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A ARTE DE ARGUMENTAR
Sobre o Argumento
Para escrever um artigo de opinião é preciso, antes de tudo, ter
uma tese muito clara para defender diante de uma questão
polêmica. Afinal, toda a organização textual do artigo, assim
como sua consistência, estarão subordinadas à defesa dessa tese.
Por isso, todo o artigo deve poder ser resumido por um
argumento central. É com esse argumento que o autor articula
sua opinião pessoal (a tese ou a conclusão de seu raciocínio e os
dados e as justificativas que a sustentam).
O articulista precisa, então, definir seus argumentos de acordo
com o tema escolhido e, portanto, também de acordo com o
público (o auditório) para quem escreve: um artigo para um jornal
de economia, por exemplo, deverá apoiar-se em conceitos e
valores da área, assim como em dados estatísticos, entre outros;
para defender uma lei que esteja sendo criada, um articulista
deve citar exemplos de situações em que a sua aplicação trouxe
melhorias; num debate sobre novos costumes, terá de evocar
valores, lembrar dados históricos, fazer análises comparativas; e
assim por diante. Quanto mais o articulista dominar o tema sobre
o qual está escrevendo e conhecer o perfil e as expectativas do
auditório a quem se dirige, maiores serão as chances de ele
elaborar uma estratégia argumentativa eficaz.
Parte dessa estratégia consiste em perceber com precisão que
tipo(s) de argumento pode(m) funcionar melhor no contexto do
debate. Com base na relação lógica estabelecida entre os dados,
as justificativas e a conclusão ou tese, tem-se um tipo de
argumento.
FONTE: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/etapa/tipos-de-argumento/
index.html
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COMO FAZER
UMA REDAÇÃO
NOTA 1000!!!
EXERCÍCIO DE REDAÇÃO
Clique aqui e ouça o
podcast explicativo
Ouça o
poema aqui
ela é só a gota
ruindo pela base
a torre de narciso
é só a gota
Emicida fala Ouça a música
entusiasmo na rota sobre o sistema “Cota não é
afirmativa de cotas no esmola”, de Bia
que ameniza as dores da saga Brasil Ferreira
suas chagas de desigualdade amarga
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ATIVIDADES PROPOSTAS
TEXTO 1
Discurso
Autor: Sírio Possenti,
Referências bibliográficas:
FIORIN, J. L. O pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.
MAINGUENEAU, D. Análise dos textos de comunicação. São Paulo: Cortez Editora, 2000.
Gêneros do discurso
Clique aqui e ouça o
podcast explicativo
É vivendo a vida com os textos, isto é, atuando e nos comunicando nos diferentes
campos/ esferas de atividade pelas quais circulamos em nosso cotidiano – em casa,
no trabalho, estudando, informando-nos por meio do jornalismo, consumindo,
apreciando e fruindo obras de arte, divertindo-nos – que enunciamos e
materializamos nossos textos orais, escritos e multimodais. Os gêneros de discurso
nos servem nesses momentos, pois são as formas de dizer mais ou menos estáveis
em nossa sociedade. Todos os cidadãos sabem o que são e reconhecem notícias,
anúncios, bulas de remédio, cheques, livros didáticos, bilhetes etc.
Esses gêneros discursivos são nossos conhecidos e são reconhecidos tanto pela
forma de composição dos textos a eles pertencentes como pelos temas e funções
que viabilizam e o estilo de linguagem que permitem. Os textos pertencentes a um
gênero é que possibilitam os discursos de um campo ou esfera social. Por exemplo, as
notícias, os editoriais e comentários fazem circular os discursos e posições das
mídias jornalísticas. Estes três elementos – forma composicional, tema e estilo – não
são dissociáveis uns dos outros: os temas de um texto ou enunciado se realizam
somente a partir de um certo estilo e de uma forma de composição específica.
O tema é mais que meramente o conteúdo, assunto ou tópico principal de um texto
(ou conteúdo temático). O tema é o conteúdo enfocado com base em uma apreciação
de valor, na avaliação, no acento valorativo que o locutor (falante ou autor) lhe dá. É
o elemento mais importante do texto ou do enunciado: um texto é todo construído
(composto e estilizado) para fazer ecoar um tema irrepetível em outras
circunstâncias. O tema é o sentido de um dado texto/discurso tomado como um
todo, “único e irrepetível”, justamente porque se encontra viabilizado pela
apreciação de valor do locutor no momento de sua produção. É pelo tema que a
ideologia circula.
A forma de composição e o estilo do texto vêm a serviço de fazer ecoar o tema
daquele texto. O estilo são as escolhas linguísticas que fazemos para dizer o que
queremos dizer (“vontade enunciativa”), para gerar o sentido desejado. Essas
escolhas podem ser de léxico (vocabulário), estrutura frasal (sintaxe), registro
linguístico (formal/informal, gírias) etc. Todos os aspectos da gramática estão
envolvidos. E o que é a forma de composição? Ela é, pois, a organização e o
acabamento do todo do enunciado, do texto como um todo. Está relacionada ao que a
teoria textual chama de “estrutura” do texto, à progressão temática, à coerência e
coesão do texto.
Referências bibliográficas:
BAKHTIN, M. M. (VOLOCHINOV). Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo, SP: Hucitec, 1981
(1929).
BAKHTIN, M. M. Os gêneros do discurso. In: _____. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra.
Assista ao vídeo
“LUGAR DE FALA”,
de Djamila Ribeiro,
clicando aqui.
Assista ao vídeo
“ESCREVIVÊNCIA”, de
Conceição Evaristo ,
clicando aqui.
TEXTO 2
Vozes-mulheres A minha voz ainda
Conceição Evaristo ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
A voz de minha bisavó ecoou fome.
criança
nos porões do navio. A voz de minha filha
Ecoou lamentos recolhe todas as nossas vozes
de uma infância perdida. recolhe em si
as vozes mudas caladas
A voz de minha avó engasgadas nas gargantas.
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo. A voz de minha filha
recolhe em si
A voz de minha mãe a fala e o ato.
ecoou baixinho revolta O ontem – o hoje – o agora.
no fundo das cozinhas alheias Na voz de minha filha
debaixo das trouxas se fará ouvir a ressonância
roupagens sujas dos brancos o eco da vida-liberdade.
pelo caminho empoeirado
rumo à favela (Cadernos negros 13, p. 32-33)
Ouça a
explicação aqui
Relembrando:
O eu lírico é um elemento fundamental da poesia. O poema, é um texto
que pertence ao gênero lírico, isto é, uma composição textual escrita
em versos que pode tanto evidenciar a subjetividade ( como as
sensações, emoções, a interioridade de um sujeito) quanto abordar
temas da atualidade seja para refletir e/ou protestar. Mas quem é
esse sujeito? Será esse sujeito é o próprio autor do poema? Seriam,
então, todos os poemas uma parte biográfica da vida dos poetas?
Ouça a explicação
TEXTO 1: Semântica
Autor: Rodolfo Ilari
Instituição: Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP / Instituto de Estudos da Linguagem-IEL.
FONTE:http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/semantica
(Acesso: 20/07/2020)
Ouça a explicação da
atividade aqui.
Ouça a
explicação aqui
Ouça a
explicação aqui
LINGUAGEM
“imitação da
língua”
Faculdade
Capacidade de cognitiva exclusiva
linguagem. da espécie humana.
Sistema de signos
Sistema de
empregados pelos seres
signos flexível
humanos na produção de
e adaptável
sentido.
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Ouça a
explicação aqui
Ouça a
explicação aqui
Ouça a
explicação aqui
Relembrando:
O eu lírico é um elemento fundamental da poesia. O poema, é um
texto que pertence ao gênero lírico, isto é, uma composição
textual escrita em versos que pode tanto evidenciar a
subjetividade ( como as sensações, emoções, a interioridade de
um sujeito) quanto abordar temas da atualidade seja para refletir
e/ou protestar. Mas quem é esse sujeito? Será esse sujeito é o
próprio autor do poema? Seriam, então, todos os poemas uma
parte biográfica da vida dos poetas?
Ouça a explicação
da atividade aqui.
ATIVIDADE
Ouça a
explicação aqui
Ouça a
explicação aqui
Ouça a
explicação aqui
Ouça a
explicação aqui
Ouça a explicação
aqui.
TEXTO 2
As feministas têm usado seu poder recém-adquirido nas
sociedades ocidentais para transformar o que antes eram vistos
como os problemas particulares das mulheres em questões
públicas. Eles mostraram como problemas pessoais das mulheres
na esfera privada são de fato questões públicas constituídas
pela desigualdade de gênero da estrutura social. Está claro que
as experiências das mulheres euro-americanas e o desejo por
transformação forneceram as bases para as perguntas,
conceitos, teorias e preocupações que produziram a pesquisa de
gênero. Pesquisadoras feministas usam gênero como o modelo
explicativo para compreender a subordinação e opressão das
mulheres em todo o mundo. De uma só vez, elas assumem tanto a
categoria "mulher" e sua subordinação como universais. Mas
gênero é antes de tudo uma construção sociocultural.
FONTE: http://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/oy%C3%A8r%C3%B3nk%C3%
A9_oy%C4%9Bw%C3%B9m%C3%AD_-_conceitualizando_o_g%C3%AAnero._os_fundamentos_euroc%
C3%AAntrico_dos_conceitos_feministas_e_o_desafio_das_epistemologias_africanas.pdf
(Texto adaptado. Acesso em 20/07/2020)
MULHERISMO AFRIKANA
Conheça o movimento que pensa Ubuntu: Mulherismo AfriKana é uma tomada de decisão contra
toda e qualquer ideologia pautada, moldada e/ou influenciada pela hegemonia branca racista.
TEXTO 3
Ainda assim eu me levanto
Maya Angelou Será que você se pergunta
Porquê eu danço como se tivesse
Você pode me riscar da História Um diamante onde as coxas se
Com mentiras lançadas ao ar. juntam?
Pode me jogar contra o chão de Da favela, da humilhação imposta
terra, pela cor
Mas ainda assim, como a poeira, Eu me levanto
eu vou me levantar. De um passado enraizado na dor
Minha presença o incomoda? Eu me levanto
Por que meu brilho o intimida? Sou um oceano negro, profundo na
Porque eu caminho como quem fé,
possui Crescendo e expandindo-se como a
Riquezas dignas do grego Midas. maré.
Como a lua e como o sol no céu, Deixando para trás noites de
Com a certeza da onda no mar, terror e atrocidade
Como a esperança emergindo na Eu me levanto
desgraça, Em direção a um novo dia de
Assim eu vou me levantar. intensa claridade
Você não queria me ver quebrada? Eu me levanto
Cabeça curvada e olhos para o Trazendo comigo o dom de meus
chão? antepassados,
Ombros caídos como as lágrimas, Eu carrego o sonho e a esperança
Minh’alma enfraquecida pela do homem escravizado.
solidão? E assim, eu me levanto
Meu orgulho o ofende? Eu me levanto
Tenho certeza que sim Eu me levanto.
Porque eu rio como quem possui
Ouros escondidos em mim.
Pode me atirar palavras afiadas, FONTE: https://www.geledes.org.br/as-mulheres-
negras-na-construcao-de-uma-nova-utopia-angela-
Dilacerar-me com seu olhar, davis/?gclid=CjwKCAjw97P5BRBQEiwAGflV6RHusw-
Você pode me matar em nome do PlwS25VC9PS2bXvSNg2rprBvZawt6HQsAY-
nyQZXkCljkABoCCysQAvD_BwE
ódio,
Mas ainda assim, como o ar, eu vou (Acesso: 20/07/2020)
me levantar.
Minha sensualidade incomoda?
Veja o vídeo:
Jaqueline Conceição, mestre em educação e pedagoga,
conta um pouco da trajetória de Angela Yvonne Davis,
ativista e filósofa, uma das mulheres mais procuradas pelo
FBI nos anos 60.
TEXTO 4
COMO AS FEMINISTAS NEGRAS SE RELACIONAM COM AS MULHERES EM
GERAL E COM AS MULHERES NEGRAS EM PARTICULAR
FONTE: https://www.geledes.org.br/as-mulheres-negras-na-construcao-de-uma-nova-
utopia-angela-davis/?gclid=CjwKCAjw97P5BRBQEiwAGflV6RHusw-
PlwS25VC9PS2bXvSNg2rprBvZawt6HQsAY-nyQZXkCljkABoCCysQAvD_BwE
CONHECENDO INTELECTUAIS
NEGRAS
Ouça a explicação da
atividade aqui.
RELEMBRANDO...
MORFOLOGIA É O ESTUDO DA ESTRUTURA, DA
FORMAÇÃO E DA CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS. A
PECULIARIDADE DA MORFOLOGIA É ESTUDAR AS
PALAVRAS OLHANDO PARA ELAS ISOLADAMENTE E NÃO
DENTRO DA SUA PARTICIPAÇÃO NA FRASE OU PERÍODO.
A MORFOLOGIA ESTÁ AGRUPADA EM CLASSES DE
PALAVRAS OU CLASSES GRAMATICAIS. COMO JÁ
ESTUDAMOS ANTERIORMENTE: SUBSTANTIVO,
ARTIGO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO,
ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO.
Desinências Nominais
alun-o aluno-s
alun-a aluna-s
Pedra
Apedrejar
Pedro
Pedrinha
Pedrinho
ATIVIDADE
No trecho:
“Pesquisadoras feministas usam gênero como o modelo
explicativo para compreender a subordinação e opressão das
mulheres em todo o mundo. De uma só vez, elas assumem tanto a
categoria "mulher" e sua subordinação como universais. Mas
gênero é antes de tudo uma construção sociocultural.”
1. Nas palavras “Pesquisadoras” e “feministas” é possível
verificar desinências nominais que indicam o gênero e o
número dessas palavras. Explique quais são essas desinências.
TEXTO 5 OUÇA A
EXPLICAÇÃO
AQUI.
FONTE: https://www.geledes.org.br/10-referencias-sobre-o-
matriarcado-africano-e-o-papel-da-mulher-em-africa/
Ouça a explicação da
Clique na foto
para saber
mais sobre a
obra de Lélia
Gonzalez!
Para adentrar na vida e obras de Lélia Gonzalez, a série conta a participação espe-
cial da socióloga, professora e pesquisadora da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e da AFRO\Cebrap, Flávia Rios, que atualmente também coordena o Grupo de
Estudos e Pesquisa Guerreiro Ramos (NEGRA/UFF). A entrevistada é uma das au-
toras, junto com o professor Alex Ratts (LAGENTE\UFG), da biografia de Lélia,
obra que integra a Coleção Retratos do Brasil, lançada há 10 anos.
Foi nesse ambiente acadêmico que Lélia conhece Luiz Carlos Gonzalez, herdeiro de
uma família espanhola, com quem se casa em 1964. A relação inter-racial sofreu
enormes tensões e pressões externas, sendo alvo de discriminação social e racial por
parte da família de Luiz. No ano seguinte do casamento, a discriminação culminou no
suicídio de seu esposo.
Lélia, então, se volta para si, fazendo uma revisão, análise e autoanálise profunda
acerca de sua vida e das marcas internalizadas e subjetivadas que carregava
consigo, passou assim, pelos estudos da psicanálise e do candomblé, pilares (re)
constitutivos de sua transformação.
Nicole: “Nosso português não é português: é pretuguês”. Lélia foi essa poderosa
influência de originalidade e suas obras resultaram no desvelo da ocultação da
racismo e do sexismo na sociedade brasileira, mas também suas obras mantiveram
intensa criatividade – cultural e política, daí sua conexão com a África, sendo ela a
precursora do saber diaspórico ou da diáspora no continente. Como podemos explicar
as categorias de “pretuguês” e de “amefricanidade” ou “Améfrica Ladina” no
pensamento de Lélia?
Flávia: (...) No Brasil, a gente não chegou a formar, não sei se talvez nos quilombos,
uma experiência de você ter uma língua quase um dialeto autônomo à língua
portuguesa. Então, o processo de criolização da língua no Brasil é complexo. Eu acho
que o pretuguês é uma tentativa dela de compreender esse processo de fusão entre
a língua dominante (*a língua portuguesa) e as várias línguas dos grupos dominados,
principalmente africanos (*como o bantu, , que modificaram a língua, mas que não
conseguiram alterar ao ponto de formar uma nova língua, mas que deixaram suas
marcas. Que marcas são essas? O português de Portugal falava no imperativo, por
exemplo dá-me é um jeito imperativo e autoritário de falar e pelas falas das
mulheres escravizadas (principalmente) ela vai marcar e falar: me dá. Pois, quando
você traz o pronome antes do verbo, você cria uma relação mais afetuosa, menos
hierárquica, na cultura o dá-me soa muito mais imperativo você não tem margem de
negociação, o me dá tem uma doçura maior, embora tenha o mesmo sentido de dar
algo, entregar algo. Ela fala disso, da quebra das palavras, outro exemplo é senhor,
daí tem a construção do nhonhô, que é um jeito africano de falar da língua
portuguesa que você repete a palavra e quebra o som. Ela vai explorando esses
elementos da linguagem que aí ela vai chamar de pretuguês, tudo que vai gerando
diminutivo, tudo que vai levando para uma quebra da palavra dura… Que é o fato, de
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você transformar a língua sem que ela se torne uma língua nova, mas era um
processo de criolização – eu poderia chamar assim. E que mostra a influência
cultural e principalmente das mulheres, que são elas que vão ensinar a língua na
prática: a criança está ali, sendo amamentada, cuidada, o jeito como elas vão falando
é como as pessoas vão internalizando. Daí ela traz outros elementos da influência de
língua banta*, as palavras muleque e bunda, esses termos que não são da língua
portuguesa, mas que fazem parte da cultura nacional. Hoje, esses termos dizem de
quem o Brasil é.
É muito interessante esse tipo de raciocínio que ela elabora e esse mesmo raciocínio
é operado para estudar e pra falar da Améfrica Ladina. Ela vai dizer: que a América
Latina é uma construção eurocêntrica que estabelece a cultura ibérica como sendo a
matriz central, quando ela traz essas inversões – quando ela traz o Ladino e quando
ela traz a Améfrica, ela traz para além do que é ibérico aquilo também que é
africano, que construiu a região!
Então, é nesse sentido das inversões linguísticas, que ela tá tentando tirar do
apagamento: a coisa que foi encoberta, ela tenta a partir da linguagem trazer à tona,
justamente, pra gente olhar, essas categorias são isso, vão contra o ocultamento.
FONTE://catarinas.info/lelia-gonzalez-a-feminista-negra-da-amefrica-ladina/
ATIVIDADE
24) Redija um texto argumentativo (mínimo 15 e máximo 30
linhas) sobre “A importância das intelectuais negras na luta pela
igualdade”.
Elabore utilizando argumentos que você aprendeu nas leituras
realizadas esse ano.
ASSISTA AO
VÍDEO
CLICANDO NA
FIGURINHA.
Ouça a explicação
Ouça a explicação
aqui.
A expressão usos da língua escrita ou, simplesmente, usos sociais da língua, envolvendo o emprego
das modalidades oral e escrita, parece ter se originado, no Brasil, em torno das didáticas ou das
práticas pedagógicas baseadas na difusão da Psicogênese da Alfabetização, bem como da
linguística de base interacionista, a partir dos anos 1980. Apesar disso, didáticas em parte
semelhantes do ensino da língua oral e escrita se observam desde os anos 1970 nos países de
língua inglesa, com a whole language (ou “linguagem integral”), e de língua francesa, com a
proposta de leiturização. O ponto em comum entre essas distintas abordagens é o de que se deve
partir de situações comunicativas reais – isto é – dos usos sociais da língua – para o domínio da
língua.
Referências bibliográficas:
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas,
1985.
SOARES, Magda Becker. Alfabetização: a (des) aprendizagem das funções da escrita. Educ.
Rev., Belo Horizonte, n. 08, dez. 1988 .
GERALDI, J. W. (org.) O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1984.
FONTE: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossario
26)
Ouça a explicação
aqui.
ATIVIDADE 27
1. Dê dois exemplos do uso da linguagem coloquial.
CLIQUE NA
FIGURINHA E
ASSISTA AO
VÍDEO
“POÉTICAS DA
DIÁSPORA”
Várias destas obras raras estão disponíveis para leitura no endereço abai-
xo: <http://www.museuafrobrasil.org.br/explore/biblioteca-carolina-
maria-de-jesus>.
PUBLICAÇÕES
Obra individual
Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada. São Paulo: Livraria Francisco Alves:
Editora Paulo de Azevedo Ltda., 1961. (Memórias).
Publicações Póstumas
Meu estranho diário. Organização de José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert Levine.
São Paulo: Xamã, 1996. (Memórias).
Antologia pessoal. Organização de José Carlos Sebe Bom Meihy. Rio de Janeiro: Edi-
tora UFRJ, 1996. (Poesia).
http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/58-carolina-maria-de-jesus
23 de maio.
TEXTO 2
CLIQUE
AQUI
PARA
OUVIR O
TEXTO!
Você faz faxina?’ Perguntou uma mulher, e a resposta foi: “Não. Fa-
ço mestrado”
Luana Tolentino
Hoje uma senhora me parou na rua e perguntou se eu fazia faxina.
Da boca dela não ouvi mais nenhuma palavra. Acho que a incredulidade e o
constrangimento impediram que ela dissesse qualquer coisa.
É esse olhar que fez com que o porteiro perguntasse no meu primeiro dia
de trabalho se eu estava procurando vaga para serviços gerais. É essa
mentalidade que levou um porteiro a perguntar se eu era a faxineira de
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uma amiga que fui visitar. É essa construção racista que induziu uma re-
cepcionista da cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, a maior
honraria concedida pelo Governo do Estado de Minas Gerais, a questionar
se fui convidada por alguém, quando na verdade, eu era uma das homena-
geadas.
“Quando se é negro, é evidente que não se pode ser outra coisa, só excep-
cionalmente não se será o pobre, (…) não será humilhado, porque a questão
central é a humilhação cotidiana. Ninguém escapa, não importa que fique
rico.”
É o que também afirma Ângela Davis. E ela vai além. Segundo a intelectual
negra norte-americana, sempre haverá alguém para nos chamar de
“macaca/o”. Desde a tenra idade os brancos sabem que nenhum outro xin-
gamento fere de maneira tão profunda a nossa alma e a nossa dignidade.
FONTE: https://www.geledes.org.br/voce-faz-faxina-perguntou-uma-
mulher-e-resposta-foi-nao-faco-mestrado/
ATIVIDADE 28
1. Dê dois exemplos do uso da linguagem coloquial retirados dos textos de Ca-
rolina Maria de Jesus.
ATIVIDADE 29
Leia atentamente os trechos e frases retirados dos textos:
No trecho e frases:
1. “Antigamente era a macarronada o prato mais caro. Agora é o arroz e feijão
que suplanta a macarronada. São os novos ricos.”
(Carolina Maria de Jesus)
2.
“É o racismo institucional que alija os negros dos espaços de poder.”
(Luana Tolentino)
3.
“O racismo é uma chaga da humanidade. ”
(Luana Tolentino)
4.
“Dificilmente as manifestações racistas serão extirpadas por completo.”
(Luana Tolentino)
Competência discursiva
Autor: Luiz Carlos Travaglia,
Referências bibliográficas:
TRAVAGLIA, L. C. Gramática: Ensino plural. São Paulo: Cortez, 2011.
FONTE: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/competencia-
discursiva (Acesso em 20/07/2020)
ATIVIDADE 30
1. O que é competência discursiva?
Jussara Santos possui poemas publicados em várias antologias, assim como tem
publicado ensaios em revistas literárias. Seu livro de contos De flores artificiais foi
publicado em 2002, pela Editora Sobá. É ganhadora do Concurso de Poemas Rosas de
Abril - UFMG/1993, e do 25º concurso de contos, poemas e ensaios da Revista
Literária do Corpo Discente da UFMG, em 1993.
PUBLICAÇÕES
Obra individual
De flores artificiais. Belo Horizonte: Sobá, 2002. (Contos)
Com afagos e margaridas. Belo Horizonte: Quarto Setor Editorial, 2006. (Contos)
Indira. Belo Horizonte: Nandyala, 2009. 2.ed Belo Horizonte: Azeviche Letras e Artes, 2019.
(Infantojuvenil)
Crespim. Belo Horizonte: Impressões de Minas, 2013. (Infantojuvenil)
Samba de santos. Belo Horizonte: Edições de Minas, 2015. (poemas)
Antologias
Um primeiro instante. In: Revista Literária do Corpo discente da UFMG - Nº 25.
Do jogo e das peças. In: Revista Literária do Corpo discente da UFMG - Nº 25.
Arlequim, arlequim. In: Revista Literária do Corpo discente da UFMG - Nº 25.
Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Organização de Eduardo de Assis
Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, vol. 3, Contemporaneidade.
http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/548-jussara-santos
AO PÉ DO OUVIDO
Jussara Santos
Se pudesse silenciar-me frente a acontecimentos
silenciaria mas todos os dias melancolicamente aconteço.
se pudesse dizer diariamente não a sentimentos
diria mas todos os dias absurdamente amanheço.
digo não à cidade, deixo-a em paz
mas todos os dias revelo-me equívoco
diante de seus ecos.
(.. .não tires poesia das coisas
elide sujeito e objeto...)
grita Drummond,
mas todos os dias dramatizo,
invoco,
indago,
aborreço,
e minto,
minto muito
ouvinte no reino silencioso da palavra que não me quer Surda.
[Rico Dalasam]
Meme de negro é: me inspira a querer ter um rifle
Meme de branco é: não trarão de volta Yan, Gamba e Rigue
Arranca meu dente no alicate
Mas não vou ser mascote de quem azeda marmita
Sou fogo no seu chicote
Enquanto a opção for morte pra manter a ideia viva
(Cêloko Cachoeira!)
[Emicida]
Eles querem que alguém
Que vem de onde nóis vem
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ATIVIDADE 31
CANAIS DE COMUNICAÇÃO
Clique nas figurinhas para se comunicar conosco!