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2º horário - matutino
São Paulo
07- 2021
1. Introdução
2. Objetivos
3. Materiais e Métodos
Dados da gravação
Projeto Minas Fala - Faculdade de Letras, Universidade Federal de
Minas Gerais
Coordenador: Prof. Dr. Eduardo Tadeu Roque Amaral
Tempo total da gravação: 02:39
Tempo da transcrição: 02:39
Link para o Áudio da gravação:
http://www.letras.ufmg.br/padrao_cms/documentos/eventos/minasfa
la/BH.mp3
Dados do Informante
Homem, 60 anos, veterinário, morador de Belo Horizonte
Para realização deste trabalho, foi utilizada a Transcrição “Chico Bento”, como
já foi dito anteriormente. A seguir está a descrição da norma feita pela
professora doutora Verena (Kewitz,2020).
NORMAS DE TRANSCRIÇÃO CONVENCIONAL (Adaptadas de Rodrigues
2000)
Princípio Geral
Fatos Prosódicos
1. Segmentação da cadeia falada – As pausas são representadas por
reticências. Assim, não são usados os sinais de pausa típicos da língua
escrita: vírgula, ponto-e-vírgula, dois pontos, ponto final. Ex. num tava
duenu nada... travessei o reberão... fui... tinha a fazenda comprendeu?
2. Entonação – O ponto de interrogação é usado para marcar frases
interrogativas e imediatamente após marcadores conversacionais
realizados com curva entonacional ascendente. Ex. né? sabe? entende?
tá ligado? etc.
3. Letras maiúsculas só são usadas para indicar ênfase, ou seja, são
grafadas com maiúsculas as letras que representam a sílaba enfatizada.
Ex. inTEIra. Consequentemente, nomes próprios e siglas são grafados
com minúsculas.
4. Alongamento de fonemas é indicado por : ou :: logo após o fonema
alongado. Ex. mininu dana::du; abri a por:ta e saí.
Fenômenos fonéticos
1.Supressões
2. Inserções
7. Ditongação. Exs. nóis, arroiz, mais (mas), faiz, paiz (paz), veiz.
3. Alternâncias
12. As vogais átonas /e/, /o/, quando realizadas [i], [u], são grafadas
com as letras i e u
respectivamente. Exs. denti, di manera, cum, mininu, discurpa, disfiava, fugão.
Nas últimas duas vezes que o áudio foi escutado foi após a transcrição ter sido
completa, servindo assim, para confirmar se tudo estava transcrito certo e fazer
qualquer correção necessária, passando a limpo o que foi escutado.
4. Resultados
4.1 Transcrição
Doc. i a copa di dois miu i catorzi... copa di dois miu i catorzi tá chega::nu... brasil tai:: senu
candidatu... que/ quais são seus palpitis... qui que cê acha?
Inf. meu palpiti...ehn...tem...ahn/ são nuvens muito escuras sobri o brasil... nós num vamus
ganhar
Doc. mas cê acha qui...qui... quem vai ganha porexemplu?
Inf. INfelizmenti... acho que argentina...
Doc. ((risos)) pur qui/pur que?
Inf. éhn... purque istá cum:: bom futibol... i::... i infelizmenti é purque/pur causa da rivaliDAdi...
né? mas eu achu/issu é palPIti
Doc. palpiti?
[
Inf. é
Doc. i cê acha qui u país vai tê cresCIdu... qui cê tá venu qui essas mudança tão
acontecen::du... cumé qui cê acha?
Inf. u brasil tá melhoranu muitu... a genti já eh... já pode sentir orgulhu di sê::... di sê brasileiru...
tá nu caminhu certu... tá melhoranu pru povo... pelu menus purondi a genti an::da num tá venu
assim a pobreza... eh... intensa... u pessuau tá tudu cum:: astrau pusitivu... crescenu e querenu
auguma coisa... procuranu cultura... estudar::... (produzí)
Doc. i::... i qui/qui vantagem qui cê acha qui a copa podi trazê::... i qual disvantagem... qui que
cê acha?
Inf. ah... eu achu qui essa copa:: eu sô meiu reticenti a respeitu dissu aí... (achu qui num vai
muda)/tem muita corrupção essas construções... eh... num deixa di trazê violência na... ne...
nu::... nus istádiu... e fica (elefante brancu aí) i o poder públicu/povu arcanu cum tudu isso aí
Inf. eu achu qui sim... i::... i adiantanu uma pergunta sua eu achu qui ela ganha... eh apesar
deu torcê pru aéciu... agora num é a hora deli não
Inf. vai vai... ele é:: um cadidatu naturau... talveiz até pelu... perCURsu naturau das coisa ele
deve candidatá pra ser:: eleito na OUtra eleição... ele vai... eh... fazê/fazê seu caminhu como
candidatu agora
Doc. i cê acha qui tem algum candidatu qui podi ganhá da dilma?
Inf. eu achu qui não... tem não... é continuá nesse ritmo... combatenu a corrupção... eh... não
entranu nu jogu da política eu acho qui u:: brasileiru vota nela incondicional
4.2 Levantamento das variantes
6. Conclusão
Ao analisar toda a transcrição e seus resultados, torna-se claro que a variação
linguística do falante não é um meio válido de ditar suas origens
socioeconômicas. Isso se dá pelo fato de uma variação ser atrelada não só
apenas a esse fator, mas a um aglomerado de outros fatores, como sua região
de nascimento e sua familiaridade com o interlocutor.
7. Referências Bibliográficas
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. Português do Brasil: a variação que vemos e
a que esquecemos de ver. In: ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente.
São Paulo: Contexto, 2006. p. 151-196.
CAMACHO, Roberto Gomes. Norma culta e variedades linguísticas. In:
Universidade Estadual Paulista. Prograd. Caderno de formação: formação de
professores didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, p. 34-49, v.
11.
LEMLE, Miriam. A variação na língua falada e a unidade na língua escrita (cap.
4). In: Guia Teórico do Alfabetizador. p. 45-61. São Paulo: Ática, 1991.
LEITE, Marli Quadros. A norma lingüística: perspectivas. In: Língua Portuguesa
- Construindo Sempre. São Paulo: Língua Portuguesa - Construindo Sempre,
2002, p. 17-24.
KEWITZ, V. Algumas características lexicais, fonológicas e
morfossintáticas do PB. In: e-Disciplinas – USP. São Paulo, 2020.
CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Saber uma língua é separar o certo do
errado? In: Museu da Língua Portuguesa. Biblioteca - Língua e Linguagem,
s.d.