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NOÇÕES DE DIREITO

Lei Estadual 869/52


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LEI ESTADUAL 869/52 – ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS


CIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Vale lembrar que esta lei que será estudada é o estatuto dos servidores públicos do
estado de Minas Gerais. Este estatuto alcança a administração direta estadual bem como
suas autarquias e fundações públicas.

Lei n. 869, de 5 de julho de 1952


Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais.

Obs.: hoje, a Constituição não utiliza a expressão funcionário, mas sim servidor público.
Na prova, deve-se tratar como sinônimo.
Existe o regime estatutário, que será estudado na aula, e existe o regime celetista, que é
aplicado nas empresas públicas e sociedades de economia mista.
Cargo público é ocupado por servidor público, que possui regime estatutário. Cada ente
político terá seu próprio estatuto. No âmbito federal, por exemplo, há a lei n. 8.112/90; em
Brasília, há a lei complementar n. 840/11. Os estados, municípios e a União podem criar seu
próprio regime jurídico para os servidores públicos.
Emprego público é ocupado por empregado público, que possui regime celetista (CLT
da iniciativa privada). Isso vale para quem trabalha nas empresas públicas, como Correios e
Caixa Econômica, e vale para quem trabalha em sociedade de economia mista, como Petro-
bras e Banco do Brasil. Para ser empregado público, também é preciso ser aprovado em
concurso público.
Art. 1º - Esta lei regula as condições do provimento dos cargos públicos, os direitos e as vanta-
gens, os deveres e responsabilidades dos funcionários civis do Estado.
Parágrafo único. As suas disposições aplicam-se igualmente ao Ministério Público e ao Magistério.

Obs.: aplica-se também aos órgãos dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.
Art. 2º - Funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Art. 3º - Cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o criado por lei em número certo, com a
denominação própria e pago pelos cofres do Estado.
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 Obs.: todo cargo público é criado por lei. Não é possível criar cargo por decreto, pois este
é um ato administrativo. O cargo público tem uma denominação própria (exemplos:
agente de polícia, professor, analista legislativo, técnico judiciário, agente adminis-
trativo).
5m
Parágrafo único. Os vencimentos dos cargos públicos obedecerão a padrões previamente fixa-
dos em lei.

 Obs.: cada carreira terá lei específica para estabelecer a remuneração daquelas pessoas
que ocupam aqueles cargos públicos. Existe lei específica para a polícia civil, o judi-
ciário, o legislativo e o magistério, por exemplo.
Art. 4º - Os cargos são de carreira ou isolados.

Obs.: o cargo de carreira é aquele que admite a promoção. Exemplo: servidor entra na
classe A da carreira; depois, entra na classe B e C. Cada carreira tem seu plano de
carreira. O cargo isolado é aquele que não admite promoção e já está em desuso
hoje em dia. Quando o servidor vai ser promovido, ele geralmente precisa apresen-
tar diploma de participação em algum curso ou atividade promovida pelo órgão, por
exemplo. Isso gera estímulo para o servidor. Quando o servidor é promovido, a re-
muneração aumenta bastante. Por isso, a remuneração prevista no edital é a inicial
para o cargo; no final da carreira, a remuneração é maior.
Parágrafo único. São de carreira os que se integram em classes e correspondem a uma profissão;
isolados, os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e determinada função.
Art. 5º - Classe é um agrupamento de cargos da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.

Obs.: exemplo: agente de polícia civil da Classe A. Vários profissionais estão nessa classe
A; vários estão na Classe B.
Art. 6º - Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões
de vencimentos.
Art. 7º - As atribuições de cada carreira serão definidas em regulamento.
Parágrafo único. Respeitada essa regulamentação, as atribuições inerentes a uma carreira po-
dem ser cometidas, indistintamente, aos funcionários de suas diferentes classes.

Obs.: exemplo: técnico de enfermagem. Não importa a classe que ele estiver, pois ele terá
a mesma atividade. O que muda é a remuneração.
10m
Art. 8º - Quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados e de funções gratificadas.
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Obs.: quando se fala em quadros, há o quadro do poder Judiciário, Legislativo, Executivo


e de uma autarquia, por exemplo.
Art. 9º - Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras, nem entre cargos isolados ou fun-
ções gratificadas.
Art. 10 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, observados os requisitos que a
lei estabelecer.

 Obs.: quem pode ocupar cargo público? Brasileiro nato ou naturalizado.


Parágrafo único. Os cargos de carreira serão de provimento efetivo; os isolados, de provimento
efetivo ou em comissão, segundo a lei que os criar.

Obs.: o cargo pode ser efetivo ou em comissão. O cargo efetivo é aquele que exige prévia
aprovação em concurso público. Vale lembrar que o cargo efetivo pode ser de carrei-
ra ou isolado. O cargo em comissão é sempre isolado. O cargo em comissão pode
ser ocupado por qualquer pessoa que cumpra os requisitos técnicos do cargo. São
cargos de livre nomeação e livre exoneração.
Art. 11 - Compete ao Governador do Estado prover, na forma da lei e com as ressalvas estatuídas
na Constituição, os cargos públicos estaduais.

Obs.: o estatuto de Minas Gerais e outros estatutos focam no poder Executivo, mas é pre-
ciso ter uma simetria. Quem nomeia no Executivo? O governador. E no Poder Legis-
lativo? Presidente da Assembleia Legislativa. E no Judiciário? Presidente do TJ.
Art. 13 - Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer os seguintes requisitos:
I – ser brasileiro;

 Obs.: nato ou naturalizado.


II – ter completado dezoito anos de idade;
III – haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei;
15m IV – estar em gozo dos direitos políticos;
V – ter boa conduta;
VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
VII – ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando se tratar de cargos isolados para
os quais não haja essa exigência;

 Obs.: cargo sem exigência: cargo em comissão.


VIII – ter atendido às condições especiais, inclusive quanto à idade, prescrita no respectivo edital
de concurso.
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Obs.: até quando um servidor pode ocupar cargo público? Até antes de complementar 75
anos, pois, aos 75 anos, ocorre a aposentadoria compulsória.

Obs.: em regra, o servidor ocupa um único cargo público ou emprego público. Mas há ex-
ceções: dois cargos de professor; um cargo de professor com outro técnico ou cien-
tífico; dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Art. 37, XVI, CF – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.

a) a de dois cargos de professor;


b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

Obs.: o próprio art. 37 estabelece um teto remuneratório, que vale no Brasil inteiro. Hoje, no
Brasil, ninguém pode receber um valor superior ao que recebe os ministros do STF.
O teto deve ser visto em cada cargo. Se a soma de dois cargos públicos ultrapassar
o teto máximo, não há problema.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2015/TCU/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) A vedação ao
20m
acúmulo remunerado de cargos, empregos ou funções públicas não se estende aos
empregados das sociedades de economia mista.

2. (VUNESP/2018/UFTM/ANALISTA) O Senhor X, aprovado em concurso público, exerce


o cargo de arquiteto em uma autarquia federal, desempenhando suas atribuições de se-
gunda a sexta-feira das 8:00 às 17:00 horas. O Senhor X foi aprovado em novo concur-
so público para o cargo de professor da faculdade de arquitetura e urbanismo em uma
universidade federal situada no mesmo Município onde trabalha e reside. Considerando
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as disposições constitucionais acerca da acumulação remunerada de cargos públicos,


é correto afirmar que o Senhor X
a. poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos em qualquer hipótese, pois
a vedação de acumulação não abrange autarquias.
b. não poderá acumular a remuneração dos dois cargos, pois a Constituição admite
apenas a acumulação de dois cargos de professor.
c. poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos, pois a Constituição per-
mite a acumulação de um cargo de caráter técnico e outro de professor, desde que a
totalidade dos vencimentos respeite o teto constitucional.
d. não poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos, pois a Constituição
veda a acumulação de cargos.
e. poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos se houver compatibilidade
de horário, ainda que a soma das remunerações ultrapasse o teto constitucional.

COMENTÁRIO
É possível acumular o cargo de professor com outro técnico ou científico.
a. é preciso haver compatibilidade de horários; abrange autarquias.
c. pode ultrapassar o teto constitucional.
e. poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos se houver compatibilidade
de horário, ainda que a soma das remunerações ultrapasse o teto constitucional.

3. (CESPE 2017/SE/MONITOR EDUCACIONAL) A investidura em cargo em comissão


depende de prévia aprovação em concurso público.

4. (CESPE/2018/TÉCNICO) Divulgado o resultado final de um concurso público para o


preenchimento de vagas em cargo público de natureza civil, da administração direta
federal, os aprovados foram nomeados. Considerando essa situação hipotética e a le-
gislação pertinente, julgue os itens a seguir.
O concurso público foi necessário porque se tratava de provimento de cargo público na
administração direta; seria dispensável se a contratação fosse para emprego público na
administração indireta federal.
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COMENTÁRIO
Emprego público é para quem trabalha em empresa pública ou sociedade de eco-
nomia mista.

5. (FGV 2018/MPE/ANLISTA DO MP) Artur, ocupante de cargo de provimento efetivo na


administração pública federal, cujas atribuições eram direcionadas ao desenvolvimento
de projetos tecnológicos na área nuclear, foi aprovado em outro concurso público. Seu
objetivo era o de permanecer em ambos os cargos, de modo a aumentar sua renda.
À luz da sistemática constitucional, o segundo cargo passível de ser ocupado por Ar-
tur é o de
25m
a. membro do Ministério Público.
b. profissional da área de saúde.
c. caráter técnico ou científico.
d. magistrado.
e. professor.

COMENTÁRIO
a. vale lembrar que o membro do MP pode exercer outra atividade no magistério. O
magistrado também pode ocupar outro cargo público de professor.
b. profissional de saúde pode com outro de profissional de saúde.
c. ele já ocupa um técnico.
d. não.
e. professor.

GABARITO
1. E
2. e
3. E
4. E
5. e
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
ANOTAÇÕES

preparada e ministrada pelo professor Ricardo Blanco.


�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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