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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Acórdão
5ª Turma

Processos nº 0100410-84.2019.5.01.0022 e nº 0100859-42.2019.5.01.0022 (ROT)


(Recurso Ordinário Trabalhista)

RECURSO ORDINÁRIO. SINDICATO. ELEIÇÕES. PRINCÍPIO


DA NÃO INTERVENÇÃO ESTATAL NA LIVRE ORGANIZAÇÃO
SINDICAL. A Constituição Federal assegura a liberdade e a autonomia
da organização sindical (art. 8º, I, da CF/1988). Dessa forma, não é
possível a declaração de inelegibilidade de membros da diretoria do
sindicato pela via judicial, a não ser nas hipóteses legais e previstas no
estatuto da entidade.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Recurso Ordinário


em que são partes: FRANCISCO FERREIRA PINTO e MARCELO PERES GOMES, como
recorrentes, e SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS DE SANEAMENTO
BÁSICO DO RIO DE JANEIRO E REGIÃO (SINTSAMA-RJ), como recorrido.

Trata-se dos processos conexos 0100410-84.2019.5.01.0022 e 0100859-


42.2019.5.01.0022, ajuizados pelos mesmos autores contra o mesmo sindicato réu. As demandas foram
julgadas conjuntamente, assim como foram interpostos recursos idênticos em cada um dos autos. Dessa
forma, também em conjunto, será proferido o voto e o respectivo acórdão.

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
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Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 1
Número do documento: 22072010052570800000071237072
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Assim, inconformados com a r. sentença de Id 7b7720b / 5c68c18,


proferida pelo Exmo. Juiz Antônio Carlos Amigo da Cunha, do MM. Juízo da 22ª Vara do Trabalho do
Rio de Janeiro, que julgou procedentes em parte os pedidos declinados na inicial, recorrem
ordinariamente os autores, conforme razões de Id a1ed0c6 / 56f327a.

Os recorrentes pretendem a condenação da parte ré em honorários


periciais, e que seja reformada a sentença para dar procedência ao pedido de letra "a" da inicial no
processo nº 0100859-42 2019.5.01 0022, e também para julgar procedentes os pedidos formulados na
letra "e", "d" a "h" do processo nº 0100410-84.2019.5.01.0022, no sentido de afastar a diretoria com
mandato findado e, portanto, sem legitimidade, determinando a nomeação de administrador provisório a
ser indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil, para condução do procedimento de prestação de
contas e, por conseguinte, a realização do processo eleitoral..

Contrarrazões do réu (Id ecd1a01/ 798dd99).

Parecer do d. Ministério Público do Trabalho, de lavra do i. Procurador do


Trabalho Artur de Azambuja Rodrigues, pelo conhecimento e provimento do recurso interposto (Id
526face/ 177e726).

É o relatório.

VOTO

1. CONHECIMENTO

Conheço do recurso, por presentes os pressupostos de admissibilidade.

2. MÉRITO

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A primeira ação proposta foi a de nº 0100410-84.2019.5.01.0022, pelos


associados FRANCISCO FERREIRA PINTO, MARCELO PEREZ, LUIZ CARLOS VIEIRA DANTAS
e GILBERTO COELHO DE SANT'ANA contra o sindicato réu. A demanda tem por objeto: (a) tutela de
urgência para suspender os efeitos da reunião de diretoria realizada em 26/03/2019 que aprovou as contas
do Sindicato; (b) tutela de urgência para determinar a realização de perícia contábil para aferir a
prestação de contas do ano 2018; (c) declaração da inelegibilidade da atual diretoria, bem seu
afastamento; (d) nomeação de um administrador provisório ou a formação de uma comissão paritária que
deverá conduzir novo processo eleitoral; (e) devolução dos recursos apurados pela auditoria, que não
passaram pela devida prestação de contas; e (f) condenação em honorários.

Em suas razões, sustentam que a atual diretoria não teria observado


estritamente o estabelecido no estatuto da entidade, já que não elaborou edital a ser fixado na sede do réu
nem observou o prazo de antecedência mínima previsto no art. 25 do estatuto; e que houve
irregularidades praticadas pelo dirigente no curso de seu mandato ocultadas pela ausência da correta
prestação de contas.

A tutela de urgência foi deferida apenas parcialmente, conforme decisão


de Id a5a0d96, de 02/05/2019, que determinou "a suspensão dos efeitos da referida Assembleia
[designada para o 03/05/2019], concedendo ao réu o prazo de 5 dias para que comprove a observância do
disposto nos art. 24, I, e art. 25 do Estatuto do sindicato, notadamente quando da realização da
Assembleia para a prestação de contas de 26/03/2019, sob pena de declaração de nulidade da Assembleia
do dia 03/05/2019".

Em 05/06/2019, nova manifestação do SINTSAMA foi juntada aos autos


do processo n. 0100410-84.2019.5.01.0022, relatando a ocorrência de outra assembleia geral, no dia 28
/05/2020, na qual teriam sido aprovadas as contas de 2018 da diretoria do sindicato (Id b6b9dfe).

Em 26/06/2019, os autores passaram a sustentar a existência de


empréstimos indevidos à Associação dos Trabalhadores da CEDAE - ASTEC, no período de 2008 a
2010, bem como a apresentação de balancetes com rubricas de despesas genéricas e a cobrança de
valores de associados para ingresso com ações perante a Justiça Trabalhista (Id 749d33b).

O processo 0100859-42.2019.5.01.0022, ajuizado pelos mesmos autores


contra o mesmo sindicato e distribuído por dependência em 14/08/2019, tem como pedidos: tutela de
urgência para suspender o mandato do diretor-presidente; declarar nulos os efeitos da assembleia
realizada no dia 08/08/2019, que aprovou a reposição dos salários dos dirigentes sindicais e empregados
que foram dispensados por justa causa e que tiveram seus contratos suspensos; declarar nulos os efeitos
da assembleia realizada em 13 de agosto de 2019, designada para dar curso ao processo

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eleitoral; determinar a nomeação de uma junta governativa ou de um interventor, para proceder com a
prestação regular das contas junto a categoria e prossiga com o processo eleitoral dentro do prazo de 30
dias, com a participação do Ministério Público do Trabalho; determinar a exclusão do diretor-presidente
dos quadros associativos e condenar o réu em custas e honorários.

Nesse caso, em 21/08/2019, também foi parcialmente acolhido o pedido


liminar, suspendendo os atos atinentes ao processo eleitoral até a realização da audiência de instrução e
julgamento (Id 26c05da), que se realizou em 25/09/2019, consoante ata de Id 724a6e6 / 1bb82fb.

Ainda, conforme a mesma assentada de Id 1bb82fb / 724a6e6, os Srs.


LUIZ CARLOS VIEIRA DANTAS e GILBERTO COELHO DE SANT' ANNA desistiram da ação,
tendo a demanda prosseguido somente pela autoria de FRANCISCO FERREIRA PINTO e MARCELO
PERES GOMES, ora recorrentes.

Findada a instrução, o MM. Juízo de origem, ao dirimir a controvérsia,


assim se pronunciou:

"(...)

A par do acolhimento parcial da tutela, verifico que nos autos da Ação 0100410-84-2019-
5-01-0022, a postulação é fundamentada na existência de irregularidade na convocação
da assembleia de prestação de contas do ano de 2018, assim como a existência de
irregularidades praticadas pelo dirigente no curso de seu mandato, justamente em função
da ausência de prestação de contas.

Com efeito, não se pode olvidar que a Norma Ápice brasileira consagra o princípio da
autonomia sindical (art. 8º), possibilitando que tais entidades promovam livremente a sua
gestão mediante participação de seus integrantes, por intermédio de sufrágio, com
indicação de seu representante para a consecução de seu objetivo social. Portanto, a
intervenção estatal, inclusive por meio do Órgão Judiciário, deve ser exercida com
cautela, atuando-se estritamente nas hipóteses em que se verificar a mácula ao direito
individual ou coletivo, mediante prova cabal e irrefutável capaz de impedir o próprio
exercício do direito sindical por parte de seus componentes.

No caso vertente, nada obstante se verifique, diante da universalidade dos trabalhadores


sindicalizados, que apenas 2 componentes se insurgem contra a gestão da diretoria, tal
fato não retira destes associados a legitimidade e o direito de buscar do Judiciário a
análise quanto à alegada violação de seu direito, entretanto, no limite de seus interesses.

Pautando-me pelos limites da lide contida na Ação, cuja análise ora procedo, repise-se,
constato que o objetivo da demanda já fora alcançado parcialmente, notadamente na
parte que inviabilizou a realização da assembleia para prestação de contas e, por
consequência, o início do processo eleitoral.

No que concerne ao pedido que visa o afastamento da diretoria em função de alegada


irregularidade pela ausência de prestação de contas, evidencia-se a sua
incompatibilidade, porquanto consectário lógico da invalidação da assembleia de
prestação de contas não seria, só por si, o afastamento da direção, e sim a convocação
regular de assembleia para a prestação de contas. O acolhimento do pedido referente ao
expurgo do comando sindical na hipótese seria, evidentemente, como já esposado
alhures, inoportuna intervenção estatal na entidade sindical, o que violaria a regra
contida no art. 8º, I, da CRFB/88, pelo que, diante dos fundamentos apresentados nos
autos da Ação 0100410-84-2019-5-01-0022, rejeito a pretensão formulada em no item
"E" do rol de pedidos mediatos.

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
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Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 4
Número do documento: 22072010052570800000071237072
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Entrementes, considerando que, a despeito da tutela concedida no id a5a0d96, na qual


fixou-se seu termo final até a primeira audiência, e muito embora não tenha sido esta
renovada pela i. magistrada que a presidiu, conforme ata de id ibb8f2fb, tem-se que a
parte ré não logrou êxito comprovar o cumprimento integral dos requisitos previstos nos
art. 24 e art. 25 do estatuto visando a convocação para assembleia de prestação de contas.

Assim, acolho parcialmente o pedido para declarar a nulidade da assembleia do dia 26/03
/2019, determinando a realização de nova assembleia, no prazo de 60 dias, a fim de que a
diretoria submeta aos seus associados as suas contas, observando-se integralmente os
pressupostos estatutários previstos, notadamente as regras previstas no art. 24, I, bem
como, se necessário, os §§1º e 2º do referido artigo, restando prejudicados os pedidos
deduzidos nos itens "G" e "H" da inicial.

No que tange aos fundamentos apresentados nos autos da Ação n.º 0100859-42-2019-5-
01-0022, verifico que suas razões estão alicerçadas na alegação de que a atual diretoria
não ofertou de forma correta a prestação de contas, afirmando que o atual Presidente do
sindicato responde a inquérito policial em decorrência de alegada apropriação de valores
da entidade sindical e de associação de trabalhadores.

Aduz ainda que o presidente teve seu contrato de trabalho suspenso com a empresa
Cedae, em virtude de abertura de inquérito para apuração de falta grave, além de outras
sindicâncias que conduziriam ao rompimento deste liame jurídico de emprego
consubstanciado no art. 482 da CLT.

Desta feita, com base no disposto no art. 68 do estatuto da entidade sindical, postulam os
autores a suspensão do mandato do diretor presidente, afastando-o de suas funções; a
declaração de nulidade da assembleia realizada no dia08/08/2019, bem como a nulidade
da assembleia realizada no dia 13/08/2019, que visou o início do processo eleitoral.

Verifico que o i. , por intermédio parquet do petitório de id349ebbf, oferece suas razões,
delineando de forma brilhante os fatos relacionados a quaestio iuris trazida à apreciação,
apontando a existência de indícios de ausência de prestação de contas e regularidade nos
extratos bancários da entidade.

Com efeito, o estatuto sindical prevê de forma cristalina as hipóteses de penalidades aos
membros da diretoria, notadamente em se comprovando a malversação do patrimônio da
entidade, grave violação das disposições do estatuto, descumprimento do regimento
interno, aceitação de função que obrigue o diretor a afastar-se do cargo em definitivo,
condenação por crime doloso por sentença transitada em julgado, implantação de ações
visando desmembrar a base territorial ou profissional do sindicato e abandono do cargo
para o qual fora eleito.

Tem-se, assim, que destas diretrizes não se pode afastar, dada a autonomia sindical,
muito embora constatada a existência de irregularidades formais no desenvolvimento da
administração sindical, compete ao Judiciário garantir o direito dos trabalhadores
sindicalizados, nas hipóteses em que eventual manobra administrativa impeça o exercício
deste direito.

No caso vertente, a prova produzida nos autos não restou capaz de demonstrar
sobejamente as irregularidades sobre as quais a peça de ingresso fundamenta a pretensão,
ou seja, repise-se, que a atual diretoria não ofertou de forma correta a prestação de
contas, afirmando que o atual Presidente do sindicato responde a inquérito policial em
decorrência de alegada apropriação de valores da entidade sindical e de associação de
trabalhadores. Já no concerne ao inquérito policial e as sindicâncias mencionadas, não se
tem notícia nos autos de sua conclusão, tampouco da existência de sentença condenatória
transitada em julgado, como preceitua o próprio estatuto da entidade.

Em se constatando a existência de outras irregularidades senão aquelas apontadas no


libelo, tal fato desafia a análise em Ação própria (CPC, art. 492), restando
impossibilitado este sentenciante de adentrar à matéria diversa daquela posta no
litiscontestatio, sob pena de violação direita ao princípio da ampla defesa. Entretanto,
conforme já enfatizado alhures, evidencia-se que não houve comprovação nos autos da
regular convocação para assembleia destinada à submissão aos associados da prestação
de contas, o que conduziu à decisão supra no sentido de tornar nula a referida assembleia.

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
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Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 5
Número do documento: 22072010052570800000071237072
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Por consequência, e tratando-se de requisito que precede a convocação de assembleia


para eleição de diretoria, outra solução não há senão acolher os pedidos deduzidos nos
itens "B" e "C" da inicial, determinando a realização de nova assembleia para eleição de
diretoria, no prazo de 30 dias após a realização da assembleia destinada à prestação de
contas, conforme já decidido acima, devendo o sindicato-réu observar detidamente os
requisitos de seu estatuto, em especial seu art.25 e §§1º e 2º, que estabelecem a
publicação do edital de convocação, apontando dia, hora e local, a ordem do dia,
afixando o referido edital na sede da entidade e publicando em jornal de grande
circulação da base territorial, com antecedência mínima de 3 dias." (Id. 5c68c18)

Em seu apelo, os autores alegam que, "conforme documentos de ID


c297c6d, o mandato da atual diretoria findou em 23 de outubro de 2019, tornando acéfalo o sindicato,
uma vez que as contas desta gestão encontram-se com irregularidades apontadas pelo Ilustre perito,
conforme parecer id. f6a1f7e, bem como por todas as irregularidades apontadas nos pareceres do MPT,
o que impede que a atual Diretoria do Sindicato possa participar de eleições para preenchimento das
vagas em nova gestão"; que "o Estatuto da entidade não prevê situação de prorrogação automática de
mandato capaz de sanar tal acefalia sindical"; e que "estes dirigentes vem sucessivamente prorrogando
automaticamente seu mandato, através de simples reuniões de diretoria, em total contradição com este
entendimento" (Id 56f327a - Pág. 11); que "a douta sentença não se atenta para a questão do término do
mandato da atual diretoria, fato este que impede a realização destes atos como determinado por aquele
Juízo, pela atual diretoria" (Id 56f327a - Pág. 13); e que "a atual gestão vem prorrogando seu mandato
de forma automática, sem o consentimento do judiciário, através de atas forjadas por esta direção" (Id
56f327a - Pág. 16).

Além disso, sustentam que "a atual gestão, na pessoa de seu presidente e
com a anuência do diretor financeiro, determinaram diversos pagamentos a outras entidades e empresas
contrariando previsão contida no art. 15, 'h', do estatuto, que impõe ser dever do associado 'zelar pelo
patrimônio e serviços do SINTSAMA/RJ, cuidando de sua correta aplicação'"; que "Isso se constata no
momento em que efetuam suposto empréstimos à Associação dos Trabalhadores da CEDAE - ASTEC,
sem autorização em estatuto ou em assembleia geral, cujo presidente é o mesmo que as ordena ao
arrepio do art. 15, 'h', do estatuto"; que "Resta comprovada a malversação do dinheiro, com base nos
documentos de ids. 9d60963, bc41015 e 8cbaf99, que dão conta de recibos firmados por Humberto Luiz
Nunes de Lemos,então presidente do SINTSAMA e ASTEC - Associação dos Trabalhadores da CEDAE,
nos quais indica o recebimento total de R$ 57.000,00 pela associação, provenientes do SINTSAMARJ";
que "temos no documento de ids. 67f6d7b e f3da2c9, dois comprovantes de transferência eletrônica, no
valor de R$ 34.000,00 à ASTEC"; e que, "Ao que parece, este presidente de ambas instituições,
transferiu recursos de uma entidade a outra, para cobrir possíveis rombos deixados naquela instituição"(
Id 56f327a - Pág. 18).

Assim, requerem os autores que "seja reformada a sentença de piso, para


dar procedência ao pedido de letra 'a' da inicial no processo n. 0100859-42.2019.5.01.0022, e também

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Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 6
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para julgar procedentes os pedidos formulados na letra 'e', 'd' a 'h' do processo 0100410-
84.2019.5.01.0022, corroborados pelo entendimento posto em parecer do d. MPT, no sentido de afastar
diretoria com mandato findado e portanto, sem legitimidade, determinando a nomeação de
administrador provisória a ser indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil, para condução do
procedimento de prestação de contas e conseguinte, a realização do processo eleitoral" (Id 56f327a -
Pág. 21).

Os autos foram remetidos ao CEJUSC - CAP do 2º grau, sem, entretanto,


se lograr êxito na conciliação, conforme ata de Id 5c61322.

Analisa-se.

No momento do ajuizamento da primeira demanda, a diretoria encontrava-


se no exercício do mandato, que findaria regularmente em 23/10/2019. A ação, assim, buscou, em breve
síntese, impugnar as prestações de contas da diretoria, afastá-la da administração do sindicato e organizar
novas eleições sob a condução de uma comissão paritária, enquanto a entidade sindical seria
provisoriamente administrada por um interventor designado judicialmente. Além disso, pretendeu
demonstrar a malversação de recursos e determinar a respectiva reparação pelos responsáveis.

Contudo, conforme estabelecido pelo MM. juízo de primeiro grau, não foi
deferido o afastamento da direção. Foi declarada nula a assembleia de aprovação de contas e determinado
que uma nova reunião fosse convocada em 60 dias para submissão das contas aos associados, conforme
determinado em estatuto.

Considerou, ainda, que não havia provas de que o atual presidente teria se
apropriado de valores do sindicato. Contudo, uma vez que não teria havido comprovação nos autos da
regular convocação para assembleia destinada à submissão aos associados da prestação de contas,
acolheu o pedido dos autores para a realização de nova assembleia para eleição de diretoria, no prazo de
30 dias após a realização da assembleia destinada à prestação de contas.

Portanto, a r. decisão recorrida manteve a rotina do sindicato, até que


fossem realizadas novas assembleias para aprovação de contas e eleição de nova diretoria.

A nova assembleia foi devidamente convocada e houve aprovação das


contas nos termos do estatuto da entidade no dia 28/05/2020 (Id b6b9dfe), sem que a parte autora tenha
contestado a legitimidade da assembleia.

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Ocorre que, como mencionado pelos recorrentes e pelo Ministério Público


do Trabalho, o regular mandato da atual diretoria se esgotou em 2019, estando investida interinamente
até a realização das eleições, conforme determinado em sentença e no estatuto da entidade.

Nesse sentido, o d. MPT reiterou, em seu parecer, o seguinte:

"O Ministério Público do Trabalho, de fato, já havia apontado no parecer


retromencionado a inexistência de mandato da atual diretoria executiva do SINTSAMA,
destacando, dado o longo tempo em que a entidade permanece ocupada por quem não
mais detém legitimidade para tanto, a necessária organização de novas eleições, o mais
brevemente possível.

Salientou, à época, que a permanência dos atuais diretores no comando do SINTSAMA


apresentaria grave perigo não só para a saúde financeira da entidade, mas também para
os interesses sociais de toda a categoria profissional representada pelo sindicato, já que
como demonstrado pela análise pormenorizada do conjunto fático -probatório contido
nos autos, os diretores executivos do SINTSAMA não somente desviaram recursos da
entidade para associação privada,como também receberam, a título pessoal, verbas não
previstas em estatuto ou assembleia geral, e, ainda, submeteram a autonomia e liberdade
do SINTSAMA aos interesses do patronato, ao aceitaram que o sindicato fosse mantido e
patrocinado por verbas advindas de empresas.

Diante deste quadro, opinou o Parquet pela procedência do pedido vindicado quanto ao
afastamento da diretoria executiva do SINTSAMA, com a designação de junta
governativa provisória para a representação do sindicato,preferencialmente constituída
por profissionais indicados pela Comissão da Justiça do Trabalho da Ordem dos
Advogados do Brasil/RJ, para convocação de eleições e gestão do SINTSAMA-RJ até a
posse da nova diretoria que venha a ser eleita, considerando os pedidos "a" e "e", este
último, sucessivo, nos autos da ROT 0100859-42.2019.5.01.0022.

Assim, considerando a manifestação anteriormente exarada por este Órgão Ministerial,


aliada à resistência demonstrada em audiência de conciliação realizada recentemente
junto ao CEJUSC-CAP quanto à sugestão de que a direção se afastasse do pleito em
colaboração coma pacificação da categoria, inclusive num gesto de liberalidade para
facilitar a vida associativa e as negociações coletivas, ratificamos o teor da manifestação
circunstanciada ofertada, opinando pela reforma da r.sentença a quo e a procedência do
recurso interposto, no aspecto." (Id 177e726 - Pág. 8/9)

De fato, o termo de posse de Id e12ec63 indica que a diretoria do


sindicato foi eleita para mandato de 23/10/2015 a 22/10/2019.

O estatuto da entidade não prevê como proceder em caso de término de


mandato sem a realização de eleições. O art. 91 do estatuto apenas estabelece o procedimento em relação
à anulação de eleição:

"Artigo 91 - Na hipótese de vacância da Direção do Sindicato em virtude de anulação do


Processo Eleitoral, para que não haja solução de continuidade da entidade, a atual
diretoria permanecerá no cargo até a posse dos novos eleitos.

Parágrafo Único - Após a prorrogação dos mandatos vigentes dos Órgãos Diretivos do
Sindicato será realizada a Assembleia Geral Extraordinária para a convocação das novas
eleições conforme as regras estabelecidas neste estatuto."

É certo que não há notícia de que as eleições tenham sido realizadas até o
momento.

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072010052570800000071237072
Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 8
Número do documento: 22072010052570800000071237072
Fls.: 9

Contudo, em 21/08/2019 também foi parcialmente acolhido o pedido


liminar dos autores, suspendendo os atos atinentes ao processo eleitoral até a realização da audiência de
instrução e julgamento (Id 26c05da), que se deu em 25/09/2019, consoante ata de Id 724a6e6 / 1bb82fb.

Além da própria discussão judicial, no início do ano de 2020, começou a


pandemia do novo coronavírus, o que impediu a realização das assembleias e do processo eleitoral.

Em 26/05/2021, a parte ré propôs "a realização da eleição no prazo de 90


dias, com observância de todos os requisitos previstos no estatuto, inclusive com o acompanhamento do
Ministério Publico do Trabalho, com publicação dos atos e editais em jornal de grande circulação, bem
como a comunicação em juízo de todos os procedimentos relativos à eleição" (Id 9dcad68), o que não foi
aceito pelos autores.

Foi realizada nova audiência de conciliação, na qual o réu "informou que


estava pronto para cumprir a sentença; que trazia nessa oportunidade uma proposta de realização de
assembleia e o roteiro para as eleições" (Id d6eec40), e mais uma vez a proposta foi rechaçada pelos
autores.

Os dois autores, associados que representam interesses pessoais na


demanda, mostram-se irredutíveis quanto à "necessidade de afastar a atual diretoria do Sindicato, além de
impedi-la de concorrer no próximo sufrágio" (Id d6eec40).

Desde já, esclareça-se que não há impedimento processual para a


realização das eleições.

A r. sentença recorrida é clara no sentido de determinar "a realização de


nova assembleia para eleição de diretoria, no prazo de 30 dias após a realização da assembleia destinada
à prestação de contas, conforme já decidido acima". Não houve pedido de recebimento do recurso com
efeitos suspensivos, podendo a decisão desde já ser cumprida.

Contudo, verifica-se que a parte autora não demonstra interesse no


cumprimento imediato da r. sentença.

Os dois autores pretendem que as eleições somente sejam realizadas após


o afastamento da atual diretoria, a nomeação de um interventor no sindicato e a declaração de
inelegibilidade dos diretores. No contexto político brasileiro recente, o termo lawfare tem sido
empregado neste sentido do uso de instrumentos jurídicos para fins de inabilitação de um adversário
político, neste caso sindical.

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072010052570800000071237072
Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 9
Número do documento: 22072010052570800000071237072
Fls.: 10

Não verifico ser o caso de exceção ao princípio da autonomia sindical,


devendo prevalecer, na hipótese, a regra da não intervenção estatal na administração da entidade sindical.

Veja-se que os argumentos dos autores extrapolam e muito os limites da


lide. Como já dito, a atual diretoria havia sido eleita para um mandato de 2015 a 2019. Além disso, a
ação nº 0100410-84.2019.5.01.0022 buscou, inicialmente, a anulação de assembleia referente à aprovaçã
o de contas de 2018.

Ora, foi produzida prova pericial, e o laudo esclarece que as alegações


sobre doações feitas pelo sindicato à Associação de Trabalhadores da CEDAE- ASTEC correspondem ao
período de 2008 a 2010.

Em relação às contas de 2018, disse o i. expert:

"a) Nas contas apresentadas, há como apontar onde foram aplicados os recursos
atribuídos a rubrica: OUTRAS CONTAS A RECEBER - ASTEC, no valor de R$
176.395,25?

Resposta:

De acordo com as "NOTAS EXPLICATIVAS" do "BALANÇO PATRIMONIAL


ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018" (ID. b18ea5d), tal rubrica representa
os investimentos feitos para nova sede Campestre, conforme trecho retirado do
documento supracitado abaixo. Como indagado no quesito, não explica onde foram
aplicados os recursos.

(...)

g) Há como indicar com base nas contas, se o valor de R$ 176.395,25, doação a ASTEC,
foi revertido em benefícios a categoria?

Resposta:

O máximo que o perito pode afirmar é que de acordo com as "NOTAS


EXPLICATIVAS" do "BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31 DE
DEZEMBRO DE 2018" (ID. b18ea5d) o citado valor foi utilizado para investimento na
nova sede campestre.

(...)

1 . Qual a relação das contas apresentadas com os documentos juntados pelos autores, a
dizer: ID afe28ff ; 8e249ed; f186d71; c52363f; 30936d2; a82c699; ff5a03f; ea54fcf ;
2aa6feb; 7d8e06f; b83a0c9; fe50a34; bad2700;?

Resposta:

Os documentos juntados são de 2008 a 2010 e as contas de dezembro/2018.

(...)

3. Tais imputações interferem diretamente nas contas apresentadas?

Resposta:

Como citado no quesito 1 desta série, os documentos se referem de 2008 a 2010


enquanto as contas a 2018." (Id f6a1f7e)

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072010052570800000071237072
Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 10
Número do documento: 22072010052570800000071237072
Fls.: 11

Sobre o laudo, entretanto, o d. Ministério Público do Trabalho apontou


que "a mera análise do balancete de 2018 não se presta para aferir a saúde financeira do sindicato nem
para definir se, como aventado pelos autores na inicial, houve efetiva malversação de recursos da
entidade por seu diretor-presidente. Para tanto, seria necessário cotejar os gastos indicados no documento
com os respectivos recibos e notas fiscais individuais de despesas ali indicadas" (Id 24e9b9a - Pág. 6).

Nesse sentido, o SINTAMA apresentou toda a documentação do


balancete de 2018 (Id c541594 e seguintes), tendo o MPT exarado novo parecer (Id 349ebbf), no qual
indica outras irregularidades que não fazem parte da causa de pedir.

Em relação às doações indicadas na petição inicial, reitera-se que


ocorreram em período anterior ao mandato da atual diretoria.

Ressalta-se, também, que, após decisão proferida, em 13/05/2019, nos


autos do processo n. 0100410-84.2019.5.01.0022, na qual se declarou o descumprimento dos requisitos
previstos em estatuto para a realização de assembleia geral ordinária para prestação de contas, ocorrida
em 26/03/2020, bem como a nulidade da assembleia realizada no dia 03/05/2020, que elegeu comissão
eleitoral para a condução das eleições da entidade, o sindicato réu relatou a ocorrência de outra
assembleia geral, no dia 28/05/2020, na qual foram aprovadas as prestações de contas de 2018 da
diretoria do sindicato (Id b6b9dfe).

A petição veio acompanhada de todos os documentos pertinentes sobre a


convocação e sobre a realização da assembleia, os quais não foram impugnados pelos autores.

Dessa forma, pretendem os autores rediscutir a aprovação de contas


que foram submetidas à assembleia da categoria.

Nesse sentido, o próprio Parquet defende, em sua manifestação (grifou-se):

"Ultrapassados os pontos, relativamente à necessidade de suspensão das eleições até que


prestadas as contas pela diretoria sindical (item 3 acima), tem-se que o estatuto do
SINTSAMA-RJ não contém determinação nesse sentido. A esse respeito, inclusive, a
CLT dispõe, em seu art. 530, I, que "não podem ser eleitos para cargos administrativos
ou de representação econômica ou profissional, nem permanecer no exercício desses
cargos: I - os que não tiverem definitivamente aprovadas as suas contas de exercício em
cargos de administração".

Como se nota, a restrição para participação no certame eleitoral é pessoal dos


diretores que não tiverem as contas aprovadas. Não há, porém, determinação legal
de suspensão de eleições por ausência de prestação válida de contas.

Quanto ao ponto, insta frisar que, apesar da possível existência de irregularidades


nas contas do sindicato relativas ao ano de 2018, tais contas foram aprovadas em
assembleia geral ordinária realizada em 28/05/2020 (ID. b6b9dfe), cuja convocação
atendeu aos termos do estatuto do sindicato, uma vez que publicado o respectivo
edital em 20/05/2019 no site da entidade e no jornal O Dia (ID. 7445b53 a 87fd968)."
(Id 24e9b9a - Pág. 8)

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072010052570800000071237072
Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 11
Número do documento: 22072010052570800000071237072
Fls.: 12

Dessa forma, entendo que não há fundamento legal para o afastamento


dos atuais dirigentes ou para declarar inelegibilidades. As supostas razões para afastamento de diretores
foram levantadas ao longo do processo e não têm relação com o objeto original da ação. Dessa forma,
não têm vinculação com a realização do pleito eleitoral e devem ser investigadas em procedimentos
próprios.

Tampouco entendo ser possível a nomeação de interventor ou de junta


governativa composta por membros indicados pela Comissão da Justiça do Trabalho da Ordem dos
Advogados do Brasil/RJ. A OAB/RJ é entidade que representa os patronos de ambas as partes, não tendo
prerrogativa para atuar como interventora em sindicatos.

Além disso, não tendo havido reprovação de prestação de contas em


assembleia regularmente convocada, não há que se falar em inelegibilidade dos atuais dirigentes.

Por fim, entendo que a r. decisão recorrida deve ser cumprida pelas partes
o mais breve possível para contribuir com a pacificação da demanda.

É louvável, no caso em tela, que o d. Ministério Público do Trabalho, na


sua prerrogativa de custos legis, fiscalize e acompanhe a realização da assembleia e do processo eleitoral,
a fim de que seja resguardado o cumprimento do estatuto e dos interesses da categoria profissional.
Caberá à Assembleia deliberar, inclusive, sobre a constituição de Comissão Eleitoral que coordenará o
pleito.

No mais, correta a r. sentença.

Nada a reformar.

Nego provimento.

DO PREQUESTIONAMENTO

Tendo este relator adotado tese explícita sobre o thema decidendum e,


considerando-se que não está o Juiz obrigado a refutar todos os argumentos sustentados pelas partes,
desde que fundamente o julgado (artigos 371 e 489, II, do CPC, artigo 832 da CLT, artigo 93, IX da CF
/88 e artigo 15 da Instrução Normativa nº 39/2016 do C. TST), tem-se por prequestionados os
dispositivos constitucionais e legais invocados pelo recorrente, na forma da Súmula nº 297, I, do C. TST.

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072010052570800000071237072
Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 12
Número do documento: 22072010052570800000071237072
Fls.: 13

ISTO POSTO, conheço do recurso e, no mérito, por maioria, nego-lhe


provimento.

ACORDAM os Desembargadores que compõem a Quinta Turma do


Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, por unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, por
maioria, negar-lhe provimento, nos termos da fundamentação do voto do Relator. Vencido o
Excelentíssimo Desembargador Enoque Ribeiro dos Santos que dava provimento parcial ao recurso dos
autores.

Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2022.

JORGE ORLANDO SERENO RAMOS


Desembargador Relator

Vencido o Excelentíssimo Desembargador Enoque Ribeiro dos Santos que dava provimento parcial ao recurso dos autores em
relação ao pedido veiculado nas alíneas "E" e "G", sob o fundamento de que a manifestação do MPT no sentido de acolher o
pedido dos autores, declarando a inexigilibidade da atual diretoria que não prestou contas de sua gestão, isto porque entendia
que a não prestação de contas se mostra mais grave que a reprovação das mesmas, eis que não oferecia à Assembleia sequer a
possibilidade de exercer o controle da gestão.

macm

Assinado eletronicamente por: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS - 18/10/2022 08:33:03 - c6a115a
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072010052570800000071237072
Número do processo: 0100859-42.2019.5.01.0022 ID. c6a115a - Pág. 13
Número do documento: 22072010052570800000071237072

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