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O quinze, de Rachel de Queiroz

"O quinze" é um romance da escritora cearense Rachel de Queiroz. Ele


conta a história de um casal de retirantes durante a seca de 1915, uma
das piores da história nordestina.

Capa do livro “O quinze”, de Rachel de Queiroz, publicado pela editora José


Olympio. [1]
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O quinze é um dos livros mais famosos de Rachel de Queiroz e conta a
história de Chico Bento e Cordulina, um casal de retirantes que foge da
seca de 1915, no sertão nordestino. Assim, o narrador mostra a
realidade miserável em que vivem esses personagens. Mas também
relata a história de amor entre os primos Conceição e Vicente,
separados em função da seca.

Pertencente à segunda fase do modernismo brasileiro, a obra possui


caráter regionalista e determinista, além de realismo social. É dividida
em 26 capítulos, apresenta narrador onisciente e está inserida no
contexto da República Velha, em que vigorou a política do café com
leite e o coronelismo.

Tópicos deste artigo


 1 - Resumo sobre O quinze
 2 - Análise da obra O quinze
o → Personagens da obra O quinze
o → Tempo da obra O quinze
o → Espaço da obra O quinze
o → Enredo da obra O quinze
o → Narrador da obra O quinze
o → Características da obra O quinze
 3 - Contexto histórico de O quinze
 4 - Vida de Rachel de Queiroz

Resumo sobre O quinze


 O quinze é um romance da escritora brasileira Rachel de Queiroz.
 Ele foi publicado, pela primeira vez, em 1930, e retrata a seca
ocorrida em 1915, no Nordeste brasileiro.
 Os fatos expostos estão relacionados ao início do século XX, no
contexto da República Velha.
 A obra conta com um narrador onisciente em terceira pessoa.
 Pertencente à segunda fase do modernismo brasileiro, o livro
possui caráter regionalista, além de realismo social.
 A autora do livro, Rachel de Queiroz, foi a primeira mulher a
ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Análise da obra O quinze


→ Personagens da obra O quinze

 Chico Bento: vaqueiro.
 Conceição: neta de Inácia.
 Cordulina: esposa de Chico Bento.
 Duca: filho de Chico Bento e Cordulina.
 Eugênia: patroa de Mocinha.
 Idalina: mãe de Paulo e Vicente.
 Inácia: avó de Conceição.
 João Marreca: compadre de Vicente.
 Josias: filho de Chico Bento e Cordulina.
 Luís Bezerra: delegado.
 Major: pai de Vicente.
 Maroca das Aroeiras: fazendeira.
 Mocinha: irmã de Cordulina.
 Paulo: irmão de Vicente.
 Pedro: filho de Chico Bento e Cordulina.
 Vicente: jovem fazendeiro.

→ Tempo da obra O quinze

A história do romance O quinze se passa no ano de 1915, ano no qual


se deu uma das piores secas da história nordestina.

→ Espaço da obra O quinze


A ação transcorre na cidade de Quixadá, mas também em outras partes
do sertão cearense, além de Fortaleza.

→ Enredo da obra O quinze

A obra começa com dona Inácia rezando a Deus para que chova.
Órfã de mãe, a jovem Conceição foi criada pela avó Inácia. Mais tarde,
se tornou professora, além de uma grande leitora. Já Vicente, seu
primo, ouve falar que dona Maroca das Aroeiras “deu ordem pra, se
não chover até o dia de São José, abrir as porteiras do curral”. Isso
deriva do fato de que estão vivendo um período de seca intensa.

Ao ouvir isso, Vicente pensa logo no vaqueiro Chico Bento, que vai
ficar sem emprego. O plano do Chico Bento é ir, com a família, para
o Norte. O vaqueiro sonha em chegar ao Amazonas para trabalhar na
extração de borracha. Mas sua esposa, Cordulina, não tem a mesma
esperança do marido e teme por sua família.

Ele tenta conseguir passagens de graça que estavam sendo dadas pelo
governo, mas “foi em vão que Chico Bento contou ao homem das
passagens a sua necessidade de se transportar a Fortaleza com a
família. Só ele, a mulher, a cunhada e cinco filhos pequenos”.

Sem passagens de trem, só resta à família de Chico Bento “ir por terra”.
Enquanto isso, Conceição e dona Inácia pegam o trem na estação
de Quixadá e se despedem de Vicente. Inácia está triste por ter que
abandonar a sua terra em função da seca. Já a família de Chico Bento
inicia, a pé, a travessia do sertão.

Os retirantes vão em busca de um lugar melhor para se viver.


Na primeira noite, os retirantes se abrigam em uma tapera
abandonada. Ainda têm comida, trazida para a viagem: “O vaqueiro foi
aos alforjes e veio com uma manta de carne de bode, seca, e um saco
cheio de farinha, com quartos de rapadura dentro.” Dois dias
depois, encontram outros retirantes, com quem dividem a sombra de
um juazeiro.

Chico Bento decide compartilhar a carne com eles, e a família fica sem
nada para o dia seguinte. Então a fome aparece “seca e trágica,
surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das
latas raspadas”. Mas Mocinha conhece uma mulher chamada
Eugênia, que “carece de uma moça mode ajudar na cozinha e vender
na Estação”.

Decide ficar ali, enquanto o restante da família segue viagem.


Tempos depois, Josias, filho do casal de retirantes, come mandioca
crua, tem uma forte dor de barriga e morre. Os sobreviventes estão
pele e osso. Com fome, Chico Bento mata uma cabra que encontra no
caminho.

Logo o dono do animal aparece e xinga o retirante, que implora por


um pedaço de carne. O homem então, “arrancando as tripas da criação
e atirando-as para o vaqueiro”, diz: “A um diabo que faz uma desgraça
como você fez, dar-se tripas é até demais!”. Já Vicente, em luta para
manter sua fazenda de pé, sente saudade da prima Conceição.

A jovem professora costuma ir a um campo de concentração para


“ajudar na entrega dos socorros”|1|. Certa vez, Conceição e a mãe
recebem a visita de Vicente, que está em Fortaleza. Nessa ocasião,
os primos percebem que são muito diferentes e que estão cada vez
mais distantes um do outro.

Mocinha é expulsa da casa de dona Eugênia. Seus parentes acabam


perdendo outro filho, o Pedro, que desaparece. Por isso, Chico Bento
busca um delegado e encontra Luís Bezerra, padrinho do falecido
Josias.

O compadre consegue passagens de trem para os retirantes e os três


filhos que restam. Quando chegam a Fortaleza, Conceição consegue
um lugar para a família de Chico Bento morar, além de comida e um
emprego para Chico Bento.

Ela pede o Duca para criar, e os pais decidem dar o filho para a moça.
Conceição consegue passagens de navio para Chico Bento e Cordulina
se mudarem, com os dois filhos, para São Paulo. E, quando vêm as
chuvas, dona Inácia volta para a sua fazenda em Quixadá. Na
estação de Baturité, ela encontra Mocinha, que já tem um filho e vive
de pedir esmola.

→ Narrador da obra O quinze


O quinze é escrito em terceira pessoa, por um narrador onisciente, já
que narra os fatos, mas também mostra o íntimo de seus personagens.

→ Características da obra O quinze

O livro O quinze  é um exemplar do romance de 1930 da segunda fase


do modernismo brasileiro. Ele possui 26 capítulos e apresenta as
seguintes características:

 caráter regionalista;
 realismo social;
 parcialidade narrativa;
 valorização do espaço;
 determinismo;
 linguagem simples;
 crítica sociopolítica.

Contexto histórico de O quinze


O contexto histórico do romance O quinze está relacionado ao ano de
1915, o ano em que o Nordeste enfrentou uma de suas piores
secas, ocorrida no período da República Velha. Assim, entre os anos
de 1889 e 1930, predominou no país a política do café com leite, que
dava protagonismo político aos estados de Minas Gerais e São Paulo.

Durante esse período, vigorou o chamado “coronelismo”, que


consistia no poder político exercido por fazendeiros nas diversas
regiões brasileiras. A região Nordeste era uma das mais desassistidas
pelo Estado brasileiro, o que fazia com que os “coronéis” tivessem
grande controle sobre a vida dos outros cidadãos.

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