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COLÉGIO PINHEIRENSE

ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR – 3º ANO “B”

SOFIA MATOS CASTELO BRANCO

RESENHA CRÍTICA
LIVRO: O QUINZE

Pinheiro- MA
2023
SOFIA MATOS CASTELO BRANCO

RESENHA CRÍTICA
LIVRO: O QUINZE
Trabalho Proposto no intuito de adquirir
conhecimentos e nota sobre o livro o
quinze, do componente curricular
Literatura,

Professora Orientadora: Eudes Sarges.

Pinheiro- MA
2023
RESENHA CRÍTICA

"O Quinze" foi publicado pela primeira vez em 1930 e é o romance de estreia
da grande escritora Rachel de Queiroz. A obra relata o conflito entre o homem e a
natureza e conta a difícil jornada do vaqueiro imigrante Chico Bento e sua família
rumo a um lugar melhor, o Amazonas. Ao mesmo tempo, conta a história da
Professora Conceição, jovem sonhadora e leitora gananciosa, e das suas relações
com proprietários e criadores de gado, bem como com o seu primo Vicente. As duas
histórias se cruzam e Rachel consegue transmitir o drama, as ansiedades e o mal-
estar de sua região, para uma dimensão ficcional de caráter regional sem deixar de
transmitir as dores da realidade do sertanejo.
Em suas 159 páginas divididas em 26 capítulos, o livro apresenta narrador
onisciente e está inserida no contexto da República Velha, onde vigorou a política
do café com leite e o coronelismo, Sua leitura dinâmica, descrições simples e
narrativa fluida permite com que ela seja, concomitantemente de fácil compreensão,
porém sem esconder a magnitude da escrita de Rachel, fazendo-a ser uma
grandiosidade dentre as literaturas da época e um marco do Modernismo no Brasil,
principalmente no que concerne a sua 2º fase.
O romance tem como tema e contexto a Grande Seca de 1915, que Rachel
vivenciou quando criança, e transmite delicadeza emocional em prosa concisa e
poética, ao mesmo tempo que trata de um assunto decididamente instável. O autor
expressa forte preocupação social e utiliza a análise psicológica dos personagens –
especialmente os imigrantes do Nordeste – que lutam para não aceitar um destino
cruel sob a pressão das dificuldades econômicas e evidencia também a ausência do
Governo no que tange ao auxílio dessas pessoas. As posições temáticas são o caráter
regionalista, o realismo social, a parcialidade narrativa, valorização do espaço,
determinismo, linguagem simples, crítica sociopolítica, e os impulsos apaixonados,
nos quais o psicológico e o social estão sintonizados, permitindo com que o leitor se
materialize na narrativa, vivenciando os sentimentos dos personagens a cada etapa.
Na primeira linha narrativa, dentre tantos personagens e histórias
enigmáticas, destaca-se a de um concreto retirante: Chico Bento. Ele era vaqueiro
em uma fazenda, mas perdeu o emprego devido à seca. Em desespero, ele foi
forçado a se mudar para a cidade junto de seus parentes. Ele e sua família tentaram
conseguir ajuda do governo para chegar a Fortaleza, mas não conseguiram comprar
a passagem de trem e tiveram que percorrer o longo caminho até lá a pé. A seca, o
sol escaldante, as perdas que a família sofre ao longo do caminho e o sofrimento dos
outros refugiados que encontram ao decorrer do trajeto marcam significativamente
essa parte da história; além das cenas do Chico Bento e da esposa mostrando até
onde um homem pode chegar para salvar a própria vida e a vida dos filhos,
evidenciando assim, o trágico mundo de escolhas que te deixam entre a vida e a
morte no sertão.
Dessa forma, ler O quinze, é desenvolver uma perspectiva nova e
deslumbrante sobre um período precário da população nordestina, fazendo com que
essa narrativa seja um patrimônio histórico literário para a as futuras gerações, a fim
de que haja a perpetuação das memórias das mazelas sócias vivenciadas por essa
parcela da sociedade que, mesmo após décadas, ainda sofre com a negligência
denunciada por Rachel de Queiroz em seu livro.

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