIÃO EM QUE FIRMOU ES-
de bens, se Luara desejar a partilha, deverá reali- CRITURA PÚBLICA. PACTO ANTENUPCIAL
zar prova do esforço comum. AFASTANDO A INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.
d. os direitos de Luara a eventual sucessão por fale- 377 DO STF, IMPEDINDO A COMUNHÃO DOS
cimento de Arnaldo seriam distintos se eles tives- AQUESTOS ADQUIRIDOS ONEROSAMENTE
sem se casado. NA CONSTÂNCIA DA CONVIVÊNCIA. POSSI-
e. Arnaldo e Luara jamais poderiam fazer escritura BILIDADE. MEAÇÃO DE BENS DA COMPA-
de pacto antenupcial para afastar qualquer tipo de NHEIRA. INOCORRÊNCIA. SUCESSÃO DE
comunicação de bens, ainda que haja prova do BENS. COMPANHEIRA NA CONDIÇÃO DE
esforço comum. HERDEIRA. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDA-
DE DE REMOÇÃO DELA DA INVENTARIANÇA.
Comentário 1. O pacto antenupcial e o contrato de convi-
a. Errado. Separação de fato não impede união es- vência definem as regras econômicas que irão
tável, conforme art. 1.723, § 1º, do CC: reger o patrimônio daquela unidade familiar, for-
mando o estatuto patrimonial – regime de bens
Art. 1.723. É reconhecida como entidade fami- – do casamento ou da união estável, cuja re-
liar a união estável entre o homem e a mulher, gência se iniciará, sucessivamente, na data da
configurada na convivência pública, contínua celebração do matrimônio ou no momento da
e duradoura e estabelecida com o objetivo de demonstração empírica do preenchimento dos
constituição de família. requisitos da união estável (CC, art. 1.723).
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2. O Código Civil, em exceção à autonomia pri- do STF, impedindo a comunhão dos aquestos.
vada, também restringe a liberdade de escolha 7. A mens legis do art. 1.641, II, do Código Ci-
do regime patrimonial aos nubentes em certas vil é justamente conferir proteção ao patrimônio
circunstâncias, reputadas pelo legislador como do idoso que está casando-se e aos interesses
essenciais à proteção de determinadas pesso- de sua prole, impedindo a comunicação dos
as ou situações e que foram dispostas no art. aquestos. Por uma interpretação teleológica da
1.641 do Código Civil, como sói ser o regime norma, é possível que o pacto antenupcial ve-
da separação obrigatória da pessoa maior de nha a estabelecer cláusula ainda mais protetiva
setenta antos (inciso II). aos bens do nubente septuagenário, preservan-
3. “A ratio legis foi a de proteger o idoso e seus do o espírito do Código Civil de impedir a comu-
herdeiros necessários dos casamentos reali- nhão dos bens do ancião. O que não se mostra
zados por interesse estritamente econômico, possível é a vulneração dos ditames do regime
evitando que este seja o principal fator a mover restritivo e protetivo, seja afastando a incidência
o consorte para o enlace” (REsp 1689152/SC, do regime da separação obrigatória, seja ado-
Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Tur- tando pacto que o torne regime mais ampliativo
ma, julgado em 24/10/2017, DJe 22/11/2017). e comunitário em relação aos bens.
4. Firmou o STJ o entendimento de que, “por 8. Na hipótese, o de cujus e a sua companhei-
força do art. 258, § único, inciso II, do Código ra celebraram escritura pública de união está-
Civil de 1916 (equivalente, em parte, ao art. vel quando o primeiro contava com 77 anos de
1.641, inciso II, do Código Civil de 2002), ao idade – com observância, portanto, do regime
casamento de sexagenário, se homem, ou cin- da separação obrigatória de bens –, oportuni-
quentenária, se mulher, é imposto o regime de dade em que as partes, de livre e espontânea
separação obrigatória de bens. Por esse motivo, vontade, realizaram pacto antenupcial estipu-
às uniões estáveis é aplicável a mesma regra, lando termos ainda mais protetivos ao enlace,
impondo-se seja observado o regime de se- demonstrando o claro intento de não terem os
paração obrigatória, sendo o homem maior de seus bens comunicados, com o afastamento da
sessenta anos ou mulher maior de cinquenta” incidência da Súmula n. 377 do STF. Portanto,
(REsp 646.259/RS, Rel. Ministro Luis Felipe Sa- não há falar em meação de bens nem em su-
lomão, Quarta Turma, julgado em 22/06/2010, cessão da companheira (CC, art. 1.829, I).
DJe 24/08/2010). 9. Recurso especial da filha do de cujus a que
5. A Segunda Seção do STJ, em releitura da an- se dá provimento. Recurso da ex-companheira
tiga Súmula n. 377/STF, decidiu que, “no regime desprovido.
de separação legal de bens, comunicam-se os REsp 1922347/PR, Rel. Ministro LUIS FELI-
adquiridos na constância do casamento, desde PE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
que comprovado o esforço comum para sua 07/12/2021, DJe 01/02/2022.
aquisição” EREsp 1.623.858/MG, Rel. Ministro
Lázaro Guimarães (Desembargador convoca- d. Errado. O STF entendeu que o art. 1.829 do CC
do do TRF 5ª região), Segunda Seção, julgado (que trata da ordem de vocação hereditária no caso
em 23/05/2018, DJe 30/05/2018), ratificando de casamento) estende-se à união estável e decla-
anterior entendimento da Seção com relação rou inconstitucional o art. 1.790 do CC (que previa
à união estável (EREsp 1171820/PR, Rel. Mi- um regime diferenciado para a sucessão causa
nistro Raul Araújo, Segunda Seção, julgado em mortis no caso de união estável). Confira-se:
26/08/2015, DJe 21/09/2015).
6. No casamento ou na união estável regidos Ementa: Direito constitucional e civil. Recurso
pelo regime da separação obrigatória de bens, extraordinário. Repercussão geral. Aplicação
é possível que os nubentes/companheiros, em do artigo 1.790 do Código Civil à sucessão em
exercício da autonomia privada, estipulando o união estável homoafetiva. Inconstitucionalida-
que melhor lhes aprouver em relação aos bens de da distinção de regime sucessório entre côn-
futuros, pactuem cláusula mais protetiva ao regi- juges e companheiros.
me legal, com o afastamento da Súmula n. 377
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§ 1º O regime de bens entre os cônjuges come- II – lavrado o instrumento, ser lido em voz alta
ça a vigorar desde a data do casamento. pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas,
§ 2º É admissível alteração do regime de bens, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na
mediante autorização judicial em pedido moti- presença destas e do oficial;
vado de ambos os cônjuges, apurada a proce- III – ser o instrumento, em seguida à leitura,
dência das razões invocadas e ressalvados os assinado pelo testador, pelas testemunhas e
direitos de terceiros. pelo tabelião.
Parágrafo único. O testamento público pode
Enunciado n. 113/JDC: É admissível a altera- ser escrito manualmente ou mecanicamente,
ção do regime de bens entre os cônjuges, quan- bem como ser feito pela inserção da declara-
do então o pedido, devidamente motivado e as- ção de vontade em partes impressas de livro de
sinado por ambos os cônjuges, será objeto de notas, desde que rubricadas todas as páginas
autorização judicial, com ressalva dos direitos pelo testador, se mais de uma.
de terceiros, inclusive dos entes públicos, após
perquirição de inexistência de dívida de qual- c. Certo. É o art. 1.861 do CC:
quer natureza, exigida ampla publicidade.
Art. 1.861. A incapacidade superveniente do
8. Bruno é viúvo e, após sérias desavenças com sua testador não invalida o testamento, nem o tes-
única parente e irmã, Adalberta, resolve deixar seus tamento do incapaz se valida com a superve-
bens para um amigo de infância, Roberto. Para tanto, niência da capacidade.
elabora testamento público. Considerando a situação
hipotética, é correto afirmar que: d. Errado. Contraria arts. 1.789, 1.845 e 1.846 do CC:
a. Bruno somente poderá revogar o testamento pú-
blico por outro testamento público. Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o
b. Para o testamento público, Bruno precisaria de testador só poderá dispor da metade da herança.
três testemunhas.
c. caso Bruno tenha a sua incapacidade super- Art. 1.845. São herdeiros necessários os des-
venientemente declarada, o testamento será cendentes, os ascendentes e o cônjuge.
inválido.
d. a disposição testamentária é válida, pois os cola- Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários,
terais são herdeiros facultativos. de pleno direito, a metade dos bens da herança,
e. o testamento de Bruno poderá ser impugnado no constituindo a legítima.
prazo de dez anos contados da data do registro.
e. Errado. Contraria o art. 1.859 do CC:
Comentário
a. Errado. Contraria o art. 1.969 do CC: Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito
de impugnar a validade do testamento, conta-
Art. 1.969. O testamento pode ser revogado do o prazo da data do seu registro.
pelo mesmo modo e forma como pode ser feito.
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1 E 7 B
2 B 6 C
2 E 8 D
3 A 7 E
3 D 9 B
4 A 8 B
4 D 10 D
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3 E 8 E
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