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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


1001021-65.2017.5.02.0018
Relator: ROSA MARIA VILLA

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 18/01/2018


Valor da causa: R$ 100.000,00

Partes:
RECORRENTE: BRF S.A.

ADVOGADO: EDUARDO JUNQUEIRA DE OLIVEIRA MARTINS


RECORRIDO: MARCELO DE BRITO
ADVOGADO: Gilberto Aparecido Luna Gomes
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Fls.: 2

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO TRT/SP N.º 1001021-65.2017.5.02.0018

ORIGEM: 18ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO

RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: BRF S.A.

RECORRIDO: MARCELO DE BRITO

JORNADA DE TRABALHO - HORAS EXTRAS - ÔNUS DA


PROVA. Onera o empregador a prova da jornada de trabalho cumprida
por seus empregados, a teor do disposto no artigo 74 combinado com o
artigo 818 da CLT. A apresentação de controle de ponto por exceção não
atende o impositivo legal, mormente em se tratando de empregado que
executa serviços internos sob controle direito do empregador. Sentença
mantida.

Recurso ordinário interposto pela reclamada (ID. 2a7a9a1) em face da r. sentença (ID. 505596c), cujo
relatório adoto, que julgou procedente em parte a reclamatória, sustentando que são indevidas horas
extras; que os controles de ponto por exceção devem ser validados como meio de prova.

Comprovados o depósito recursal (ID. a2672ce) e o recolhimento das custas processuais (ID. 9b51234).

O reclamante apresentou contrarrazões (ID. 5499ba9).

É o relatório.

VOTO

Conheço do recurso ordinário interposto pela reclamada por presentes os pressupostos processuais de
admissibilidade.

Assinado eletronicamente por: ROSA MARIA VILLA - 20/06/2018 19:13:28 - 08866d6


https://pje.trt2.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18032215282008300000027354567
Número do processo: 1001021-65.2017.5.02.0018 ID. 08866d6 - Pág. 1
Número do documento: 18032215282008300000027354567
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DAS HORAS EXTRAS

Houve por bem o MM. Juízo de origem condenar a reclamada ao pagamento de horas extras,
desconsiderando a validade dos controles de ponto que não estampam o início e o término da jornada de
trabalho.

Insurge-se a recorrente sob fundamento de que o controle de ponto por exceção é aceito pela
jurisprudência e que incumbia ao reclamante, após obter a devida autorização, indicar as horas extras
efetivamente laboradas, o que de fato ocorreu.

As ponderações recursais não merecem guarida.

Fustiga os mais comezinhos princípios da razoabilidade conjeturar-se da possibilidade de o reclamante,


analista administrativo, portanto em regime interno de serviços, ser incumbido da fiscalização da carga
horária laboral. A hipótese atenta contra o disposto no artigo 74 da CLT, que impõe ao empregador tal
obrigação.

De qualquer modo, o simples fato de a reclamada admitir que as horas extras devessem ser previamente
autorizadas denota, de forma inequívoca, o controle direito e o descabimento da adoção dos assim
denominados controles de exceção, uma vez que o cumprimento de jornada de trabalho sob as vistas do
empregador não é exceção, mas regra.

A omissão da reclamada na juntada aos autos de controles de ponto válidos e na produção de outros tipos
de prova em sustentáculo às ponderações defensivas permite concluir pela veracidade da carga horária
reportada pelo reclamante.

Releva mencionar que a r. sentença deferiu a compensação dos valores pagos sob a mesma rubrica.

Por fim, cumpre observar que decisões proferidas por outros Tribunais favoráveis à tese do autor, embora
merecedoras de respeito, não possuem caráter vinculante.

Mantenho.

Presidiu o julgamento a Exma. Sra. Desembargadora Jucirema Maria


Godinho Gonçalves.

Assinado eletronicamente por: ROSA MARIA VILLA - 20/06/2018 19:13:28 - 08866d6


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Tomaram parte no julgamento as Exmas. Sras. Magistradas: Rosa Maria


Villa (relatora), Mariangela de Campos Argento Muraro (revisora) e Jucirema Maria Godinho Gonçalves.

CONCLUSÃO:

ACORDAM os Magistrados da 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região em: por
unanimidade de votos, CONHECER do recurso ordinário interposto pela reclamada e, no mérito, NEGA
R-LHE PROVIMENTO, segundo os fundamentos do voto da Desembargadora Relatora. Manter os
valores arbitrados à condenação e às custas processuais.

ROSA MARIA VILLA

DESEMBARGADORA RELATORA

RMV/21.

VOTOS

Assinado eletronicamente por: ROSA MARIA VILLA - 20/06/2018 19:13:28 - 08866d6


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