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19/06/2023
Número: 6047346-08.2015.8.13.0024
Classe: [CÍVEL] PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Órgão julgador: 9ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte
Última distribuição : 23/06/2015
Valor da causa: R$ 34.569,00
Assuntos: Pagamento
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
HIDROELETRICA CONSTRUCOES E SERVICOSLTDA - ME
(AUTOR)
FELIPE PRATES ROZENBERG (ADVOGADO)
HERCULES GUERRA (ADVOGADO)
CLAUDIO ANTONIO MENDES (RÉU/RÉ)
ANA MARIA FERREIRA DE LARA RESENDE (ADVOGADO)
NEUZA MARIA APARECIDA MENDES (RÉU/RÉ)
ANA MARIA FERREIRA DE LARA RESENDE (ADVOGADO)
Outros participantes
DARLAN ULHOA LEITE (PERITO(A))
Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
9833521955 15/06/2023 18:36 Sentença Sentença
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
ASSUNTO: [Pagamento]
I – RELATÓRIO
Alega que foi contratada para prestar serviços de reforma no imóvel dos
réus pelo valor inicialmente orçado de R$43.809,00, o qual foi posteriormente reduzido
para R$41.609,00, por ter sido excluída do contrato a reforma do quarto e do banheiro de
empregada.
defeitos no imóvel dos réus, pelo que a autora efetuou outros serviços não previstos no
contrato original, como retirada de armários embutidos e tratamento de paredes com
Afirmam que apenas não foi quitada a última parcela, referente a 10% do
valor do contrato, em razão de desacordos no fechamento dos trabalhos.
Argumentam que o restante não foi pago em razão de alguns serviços terem
sido rejeitados.
no imóvel, mas informam que tomaram ciência apenas da existência de mofo atrás do
armário de um dos quartos.
Destacam que adquiriram vários materiais que deveriam ter sido comprados
pela autora, que, inclusive, danificou-os.
pedem a condenação da autora à restituição das quantias de R$8.000,00 (oito mil reais),
referente a aluguéis pagos em razão de atraso na entrega da obra; R$12.422,14 (doze mil,
quatrocentos e vinte e dois reais e quatorze centavos) por materiais comprados pelos réus,
mas de responsabilidade da autora; R$110,00 (cento e dez reais) pelos serviços de faxina;
R$1.400,00, relativa a problemas de vazamento de água na área de serviço e no hall de
executados e não realizados pela autora; R$3.708,66 (três mil, setecentos e oito reais e
sessenta e seis centavos), referente a 84m2 de revestimento de parede da cozinha e da área
de serviço assentados com imperfeição; R$2.190,45 (dois mil, cento e noventa reais e
quarenta e cinco centavos), a título de multa contratual; e a compensação da quantia de
R$880,00 (oitocentos e oitenta reais).
Decisão de saneamento em Id nº
52957640.
II – FUNDAMENTAÇÃO
II.II – MÉRITO
Trata-se de ação de cobrança, por meio da qual a autora pede que os réus
sejam condenados ao pagamento da quantia de R$34.569,00 (trinta e quatro mil,
quinhentos e sessenta e nove reais).
era um dos sócios da ré; que foi celebrado contrato verbal; que não houve contrato escrito;
que não sabe o valor combinado pelas partes; que houve aditivo verbal quanto aos valores
inicialmente combinados; que as partes combinaram valores a mais para além do
inicialmente combinado; que não sabe o montante do acréscimo; que o réu CLÁUDIO
disse que tudo seria acertado ao final com a autora; que confirma que os valores
foram trocados; que a instalação de uma porta no quarto ficou bem feita, em que pese a
diferença de materiais da porta e do marco; que não foram pagos todos os valores
acertados; que não sabe se Miguel foi ressarcido pelos materiais comprados; que a retirada
de armários embutidos não estava incluída no orçamento inicial; que a retirada dos
armários foi solicitada posteriormente; que não sabe se foi acertada a retirada dos móveis
antes das obras; que não sabe se foi solicitada a demolição de paredes; que, pelo projeto,
elétrica, com instalação de novos pontos de tomada, TV e telefone, estava no projeto; que
não sabe se a troca de tubulações de PVC e de cobre estava prevista no contrato; que,
todavia, houve a substituição de encanamentos após a quebra das paredes; que havia
instalação de soleiras e bancadas; que Miguel não relatou a necessidade de refazer serviços
na cozinha por causa de danos causados por marceneiro contratado pelo réu; que foi
realizada a compra de pedras de mármore carrara; que o mármore foi instalado; que todos
os serviços prestados foram relatados por Miguel; que houve várias alterações da obra no
decorrer da execução; que as alterações eram reportadas à depoente e aos réus; que os réus
alugaram apartamento no mesmo prédio durante a execução da obra; que, todavia, ainda
havia móveis e roupas no imóvel quando do início das obras; que tomou conhecimento de
que tudo foi executado pela autora; que não presenciou os ajustes referente aos acréscimos,
mas tomou conhecimento deles por meio de relatos do Miguel; que não foi comunicada
pela autora sobre impedimento na execução do projeto; que não constatou erros quanto à
execução do projeto; que houve um erro na colocação da sanca do quarto, mas a autora
refez o serviço.
Após, foi inquirida a testemunha Júnia Alcântara. Disse que foi sócia da
testemunha Adriana; que participou da elaboração do projeto no imóvel dos réus; que foi
tudo colocado em um papel, mas não sabe se foi um contrato; que não sabe se o
documento foi assinado; que não se lembra se tudo foi cumprido e não compareceu ao
local quando do fim das obras para verificar; que houve acréscimos durante a execução
dos serviços, para além do escopo inicial; que não sabe se os réus concordaram em pagar
valores aos réus; que Miguel respondia pela autora; que não sabe o valor inicialmente
combinado; que não sabe se foram realizados todos os acertos quanto aos pagamentos; que
não sabe quem comprou lustres, luminárias e spots; que não sabe se foi pactuada a retirada
de móveis antes do início das obras; que não acompanhava a obra diariamente, mas apenas
um pouco; que não lembra se foi solicitada a retirada de armários embutidos; que não
lembra se houve tratamento das paredes que apresentavam infiltração; que não lembra se
houve demolição de alguma parede; que houve a retirada de pisos de madeira; que não
lembra se houve instalação de portas; que houve alterações na rede elétrica, mas não sabe
exatamente se toda ou parcialmente; que não lembra se foram instalados pontos de tomada
para além do previsto inicialmente; que que não lembra se foi trocada a tubulação do
banheiro; que foi solicitado rebaixamento de teto, mas não sabe se na suíte; que lembra
que foi entregue projeto luminotécnico encadernado antes da obra; que o ar-condicionado
não estava no projeto, mas se deparou com um técnico quando fez visita ao local das
obras; que houve pintura, colocação de porcelanato nas paredes; que houve troca de
azulejos no banheiro; que houve compra de mármore carrara, mas não sabe quem
comprou; que houve troca de soleira; que passou especificações de projeto para Miguel e o
viu em visitas realizadas ao imóvel; que não lembra se Miguel relatou impedimentos na
execução das obras; que não sabe se algum serviço não foi executado pela autora; que a
depoente não alterou o projeto inicial durante a execução das obras; que não lembra se
Por fim, prestou depoimento a testemunha Tobias Vaz da Costa. Disse que
não trabalha e nem trabalhou para a autora; que não participou das obras no imóvel dos
réus; que não tem conhecimento de contrato celebrado pelas partes; que não sabe se a
autora prestou serviços aos réus; que alugou imóvel para os réus durante cerca de seis
de R$1.400,00;
esclareceu que esse serviço estava previsto no projeto inicial e que, posteriormente, foi
ampliado.
De toda forma, estabelece o art. 610, §1º, do Código Civil que “a obrigação
bem como o importe de R$3.442,10, cujo pagamento foi comprovado pelos réus em Id nº
10830326.
inadimplentes.
foram adequados, mas sim empenados, pelo que Miguel alertou os réus e solicitou que
fossem trocados, mas os réus manifestaram discordância.
Fato é que, como os próprios réus anuíram com a qualidade ruim dos
materiais, ao passo que lhes cabia esse fornecimento, e não ao réu, não podem pretender
agora se esquivar de responsabilidade com base exatamente na qualidade precária dos
materiais.
não se pode perder de perspectiva que, neste caso, todas as negociações ocorreram
informalmente.
mostra lícito que busquem se esquivar dessa obrigação com base em um detalhe legal.
monetária deve ser contada do ajuizamento da ação e os juros de mora devem ser
computados da citação dos réus.
restituição das quantias de R$8.000,00 (oito mil reais), referente a aluguéis pagos em razão
de atraso na entrega da obra; R$12.422,14 (doze mil, quatrocentos e vinte e dois reais e
quatorze centavos) por materiais comprados pelos réus, mas de responsabilidade da autora;
R$110,00 (cento e dez reais) pelos serviços de faxina; R$1.400,00, relativa a problemas de
parede danificada pelo vazamento; R$13.076,00 (treze mil e setenta e seis reais), referente
R$3.708,66 (três mil, setecentos e oito reais e sessenta e seis centavos), referente a 84m2
de revestimento de parede da cozinha e da área de serviço assentados com imperfeição;
R$2.190,45 (dois mil, cento e noventa reais e quarenta e cinco centavos), a título de multa
Não obstante esse gasto tenha sido comprovado e a autora tenha confirmado
o comprometimento do prazo inicialmente previsto para a conclusão das obras, fato é que,
Por óbvio, fazendo-se necessários novos serviços para além dos inicialmente
contratados, tempo adicional também seria demandado para sua conclusão.
adicional referente a acréscimos na obra que foram livremente estipulados pelas partes, em
indevido enriquecimento ilícito dos réus.
e vinte e dois reais e quatorze centavos) por materiais comprados, mas de responsabilidade
mil e setenta e um reais e sessenta e cinco centavos), cabendo-lhes arcar com o restante,
pois assim se comprometeram e é previsto pelo art. 610, §1º, do Código Civil.
entre as partes, já que nunca foi firmado instrumento escrito, é cediço que não está
abrangido no objeto próprio do contrato de empreitada o serviço de limpeza inerente a uma
executados e não realizados pela autora; e R$3.708,66 (três mil, setecentos e oito reais e
sessenta e seis centavos), referente a 84m2 de revestimento de parede da cozinha e da área
defeituosas pelos próprios réus, que não se dispuseram a substitui-las, mesmo após
alertados pela autora.
Como já exposto e reiterado, não existiu contrato escrito, pelo que a minuta
contratual de Id nº 1554257 não reflete exatamente o que ficou ajustado pelas partes.
setenta e um reais e sessenta e cinco centavos), referentes a materiais elétricos cujos custos
haveriam de ter sido suportados pela autora, mas foram desembolsados pelos réus.
Por fim, a autora não deve ser condenada ao pagamento de multa por
litigância de má-fé, pois não ficou caracterizada nenhuma das hipóteses do art. 80 do CPC.
III – DISPOSITIVO
trezentos e vinte e seis reais e noventa centavos), devidamente atualizada com base nos
índices da tabela da CGJ-MG, desde a data da distribuição, e acrescida de juros de mora de
25% e os réus ao pagamento de 75% das custas processuais e dos honorários periciais (Id
nº 111855511), bem como de honorários advocatícios, na mesma proporção, arbitrados em
10% sobre o valor da condenação (art. 85, §2º, do CPC).
setenta e um reais e sessenta e cinco centavos), devidamente atualizada com base nos
índices da tabela da CGJ-MG, desde o desembolso, e acrescida de juros de mora de 1% ao
P. R. I.