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Dígrafo

par de caracteres usados para escrever


um fonema

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O dígrafo (do grego di, "dois", e grafo,


"escrever") ocorre quando duas letras
são usadas para representar um único
fonema. Também se pode usar a palavra
digrama (di, "dois"; grama, "letra") para
descrever essas ocorrências. Isto posto,
não se pode dizer que há encontro
consonantal nos dígrafos consonantais,
pois as letras presentes neles
representam apenas uma consoante. Da
mesma forma que não se pode dizer que
há encontro consonantal nas palavras
campo e ponto, pois o "m" e o "n"
funcionam essencialmente como sinais
de nasalidade da vogal anterior, com o
valor de um "til".

Dígrafos e tigrafos da língua


portuguesa
Podemos dividir os dígrafos da língua
portuguesa em dois grupos: os
consonantais e os vocálicos.
Dígrafos Consonantais

Ocorre quando temos duas consoantes


que formam um som: nh, ss, rr, sc, sç, xc,
lh...

Ex.: Milho, palhaço, nasça, nascer,


exceção, assado, carro... observe que
quando pronunciamos esses termos as
consoantes grifadas apresentam apenas
um som, estejam ou não na mesma
sílaba.

Dígrafos Consonantais Separáveis.

São os que podem ser separados em


duas sílabas. / São eles: "rr", "ss", "sc",
"xc" e "xs".
Dígrafo Exemplos

rr carroceria, bairro

ss assunt o, assar, isso

sc ascensão, descendent e

sç nasço, cresça

xc exceção, excesso

xs exsurgir, exsudar

Dígrafos Consonantais Inseparáveis.


São os que não podem ser separados
em duas sílabas. / São eles: "gu", "qu",
"lh", "nh",ch" e "sh".
Cuidado:Agora, que não existe mais o
trema (¨), na Língua Portuguesa, não
podemos mais discernir graficamente
quando o "gu" e o "qu" diante de vogais
que não sejam o "a", são ou não dígrafos.
Dígrafo Exemplos

gu guit arra, águia

qu queijo, quilo

lh alho, milho

nh ninho, sonho

ch chuva, China

sh show, shopping, shampoo, shopee, short

O tch é o único tígrafo da língua


portuguesa ao contrário da língua
francesa que tem eau e aux.

Tígrafos Exemplos

tch tchau, tcheco

O dígrafo ph foi abolido do Português


com a Reforma Ortográfica de 1911 e
substituído pelo f. No entanto, (pelo
menos no Brasil) ainda se pronuncia o ph
com som de f, ao menos ao referenciar
marcas/produtos de uso corrente. Cito
como exemplo: iPhone (telefone celular),
Philips (marca de eletrônicos) e Phebo
(marca de sabonetes), todos
pronunciados com f no lugar do Ph,então
depois dessa reforma pharmácia
começou a ser escrita farmácia.

Tradicionalmente "gu" e "qu" não são


considerados dígrafos quando são
seguidos da semivogal labiovelar, no
entanto, muitos fonólogos estudam que
trata-se de um segmento
monofonemático complexo, ou seja,
consoantes oclusivas velares com
coarticulação labial.[1] Uma vez que
trata-se da representação de apenas um
fonema, não é errado considerar que "gu"
e "qu" nesses casos também sejam
chamados de dígrafos.

Dígrafos vocálicos

Quando "m" e "n" aparecem no final da


sílaba, junto a uma vogal - desde que a
letra que venha após o "m" ou "n" seja
uma consoante (não "h" ou "y") -, há um
dígrafo vocálico que representa uma
vogal nasalizada (varia de acordo com a
vogal presente junto ao "m" ou "n"). Caso
a letra que siga o "m" ou "n" seja uma
vogal ou um "h", passará a existir outra
sílaba. Exemplos: Caminho, Aminoácido,
Imolação, Cama, Canavial, Inimigo,
Enumeração, Umuarama, Hominídeo, etc.
Dígrafo Exemplos

am ou an campo, sangue.

em ou en sempre, t ent o

im ou in limpo, t ingir

om ou on rombo, t ont o

um ou un bumbo, sunga

Dígrafos de outras línguas


O albanês tem os dígrafos dh, gj, ll, nj, rr,
sh, th, xh, zh.

O alemão tem os dígrafos ie, ei, eu, äu,


ch, ck, ph, th, o trígrafo sch e os
quadrígrafo tsch e dsch

O bielorrusso (alfabeto Łacinka) tem os


dígrafos dz, dź, dž.

O catalão tem os dígrafos ll, ny, l·l, rr, ss,


dz, tz, ig, ix, gu, qu, nc.
O checo tem o dígrafo ch.

O eslovaco tem os dígrafos ch, dz, dž.

O espanhol tem os dígrafos: ch, ll, rr, qu,


gu.

O flamengo tem os dígrafos ae, ch, dj, ea,


jh, oe, oi, sh, xh e os trígrafos oen, sch,
tch.

O francês tem os dígrafos gn, ll, eu, ai, ou,


qu, gu, en, au, en, em, on, om, un, um, an,
ie, th, ph, ch, nn, mm, tt, ff, cc, gg, ss, os
trígrafos eau, aux e o quadrígrafo eaux.

O galês tem os dígrafos ch, dd, ff, ng, ll,


ph, rh, th.
O húngaro tem os dígrafos cs, dz, gy, ly,
ny, sz, ty, zs e o trígrafo dzs.

O inglês tem os dígrafos ch, gh, th, sh, zh,


rh, ph, wh, wr, rr, ow, ea, ee, oo, ou, au, qu,
gu, ck, kn, dg, si, ss, ti, pn, ps, pp, sc, ng,
nn, tt, ff, mm, ll e os trígrafos tch e ssi

O italiano tem os dígrafos ch, gh, gn, sc,


ci, gi e os trígrafos sci e gli.

O lituano tem os dígrafos ch, dz, dž, ie,


uo.

O maltês tem o dígrafo għ.

O polaco tem os dígrafos ch, cz, dż, dź,


sz, rz.
O sueco tem os dígrafos sje (/ɧ/), tje (/
ɕ/), ng, lj.

O wymysorys tem o dígrafo ao.

Referências
1. Sobre os Ditongos do Português
Europeu (http://cl.up.pt/elingup/vol4
n1/article/article_2.pdf) Arquivado
em (https://web.archive.org/web/20
151129081825/http://cl.up.pt/elingu
p/vol4n1/article/article_2.pdf) 29 de
novembro de 2015, no Wayback
Machine..  Carvalho, Joana.
Faculdade de Letras da Universidade
do Porto. Página 20. Citação: A
conclusão será que nos
encontramos em presença de dois
segmentos fonológicos /kʷ/ e /gʷ/,
respetivamente, com uma
articulação vocálica. Bisol
(2005:122), tal como Freitas (1997),
afirma que não estamos em
presença de um ataque ramificado.
Neste caso, a glide, juntamente com
a vogal que a sucede, forma um
ditongo no nível pós-lexical.Esta
conclusão implica um aumento do
número de segmentos no inventário
segmental fonológico do português.

Ver também
Trígrafo
Linguística
Fonologia
Letra
Vogal
Consoante

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