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UNIDADE 1 – TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

1. Acentuação Gráfica

O acento gráfico é apenas um sinal de escrita e não deve ser confundido com o acento
tónico. O acento tónico é a maior força ou intensidade com que se pronuncia uma
palavra, com prejuízo das restantes, no caso de a palavra ter mais de uma sílaba. Logo,
acento gráfico é o sinal gráfico que marca a sílaba tónica da palavra, quando esta
cumpri com regras de acentuação.

A sílaba tónica pode estar acompanhada do acento gráfico ou não.


Exemplo: O tempo fez-lhe sábia.
O aluno não sabia o que era o Fititel.
O sabiá tem o canto mais lindo.

As sílabas sem acentos tónicos são chamadas sílabas átonas. Em geral, não se marcam
com um acento gráfico.

O acento gráfico pode ser (´), grave (`), agudo (^).


O acento agudo marca uma vogal aberta, isolada ou em ditongo: chá, dói
O acento circunflexo marca uma vogal fechada: pêra, câmara, relê.
O acento grave marca a contracção da preposição a com o artigo feminino a; e a
preposição a com as formas aquele, aquela, aqueles, aquelas.
Exemplo: Fui à escola. (a+a)
Fomos àquela escola de telecomunicações.

O til (~) não se considera um cento gráfico, pois assinala a nasalação e não a
intensidade da vogal ou ditongo. Exemplo: órfã, órgão.
Nota: quando houver a necessidade de acentuar a vogal por ser tónica e a mesma ser
nasal, o prevalece é o til. Ex: camarão

Classificação das palavras quanto à posição do acento tónico


Quanto a acentuação as palavras podem classificar-se em:
 Oxítona ou aguda – quanto o acento recai na ultima sílaba. Exemplo: Café
 Paroxítona ou grave – quando o acendo recai na penúltima sílaba. Exemplo:
Chocolate
 Proparoxítona ou esdrúxulas – quando a acento recai na antepenúltima sílaba.
Exemplo: Altíssimo.

Encontros Vocálicos
A sequência de fonemas vocálicos numa palavra dá-se o nome de encontro vocálico.
Este pode ser hiato, ditongo ou tritongo.
 Hiato = é a sequência de vogal com vogal em sílabas separadas: po-e-ta; sa-ú-
de; ca-í-da.
 Ditongo = é a sequência de vogal com semivogal (decrescente) ou semivogal
com vogal (crescente) na mesma sílaba: vai-da-de; can-tei, ár-duo.
 Tritongo = é a sequência de semivogal com vogal e outra semivogal na mesma
sílaba: en-xa-guei; i-guais; a-guou

Regras de acentuação
Depois de determinar onde se encontra o acento tónico na palavra, é preciso verificar
se a palavra deve ou não receber o acento gráfico, para isso é precisar analisar as
regras de cada tipo de palavra.

Oxítonas
Levam acento todas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)” e “em(ens)”,
seguidas ou não de “s”.
Exemplos: comerá, até, Totó, armazém, parabéns
Sendo assim, não se acentuam oxítonos como: Ju, Juju, caju, talvez, tambor,
etc.

Paroxítonas
São acentuados graficamente todos os paroxítonos, excepto os terminados por –a(s), -
e(s), -o(s) (desde que não formem ditongos), ou seja, quando terminarem por:
l: afável, incrível, útil...
-r: carácter, éter, mártir...
-n: hífen, próton...
-x: látex, tórax...
-os: fórceps, bíceps...
-ã(s): ímã, órfãs...
-ão(s): sótão(s), bênção(s)...
-um(s): fórum, álbum...
-on(s): elétron, próton...
-i(s): táxi, júri...
-u(s): Vénus, ónus...
-ei(s): pónei, jóquei...
-ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água,
mágoa...

Observações
 Não são acentuados graficamente os prefixos paroxítonos terminados por –i e –
r: semi, super, hiper, mini...

 Não se acentuam as vogas i e u, precedidas de ditongos, das palavras


paroxítonas: saiinha, cheiinho, feiura e etc.

Proparoxítonos
Todos os proparoxítonos são acentuados, sem excepção.
Exemplo: médico, álibi, matemática, etc.
Hiatos
Acentuam-se as letras –i e –u desde sejam a segunda vogal tónica de um hiato e
estejam sozinhas ou seguidas de –s na sílaba: caí (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú) e etc.
Quando o –i é seguido de –nh, não recebe acento: rainha, bainha, moinho etc.
O –i e o –u não recebem acento quando aparecem repetidos: chiita, etc

Acento diferencial
O acento diferencial foi eliminado na última reforma ortográfica, em 2008, mas
devemos recordar que Angola não ratificou o acordo ortográfico, pelo que ele
mantém-se para a nossa realidade linguística. Assim, as palavras seguintes devem
receber acento:

 Pôde ( 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder)


para diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo desse
verbo);
 Têm (3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter) e seus
derivados (contêm, detêm, mantêm etc.) para diferenciar do tem (3ª pessoa do
singular do presente do indicativo desse verbo e seus derivados);
 O verbo pôr para diferenciar da preposição por.
 Pára forma do verbo parar e para preposição.
 Pêlo, substantivo, e pelo, preposição.

Crase
Crase: é a contracção de duas vogais da mesma natureza, no caso a preposição
a com a artigo a, e a preposição a com as formas do pronome aquele. No português
assinalamos a crase com o acento grave (`).

Obedecemos ao regulamento. (a + o )
Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes.
Mas: Obedecemos à norma. (a + a)
Há crase pois temos a união de duas vogais iguais (a + a = à)

Regra Geral:
Haverá crase sempre que:
I. o termo antecedente exija a preposição a;
II. o termo consequente aceite o artigo a.

Fui à cidade.
( a + a = preposição + artigo )
(substantivo feminino)

Conheço a cidade.
(verbo transitivo directo – não exige preposição)
(artigo )
(substantivo feminino)

Vou a Benguela.
( verbo que exige preposição a )
( preposição )
( palavra que não aceita artigo )

Observação:
Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:
I. se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de que ela aceita o
artigo
II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita.
Ex Vim da Huila. (aceita)
Vim de Benguela (não aceita)
Vim da Itália. (aceita)
Vim de Roma. (não aceita)

Exercícios
1. Acentue correctamente o excerto a baixo.
Como ele so gostava de carne, achava que os frutos não prestavam para
nada. Então, quando as arvores estavam carregadinhas, ele abanava-as e
espezinhava os frutos caidos, sem se incomodar em estragar a comída de
tantos animais. Depois ria: Ria e dizia satisfeito “Se o rei não gosta de
frutos, os escravos não podem gostar”... E nem se quer se importava com
os passaros cujos ovos ou filhinhos repousavam nos ninhos que, ao cair se
desfaziam!
Quando chegava a estação das chuvas e as flores vermelhas e amarelas,
azuis e brancas, rosas e lilases brotavam das erva, das plantas rasteiras e
dos arbustos, ele espezinhava-a, não se preocupando em saber aonde as
borboletas iriam poisar, não se preocupándo em saber como e que as
abelhas iriam fazer o seu mel...

Gabriel Antunes, Kibala, O Rei Leão in Estorias, INIC/2003 (texto com supressões)

2. Aponte a alínea em que pelo menos uma palavra apresenta no que diz respeito à
acentuação gráfica:

a) dentada – cantámos
b) êxodo – êxito
c) álbuns – amar-te-éi
b) d) rima – acima
e) redigi-la – amá-la

4. Assinale a alternativa correcta quanto à acentuação gráfica.


a) Aqui em Angola a terra é uma potencialidade se for bem aproveitada para o
cultivo.
b) Desenvolvimento de um pais depende em grande medida no nivel de instrução
do seu povo.
c) Nunca se pensou que mundo ficasse tão dependente das tecnologias como
hoje.
d) Os exercícios físicos fazem bem a saude. Deve ser realizado três a quatro vezes
por semana.
e) Bill Gates dísse que meus filhos terão computadores, mas antes terão livro.

5. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica:


a) Fábrica, bíceps
b) pé, exercícios
c) química, porém
d) temível, José
e) cântico, pratico

5. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos:
a) céu, até, café, cortês, Jojó
b) armazéns, têm, porém, serafim, além
c) sê, pivô, porém, Catí, sí.
d) suáve, pueril, infantil, estudantil
e) permissivo, autoritário, democrático.

6. Indique a alternativa em que nenhuma palavra é acentuada graficamente:


a) safari, bicips, quadra, lampada
b) raio, chuva, entretanto, descanso, escolar
c) rosa, prosa, tenis, cetim, povoa
d) metro, aquele, soou, virus
e) cantor, apresentador, controlavel, instituto
1.1 Tipos de escritas utilitárias
Texto apelativo é todo aquele que não tendo uma função puramente estética, visa
essencialmente satisfazer uma necessidade de comunicação.
Algumas das funções que o texto utilitário deve satisfazer são as seguintes:

 Interpessoal (entre pessoas) – carta, circular, telegrama, curriculum vitae,


relatório;
 Expressiva – convite felicitações;
 Apelativa – anúncio, carta, requerimento;
 Reguladora – Lei, Direitos do Homem, regulamento da escola;
 Expositivo – artigo enciclopédico, relatório científico;
 Dramática – guião (para peça de teatro ou qualquer outros espectáculos).

Nota: um dado texto utilitário pode ter ou satisfazer mais de uma função, muito
embora uma prevaleça sobre as demais.

1.2 Requisitos para a escrita utilitária

A escrita utilitária deve satisfazer, principalmente, os seguintes requisitos:

 Simplicidade - sem linguagem pretensiosa (vaidosa), afectada, as frases de


recorte literário, as expressões rebuscadas, os ornatos retóricos;

 Clareza e Precisão – expor os pensamentos de modos a não deixarem a quem lê


dúvidas acerca dos desejos e propósitos de quem escreve; pelo que devem usar
os termos próprios, frases breves, períodos curtos;

 Correcção– a linguagem deve ser isenta de erros de gramática e uma


pontuação adequada;

 Concisão – não empregar mais palavras do que as necessárias a fácil e clara


compreensão do texto;

 Delicadeza – consiste em atrair quem lê e criar simpatia e boa disposição a


favor do escrevente do texto.

Exercícios

1. Qual é diferença entre o texto utilitário e o texto narrativo?


2. Dê exemplos de textos utilitários com função Interpessoal, expressiva, apelativa
e expositivo, fora os apresentados.
3. Escreva um texto (documento) que satisfaça os resquisitos da escrita utilitária.
1.3 Linguagem e Comunicação

Linguagem é um conjunto de complexos processos – resultado de uma certa actividade


psíquica profundamente determinada pela vida social – que torna possível a aquisição
e emprego concreto de uma língua qualquer. A capacidade comunicativa que têm os
seres humanos de usar qualquer. Resumindo, linguagem capacidade humana de
comunicar por meio de uma língua.

Sendo a língua conjunto de signos e formas de combinar esses signos partilhado pelos
membros de uma comunidade.

A Linguagem esta subdividida em:

 Linguagem Verbal - utiliza palavras para estabelecer a comunicação, sendo elas


tanto escrita como orais. Exemplos: uma prova escrita de língua portuguesa,
uma carta, bilhetes, diálogos.

 Linguagem não verbal - a comunicação não se estabelece pelo uso da palavra,


recorre a outras formas para haja comunicação, como gestos, sinais, símbolos,
cores, luzes, etc. Exemplos: som de uma música, sinal de proibição, semáforo,
etc.

 Linguagem mista - é uso em simultâneo dos dois tipos de linguagem acima


referidos. Exemplo: aula prática de electrónica, Banda Desenhada (tem-se o
desenho e a escrita), música (som e palavra), etc.
Comunicação é um campo do conhecimento académico que estuda o processo de
intercâmbio de informação entre sujeitos.
Em todo acto de comunicação estão envolvidos vários elementos:

 Emissor ou remetente: é aquele que codifica e envia a mensagem. Ocupa um


dos pólos do circuito da comunicação.
 Receptor ou destinatário: é aquele que recebe e descodifica a mensagem.
 Mensagem: é o conteúdo que se pretende transmitir.
 Canal: é o meio físico pelo qual a mensagem é transmitida do emissor para o
receptor.
 Código: é um sistema de signos convencionais que permite dar à informação
emitida (pelo emissor) uma interpretação adequada (pelo receptor).
 Contexto ou referente situação em que se dá o processo de comunicação

Exercícios
1. Tendo em conta a lição diga qual é a diferença entre linguagem e
comunicação.
2. Tendo como exemplo a aula de TLP do professor Adilson determine os
elementos do processo de comunicação.
3. O senhor Manuel, residente do Uige, deseja enviar uma carta ao seu primo que
vive no em Zavula, no Cuanza Norte, como não sabia escrever ditou o conteúdo
da carta ao seu sobrinho que a escreveu. O seu primo Afonso recebeu a carta,
como tinha problemas de visão pediu a sua mulher para ler a carta por ele.
Determine quem é o emissor e quem o receptor da mensagem tomando em
consideração o processo de comunicação.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Dentro do processo comunicativo, a linguagem apresenta uma função ou finalidade que está
estritamente relacionada com os elementos do processo de comunicação.

Função Emotiva - também chamada de expressiva, tal função que ocorre quando o destaque é
dado ao emissor. Suas principais características são:
 Verbos e pronomes em primeira pessoa;
 Presença comum de ponto de exclamação e interjeições;
 Expressão de estados de alma do emissor (subjectividade e pessoalidade);
 Presença predominante em textos líricos, autobiografias, depoimentos, memórias.
Exemplos: Senti o meu coração bater às pressas a medida que a distancia se
encurtava. Estava ansioso para rever os meus colegas.

Função Apelativa - essa função ocorre quando o destaque é dado ao receptor. As principais
características dessa função são:
 Verbos no imperativo;
 Verbos e pronomes na segunda ou terceira pessoas;
 Tentativa de convencer o receptor a ter um determinado comportamento;
 Presença predominante em textos de publicidade e propaganda;
 Emprego da ambiguidade.
Exemplos: Na compra de dois telemóveis, leva mais um. Não espere mais e venha até
à nossa loja.

Função Referencialou denotativa - essa função ocorre quando o destaque é dado ao referente,
ou seja, ao contexto. As principais características desse tipo de texto são:
 Objectividades(linguagem directa, precisa, denotativa);
 Clareza nas ideias;
 Finalidade é traduzir a realidade, tal como ela é;
 Presença predominante em textos informativos, jornalísticos, textos didácticos,
científicos; mapas, gráficos, legendas, recursos representativos.
Exemplo: Criminalidade aumenta na província do Cunene – UM total de 55 crimes de
natureza diversa foi registado durante a semana passada pela Polícia na província do
Cunene, mais 25 em relação, ao mesmo período anterior, segundo o porta-voz da
corporação, intendente Nicolau Tuvecaleda. In Jornal de Angola de 07/09/2020

Função Metalinguística - é a função que ocorre quando o destaque é dado ao código. Numa
situação em que um linguista define a língua, observa-se que, para conceituar um termo do
código, ele usou o próprio código, ou seja, definiu 'língua' usando a própria língua.
Exemplo: gramática e os dicionários da língua.
FunçãoFáctica – essa função corre quando o canal é o destaque. O interesse do emissor ao
emitir a mensagem é apenas testar eficiência do canal, o que tem o mesmo valor de um aceno
com a mão, com a cabeça ou com os olhos.
Exemplo: a linguagem das falas telefónicas, saudações, check som (alô, alô)

Função Poética - Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque, ou seja, chama-se
a atenção para a centralizada na mensagem revelando recursos imaginativos criados pelo
emissor. Afectiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica.
 Exemplos de textos poéticos: além dos provérbios e letras de música, conforme citado,
encontramos esse tipo de função em textos escritos em prosa, em slogans, ditos
populares. Logo, não se trata de uma função exclusivamente encontrada em poesias.

É importante ressaltar que, em um mesmo texto, pode coexistir mais de uma função. Isso,
depende da intenção do emissor ao elaborar a mensagem.

Exercícios
1. Numa edição do Itel Fórum o director disse “ aluno bom é aquele que estuda agora
para se beneficiar depois”. Qual é a função da linguagem que encontramos nesta
frase? Justifique.

2. “O jornalismo é uma forma de comunicação em sociedade. A principal função do


jornalismo, nos estados democráticos de direito, é a de manter um sistema de
vigilância e de controlo dos poderes. Esta vigilância exerce-se através da difusão
pública de informação. Informar significa, nesta asserção lata, publicitar os actos dos
agentes de poder (o Governo, o Parlamento, os partidos políticos, os agentes
económicos, etc.)” (Sousa, Jorge Pedro, Elementos de jornalismo impresso, pag 13).
Determina a função da linguagem deste trecho.
PRONOMES DE TRATAMENTO

Denominam-se pronomes de tratamento certas palavras e locuções que valem por verdadeiros
pronomes pessoais, como: tu, Sua Majestade.

Embora de designem a pessoa a quem ou com quem se fala (isto é, 2º), esses pronomes levam
o verbo para a 3º pessoa.
Exemplo: Como vocês estão?
Vossa Excelência já despachou todos os documentos.

Apresentamos a abaixa o quadro com exemplos de alguns pronomes de tratamento

Abreviatura Tratamento Uso


V. A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques, duques
V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais
V. Ex.ª Vossa Excelência No Brasil: altas autoridades do governo
e das classes armadas; em Portugal:
qualquer pessoa aquem se quer
manifestar grande respeito.
V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades
V. Ex.ª Rev.ma Vossa Excelência Reverendíssima Bispos e Arcebispos
V. Rev.ma Vossa Reverendíssima Sacerdotes em geral
V. M. Vossa Majestade Reis, imperadores
V.P Vossa Paternidade Abades, superiores de convento
V.S. Vossa Santidade Papa
V.S.ª Vossa Senhoria Funcionários públicos graduados,
oficiais, até coronel; na linguagem
escrita do Brasil e na popular de
Portugal, pessoas de cerimónia.
V. A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques, duques
Exercícios

1. Relacione as colunas quanto ao uso dos pronomes de tratamento:


a)( ) Vossa Alteza I. Usado para bispos e arcebispos.
b) ( ) Vossa Majestade II. Usado para o Papa.
c) ( ) Vossa Senhoria III. Para oficiais até coronel, funcionários
d) ( ) Vossa Santidade graduados, pessoas de cerimônia.
e) ( ) Vossa Excelência IV. Usado para príncipes, arquiduques,
duques.
V. Usado para reis, imperadores.

2. Os pronomes de tratamento estão empregados correctamente em:


a) ( ) Os angolanos esperam pela visita de Sua Santidade, o Papa Francisco.
b) ( ) O réu desrespeitou o juiz dizendo: - a Vossa Senhoria é incompetente.
c) ( ) Senhor Director, dirijo-me a Vossa Excelência, para solicitar uma despensa de dois dias.
d) ( ) Vossa Majestade, o soba grande da Samba, foi homenageada quando completou setenta
anos de idade.
e) ( ) O magnifico bispo foi nomeado conselheiro do Senhor presidente da república.

3. O pronome de tratamento que melhor completa a oração abaixo é:


__________________, o bispo da Igreja Católica inaugurou a mais nova universidade da sua
igreja.
a) ( ) Vossa Excelência Reverendíssima.
b) ( ) Vossa Santidade.
c) ( ) Vossa Eminência.
d) ( ) Vossa Magnificência

4. Faça uma lista da hierarquia da sua instituição escolar e diga quais os pronomes de
tratamento para os referidos cargos.
REDACÇÃO

Redacção é o processo de redigir um texto. É uma actividade presente na cultura


civilizada desde a invenção da escrita. Em termos académicos, é quando o aluno/estudante
desenvolve um assunto segundo a sua perspectiva do mesmo. Serve para determinar o seu
nível de percepção de assuntos, que normalmente segundo o professor já devem ser do seu
domínio, bem como o uso correcto da língua.

Sendo assim, o texto apresentado deve ser coeso e corrente, deste modo deve
apresentar uma ligação entre as partes do texto (lógica), bem como seguir as regras
gramaticais.

Dentre os passos a se ter em conta na elaboração de uma composição descrevemos


alguns abaixo.

Planeamento:
Depois de se ler o tema proposto planeia o que se quer abordar. Organiza os teus
pensamentos em torno do tema central, pensa em todas as palavras que se relacionam com o
tema central.

Estrutura
A redacção de conter na sua estrutura, assim como outros textos, a introdução,
desenvolvimento e conclusão.

 Na introdução, deve-se apresentar o tema de tal forma a criar o interesse no leitor,


fazendo a apresentação do assunto a ser abordado para posteriormente ser
desenvolvido. A introdução pode ser feita a partir da seguinte pergunta em relação ao
tema: “o que eu penso sobre isso?”

 No desenvolvimento, deve-se esclarecer o tópico da composição detalhadamente e


incluindo factos, as personagens, o tempo e o espaço. Ou seja, é no desenvolvimento
onde se argumenta os tópicos desse assunto. O desenvolvimento pode ser obtido por
meio das perguntas: “Como posso provar isso?”, “Quais as causas disso?”, “Quais as
consequências disso?”, “Por que isso acontece?”, etc.

 A conclusão deve ser o desenlace da abordagem apresentando a síntese do


desenvolvimento. Então, para obter a conclusão pode-se perguntar: “Qual é a solução
do problema?” “Qual a lição pode ser tirada disso?”

Exercícios para melhorar a escrita. Escolha dez pessoas que você conhece e
escreva uma frase descrevendo cada uma.
1) Escreva uma auto-biografia com cerca de 500 palavras.
2) Escreva seu testamento. Liste todas as realizações de sua vida. Você pode
escrever como se você fosse morrer hoje, ou daqui a 50 anos.
3) Faça uma descrição da sua casa, em 300 palavras.
4) Escreva uma entrevista fictícia com você mesmo, uma figura famosa, com um carácter
também ficcional. Faça isso de uma forma apropriada (ou inapropriada), como se fosse
para uma revista famosa, como a Veja, Época, Galileu etc.
5) Pegue um jornal ou folheto de supermercado, olhe os artigos e escolha um que possa
ser base para uma cena ou história que você queira escrever.
6) Mantenha um diário de carácter fictício.
7) Pegue uma parte de um livro e reescreva em um estilo diferente, como um romance
gótico, de ficção ou ainda uma história de terror.
8) Escolha um autor, que não necessariamente precise ser seu favorito, e escreva sobre o
que você acha da forma como ele escreve. Faça isso sem consultas, primeiramente. Só
depois de terminado, releia algumas de suas obras e veja se esqueceu algo e, se
preciso, mude seu texto. Analise quais elementos do estilo dele que você pode
adicionar ao seu próprio e quais elementos você não pode (ou não quer) adicionar.
Lembre que seu estilo é único e que você deve apenas pensar em adicionar elementos
a ele. Nunca tente imitar alguém por mais de um ou dois exercícios.
9) Pegue um texto que você tenha escrito em primeira pessoa e reescreva-o em terceira
pessoa, ou vice-versa. Você também pode tentar fazê-lo mudando o tempo verbal, a
narração, ou outros elementos estilísticos. Não faça isso com um livro inteiro, só com
pequenos trechos. Depois de escrever um livro, nunca olhe para trás para tentar
reestilizá-lo, senão você vai gastar todo seu tempo reescrevendo coisas, ao invés de
escrever algo novo.
10) Tente relembrar da sua mais tenra infância. Escreva tudo que puder lembrar.
Reescreva como uma cena, usando sua perspectiva atual ou, se conseguir, usando a
perspectiva da idade que você tinha.
11) Relembre um antigo argumento que você usou com alguma pessoa. Escreva sobre o
argumento do ponto de vista dessa pessoa. Lembre-se que a ideia é ver o argumento
daquela perspectiva, não da sua própria. Este é um exercício que pode ser feito
oralmente. Nunca julgue se você está certo ou errado.
12) Escreva uma descrição, com no máximo 200 palavras, de algum lugar. Você pode usar
quaisquer elementos sensoriais. Descreva como se sente, como são os sons, os cheiros
e os sabores de lá. Tente fazer uma descrição de forma que as pessoas não percam os
detalhes visuais.
13) Sente em um restaurante ou uma área com bastante gente e escreva os diálogos que
você ouve. Escute as pessoas ao seu redor, como elas falam e que palavras elas usam.
Depois de fazer isso, pode praticar terminando seus diálogos. Escreva sua versão sobre
como as conversas continuam.
SINAIS DE PONTUAÇÃO

Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e
pausa, bem como indicam limites sintácticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em
parte, o papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa
compreensão da informação transmitida.

1. Ponto (.)
O ponto pode ser utilizado para:
Indicar o final de uma frase declarativa:
 Pedro gosta ti.
Separar períodos:
 Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.
Abreviar palavras:
 V. Ex.ª (Vossa excelência)

2. Dois-pontos (:)
Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:
a) introduzir o discurso directo:
 Ela gritou:
– Vá embora!
b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que
explicam e/ou resumem ideias anteriores.
 Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.
 Anote meu número de telefone: 923000001.
c) Anteceder citação directa:
 É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de
domar.”

3. Reticências (...)
Usa-se para:
a) Indicar dúvidas ou hesitação:
 Sabe... preciso dizer uma coisa: no outro dia gastei muito dinheiro.
b) Interromper uma frase incompleta sintacticamente:
 Abriu a boca e...
c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:
 Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à
corrupção... assim caminha a humanidade.
d) Suprimir palavras em uma transcrição:
 “O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”
(Chico Xavier)

4. Parênteses ( )
Os parênteses são usados para:
a) Isolar palavras, frases intercaladas de carácter explicativo, datas e, também, podem
substituir a vírgula ou o travessão:
Raul nasceu em Luanda (1975)

5. Ponto de exclamação (!)


Em que situações utilizar:
a) Após vocativo:
 Ana, bom dia!
b) Final de frases imperativas:
 Silêncio!
c) Após interjeição, palavras ou frases de carácter emotivo, expressivo:
 Ah! Que lindo!

6. Ponto de interrogação (?)


Quando utilizar:
a) Em perguntas directas:
 Quando você chegou?
b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
 Não acredito, é sério?!

7. Vírgula (,)
Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias
situações. A vírgula marca pausa no enunciado, indicando que os termos por ela separados
não formam uma unidade sintáctica, apesar de estarem na mesma oração.

As situações em que se deve utilizar vírgula.


a) Separar o vocativo:
 Rui, vem cá.
b) Separar apostos:
 João Lourenço, presidente da república, está de viagem.
c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:
 Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.
d) Separar elementos de uma enumeração:
 Meus bolos predilectos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.
e) Isolar expressões explicativas:
 Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos.
f) Separar conjunções intercaladas:
1. Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.
g) Separar o complemento pleonástico antecipado:
 Havia no rosto dele ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.
h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:
 Luanda, 05 de Janeiro de 2020.
i) Separar termos coordenados assindéticos:
 Vim, vi, venci. (Júlio César)
j) Marcar a omissão de um termo:
 Mário gosta de futebol, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Antes da conjunção, como nos casos abaixo:


k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:
 Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.
l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objectivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):
 Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém
nunca me escuta.
m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam
sentido de adição (adversidade, consequência, por):
 Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.
Entre orações:
n) Para separar as orações subordinadas adjectivas explicativas:
 Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito
grosseiro e mandão.
o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com excepção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:
 Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.
p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente
se estiverem antepostas à oração principal:
 A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.
q) Para separar as orações intercaladas:
 Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.
r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:
 Quando me formarei, ainda não sei.

8. Ponto e vírgula (;)


a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:
 Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes: 1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
 “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era
pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a
bronquite crónica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma
cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim -
Visconde de Taunay)

9. Travessão (—)
O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:
a) Iniciar a fala de um personagem no discurso directo:
 Então ela disse:
— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.
b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
 — Querido, você já lavou a louça?
— Sim, já comecei a secar, inclusive.
c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:
 Ele apanhou um táxi que fazia Rocha-Gamek
d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
 Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

10. Aspas (“”)


As aspas são utilizadas com os seguintes objectivos:
a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos,
palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares:
 A aula do professor foi “fixe”.
b) Indicar uma citação directa:
 “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na
face, desfiz e refiz a mala.” (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já
esteja presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla (").

Exercícios

1. Pontue a frase com o sinal correcto


a) Quem está em casa__ a) ?
b) Feliz aniversário __ b) !
c) A reunião já devia ter começado. c) .
d) Os anos passaram como__ d) …

2. Indique em qual frase o uso da vírgula está incorrecto.


a) O coordenador de Matemática, professor muito exigente, foi homenageado o ano passado.
b) Depois de ter chegado a casa, Raul dormiu um pouco antes de revisar a matéria
c) Júlio e Ana, são os mais simpáticos no grupo.
d) Amanhã irei a escola, farei o projecto de desenho técnico, chegarei a casa tarde.

3. Pontue correctamente o texto.


De temperamento calmo e pacífico__ Luciana__ a filha mais velha de Maria e Pedro__ gastava
suas horas com a literatura__ lia livros de comédia__ romance__ drama__ suspense e terror__
lia escritores clássicos e escritores modernos__ lia prosa e poesia__ Onde encontrar Luciana
no final da tarde__ Sentada à sombra de uma árvore__ lendo __

4. Indique os sinais de pontuação usados para…


a) Introduzir uma enumeração.
b) Indicar a supressão ou interrupção de uma frase.
c) Destacar citações e transcrições.
d) Exprimir admiração
e) Finalizar uma frase declarativa com sentido completo.

5. Assinale as hipóteses que indicam funções corretas da vírgula.


a) Separar elementos coordenados em enumerações com a mesma função sintática.
b) Isolar elementos explicativos.
c) Separar os advérbios sim e não em respostas.
d) Separar o sujeito do predicado e o objeto direto do objeto indireto.
e) Isolar orações subordinadas adjetivas explicativas.

6. Indique a opção que apresenta erros de pontuação.


a) Quem é o professor de TIC?
b) Não faça barulho!
c) Foi à escola, mas sentia-se cansado.
d) O Jacinto comprou, um carro, para o pai.
Reescreva as orações, pontuando adequadamente e fazendo pequenas modificações,
quando necessário:

a. Raquel menina inteligente foi a Malanje.


b. Se o senhor quiser eu posso trocar de lugar, professor.
c. Desculpe pode ajudar-me
d. Quando cheguei a escola vi um homem a ser assaltado ficou gravemente
ferido
e. Os nossos sonhos não são inatingíveis a nossa vontade deve torná-los
realidade
f. O computador que é uma invenção deste século torna a nossa vida cada
dia mais fácil
g. Eu venderei todas as minhas terras mesmo que antes disso a lavoura se
recupere
h. Naquele instante quando ninguém mais esperava de longe avistamos
uma figura estranha que se aproximava quando chegou bem perto ele
perguntou o que fazem aqui neste fim-de-mundo e nós respondemos
graças a Deus o senhor apareceu estamos perdidos nesta mata há dias
i. Quando lhe disserem para desistir persista quando conseguir a vitória
divida com seus amigos a sua alegria
j. Quanta burocracia levei dois meses para tirar um documento de
identidade
k. Você tem duas opções desiste da carreira ou do casamento
l. O presidente pode se tiver interesse colocar na cadeia os corruptos ou
seja aqueles que só fazem mal ao país
DISCURSO DIRECTO, INDIRECTO E INDIRECTO LIVRE

Discurso Directo, Discurso Indirecto e Discurso Indirecto Livre são tipos de


discursos utilizados no género narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos
personagens. Seu uso varia de acordo com a intenção do narrador.

Discurso Directo
No discurso directo, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala
do personagem.
O objectivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o
narrador se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito.
Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por
um estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.

Características do Discurso Directo


Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo
"dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar,
declarar, exclamar, dentre outros.
Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas.
Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada.

Exemplos de Discurso Directo


Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes com
firmeza e honestidade.".
O réu afirmou: "Sou inocente!"
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:
— Alô, quem fala?
— Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.

Discurso Indirecto
No discurso indirecto, o narrador da história interfere na fala do personagem preferindo suas
palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem.

Características do Discurso Indirecto


O discurso é narrado em terceira pessoa.
Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar,
indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do travessão, pois geralmente as
orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado
através da conjunção “que” (verbo + que).

Exemplos de Discurso Indirecto


Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com
firmeza e honestidade.
O réu afirmou que era inocente.
Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava falando.
Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia com
quem a pessoa queria falar.

Transposição do Discurso Directo para o Indirecto


Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o discurso de acordo
com a intenção pretendida.
Discurso Directo Discurso Indirecto
Preciso sair por alguns instantes. Disse que precisava sair por alguns instantes.
(enunciado na 1.ª pessoa) (enunciado na 3.ª pessoa)
Sou a pessoa com quem falou há pouco. Disse que era a pessoa com quem tinha falado há
(enunciado no presente) pouco. (enunciado no imperfeito)
Não li o jornal hoje. (enunciado no Disse que não tinha lido o jornal. (enunciado no
pretérito perfeito) pretérito mais que perfeito)
O que fará relativamente sobre aquele Perguntou-me o que faria relativamente sobre
assunto? aquele assunto.
(enunciado no futuro do presente) (enunciado no condicional)
Não me ligues mais! (enunciado no Pediu que não lhe ligasse mais. (enunciado no
modo imperativo) modo conjuntivo)
Isto não é nada agradável. (pronome Disse que aquilo não era nada agradável.
demonstrativo em 1.ª pessoa) (pronome demonstrativo em 3.ª pessoa)
-O exercício está fácil? – Perguntou o O professor perguntou se o exercício estava fácil-
professor (enunciado na forma (enunciado na forma interrogativa directa)
interrogativa directa)
Vivemos muito bem aqui. (advérbio de Disse que viviam muito bem lá. (advérbio de
lugar aqui) lugar lá)

Discurso Indirecto Livre


No discurso indirecto livre há uma fusão dos tipos de discurso (directo e indirecto), ou seja, há
intervenções do narrador bem como da fala dos personagens.
Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e
do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser
confundidas.

Características do Discurso Indirecto Livre


Liberdade sintáctica.
Aderência do narrador ao personagem.
Exemplos de Discurso Indirecto Livre
Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um
peso. Talvez nãotenha sido suficientemente justo com as crianças…
O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!
Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão!
Nas orações destacadas os discursos são directos, embora não tenha sido sinalizada a
mudança da fala do narrador para a do personagem.

Exercícios
1 – (ITA) Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte trecho
No plano expressivo, a força da ____________ em _____________ provém essencialmente de
sua capacidade de _____________ o episódio, fazendo ______________ da situação a
personagem, tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de teatro __________ o
narrador desempenha a mera função de indicador de falas.
a) narração – discurso indireto – enfatizar – ressurgir – onde;
b) narração – discurso onisciente – vivificar – demonstrar-se – donde;
c) narração – discurso direto – atualizar – emergir – em que;
d) narração – discurso indireto livre – humanizar – imergir – na qual;
e) dissertação – discurso direto e indireto – dinamizar – protagonizar – em que.
QUESTÃO 3
Sobre o discurso indirecto é coreto afirmar, Excepto:
a) No discurso indirecto, o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um
personagem.
b) O narrador é o porta-voz das falas e dos pensamentos das personagens.
c) Normalmente é escrito na terceira pessoa. As falas são iniciadas com o sujeito, mais o verbo
de elocução seguido da fala da personagem.
d) No discurso indirecto as personagens são conhecidas através de seu próprio discurso, ou
seja, através de suas próprias palavras.
REGISTOS OU NÍVEIS DE LÍNGUA

Os registos de língua ou variações diafásicas resultam da adequação do uso da língua a cada


situação particular de comunicação. Vejamos alguns desses registos:

Registo popular: Este registo está associado a grupos sócio-culturais menos letrados, ou
pouco escolarizados. É caracterizado por incorrecções e por um conjunto de termos
pitorescos, caracteristicamente usados pelas camadas ditas “menos cultas” da população. Ex:
Andou com depressa.

Gíria: código construído por determinados grupos sociais ou profissionais (por


exemplo, a gíria futebolística e a gíria académica), sendo dificilmente compreendido por quem
não pertence ao grupo. Ex: chumbar, prof, nega, etc.
Calão: caracteriza-se pela utilização de termos considerados grosseiros ou obscenos.

Registo familiar: é utilizado em situações de informalidade, em família ou entre amigos.


Emprega um vocabulário simples, pouco variado, e construções frásicas igualmente
simplificadas (“tudo bem?”), deixando transparecer emoções, afectividade (“'tá igualzinho!”,
"obrigadinho").

Registo corrente: Corresponde ao tipo de discurso utilizado nas situações do quotidiano,


sempre que comunicamos com alguém que não conhecemos bem. É caracterizado pelo
emprego de palavras, expressões e construções gramaticais simples e vulgares. Ex: Disse-me
tudo.

Registo cuidado: É o que escolhemos em ocasiões formais ou solenes (comunicações,


discursos políticos, conferências científicas, etc.). Este registo caracteriza-se por um
vocabulário mais erudito e variado. Pelo cuidado na aplicação dos tempos e modos verbais
apropriados (peço que façam em vez de “peço para fazerem”, dar-lhes-ia em vez de “dava-
lhes”) e por uma construção gramatical complexa.

Registo literário: é linguagem escrita por excelência, dos romancistas e poetas, que procuram
surpreender os leitores por meio de termos raros ou desusados, de construções sintácticas
invulgares. Ex: Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente.

Registo técnico-científico que compreende termos técnicos e/ou científicos. Ex: Os estudos
laboratoriais determinaram que a profilaxia e a chave para qualquer surto viral.

Exercícios

Exercícios para melhor compreensão


1) Reelabore o diálogo abaixo, usando o registo corrente:
- Meu kamba, não complica a cena. Às 12 horas o meu puto vai te mostrar o cúbico.
- Vamos cavaquear sigilosamente sem pejo.
- Na flor da idade, Maria tinha uma beleza incomensurável.

2) Leia os trechos abaixo e identifique as características da língua padrão e da coloquial:


1 – Os dois amigos encontraram-se no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos
perguntou:
— E aí, Zé ? Bora lá dar umas volta por aí depois da aula?
— Só! A gente pode chamar o Nandinho e ir tomar umas – respondeu José bastante animado.
— Beleza. Fui, que já tocou o sinal — disse Marcos apertando o passo.
2– No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-
aluno, agora seu colega. O professor diz:
— Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo!
— Como está, professor? É bom revê-lo — sorriu o ex-aluno emocionado. — O senhor nem
pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri nas suas aulas.
— Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável.
TEXTO NARRATIVO

O texto narrativo é aquele que narra uma história através da sequência de acontecimentos. A
sucessão de factos é contada por um narrador e se estrutura em introdução, desenvolvimento
e conclusão.Uma das características do texto narrativo é que ele, geralmente, é escrito
em prosa. Dessa tipologia textual destacam-se os seguintes géneros: romance, novela, conto.

Géneros da Narrativa
Epopeia: é uma narrativa literária de grande extensão e carácter heróico e grandioso que
atinge interesses sociais e nacionais. Cria uma atmosfera maravilhosa, em que se movimentam
deuses e heróis, celebrando do passado de um povo necessários à interpretação e preservação
da memória colectiva. Normalmente, são escritos em versos.

A Ilidia e a Odisseia, poemas épico gregos tradicionalmente atribuídos a Homero, têm essa
característica e são consideradas as mais bem-acabadas manifestações de poesia épica.

Em língua portuguesa, houve inúmeras manifestações épicas. A mais importante delas Os


Lusíadas, de Luís Vais de Camões, destaca-se a contar os feitos heróicos do povo português no
processo de formação histórica do país, principalmente a expansão marítima e a viagem de
Vasco da gama às Índias.

Romance: é uma forma narrativa em que ocorre um desenvolvimento minucioso da acção e


dos personagens, proporcionando ao leitor uma visão do universo representado. Dessa forma,
obtém-se uma trama complexa, capaz de incorporar análises detalhadas.

Novela: diferencia-se do romance por apresentar um domínio da acção sobre as análises; o


que importa numa novela é o encadeamento de episódio rumo a um final, que coincide com o
clímax da história.

Conto: é a forma narrativa tradicionalmente mais breve, caracteriza-se pela ênfase ao


essencial, o que acaba concentrando o desenvolvimento da acção e dos personagens,
limitando-os no tempo e no espaço. È um verdadeiro instantâneo narrativo.

Ulisses Infante, Curso de literatura de língua portuguesa, editora scipione, São Paulo, 2001

Fábula: no sentido lato (largo, extensivo) significa história ficcional que se narra ou representa.
Em senti estrito, designa uma história sobre animais, com estatuto de intervenientes racionais,
com finalidade didáctico-moral.

Lenda: pequeno relato transmitido inicialmente, em verso ou em prosa, pela vida da tradição
oral e popular e depois escrito. Veicula elementos fantásticos destinados a conferir ao relato
um cariz imaginário que visa seduzir o ouvinte/leitor, de modo a convidá-lo a aderir à proposta
cultural que lhe +e endereçada: ideologia, ético moral, ou política.

Categorias da narrativa
São os elementos constitutivos essenciais: a acção, as personagens, localização espaço-
temporal (espaço, tempo), narrador, narração.

Narrador: é a entidade que conta a história (não confundir com o autor, que é quem
escreve a história). O narrador é um elemento do mundo ficcional, ou seja, do mesmo que os
personagens, “é uma criatura de papel e tinta” elaborado pelo ficcionista.
Classificação do narrador quanto…

Ciência
Focalização omnisciente - conhece tudo o que diz respeito às personagens e aos
acontecimentos.
Focalização interna - conhece a história como um personagem.
Focalização externa - conhece os aspectos exteriores da acção e dos intervenientes como se
sua visão fosse “ de fora” conhecendo apenas o que ouve e o que, superficialmente, vê.

Participação
Autodiegético: o narrador participa da história como personagem principal.
Homodiegético: o narrador participa, mas como uma personagem secundária.
Heterodiegético: o narrador se limita a contar a história, não participa da dela.

Posicionamento
Objectivo: quando não dá a sua opinião sobre os acontecimentos da trama
Subjectivo: o narrador emite a sua opinião sobre os acontecimentos, emite o seu juízo
de valores que revelam maior ou menor manipulação.

Personagens: são seres ficcionais moldadas pelo escritor por meio da organização de
traços recolhidos da realidade e trabalhadas pela imaginação.

Classificação da personagem quanto…

Papel ou relevância.
Principais, centrais ou protagonistas (individuais/colectivos): à volta dos quais
decorre as principais acções dinamizadoras do enredo ou a quem o texto dedica maior
pormenorização de atitude e emoções.

Secundários: surgem ao redor do protagonista, auxiliando-os ou prejudicando-os em


suas atitudes. Sua actuação é normalmente a mesma ao longo de toda trama
(individuais/ singulares).

Figurantes (colectivos): os que servem apenas para funções decorativas dos


ambientes.

Processos de caracterização….
Directa: através de palavras do personagem acerca de si próprio, de palavras de outros
personagens, de afirmações do narrador.
Indirecta: deduções do leitor acerca do personagem, a partir das suas atitudes, do seu
comportamento

Espaço: o espaço se refere ao local onde se desenrola a narrativa.


espaço físico – quando fica especificado no texto um ambiente físico
espaço social – quando se evidencia no texto características do ambiente social
espaço psicológico – quando se trata de vivências, pensamentos e sentimentos do
sujeito.

O tempo - da história ou cronológico: corresponde ao decurso e duração dos acontecimentos,


marcados cronologicamente por anos, dias, horas etc.. Do discurso: corresponde ao modo
como o narrador organiza o tempo da história, alongando, resumindo, alterando ou omitindo
os dados do tempo cronológico. Histórico: é o contexto histórico (época, período) em que se
situa a narrativa.

Acção
Quanto à relevância dos acontecimentos
Principal ou central: acontecimento de maior importância;
Secundária(s): acontecimentos de menor relevo em relação à acção principal.

Quanto à organização das sequência narrativas e/ ou das acções:


Encadeamento: ordenação cronológica dos acontecimentos: A » B » C » D »
Alternância: as sequências e/ ou acções vão correndo alternadamente, chegando a entrelaçar-
se: A » B » A ». A acção pode ser aberta ou fechada.

Exercícios

São características do gênero narrativo:


a. No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é
responsável pelo subjetivismo atribuído a esse tipo de composição.
b. O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima
lírico, sempre relacionado com o íntimo e a introspecção.
c. O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a
modificação da situação inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos
que compõem o gênero narrativo são narrador, tempo, lugar, enredo ou
situação e as personagens.
d. O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos,
contando histórias e fatos grandiosos e heroicos sobre a história de um povo.
O narrador fala do passado, o que justifica os verbos sempre empregados no
tempo pretérito.

2. Leia o texto a seguir e classifique-o de acordo com o gênero:

O lobo e o leão
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de reflectir por um instante, chegou à
conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-
se daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando,
no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe
tomou a ovelha.
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em
tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo
que por direito me pertence!"
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas
como o Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas
para lhe dar uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso
a comprou ou, por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você
a conseguiu?"

a) Gênero lírico – crônica.


b) Gênero épico – anedota.
c) Género narrativo – conto.
d) Gênero lírico – poema.
e) Gênero narrativo – fábula.
TEXTO POÉTICO/ LÍRICO

Um texto poético/líricocaracteriza-se pela linguagem que utiliza, pelos recursos estilísticos a


que recorre e também pela musicalidade que transmite.

Um poema é um texto poético composto em versos.


Um versoé uma linha de sentido completo ou que constitui uma unidade rítmica dum poema.
A estrofe é um conjunto de versos, a estrofe supõe uma certa unidade lógica e rítmica (caso
haja rima) entre os versos que a compõem.
A rimarecurso expressivo de natureza fónica, consiste na repetição propositada dos mesmos
sons no meio e/ou, principalmente, no fim dos versos.
A versificaçãoé o conjunto de técnicas que regem a estrutura ou organização de um poema.

Estrofes quanto ao número de versos

Versos/ estrofe Classificação da estrofe


1 monóstico
2 dístico ou parelha
3 terceto
4 quadra
5 quintilha
6 sextilha
7 sétima
8 oitava
9 nona
10 décima
+ de 10 irregular

Verso quanto ao número de sílabas métricas


Metro é a medida do número de sílabas poéticas de um verso. As sílabas que
correspondem aos sons dizem-se sílabas métricas e dá-se o nome de escansão à medição dos
versos através da contagem de sílabas métrica

De modo geral não há coincidência entre o número de sílabas gramaticais e as sílabas


métricas, uma vez que estas se baseiam nos sons.

Quando uma palavra termina por vogal átona e a seguinte começa por vogal (ou h)
quase sempre há uma elisão; na terminação só se consideram as sílabas até à última tónica.
Exemplos:
O/ po/e/ta/ é/ um/ fin/gi/dor -9 sílabas gramaticais
Fin/ge/ tão/ com/ple/ta/men/te – 8 sílabas gramaticais
Que/ che/ga/ a/ fin/gir/ que/ é/ dor – 9 sílabas gramaticais
A/ dor/ que/ de/ve/ras/ sen/te. – 8 sílabas gramaticais

O/ poe/ta é/ um/ fin/gi/dor - 7 sílabas métricas


Fin/ge/ tão/ com/ple/ta/men/te – 7 sílabas métricas
Que/ che/ga a/ fin/gir/ que é/ dor - 7 sílabas métricas
A/ dor/ que/ de/ve/ras/ sen/te. - 7 sílabas métricas
Sílabas/ Verso Classificação do Verso
1 Monossílabo
2 Dissílabo
3 Trissílabo
4 Tetrassílabo
5 Pentassílabo ou redondilha menor
6 Hexassílabo ou heróico quebrado
7 Heptassílabo ou redondilha maior
8 Octossílabo
9 Eneassílabo
10 Decassílabo
11 Hendecassílabo
12 Dodecassílabo ou alexandrino

Rima quanto à disposição ou ligação entre os versos


Classificação dos versos(e ou das estrofes) quanto à rima
+ Não rimados: soltos ou brancos;
Ex.: A rosa com cirrose
A anti-rosa atónica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinícius de Moraes,Rosa de Hiroshima
Rimados:
Rima emparelhada: rimam dois a dois, o 1º verso com o 2º, o 3º, com o 4º e assim
sucessivamente, segundo o esquema aabb
Ex.:
As horas pela alameda a
Arrastam vestes de seda, a
Vestes de seda sonhada b
Pela alameda alongada. b

Rima cruzada ou alterneda: rimam alternadamente: abab


Nunca julgues que quem canta a
É feliz porque é ilusão:b
Nem sempre diz a garganta a
O que sente o coração. B

Rima interpolada: separados por dois versos ou mais de rima diferente: abba
Ó meu relógio de sol, a
Agulha de marear. b
Minha rota sobre o mar,b
Faixa da luz do farol! a

Rima encadeada: a última palavra rima com o meio do verso seguinte;


Ex.:
Quisesses tomar tu este veleiro,
que em secreto estaleiro construí.
David Mourão – Ferreira
Leoninosourima interior: a última palavra rima com o meio do mesmo verso.
Ex.: São belas – bem o sei essas estrelas
Mil cores – divinais têm essas flores.

Rima quanto ao acento


Rima agudaou oxítona ou masculina: a rima acontece se o acento recai na ultima
sílaba. Ex.: valor/ amor, és/ viés

Rima grave ou paroxítona ou feminina: a rima acontece se o acento recai na


penúltima sílaba. Ex.: santa/ planta, mala/ sala, toque/ choque

Rima esdrúxula ou proparoxítona: a rima acontece se o acento recai na


antepenúltima sílaba. Ex.: mágico/ trágico, fábula/ tábula

Rima quanto à correspondência dos sons (ou sonoridade)


Consoanteousoante ou puraou totalou perfeita: correspondência de vogais e
consoantes a partir da vogal da sílaba tónica
Ex.: cantada/ roubada, rosa/ prosa

Toante ou vocálicaou assonanteou parcialou imperfeita: correspondência só de


vogais; há identidade apenas entre os sons vocálicos finais e, por vezes, há semelhança na
sonoridade mas a grafia das palavras (ou dos sons) é diferente.
Ex.: Pino/amigo, seis/ tez

Rima quanto às palavras que rimam (ou valores)


Rica -quando a rima acontece entre palavras de diferentes classes gramaticais.
Exemplo: cicatriz/ feliz, cantar/mar

Pobre -quando acontece entre palavras da mesma classe gramatical. •coração/ razão,
dizer/fazer

Quanto ao valor a podemos ainda considerar:


Rara ou preciosa: como indica a própria classificação, trata-se de rimas pouco
vulgares, como acontece com verbos e pronomes e com outras palavras;
Ex.: estrela/ tê-la, tranquilo/ segui-lo.
Exercícios

Soneto de fidelidade
(Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

1. Nos dois primeiros quartetos do soneto de Vinicius de Moraes, delineia-se a ideia de que o
poeta
a) não acredita no amor como entrega total entre duas pessoas.
b) acredita que, mesmo amando muito uma pessoa, é possível apaixonar-se por outra e
trocar de amor.
c) entende que somente a morte é capaz de findar com o amor de duas pessoas.
d) concebe o amor como um sentimento intenso a ser compartilhado, tanto na alegria
quanto na tristeza.
e) vê, na angústia causada pela ideia da morte, o impedimento para as pessoas se
entregarem ao amor.

2. Sobre o gênero lírico, estão corretas, exceto:


a) Gênero marcado pela subjetividade dos textos. Presença de um eu lírico que manifesta
e expõe seus sentimentos e sua percepção acerca do mundo.
b) As mais conhecidas estruturas formais do gênero lírico são a elegia, o soneto, o hino, a
sátira, o idílio, a écloga e o epitalâmio.
c) São longos poemas narrativos em que um acontecimento histórico protagonizado por
um herói é celebrado.
d) Nota-se, no gênero lírico, a predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a
exploração da musicalidade das palavras.
e) Os poemas do gênero lírico podem apresentar forma livre ou estruturas formais.
Análise do Testo Poético

Na análise de um texto lírico, deve ter-se em atenção o seguinte:


 A análise da estrutura externa de uma poema diz respeito a aspetos formais do
mesmo, por isso estrutura externa é equivalente a análise formal.
 Neste tipo de análise, devem considerar-se os seguintes itens: número de estrofes,
número de versos que constituem cada estrofe, nome de cada uma das estrofes,
número de sílabas métricas, nome de cada um dos versos, tipos de rimas, ritmo.

Na análise de um texto lírico, deve ter-se em atenção o seguinte:


 A análise da estrutura interna, consiste na análise do conteúdo da mensagem, na qual
o poema pode ser dividido em partes, relacionamse as diferentes partes (adições,
oposições, associações e paralelismo léxico-semântico), encontram-se o tema e o
assunto, relaciona-se o título com o conteúdo, etc.
 Na análise de conteúdo podem igualmente intervir situações de estilo do autor, do
período literário em que o mesmo se insere e outras condicionantes contextuais ou
culturais
FIGURAS DE ESTILO

Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objectivo de ser mais
expressivo.

A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética:

1 – Anacoluto - interrupção na sequência lógica da oração deixando um termo solto, sem


função sintáctica.
Ex.: Mulheres, como viver sem elas?

2 – Anáfora - repetição de palavras.


Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo!

3 - Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o


distinga. É o mesmo que apelidado, alcunha ou cognome.
Exemplos: O poeta maior (Agostinho Neto)

4 - Antítese - aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos.


Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço.

5 - Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte ou leitor, seres reais ou


imaginários, presentes ou ausentes.
Exemplo: Mulher, venha aqui!
Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento?

6 - Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase ou orações de um


período. Essas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Ex.: Nasci, cresci, morri.
(ao invés de: Nasci, cresci e morri.)

7 - Catacrese - metáfora tão usada que perdeu seu valor de figura e se tornou quotidiana, não
representando mais um desvio. Isso ocorre pela inexistência das palavras mais apropriadas.
Surge da semelhança da forma ou da função de seres, factos ou coisas.
Exemplo: céu da boca; cabeça de prego; asa da xícara; dente de alho.

8 - Comparação ou símile - aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança.


Conectivos comparativos são usados: como, feito, tal qual, que nem...
Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor.

9 - Elipse - omissão de palavras ou orações que ficam subentendidas.


Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas.

10 - Eufemismo - atenuação de algum facto ou expressão com objectivo de amenizar alguma


verdade triste, chocante ou desagradável.

Ex.: Ele foi desta para melhor.


(evitando dizer: Ele morreu.)

11 - Hipérbole - exagero propositado com objectivo expressivo.


Ex.: Estou morrendo de cansada.
12 - Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico
é sarcástico ou depreciativo.
Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada.

13 - Metáfora - é um tipo de comparação em que o conectivo está subentendido. O segundo


termo é usado com o valor do primeiro.
Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.

14 - Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade
de sentido. A metonímia pode ocorrer quando usamos:

a) o autor pela obra


Ex.: Nas horas vagas, lê Pepetela. (a obra de Machado)

b) o continente pelo conteúdo


Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.
Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente)

c) a causa pelo efeito e vice-versa


Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição.

d) o lugar pelo produto feito no lugar


Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja.
O nome da região onde o vinho é fabricado

e) a parte pelo todo


Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.

f) a matéria pelo objecto


Ex.: A porcelana chinesa é belíssima. (Porcelana é a matéria dos objetos)

g) a marca pelo produto


Ex.: - Gostaria de um pacote de Omo por favor.
Omo é a marca, o produto é detergente em pó.

h) h - concreto pelo abstracto e vice-versa


Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato)

15 - Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos.


Ex.: Psiu! Venha aqui!

16 - Paradoxo ou oxímoro - Aproximação de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas


uma figura. Ex.: "Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)

17 - Personificação, prosopopeia ou animismo – atribuição de características humanas a seres


inanimados, imaginários ou irracionais.
Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.
18 - Pleonasmo ou redundância - repetição da mesma ideia com objectivo de realce. A
redundância pode ser positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como recurso
expressivo, enriquecerá o texto:
Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos aquela declaração fatal.

Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empobrece o texto, sendo


considerado um vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.

19 - Polissíndeto - repetição de conjunções (síndetos).


Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou...

20 - Silepse - concordância com a ideia, não com a forma.


Ex.: Os angolanos (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) massacrados – Pessoa.

Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) – Género


Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente – Número.

21 - Sinestesia - mistura das sensações em uma única expressão.


Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tacto (frio, espetava)

Exercícios

Relacione as colunas de acordo com o tipo de figura de linguagem utilizado na construção de


sentido das frases a seguir:
a) Estou rindo para não chorar.
b) Eu nasci em Minas; meu irmão, em 1. Eufemismo.
Goiás. 2. Prosopopeia.
c) Não se deve faltar com a verdade. 3. Antítese.
d) Chorei rios de lágrimas. 4. Ironia.
e) Quem foi o educado que estacionou 5. Elipse.
onde não devia? 6. Pleonasmo.
f) Seus olhos são dois topázios. 7. Hipérbole.
g) O sol beijava o alto das montanhas. 8. Metáfora.
h) “Sorri um sorriso pontual” - Chico
Buarque

Resposta Questão 1 a) 3, b) 5, c) 1, d) 7, e) 4, f) 8, g) 2, h) 6

Assinale a única alternativa que possui a figura de linguagem conhecida como metáfora:
a) ( ) Correu feito louco para não perder o ônibus.
b) ( ) Sua pele é um pêssego.
c) ( ) “Cabelos tão escuros como a asa da graúna” - José de Alencar.
d) ( ) Era delicada como uma flor.
Letra B. Nas demais alternativas, a figura de linguagem utilizada foi a comparação.

Questão 3
A alternativa que possui uma antítese é:
a) ( ) Ele subiu no telhado nessa madrugada.
b) ( ) O vento sussurrava na noite fria.
c) ( ) Estou morrendo de medo.
d) ( ) Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço.
e) ( ) Ela morou ali durante dois meses, e ele, durante vários anos.
Resposta Questão 3 Letra D
a) Eufemismo
b) Prosopopeia.
c) Hipérbole.
e) Elipse.

Questão 1
Que figura de linguagem está presente neste diálogo entre mãe e filho:
— Não estou satisfeita com as tuas notas, filho.
— Eu sei, mãe. Não sou bom nessas matérias.
Ver Resposta
A figura presente é a Litote, a qual é utilizada para suavizar o discurso. Parecida com o
Eufemismo, a Litote atenua a ideia por meio de uma negação.
Assim, em vez de a mãe dizer que estava chateada ou decepcionada, disse que não estava
satisfeita. Por sua vez, em vez de o filho dizer que é ruim nas matérias, diz que não é bom
nelas.
Lembrando que no Eufemismo, o discurso é suavizado, mas sem recorrer à negação. Exemplo:
Ele entregou a alma a Deus (em vez de se dizer: Ele morreu).

Questão 2
Indique as alternativas que apresentam a figura de linguagem personificação, também
chamada de prosopopeia.
a) as pedras humilham
b) os confetes festejam
c) os diários contam segredos
d) os copos celebram as alegrias
e) a floresta clama por piedade
Ver Resposta
Todas as alternativas, porque em todas elas são atribuídas ações humanas (humilham,
festejam, contam, celebram, clama) a seres irracionais (pedras, confetes, diários, copos,
floresta).

Questão 3
Identifique as figuras de linguagem nas orações abaixo:
a) O Velho Chico ocupa cerca de 8% do território brasileiro.
b) Aquele tum-tum do seu coração aumentava cada vez que se aproximava da pretendente.
c) “Chove chuva, chove sem parar.” (Jorge Ben Jor)
d) A mim me enganou só uma vez.
e) Sou um passarinho com desejo de voar.
Ver Resposta
a) Antonomásia, porque “Velho Chico” substitui o nome do Rio São Francisco.
b) Onomatopeia, porque “tum-tum imita o batimento cardíaco.
c) Aliteração, porque há a repetição do som consonantal “ch”.
d) Pleonasmo, porque a ideia da primeira pessoa (mim, me) para intensificar o significado da
oração.
e) Metáfora, porque me compara a um passarinho em virtude do meu desejo de voar.

Questão 4
Indique a alternativa correta.
a) Antítese e paradoxo são dois nomes para a mesma figura de linguagem, a que utiliza ideias
contrárias.
b) Aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia são figuras de sintaxe.
c) As figuras de linguagem são classificadas em: figuras de palavras, figuras de pensamento,
figuras morfológicas e figuras de som.
d) Aliteração é a repetição de sons vocálicos.
e) Este é um exemplo de metonímia: “Parece que temos um Pavarotti”.

Ver Resposta
Alternativa e: Este é um exemplo de metonímia: “Parece que temos um Pavarotti em casa”.
A metonímia é a figura de palavra que substitui uma palavra por outra. Assim, “Pavarotti”
substitui o artista por “cantor lírico”. A oração poderia ser escrita da seguinte forma: “Parece
que temos um cantor lírico em casa”.
Alguns exemplos de metonímia:
parte pelo todo: Até hoje não tem o seu próprio teto (em vez de dizer “Até hoje não tem a sua
própria casa);
autor pela obra: Li Camões (em vez de dizer “Li as obras escritas por Camões”);
marca pelo produto: Preciso comprar Maizena (em vez de dizer “Preciso comprar amido de
milho”).
Quanto às alternativas restantes:
a) Antítese e Paradoxo são figuras de linguagem diferentes. Enquanto a antítese utiliza termos
com sentidos opostos (Mantêm uma relação de amor e ódio), o paradoxo apresenta ideias -
não só termos - com sentidos opostos (“Já estou cheio de me sentir vazio.”, Renato Russo)
b) Aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia são figuras de som ou harmonia (e não
figuras de sintaxe).
c) As figuras de linguagem são classificadas em: figuras de palavras, figuras de pensamento,
figuras de sintaxe e figuras de som. Não existem figuras morfológicas.
d) Aliteração é a repetição de sons consonantais. A figura de linguagem que consiste na
repetição de sons vocálicos é a Assonância.

Questão 5
Quais figuras de sintaxe foram usadas nas orações abaixo?
a) Tudo o que ele disse eu já fiz.
b) Gosto de campo, ele de praia.
c) Na memória, lindas recordações de infância.
d) Fez e refez, leu e releu e deu o trabalho por concluído.
e) Eu quero sair, eu quero passear, eu quero ver gente, eu quero dançar!

a) Hipérbato, porque há uma alteração na ordem direta da oração. A ordem direta seria: Eu já
fiz tudo o que ele disse.
b) Zeugma, porque omite a palavra “gosta” para evitar a repetição.
c) Elipse, porque omite uma palavra que é facilmente identificada: Na memória, (tinha) lindas
recordações de infância.
d) Polissíndeto, porque utiliza o conectivo “e” repetidamente.
e) Anáfora, porque a oração apresenta repetições regulares; neste caso, “eu quero”.

Questão 39
(UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopeia.
a) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice
Lispector)
b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…”
(Drummond)
c) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
d) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice
Lispector)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)

Alternativa e: “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo
Neto)
A palavra “nome” foi omitida pelo facto de já ter sido utiliza na primeira oração. Caso
não fosse omitida, soaria de forma repetitiva: “Meu nome é Severino, Não tenho outro
nome de pia”. A omissão de uma palavra já utilizada na mensagem é característica da
figura de linguagem conhecida como zeugma.
A prosopopeia, por sua vez, caracteriza-se por atribuir capacidades humanas a seres
irracionais, tal como constatamos nas restantes alternativas: a) “essa não-palavra
morde”, b) “as palavras se beijam”, c) “a poesia vai comprar jornal” e d) “a
luminosidade sorria”.

Questão 40
Apenas uma das alternativas apresenta sinestesia. Indique qual.
a) Adorava aquele som doce entrando pela janela.
b) A noite adormece cansada.
c) Aquele cocóricó ensurdecedor de todas as manhãs irritava qualquer um.
d) Se você voltar, se você me quiser, se você deixar, eu posso mudar.
e) Entra pra dentro agora ou vou aí te buscar com o chinelo na mão!

Alternativa a: Adorava aquele som doce entrando pela janela.


A sinestesia é a figura de linguagem em que as sensações não são percebidas pelos
órgãos de sentido esperados. Assim, nesta oração, audição (som) e paladar (doce) se
confundem.
RELATÓRIO

O Relatório é um texto escrito para descrição de factos passados com o objectivo de conduzir a
uma decisão e, daí, a uma acção; texto escrito para apresentação de acontecimentos, de
informações, de visitas de estudo, de experiências etc.

Partes que integram o relatório.


 Cabeçalho (ou página de rosto) consagrado às informações essenciais: título, nome do
destinatário (entidade e/ ou pessoa), data, nome do(s) relator(es); Introdução onde se
insere o assunto a tratar, os objectivos do relatório e as circunstâncias da sua
elaboração;
 Parte central, que constitui o desenvolvimento do assunto, devendo conter uma parte
descritiva da situação e dos factos e outra argumentativa, com a inclusão dos aspectos
positivos e negativos;
 Conclusão onde são apresentadas as ilações mais importantes e as propostas de
actuação. Importa não esquecer que num relatório é importante não só a recolha e
organização da informação, como também a sua apresentação; um relatório obedece
a um guião previamente elaborado; o relatório deve ser claro, objectivo e tão sucinto
quanto possível.

Elaboração de guiões Guião para o relatório de uma excursão a) Porquê, quem e como
organizou a excursão; b) O que é que se esperava da excursão; c) Crónica da excursão; d) O
que é que impressionou particularmente; e) Em que é que a excursão resultou diferente das
expectativas; f) Significado e balanço da excursão.
Maria Teresa Serafini, Como se faz um trabalho escolar

A ESTRUTURA DO RELATÓRIO
A estrutura do Relatório compõe-se dos elementos abaixo descriminados e de acordo com o
tipo de investigação realizada:

A ORDEM DOS ELEMENTOS

Pré-textuais: Elementos que antecedem ao texto e não aparecem no sumário

Capa – Obrigatório - não é contado ou numerado


Folha de Rosto – Obrigatório – Contado, mas não numerado.
Dedicatória – Opcional - Contado, mas não numerado.
Agradecimentos – Opcional - Contado, mas não numerado.
Epígrafe – Opcional - Contado, mas não numerado.
Sumário – Obrigatório - Contado, mas não numerado.
Resumo - Obrigatório - Contado, mas não numerado.

Textuais

Introdução – Obrigatória.
Desenvolvimento – divisão em tópicos.
Conclusão – Obrigatória.

Pós-textuais – aparecem após o texto, seguindo a numeração contínua do trabalho.

Referências – Obrigatório – lista de todas as fontes citadas no texto.


Bibliografia consultada – Opcional - Listagem dos livros consultados para entendimento do
assunto, mas que não estão citados na Monografia.
Anexo(s)

Explicando os elementos

CAPA - É um elemento obrigatório, que além de proteger e dar melhor apresentação ao


trabalho. Deve conter:
a) Nome da instituição e do autor – centralizado e situado na margem superior do papel;
b) Nome do aluno – centralizado;
c) Título do trabalho – Em destaque e centralizado na página;
d) Local (cidade) e ano - Centralizados ao final da página, primeiro local (Vitória) e na outra
linha o ano.

FOLHA DE ROSTO - Identifica o trabalho. Observa a seguinte sistematização:


a) Nome dos autores – centralizado e situado na margem superior do papel
b) Título – Deve vir em destaque e centralizado na página
c) Nota explicativa – Especificando o caráter acadêmico do trabalho, a unidade de ensino e
a instituição onde é apresentado
d) Local (cidade) e Data (ano). Centralizados ao final da página, primeiro local (Vitória) e na
outra linha o ano (2012).

DEDICATÓRIA, AGRADECIMENTOS E EPÍGRAFE.


Elementos opcionais que podem integrar o Relatório a critério do/a aluno/a:

Dedicatória (opcional) - homenagem à pessoa, entidade de classe, empresa, etc.


Agradecimentos (opcional) - agradecimento àqueles que contribuíram direta ou
indiretamente com o trabalho
Epígrafe (opcional) - citação, seguida de indicação de autoria, relacionada com o assunto do
trabalho. Se a citação for breve, ela é colocada à direita, no espaço inferior da página. A
palavra epígrafe não é mencionada na página.

SUMÁRIO - É a apresentação das divisões do trabalho na mesma ordem em que se sucedem no


corpo do texto. Deve figurar imediatamente após a folha de rosto, a de dedicatória, a de
agradecimentos ou a de epígrafe, (que não devem constar no sumário) com o título SUMÁRIO
centralizado na folha.
Apresentar para cada capítulo ou seção os seguintes dados:
· Titulo do capítulo ou seção, com o mesmo fraseado e “tipo” (fonte) utilizada no texto;
· Número da página inicial do capítulo ou seção, ligado ao título por linha pontilhada;
· Quanto à numeração progressiva, conforme abaixo:
Para destaque dos conteúdos do trabalho, recomenda-se que os títulos das seções sejam
destacados, utilizando-se dos recursos de negrito, itálico ou grifo, caixa alta etc.

Exemplos:
1 SEÇÃO PRIMÁRIA (maiúsculo negrito)
1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA ( maiúsculo sem negrito)
1.1.1 Seção terciária (minúsculo com negrito)
1.1.1.1 Seção quaternária (minúsculo sem negrito)
Os títulos das seções primárias - cada novo tema ou tópico do relatório - devem iniciar em
folha distinta aos dos itens anteriores.
INTRODUÇÃO - É a parte do trabalho onde o assunto é apresentado como um todo, sem
detalhes. Trata-se do elemento explicativo do autor para o leitor, em que, estabelece o
assunto, definindo-o claramente; indica a finalidade do problema/ questão pesquisada e os
objetivos do trabalho, esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o assunto; refere-se aos
tópicos principais do texto dando o roteiro ou a ordem da exposição.
Numa introdução bem elaborada, recomenda-se iniciá-la com a definição do assunto, isto é,
com o objeto de estudo. A seguir, é colocado o enfoque que foi dado e os motivos que
levaram o/a autor/a escolher tal assunto.

Resumidamente, a introdução pretende:


I. anunciar o tema
II. esclarecer, de maneira sucinta o assunto;
III. dar ideia, de forma sintética, do que foi realizado no relatório, ou seja, as ideias mestras
do desenvolvimento do assunto;

DESENVOLVIMENTO – TÓPICO - O desenvolvimento apresenta o assunto que foi pesquisado. É


necessário que, ao redigir o tópico, o/a autor/a mostre o encadeamento de suas ideias a fim
de facilitar a exposição do tema e conduzir o leitor à percepção total do conteúdo daquele
texto.
O/a aluno/a deverá organizar um tema que contemple os conteúdos das fontes de informação,
com citações, destacando de forma clara a relação das informações colhidas em campo com
conteúdos estudados na sala de aula.
Cada afirmação destacada pelo/a aluno/a deve ser evidenciada pela inclusão de citações
diretas ou indiretas das fontes de consulta. Para organizar adequadamente as citações
consulte as normas da ABNT vigentes.

CONCLUSÃO - Balanço final do estudo que foi realizado; é nessa parte que o autor expõe
claramente seu ponto de vista sobre o que conseguiu demonstrar durante o desenvolvimento
do trabalho. O que foi amplamente anunciado na Introdução será sintetizado na conclusão. E
por ser uma síntese, deve ser breve e concisa.

Para ela convergem a análise, a argumentação e a demonstração elaboradas no corpo do


trabalho. Ela é o ponto de chegada, apesar de estar presente em todo o trabalho.
A conclusão é a decorrência lógica e natural de um processo que teve determinado
desenvolvimento; ela não pode ser vista simplesmente como um fecho de uma demonstração,
ela pode e deve servir para apontar novos caminhos, para abrir novos horizontes e, para
inserir no fluxo da transmissão do conhecimento novos trabalhos.

REFERÊNCIAS - De acordo com as Normas ABNT, deve-se intitular somente “Referências” uma
vez que os materiais consultados provem de diferentes suportes.
É a relação de toda documentação utilizada para a elaboração do Relatório. São organizadas
alfabeticamente pelo sobrenome do/a autor/a.
Somente o material realmente utilizado para a realização do trabalho e citado no corpo do
texto deve ser listado. Para organizar adequadamente as referencias é necessário seguir os
critérios da ABNT.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA - Listagem dos livros consultados para entendimento do assunto,


mas que não estão citados no texto do relatório. Caso o/a aluno/a utilize livros para subsidiar
o entendimento do assunto, deverá relacionar essas obras nesse campo, obedecendo as
Normas da ABNT.

APRESENTAÇÃO GRÁFICA – espaçamento, papel, numeração, margens, fonte.


A apresentação gráfica refere-se à digitação do texto, titulação, paginação, espaçamentos e
outros detalhes.
a) PAPEL - O texto deve ser digitado em papel branco, formato A4 (210mm x 297mm). A nova
Norma ABNT permite o uso do anverso (frente) e verso (trás) da folha.

b) MARGENS - esquerda e superior 3 cm - direita e inferior 2 cm

c) FONTE – deve ser de tamanho 12 para o texto e menor (10) para as citações longas
(destacadas com recuo), notas de rodapé, paginação, legenda e fonte das ilustrações e
tabelas. Cor preta. O tipo da fonte utilizada deve ser Arial ou Times New Roman. No
alinhamento do texto deve ser utilizada a opção: justificado.

d) ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS – Utiliza-se o espaçamento um e meio (1,5). O


espaçamento simples (1,0) é utilizado quando nas citações diretas longas, nas notas de rodapé,
entre as linhas de uma referência, nas legendas das ilustrações e tabelas e na parte pré-
textual.

e) TITULAÇÃO – A titulação merece a atenção especial do/a autor/a do trabalho, pois deve
ser claro e refletir o conteúdo do texto. É uma tarefa que deve ser executada após a produção
do texto e deve-se proceder à crítica e a revisão para que as titulações dos capítulos e das
seções expressem o que está escrito, valorizando a produção.

A indicação numérica precedente ao título de uma seção é alinhada a esquerda, separada por
um espaço (do título).
Os títulos sem indicação numérica, como sumários, anexos etc, são centralizados na página.
OBS: Não se usa pontuação no final dos títulos.

f) ESTILO DE PARÁGRAFO - o projeto gráfico e estilístico do texto é de responsabilidade do/a


autor/a do trabalho. Dessa forma duas opções são utilizadas: O parágrafo tradicional, com
recuo de dois centímetros da margem esquerda e o parágrafo moderno, com todo o texto na
margem esquerda, separado por espaços do próximo parágrafo.

g) PAGINAÇÃO – Deve ser feita em algarismos arábicos, canto superior direito da página, não
utilizando nenhum tipo de pontuação ou sinal antes ou após o número. O número de página
somente aparece na primeira folha do texto e, são contados os elementos pré-textuais, com
exceção da capa, conforme destacado no início desse texto.
Constam no relatório:

* Título – Esse costuma ser objectivo, claro e sintético;


* Remetente – Refere-se à autoria do documento;
* Destinatário – Refere-se à pessoa para a qual é destinado;
* Texto – É a exposição do assunto;
* Conclusão – Trata-se do fechamento das ideias apresentadas, ou seja, o que pôde ser obtido
com o procedimento realizado como um todo.

Leia o exemplo de relatório que segue:

Título: Relatório do passeio ao zoológico

De: João Carlos


Para: Professora Vânia Fernandes

Dando continuidade ao projeto meio ambiente, oitenta alunos dos 6º aos 9º anos da
nossa escola, acompanhados da coordenadora professora Luciane, de três professores (Elza e
Vânia) tiveram oportunidade de conhecer a diversidade da fauna e da flora brasileira no
zoológico de São Paulo, o maior zoológico do Brasil.
A excursão aconteceu no dia 05 de outubro com saída em dois ônibus, com saída da
escola às 7h 30 min.
A viagem foi tranquila. Os motoristas fizeram uma parada de 15 minutos no rancho
Pamonha, na cidade de Santa Isabel e depois seguiram direto para o zoológico, chegando lá às
11h 50 minutos.
Foi uma atividade prazerosa e interessante, pois o zoológico de São Paulo fica localizado
ao sul da cidade de São Paulo com uma área aproximada de 900.000 metros quadrados
coberta pela Mata Atlântica original, com 4 km de alamedas, aloja as nascentes do riacho
Ipiranga e abriga 3.500 animais das mais variadas espécies.
Os alunos ficaram encantados com vários animais, como os macacos (bichos simpáticos
que pareciam até posar para as câmeras fotográficas), as aves coloridas, os felinos, as cobras
de várias espécies e muitos outros.
Nossa turma permaneceu no parque até às 16 h, seguindo para os ônibus que iniciaram a
viagem de volta, fazendo uma pequena parada no Rancho da Pamonha, em Santa Isabel e
chegando na escola às 20h 45m, onde a diretora, pais, mães e irmãos nos esperavam.
Por fim, o objetivo do nosso trabalho foi alcançado, pois os alunos perceberam o quanto a
natureza é bela e que devemos preservá-la e acabar com os problemas ambientais que afetam
os ecossistemas brasileiros: a caça, o desmatamento, a poluição e as queimadas que tanto têm
prejudicado a fauna e a flora do nosso país.

Exercícios:
Responde às questões:
1. Qual é o objetivo deste relatório?
2. Identifique, do ponto de vista da estrutura, as diferentes partes que compõem o relatório.
3. Assinala os marcadores discursivos que organizam as ideias de forma sequencial.
4. Indica o marcador discursivo que introduz a conclusão do relatório.
5. Elabore um relatório sobre um passeio que você fez pela escola em anos anteriores.
A ACTA

Documento de valor jurídico, em que se registaram factos, ocorrências, resoluções e decisões


de uma assembleia, sessão ou reunião. Ela deve ser assinada pelos participantes da reunião
em alguns casos (conforme o estatuto da empresa), pelo presidente ou secretário, sempre.
Para se lavrar, devem ser observadas as seguintes normas:

1. Lavrar a ata em livro próprio ou folhas soltas, de tal modo que impossibilite a
introdução de modificações.
2. Sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas.
3. Consignar as rectificações feitas à anterior.
4. O texto será digitado ou manuscrito, mas sem rasuras.
5. O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos numerados, mas não
se fará uso de alíneas.
6. No caso de erros constatados no momento de redigi-la, emprega-se a partícula
correctiva “digo”.
7. Quando o erro for notado após a redacção de toda a ata, recorre-se à expressão:
“em tempo”, que é colocada após todo o escrito, seguindo-se então o texto
emendado: Em tempo: na linha em que se lê “bata”, leia “data”.
8. Os números são grafados por extenso.
9. Quando ocorrem emendas à ata ou alguma contestação oportuna, a ata só será
assinada após aprovadas as correcções.
10. Há um tipo de acta que se refere a actos rotineiros e cuja redacção tem
procedimento padronizado. Neste caso há um formulário a ser preenchido.
11. A acta é redigida por um secretário efectivo. No caso de sua ausência, nomeia-se
outro secretário (ad hoc) designado para esta ocasião.
12. os espaços em branco devem ser trancados e não deve haver rasuras, nem siglas
ou abreviaturas.

Deve constar numa ata:


1. Dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso);
2. Local da reunião;
3. Pessoas presentes (com suas respectivas qualificações);
4. Declaração do presidente e secretário;
5. Ordem do dia;
6. As intervenções importantes
7. Fórmula de encerramento
8. Assinaturas de presidente, secretário e participantes.

Fonte: PORTUGUÊS AO ALCANCE DE TODOS Gramática e Redação Comercial sem Mistério,


Ieditora, 2002, CLÁUDIA SILVA FERNANDES MARISA DOS SANTOS DOURADO
Modelo de Acta

Acta nº___________

(Introdução) ------- Aos______________________ dias do mês de __________________, de


__________________, pelas ________________ horas e _______________ minutos, no (a)
(local) ______________________, sob a presidência de ___________________________, teve
lugar a reunião de _________________, (quem), com a seguinte ordem de trabalhos: ------------
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------
_____________________________________________________________________________
____________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________ -------- Ponto único
_____________________________________________________________________________
_____________ --------------------------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------------
(Desenvolvimento) --------- A reunião abriu
_____________________________________________________________________________
__________
_____________________________________________________________________________
____________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________ -------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------------------------------------- (Encerramento) ------
-- Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, da qual se lavrou a presente acta que,
depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo presidente e por mim, que a secretariei: --------
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------------ O/ A Presidente:
_____________________________________________________________________________
______________ O/ A Secretário(a):
_____________________________________________________________________________
_____________
CARTA

A carta é um meio de comunicação escrita entre duas pessoas. Ela pode ser familiar, comercial
e oficial. A carta é seguramente um dos instrumentos mais úteis em situações diversas. Como
texto normalizado que é, obedece a determina estrutura.

Cabeçalho: situa-se no canto superior esquerdo, normalmente é impresso quando se


tratar de uma empresa ou determinada instituição e na sua composição podem entrar
desenhos. Deve conter, o ramo da actividade que explora, a morada completa, os contactos
telefónicos e-mails, filiais, indicações de casa de que é agente; no caso de um indivíduo: nome
completo, morada, contacto telefónico e e-mail;

Localização e data: situa-se por baixo do cabeçalho, no canto superior esquerdo;

Destinatário: situa-se abaixo da localização e deve constar o nome (quando se tratar


de uma entidade deve-se referir o cargo) e morada completa da pessoa, empresa ou
organismo aquém se destina a carta.

Saudação ou fórmula inicial de cortesia: segue-se ao endereço, do qual se separa por


um espaço maior do que o deixado entre linhas do texto. As fórmulas mais utilizadas são Caro
Sr. Ou Sra. Depois da saudação põe-se uma virgula;

Texto: separa-se da saudação por um espaço maior do que aquele se deixa entre as
linhas de cada parágrafo. Pode escrever-se em bloco, mas também se pode escrever
começando a primeira linha de cada parágrafo mais afastada a margem esquerda do papel do
que as outras. É consolável que cada assunto corresponda a um assunto;

O parágrafo de encerramento é uma formula de despedida, pode consistir em


“atenciosamente”, “cordialmente”, “os melhores cumprimentos”, etc. Sendo o texto escrito
em bloco, o encerramento deverá ser alinhado a mesma distância da margem esquerda do
papel, caso contrário, escreve-se sensivelmente do meio papel para a direita;

Assinatura: deve escrever-se em baixo do parágrafo de encerramento, mas depois de


deixados alguns espaços.
SEMÂNTICA

Semântica é uma disciplina linguística que se ocupa dos significados explícitos, convencionais
das palavras, das frases e do texto. Semântica, Ana Cristina Macário e Graça Rio-Torto, Lisboa,
2007, editorial Nzila.

Denotação e Conotação

Denotação é quando nos referimos ao significado conceptual, básio e estável de uma palavra.
Ou seja, o significado básico apresentado pelo dicionário. A denotação predomina na
linguagem informativa, que tem como objectivo principal informar. É o que acontece com
frequência em textos técnicos científicos.
Dicionário electrónico Coca-Cola. Manual de lexicologia do professor Kukanda
Exemplo: Devido a apreensão da prova, sentiu o coração a bater mais rápido.

A conotação é o significado de uma palavra é considerada secundário ou adicional por


oposição ao primeiro sentido que as define. Isto quer dizer que a conotação de uma palavra
consiste nos valores especiais que são acrescentados ao tal significado de base. São valores
afectivos e culturais, com os quais fala ou o escritor sugere coisas.

A conotação é própria da linguagem expressiva, encontra-se muito nos textos literários e


especialmente na poesia pois é nesta que o autor adquire maior liberdade criativa.
Exemplo: A prática é o coração qualquer instituto técnico.

Campo de Significação
Podemos dizer que uma palavra encerra ou abrange um conjunto de significados (isto variando
de dicionário a dicionário).

Campo Lexical: é o conjunto de palavras que fazem parte da mesma área da realidade,
física ou conceptual, determinado por uma rede de vocábulos de significação afim e ao mesmo
tempo distinta entre seus elementos.

Deste modo, quando observamos um computador vermos que ele apresenta: monitor,
rato, teclado, gabinete, etc. Essas palavras constituem o campo lexical de computador, assim
como o campo semântico de sala de aula teremos: carteiras, quadro, marcador, etc.

As palavras são sinais que se formam e se estruturam na mente humana a partir de


uma rede associações

Um campo lexical pode estar incluído em outro campo, assim sala de aula pode estar
contido num campo lexical maior que seria campo lexical de uma escola que severa conter
elementos como: sala de aula, sala dos professores, secretaria, pátio, etc.

O significado de uma palavra pode ser especificada, através da anteposição de um


sinal de mais ou menos para indicar a presença ou ausência das propriedades semânticas que
a definem.
Exemplo: Cão (as palavras que fizerem do mesmo campo lexical que cão
deverá partilhar algum traço semântico de cão, análise semica)
+ Ser vivo
+ Animal
+ Mamífero
+ Domestico
+ Quadrúpedes
Traços Semânticos: unidade mínima de significado, o mesmo que sema. O significado da
palavra o lexema constitui colecção hierarquizada de traços semânticos, na qual estes se
dispõem do geral para o particular. www.paulohernandes.pro.br

Campo Semântico

Campo semântico é o conjunto dos variados sentidos que uma única palavra pode assumir de
acordo com o contexto em que essa palavra está inserida.
m.brasilescola.uol.com.br

Deste modo, a partir de fabricar temos: construir, montar, criar, projectar, edificar,
confeccionar fazer, elaborar etc.

Signo Linguístico: unidade de duas faces que combina um significante e um significado. O signo
linguístico é arbitrário convencional, não estabelece qualquer relação obrigatória entre ele e a
realidade. Por isso cada língua recorre a um conjunto de sons diferentes para referir o mesmo
objecto.

Significante: é a imagem acústica do som (e não propriamente o som em si). Já que


pode apreender o significado de um enunciado sem a necessidade de pronunciar ou ouvir os
sons que o constituem, como por exemplo o caso de uma leitura silenciosa.

Significado: é o conceito abstracto do signo linguístico como imagem mental ou


conceito que se tem um referente ou objecto.

Exemplo: Quando nos referimos em casa temos duas faces.

Casa
(Significante) Significado
Questão 4
Sobre a conotação e a denotação, podemos afirmar, excepto:
a) A conotação é utilizada principalmente na linguagem poética e na literatura, mas pode
ser encontrada em géneros textuais do quotidiano, como letras de músicas, anúncios
publicitários, entre outros.
b) Uma palavra ou expressão é usada no sentido denotativo para representar diferentes
significados dependendo do contexto da enunciação.
c) Os textos não literários devem preferir a denotação, pois essa tem como finalidade
informar o receptor da mensagem de maneira clara e objectiva, livre de ambiguidades
e metáforas.
d) A conotação e a denotação são as variações de significado que ocorrem no signo
linguístico, que, por sua vez, é composto de um significante (letras e sons) e um
significado (conceito, ideia).

Alternativa “b”. A denotação, diferentemente do que acontece com a conotação, apresenta a


palavra em seu sentido literal, original.
CONTEXTO

Contexto é a um conjunto de factores linguísticos e extralinguísticos que condicionam e


determinam a correcta compreensão de um texto. Contexto é o conjunto de elementos físicos
ou situacionais que ajudam o receptor da mensagem a compreendê-la.

O contexto pode ser:


a) de enunciação:, envolvendo:
-o enquadramento concreto em que a enunciação e desenvolve, com o tipo de
relação entre o locutor e o alocutário (tem, tens saudade), o tempo e o lugar
da enunciação (depois, lá), os objectos presentes no cenário da enunciação
(esta escola)
-as características do canal da comunicação (telefone, carta, videochamada…)

b) o ambiente em que se desenrola a recepção do enunciado.

A compreensão do contexto em que uma mensagem foi produzida determina o correcto


entendimento a se ter sobre este texto, deste modo há uma relação indispensável entre o
texto e o contexto. Deste modo os elementos que ajudam o leitor ou ouvinte a percebem o
conteúdo a que a mensagem se refere dá-se o nome de contexto.

Tipos de contexto
Eis abaixo os principais tipos de contextos:

Contexto de produção
É o conjunto de elementos que o emissor considera durante a produção do texto. Neste tipo
de contexto são tidas em conta tanto a realidade do emissor quanto a do receptor da
mensagem. Aspectos como finalidade da comunicação, público-alvo, lugar onde o texto será
veiculado, realidade sócio-cultural de emissor/receptor são observados.

O contexto de produção permite que se produza um texto de diversas maneiras, sendo que o
efeito será diferente.

Exemplo: Aproveite a mais nova promoção de inverno. Bom clima, a sua loja de frio e
climatização.
Finalidade da comunicação: informativa/campanha de marketing
Público-alvo: Todos da província, país
Lugar onde o texto será veiculado: publicidade televisiva
Realidade do emissor: proprietário da loja
Realidade do receptor: potencial cliente

Exemplo: Aproveita a promoção de inverno. Bom clima, a sua loja de frio e climatização.
Finalidade da comunicação: informativa/campanha de marketing
Público-alvo: público geral
Lugar onde o texto será veiculado: Letreiro
Realidade do emissor: proprietário da loja/pessoa amiga
Realidade do receptor: pessoas ao redor da loja

Contexto linguístico
Conjunto de propriedades linguísticas que acompanham uma palavra, expressão ou
enunciado.
Exemplo: Por favor, amanhã chegue às 7 horas.
O uso da expressão “por favor “ e do advérbio “amanhã” contextualiza que a pessoa
referida não costuma ser pontual.

Contexto extralinguístico
Conjunto de factores externos a língua que ajudam na compreensão da mensagem emitida.
Esses factores podem ir desde ao ambiente físico, a situação social entre outros.

Exemplo: Cuidado!
Para compreender o uso desta palavra é necessário perceber a situação em que ela ocorreu, se
tratava-se de uma situação de iminência ou outra qualquer.

Dentro do contexto extralinguístico podemos encontrar outros, sendo os mais


relevantes o contexto social e contexto histórico.

Contexto social
É um conjunto de factores resultantes da interacção social. Como estrato social de
escolaridade, relações humanas, etc.

Exemplo: - Professor, eu vivo no Sambinzanga, como choveu, não consegui aparecer


no dia de ontem.

O contexto social indica as condições sociais nas quais o menino, dado que Sambizanga
é um bairro periférico subentende-se que quando chove as condições de transitar sejam quase
nulas.
Contexto histórico
Indica circunstâncias ou factos relacionados ao passado que são necessários para a
correcta interpretação de um texto.

Exemplo: Volvidos séculos, África ainda sofre com o colonialismo.


O contexto histórico ajuda a compreender a conjuntura histórica que envolveu este
período em África e em função disso perceber se é verdadeira ou não a afirmação.

Nota: a falta de contexto pode tornar a comunicação ambígua e assim não termos a
compreensão verdadeira do locutor.
BIBLIOGRAFIA

http://diogoprofessor.blogspot.com/2013/02/aula-sobre-relatorio-exercicios.html
https://beduka.com/blog/exercicios/portugues-exercicios/exercicios-discurso-direto-e-
indireto/
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-genero-
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https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-
denotacao-conotacao.htm#resposta-1362
https://pesquisaescolar.site/niveis-de-linguagem/
https://sites.google.com/site/pedufes/disciplinas/pepp-iii---matutino/exercicios
https://sites.google.com/site/pedufes/disciplinas/pepp-iii---matutino/exercicios
https://www.lendo.org/exercicios-melhorar-escrita/
https://www.mundovestibular.com.br/estudos/portugues/pontuacao-teoria-e-exercicios
https://www.todamateria.com.br/exercicios-de-figuras-de-linguagem/
https://www.todamateria.com.br/pronomes-de-tratamento/
m.brasilescola.uol.com.br
PORTUGUÊS AO ALCANCE DE TODOS Gramática e Redação Comercial sem Mistério, Ieditora,
2002, CLÁUDIA SILVA FERNANDES MARISA DOS SANTOS DOURADO
Semântica, Ana Cristina Macário e Graça Rio-Torto, Lisboa, 2007, editorial Nzila.
www.comofazerumaboaredacao.com
www.goconqr.com
www.paulohernandes.pro.br
www.significados.com.br
www.todamateria.com.br

Faltam os livros.

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