Você está na página 1de 10

COLÉGIO EDUCAR ADVANCED

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

ALLAN FILIPE ALMEIDA NUNES SILVA


ENRIQUE FIGUEIRA ALVES

ANÁLISE LITERÁRIA DA OBRA LITERÁRIA ‘‘O QUINZE’’

BALSAS – MA
2022
ALLAN FILIPE ALMEIDA NUNES SILVA
ENRIQUE FIGUEIRA ALVES

ANÁLISE LITERÁRIA DE ‘‘O QUINZE’’

Trabalho feito com o objetivo de obtenção de nota


nas competências de Av3 nas matérias do ramo de
Linguagens e suas Tecnologias

Orientador (a): Geane Martins Canela

BALSAS – MA
2022
Sumário
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................1
2. ENREDO.......................................................................................................................................2
3. TEMPO E ESPAÇO.....................................................................................................................3
3.1. Tempo.....................................................................................................................................3
3.2. Espaço....................................................................................................................................3
4. PERSONAGENS..........................................................................................................................4
4.1. Personagens Principais..........................................................................................................4
4.2. Personagens Secundários.......................................................................................................4
5. NARRATIVA...............................................................................................................................5
6. AUTORA......................................................................................................................................6
7. REFERÊNCIAS...........................................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO
A presente análise tem como foco principal analisar a obra literária ‘‘O Quinze’’
de Rachel de Queiroz, visando discutir as problemáticas sociais apresentadas na obra, tanto
quanto, argumentar o que ela quer transpassar e criticar, com esse obstáculo que foi a seca,
que assolou grande parte do Nordeste no ano de 1915.

4
2. ENREDO
A narrativa começa com o vaqueiro Chico Bento, que vivia com sua esposa
Cordulina e seus três filhos na fazenda de Dona Maroca, em Quixadá. A obra se passa em
1915, onde o nordeste brasileiro estava sendo afetado pela seca, que é o fator problemático
principal da história.

Assim, com a seca assolando a região onde residiam, ele e sua família, partem em
uma viagem a pé (pela falta de economias) até a capital do Ceará, Fortaleza. Em sua viagem,
encontram outro grupo de retirantes comendo restos de um gado, comovido, Chico divide o
que lhes restava de comida com eles. Mais à frente, ele encontra uma cabra, porém, ela havia
um proprietário e o dono fica enfurecido com Chico Bento. Ele conta a sua trajetória para o
dono do animal, mas a única coisa que consegue são as vísceras do bicho.

A mercê da fome, um dos filhos, Josias, come uma raiz de mandioca crua, o que
leva à sua morte. Para piorar a situação, o filho mais velho, Pedro, acaba se perdendo do casal
e se junta a outro grupo de retirantes, mas ele nunca mais foi visto pelos pais. Quando
finalmente chegam a Fortaleza, a família se direciona para o ‘‘Campo de Concentração’’, um
espaço destinado para os afetados da seca.

No lugar, encontram Conceição, que é professora e voluntária, e que depois de um


tempo, torna-se madrinha do filho mais novo da família de Chico Bento: Manuel, apelidado
de ‘‘Duquinha’’. Ela ajuda a família a comprar passagens para São Paulo, mas com a
condição de ficar com o afilhado, que o considerava como um filho. Resistiram, mas
acabaram concordando e deixando o filho caçula em Fortaleza, na esperança de que o filho
tenha mais chances de sobreviver com a madrinha.

Conceição tem um relacionamento com seu primo Vicente. Os dois tem uma
relação complicada, Conceição compartilha de desejos de liberdade, mas Vicente tem uma
obstinação incessante pelo trabalho no campo. Logo após a partida da família de Chico,
Conceição descobre que Vicente tem um relacionamento com uma cabocla chamada
Mariinha. Ela fica chateada, mas não faz nada a respeito. Em dezembro, a tão aguardada
chuva chega, a avó de Conceição volta para a fazenda junto de Vicente, entretanto, Conceição
continua na capital, chateada com o relacionamento de Vicente com outra mulher, porém feliz
de estar criando seu afilhado.

5
3. TEMPO E ESPAÇO
3.1. Tempo

O tempo é cronológico, ou seja, a produção literária foi realizada com o foco no


ano de 1915, onde se alastrou uma seca em todo o nordeste brasileiro por 4 anos. A narrativa
evidencia a problemática social que ocorria naquela época, e salienta a realidade das pessoas
daquela região, tanto quanto a fome e a miséria. ‘‘[...] Sacudido pela estrada larga do
quartau, seguiu rápido, o peito entreaberto na blusa, todo vermelho e tostado do sol, que lá
no céu, sozinho, rutilante, espalhava sobre a terra cinzenta e seca uma luz que era quase
como fogo. [...]’’ (Capítulo II, página 16)

3.2. Espaço

A obra começa abordando o agravamento da seca por todo o Nordeste. A história


se situa primeiramente na cidade de Quixadá, no Ceará, e logo em seguida, os personagens,
tanto Conceição e sua avó, como Chico Bento e sua família, seguem em um trajeto para a
capital Fortaleza. ‘‘[...] Conceição mal acreditava ter conseguido convencer a avó da
necessidade daquela viagem. Dona Inácia se apegara a tudo que a pudesse reter no sertão,
rabujou, zangou-se, gritou que faria como quisesse, que não iria, não iria, não iria! Mas
haveria de ficar sozinha na fazenda, durante todo o horror da seca, sem um filho, sem uma
filha, sem ninguém? [...]’’ (Capítulo VI, página 31); ‘‘[...] — Como se foi, Chico? Trouxe o
dinheiro e as passagens? — Que passagens! Tem de ir tudo é por terra, feito animal! Nesta
desgraça quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos! [...]’’ (Capítulo V, página 29)

Posteriormente, Conceição oferece passagens para São Paulo, para a família de


Chico Bento, com a condição de Manuel ficar aos cuidados da madrinha. ‘‘[...] E despedindo-
se, Conceição saiu vagarosamente, pensando que poderia dar bom impulso à roda daqueles
destinos, levando-os a um caminho melhor, mais suave e mais largo... [...]’’ (Capítulo XIX,
página 83)

6
4. PERSONAGENS
4.1. Personagens Principais

Conceição: A personagem principal da narrativa, pelo fato de estar presente em


ambas as ocasiões da obra. Professora, culta, tinha uma visão liberal das coisas, diferente da
visão feminina daquela época, que era atrelada a casamentos e viver ao lado de um homem.
Sentia atração por seu primo Vicente, mas depois de uma desilusão com ele, começa a tratá-lo
com mais frieza.

Vicente: Humilde, porém rico, é vaqueiro, o que desde criança sempre sonhou em
ser. Tinha admiração pela prima Conceição, mas depois de perceber a frieza dela, passa a não
acreditar no amor.

Chico Bento: Pobre, vaqueiro, cuida do gado de Dona Maroca. Depois de ser
dispensado por ela por conta da seca, ele e sua família seguem em uma jornada a pé para a
capital de Fortaleza a procura de emprego.

Cordulina: É esposa de Chico Bento. Ela depende de seu marido para tudo, isso
pelo fato de estar vinculada a ele. Ela representa as mulheres que vivem uma vida sofrida por
apresentarem uma dependência pela pessoa que estão afeiçoadas.

Dona Inácia: Avó de Conceição, não concordava com os ideais liberais da neta,
mesmo assim a aceitou e cuidou dela mesmo após a morte de sua mãe.

4.2. Personagens Secundários

Josias: Filho de Chico Bento e Cordulina, que durante a narrativa, falece por
envenenamento no meio do trajeto à Fortaleza, por comer uma mandioca crua.

Pedro: O filho mais velho do casal, que desaparece no meio do trajeto até a capital
e se junta a outro grupo de retirantes.

Manuel (Duquinha): O filho mais novo do casal, que posteriormente na obra, é


deixado em Fortaleza pelos pais aos cuidados da madrinha, Conceição.

Luis Bezerra: Amigo de Chico Bento e Cordulina. Trabalhou com Chico Bento na
fazenda de Dona Maroca, entretanto foi embora e virou advogado.

7
5. NARRATIVA
A obra é narrada em terceira pessoa, isto é, Raquel de Queiroz é quem narra a
história. Ademais, por ser onisciente, ela está no íntimo dos personagens e sabe tudo sobre
eles. O tempo predominante é o psicológico, pelo fato de Raquel permitir-nos adentrar nos
sentimentos e pensamentos dos personagens de forma que pareça que o personagem e a
narradora estejam falando juntos.

8
6. AUTORA
Rachel de Queiroz foi uma escritora brasileira reverenciada, tanto por ser a
primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, quanto por ser a primeira
mulher a receber o Prêmio Camões. Foi jornalista, tradutora e teatróloga. Seu primeiro
romance "O Quinze", ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha. O romance "Memorial de
Maria Moura" foi transformado em minissérie para televisão.
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 17 de novembro de 1910.
Filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz é parente, pelo lado materno,
da família de José de Alencar. Com 45 dias de nascida, a família mudou-se para a Fazenda
Junco, em Quixadá, uma propriedade da família.
Em 1913 Raquel voltou para Fortaleza, onde seu pai foi nomeado promotor. Em
1917, a família foi morar no Rio de Janeiro procurando fugir de uma grave seca que desde
1915 atingia a região Nordeste. Em 1919 retornam para Fortaleza e, em 1921, Rachel de
Queiroz ingressou no Colégio Imaculada Conceição, diplomando-se professora, em 1925,
com apenas 15 anos.
Em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queluz, Raquel escreve uma carta para o
jornal “O Ceará”, promotor do evento, ironizando o concurso de Rainha dos Estudantes.
Com o sucesso da carta que enviou, Rachel foi convidada para colaborar com o
jornal e passou a organizar a página literária e publicou o folhetim “História de um Nome”.
Nessa época, passou a lecionar História como professora substituta no colégio Imaculada
Conceição.
Em 1930, aos vinte anos, Rachel de Queiroz se integrou na temática atual da
época através da publicação do romance "O Quinze", uma obra de fundo social,
profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a
miséria e a seca.
O livro “O Quinze”, narra a saída dos trabalhadores da cidade de Quixadá, no
sertão cearense, para a capital, Fortaleza, onde procurava meios para sobreviver. Narra a
história do amor impossível entre “Conceição” e o vaqueiro “Vicente”.
O livro teve grande repercussão e recebeu elogios principalmente de Mário de
Andrade.

9
7. REFERÊNCIAS
O Quinze. O Quinze PDF, 2020. Disponivel em:
<https://ipegecc.com.br/qweqyda/uploads/2020/04/1ª-SÉRIE-O-QUINZE-1.pdf>. Acesso em: 29
Maio 2022.

CULTURA Genial. Cultura Genial, 2017. Disponivel em: <https://www.culturagenial.com/livro-o-


quinze-de-rachel-de-queiroz/>. Acesso em: 29 Maio 2022.

O Quinze. Guia Estudo, 2020. Disponivel em: <https://www.guiaestudo.com.br/o-


quinze#:~:text=Narrado%20na%20terceira%20pessoa%2C%20ou,e%20saiba%20tudo%20sobre
%20eles.>. Acesso em: 29 Maio 2022.

O QUINZE. TODO ESTUDO, 2020. Disponivel em: <https://www.todoestudo.com.br/literatura/o-


quinze#:~:text=Espaço%3A%20Nordeste%20brasileiro%3B,que%20se%20alastrou%20no
%20Ceará.>. Acesso em: 29 Maio 2022.

O Quinze. Toda Matéria, 2011. Disponivel em: <https://www.todamateria.com.br/o-quinze/>. Acesso


em: 29 Maio 2022.

CONCEIÇÃO: uma mulher a frente do seu tempo em O quinze (Rachel de Queiroz).


SISTEMOTECA UFCG, 2017. Disponivel em:
<http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/xmlui/handle/riufcg/9159>. Acesso em: 29 Maio 2022.

10

Você também pode gostar