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PORTUGUÊS

ELI CASTRO

Sumário
FONÉTICA ....................................................................................................................................................................1
ACENTUAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 4
PONTUAÇÃO .............................................................................................................................................................. 6
USO DO HÍFEN ......................................................................................................................................................... 15
ORTOGRAFIA ............................................................................................................................................................ 17
MORFOLOGIA........................................................................................................................................................... 23
COLOCAÇÃO PRONOMINAL ............................................................................................................................... 31
REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................................................................ 35
REGÊNCIA NOMINAL ............................................................................................................................................. 39
CRASE ......................................................................................................................................................................... 41
CRASE E CONCORDÂNCIA .................................................................................................................................. 45
CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................................................... 47
CONCORDÂNCIA NOMINAL ................................................................................................................................ 51
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO............................................................................................................ 54
ORAÇÕES COORDENADAS ................................................................................................................................. 59
ORAÇÕES SUBORDINADAS ................................................................................................................................ 63
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ...................................................................................................... 66
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO TEXTUAL............................................................................................ 69
COESÃO TEXTUAL .................................................................................................................................................. 71
FIGURAS DE LINGUAGEM .................................................................................................................................... 73

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FONÉTICA
Fonema e Letra
O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos
os fonemas por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação
gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema
/s/ (lê-se “sê”); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se “zê”).

Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfa-
beto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x:
Exemplos:

Já em outros casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra


x, por exemplo, pode representar:

O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas. As bancas


adoram pedir esse assunto em provas.
Exemplos:

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Dígrafo
O dígrafo ocorre quando duas letras representam um único fonema. A segunda
letra é a chamada de letra diacrítica.
Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos (chamados também de nasais).
a) Consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs.
Ex.: guerreiro, queda, chave, nhoque, arrastão, assado, exceção, exsudar, exsicar,
descendente, excitar

b) Vocálicos: a, e, i, o, u seguidos de M ou N na mesma sílaba.


Ex.: campo, anta, empresa, imbatível, ombro, onda, umbigo, untar.
Dífono
Quando a letra X apresenta som de KS, tem-se o dífono.
Ex.:
Tríplex, tórax, nexo, léxico etc.

DICA PARA CONTAGEM DE FONEMAS

Fórmula
NF = NL – NDíg. + NDíf.
O número de fonemas (NF) é sempre o resultado do número de letras (NL) menos
o número de dígrafos (NDíg.) mais o número de dífonos (NDíf.).

EXEMPLOS
- Livraria =
- Campo =
- Guerras =
- Complexo =
- Sentir =

Encontros Vocálicos
Os encontro vocálicos são os seguintes:

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- Ditongo
- Tritongo
- Hiato
- Glide

1) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Pode ser:
a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal.
Ex.: sé-rie (i = semivogal, e = vogal) área, marmóreo, tênue, nódoa, quieto, aquoso.

Vogais e Semivogais
Bizu!!!

b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal.


Por exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal), caule, fui, estoura, degrau, dói, louco,
coitado.

Ditongos estranhos
Ex.: Cem, trem, vem, sol, alto, difícil etc.

2) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre
nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:
- Paraguai, iguais, averiguou, delinquiu - Tritongo oral
- Quão, saguão, enxáguem, deságuam - Tritongo nasal

3) Hiato
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas di-
ferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba.
Por Exemplo: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a), rainha (ra-i-nha), ruim (ru-im), aí
(a-í) etc.

Glide (o falso hiato)

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É considerado um falso hiato o encontro entre uma vogal + semivogal + uma vogal
que pertencem a sílabas diferentes, como em prai-a, mei-o, joi-o etc. O que
ocorre é um fenômeno chamado glide, raríssimo em concursos.

Encontros Consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o
nome de encontro consonantal. Existem basicamente dois tipos:
a) os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba
(chamados de encontros consonantais perfeitos)
Ex.:
Pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se...

b) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferen-


tes (chamados de encontros consonantais imperfeitos).
Ex.:
Por-ta, rit-mo, lis-ta, af-ta...

Fique ligado!!!
O M e o N usados após as vogais (havendo nasalização) não são considerados con-
soantes. Por exemplo, na palavra “tempo”, não está ocorrendo encontro conso-
nantal em teMPo. Também não estará ocorrendo encontro consonantal em
“senta” no grupo seNTa. O M e o N são apenas marcas de nasalização, pois não
constituem sons independentes.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Regras que não mudaram com o Novo Acordo Ortográfico

1 - Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima


sílaba) são acentuadas: árvore, lâmpada, têmpora, esplêndido, lápide, sôfrego,
hambúrgueres etc.
Os exemplos citados acima são chamados, também, de proparoxítonas reais.

Fique ligado!!!
Alguns gramáticos defendem a ideia de que palavras como série, mágoa ou tê-
nue são exemplos de proparoxítonas. Assim, seriam separadas da seguinte forma:
sé-ri-e, má-go-a e tê-nu-e. Tais gramáticos costumam chamar esses vocábulos,
também, de proparoxítonas eventuais ou proparoxítonas acidentais.

2 - Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima


sílaba) terminadas em:

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A) ditongo crescente ou decrescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo,


viáveis, cárie, amáveis, jóquei, jóqueis, quisésseis etc.
B) -ão, -ãos, -ã, -ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs; ímã, ímãs, órgão, órgãos.
C) -i, -is: júri, júris, lápis, biquíni, biquínis, táxi, táxis etc.
D) -on, -ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons, elétron, elétrons, íon, íons, píton,
pítons.
E) -um, -uns, -us: álbum, álbuns, bônus, Vênus, médium, médiuns, fórum, fóruns,
quórum.
F) l, n, r, x, ps: amável, fácil, hífen, pólen, dólar, revólver, hambúrguer, Félix, tórax,
tríplex, látex, bíceps, fórceps.

3 - As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que termi-


nam em A, E, O (seguidas, ou não, de “S”) e em ÉU(S), ÉIS, ÓI(S):

Oxítonas: vatapá, cajá, Pará, você, vocês, café, cipó, paletós, mocotó, avô, mantê-
los, propô-lo, manifestá-la, chapéu, chapéus, papéis, corrói, anzóis etc.

CUIDADO: REGRA SOMENTE PARA AS OXÍTONAS.

Oxítonas terminadas em -ÉM e -ÉNS são sempre acentuadas.

TERMINAÇÃO EXEMPLO
-ém Porém, também, amém etc.
-éns Reféns, armazéns, parabéns
etc.

Monossílabas: cá, fé, é, és, pó, pôs, mês, ré, sós, mês, fê-la, pô-los, dá-las, céu, céus,
réis, réu, réus, dói, róis etc.

4 - Acento nas vogais i e u em posição de HIATO: Para serem acentuadas, as vo-


gais I e U precisam preencher as seguintes condições:
a) ser tônicas;
b) ser precedidas de vogal;
c) formar sílaba sozinha ou com S.

Exemplos: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, bala-
ústre.

Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz,
caindo, Luiz.

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Exceções:
- Rainha, fuinha, lagoinha, moinho etc.

Obs: Para que se caracterize a exceção, é necessário existir o dígrafo NH


depois da vogal

PONTUAÇÃO
TEORIA DA PONTUAÇÃO

REGRA GERAL
S + V + C + Adj. Adv.

Não se usa uma unidade de vírgula entre:


O sujeito e o verbo.
O verbo e o complemento.

As vírgulas que aparecem abaixo estão erradas porque ferem a regra geral:
- A atividade de inteligência, é o exercício de ações especializadas para a obtenção
e análise de dados.
- Todas as iniciativas do governo federal, não surtiram efeito porque os fatos exi-
giam, mais comprometimento.
- Quem deixou para fazer o cadastro no último dia, passou por vários constrangi-
mentos.
- Muitos pensam no futuro; outros, evitam essa reflexão.
É possível usar uma unidade de vírgula entre:
O complemento e o adjunto adverbial, ainda que este esteja em sua posição pa-
drão.

Exemplos possíveis:
- João deixou a cidade à tarde.
- João deixou a cidade, à tarde.
- Eu vou estudar só sem você.
- Eu vou estudar só, sem você.
- O jornalista trouxe as informações de Santa Catarina.
- O jornalista trouxe as informações, de Santa Catarina.

REGRAS ESPECÍFICAS

a) usa-se a vírgula para separar os elementos de uma enumeração:

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- Aquela sala é grande, arejada, iluminada e bem decorada.

Obs.: os elementos de uma enumeração sempre pertencem à mesma classe


gramatical e têm a mesma função sintática.

- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e
dois banheiros.
A pontuação abaixo também está correta:
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço,
dois banheiros.
A pontuação abaixo, contudo, está incorreta: não se usa “, e” para concluir lis-
tas.
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço, e
dois banheiros.

b) Usa-se a vírgula para isolar o vocativo:


- Pedro, o que aconteceu?
- O que acontece, amiga, é que você não escuta ninguém.
- Ajude-me, Deus!

c) usa-se a vírgula para isolar o aposto:


- Sebastião Salgado, um fotógrafo brasileiro extraordinário, denunciou a miséria
humana em seu trabalho.

Variações quanto ao posicionamento do aposto explicativo.

- Denunciou a miséria humana em seu trabalho Sebastião Salgado, fotógrafo bra-


sileiro extraordinário.
- Fotógrafo brasileiro extraordinário, Sebastião Salgado Denunciou a miséria hu-
mana em seu trabalho.
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia, termo clínico para designar
os problemas psíquicos caracterizados por um delírio sistematizado.
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia ─ termo clínico para designar
os problemas psíquicos caracterizados por um delírio sistematizado.
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia (termo clínico para designar
os problemas psíquicos caracterizados por um delírio sistematizado).
- É fundamental que todos reconheçam a paranoia: termo clínico para designar
os problemas psíquicos caracterizados por um delírio sistematizado.

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d) Usa-se a vírgula para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por


exemplo, ou seja, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.):
- Reinvenção do presente, o futuro está no passado, ou seja, temos de perceber o
que nos aconteceu há milhões de anos, o que aconteceu antes de nos ter aconte-
cido alguma coisa, para nos libertarmos desse vazio a que chamamos futuro.
- Eles conheceram a Europa, aliás, a África.

e) Usa-se a vírgula para isolar o adjunto adverbial antecipado:


- Hoje, o país vive um caos na saúde pública.
- Com cuidado, todos saem às ruas.
- No ano de 2019, houve um número alto de acidentes de trabalho.
- Longe do planeta Terra, a sonda europeia faz grandes progressos científicos.

f) Usa-se a vírgula para isolar os adjuntos adverbiais intercalado:


- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palco principal.
- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.

g) Usa-se a vírgula para isolar, nas datas, o nome do lugar:


- Fortaleza, 22 de maio de 2020.
- Paris, 13 de dezembro de 2022.
-
h) Usa-se a vírgula para isolar as orações coordenadas:
- O médico chegou cedo, e os pacientes já o esperavam.
- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.
- Houve um novo deslizamento de terra, mas, segundo os jornais, a queda do bloco
não provocou vítimas.
- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
- Ou a polícia chega logo, ou o povo tomará as providências.

CONJUNÇÕES X PONTUAÇÃO
CONJUNÇÕES PEQUENAS (VERSÃO I)
____________________, e _____________________
Ou _________________, ou ___________________
____________________, mas ___________________
____________________, pois ___________________
____________________, porque ________________
____________________, que ___________________

CONJUNÇÕES PEQUENAS (VERSÃO II)

____________________; e _____________________

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Ou _________________; ou ___________________
____________________; mas___________________
____________________; pois___________________
____________________; porque________________
____________________; que___________________

- O homem luta e muda a sua história.


- O professor explicou a questão, e o aluno tirou a sua dúvida.
- Como muito, e não engordo.
- Aquelas crianças pobres só faziam uma refeição por dia, e estavam subnutridas.

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO I)


____________________, porém________________
____________________, contudo_______________
____________________, entretanto_____________
____________________, no entanto_____________
____________________, em contrapartida_______
____________________, todavia_________________
____________________, portanto_______________
____________________, logo____________________
____________________, assim__________________

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO II)

(Essa versão somente será possível quando a conjunção estiver depois do


verbo ou do sujeito).
____________________, porém,_________________
____________________, contudo,_______________
____________________, entretanto,____________
____________________, no entanto,____________
____________________, em contrapartida,_____
____________________, todavia,________________
____________________, portanto,______________
____________________, logo,___________________
____________________, assim,__________________

Exemplos:
- A saúde é um direito fundamental; o povo, entretanto, padece em hospitais cada
vez mais sucateados.
- A saúde é um direito fundamental; o povo padece, entretanto, em hospitais cada
vez mais sucateados.

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Cuidado!!!
A pontuação abaixo é considerada indevida.
- Ele já enganou várias pessoas, portanto, não é digno de confiança.

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO III)

____________________; porém________________
____________________; contudo_______________
____________________; entretanto_____________
____________________; no entanto_____________
____________________; em contrapartida_______
____________________; todavia________________
____________________; portanto_______________
____________________; logo__________________
____________________; assim_________________

CONJUNÇÕES GRANDES (VERSÃO IV)

____________________. Porém,________________
____________________. Contudo,______________
____________________. Entretanto,____________
____________________. No entanto,____________
____________________. Em contrapartida,______
____________________. Todavia,_______________
____________________. Portanto,______________
____________________. Logo,_________________
____________________. Assim,________________

i) Usa-se a vírgula para indicar a elipse de um elemento da oração:


- Muitas vezes durmo cedo; outras, bem tarde.
- O europeu costuma beber vinho em suas refeições; o sul-americano, refrige-
rante.

j) após a saudação em correspondência (social e comercial):


- Atenciosamente,
- Respeitosamente,

k) para isolar as orações adjetivas explicativas:


Nesse tipo de oração, há valor de generalização ou individualização.

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- O aluno, que é uma “peça” fundamental da escola, deve ser compreendido em


sua totalidade.
- Assisti a um documentário sobre Ayrton Senna, que foi o maior piloto brasileiro.
- O homem, cujo destino fatal é morte, mistifica a vida para suportá-la.

l) Usa-se a vírgula para isolar orações intercaladas:


- O povo brasileiro, assim descrevem os antropólogos, age com o coração.
- Não posso, respondi de maneira ríspida, mudar tudo em minha vida.

PONTO

Emprega-se o ponto para indicar o término de uma frase declarativa de um perí-


odo simples ou composto e também em abreviaturas.
- Desejo-lhe uma feliz viagem.
- A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu in-
terior era conservado com primor.
- O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. =
fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.

PONTO E VÍRGULA

a) separar orações coordenadas cujo sentido anterior deve ser enfatizado:

- A maioria dos alunos passou de ano; porém não houve a tradicional festa de
formatura por conta da pandemia.

b) num trecho longo, onde já existam vírgulas, para enunciar pausa mais forte.

- A introdução dos computadores pode acarretar duas consequências: uma, de


natureza econômica, é a redução de custos; a outra, de implicações sociais, é a de-
missão de funcionários.
- Vamos formar três equipes: João, Paulo e Carlos pertencem ao grupo azul; Maria,
Jorge e Rute, ao vermelho; e Otávio, Andréa e Lucas, ao branco.

c) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;

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III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas


e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais.
(Constituição da República Federativa do Brasil)

DOIS-PONTOS

Os dois-pontos são empregados para:


a) Introduzir uma enumeração:
- Comprou dois presentes: um livro e um vinho.
- Os principais problemas são estes: fome, seca e pandemia.

b) Anunciar uma citação:


- Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
- Afinal, o que houve?
- Irritado, o ministro declarou: “Não há crise no Brasil!”.

c) Introduzir um esclarecimento:
- O ministro conseguiu realizar seu maior desejo: todos os órgãos de combate ao
desmatamento foram fechados.

d) Marcar o vocativo, em facultatividade com a vírgula, de correspondências


sociais, comerciais ou institucionais:
Querida amiga:
Prezados senhores:
Senhor Ministro:

PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda


que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:


─ O senhor não precisa de mim?
─ Não obrigado. A que horas janta-se?
─ Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
─ Bem.
─ O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?
─ Não.
(José de Alencar)

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PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado


com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, as-
sombro, indignação etc.

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensí-
vel e muito repousante, Jacinto!
- Então janta, homem!
(Eça de Queiroz)

Nota:
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:
- Oh!
- Valha-me Deus!
- Vixe!!!

RETICÊNCIAS

As reticências são empregadas para:

a) assinalar suspenção do pensamento, em que se deixam ideias no ar:


- Bem, eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu de-
ver. Mas o mundo saberá...
(Júlio Dinis)
- Eles compraram livros, cadernos, lápis, borrachas, apontadores ...

b) indicar partes que são suprimidas de um texto:


Assim, só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade,
força doce e insidiosamente universal. E ignoramos, em contrapartida, a vontade
de verdade, como prodigiosa maquinaria destinada a excluir todos aqueles (...).
(FOUCAULT: A ordem dos discursos).
c) marcar aumento de emoção:
- “Eu preciso aceitar que não dá mais pra separar as nossas vidas...”
José Augusto Cougi e Paulo Sérgio Kostenbader Valle, Evidências.

ASPAS
As aspas são empregadas:

a) antes e depois de citações textuais:

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- Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa
época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana".

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares


ou vulgares:
- O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados
no Brasil está cada vez mais descarado.
- Ele não comprou o “smartphone”.
- Depois daquele encontro, ele saiu “queimado” da reunião.
- Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxaram o carro" rapidamente.
- Eu vou “ferrar” você!!!

c) para ironizar ou mesmo realçar uma palavra ou expressão:


- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.
- Muitos pensam que “democracia” é um fenômeno global.
- A “linda” já ligou para você três vezes.

TRAVESSÃO
Emprega-se o travessão para:

a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:


― Que gente é aquela, seu Alberto?
― São japoneses.
― Japoneses? E... é gente como nós?
― É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.
― Mas, então não são índios?
(Ferreira de Castro)

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:


Um novo livro ─ muito bem comentado pela crítica ─ foi lançado na livraria do
centro.
Um grupo de turistas estrangeiros ― todos muito ruidosos ― invadiu o saguão do
hotel no qual estávamos hospedados.

PARÊNTESES
Os parênteses são empregados para:
a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:

- Além dos bombeiros e da Defesa Civil, trabalham no resgate equipes do Instituto


Geológico (IG) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do governo de São
Paulo, e a Polícia Civil do Guarujá (litoral de SP).

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b) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vír-


gula e aos travessões:

- Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para


que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
Compreensão e interpretação de texto, Vocabulário; ortoepia e prosódia,
acentuação gráfica, ortografia, homófonos e parônimos.

USO DO HÍFEN

Principais regras
Regra de partida
O esquema dos VANS:

VERBO Vaga-lume

ADJETIVO Boa-fé

NUMERAL Segunda-feira

SUBSTANTIVO Mesa-redonda

O esquema do – ÉM / – EM
Aquém Aquém-mar
Além Além-Atlântico
Recém Recém-eleito
Sem Sem-vergonha
Bem Bem-aventurado

O esquema do GRÃ / GRÃO


Grã Grã-Bretanha
Grão Grão-Pará

O esquema do MAL

Vogal Mal-agradecido

MAL H Mal-habituado

L Mal-limpo

“Mal de Alzheimer” é sem hífen.

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O esquema das plantas e dos animais


Plantas Erva-doce, feijão-verde.
Bichos João-de-barro, peixe-agulha.

Prefixo versus uso do hífen

1ª Regra: “H” pede hífen.

2ª Regra: os diferentes se atraem (vogais). NÃO há hífen.


- Autoescola, semiárido.
- Semiaberto, extraoficial.
- Coedição, autoajuda.

3ª Regra: os diferentes se atraem (vogal + consoante/ consoante+ vogal)


- Autopeça, autoproteção, hiperativo.
- Seminovo, ultramoderno, interestelar.
- Geopolítica, microcomputador, superamigo.
Cuidado!!!
Está fora dessa regra todo segundo elemento iniciado por RS.

4ª regra: o RS resulta em RR e SS.


antirrábico antirracismo
antirreligioso antirrugas
antissocial biorritmo
contrarregra contrassenso
cosseno infrassom
microssistema minissaia

5ª Regra: os iguais (vogais) se repelem (use o hífen).


anti-ibérico
anti-inflacionário
auto-observação
contra-atacar
micro-ondas
semi-internato

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contra-ataque

6ª Regra: os iguais (consoantes) se repelem (use o hífen).


Ad-digital
Hiper-requintado
Inter-racial
Sub-base
Sub-bibliotecário
Super-revista

6ª Regra: os prefixos PAN e CIRCUM exigem hífen, mesmo que o 2º elemento


seja iniciado por vogal, M ou N.
Circum-escolar
Circum-navegação
Pan-americano
Pan-mágico

7ª Regra: Prefixos perfeitos (sempre pedem hífen)

HÍFEN

ORTOGRAFIA
PALAVRAS E EXPRESSÕES HOMÓFONAS
Algumas palavras ou expressões, muitas vezes, são bastante parecidas na ortogra-
fia e são, até iguais na pronúncia. Chamamos, portanto, palavras e expressões ho-
mófonas. A seguir, apresento uma lista de tais palavras e expressões que podem
aparecer em sua prova.

01 - Abaixo/ A baixo
- Abaixo revela o sentido de lugar menos elevado, inferior.
● Para João, era inaceitável que ocupasse uma posição abaixo da de suas verda-
deiras pretensões.

- A baixo significa “para baixo”.


● Quando percebemos, lá estava o brinquedo sendo levado correnteza a baixo.

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● Ele me olhou de cima a baixo.

02 - A cerca de/ Acerca de/ Cerca de/ Há cerca de.


- “A cerca de” ou “cerca de” retrata o sentido de “aproximadamente, mais ou
menos”.

● O parque foi construído a cerca de quinhentos metros do condomínio.


● O tempo estimado pelo profissional foi cerca de três semanas para a conclusão
das obras.

- Acerca de corresponde ao sentido de “a respeito de, sobre”.


● Durante a reunião muito se discutiu acerca da problemática ambiental.

- Há cerca de relaciona-se ao sentido de tempo decorrido, haja vista que o verbo


haver se encontra na sua forma impessoal.

● Há cerca de três anos não visito meus familiares.

03 - Acima / A cima
- Acima retrata o sentido de “um lugar mais elevado, superior”.

● Conforme é possível perceber, na lista de aprovados seu nome se encontra


acima do meu.
Pelé está, em vários aspectos, acima de Maradona.

- A cima significa “para cima”.

●Todos os convidados me olharam de baixo a cima.


● Ele foi jogado a cima do muro da casa.

04 - A fim/ Afim/ Afinal


- A fim de encontra-se relacionado ao sentido de “finalidade, objetivo pretendido”.

● A fim de evitar maiores contratempos, ele resolveu afastar-se de sua amiga.


- Afim classifica-se como um adjetivo variável, cuja significância se atribui à seme-
lhança, afinidade.

● Como na antiga grade havia matérias afins, pude adiantar bastante o meu curso.

- Afinal: por fim; finalmente; em resumo.


● Afinal, nosso parecer está de acordo com todas informações.

05 - A menos de/ Há menos de

- A menos, classifica-se como locução prepositiva ou conjuntiva, e retrata o sen-


tido de tempo futuro, distância aproximada ou condição.

18
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

● Encontramo-nos a menos de dois quilômetros do destino almejado.


● A menos de um mês estaremos de férias.
● A menos que não chova, iremos à praia.

- Há menos de significa “aproximadamente, mais ou menos”, conjuntamente ao


verbo haver, que, estando de forma impessoal, denota tempo decorrido.

● Ele saiu de casa há menos de dois anos.

06 - Ao encontro de/ De encontro a

- Ao encontro de revela o sentido de a favor de.

● As propostas dos candidatos vão ao encontro do que espera a população.

- De encontro a significa oposição, ideia contrária.

● Suas opiniões vão de encontro às minhas.

07 - Ao invés de/ Em vez de

- Ao invés denota o sentido de “ao contrário de”

● Ao invés de calar-se, continuou discutindo com seu superior.


● Quis calor, ao invés de frio naquela tarde quente de setembro.

- Em vez exprime a ideia de substituição, “em lugar de’.

● Em vez de viajar nas férias, optou por descansar em casa.


● Em vez de cerveja, pediu um sorvete no restaurante.

08 - A par/ Ao par
- A par significa estar ciente de algo, informado sobre um determinado assunto.

● Quando ela resolveu se abrir, seus pais já estavam a par de tudo.

- Ao par indica o sentido de equivalência cambial.


● O euro e o dólar já estiveram ao par por algum tempo.

09 - Demais/ De mais
- Demais, caracterizado como advérbio de intensidade, se equivale a muito, ex-
cessivamente.

● Nossa! A meu ver você parece egoísta demais.

Como pronome indefinido corresponde a “os restantes, os outros”.

19
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

● Ele foi o único que se sobressaiu entre os demais.

- De mais caracteriza-se como o oposto do termo “de menos”, indicando quanti-


dade.
● Há alunos de mais nesta sala.
● Ele trouxe presentes de mais nesta última viagem.

10 - Há/ A
- Há, depreendendo o sentido de impessoalidade (por isto permanece sempre na
terceira pessoa do singular), revela o sentido de existir ou fazer.

● Nesta sala há verdadeiros talentos na área de exatas.

-O A , tanto pode indicar tempo futuro (que se conta de hoje para o futuro) ou
apenas se revelar como uma preposição.

● Daqui a alguns meses concluiremos nossa pesquisa.


● Não entregue esta encomenda a ela.

11 - Mas/ Mais
- Mas integra a classe das conjunções, revelando o sentido de ideia contrária, opo-
sição.

● Não pôde comparecer ao aniversário, mas enviou o presente.


- Mais pode ser classificado como advérbio de intensidade ou pronome indefinido.

● Clarice foi a aluna que mais se destacou durante a apresentação.

12 - Mau/ Mal

- Mau pertence à classe dos adjetivos, podendo ser utilizado quando significar o
contrário de “bom”.

● Ele é um mau aluno. (Poderíamos substituí-lo por bom)

- Mal pode adquirir os seguintes valores morfológicos:


advérbio de modo – podendo ser substituído por “bem”.

● Carlos foi mal sucedido durante o tempo em que atuou nesta profissão.

conjunção subordinativa temporal – denota o sentido de “assim que, quando”.

● Mal chegavam à casa de praia, já começavam as discussões.


substantivo – neste caso, sempre aparece precedido de artigo ou qualquer ou-
tro determinante.

20
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

● Este mal só pode ser resolvido com a chegada dele.

13 - Onde/ Aonde
- Onde é utilizado mediante o emprego de verbos que indicam sentido estático,
permanente.

● Gostaria muito de saber onde ele mora.


● Ele guardou os livros onde ninguém esperava.
● A polícia vistoriou o terreno onde havia drogas e armas escondidas.

- Aonde é utilizado com verbos que indicam movimento, e que exijam a preposi-
ção “a”, a saber: ir, voltar, retornar, dirigir-se e conduzir-se.

● Aonde vais com tamanha pressa?


● A praça aonde nós voltamos estava, pouco depois, cheia de barracas de artesa-
nato.

14 - Se não/ Senão
- Se não equivale a caso não, indicando, assim, uma probabilidade.
● Se não chover, iremos ao cinema amanhã.

- Senão equivale a “caso contrário”, “mas” ou “com a exceção de”.


● Espero que estejas bem preparado, senão não conseguirás obter bom resultado.
● Não trouxe livros sobre o assunto, senão apenas folhetos explicativos.
● Não ia ao cinema, senão quando o filho lhe implorava.

15 - Na medida em que/ À medida que


- Na medida em que exprime dois valores:
ideia literal de medida, quantidade.
● O médico depositava a amostra de sangue na medida em que o enfermeiro ha-
via preparado.

ideia de causa, pois é uma locução adverbial causal.


● Na medida em que não conseguiu resolver a prova, ficou bem nervoso.

- À medida que indica proporção, simultaneidade.


● À medida que o tempo passa, ficamos mais experientes ou mais inflexíveis.

16 - Tampouco/ Tão pouco


- Tampouco equivale a “também não”.
● Quem não respeita a si próprio, tampouco respeita a seus semelhantes.

- Tão pouco equivale a muito pouco.


● Como posso me divertir se ganho tão pouco?

17 - À(S) CUSTA(S) : “às expensas de” ou “com sacrifício”.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

● Conseguiu a solução para o processo à custa de muito empenho.


● Fulano vivia às custas da esposa.
Obs.: Alguns gramáticos consideram “às custas de” expressão errada. Contudo, o
Dicionário Houaiss aceita-a tranquilamente.

18 - ANEXO / INCLUSO / APENSO / EM ANEXO


Como são adjetivos, concordam sempre com os substantivos que acompanham.
Ex.: Envio anexas as provas do processo.
Ex.: A foto está anexa ao documento.
Ex.: Seguem inclusos os valores dos honorários.
Ex.: Chegaram apensos os pedidos do promotor.
- Em anexo: expressão invariável.
Ex.: Segue em anexo o formulário para preenchimento.

19 - A NÍVEL DE / EM NÍVEL DE / NO NÍVEL DE


A nível de = expressão popular, evite-a.
Em nível de = plano; condição.
Ex.: Tudo será resolvido em nível federal.
No nível de = paridade; igualdade.
Ex.: Estes documentos normativos estão no mesmo nível dos anteriores.

20 - A PRINCÍPIO / EM PRINCÍPIO
A princípio = no começo, no início, inicialmente.
Ex.: A princípio, ele parecia ser um homem honesto e prestativo.
Em princípio = em tese, antes de mais nada, antes de tudo.
Ex.: Em princípio, concordamos com as informações prestadas pelo reclamante.

Uso dos porquês


1 – Por que (separado e sem acento)
Essa composição apresenta três empregos distintos, a saber:

a) Quando for locução adverbial interrogativa, significado de “por qual razão” ou


“por qual motivo”. Pode aparecer em frases interrogativas diretas ou indiretas.

Exemplos:
- Por que você não vai ao cinema conosco?
- Juro que não sei por que ela foi embora.

b) Quando for a soma da preposição “por” mais o pronome indefinido “que”,


equivalendo a “por qual”.

- Agora percebo por que razão ela não falou comigo.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

c) Quando for a junção da preposição “por” mais o pronome relativo “que”. Nesse
caso, poderá ser substituído pelas seguintes estruturas: pelo qual, pela qual, pe-
los quais ou pelas quais.

Exemplos:
- Os assuntos por que o jovem se interessava tinham muita relevância.
- A dificuldade por que passei me ajudou a vencer na vida.

2 - Por quê (separado e com acento)


Usado em frases interrogativas diretas ou indiretas, quando vier antes de pausas
representadas por sinais gráficos de pontuação. Essa estrutura significa “por qual
motivo” ou “por qual razão”.

Exemplos:
- Ela chegou tarde por quê?
- Agora você sabe por quê, certo?
- Ela chora muito e eu não sei por quê.

3 – Porque (junto e sem acento)


É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois” ou “uma vez
que”.

Exemplos:
- Ela foi à praia porque queria relaxar.
- Porque houve uma pandemia, o planeta se reestruturou.

4 – Porquê (junto e com acento)


É um substantivo e tem significado de “o motivo”. Vem acompanhado de artigo,
pronome ou numeral.

Exemplos:
- O porquê de ela não ter ido à festa ainda é um mistério.
- Diga-me dois porquês para não fazer o que devo.

MORFOLOGIA
As classes de palavras
Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça.
Quando essas palavras se organizam para formar um texto, adquirem significa-
ções específicas: nomear seres, indicar características, qualidades, fazer conexões
etc. De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão

23
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

agrupadas em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes grama-


ticais, a saber: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
preposição, conjunção e interjeição.

1 - SUBSTANTIVOS
São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral.
Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão acompanhados
de um determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ ou locução adjetiva).
Leia o fragmento abaixo:

TEXTO
(...)
A concepção antiga das virtudes como guias da política não funcionava
mais na modernidade. Era necessária uma concepção de política que levasse em
conta os interesses individuais e as ambições, que faziam parte do mundo mo-
derno. Mas como fazer isso sem deixar que tais interesses e ambições degene-
rassem o sistema político? Montesquieu foi quem ofereceu o melhor modelo,
que, em grande parte, ainda se faz presente até hoje nos regimes democráticos.
(...)
Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações)
CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL DOS SUBSTANTIVOS

a) Comum:
Indica um nome genérico, aberto e sem história no contexto.
Exemplos: criança, rio, cidade, mesa, garrafa etc.

b) Próprio:
É aquele que particulariza uma coisa ou um ser. Os substantivos próprios têm
uma história no contexto.
Exemplos: Ayrton Senna, Recife, Gramado, Fortaleza, Audi, Pão de açúcar, Heine-
ken, Coca-Cola etc.

c) Concreto:
Nomeia coisas ou seres (reais ou imaginários) de existência independente de ou-
tros seres.
Exemplos: Casa, cobra, livros, mar, areia, rato, Deus, Saci, etc.

d) Abstrato:
Nomeia seres ou coisas que dependem de outros seres ou de outros coisas para
existir.
Exemplos: ódio, solidão, beleza, medo, pavor, salto, fuga, vantagem, amor etc.

e) Coletivo:
Indica uma multiplicidade de coisas ou seres de uma mesma espécie.
Exemplos: antologia (de livros), conselho (de membros de associações, de parla-
mentares, de classe etc.), horda (de bandidos, de bárbaros), banca (de examinado-
res), vara (de porcos) etc.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

ARTIGOS
São as palavras que acompanham os substantivos, modificando-os ou determi-
nando-os, isto é, indicando gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou
plural). Os artigos podem ser definidos ou indefinidos.

DEFINIDOS O, A, OS, AS.


INDEFINIDOS UM, UNS, UMA, UMAS.

Ex.:
- João encontrou as pessoas.
- João encontrou umas pessoas.
- João encontrou Ø pessoas.

Cuidado com as semelhanças

a) Não confundir os artigos indefinidos com os pronomes indefinidos.


Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem, 1930.
b) Não confundir os artigos definidos com os pronomes pessoais oblíquos.
- O povo exige de volta esses direitos, pois nunca os perdeu por aqui. (pronome)
- Ele citou os motivos de sua demissão. (artigo)
- A criatividade é uma forma de poder. Por isso, jamais a devemos subestimar.
(pronome)
- A realidade muda as nossas posturas. (artigo)

c) Não confundir os artigos definidos com os pronomes demonstrativos.


- O que....= aquilo que ou aquele que
- Os que....= aqueles que
- A que....= aquela que
- As que....= aquelas que

ESQUEMATIZANDO
O “COMBO” DE PRONOMES
Pronome demonstrativo Pronome relativo
O que
Os que
A que
As que

Exemplos:
- A maioria das manifestantes deixou a praça; as que ficaram organizaram um
novo protesto.
- O que aconteceu ontem será investigado pela escola.
- Eu discordo do que o ministro falou.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- A imprensa concorda com os que têm boas ideias.

ADJETIVOS
São palavras que caracterizam os seres e as coisas em geral, podendo expressar
qualidade, estado, modo de ser, aparência etc. Os adjetivos sempre orbitam a “at-
mosfera” do substantivo. Portanto, onde há substantivos, há grandes chance de
se notar, no mínimo, um adjetivo.
Ex: combativo, mau, amargurado, arrogante, tristíssimo etc.

- O jovem arrogante deixou o emprego.


- A moça estava tristíssima.

Adjetivos x Locuções adjetivas


- Nunca tomo café amargo.
- Nunca tomo café sem açúcar.
- Fiz todas as provas bimestrais.
- Fiz todas as provas do bimestre.
- As críticas do governo são infundadas.
- Não concordo com os livros de autoajuda.

Grau de superlativo relativo


De inferioridade De superioridade
Pedro é o menos fraco do grupo. Pedro é o mais fraco de grupo.

Grau superlativo absoluto


Analítico Sintético
Este livro é muito fraco. Este livro é fraquíssimo.

NUMERAIS
São palavras que quantificam, ordenam, multiplicam ou fracionam o substantivo.
Os numerais podem ser:
Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. Exemplos: um, dois,
três...
Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ou a coisa ocupa numa série. Exem-
plos: primeiro, segundo, terceiro...
Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, sêxtu-
plo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, undécuplo e duodécuplo.
Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade
foi dividida. Exemplo: um meio, um terço, dois quartos, dois quintos...etc.
Obs.: Ambos e Ambas são considerados numerais duais.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Artigo x numeral
- Vi uma pessoa estranha lá fora.
- Comi três maçãs, duas bananas e uma laranja.

Meio (numeral) x meio (advérbio)


- As crianças estavam meio cansadas da festa.
- Ele trouxe meio litro de vinho para a festa.
- Já era meio-dia e meia.
- As meias laranjas estão no balcão.
- Eu comi meia fatia de torta.

Meio (substantivo)
- No meio do campo, todos os jogadores rezavam.

PRONOMES
Os pronomes, genericamente, podem ser classificados como substantivos ou ad-
jetivos.

Pronomes substantivos
Esses pronomes substituem substantivos e são um dos elementos responsáveis
pela coesão textual.
- Ela chegou cedo.
- Nunca os vi na vida.
- A criança comeu tudo.

Pronomes adjetivos
Esses pronomes acompanham um substantivo e também colaboram para a coe-
são do texto.
- Minha prima viajou ontem.
- Não dou atenção a certas pessoas.
- Essas meninas são inteligentes.

Os pronomes, especificamente, podem ser classificados como pessoais (retos,


oblíquos e de tratamento), indefinidos, possessivos, demonstrativos, relativos e in-
terrogativos.

Pronomes pessoais
Pessoais Retos Pessoais Oblíquos
Átonos Tônicos

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Eu Me Mim, comigo
Tu Te Ti, contigo
Ele, Ela O, a, se, lhe Ele, ela, si
Nós Nos Nós, conosco
Vós Vos Vós, convosco
Eles, elas Os, as, se lhes Eles, elas, si

Pronomes de tratamento
Pronomes de Abreviatura Abreviatura Plural Usados para:
tratamento Singular
Você V. VV. Usado para um trata-
mento íntimo familiar.
Vossa Senhoria V. Sª V. Sªs Pessoas com um grau
de prestígio maior.
Usualmente, os em-
pregamos em textos
escritos como: corres-
pondências, ofícios, re-
querimentos etc.
Vossa Excelência V. Exª V. Exªs Usados para pessoas
com alta autoridade,
como: Presidente da
República, Senadores,
Deputados, Embaixa-
dores etc.
Vossa Eminência V. Em.ª V. Em.ªs Usados para cardeais.
Vossa Alteza V. A. VV. AA. Príncipes e duques.
Vossa Santidade V. S. - Para o Papa.
Vossa Reveren- V.Rev.mª V.Rev.mªs Sacerdotes em geral.
díssima
Vossa Paterni- V. P VV. PP. Superiores de ordens
dade religiosas.
Vossa Magnifi- V. Mag.ª V. Mag.ªs Reitores de universi-
cência dades
Vossa Majestade V. M. VV. MM. Reis, rainhas e impera-
dores.

Pronomes indefinidos
Os pronomes indefinidos podem ser variáveis, isto é, sofrer flexão de gênero e
número, ou invariáveis.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

PRONOMES INDEFINIDOS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
Algum(a), nenhum(a), todos(a)(s), outro(a)(s), alguém, ninguém, tudo, ou-
muitos (a)(s), pouco (a)(s), certo (a)(s), vário trem, nada, quem, cada, algo.
(a)(s), tanto(a)(s), bastante (s), quanto (a)(s),
qualquer, quaisquer, qual, quais, tal, tais, um
(a)(s).

- Cada povo tem os seus valores.


- Ninguém deve falar mentiras.
- Várias unidades foram fechadas.
- Vi muita gente criticando o governo, mas outrem podem discordar.
- O mundo é vário.
- Uns bebem e riem sem parar; outros ficam calados e sisudos.

Pronomes interrogativos
Pronomes interrogativos são os pronomes “quem”, “quanto”, “qual”, “que” usados
na formulação de frases interrogativas diretas ou indiretas.
Exemplos:
- Quem vai gabaritar o simulado hoje?
- Quantos alunos têm gramática?
- Que é isso?
- O que houve com você?
- Qual é o resultado desse problema?
- Não entendi por que ela ficou chateada.

Pronomes possessivos
O nome sugere, claramente, a sua função: indicar relação de posse. São estes:

Meus (s), minha (s), teu (s), tua (s), seu (s), nosso (s), nossa (s),
vosso (s), vossa(s).

Como podem cair nas provas:


Os possessivos femininos no singular permitem, quando há situação de crase, a
sua facultatividade.
- Ele disse tudo à minha família. (a minha família)
- A direito à tua privacidade é fundamental (a tua privacidade).
- Esse fato diz respeito à sua vida. (a sua vida)

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém. Servem para pre-
cisar dados, pessoas ou fatos que ocorram num texto.

Estes(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso,


aquilo, o, a, os, as.

- Essas pessoas não merecem confiança.


- Aquele livro é antigo.
- Muitos brasileiros estão confusos; os que têm norte são poucos.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos são aqueles que se relacionam com outros elementos do
texto, a saber: substantivos (na maioria das vezes).

que, quem, onde e cujo (a)(s).

Como podem cair em provas:


A) Lembre-se de que o pronome QUE pode ser transformado em o qual, os quais,
a qual e as quais.
- Os livros de Machado de Assis, que são muito bem conceituados, têm um bom
preço.
- Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem conceituados, têm um
bom preço.

B) O pronome ONDE só se refere a um lugar: rio, praça, casa, bolso, quintal etc.

FRASES CORRETAS
- Ele conheceu a praça onde havia muitas barracas com comidas exóticas.

Obs: Onde = em que = no qual, na qual, nos quais, nas quais.

- Ele conheceu a praça em que havia muitas barracas com comidas exóticas.
- Ele conheceu a praça na qual havia muitas barracas com comidas exóticas.

C) O pronome QUEM sempre se refere a uma pessoa e sempre é preposicionado.

- Esta é a mulher por quem o meu amigo se apaixonou.


- O professor a quem ele se referiu faltou ontem.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Nós vimos o médico de quem o enfermeiro falou mal.

D) O pronome CUJO(A)(S) estabelece relação de posse e não pode ser trocado pelo
QUE.

- Os livros cujas capas estavam rasgadas eram raros.


- A mulher cuja preocupação é cuidar dos filhos tem o respeito de todos.

As frases abaixo estão completamente erradas:


- Os livros cujas as capas estavam rasgadas eram raros.
- A mulher cuja é preocupada com os filhos tem o respeito de todos.
- As ideias cuja nos ensinam as coisas fortalecem o homem.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos,
vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.

Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio


do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
PRÓCLISE
Usamos a próclise nos seguintes casos:
Com palavras negativas: não, nunca, jamais, sem nada, ninguém, nem etc.
- Sem nos falar nada, ele saiu.
- Nunca se envolva com esse tipo de gente.
- Jamais me afastarei daqui.
- Ela nem se importou com meus problemas.

Ou seja, seriam ERRADAS as seguintes construções:


- Nada perturba-me.
- Ninguém mexeu-se.
- Jamais afastar-me-ei daqui.
- Ela nem importou-se com meu problemas.

Com conjunções ou locuções subordinativas: quando, se, porque, que, con-


forme, embora, ainda que, já que, quanto etc.
- Quando se percebe uma mentira, é melhor mudar os rumos.
- É necessário que a deixemos em paz.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.

Ou seja, seriam ERRADAS as seguintes construções:


- É importante que note-se o fato o quanto antes.
- Embora encontre-me com problemas, estou indo bem no trabalho.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Advérbios: só, apenas, muito, pouco, cedo, tarde, ali, aqui, também etc.
- Aqui se fazem homens e mulheres.
- O aluno também se incomodou com o fato.
- Sempre me dediquei aos meus projetos.
- Talvez o veja depois do almoço.

Obs: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pro-
nome.
- Aqui, trabalha-se.
- Ontem, revelei-lhe toda a verdade.
- O problema, principalmente, deve-se a fatores externos.

Pronomes relativos, indefinidos e interrogativos: que, quem, onde, tudo, nada,


algo, alguém etc.
Um lembrete:
- Relativos: que, quem, onde.
- Indefinidos: tudo, nada, algo, alguém, ninguém, qualquer etc.
- Interrogativos: que, quem, qual, quanto.
Exemplos:
- Quem te ligou bem cedo?
- Qual me indicaria para fazer essa receita?
- Algo me diz que você está muito feliz.
- Nada o fazia mudar de ideia.
- A pessoa que me chamou era minha amiga.
- A casa aonde nos levaram era muito chique.

Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).


- “Macacos me mordam!”
- Deus te abençoe, meu filho!

Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.


- Em se plantando tudo dá.
- Em se tratando de mau humor, ela é a campeã.
- Em nos vendo, acene.
- Em me achando na vida, mudei tudo.

CASOS FACULTATIVOS
a) Diante de substantivos quando funcionam como sujeito:
- Os alunos se aproximaram.
- Os alunos aproximaram-se.
b) Diante de pronomes retos:

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Ela me disse tudo.


- Ela disse-me tudo.
c) Diante de pronomes de tratamento.
- Vossa Senhoria me perguntou algo?
- Vossa Senhoria perguntou-me algo?
d) Diante de pronomes demonstrativos.
- Aquilo me deixou triste.
- Aquilo deixou-me triste.

MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
- Convidar-me-ão para a festa.
- Levar-vos-ia ao cinco se não fosse dia de trabalho.
- Revelar-lhe-ei meus segredos.
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
- Não me convidarão para a festa.
- Algo te levará a um bom destino.

ÊNCLISE
Usa-se ênclise sempre que:
a) Iniciar frase.
b) Houver caso de facultatividade.
c) Houver pausa marcada por sinal gráfico.
d) Não houver palavra atrativa.
e) Não houver verbo no futuro do presente ou do pretérito.
Exemplos:
- Sente-se aqui.
- Ela chegou cedo do trabalho, arrumou-se e foi à festa.
- O povo levou-o à presidência.
- Eu disse-lhe a verdade.
- Vossa Senhoria perguntou-me algo?

Regras detalhadas
A ênclise será sempre obrigatória no início de período.
- Amo-te muito, meu amor!
- Dá-me mais um pouco de vinho?
- Comprei-o no mês passado.

Regras particulares
a) Com o verbo no imperativo afirmativo:
- Alunos, comportem-se.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Amigos, deixem-me decidir tudo!

b) Com o verbo no gerúndio:


- Saiu rapidamente, deixando-nos a sós por alguns instantes.

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:


- Contar-lhe tudo é fundamental.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS


Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou
particípio.

AUXILIAR + INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá


antes ou depois do verbo auxiliar e depois do verbo principal.
- A polícia nos pode revelar a verdade.
- A polícia pode-nos revelar a verdade.
- A polícia pode nos revelar a verdade.
- A polícia pode revelar-nos a verdade.
AUXILIAR + GERÚNDIO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá
antes ou depois do verbo auxiliar e depois do verbo principal.
- As crianças me vêm perguntando muitas coisas.
- As crianças vêm-me perguntando muitas coisas.
- As crianças vêm me perguntando muitas coisas.
- As crianças vêm perguntando-me muitas coisas.

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou de-
pois do verbo principal.

AUXILIAR + PARTICÍPIO: se não houver palavra atrativa, o pronome ficará, sem-


pre, antes ou depois do verbo auxiliar; NUNCA depois do principal (do particípio).
NÃO EXISTE ÊNCLISE NO PARTICÍPIO.
- O preso lhe havia contado a verdade.
- O preso havia-lhe contado a verdade.
- O preso havia contado-lhe a verdade. (errado!)

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá SOMENTE antes do verbo au-
xiliar.
- O preso sempre lhe havia contado a verdade.

Infinitivo
- A polícia não nos pode revelar a verdade.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- A polícia não pode revelar-nos a verdade.

Gerúndio
- As crianças agora me vêm perguntando muitas coisas.
- As crianças agora vêm perguntando-me muitas coisas.

REGÊNCIA VERBAL
Conceito
Ocorre quando o termo regente (um verbo) se liga ao seu termo regido (o com-
plemento verbal) por meio de uma preposição ou não. Aqui, é fundamental o co-
nhecimento das transitividades verbais. Os verbos podem assumir as seguintes
transitividades:
a) Verbo transitivo direto (vtd)
b) Verbo transitivo indireto (vti)
c) Verbo transitivo direito e indireto/ bitransitivo (vtdi)
d) Verbo intransitivo (vi)

Instalando o “aplicativo”
APLICATIVO

LADO A LADO B

Quem + Verbo + Verbo Algo ou Alguém

a, de, em, para, com, por

RODADA 01
- Todos os generais deixaram o castelo.
- As crianças quebraram os brinquedos.
- Isso muda o mundo.
- Resolveram os problemas os cientistas.

Verbo Predicação/ Regência


Enganar
Exonerar
Burlar
Perder
Beber

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RODADA 02
- O povo concorda com a imprensa.
- Em Deus confiam os cristãos.
- O aluno recorreu ao diretor.
- De mantimentos carecem os desabrigados.
- Essas obras contribuem para o progresso.

Uma pausa necessária


O que são verbos pronominais?
-João Marcelo apaixonou-se por Lúcia França.
A maioria dos verbos pronominais é transitiva indireta.

Verbo pronominal Preposição


Interessar-se
Referir-se
Contentar-se
Queixar-se
Arrepender-se
Ater-se
Lembrar-se

Ex.:
- O homem se arrependeu dos seus pecados.
- O jornal refere-se aos casos de irregularidade.
- Todos se interessam por liberdade.

RODADA 03
- O político entregou a obra ao povo.
- O político entregou ao povo a obra.
- O professor apresentou o filho aos amigos.
- O governo preveniu os brasileiros da nova pandemia.

CUIDADO!
Alguns verbos se parecem muito com VTDI, mas não o são.
- A médica receitou o remédio ao paciente.
- A médica trocou o remédio do paciente.

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Nas frases acima, os dois verbos são bitransitivos? Antes de responder, veja as
construções a seguir:
- A médica receitou [ ] ao paciente.
- A médica trocou [ ] do paciente.

RODADA 04
Verbos intransitivos
- Têm sentido completo.
- As frases podem parar neles.
- O paciente tossiu.
- O amor existe.
- O salário saiu.

Verbos que não gostam de gente


- Ocorreu uma briga.
- Acontecem crimes banais.
- Surgiu uma dúvida.
- Sucedeu um crime.
Veja que interessante
Pedro comprou (70% de sentido) Os seus livros (30% de sentido)
Maria crê (70% de sentido) em Deus (30% de sentido)
José disse (70% de sentido) a verdade aos pais (30% de sentido)
Rosa chegou (100% de sentido)

CONTUDO, CUIDADO!
Algumas frases podem induzir você a interpretar certas estruturas de forma er-
rada, a saber:
- O homem chorou Ø.
- O homem chorou ao entardecer.
- O homem chorou de raiva.
- O homem em casa.
- O homem chorou para comover a família.
- O homem chorou com os amigos.
- O homem chorou por duas horas.

Conclusões
a) Nem tudo que é introduzido por preposição é objeto indireto;
b) Quando o verbo exige a preposição, tem-se um objeto indireto.
c) Quando o verbo aceita a preposição, tem-se um adjunto adverbial.

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- Aquela criança não gosta de sapatos. (o verbo exige a preposição “de”)


- Aquela criança dormiu de sapatos. (o verbo não exige a preposição “de”, mas a
aceita).

Só para lembrar:
Tipo de Verbo Exigência
VTD Objeto Direto (OD)
VTI Objeto Indireto (OI)
VTDI OD e OI
VI Ø

Obs: “Ø” quer dizer que não vai aparecer nem OD nem OI na frase.

Verbos de ligação
Os verbos de ligação são aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualifica-
ção. A estrutura qualificadora cumprirá a função sintática de Predicativo do Su-
jeito. Logo, esses verbos servem para indicar estados ou qualidades do sujeito. São
estes:
- Ser, estar, permanecer, ficar, andar (= estar), viver (= estar), tornar-se, continuar,
parecer.

Detalhe 01: Esses verbos não podem ser usados no “aplicativo”, pois não têm
transitividade. Você, deve, portanto, memoriza-los como verbos de ligação.
Combinado?

Detalhe 02: Verbos de ligação não têm, nunca, objeto direto ou mesmo indireto.

Exemplos?
- O planeta está confuso.
- Parecem confusas as análises do ministro.
- São confusas as análises do ministro.
- Tornou-se complexa a situação do prefeito.
- O clima, depois da reunião, ficou pesado.
- O prefeito anda preocupado.
- Aquele candidato vive mal-humorado.

O predicativo do sujeito só existe se houver verbo de ligação?


- A moça deixou o auditório satisfeita.

Essa estrutura permite as seguintes reescritas:

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- A moça, satisfeita, deixou o auditório.


- Satisfeita, a moça deixou o auditório.

Mas tenha cuidado:


- A moça satisfeita deixou o auditório.

Não confunda predicativo do sujeito com adjunto adverbial


- O jovem chegou cansado.
- O jovem chegou bem.
Veja as seguintes variações:
- A jovem chegou cansada.
- A jovem chegou longe.
- Os bebês dormiram perfumados.
- Os bebês dormiram bastante.
- As mães saíram lindas.
- As mães saíram logo.

REGÊNCIA NOMINAL
Verbos supostamente de ligação
São, aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação.
Contudo, não conseguem dar ao sujeito qualificação alguma.

Exemplos:
- Os senadores ainda estão em Fortaleza.
- Os policiais permanecem no local do crime.
- A mãe ficou com as crianças.

Note que “em Fortaleza”, “no local do crime” indicam ideia de lugar, e não de es-
tado. Logo, são Adjuntos Adverbiais de lugar. Quando isso ocorre, o verbo não
pode mais ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e, assim, as-
sume o caráter de verbo intransitivo.

REGÊNCIA NOMINAL
Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – exi-
gem complemento para que os sentidos da frase fiquem estabilizados. Essa rela-
ção entre o nome e seus complementos é estabelecida pela presença de preposi-
ção e gera uma função sintática chamada complemento nominal.
Antes, vamos fazer uma comparação:
Lucas obedece aos pais.
Lucas tem obediência aos pais.
Lucas é obediente aos pais.

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Exemplos:
1 – O fiel expôs a sua crença em Deus.
2 – A médica chegou desgostosa com as condições de trabalho.
3 – Ele fez a tarefa contrariamente aos pedidos da mãe.

Muitos nomes podem aceitar mais de uma preposição


1 – Pedro tem amor por todos os seus filhos.
2 – Pedro tem amor a todos os seus filhos.
3 – Eu tenho ódio a gente arrogante.
4 – Eu tenho ódio contra gente arrogante.
5 – Eu tenho ódio de gente arrogante.
6 – Eu tenho ódio para com gente arrogante.

Uma curiosidade: nomes x prefixos.


Dependente de.
Inclusão ou inserção em.
Convívio com.
Demitido de.
Desapego de ou a.
Intercalado entre.
Supremacia sobre.
Convivência com.

Veja a tabela abaixo:


Preposição Nomes
a acessível, adequado, alheio, análogo,
apto, avesso, benefício, cego, con-
forme, desatento, desfavorável, desleal,
equivalente, fiel, grato, guerra, hostil,
idêntico, inerente, nocivo, obediente,
odioso, oposto, peculiar, pernicioso,
próximo (de), superior, surdo (de), visí-
vel.
de amante, amigo, ansioso, ávido, capaz,
cobiçoso, comum, contemporâneo,
curioso, devoto, diferente, digne, do-
tado, duro, estreito, fértil, fraco, ino-

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cente, menor, natural, nobre, orgu-


lhoso, pálido, passível, pobre, pródigo
(em), temeroso, vazio, vizinho.
com afável, amoroso, aparentado, compatí-
vel, conforme, cruel, cuidadoso, des-
contente, furioso (de), ingrato, liberal,
misericordioso, orgulhoso, parecido (a),
rente (a, de).
contra desrespeito, manifestação, queixa.
em constante, cúmplice, diligente, enten-
dido, erudito, exato, fecundo, fértil,
fraco (de), forte, hábil, indeciso, lento,
perito, sábio, último (de, a), único.
entre convênio, união.
para apto, bom, essencial, incapaz, inútil,
pronto (em), útil.
para com afável, amoroso, capaz, cruel, intole-
rante, orgulhoso.
por ansioso, querido (de), responsável, res-
peito (a, de)
sobre dúvida, influência, triunfo.
NOMES QUE ADVÊM DE VERBOS
1 – Ele avançou 200 metros.
1.1 – O avanço de 200 metros ocorreu em seguida.
2 – O convidado gostou daquilo que foi oferecido pelo chef árabe.
2.1 – O gosto por gastronomia árabe é comum no Brasil.
3 – O motorista respeitou o passageiro.
3.1 – O respeito ao passageiro é uma regra moral.
4 – Ele não confia em você.
4.1 – A confiança em você mudou tudo.

CRASE
Teoria
O uso do acento grave é produto da fusão de duas vogais idênticas: a + a : à (fusão).
O primeiro “a” é uma preposição, e o segundo “a” é um artigo.
Obs: o artigo “a” pode, também, aparecer no plural (“as”).

Uma estatística
- 85% das ocorrências de acento grave se dão por fusão.
- 15% das ocorrências de acento grave se dão por “acento diferencial”

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Os 85% têm como base a seguinte tabela:


ANTES DURANTE DEPOIS
VTI SUB. FEM
VTDI AQUILO, AQUELE (A)(S)
NOME A QUAL, AS QUAIS

Detalhando a tabela:
ANTES PREPOSIÇÃO FUSÃO ARTIGO DEPOIS
VTI A À OU ÀS A OU AS SUB. FEM
VTDI A À A -QUILO,
-QUELE (A)(S)

NOME A À(S) A(S) -QUAL,


-QUAIS

Vamos testar os princípios:


1 – O brasileiro recorreu ........................... medicação errada.
2 – O jornal se referia .................................cobrança indevida.
3 – O pai deu um presente ......................... filha.
4 – Eles são indiferentes .......................... miséria do povo.
5 – O combate ........................... Covid-19 é missão de todos.
6 – Os políticos se dedicam .............................. -queles homens do mal.
7 – Ele recorreu ............................ -quelas palavras feias.
8 – A ideia ............................ qual os ministros recorreram tinha brechas jurídicas.
9 - As iniciativas ................................... quais o jornal se referia eram dignas.
10 – As medidas, .................................. quais os políticos não aderiram, são muito valiosas.

OBSERVAÇÃO
As formas craseadas “à qual” e “às quais” podem ser substituídas por “a que”, sem
crase.

CASO ESPECIAL I
Em alguns casos, um “à” ou um “ás” é equivalente a “àquela(s). Nesses casos, o
substantivo feminino fica implícito no texto.

A novela que ele viu é semelhante à que passou nos anos de 1980.

[A novela que ele viu é semelhante àquela que passou nos anos de 1980.]

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Suas críticas são idênticas às do meu pai.

[Suas ideias são idênticas àquelas do meu pai.]

CASO ESPECIAL II: as três “meninas rebeldes”.

As palavras “casa”, “terras” e “distância” só receberão o acento grave se estiverem


especificadas.

Sem especificação, ficam assim:


- Pedro não voltou a casa.
- Depois de dias, o jangadeiro voltou a terra.
- Fiz um curso a distância.

Mas, se estiverem com especificação, recebem o acento:


- Pedro não voltou à casa dos amigos da faculdade.
- Depois de dias, o jangadeiro voltou à terra de seus colonizadores.
- Fiz um curso à distância de 400km.

CASOS FACULTATIVOS
a) Antes de pronomes possessivos femininos no singular.
b) Antes de nomes próprios femininos.
c) Depois da preposição “até”.

a) Antes de pronomes possessivos femininos no singular


Ex.: Ele disse tudo à minha amiga. (a minha amiga)
Ex.: Convém à tua família enfrentar esse problema. (a tua)
Ex.: Ele disse tudo à minha professora e à tua mãe. (a minha/a tua).

Uma exceção, cuidado!!!


- O mestre recorreu à minha tese de doutorado e à tua.
- Isso diz respeito à sua saúde e à nossa.
(Todas as formas destacadas são obrigatórias por conta do paralelismo).

b) Antes de nomes próprios femininos:


1. Não especificados: Ele se referia à Ana/ a Ana.
2. Especificados: Ele se referia à Ana do 9º andar.
3. Famosos: Ele se referia a Ana Maria Braga.

c) Depois da preposição ATÉ.


- O turista irá até à praça velha. (ou “até a praça velha”)

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- Vamos até à escola e depois voltamos. (ou “até a escola”)

Os 15% (o “acento diferencial”)


Ocorre, obrigatoriamente, uso do acento grave nas locuções adjetivas, adverbiais,
conjuntivas e prepositivas com núcleo substantivo feminino.

- Ele cheirava a manga.


- Ele cheirava à manga.

- O barco à vela ia muito longe no mar. (locução adjetiva)


- A criança sempre comia à vontade na casa dos avós. (locução adverbial)
- Deixou a capital do país às sete horas. (locução adverbial)
- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. (locução conjuntiva)
- Ele está à espera de um grande amor. (locução prepositiva).

VEJA OUTROS CASOS


à tarde, à chave, à míngua, à força, à noite, à escuta, à direita, à deriva, às claras, às
avessas, às escondidas, às moscas, à toa, à revelia, à beça, à luz, à esquerda, à larga,
às vezes, às ordens, às ocultas, às turras, à beira de, à sombra de, à exceção de, à
força de, à frente de, à imitação de, à procura de, à semelhança de, à proporção
que, à medida que, à zero hora, à uma hora, às duas horas, às oito e meia etc. (e
todas as horas precisas).
Observações necessárias
a) Caso a locução NÃO tenha núcleo feminino, não ocorrerá crase:
- O leão sempre mata a sangue-frio
- O quarto cheirava a óleo de cozinha.
- Ando muito a pé.
- Use sal e pimenta a gosto.
- Já estamos a bordo.

b) Ocorrerá crase quando a locução “à moda (de)” ou “à maneira (de)” estiver


implícita:
- Eles dançavam à Elvis Presley.
- Ele costumava sair das reuniões à francesa.
- Adoro peixada à cearense.

c) Se as horas forem precisas, ocorre acento grave; do contrário, não.


- Nós saímos à uma hora.
- Eles irão sair daqui a uma hora.
- Às dez horas, os portões se fecham.
- Após as nove horas, eu posso chegar a qualquer momento.

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CRASE E CONCORDÂNCIA
01. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões inóspitas dentro
do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga. (linhas 31 e 32). Assi-
nale a alternativa em que a substituição do segmento sublinhado tenha sido feita
de acordo com a norma culta. Não leve em conta alterações de sentido.
A) à Brasília
B) à terra firme
C) à casa
D) à Fortaleza de José de Alencar
E) à lugares desconhecidos

02. Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase é facultativo.


A) O neto voltou à casa da avó.
B) Meu neto voltou à minha casa.
C) A avó, às vezes, deixa-o brincar na chuva.
D) A mãe devolveu as roupas àquela criança.

03. O uso do acento grave em “À frente de projetos como o Sirius — maior


projeto científico e tecnológico em desenvolvimento no Brasil [...]” (4º§) é de
uso obrigatório. Indique, a seguir, o fragmento em que o acento grave foi em-
pregado INCORRETAMENTE.
A) “Primeiro smartphone com leitor de digitais integrado à tela vai ser chinês.”
B) “Florianópolis vive hoje o temor de que 2017 termine com notícias semelhantes
às que estrearam o ano.”
C) “Uma garota de 9 anos teve o cabelo cortado à força por duas tias e duas primas
no último fim de semana.”
D) “Todo o atendimento ao público será realizado de segunda à domingo con-
forme determinado anteriormente.”

CONCORDÂNCIA VERBAL

Princípios

- Em geral, quem dita as regras do jogo é o sujeito. Ou seja, será o sujeito o termo
sintático responsável pelo “movimento” do verbo.
- “Movimento” quer dizer, na linguagem da gramática, flexão verbal.
- O verbo sofre seis (06) flexões: três no singular e três no plural.
Em provas de concurso, entretanto, as flexões que dominam são as da terceira do
singular e as da terceira do plural, ou seja, as bancas costumam exigir apenas duas
flexões.

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Assim, o que elas mais gostam de fazer é pedir ao candidato para avaliar se um
verbo pode sair do singular e ir para o plural (ou vice e versa).

Exemplo:
- O movimento das comunidades modificou as regras daquele município.
( ) A substituição de “modificou” por “modificaram” mantém a correção grama-
tical.
Dica: pergunte ao verbo assim: “quem modificou as regras?”

1º ESCALÃO DE REGRAS

1- Somente o núcleo do sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a


locução verbal.
- O programa dos novos médicos brasileiros mudou as formas de gestão.
- As iniciativas da coordenadoria do projeto ambiental trouxeram ânimo ao povo
indígena.

Construções erradas:
- O programa dos novos médicos brasileiros mudaram as formas de gestão.
- As iniciativas da coordenadoria do projeto ambiental trouxe ânimo ao povo indí-
gena.

2- É comum que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução verbal com


o propósito de confundir o candidato.

- Um número cada vez mais crescente de alunos motivados pelas novas tecnolo-
gias digitais invade as salas de recrutamento de grandes empresas.

- A candidatura do ex-prefeito, segundo vários jornalistas importantes, ainda que


seja uma afronta aos milhões de eleitores lesados por sua má gestão, revela a falta
de rigor na legislação eleitoral.

3. É comum que o sujeito seja deslocado (daí a frase fica na “ordem indireta”)
para o meio ou o fim do período a fim de confundir o candidato.
No início do século 20, não passava dos 40 anos a expectativa de vida ao nascer
nos países da Europa mais desenvolvida.
A cada um dos envolvidos nos casos dedicou uma página o jornal.

CUIDADO!!!!
Se o verbo estiver anteposto ao sujeito composto, poderá concordar com o núcleo
mais próximo ou ir para o plural.

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Nível básico:
- Deixou a cidade o pai e a mãe.
- Deixaram a cidade o pai e a mãe.

CONCORDÂNCIA VERBAL
Nível avançado:
- Embora modifique as regras a prefeitura e o governo do estado, ainda não se
mostrou eficaz o projeto de lei e a medida provisória.
- Embora modifiquem as regras a prefeitura e o governo do estado, ainda não se
mostraram eficazes o projeto de lei e a medida provisória.

Em outros cenários, a facultatividade seria impossível:


- Deixaram a cidade os primos e a sogra.
- Embora modifiquem as regras os vereadores e a cúpula do estado, ainda não se
mostraram eficazes os projetos de lei e a medida provisória.

4- Quando o sujeito for uma oração (ou seja, sua base for um verbo), lembre-
se de que o verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.

Na ordem direta:
- Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura.
- Quem anula o seu voto dá as costas à democracia.
- Que as fake news mudaram o país é fato.

Na ordem indireta:
- Coube ao povo modificar as políticas públicas de segurança.
- É fundamental que todos busquem a tolerância.
- Perdeu a vergonha quem destruiu o sentido de povo.

Atenção!!!
Mesmo que haja dois, três, quatro etc. verbos no infinitivo, a regra do sujeito
oracional permanece.

- Estudar muitas horas por dia e cuidar da dieta exige muita força e muita fé.
- A partir da Segunda Guerra Mundial, tornou-se possível prevenir e tratar diversas
enfermidades

5- Quando o sujeito estiver representado pelo pronome relativo “que”, con-


corde com o termo ao qual o pronome se refere.

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- O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de es-


tudar.

DICA DOS 4 SEGUNDOS


a) Busque o referente do QUE;
b) Modifique o número do referente;
c) Leia a frase novamente;
d) Verifique a concordancia;
e) Se estiver errada, o QUE será sujeito.

Vejamos outros exemplos:


- Nós gostamos de livros que mudam a nossa cabeça.
- Deixou a cidade a moça que salvou as crianças.

7- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética, cuidado para não con-
fundi-lo com o objeto direto.

Nível básico:
- Dominou-se o suspeito rapidamente.
- Vende-se casa.
Dedicam-se homenagens ao mártir daquele país.

Assim, veja como é fácil chancelar o erro.


- Comemora-se os dez anos da empresa. (Frase errada)
- Mostrou-se os erros daquele governo. (Frase errada)
- Estuda-se as narrativas populares. (Frase errada)

Nível avançado:
- Não se dá aos brasileiros a chance de crescer. (Frase certa)
- Devem-se explicar os casos de irregularidade. (Frase certa)

8- Quando o sujeito for indeterminado, há duas situações:


a) Verbo na 3ª pessoa do plural sem antecedente.
b) VTI, VI ou VL acompanhado do pronome “se” (índice de indeterminação do
sujeito) com verbo na 3ª pessoa do singular.

Exemplos:
- Destruíram os conceitos de gentileza.
- Mataram a democracia.
- Picharam as estátuas.
- Clonaram a minha senha.

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ELI CASTRO

Exemplos:
- Acredita-se em milagres.
- Gosta-se de festas juninas.
- Pouco se discordou dos depoimentos.
- Sempre se sofre muito no Brasil.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

9- Quando a oração não tem sujeito, o verbo é chamado de impessoal e fica


sem “comando”; por isso, permanecerá na 3ª pessoa singular (e raras vezes no
plural).
- Havia muitas brigas naquela escola.
- Grandes eventos houve no auditório.

Cuidado!!!
O verbo EXISTIR, contudo, é pessoal e passa, automaticamente, a ter sujeito. Ou
seja, o objeto direto do verbo HAVER será, portanto, o sujeito do verbo EXISTIR.
Sempre!!!
- Existiam muitas brigas naquela escola.
- Grandes eventos existiram no auditório.
- Faz trinta dias que o edital saiu.
- Há doze anos que ele deixou o país.
- Neva na serra gaúcha.
- Chove muito em Londres.
- Já amanheceu!

Exceções
- Muitos flocos bonitos nevavam naquela cidade europeia.
- Choviam péssimas notícias nos jornais.
- Eram seis horas quando a polícia chegou.
- São dez horas.
- Hoje são 15 de julho.

10- Quando o sujeito é formado por expressão partitiva, percentual ou fracio-


nária.
Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem ex-
pressão especificativa pluralizada, admite-se que o verbo vá para o plural ou fique
no singular.

Ex.:

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- A maioria dos médicos deixou o hospital.


- A maioria dos médicos deixaram o hospital.

- A menor parte dos alunos bebia.


- A menor parte dos alunos bebiam.
- Grande parte da equipe errou.
- Grande parte da equipe errou.
- A minoria dos policiais está preocupada.
- A minoria dos policiais estão preocupados.

Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma porcentagem, a concordân-


cia também se dará com o número percentual ou com o adjunto.

DETALHE:
De 0,0% até 1,9% significa SINGULAR. De 2,0 até o infinito, PLURAL.

Ex.:
- 30% da empresa receberam críticas.
- 30% da empresa recebeu críticas.
- 1,8% dos brasileiros pedia a intervenção militar.
- 1,8% dos brasileiros pediam a intervenção militar.

Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o


número percentual.
Ex.:
- 25% chegaram aos seus objetivos.
- 1,6% desistiu da prova.

Exceção:
Caso surja o artigo “OS” (ou outro determinante, como ESSES, ESTES, AQUELES)
antes dos percentuais, o verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o PLURAL.

- Os 10% da comunidade requereram novas eleições.


- Esses 15% da pesquisa não representam muita coisa.

Caso o sujeito seja formado por um numeral em forma de fração, concorde


com o numerador ou com o adjunto.
- ¼ dos alunos não entregou o trabalho.
- ¼ dos alunos não entregaram o trabalho.
- Dois quintos da cidade questionaram a prefeitura.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Dois quintos da cidade questionou a prefeitura.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regra geral
O adjetivo e as palavras adjetivas (artigos, numerais e pronomes) concordam em
gênero e número com o substantivo a que se referem.
- As minhas revistas novas estão no quarto.

Casos especiais I
1º. Caso:
Quando o adjetivo é posposto a vários substantivos do mesmo gênero, ele vai para
o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

- O caju e o abacaxi maduro parecem bons.


- O caju e o abacaxi maduros parecem bons.

2º. Caso:
Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural
masculino ou pode concordar com o substantivo mais próximo.

- O caju e a manga madura estavam em falta no mercado.


- O caju e a manga maduros estavam em falta no mercado.

Se os substantivos estivessem no plural:


- Os cajus e as mangas maduras estavam em falta no mercado.
- Os cajus e as mangas maduros estavam em falta no mercado.

Mais um exemplo:
- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigo foram varridos pelo temporal.
- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigos foram varridos pelo temporal.

Cuidado!
A concordância nominal não apenas ocorre no nível morfossintático, mas tam-
bém no semântico.
- João comprou uma casa e um carro esportivo.
- Lucas tem um gato e um cão valente.

3º. Caso:
Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente
para o plural e concorda com o sujeito.
- O caju e a laranja são azedos.
- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar estão devastados.

Cuidado!
- Os livros e as revistas são antigas. ( Certo ou Errado?)

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Casos especiais II
1º. Caso:
Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorde com o mais pró-
ximo.
- Ele era dotado de extraordinária coragem e talento.
- No hospital, percebi os cansados médicos e enfermeiras.

2º. Caso:
Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o
substantivo mais próximo ou pode ir para o plural.
- Estava deserta a casa e o barraco.
- Estavam desertos a casa e o barraco.

3º Caso
Quando há apenas um substantivo e mais de um adjetivo. Nesses casos, há duas
possibilidades de estrutura:

1ª . Possibilidade:
- O produto conquistou o mercado europeu e o americano.

2ª . Possibilidade:
- O produto conquistou os mercados europeu e americano.

Veja outros exemplos:


- Esse autor aderiu à escrita clássica, à moderna e à contemporânea.
- Esse autor aderiu às escritas clássica, moderna e contemporânea.
- O país desenvolveu a cultura da leitura e a do estudo.
- O país desenvolveu as culturas da leitura e do estudo.

Casos especiais III


1º. Caso: as palavra bastante, meio, pouco, caro, barato e junto.
- Função adjetiva: Variável - refere-se a substantivo.
- Função adverbial: Invariável - refere-se a verbo, adjetivo e a advérbio.

- Eles viram bastantes pessoas na rua.


- Eu comprei bastantes livros de história.
- Ana está bastante feliz com a sua aprovação.
- Os alunos parecem bastante lúcidos.
- A aluna deixou a festa meio tonta.
- As médicas estavam meio nervosas.
- Ele não é homem de meias palavras.
- As meias entradas estão suspensas.
- Só tenho poucas horas para resolver tudo.
- As alunas estão pouco ansiosas para a apresentação.
- As roupas foram caras ou baratas?
- As roupas custaram caro.

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ELI CASTRO

- Nós sempre buscamos fazer junto os nossos projetos.


- Elas sempre buscam fazer juntas os seus projetos.
- Eles sempre buscam fazer juntos os seus projetos.

2º. Caso:
As palavras quite, obrigado, anexo (incluso ou apenso), obrigado, mesmo, pró-
prio e leso são adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se refe-
rem.
- Nós estamos quites com o banco.
- Tu pareces quite com a secretaria.
- Ela mesma fez o café.
- As crianças mesmas fizeram o café da manhã.
- Os alunos próprios decidiram tudo.
- “Muito obrigada!”, disse a filha.
- Muito obrigados, mestre!”, disseram os alunos.
- Seguem anexos os formulários.
- Vai a ficha anexa ao e-mail.
- As documentações seguem em anexo.
- Estão inclusas todas as regras.
- Vão apensos os contratos.

EXERCÍCIOS
01. A frase em que a concordância nominal está correta é:
A) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo eram o melhor sinal
da prosperidade familiar.
B) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontravam os doen-
tes.
C) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava na sua pacata
e linda chácara do interior.
D) Esse livro e caderno antigos não são meus, mas poderão ser importantes para
a pesquisa que estou fazendo.

02. Todas as alternativas, abaixo, estão corretas quanto à concordância nominal,


exceto:
A) Conserve limpas as mãos e os pés.
B) O jovem, ao completar dezenove anos, deve estar quite com o serviço militar.
C) As edições extras dos jornais sempre trazem notícias interessantes.
D) No café da manhã deste hotel, servem-se geleia e pão torrados.
E) Deste lado da rua há menos casas, por isso precisamos ficar mais alerta.

03. Assinale a alternativa errada no que diz respeito ao atendimento à norma


culta:
A) O escritor e o mestre alemães admiravam o belo quadro.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

B) Estudaram o idioma francês e o espanhol.


C) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o projeto.
D) Considero fácil as questões e testes propostos na prova.

04. Está perfeitamente correta a concordância nominal apenas na frase:


A) Eles se moviam meios cautelosos.
B) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.
C) José era tal quais os avós.
D) Os resultados falam por si só.

05. “Fazia ............................... elogios, embora as saudações fossem agora ........................ en-
fáticas para uns e talvez ............................... evasivas para outros”.
A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:
A) bastante / menos / meio;
B) bastantes / menas / meia;
C) bastante /menos / meia;
D) bastantes / menas / meio;
E) bastantes / menos / meio.

06. Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a


norma culta.
A) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida com a vida.
B) O Presidente visitou as novas instalações da escola. Sua Excelência estava bem
disposto e bem-humorado.
C) A declaração de bens foi mandada anexo ao processo.
D) Sabemos que é necessário a paciência de mãe para suportar manha de criança.
E) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um terreno próximos à praia.

07. Todas as alternativas estão corretas quanto à concordância nominal, exceto


em:
a) Todos os executivos da empresa optaram por champanha francês.
b) Homens e mulheres sindicalizados reivindicavam segurança no trabalho.
c) É proibido entrada de pessoas não identificadas naquele recinto.
d) O garimpeiro comemorou a descoberta de quinhentas gramas de ouro.
e) Durante o debate, a plenária permaneceu meio silenciosa.

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Termos da oração

01 – Essenciais

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Sujeito
- Predicado

02 – Termos integrantes:

- Objeto direto
- Objeto indireto
- Complemento nominal
- Agente da passiva

03 – Termos acessórios:

- Adjunto adnominal
- Adjunto adverbial
- Aposto

- Vocativo*

O que as bancas pedem:


a) Reconhecimento de cada uma das estruturas
b) Entendimento do que ocorre na frase quando um termo é suprimido ou deslo-
cado
c) Discernimento quando um termo é trocado por outro no texto.
d) Crítica à norma culta quando certos procedimentos ferem o padrão gramatical.
e) Diálogo dos termos com outros aspectos do padrão culto, a saber: pontuação,
colocação pronominal, regência, concordância etc.

Sujeito
Palavra ou expressão que pratica, sofre ou pratica e sofre (ao mesmo tempo) a
ação verbal. O sujeito pode também simplesmente receber uma qualidade, sem
desenvolver ação verbal alguma.

a) Simples
Quando possui apenas um núcleo (geralmente um substantivo). Esse núcleo traz
a ideia principal do sujeito:
- O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário tanto para as ativi-
dades artísticas como para as científicas.
- A pandemia mudou o mundo.

b) Composto

55
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Quando possui mais de um núcleo:


- Os crimes de estelionato e o tráfico de drogas exigem mais atenção das autori-
dades.
- Deixaram a cidade o médico, o enfermeiro e os seus assistentes.

c) Subentendido, elíptico, oculto, desinencial, implícito, não expresso, em eli-


são.
Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma
pela qual o reconhecemos é pela terminação verbal (desinência) ou pelo contexto.

- Compramos novos computadores para a empresa.


- Tens um cigarro aí?
- Deixe seus livros ali.
- Deixa teus livros ali.

d) Indeterminado.
Quando ele não está expresso e não podemos reconhece-lo pela terminação do
verbo ou mesmo pelo contexto.

Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os casos de sujeito in-
determinado:

1º) Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se notem ante-
cedentes no texto:

- Quebraram a mesa da sala.


- Roubaram a santa da igreja.

Obs: Na sentença a seguir, note que o sujeito da estrutura destacada não é


indeterminado.
- Muitos policiais aderiram à greve da última semana. Provavelmente, devem exi-
gir melhores condições de trabalho para todos.

2º) Quando o verbo (VTI, VI ou VL) está na terceira pessoa do singular acom-
panhado do pronome “se” (índice de indeterminado do sujeito):
- Pouco se discordou dos depoimentos prestados ontem.
- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a ignorância é implacável.
- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.
- Era-se desconfiado naquela cidade.

Um caso pouco conhecido

56
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Quando um verbo está no infinitivo, seu sujeito também é indeterminado, inde-


pendentemente de sua regência.
- Trabalhar muitas horas por dia exige muita disposição.
- Fazer exercícios faz bem à saúde.

e) Sujeito inexistente ou oração sem sujeito.

Ocorre quando os verbos são impessoais.

I- Verbos que indicam fenômenos da natureza: nevar, chover, trovejar, relam-


pejar, etc.

- Neva muito na Suiça.


- Trovejou bastante hoje.
- Já amanheceu.
- É madrugada.

II – Verbo “Haver” no sentido de “Existir”.

- Havia muitos indícios de corrupção naquele dossiê.


- Pode haver greves demoradas até o fim do mês.

III – Verbo “Fazer” indicando tempo decorrido (tempo retroativo):

- Faz dois meses que os políticos corruptos foram presos.


- Amanhã fará seis dias que o país adotou as novas medidas.

Obs: no presente do indicativo, é possível substituir “faz” por “há”.

f) Sujeito oracional

Quando o sujeito é formado por uma estrutura verbal. Trata-se de uma oração
subordinada substantiva subjetiva ou de uma oração reduzida de infinitivo.

- Quem promoveu enorme baderna ontem deixou a cidade.


- Arriscar tudo uma vez na vida é muito sedutor.

O PREDICADO
a) Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo.

- Os jogadores andam pelo gramado.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- A polêmica trouxe irritação na escola.

b) Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome (substantivo,


adjetivo ou locução adjetiva). Tipo de predicado que exige verbo de ligação.

- Ela é esnobe.
- Estão falidos os discursos moralistas.
- O presidente anda nervoso.
- A vida é um espirro.

c) Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: um verbo e um


nome.

- Os jogadores andam pelo gramado cansados.


- A aluna deixou o auditório preocupada.
- O professor fez a chamada distraída.

Atenção às reescrituras:
- Os jogadores, cansados, andam pelo gramado.
- Cansados, os jogadores andam pelo gramado.
- A aluna, preocupada, deixou o auditório.
- Distraído, o professor fez a chamada.

02 – Termos integrantes
Objeto direto

Complemento verbal (geralmente não preposicionado) que estabiliza a carên-


cia semântica do verbo.

- Estes livros trazem a cultura do velho mundo.


- A chuva castiga a cidade de Petrópolis.
- Os professores leram os jornais de Pernambuco.

Objeto indireto
Complemento (sempre preposicionado) que estabiliza a carência semântica
do verbo.

- O deputado, segundo jornais locais, discordou dos vereadores.


- Concordou com os vereadores o presidente da câmara.

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

ORAÇÕES COORDENADAS
Princípios:
São estruturas independentes.
Podem ser ligadas, ou não, por conjunção.
São, portanto, sindéticas ou assindéticas.

Demonstrando os princípios:
A criança comeu todo o lanche. A criança estava faminta. (orações independentes)
A criança comeu todo o lanche, pois estava faminta.
(período composto sindético)
A criança comeu todo o lanche: estava faminta.
(período composto assindético)

Períodos sindéticos versus períodos assindéticos

Obs.: as conjunções funcionam como um GPS de sentidos: elas orientam como


o leitor deve interpretar a frase. Daí sua impotência.

SINDÉTICOS: quando vêm introduzidos por conjunção.


- A prefeitura negou a fraude e mostrou provas a seu favor.
- Joana deu à luz um lindo bebê, portanto estava muito feliz.
- Comemoramos muito o título, pois a conquista foi espetacular.

ASSINDÉTICOS: quando não vêm introduzidos por conjunção:


Obs.: nesse caso, como o leitor não tem o “GPS”, ele fica, por um momento, sem
orientação, sem entender direito o texto. A frase não costuma ser agradável ao
leitor, por isso desperta a suspeita de que esteja gramaticalmente errada. Con-
tudo, não está.

- A prefeitura negou a fraude, mostrou provas a seu favor.


- Joana deu á luz um lindo bebê; estava muito feliz.
- Comemoramos muito o título: a conquista foi espetacular.

Obs.: costuma-se usar uma (01) vírgula nas assindéticas aditivas e alternativas,
ponto e vírgula nas conclusivas e dois pontos nas explicativas. Isso, contudo, não
é uma regra, é um costume seguido por muitos bons redatores. A vírgula e o
ponto e vírgula podem isolar todas as coordenadas assindéticas. Por outro lado,
é quase um consenso que só as explicativas podem ser isoladas por dois pontos.

Classificação das orações coordenadas sindéticas


1. Aditivas

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

Expressam uma adição, uma sequência de informações:


- Eles deixaram a festa e procuraram um bar aberto.
- A tese parecia lógica, e os argumentos faziam sentido.
- Hoje, não cozinho nem lavo a louça.
- O filho não só mostra obediência, mas também tira boas notas.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ATIVAS


e
nem (= e não)
(não só) ..., mas também
(não só) ... como também
(não apenas) ..., mas ainda
(não somente) ... senão também
(não somente) ... bem como
Que (= e)

2. Adversativas
Expressam a valor de oposição, constante, restrição ou mudança de assunto:
- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; porém aquela semana foi de muita
chuva. (oposição)

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ADVERSATIVAS


Mas
Porém
Contudo
Entretanto
Todavia
No entanto
Em contrapartida
Senão
Ainda assim
Exceto
Salvo
Não obstante
CUIDADO!

Pontuações possíveis para um mesmo período:


- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana, PORÉM, foi de
muita chuva. (construção culta).

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana foi, PORÉM, de
muita chuva.
- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana foi de muita chuva,
PORÉM. (construção cultíssima)

- O homem foi picado por uma cascavel, entretanto passa bem. (contraste)
- Adorei o seu jantar, mas use menos pimenta da próxima vez. (restrição)
- Corrupção é o tema do dia, mas vamos falar de futebol. (a conjunção “mas” indica
mudança de assunto).

Quando a conjunção, MAS não pode substituir suas correspondentes


- O governo usa, cada vez mais, de falsas informações; a maioria da população,
entretanto, não percebe o descalabro. (USO CORRETO).
- O governo usa, cada vez mais, de falsas informações; a maioria da população,
mas, não percebe o descalabro. (USO INCORRETO).

3. Alternativas
Expressam alternância de ideias ou revezamento de ações:
- Venha logo ou perderá a sua vaga.
- Ora bebiam, ora comiam.
- Quer em casa, quer no trabalho ele sempre arranja confusão.
- Talvez chegue cedo, talvez demore muito.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ALTERNATIVAS


Ou...ou
Ora...ora
Quer...quer
Seja...seja
Já...já
Nem...nem
Talvez...talvez

4. Conclusivas
Expressam ideia de conclusão, consequência, ou seja, dizem o inevitável:
- A humanidade não tem vacina contra o coronavírus, portanto estamos todos
vulneráveis uma nova onda de contaminação.
- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, pois, toda a con-
fiança da empresa.
- Os cães passaram três dias sem comer, por conseguinte estão famintos.
- Os preços dos carros caíram muito na última década, logo é normal o aumento
dos engarrafamentos nas grandes cidades.

61
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Os preços dos carros caíram muito na última década, é, logo, normal o aumento
dos engarrafamentos nas grandes cidades.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS CONCLUSIVAS


Logo
Portanto
Por conseguinte
Por isso
Assim
Então
Pois (posposto ao verbo)
5. Explicativas
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração:
- Ele foi à praia, pois estava muito estressado.
- Vista-se logo, que seu pai já está chegando.
- A jovem chegou muito tarde ao trabalho, porquanto seu carro quebrara no ca-
minho.
- Ela mudou a cor do cabelo, porque vivia uma nova fase de sua vida.

PORQUE, QUE, POIS, PORQUANTO 100% EXPLICATIVOS


Terão o seu primeiro verbo no modo imperativo.
Ou
Não se notará relação de causa e efeito entre as orações.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS EXPLICATIVAS


Que
Porque
Porquanto
Pois (anteposto ao verbo)

PARTICULARIDADES
Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:
1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas atra-
vés das expressões: (não só) ..., mas também. (não somente) ..., mas ainda, (não só)
... como também. Exemplo:

- Não só se dedica aos esportes, como também à música.


- Não só fez o gol do título, mas também se sagrou artilheiro do campeonato.

2) A conjunção que pode ter valor:


a) Aditivo:

62
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Ela varre que varre a sala, e não se cansa. (Varre e varre.)


- Esse menino fala que fala! Não para um instante! (Fala e fala.)
b) Adversativo:
- Todos receberão os salários hoje, que não você.
- Os funcionários da tesouraria, que não os diretores, estão dispensados depois
das três da tarde.
3) A conjunção E pode assumir valor adversativo ou conclusivo, também:
- Ele come muito, e não engorda.
- Ela passou no concurso e estava muito feliz.

ORAÇÕES SUBORDINADAS

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


São estruturas dependentes e funcionam como adjetivos. Obviamente, referem-
se a substantivos.

A origem dessas orações:


1 – O time vitorioso.
2 – O time das vitórias.
3 – O time que vence os campeonatos.
4 – O time que vence os campeonatos deixa sua torcida feliz.

Classificação das orações adjetivas


Adjetiva Restritiva Adjetiva Restritiva
Não há sinal ou sinais gráficos em sua Sua intepretação permite que o leitor
estrutura. “enxergue” dois grupos no contexto:
um explícito (com sentido de particu-
larização) e outro implícito.
Adjetiva Explicativa Adjetiva Explicativa
É marcada por vírgula(s), travessão(- Sua interpretação só permite que o lei-
ões) ou parênteses. tor “enxergue” um único grupo (com
sentido de generalização) ou individu-
alize um único ser ou um grupo no
contexto.

Exemplos:
- O aluno que se dedica aos estudos passa.
- O jornal denunciou os políticos corruptos que são filiados ao MDB.
- O aluno, que é uma peça fundamental da escola, deve estar disposto a apren-
der.
- O jornal denunciou os políticos corruptos, que são filiados ao MDB.

63
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- Michel Temer – que já foi o presidente do país – é visto, por muitos, como um
golpista.

Vejamos outros exemplos:


- A informação que recebi era uma “fake News”.
- Conheci a igreja onde meu pai foi batizado.
- João é um filho por quem tenho muita admiração.
- Visitei a cidade cujos habitantes eram estranhos.
- Temo tudo quanto me assusta.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


A origem dessas orações
Essas orações recebem esse nome porque exercem função própria dos substan-
tivos. Os substantivos desempenham, majoritariamente, as funções sintáticas. Daí
essas orações representam as seguintes funções: objeto direto, objeto indireto, su-
jeito, predicativo, complemento nominal e aposto.
São introduzidas por conectivos específicos:
que, se quem, quanto e como.

Obs.: dos cinco conectivos, somente “que” e “se” podem ser chamados de con-
junção integrante.

Dicas importantes:
Somente uma dessas seis orações será antecipada por sinal gráfico (: - ,), a saber:
a APOSITIVA. Somente duas dessas seis orações serão antecipadas por preposi-
ção (a, de, em para, com, por), a saber: a COMPLETIVA NOMINAL e a OBJETIVA
INDIRETA.

A origem dessas orações:


1 – A polícia impediu a confusão
Desenvolvendo
2 – A polícia impediu ________ OBJETO DIRETO _______________
3 - _________________ SUJEITO ____________ impediu a confusão.

Ou seja:
- A polícia impediu que a confusão começasse.
- Quem representava a lei impediu a confusão.

Dica: substitua a oração subordinada iniciada por QUE, SE, COMO ou QUANTO
por ISTO e as iniciadas por QUEM, por ELE(A).

64
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- ELA impediu a confusão.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta


A oração subordinada substantiva objetiva indireta funciona como objeto indireto
da oração principal.
- A polícia discorda de que os bandidos ainda estejam escondidos na mata.
- Os motoristas não obedecem a quem organiza as leis.

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal


A oração subordinada substantiva completiva nominal funciona como comple-
mento nominal da oração principal.
- O ministro tem a convicção de que os fatos serão esclarecidos.
- Os números não são favoráveis a quem fez a declaração.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva


A oração subordinada substantiva apositiva funciona como aposto da oração prin-
cipal.
- Só queremos uma coisa: que você procure um outro lugar.
- O propósito era este - que todos os brasileiros fossem comunicados antes.
- Na vida, só tenho um propósito, que eu seja feliz a todo custo.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta


A Oração subordinada substantiva objetiva direta funciona como objeto direto da
oração principal.
- As professoras decidiram que a aula será adiada.
- O médico não notou se tudo aquilo tudo era mesmo verdade.
- O professor percebeu como tudo aconteceu.

Obs.: quando o verbo da oração principal for o “fazer” (VTD), é facultativo o


uso da preposição “com” por razões de eufonia. Veja:
- Os problemas no governo fizeram (com) que os executivos corruptos fossem
denunciados.

Oração Subordinada Substantiva Predicativa


A oração subordinada substantiva predicativa funciona como predicativo da ora-
ção principal.
- O certo é que todos deixarão o país depois da crise.
- O importante é como a cidade receberá todas as mudanças.
- Que tudo um dia irá mudar é a nossa certeza.

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

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PORTUGUÊS
ELI CASTRO

A oração subordinada substantiva subjetiva funciona como sujeito da oração prin-


cipal.
- É normal que a crise também chegue a outros países.
- Trouxe os livros quem recebeu o aviso.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS


A origem dessas orações
Essas orações desempenham função adverbial. Vamos ver como essas orações se
originam:
1 – Todos deixaram a praia no final da tarde.
2 – Todos deixaram a praia quando a tarde caiu.

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. A causa é uma espécie de


“estopim”, que aciona uma consequência. É iniciada por uma conjunção subordi-
nativa causal ou por uma locução conjuntiva subordinativa causal. São elas: por-
que, porquanto, que, visto que, já que, sendo que, dado que, haja vista que,
uma vez que, como, pois que, na medida em que, por + infinitivo.

Obs.: A conjunção “como” deve ser usada apenas em início de período.


Exemplos:
- Já que os brasileiros vivem cada vez mais, a velhice vem se prolongando em
nossa sociedade.
- Ele não chegou cedo, porquanto o engarrafamento travou a cidade.
- Dado que a cidade estava sem segurança pública, os bandidos tomavam conta
de tudo.
- Por saber muito, o bandido foi morto pela quadrilha.
- Porque as cidades estão cada vez mais poluídas, muitas pessoas têm problemas
respiratórios.

B) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência, ou seja, re-


presenta aquilo que não pode ser evitado, já que algo a obriga. É iniciada pela
conjunção subordinativa consecutiva que. Na oração principal normalmente
surge um advérbio de intensidade tão, tal, tanto, tamanho(a), a tal ponto: (tão)...
que, (tanto)... que, (tamanho)... que, de sorte que, de maneira que, de forma que.

Exemplos:
- O médico foi tão competente, que o paciente recuperou-se em uma semana.
- Tamanha era raiva do injustiçado, que atirou contra todos e depois se matou.
- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta.
- Ele bebeu a tal ponto que perdeu a noção de onde estava.

66
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão, ou seja, indica


uma contraposição, uma oposição, uma ressalva. É iniciada por uma conjunção
subordinativa concessiva ou por uma locução conjuntiva subordinativa conces-
siva. São elas: embora, conquanto, não obstante, apesar de que, se bem que,
mesmo que, posto que, ainda que, em que pese, a despeito de que, malgrado,
por mais que, sem que.

Exemplos:
- Conquanto a vida sempre ofereça muitos obstáculos, nunca devemos nos dei-
xar abater.
- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, não obstante nem
todos as aproveitem para o bem de si e dos outros.
- Malgrado muitos estejam satisfeitos com a mudança de governo, eu continuo
sem nenhuma confiança em nada.
- Todos chegaram bem cedo, apesar de que a prova só começasse às dez da
manhã.
- A despeito de que muitos ativistas se esforcem, a natureza continua sendo de-
vastada dia a dia.
- Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua
inscrição.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição, ou seja, indica


valor semântico de dependência em que há forte teor duvidoso, incerto e hipoté-
tico. É iniciada por uma conjunção subordinativa condicional ou por uma locução
conjuntiva subordinativa condicional. São elas: se, a menos que, desde que, caso,
contanto que, A + infinitivo.

67
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada


por uma conjunção subordinativa conformativa ou por uma locução conjuntiva
subordinativa conformativa. São elas: como, conforme, segundo, consoante.

Exemplos:
- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década pas-
sada
- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.
- Como combinamos ontem, eis os documentos.

F) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente,


o verbo fica subentendido. É iniciada por uma conjunção subordinativa compara-
tiva. São elas: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.

Exemplo:
- Pedro gostava mais de literatura francesa do que de Alemã.
- João era mais esforçado (do) que o irmão.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma


conjunção subordinativa temporal ou por uma locução conjuntiva subordinativa
temporal. São elas: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo
que, mal, sempre que, até que, antes que, ao + infinitivo.

Exemplos:
- Assim que a aula terminar, vamos à sala de estudos.
- Ao terminar essa discussão, sairemos daqui.
H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma con-
junção subordinativa final ou por uma locução conjuntiva subordinativa final. São
elas: a fim de que, para que, porque, para + infinitivo.

Exemplos:
- Alguns brasileiros procuram economizar no fim do ano para que consigam
comprar mais em janeiro.
- A fim de sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos.
- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo.
- Aqui estamos para estudar.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por


uma locução conjuntiva subordinativa proporcional. São elas: à proporção que, à
medida que, ao passo que, tanto mais...mais, tanto menos...menos.
Exemplo:

68
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.


- Ao passo que ganhava fama, ficava mais rico.
- Tanto menos fumava, menos adoecia.

DICA FINAL 01
LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES PARECIDAS:
a) Porquanto = Porque = Ideia de CAUSA/EXPLICATIVA.
b) Conquanto = Embora = ideia de CONCESSÃO.
c) Contanto que = Caso = ideia de CONDIÇÃO.
d) Portanto = Logo = ideia de CONCLUSÃO.
e) Entretanto = Mas = ideia de ADVERSIDADE.
f) No entanto = Contudo = ideia de ADVERSIDADE.

DICA FINAL 02
LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES MISTAS:
a) Porque: causal/explicativa.
b) Desde que: condicional/temporal
c) Não obstante: adversativa/concessiva.
d) Ao passo que: proporcional/concessiva.
e) Como: causal/conformativa/comparativa.
f) Conforme: conformativa/proporcional.

INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO TEXTUAL

Compreensão X Interpretação

A compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no


texto. Tudo está à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações;
citações de estudiosos, políticos, advogados etc. discordâncias ou concordâncias
do autor entre outras. Ou seja, a compreensão de textos consiste em analisar o
que realmente está escrito, diz respeito àquilo que chamo de “a verdade do texto”;
ou seja, aquilo que o texto afirma, mesmo que seja algo do qual você discorde, é
uma verdade incontestável.

Os comandos (enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguin-


tes:

Segundo o texto...
O autor/ narrador do texto diz que....
O texto informa que...
No texto, há uma crítica sobre...
Tendo em vista o texto....

69
PORTUGUÊS
ELI CASTRO

De acordo com o texto...


O autor defende que....
O autor afirma que...
Na opinião do autor do texto...

Se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele,
trata-se de uma questão de interpretação.

A interpretação de texto consiste em saber o que se infere do que está escrito,


tem a ver com o que podemos chamar de “vazios textuais”, que todo texto deixa
para o leitor.
E como vamos saber que a questão é de interpretação? Agora, a nossa banca vai
alternar, normalmente, os seguintes verbos: infere-se, depreende-se, conclui-se,
deduz-se. Detalhe: Todos esses verbos significam a mesma coisa, ou seja, são si-
nônimos.

Os comandos de interpretação são, na maioria das vezes, os seguintes:


- Depreende-se/infere-se/conclui-se de texto que...
- O texto permite deduzir que...
- É possível subentender-se a partir do texto que...
- Qual a intenção do autor quando afirma que...
- O texto possibilita o entendimento de que...
- Com o apoio do texto, infere-se que...
- O texto possibilita deduzir que...

Os anônimos

Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se


existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos
de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre
as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho tentou mu-
dar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve.

A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o levar a Branca de Neve


para a floresta, mata-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recom-
pensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da com-
paixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia
não constam em nenhuma versão do conto (...)

(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses, fragmento)

Após a leitura, marque a opção incorreta:


a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira oscila em sua atividade.
b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a
fim de ganhar algum bônus com os poderosos.
c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem
um caráter exemplar de cidadão.

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d) Deduz-se do texto que toda a história depende da compaixão de um lenha-


dor.
e) É possível concluir do texto que o lenhador não matou a Branca de Neve por
que ela era muito bonita.

COESÃO TEXTUAL
A coesão textual diz respeito às diversas formas que um produtor de texto tem
para fazer ligação entre as ideias do texto. Essas estratégias, quase sempre, exi-
gem o domínio de elementos gramaticais, como conjunções, locuções conjunti-
vas, pronomes ou advérbios, por exemplo.

Tipos de coesão

- Coesão referencial.

- Coesão sequencial.

Coesão referencial

Na coesão referencial (também chamada de lexical), são utilizados elementos,


como pronomes, substantivos e expressões adverbiais, que evitam a repetição
de palavras ou expressões já mencionadas no texto. Tem-se um caso de coesão
anafórica, ou seja, a referência se dá para trás. Por outro lado, é possível uma re-
ferência para frente, a chamada coesão catafórica. Já quando a referência se dá
para fora do texto, chama-se de coesão exofórica (ou dêitica)

Tipos de coesão referencial / lexical

- Sinonímia
- Hiponímia e hiperonímia
- Elipse
- Substituição pronominal

Coesão por sinonímia

Léxico significa “conjunto de vocábulos de uma língua”. Na coesão lexical, são uti-
lizados recursos coesivos que permitem a manutenção do tema a partir de troca
de vocábulos afins.

Ex.: “Francisco foi a Porto Alegre no final deste mês. Na capital gaúcha, o Sumo
Pontífice disse que a igreja católica tem que aderir aos movimentos sociais”.

Note que “capital gaúcha” e “Sumo Pontífice” são sinônimos de Porto Alegre e
Francisco, respectivamente. Por isso, essa coesão lexical pode ser chamada tam-
bém de coesão lexical por sinonímia.

Coesão por hiponímia e hiperonímia

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Ex.: “O médico desatento esqueceu uma tesoura no ventre de seu paciente. O


instrumento permaneceu dentro da pessoa por três dias sem ser notado pelo
obstetra”.
Esse tipo de coesão lexical exige que você conheça dois conceitos: hiponímia e
hiperonímia. Hiponímia é a relação vocabular que se dá do menor para o maior:
tesoura é mais específico (menor) e instrumento é mais genérico (maior); assim,
pode-se dizer que tesoura é um hipônimo de instrumento, nessa sequência.
Hiperonímia é o contrário. Pode-se dizer que médico é mais genérico (maior);
assim, do que obstreta (menor); assim, médico é um hiperônimo de obstreta,
considerando, claro, essa sequência de aparecimento das palavras no texto.

Detalhe: ocorre também coesão por hiponímia entre paciente e pessoa.

Coesão por elipse

Na coesão por elipse, é feita a omissão (elipse) de elementos anteriormente men-


cionados, desde que facilmente identificáveis.
Ex.: “Minha namorada fugiu do país sem me dizer nada. Eu acredito que ø deixou
de me amar”.

Note que antes de “deixou” fica elidida (omitida) a expressão “minha namorada”.
Isso é coesão por elipse.

Coesão por substituição

Na coesão por substituição são também utilizadas palavras que retomam termos
já referidos, havendo, contudo, uma nova definição desse termo, sem que haja
correspondência total ao primeiro termo.
Ex.: “Gosto muito de fotografia e de cinema. Embora este seja incrível e mais co-
mum, é aquela que me deixa mais impressionado”.

Note que este substitui cinema; e aquela, fotografia.

Coesão exofórica

Ocorre quando os referentes se encontram fora do texto, ou seja, eles não são vi-
síveis. Nesses casos, só o contexto real permite a identificação dos referentes.
Ex.:
- Olhe aquele livro ali.

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- Nos velhos tempos, eu sempre comprava jornais naquela banca.


- Isto é muito importante para o meu trabalho.
- Aqui é muito frio!

Coesão sequencial

Na coesão sequencial, é estabelecida uma conexão entre as ideias do texto


por meio de conjunções, conectivos ou expressões que servem para dar continui-
dade aos assuntos, estabelecendo, assim, uma sequência entre aquilo que já foi
afirmado e aquilo que se deseja dizer. Nesse tipo de coesão, a lógica entre as
ideias é determinante. Veja algumas palavras ou expressões que podem realizar
esse tipo de coesão: por conseguinte, portanto, logo, embora, ainda que, caso, en-
tretanto, porém, ainda assim, mesmo que etc.

- Ana chegou cedo e preparou todo o jantar.


- Sempre fico com medo, pois coisas estranhas já aconteceram no meu trabalho.
- Embora o país viva o bom momento, muito ainda estão incrédulos.
- Em primeiro lugar, o mundo não gira em torno do seu umbigo; em segundo
lugar, eu já me cansei de você, seu chato!

FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos


estilísticos usados para dar maior ênfase, beleza, complexidade, ambiguidade,
suavidade, lirismo, susto etc. à comunicação. Dependendo da sua função, elas
são classificadas em:
- Figuras de sintaxe ou de construção.
- Figuras de palavras ou semânticas.
- Figuras de pensamento.
- Figuras de som (fônicas) ou de harmonia.

Figuras de sintaxe (figuras de construção)


Elipse
Omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida.

Exemplo:
- Iremos depois resolver esse problema.
- No chão, flores mortas.
- Correu muito, não chegou.

Zeugma
Omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessi-
tar adaptações de número e pessoa verbais.

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Outros exemplos:
-Alguns estudam, outros não.
(No lugar de: Alguns estudam, outros não estudam.)

“O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu
tataravô, baiano.” (Chico Buarque)

(Omissão de “era”)

Hipérbato
Alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no
período. São determinadas por ênfase.

Exemplos:
- “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ De um povo heroico o brado re-
tumbante.”
(As margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado retumbante de um povo
heroico)

Outros exemplos:
- Seu olhar de ira cheio eu vi.
(Na ordem direta: “Eu vi seu olhar cheio de ira”)

Pleonasmo
Repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.

Exemplos:
- Vi com meus próprios olhos.
- “E rir meu riso e derramar meu pranto/Ao seu pesar ou seu contentamento.”
(Vinicius de Moraes).

- Ele sonhou um sonho estranho.


Obs.: Pleonasmo vicioso ou grosseiro decorre da ignorância, perdendo o caráter
enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo, subir para cima etc.)

Mas...

- O gato subiu para cima da estante.

Polissíndeto
Repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.

Exemplo:
- “E sob as ondas ritmadas/e sob as nuvens e os ventos/ e sob as pontes e sob o
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)”
(Carlos Drummond de Andrade).

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Silepse
A silepse é a concordância que se faz com o termo que não está expresso no
texto, mas sim com a ideia que ele representa. É uma concordância “errada” e
que se faz com um termo oculto, facilmente subentendido.

- A procissão saiu. Cantavam e rezavam a todo momento.


- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.

Comparação (Símile)
Aproximação entre dois termos, porém com presença de elemento conectivo.

- Aquele cavalo é como um trator.


- Minha vida é tal qual uma roda-gigante.

Metáfora
Emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de
comparação implícita, sem termo comparativo.

Ex.:
- A Amazônia é o pulmão do mundo.
- “Veja bem, nosso caso/É uma porta entreaberta.” (Luís Gonzaga Junior)
- “Na parede da memória/esta lembrança é o quadro que dói mais” (Belchior).

Metonímia
Substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação
de significado.
Ex.:
- Ele lê Jorge Amado (autor pela obra – livro).
- Jantei dois pratos de sopa (o conteúdo, e não dois pratos).
- Adoro beber Coca-Cola. (marca pelo produto)
- Preciso de um teto para morar. (matéria pela obra)
- Vivo do suor do meu rosto. (efeito pela causa)

Perífrase ou Antonomásia

Substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão


que facilmente o identifique. É um tipo específico de metonímia.

Exemplo:
- A cidade luz é muito chique. (Paris)
- O rei das selvas não aceita ser desafiado. (o leão)
- A rainha dos baixinhos mora em uma mansão. (Xuxa)
- A boca do inferno foi incrível. (Gregório de Matos)

Sinestesia
Interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audi-
ção, gustação e tato).

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Ex.:
- Sua voz aveludada é uma delícia.
- O aroma do seu olhar nos deixava encantados.
- Ele usou uma luz dura para fotografar.

A catacrese
Ocorre quando uma palavra é empregada com um sentido diferente do literal
para suprir a falta de um termo adequado, e esse “empréstimo” da palavra acon-
tece tantas vezes que já não se percebe mais que se trata de um empréstimo.

Exemplos:
- O braço da cadeira quebrou.
- Vamos embarcar no avião.
- Encaixar as peças.
- Quebrei a asa da xícara.
- Os dentes do serrote são afiados.

Antítese
Aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.

Ex.:
- Ele mudou sua vida da água para o vinho.
- Você é o dia da minha noite.
“Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios” (Vinicius de
Moraes)

Paradoxo (Oximoro)
Duas ideias contrárias que coexistem, implicando falta de lógica. Contudo,
aceita-se e compreende-se o que se diz.
- “Menino do Rio, calor que provoca arrepio” (Caetano Veloso)
- “O amor é ferida que dói e não se sente” (Camões)
- “Foi sem querer querendo” (Chaves)

Eufemismo
Consiste em “suavizar” alguma ideia desagradável.

Exemplo:
- Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou).
- Você não foi feliz nas provas finais. (foi reprovado).
- Fulano passou desta para melhor. (morreu)

Hipérbole
Exagero de uma ideia com finalidade expressiva.

Exemplos:
- Estou morrendo de sede (com muita sede)
- Ela é louca pelos filhos. (gosta muito dos filhos)

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- O homem chorou um mar de lágrimas. (chorou muito)

Ironia
Utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irô-
nico.

Exemplo:
- O melhor time do mundo já foi eliminado de novo?!
- Muito bonito o que você fez!!! (uma mãe diz a um filho que acabara de fazer
uma malcriação)

Prosopopeia, personificação, animismo.


É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres não humanos.
Ex.: “A lua, (...) pedia a cada estrela fria/Um brilho de aluguel...” (João Bosco/Aldir
Blanc)
- O Pantanal grita devido às queimadas.
- O céu chora há dois dias.

Aliteração
Caracterizada pela repetição de sons consonantais. Esses sons podem ser idênti-
cos ou apenas parecidos, mas funcionam acusticamente como uma expressão
além das próprias palavras.

- O rato roeu a roupa do rei de Roma.


- “Chove, chuva / Chove sem parar” (Jorge Ben Jor)
- “Tô namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora.” (Seu Jorge)

Assonância
Consiste na repetição de sons vocálicos com a intenção de provocar um efeito
de estilo.
Ex.:
- Ou ouço ou outro ouvirá as palavras de ouro.

- “Berro pelo aterro, pelo desterro


Berro por seu berro, pelo seu erro
Quero que você ganhe, que você me apanhe
Sou o seu bezerro gritando mamãe”
(Qualquer Coisa – Caetano Veloso)

Onomatopeia
É uma figura de linguagem que reproduz fonemas ou palavras que imitam os
sons naturais, quer sejam de objetos, de pessoas ou de animais.

Esse recurso aumento a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito


utilizado na literatura e nas histórias em quadrinhos.

Ex.:

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- Aquele cão não parava de au, au, au lá no portão.


- “Trim...trim...” Esse toque do seu celular é muito antigo.

Combinação de figuras

Ocorre quando há, na mesma passagem, mais de uma figura. Esse fenômeno é
bastante comum.
- As janelas espiavam os casais na praça.
- O meu amor é uma pedra que chora rios de lágrimas.
- Antes santo à anta andando com o diabo.

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