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Art. 37 ...
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta
condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o
cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
Pode-se afirmar que o objetivo dessa elevação a nível constitucional do conceito de tal
instituto jurídico, além da sua adequação aos novos contornos da aposentadoria por
incapacidade, foi o de uniformizá-lo em todo o País.
Isso porque, até então, tratava-se de matéria afeta aos respectivos Estatutos de
Servidores de cada Ente Federado que, apesar de na maioria esmagadora reproduzirem
as regras da Lei federal n.º 8.112/90, em algumas situações introduziam peculiaridades
que os tornavam distintos.
Ocorre que, em razão de sua ligação direta com a nova aposentadoria por incapacidade
permanente do servidor público, tem-se cogitado se teria aplicação imediata desde a
publicação da Emenda Constitucional n.º 103/19 ou se é necessário a edição de Lei
local com a sua respectiva adoção.
Tudo porque a dita Emenda optou por excluir servidores estaduais e municipais das
novas regras de aposentadoria, fazendo com que as estabelecidas na dita Emenda
somente passem a valer no âmbito estadual ou municipal caso os respectivos Entes
Federados venham a adotar os novos regramentos contidos na Constituição Federal e
na Emenda Constitucional n.º 103/19.
Entretanto, tal exclusão não se constitui em argumento suficiente para a não aplicação
das novas regras da readaptação, primeiro pelo fato de estas terem sido introduzidas no
artigo 37 da Carta Magna cujos comandos alcançam a administração pública em todas
as suas esferas, ou seja, estendem-se a Estados e Municípios.
Há de se ressaltar, ainda, que mesmo nas aposentadorias por invalidez nos moldes
anteriores à Emenda Constitucional n.º 103/19, o instituto da readaptação já se
encontrava diretamente ligado a readaptação, já que sua concessão pressupunha a
presença de incapacidade permanente para o exercício das atribuições do cargo público
em decorrência de um problema de saúde ou de um acidente.
Por fim, há de se destacar que a existência de norma local com conceito específico de
readaptação não se constitui em impedimento para aplicação da nova norma
constitucional, pelo simples fato de que a superveniência de novo ordenamento
constitucional decorrente de emenda ao texto originário enseja a ocorrência da não
recepção superveniente da norma local por ser esta incompatível com o Texto Maior.