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2ª e 3ª série

Língua Portuguesa
Caderno do Professor

Fevereiro - 2023
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Governador do Estado de Goiás Superintendente de Gestão e


Ronaldo Ramos Caiado Desenvolvimento de Pessoas
Hudson Amarau De Oliveira
Vice-Governador do Estado de Goiás
Daniel Vilela Superintendente de Infraestrutura
Gustavo de Morais Veiga Jardim
Secretária de Estado da Educação
Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira Superintendente de Planejamento e
Finanças
Secretária-Adjunta Taís Gomes Manvailer
Helena Da Costa Bezerra
Superintendente de Tecnologia
Bruno Marques Correia
Diretora Pedagógica
Márcia Rocha de Souza Antunes
Diretora de Política Educacional
Superintendente de Educação Infantil e Patrícia Morais Coutinho
Ensino Fundamental
Giselle Pereira Campos Faria Superintendente de Gestão Estratégica e
Avaliação de Resultados
Superintendente de Ensino Médio Márcia Maria de Carvalho Pereira
Osvany Da Costa Gundim Cardoso
Superintendente do Programa Bolsa
Superintendente de Segurança Escolar e Educação
Colégio Militar Márcio Roberto Ribeiro Capitelli
Cel Mauro Ferreira Vilela
Superintendente de Apoio ao
Superintendente de Desporto Educacional, Desenvolvimento Curricular
Arte e Educação Nayra Claudinne Guedes Menezes Colombo
Marco Antônio Santos Maia
Chefe do Núcleo de Recursos Didáticos
Superintendência de Modalidades e Alessandra Oliveira de Almeida
Temáticas Especiais
Rupert Nickerson Sobrinho Coordenador de Recursos Didáticos para o
Ensino Fundamental
Evandro de Moura Rios
Diretor Administrativo e Financeiro
Andros Roberto Barbosa Coordenadora de Recursos Didáticos para
o Ensino Médio
Superintendente de Gestão Administrativa Edinalva Soares de Carvalho Oliveira
Leonardo de Lima Santos
Professores de Língua Portuguesa
Edinalva Filha de Lima Ramos
Katiuscia Neves Almeida
Luciana Fernandes Pereira Santiago

Professores de Matemática
Alan Alves Ferreira
Alexsander Costa Sampaio
Tayssa Tieni Vieira de Souza
Silvio Coelho da Silva

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Leonora Aparecida dos Santos
Sandra Márcia de Oliveira Silva

Revisão
Alessandra Oliveira de Almeida
Cristiane Gonzaga Carneiro Silva
Maria Aparecida Oliveira Paula
Colega Professor(a),

O REVISA GOIÁS é um material estruturado de forma dialógica e funcional com o objetivo de


recompor as aprendizagens e, consequentemente, avançar na proficiência.
Nessa perspectiva, para o 5º ano do Ensino Fundamental, o material percorrerá todos os descritores da
matriz do SAEB, previstos para a etapa de ensino e intensificará o trabalho com as habilidades essenciais de
língua portuguesa e matemática que são pontos de atenção. Este material também pode ser usado no 6º ano
como diagnóstico dos estudantes que estão chegando à rede e, ao longo do ano, como recomposição da
aprendizagem das habilidades previstas até o final dos anos iniciais.
Para o 9º ano do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, serão considerados os resultados das
avaliações externas, pontuando habilidades críticas previstas para cada etapa de ensino, considerando todo o
processo percorrido até a aprendizagem. O material do 9º ano também pode ser usado na 1ª série do Ensino
Médio, no intuito de recompor as aprendizagens previstas até o final do Ensino Fundamental. Já o material
da 2ª e 3ª série será elaborado a partir dos descritores e habilidades críticas previstos para a etapa de ensino,
observadas no SAEGO e simulados realizados ao longo do ano.
A partir de fevereiro, o material também apresentará atividades de Ciências da Natureza, devido à sua
inserção, de forma amostral, no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) a partir de 2021.
Ressaltamos que a progressão do conhecimento, nesta área, está representada no quadro 1, onde os EIXOS
DO CONHECIMENTO correspondem às três UNIDADES TEMÁTICAS, que vão complexificando o
conhecimento em formato espiral crescente, desde o 1º ano do Ensino Fundamental, até a 3ª série do Ensino
Médio. Já os EIXOS COGNITIVOS estão representando a progressão do conhecimento de acordo com os
Domínios Cognitivos de Bloom (BLOOM, 1986) que são: Conhecimento (representado pela letra A),
Compreensão (pela letra B) e Aplicação (pela letra C). Já o quadro 2, organiza as habilidades estruturantes,
ou seja, mais complexas, em sub-habilidades para favorecer o desenvolvimento do nosso estudante,
respeitando as etapas de ensino e a transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio.
No início da atividade de Língua Portuguesa e Matemática, constarão os descritores previstos para o
mês e os conhecimentos necessários para atingi-los. O material será disponibilizado, via e-mail e drive, nos
primeiros dias do mês, para que o(a) professor(a) tenha tempo hábil de acrescentar esse material em seu
planejamento. Sugerimos que este material seja esgotado em sala de aula, uma vez que ele traz
conhecimentos basilares que subsidiarão a ampliação do conhecimento e o trabalho com as habilidades
previstas para o corte temporal/bimestre.
Você também pode baixar o material pelo link:
https://drive.google.com/drive/folders/146Uv6vgeD54CF2CAfpwYsZnDlA78fyMX?usp=sharing

Um excelente trabalho para você!


SUMÁRIO

Quadro de Descritores e Conhecimentos Necessários .... 5

Dialogando sobre o trabalho com o material ................... 6

Atividades ........................................................................ 8
LÍNGUA PORTUGUESA – 3ª SÉRIE
QUADRO DE DESCRITORES E CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS
Habilidade:
Conhecimentos Conhecimentos necessários
essenciais +
descritores
Identificar recursos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e
concordâncias nominais e verbais, modos e tempos verbais, pontuação
etc., em textos.

Identificar, em textos, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus


H08/ D19:
modificadores, verbo e seus complementos e modificadores),
Reconhecer o efeito
construção de gradação entre outros.
de sentido
decorrente da
Identificar, em textos, verbos na voz ativa e na voz passiva,
exploração de
interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e passivo (agente
recursos ortográficos
da passiva).
e/ou
morfossintáticos.
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões,
adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções em textos.

Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso


frequente, repetição de palavras etc.

5
DIALOGANDO SOBRE O TRABALHO COM O MATERIAL

Professor(a),

Durante todo o processo de ensino da língua, o ponto de partida e de chegada é o trabalho com o
texto. Para que os estudantes desenvolvam a proficiência em Língua Portuguesa/Linguagem, é essencial
construir em sala de aula, uma boa conversa com eles sobre os textos estudados. Para desenvolver com
propriedade o ensino-aprendizagem, é fundamental revisitar a Matriz de Descritores/Conhecimentos
necessários, os resultados do SAEGO, considerando também o planejamento diário, o REVISA GOIÁS e
o documento curricular DCGO-EM.
Professor(a), nessa perspectiva, mostre aos estudantes, o caminho dialógico da leitura e
interpretação dos textos e domínio das habilidades. Eles precisam viver em cada aula, um evento das
descobertas dos elementos textuais que estão nos gêneros textuais/discursivos diversos. Para que a aula seja
dialógica e interativa é importante refletir sobre a necessidade de considerar o trabalho analítico do
texto/gênero, o estudo da gramática funcional, dos elementos constitutivos do gênero textual/discursivo
entre outros aspectos.
Nesse sentido, professor(a), o trabalho reflexivo e analítico com cada texto/gênero proposto nas
atividades do REVISA GOIÁS, bem como o seu planejamento relacionado aos descritores/habilidades e
retomando as matrizes, o documento curricular DCGO-EM e os resultados do SAEGO deve ser uma
costura, nada pode ser visto como aleatório, solto.
Trabalhar dessa forma é atender ao currículo, porque no ensino-aprendizagem precisamos pensar
que essa aprendizagem só vai acontecer dentro de um processo. Os documentos são os norteadores desse
processo, os resultados são necessários, porque mostram parte de alguns problemas, principalmente quando
olhamos para os descritores/habilidades críticas. E o trabalho com os gêneros/texto de modo efetivo, é o
caminho para que os estudantes alcancem a proficiência (direito deles e responsabilidade nossa). Sendo
assim, insistimos na ideia de olhar e considerar o “todo” no processo. Essa é também a maneira de ensinar,
costurando o que é preciso para que os estudantes verdadeiramente, aprendam.
Nesse sentido, o REVISA GOIÁS, além das atividades dialogadas, suscita uma reflexão com
apontamentos de possíveis caminhos para pensar nesse todo (do texto, do desenvolvimento do processo, do
uso do documento curricular, do trabalho com as matrizes de habilidade).
O trabalho considerando apenas o item em si, não alcança o desenvolvimento efetivo das
habilidades. Ele é responsável de avaliar apenas uma habilidade, portanto, para chegar a ele (item),
consideramos os aspectos críticos (eles merecem atenção), mas no ensino processual, enxergando o “todo,”
afinal, os estudantes não vão compreender e dominar uma habilidade sem a(s) outra(as).

Professor(a), desejamos um ótimo trabalho!

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Um olhar para as Habilidades do DCGO-EM

HABILIDADE(S) DO DCGO-EM QUE DIALOGAM COM O DESCRITOR


H08 (D19)
(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha
de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre
outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico de língua.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

(GO-EMLP06A) Empregar os recursos linguísticos de coesão (preposições, conjunções,


pronomes, advérbios, analisando textos de diferentes gêneros discursivos para permitir a produção crítica
de relações lógico-discursivas em vários tipos de possibilidades textuais.
(GO-EMLP06B) Analisar as funções da linguagem como recursos expressivos da língua,
considerando as diversas situações textuais a fim de conhecer as intencionalidades comunicativas.
(GO-EMLP06D) Reconhecer os diferentes recursos da linguagem verbal e não verbal em
diferentes tipologias textuais e diferentes gêneros discursivos, descrevendo os recursos utilizados nos textos
para analisar os efeitos de sentido desses usos linguísticos na construção de sentido. Campo de atuação na
vida pública e campo de atuação da vida pessoal.

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Professor(a), analise o descritor H08(D19) e perceba que ele está dentro da habilidade do DCGO-EM
isso pode ser visto por meio das palavras e expressões-chave. É importante retomar a ideia de que o descritor
avalia apenas um aspecto, cobra uma habilidade. Já a habilidade do documento curricular é ampla e
complexa, ela não exige apenas que o estudante "reconheça o efeito de sentido /ortográficos e/ou
morfossintáticos" ela vai muito além, busca do estudante, "analisar efeitos de sentido decorrentes de usos
expressivos de determinadas palavras ou expressões, entre outros aspectos. A ideia é abrangente, pois visa
"ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico de língua."
Retome os objetivos de aprendizagem e observe o avanço da habilidade: veja o emprego dos recursos
linguísticos buscando a criticidade de relações lógico-discursivas, as funções da linguagem (recursos
expressivos), a intencionalidade comunicativa, os efeitos de sentido como construção de sentido etc.

ATIVIDADES

Leia o texto, a seguir, para responder às atividades 1, 2, 3 e 4.

Imagem: https://www.imdb.com/title/tt10675776/

Segue o Seco Ô chuva, vem me dizer


Marisa Monte Se posso ir lá em cima pra derramar você
Ó chuva, preste atenção
A boiada seca Se o povo lá de cima vive na solidão
Na enxurrada seca
A trovoada seca Se acabar não acostumando
Na enxada seca Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco Se acabar meio abandonado
Sem sacar que o espinho é seco
Sem sacar que seco é o Ser Sol Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Sem sacar que algum espinho seco secará Pode ser o desabotoar do céu
E a água que sacar será um tiro seco Pode ser coco derramado
E secará o seu destino seco

Disponível em https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47294/. Acesso em 23 de jan.de 2023.

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Professor(a), para que o estudante consiga compreender o descritor H08 (D19), é importante que seja
desenvolvida uma reflexão sobre o texto durante a atividade, abordando o gênero, a finalidade, o tema do
texto, as intenções da autora ao fazer uso de determinadas construções no texto. Tais aspectos são a base
para que o estudante compreenda o "descritor."

1. Na primeira estrofe, o uso da palavra “seca” nos versos evidencia que

A) a seca está prestes a chegar no sertão nordestino.


B) a vida do povo brasileiro é sempre marcada por dificuldades.
C) os bois são os animais que mais sofrem com a seca.
D) a seca traz consequências negativas para todos que vivem na região.
E) os animais são, aqui, simbolizados pelos bois e estão ameaçados pela seca.
Alternativa D
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

Professor(a), é importante aprofundar o estudo acerca do gênero letra de música, pois além do trabalho
artístico implementado por meio do uso da linguagem em sentido figurado, há também a plurissignificação
apresentada nas palavras tanto nos aspectos fonéticos quanto morfossintáticos. Nessa combinação sonora do
fonema /s/ que, semanticamente, reafirma a ideia de um espaço “seco” acentua a abordagem temática
construída pelo compositor. Na estrutura sintática, recorre a elaboração de frases nominais (sem verbo) que
introduzem a letra (na primeira estrofe). É relevante que o estudante compreenda que essa estrutura é
“proposital” e foi utilizada, a fim de construir um "efeito de sentido". É necessário mostrar ao estudante a
literariedade que o texto apresenta, pois ele precisa compreender o emprego de vocábulos utilizados,
intencionalmente, no texto e associados às partes do poema, o que provoca um determinado "efeito de
sentido". Nesse caso, a palavra “seca” que é um adjetivo no texto, sugere a situação provocada pelo clima
de estiagem prolongada que assola o nordeste e sudeste do país, reflexão temática e estrutural que resgata o
conhecimento necessário “Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso dos adjetivos, advérbios e
conjunções em textos.”

2. Na primeira estrofe, a ausência de verbos (escolha do autor), contribui para quê?


Há uma espera incansável pela chuva, na estrutura das sentenças que introduzem a letra (na primeira estrofe).
E a ausência dos verbos contribui para evidenciar uma falta de ação, de acontecimentos.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, verbos na voz ativa e na voz passiva, interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e
passivo (agente da passiva).

Professor(a), a estrutura sintática recorre à elaboração de frases nominais (sem verbo) para introduzir a
letra (na primeira estrofe). Importante, aqui, que o estudante compreenda que essa estrutura é intencional e
foi utilizada com o propósito de construir um "efeito de sentido.” Considere que há um diálogo aqui com o
conhecimento necessário “Identificar, em textos, verbos na voz ativa e na voz passiva, interpretando os efeitos de
sentido de sujeito ativo e passivo (agente da passiva).”

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3. Observe a estrofe:

Segue o seco sem sacar que o caminho é seco


Sem sacar que o espinho é seco
Sem sacar que seco é o Ser Sol

Sem sacar que algum espinho seco secará


E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seco

É possível notar que o autor escolhe a palavra ‘seca’ e a repete ao longo do texto. A palavra é empregada
com o mesmo sentido? Justifique.
O sentido empregado na palavra é variado. A seca pode tanto significar a estiagem no nordeste brasileiro,
como seca no sentido de vida vazia.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

4. A repetição de “se acabar”, na penúltima estrofe, da letra da música tem por objetivo

A) demonstrar certeza de que a chuva não virá.


B) sugerir uma condição, pois há o apelo para que a chuva “preste atenção”.
C) incentivar as pessoas a pedir atenção de elementos naturais.
D) ironizar o fato de a chuva não chegar até eles.
E) conscientizar o leitor que precisa proteger o meio ambiente.
Alternativa B
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente.

Professor(a), nessa atividade, o estudante reconhecerá o efeito de sentido provocado pela repetição
proposital de uma expressão da língua no início de cada verso recorrendo à figura da linguagem Anáfora
(repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o
termo repetido). Traçado o percurso de análise da letra da música nas atividades anteriores, é possível auxiliar
o estudante na análise e compreensão do texto textual, como organização temática, discursiva, fonética e
morfossintática etc. Esse aspecto estabelece um diálogo com o descritor D19 ao buscar “reconhecer o efeito
de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos." No texto analisado, a
autora utilizou como uma das estratégias, a repetição, tal aspecto contribui significativamente para reforçar
o pedido feito à chuva para que prestasse atenção no povo “Se acabar não se acostumando/Se acabar parado
calado/ Se acabar baixinho chorando/ Se acabar meio abandonado. Há além do reconhecimento da relação
anafórica, recurso de coesão empregado para contribuir para uma progressão temática e que garante a
coerência. Nesse sentido, professor(a), criamos um caminho a percorrer, olhando para a estrutura que se
configura o texto, a organização do gênero, entre outros aspectos.

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Leia o texto, a seguir, para responder às atividades 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Ilustração: Nina. Foto: Ignácio Aronovich


A CHUVA
Arnaldo Antunes

A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva
encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de
terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de
canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva de
retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva
apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o
para-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a
piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas.
A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva
amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. A
chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A
chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A
chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/3166/a-chuva. Acesso em 01 de fev.2023.

Professor(a), observe que as atividades que seguem estabelecem uma relação com o
descritor/conhecimentos necessários apresentados e têm a finalidades de fazer com que o estudante vá lendo
e retomando aspectos do texto que contribuem para que ele chegue ao descritor estudado (D19). Esse
caminho, (ainda que com perguntas mais simples), não é aleatório, é o passo a passo que o estudante pode
seguir até chegar à construção propriamente do item ao final da atividade. Por isso, são fundamentais, as
atividades dialógicas, nas quais são retomados determinados aspectos, como "efeito de sentido"/ "repetição"
/ "chuva”, por exemplo. Sendo assim, implicitamente, há um diálogo com a habilidade cobrada no descritor
estudado. As escolhas que fazemos para elaborar um texto respondem a propósitos/intenções discursivas
específicas, sejam elas de estruturas morfológicas ou sintáticas, de palavras e/ou literárias, isso implica
leitura, interpretação, análise, considerar o máximo de elementos textuais, linguagem etc. Esse é um caminho
que precisa ficar muito claro para os estudantes, durante a conversa sobre o texto, em sala de aula. Desse
modo é possível compreender o descritor/ chegar à habilidade. A sugestão é “Fazer juntos”
(professor(a)/estudantes).

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5. Atente para o título do texto "CHUVA", considerando o emprego desse substantivo no texto, o que pode
ser observado?
No texto, essa palavra se repete várias vezes.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
D12.12 Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos,
substantivos e conjunções em textos.

6. Ao ler e analisar o texto, compreende-se que o autor teve uma intenção ao criar essa insistente repetição?
Sim, o autor teve uma intenção ao repetir essa palavra.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou
morfossintáticos./ Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição
de palavras etc.

7. No fragmento do texto: "A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os
transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A
chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a
favela. (...)". Quantas vezes a palavra 'chuva' se repete?
A palavra 'chuva' se repete dez vezes.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

8. O uso do substantivo "chuva" no texto, de maneira intencional e repetitiva é um recurso utilizado pelo
autor para causar um “efeito de sentido." No fragmento da (questão 7), como pode ser interpretado esse
"efeito de sentido"?
Nesse "efeito de sentido", é possível entender que o autor do texto pretende comunicar que a chuva causou
muita destruição.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e
conjunções em textos.

9. Considerando o texto, o contexto, o propósito do autor ao utilizar a repetição da palavra "chuva" com uma
intenção comunicativa. Você concorda que essa escolha do autor contribui com a construção de
sentido/significado no texto?
Resposta pessoal
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

Professor(a), agora chegamos à construção do item que cobra a habilidade estudada. Isso depois de
uma boa conversa com os estudantes, leitura, interpretação e análise do texto, resolução de diversas
atividades etc. Observe durante o percurso que é bem provável que todos (ou quase todos) os estudantes vão
alcançar a resposta correta do item e assim chegar à habilidade cobrada. Durante a sua avaliação pergunte
aos estudantes quais foram os caminhos (o que eles consideraram para responder o item e por que chegaram
a essa resposta). Consideraram o texto lido e analisado? O gênero? A finalidade? A temática? A linguagem
carregada de literariedade e plurissignificação? Os efeitos de sentido? A intencionalidade do autor? As
muitas repetições da palavra “chuva” no texto? O que apreenderam das atividades? A conversa sobre o texto
em sala de aula? O enunciado do item? A expressão destacada no item relacionada ao texto? As palavras-

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chave das alternativas? Essas palavras estão ligadas/ retomadas e/ou (explicitas/implícitas) dentro do texto?
Professor(a), é bem provável que esses estudantes trarão muito desses questionamentos como afirmações e
possibilidades (caminhos) para chegar à resposta. Se isso ocorrer, parabéns pelo seu trabalho professor(a)!

10. No texto, todas as frases iniciam com a expressão "a chuva." Esse recurso foi utilizado pelo autor para

(A) sugerir a força da chuva.


(B) mostrar o ritmo brando da chuva.
(C) reproduzir com clareza o barulho da chuva.
(D) criar uma ideia de que a chuva acalma os sentidos.
(E) mostrar uma preocupação com a chuva na favela.
Alternativa A
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

Professor(a), aqui o D19 cumpre o seu papel de avaliar apenas uma habilidade. Identificar o "efeito
de sentido", isto é, o uso "intencional/proposital" de aspectos gramaticais na construção do texto. Tal
configuração decorre das diversas variações relacionadas aos padrões gramaticais da língua, das muitas
interpretações, em muitos casos, da literariedade etc. Vale ressaltar que essa habilidade está muito para além
da “gramática pela gramática.”

Leia o texto, a seguir, para responder às atividades 11, 12, 13, 14, 15 e 16.

Disponível em:https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/as-vezes-fingimos-estar-cansados-
quando-na-realidade-estamos-tristes. Acesso em 01 de fev. 2023.

A moça triste
Lissânder Dias
Eu a encontro todos os dias. No ponto de ônibus. Nunca conversarmos. Mas me chama a atenção seu
jeito triste. Sempre com um fone nos ouvidos. Sempre com um cigarro na boca. Nunca ri. Nunca fala com
ninguém. Não tem amigos. Pelo menos é o que eu percebo nos cinco minutos que a vejo todos os dias no
ponto de ônibus.

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A moça triste talvez não seja triste. Talvez esteja apenas cansada. Talvez não goste de falar nem sorrir
logo após acordar. Talvez ela seja feliz, muito feliz. Mas meus olhos a veem daquele jeito, e isso me faz
pensar em como a tristeza está presente em nós. Em mim.
A moça triste é a metáfora para meu coração. Ela me lembra que minha tristeza anda comigo, mesmo
sabendo que o que me faz caminhar seja a alegria.
A moça triste fuma para sentir um pouco de satisfação em algo. Mas isso só denuncia seu vazio, sua
solidão. Talvez seja daí que venha sua tristeza: do desamparo, da rejeição por ser pobre, negra e mulher.
Talvez.
A moça triste não ouve os sons do mundo. Ela está sempre com o fone nos ouvidos. Talvez ouça
músicas alegres para espantar os pensamentos tristes que insistem em lembrá-la o enfado do dia a dia. Mas
talvez goste simplesmente de esquecer que a realidade emite sons desagradáveis. Talvez ela queira apenas
fugir no barulho de um rádio ou em uma canção que a faça acreditar que a vida será melhor, que ela ainda
vai encontrar seu amor.
A moça triste continua sentada no banco do ponto de ônibus. Eu entro no carro que me levará ao
trabalho. Não há despedidas. Eu sei que a encontrarei no próximo dia. Sem o sorriso que nunca vem e com
a tristeza que a acompanha.
Disponível em:<http://ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/2015/12/07/a-moca-triste/>. Acesso em: 01 de fev.de 2023.

11. Leia o texto observando qual é a palavra que se repete várias vezes no texto, praticamente em todos os
parágrafos?
A palavra "Talvez."
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

12. No trecho: "A moça triste talvez não seja triste. Talvez esteja apenas cansada. Talvez não goste de falar
nem sorrir logo após acordar. Talvez ela seja feliz, muito feliz. Mas meus olhos a veem daquele jeito, e isso
me faz pensar em como a tristeza está presente em nós. Em mim. (...)". A palavra repetida insistentemente
sugere uma circunstância de

A) modo.
B) dúvida.
C) negação.
D) afirmação.
E) intensidade.
Alternativa B
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

13. No fragmento: "A moça triste fuma para sentir um pouco de satisfação em algo. Mas isso só denuncia
seu vazio, sua solidão. Talvez seja daí que venha sua tristeza: do desamparo, da rejeição por ser pobre, negra
e mulher. Talvez. (...)." Percebe-se que a repetição do advérbio 'Talvez' assume uma intencionalidade por
parte do autor do texto. Esse aspecto contribui com a

A) construção de sentido do texto.


B) objetividade e clareza da leitura.
C) elaboração dos períodos do texto.

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D) entonação e ritmo da leitura do texto.
E) compreensão de que a moça é realmente triste.
Alternativa A.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso dos adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

14. Ao ler o texto e considerar a construção dos períodos, a escolha das palavras e/ou expressões e repetições
intencionais, os efeitos de sentido utilizados pelo autor e apresentados na voz do narrador, contribuem para
afirmar que a moça é realmente triste? Justifique.
Esses elementos utilizados no texto não deixam claros se a moça é realmente triste, pelo contrário, apontam
dúvida.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

15. Observe o primeiro parágrafo do texto: "Eu a encontro todos os dias. No ponto de ônibus. Nunca
conversarmos. Mas me chama a atenção seu jeito triste. Sempre com um fone nos ouvidos. Sempre com um
cigarro na boca. Nunca ri. Nunca fala com ninguém. Não tem amigos. Pelo menos é o que eu percebo nos
cinco minutos que a vejo todos os dias no ponto de ônibus." Os períodos são curtos, essa escolha intencional
na construção desse texto sugere um/uma

A) efeito de sentido.
B) estilo comum de escrita.
C) sequência de ideias resumidas.
D) resultado de uma escrita mais clara.
E) pressa do autor ao construir o parágrafo.
Alternativa A
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

Professor(a), chegamos novamente ao item propriamente dito e sugerimos que você desenvolva a
análise que foi apresentada na atividade 10, considerando o texto (leitura, gênero, interpretação e análise) e
os elementos textuais do item.

16. No texto, a insistente repetição da palavra "talvez" sugere a/o

(A) encantamento do narrador pela moça.


(B) dúvida do narrador em relação à moça.
(C) busca do narrador em relação a algo novo.
(D) melancolia do narrador em relação a si e à moça.
(E) certeza absoluta de que encontraria a moça no outro dia.
Alternativa B
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

15
Leia o texto, a seguir, para responder à atividade 17.

Disponível em:https://www.ipatrimonio.org/salvador-casa-natal-de-gregorio-de-matos/#!/map=38329&loc=-12.95847371672291,-38.52081298828125,13.
Acesso em 01 de fev. 2023.

Soneto
Gregório de Matos

Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia

A cada canto um grande conselheiro,


Que nos quer governar cabana e vinha; Muitos mulatos desavergonhados,
Não sabem governar sua cozinha, Trazidos sob os pés os homens nobres,
E podem governar o mundo inteiro. Posta nas palmas toda a picardia,

Em cada porta um bem frequente olheiro, Estupendas usuras nos mercados,


Que a vida do vizinho e da vizinha Todos os que não furtam muito pobres:
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha, E eis aqui a cidade da Bahia.
Para o levar à praça e ao terreiro.
Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/grego22.html>. Acesso em: 01 de fev. 2023.

Professor(a), desenvolva a análise que foi apresentada nos itens anteriores para avaliar a compreensão
dos estudantes sobre o item cobrado. Para tanto, considere o texto (leitura, gênero, interpretação e análise) e
os elementos textuais do item.

17. O modo como o poeta constrói o verso “Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha”, além da entonação
e ritmo, também ressalta a

(A) relação de gradação estabelecida entre os verbos.


(B) contradição das ações indicadas pelos verbos no texto.
(C) distância de sentido entre os verbos utilizados no poema.
(D) direção escolhida pelo sujeito na concretização das ações verbais.
(E) longitude estabelecida entre o desejo e o fazer das ações no texto.
Alternativa A
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, os termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbo e seus
complementos e modificadores), construção de gradação entre outros.

16
Leia o texto, a seguir, para responder à atividade 18.

Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/empresario-elegante-na-cena-do-


escritorio_6150138.htm#query=pessoa%20falando%20telefone&position=30&from_view=keyword. Acesso em 01 de fev.2023.

Grampo na linha
Me grampearam! A voz era cavernosa:
– Senhor Domingos?
– Sim.
– Nós grampeamos seu telefone.
– O quê? Quem está falando?
– O senhor vai receber a fita já-já.
Desligou, e eu ainda estava pensando quem
poderia me passar um trote assim, tocou a campainha.
Era um mototaxista, que nem tirou o capacete:
– Senhor Domingos? Para o senhor.
Me deixou nas mãos uma caixinha e se foi. Abri, é uma fita que começa com a voz cavernosa avisando: você
vai ouvir agora trechos selecionados de algumas conversas ao telefone. Ouça bem se não são conversas com-
pro-me-te-do-ras... – a voz solta amplas reticências, em seguida vêm as gravações: [...]

Conspiração
– Pellegrini?
– Não, o papa! Você não ligou pro Vaticano?
Sabe que hora é?
– Certo, certo...
(Atenção – a voz cavernosa interrompe a
conversa. – É claro que essa história de papa e
Vaticano é uma senha, pois o assunto é grave, é coisa
de sociedade secreta ou grupo terrorista! E continua a
conversa... [...]
– Hein, Pellegrini? – a voz cavernosa e vitoriosa.
– Quanto acha que vale essa fita? E o que acha que a
gente devia fazer com ela?...

PELLEGRINI, Domingos. Ladrão que rouba ladrão e outras crônicas. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2005. V. 33. *
Adaptado: Reforma Ortográfica.

18. No trecho: “...Ouça bem se não são conversas com-pro-me-te-do-ras...”, o emprego da palavra em
negrito sugere
A) opinião.
C) dúvida.
B) indecisão.

17
D) gravidade.
E) indeterminação.
Alternativa D
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar recursos linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e concordâncias nominais e verbais,
modos e tempos verbais, pontuação etc., em textos.

Leia o texto, a seguir, para responder à atividade 19.

Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/padrao-colorido-de-


jovens_4922677.htm#query=multidao%20de%20pessoas&position=7&from_view=keyword. Acesso 02 de fev.2023.
Poema da Necessidade
Carlos Drummond de Andrade.

É preciso casar João, É preciso estudar volapuque,


é preciso suportar Antônio, (...)
é preciso odiar Melquíades. é preciso ler Baudelaire,
É preciso substituir nós todos. é preciso colher flores
de que rezam velhos autores.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus, É preciso viver com os homens,
é preciso pagar as dívidas, é preciso não assassiná-los,
é preciso comprar um rádio, é preciso ter mãos pálidas
é preciso esquecer fulana. e anunciar o FIM DO MUNDO.

Disponível em:https://www.aio.com.br/questions/content/poema-da-necessidade-e-preciso-casar-joao-e-preciso. Acesso em 01 de fev. 2023.

19. Na construção do “Poema da Necessidade”, a repetição sugere

A) rotina.
B) atenção.
C) inquietação.
D) necessidade.
E) desassossego.

Alternativa D
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

18
Leia o texto, a seguir, para responder às atividades 20, 21, 22, 23, 24 e 25.

Helena – Capítulo XIII


Dissolvida a reunião, Helena recolheu-se à pressa com o pretexto de que estava a cair de sono, mas
realmente para dar à natureza o tributo de suas lágrimas. O desespero comprimido tumultuava no coração,
prestes a irromper. Helena entrou no quarto, fechou a porta, soltou um grito e lançou-se de golpe à cama, a
chorar e a soluçar.
A beleza dolorida é dos mais patéticos espetáculos que a natureza e a fortuna podem
oferecer à contemplação do homem. Helena torcia-se no leito como se todos os ventos do infortúnio
se houvessem desencadeado sobre ela. Em vão tentava abafar os soluços, cravando os dentes no travesseiro.
Gemia, entrecortava o pranto com exclamações soltas,
enrolava no pescoço os cabelos deslaçados pela violência da aflição, buscando na morte o mais pronto
dos remédios. Colérica, rompeu com as mãos o corpinho do vestido; e pôde à larga desafogar-se dos suspiros
que o enchiam. Chorou muito; chorou todas as lágrimas poupadas durante aqueles meses plácidos e felizes,
leite da alma com que fez calar a pouco e pouco os vagidos de sua dor.
ASSIS, Machado. Helena. São Paulo: Ática, 1997. Fragmento.

20. No parágrafo: “Dissolvida a reunião, Helena recolheu-se à pressa com o pretexto de que estava a cair de
sono, mas realmente para dar à natureza o tributo de suas lágrimas. O desespero comprimido tumultuava no
coração, prestes a irromper. Helena entrou no quarto, fechou a porta, soltou um grito e lançou-se de golpe à
cama, a chorar e a soluçar.” Há a presença de muitos verbos, o que configura na interpretação do texto, o
desenvolvimento de

A) ações.
B) definições.
C) nomeações.
D) características.
E) circunstâncias.
Alternativa A
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

21. No trecho: “A beleza dolorida é dos mais patéticos espetáculos que a natureza e a fortuna podem oferecer
à contemplação do homem.” A expressão “A beleza dolorida’, a expressão apresenta uma linguagem
figurada que contribui para os sentidos/significações que o texto literário apresenta. Ou seja, a expressão sai
do seu sentido denotativo e assume o conotativo. Tal aspecto no texto, revela
A) intenção do autor
B) desconhecimento do autor.
C) preocupação com o sentido real da expressão.
D) interesse em deixar a mensagem implícita no texto.
E) domínio do conteúdo linguístico do texto denotativo.
Alternativa A
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

19
22. No fragmento: “Gemia, entrecortava o pranto com exclamações soltas, enrolava no pescoço os cabelos
deslaçados pela violência da aflição, buscando na morte o mais pronto dos remédios.” A construção em
negrito é usual no dia a dia? Ou ela apresenta uma linguagem “intencional”? Esse aspecto contribui para
criar “efeitos de sentido no texto”? O que é um “efeito de sentido”? Justifique.
A construção não é comum no dia a dia, a linguagem é intencional. Esse aspecto contribui para fazer com
que o texto tenha outros sentidos/significados, uma vez que o “efeito de sentido” possibilita que o autor
escolha expressões/palavras, entre outros recursos para atender uma intenção comunicativa.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

23. No trecho: “Chorou muito; chorou todas as lágrimas poupadas durante aqueles meses plácidos e felizes,
leite da alma com que fez calar a pouco e pouco os vagidos de sua dor.” Na expressão ‘Chorou muito; chorou
todas as lágrimas...’, qual é o recurso que contribui para enfatizar a intensidade do sentido figurado na
comunicação?
A repetição do verbo chorou.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Identificar, em textos, orações subordinadas com conjunções de uso frequente, repetição de palavras etc.

24. No trecho: “Em vão tentava abafar os soluços...” A palavra em negrito (verbo) que compõe a linguagem
figurada e interpretativa sugere que a personagem queria
A) buscar o alento.
B) evitar as lágrimas.
C) esconder o desespero.
D) fugir do medo da morte.
E) mostrar para todos a sua angústia.
Alternativa C
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

Professor(a), desenvolva a análise que foi apresentada nos itens anteriores para avaliar a compreensão
dos estudantes sobre o item cobrado. Para tanto, considere o texto (leitura, gênero, interpretação e análise) e
os elementos textuais do item.
25. No primeiro parágrafo em: “Helena entrou no quarto, fechou a porta, soltou um grito e lançou-se de
golpe à cama...” As formas verbais destacadas mostram que as ações

(A) foram concluídas.


(B) podem acontecer.
(C) serão realizadas.
(D) estão acontecendo.
(E) estão em continuidade.
Alternativa A
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos./
Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de expressões, adjetivos, advérbios, verbos, substantivos e conjunções
em textos.

20
PARA REFLETIR...!!!

As ciências humanas não se referem a um objeto mudo ou a um fenômeno natural, referem-se ao


homem em sua especificidade. O homem tem a especificidade de expressar-se sempre (falar), ou seja, de
criar um texto (ainda que potencial). Quando o homem é estudado fora do texto e independentemente do
texto, já não se trata de ciências humanas (mas de anatomia, de fisiologia humana etc.). Mikhail Bakhtin

Disponível em: https://pt.depositphotos.com/11118107/stock-photo-open-book-and-butterflies.html. Acesso em 01 de fev. 2023.

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