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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
Partes:
RECORRENTE: BRF S.A.
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO
RECURSO ORDINÁRIO
Recurso ordinário interposto pela reclamada (ID. 2a7a9a1) em face da r. sentença (ID. 505596c), cujo
relatório adoto, que julgou procedente em parte a reclamatória, sustentando que são indevidas horas
extras; que os controles de ponto por exceção devem ser validados como meio de prova.
Comprovados o depósito recursal (ID. a2672ce) e o recolhimento das custas processuais (ID. 9b51234).
É o relatório.
VOTO
Conheço do recurso ordinário interposto pela reclamada por presentes os pressupostos processuais de
admissibilidade.
Houve por bem o MM. Juízo de origem condenar a reclamada ao pagamento de horas extras,
desconsiderando a validade dos controles de ponto que não estampam o início e o término da jornada de
trabalho.
Insurge-se a recorrente sob fundamento de que o controle de ponto por exceção é aceito pela
jurisprudência e que incumbia ao reclamante, após obter a devida autorização, indicar as horas extras
efetivamente laboradas, o que de fato ocorreu.
De qualquer modo, o simples fato de a reclamada admitir que as horas extras devessem ser previamente
autorizadas denota, de forma inequívoca, o controle direito e o descabimento da adoção dos assim
denominados controles de exceção, uma vez que o cumprimento de jornada de trabalho sob as vistas do
empregador não é exceção, mas regra.
A omissão da reclamada na juntada aos autos de controles de ponto válidos e na produção de outros tipos
de prova em sustentáculo às ponderações defensivas permite concluir pela veracidade da carga horária
reportada pelo reclamante.
Releva mencionar que a r. sentença deferiu a compensação dos valores pagos sob a mesma rubrica.
Por fim, cumpre observar que decisões proferidas por outros Tribunais favoráveis à tese do autor, embora
merecedoras de respeito, não possuem caráter vinculante.
Mantenho.
CONCLUSÃO:
ACORDAM os Magistrados da 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região em: por
unanimidade de votos, CONHECER do recurso ordinário interposto pela reclamada e, no mérito, NEGA
R-LHE PROVIMENTO, segundo os fundamentos do voto da Desembargadora Relatora. Manter os
valores arbitrados à condenação e às custas processuais.
DESEMBARGADORA RELATORA
RMV/21.
VOTOS