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COLÉGIO MILITAR DO TOCANTINS - DR.

JOSÉ ALUÍSIO DA SILVA LUZ

ANÁLISE: O QUINZE

ARAGUAÍNA
2022
ANA JÚLIA S. PAIXÃO
IRLANA LOPES
JORDANA CARVALHO
KAYLLANE ROCHA
LUÍS FILLIPE ANDRADE
RICHARSON MARQUES
TAYNARA VIEIRA

ANÁLISE: O QUINZE

ARAGUAÍNA
2022
BIOGRAFIA
Rachel de Queiroz foi uma grande escritora, jornalista, tradutora e dramaturga brasileira.
Ganhou diversos prêmios, dentre eles o "Prêmio Camões", sendo portanto, a primeira
mulher a recebê-lo.
Rachel de Queiroz nasceu na capital cearense, Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910.
Filha de intelectuais, do advogado Daniel de Queiroz Lima e de Clotilde Franklin de Queiroz,
era descendente, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar. Com apenas 7 anos sua
família muda-se para o Rio de Janeiro e depois para Belém do Pará.
Depois de dois anos retornam ao Ceará e Rachel torna-se aluna interna do “Colégio
Imaculada Conceição”. Com apenas 15 anos de idade, forma-se professora em 1925.
Lecionou História e, com 20 anos, em 1930, publica seu primeiro romance, “O Quinze”.
Nessa obra, a escritora retrata a seca de 1915 no nordeste do país e a realidade dos
retirantes nordestinos.
A obra bem recebida pelo público, “O Quinze”, foi agraciada com o prêmio da Fundação
Graça Aranha.
Em 1927, após uma publicação com o pseudônimo “Rita de Queiroz” no Jornal do Ceará,
Rachel é convidada para colaborar nesse jornal. Nele, começa a publicar diversas crônicas
e a trabalhar como repórter.
Foi militante política e afiliada ao Partido Comunista Brasileiro desde 1930.
Em 1932, casa-se com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, separando-se em 1939. No ano
seguinte, casa-se novamente com o médico Oyama de Macedo, com quem permanece até
seu falecimento, em 1982.
Em 1992, escreveu o romance “Memorial de Maria Moura”, o qual lhe conferiu o "Prêmio
Camões". Aos 92 anos, no dia 4 de novembro de 2003, na cidade do Rio de Janeiro,
descansando em sua rede, falece Rachel de Queiroz.
ELEMENTOS NARRATIVOS
O quinze é um dos livros mais famosos de Rachel de Queiroz e conta a história de Chico
Bento e Cordulina, um casal de retirantes que foge da seca de 1915, no sertão nordestino.
Assim, o narrador mostra a realidade miserável em que vivem esses personagens.
A obra é composta de 26 capítulos sem títulos. Os personagens que compõem a trama são:
Chico Bento: vaqueiro
Cordulina: mulher de Chico Bento
Mocinha: Irmã de Cordulina, cunhada de Chico Bento
Luís Bezerra: compadre de Chico Bento e Cordulina
Doninha: esposa de Luís Bezerra, madrinha do Josias
Josias: filho de Chico Bento e Cordulina
Pedro: filho mais velho de Chico Bento e Cordulina
Manuel (Duquinha): filho caçula de Chico Bento e Cordulina
Vicente: proprietário e criador de gado
Paulo: irmão mais velho de Vicente
Lourdinha: irmã mais velha de Vicente
Alice: irmã mais nova de Vicente
Dona Idalina: prima de Dona Inácia e a mãe de Vicente, Paulo, Alice e Lourdinha
Conceição: professora prima de Vicente
Mãe Nácia (Dona Inácia): avó de Conceição
Mariinha Garcia: moradora de Quixadá, interessada em Vicente
Chiquinha Boa: trabalhava na fazenda de Vicente
Major: fazendeiro rico da região de Quixadá
Dona Maroca: fazendeira e dona da fazenda Aroeiras, na região de Quixadá
Zefinha: filha do vaqueiro Zé Bernardo
DESENVOLVIMENTO
Com o enfoque na região nordestina, a obra O Quinze possui um caráter regionalista.
Numa narrativa linear, Rachel retrata a realidade dos retirantes nordestinos quando essa
região foi atingida por uma grande seca em 1915.
Assim, o romance contém um forte teor social, que além de enfocar na realidade das
pessoas do local, retrata a fome e a miséria.
A análise psicológica das personagens, revelam as dificuldades e os pensamentos do ser
humano ante os problemas sociais que são desencadeados pela seca.
A contraponto, aspecto do mundo
patriarcal com um pensamento machista e conservador, há o pensamento
feminista, o posicionamento da mulher
diante da sociedade.
CONCLUSÃO
Na primeira linha narrativa, acompanhamos o sofrimento da família de Chico Bento, que
atravessa um longo pedaço de terra a pé em busca de um futuro. Ele, a esposa, a cunhada
e os cinco filhos partem de Logradouro e, durante o caminho até a capital, são assolados
pela fome, doenças e abandonos. Desse núcleo vêm as cenas mais impactantes da obra,
mostrando como a seca pode destruir as famílias em um curto período de tempo. As cenas
do Chico Bento e da esposa mostram até onde um homem pode chegar para salvar a
própria vida e a vida dos filhos. É trágico e te deixa pensativo por semanas.
Do outro lado, vemos como Vicente tentar enfrentar a seca para manter os animais vivos
até a chegada da primeira chuva do verão. Ele e Conceição vivem um caso de amor
platônico, impedido pela barreira intelectual e social entre os dois. E o estilo de escrita da
Rachel de Queiroz contribui para entrarmos naquele mundo sofrido. As descrições são
simples, mas vão direto ao ponto mais impactante, fazendo o leitor lamentar a situação
junto com os personagens. São capítulos curtinhos, que fazem com que a narrativa seja
fluida. Quando menos esperamos, o livro acaba em um final em aberto, que combina muito
com o que foi mostrado até então.
O pior é saber que, no fim, um livro intitulado Dezesseis (ou Dezessete, Dezoito, Vinte e
Um) também poderia ser escrito. E, infelizmente, tenho certeza que ele seria tão trágico e
sofrido como esse.

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