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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


0010331-56.2023.5.03.0089
Relator: Luiz Otávio Linhares Renault

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 04/08/2023


Valor da causa: R$ 18.000,00

Partes:
RECORRENTE: SIND DOS EMP EM EST DE SERV DE SAUDE DE CEL FAB IPA TIM
ADVOGADO: FULVIO FERREIRA PENA
ADVOGADO: JOSE GERALDO LINHARES LACERDA
ADVOGADO: JANES GOMES SILVA
ADVOGADO: EDUARDO VERISSIMO ALVES DE CARVALHO
RECORRENTE: HOSPITAL E MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS
ADVOGADO: VIVIANE ARAUJO DE CASTRO CASTELLOES
ADVOGADO: TULLIO DE GOUVÊA CASTELLÕES
RECORRIDO: SIND DOS EMP EM EST DE SERV DE SAUDE DE CEL FAB IPA TIM
ADVOGADO: FULVIO FERREIRA PENA
ADVOGADO: JOSE GERALDO LINHARES LACERDA
ADVOGADO: JANES GOMES SILVA
ADVOGADO: EDUARDO VERISSIMO ALVES DE CARVALHO
RECORRIDO: HOSPITAL E MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS
ADVOGADO: VIVIANE ARAUJO DE CASTRO CASTELLOES
ADVOGADO: TULLIO DE GOUVÊA CASTELLÕES
CUSTOS LEGIS: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 03ª REGIÃO

SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO: UMA BANDEIRA DA JUSTIÇA DO TRABALHO!

PROCESSO nº 0010331-56.2023.5.03.0089 (ROT)


RECORRENTE: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE DE CORONEL FABRICIANO,
IPATINGA E TIMÓTEO - SINDEESS
HOSPITAL E MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS
RECORRIDOS: OS MESMOS
RELATOR(A): LUIZ OTÁVIO LINHARES RENAULT

EMENTA: SINDICATO. SUBSTITUTO PROCESSUAL. JUSTIÇA


GRATUITA. Esta Turma adota o entendimento de que o ente sindical,
quando atua na defesa dos interesses da categoria, como no caso dos
autos, beneficia-se das disposições contidas no art. 87 do CDC, pelo que
fica desobrigado do adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas processuais. Esse entendimento
privilegia a adoção da tutela coletiva dos direitos trabalhistas,
desestimulando, de conseguinte, o ajuizamento das ações de
cumprimento, bem como de ações individuais singulares ou plúrimas.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso ordinário,


interposto de decisão do d. Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Coronel Fabriciano, em que figura como
Recorrentes e Recorridos SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS E
SERVIÇOS DE SAÚDE DE CORONEL FABRICIANO, IPATINGA E TIMÓTEO - SINDEESS e
HOSPITAL E MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS.

RELATÓRIO

Assinado eletronicamente por: Luiz Otávio Linhares Renault - 19/02/2024 16:18:55 - e165b81
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O d. Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Coronel Fabriciano, por meio da r.


decisão da lavra do MM. Juiz LUIZ EVARISTO OSORIO BARBOSA (Id bd2792f), cujo relatório
adoto e a este incorporo, julgou IMPROCEDENTES pedidos formulados por SINDICATO DOS
EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE DE CORONEL
FABRICIANO, IPATINGA E TIMÓTEO - SINDEESS em face de HOSPITAL E
MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS.

Interpôs o Sindicato Autor recurso ordinário sob o Id fbf3fa0 pretendendo


a reforma da r. decisão de primeiro grau no que se refere aos benefícios da justiça gratuita, às diferenças
salariais decorrentes da inobservância do piso salarial previsto na Lei 14.434/2022 e aos honorários
advocatícios sucumbenciais.

O Reclamado interpôs o recurso ordinário sob o Id ecc2a26 insurgindo-se


contra a r. decisão de origem quanto aos honorários advocatícios sucumbenciais.

Ofertadas contrarrazões pelo Autor (Id 2b0cfde) e pelo Reclamado (Id


ccee54f).

A douta Procuradoria Regional do Trabalho, por meio do parecer da Dra.


LUTIANA NACUR LORENTZ,manifestou-se pelo conhecimento dos recursos, desprovimento do
recurso empresarial e parcial provimento do recurso do autor (Id 0621021).

É o relatório.

VOTO

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

Conheço dos recursos, porque presentes os pressupostos subjetivos e


objetivos de admissibilidade.

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JUÍZO DE MÉRITO

RECURSO ORDINÁRIO DO SINDICATO AUTOR

JUSTIÇA GRATUITA

O Sindicato Autor pleiteia a concessão dos benefícios da justiça gratuita.

Com razão, data venia.

A presente demanda trata de hipótese que autoriza a concessão da


gratuidade de justiça, porquanto o Sindicato atua na defesa dos interesses da categoria que representa.

O art. 8º, inciso III, da CRF, conjuntamente com os arts. 81, III, 82, IV, e
90, da Lei nº 8.078/90, autoriza a legitimação extraordinária da entidade sindical para demandar em favor
dos membros da categoria, por "interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum".

Nesse contexto, a isenção do pagamento de custas encontra fundamento


no disposto no art. 87, da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), que assim dispõe:

"Art. 87 da Lei 8.078/90. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,
nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
advogados, custas e despesas processuais.".

Assim, esta Primeira Turma adota o entendimento de que o Ente Sindical,


quando atua na defesa dos interesses da categoria, como no caso dos autos, beneficia-se das disposições
acima transcritas, restando isento de qualquer obrigação de adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas processuais.

Esse entendimento privilegia a adoção da tutela coletiva dos direitos


trabalhistas, pois o indeferimento importaria em desestímulo ao ajuizamento das ações de cumprimento,
bem como de ações em substituição processual e na proliferação de dissídios individuais, com
afogamento do Poder Judiciário.

Ademais, os trabalhadores substituídos na presente ação civil coletiva,


sozinhos, teriam direito à gratuidade judiciária, pelo que é devida a concessão do benefício ao Sindicato
profissional, que atua como substituto processual ao postular, em nome próprio, direito dos substituídos.

Portanto, dou provimento ao recurso do Sindicato Autor para conceder-


lhe os benefícios da justiça gratuita.

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DIFERENÇAS SALARIAIS. PISO SALARIAL

Insiste o Sindicato Autor na condenação do Reclamado ao pagamento de


diferenças salariais aos empregados substituídos que ocupam os cargos de Enfermeiro, Técnico de
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiras, em razão da inobservância do piso estabelecido na Lei
no 14.434/2022.

A Lei 14.434/2022, que entrou em vigor em 04/08/2022, instituiu o piso


salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira.

Em 04/09/2022, o Exmo. Ministro Roberto Barroso, na Ação Direta de


Constitucionalidade n° 7.222 MC/DF, deferiu medida cautelar suspendendo os efeitos da referida Lei, até
que os seus impactos sobre a situação financeira de Estados e Municípios fossem esclarecidos:

"Diante do exposto, concedo a medida cautelar para suspender os efeitos da Lei nº 14.434
/2022, até que sejam esclarecidos os seus impactos sobre: (i) a situação financeira de
Estados e Municípios, em razão dos riscos para a sua solvabilidade. Intimem-se, para tal
fim, o Ministério da Economia; os vinte e seis Estados-membros e o Distrito Federal; e a
Confederação Nacional de Municípios (CNM); (ii) a empregabilidade, tendo em vista as
alegações plausíveis de demissões em massa. Intimem-se, para tal fim, o Ministério do
Trabalho e Previdência e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS);
(iii) a qualidade dos serviços de saúde, pelo alegado risco de fechamento de leitos e de
redução nos quadros de enfermeiros e técnicos. Intimem-se, para tal fim, o Ministério da
Saúde; o Conselho Nacional de Saúde (CNS); o Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (Conass); o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems); e
a Federação Brasileira de Hospitais (FBH). Os intimados terão prazo de 60 (sessenta)
dias para aportar aos autos os subsídios necessários à avaliação de cada um dos pontos.
A medida cautelar se manterá vigente até que a questão seja reapreciada à luz dos
esclarecimentos prestados".

Em nova decisão datada em 15/05/2023, e posteriormente referendada


pelo Pleno do E. STF em 03/07/2023, a medida cautelar concedida foi parcialmente revogada, nos
seguintes termos:

"85. Diante do exposto, revogo parcialmente a medida cautelar deferida em 04.09.2022,


a fim de que sejam restabelecidos os efeitos da Lei nº 14.434/2022, com exceção da
expressão "acordos, contratos e convenções coletivas" constante do seu art. 2º, § 2º, para
que seja implementado o piso salarial nacional por ela instituído, nos seguintes termos:

(i) em relação aos servidores públicos civis da União, autarquias e fundações públicas
federais (art. 15-B da Lei nº 7.498/1986), a implementação do piso salarial nacional deve
ocorrer na forma prevista na Lei nº 14.434/2022;

(ii) em relação aos servidores públicos dos Estados, Distrito Federal, Municípios e
de suas autarquias e fundações (art. 15-C da Lei nº 7.498/1986), bem como aos
profissionais contratados por entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de
seus pacientes pelo SUS (art. 15-A da Lei nº 7.498/1986), a implementação da
diferença resultante do piso salarial nacional deve se dar em toda a extensão
coberta pelos recursos provenientes da assistência financeira da União;

(iii) em relação aos profissionais celetistas em geral (art. 15-A da Lei nº 7.498/1986), a
implementação do piso salarial nacional deve ocorrer na forma prevista na Lei nº 14.434
/2022, a menos que se convencione diversamente em negociação coletiva, a partir da
preocupação com eventuais demissões.

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86. Quanto aos efeitos da presente decisão, em relação aos profissionais referidos nos
itens (i) e (ii), eles se produzem na forma da Portaria GM/MS nº 597, de 12 de maio de
2023; e, em relação aos profissionais referidos no item (iii), para os salários relativos ao
período trabalhado a partir de 01º.07.2023. O diferimento dos efeitos da lei em relação
ao setor privado se destina a garantir o tempo para a adoção das ações e acordos
necessários para que a medida cautelar deferida nestes autos cumpra integralmente o seu
propósito, de evitar uma crise no setor de saúde, com repercussão indesejada sobre a
manutenção de postos de trabalho e a qualidade do atendimento de saúde de toda a
população". (grifos acrescidos)

Assim, considerando que o Reclamado se trata de uma organização social


de saúde, que presta serviços para o Sistema Único e Saúde - SUS no percentual mínimo de 60%,
conforme comprovado através dos documentos de Id 7048e4b, Id. f87a020, é certo que ele se enquadra
no item II do tópico 85 da decisão supracitada, de modo que a implementação da diferença resultante do
piso salarial nacional instituído pela Lei 14.434/2022 deve se dar em toda a extensão coberta pelos
recursos provenientes da assistência financeira da União.

Ademais, é cediço que, após a decisão proferida pelo E. STF, foi


sancionada a abertura de credito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso salarial dos
profissionais da Enfermagem, na forma da Lei 14.581/2023, publicada no DOU em 12/05/2023.

Para o setor publico, que é o caso do Reclamado, o inicio dos pagamentos


deve observar a Portaria 597 do Ministério da Saúde.

Desde modo, tendo em vista a recente decisão proferida pelo E. STF na


ADI 7.222 MC/DF, bem como a abertura de crédito especial pela União, que será repassado aos estados
e municípios, é forçoso concluir que os substituídos que ocupam os cargos de Enfermeiro, Técnico de
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiras na empresa Ré, fazem jus ao pagamento do piso
estabelecido na Lei no 14.434/2022, observando-se a modulação de efeitos estabelecida pela referida
decisão e a portaria 597 do Ministério da Saúde.

Por conseguinte, são mesmo devidas diferenças a este título, até a efetiva
implementação do reajuste.

Nesse sentido, inclusive, o parecer do MINISTÉRIO PÚBLICO DO


TRABALHO, de lavra da i. procuradora LUTIANA NACUR LORENTZ (Id 0621021).

Por todo o exposto, dou provimento ao recurso para condenar o


Reclamado:

a) a proceder a implementação do reajuste salarial dos empregados


substituídos de ocupem os cargos de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e
Parteiras, conforme previsto pela Lei n.14.434/2022;

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b) ao pagamento de diferenças salariais decorrentes da inobservância do


piso salarial instituído pela Lei n.14.434/2022 aos empregados substituídos que ocupem os cargos de
Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiras, parcelas vencidas e
vincendas, até o efetivo reajuste, observando-se a modulação de efeitos estabelecida da decisão proferida
pelo E. STF no bojo da ADI 7.222 MC/DF, bem como a Portaria 597 do Ministério da Saúde, com
reflexos em horas extras, férias acrescidas de 1/3, 13º salários, FGTS, e no aviso prévio e multa de 40%
para os empregados dispensados, conforme se apurar em liquidação por cálculos.

MATÉRIA COMUM AOS RECURSOS

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS

Pugna o Sindicato Autor pela inversão do ônus da sucumbência, com a


condenação do Reclamado ao pagamento de honorários advocatícios.

O Reclamado, por sua vez, insurge-se contra o parâmetro fixado na r.


sentença para o cálculo dos honorários advocatícios sucumbenciais devidos pelo Sindicato Autor. Alega
que tal parcela deve ser calculada sobre o valor do proveito econômico obtido.

Quanto aos honorários sucumbenciais, aplicam-se os preceitos da Lei


13.467/2017 que, dentre outras alterações, incluiu o art. 791-A na CLT, cujo caput e § 3º reproduzo a
seguir:

"Art. 791-A - Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários
de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

(...)

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência


recíproca, vedada a compensação entre os honorários".

No caso dos autos, a reforma da r. sentença implica na sucumbência total


do Reclamado, que deverá ficar responsável pelo pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais
ao Sindicato Autor, calculados sobre o valor atualizado que resultar da liquidação da sentença,
observando-se os termos da OJ 348 da SDI-I do TST, e da Tese Jurídica Prevalecente n. 4 do TRT/MG.

Quanto ao percentual de incidência, sopesando o zelo e o profissionalismo


dos procuradores atuantes neste processo, bem como o tempo exigido para a prestação do serviço, já que
se trata de ação com temas recorrentes, sem intercorrências na tramitação, arbitro em 15%.

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Por outro lado, a inversão dos ônus da sucumbência, implica a exclusão


da condenação do Sindicato Autor ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais em favor dos
procuradores do Réu, de modo que o recurso ordinário do Reclamado quanto ao tema perdeu o objeto.

Dou provimento ao recurso do Sindicato Autor para:

a) condenar o Reclamado a pagar honorários advocatícios sucumbenciais,


em favor dos procuradores do Autor, fixados em 15% (quinze por cento) sobre o valor atualizado que
resultar da liquidação da sentença, observando-se os termos da OJ 348 da SDI-I do TST, e da Tese
Jurídica Prevalecente n. 4 do TRT/MG.

b) absolvê-lo do pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais em


favor dos procuradores do Reclamado.

O recurso do Réu quanto ao tema perdeu o objeto.

JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

Em 27/06/2020, o Exmo. Ministro Gilmar Mendes, na Ação Direta de


Constitucionalidade n° 58, concedeu liminar para suspender o julgamento de todos os processos em curso
nesta Especializada que discutam o índice de correção a incidir sobre débitos trabalhistas resultantes de
condenação judicial - Taxa Referencial (TR) ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E):

"(...) Ante o exposto, defiro o pedido formulado e determino, desde já, ad referendum do
Pleno (art. 5º, §1º, da Lei 9.882 c/c art. 21 da Lei 9.868) a suspensão do julgamento de
todos os processos em curso no âmbito da Justiça do Trabalho que envolvam a aplicação
dos artigos arts. 879, §7, e 899, § 4º, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467
/2017, e o art. 39, caput e § 1º, da Lei 8.177/91".

Em nova decisão, datada de 1°/07/2020, proferida em sede de agravo


interno interposto pela Procuradoria Geral da República, esclareceu o Ministro Gilmar Mendes, sobre a
delimitação do alcance da suspensão nacional dos processos:

"(...) Por fim, cumpre esclarecer o alcance da medida cautelar deferida, até mesmo
considerando as interpretações controvertidas advindas da decisão agravada que tem sido
veiculadas nos últimos dias. Dada a própria essência do instituto, a suspensão nacional
de processos em sede de ADC com fundamento no art. 21 da Lei 9.868/1999 tem por
objetivo apenas o de preservar as relações fáticas passíveis de serem afetadas pelo
julgamento de mérito da ADC. Por essa razão, em diversos precedentes, o STF já decidiu
que o efeito da aplicação do art. 21 da Lei 9.868/1999 consiste tão somente em obstar a
prolação de decisão que tenha por pressuposto a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade da norma impugnada (nesse sentido, cf. ADC 49 MC, Rel. Min.
Sydney Sanches, Tribunal Pleno, julgado em 11.02.1998, DJ 21.05.1999, e ADC 9 MC,
Rel. Min. Néri da Silveira, Red. p/ Acórdão: Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJ
23.04.2004)".

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No dia 18/12/2020, o Tribunal Pleno do E. STF concluiu o julgamento das


ADCs 58 e 59, e das ADIs 5867 e 6021, que tratam do tema da correção monetária dos débitos
trabalhistas.

Na ocasião, as ações foram julgadas parcialmente procedentes, para


conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, §4º, da CLT, na redação
dada pela Lei 13.467/2017, tendo sido fixados critérios para a modulação dos efeitos da decisão.

Eis os termos da ementa do acórdão da ADC 58, publicado no DJE de 07


/04/2021:

"EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO DO TRABALHO. AÇÕES


DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES DECLARATÓRIAS DE
CONSTITUCIONALIDADE. ÍNDICES DE CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS
RECURSAIS E DOS DÉBITOS JUDICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART.
879, §7º, E ART. 899, §4º, DA CLT, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 13. 467, DE
2017. ART. 39, CAPUT E §1º, DA LEI 8.177 DE 1991. POLÍTICA DE CORREÇÃO
MONETÁRIA E TABELAMENTO DE JUROS. INSTITUCIONALIZAÇÃO DA
TAXA REFERENCIAL (TR) COMO POLÍTICA DE DESINDEXAÇÃO DA
ECONOMIA. TR COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA.
INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES DO STF. APELO AO
LEGISLADOR. AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÕES
DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE JULGADAS PARCIALMENTE
PROCEDENTES, PARA CONFERIR INTERPRETAÇÃO CONFORME À
CONSTITUIÇÃO AO ART. 879, §7º, E AO ART. 899, §4º, DA CLT, NA REDAÇÃO
DADA PELA LEI 13.467, DE 2017. MODULAÇÃO DE EFEITOS.

1. A exigência quanto à configuração de controvérsia judicial ou de controvérsia jurídica


para conhecimento das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) associa-se
não só à ameaça ao princípio da presunção de constitucionalidade - esta independe de um
número quantitativamente relevante de decisões de um e de outro lado -, mas também, e
sobretudo, à invalidação prévia de uma decisão tomada por segmentos expressivos do
modelo representativo.

2. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei 9.494


/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo que a TR seria insuficiente
para a atualização monetária das dívidas do Poder Público, pois sua utilização violaria o
direito de propriedade. Em relação aos débitos de natureza tributária, a quantificação dos
juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança foi
reputada ofensiva à isonomia, pela discriminação em detrimento da parte processual
privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e RE 870.947-RG - tema 810).

3. A indevida utilização do IPCA-E pela jurisprudência do Tribunal Superior do


Trabalho (TST) tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da
inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única consequência possível. A
solução da Corte Superior Trabalhista, todavia, lastreia-se em uma indevida equiparação
da natureza do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da Fazenda Pública, o
qual está submetido a regime jurídico próprio da Lei 9.494/1997, com as alterações
promovidas pela Lei 11.960/2009.

4. A aplicação da TR na Justiça do Trabalho demanda análise específica, a partir das


normas em vigor para a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões
econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra inadequada, pelo menos
no contexto da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), como índice de atualização
dos débitos trabalhistas.

5. Confere-se interpretação conforme à Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, §4º,
da CLT, na redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que sobrevenha

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solução legislativa, deverão ser aplicados à atualização dos créditos decorrentes de


condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça
do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de juros vigentes para as
hipóteses de condenações cíveis em geral (art. 406 do Código Civil), à exceção das
dívidas da Fazenda Pública que possui regramento específico (art. 1º-F da Lei 9.494
/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a exegese conferida por esta
Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e no RE 870.947-RG (tema 810).

6. Em relação à fase extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações


trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E acumulado no período de
janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E
mensal (IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como indexador, nos termos do
art. 29, § 3º, da MP 1.973-67/2000. Além da indexação, serão aplicados os juros legais
(art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991).

7. Em relação à fase judicial, a atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, considerando
que ela incide como juros moratórios dos tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 84
da Lei 8.981/95; 39, § 4º, da Lei 9.250/95; 61, § 3º, da Lei 9.430/96; e 30 da Lei 10.522
/02). A incidência de juros moratórios com base na variação da taxa SELIC não pode ser
cumulada com a aplicação de outros índices de atualização monetária, cumulação que
representaria bis in idem.

8. A fim de garantir segurança jurídica e isonomia na aplicação do novo entendimento,


fixam-se os seguintes marcos para modulação dos efeitos da decisão: (i) são reputados
válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em ação em curso ou em nova demanda,
incluindo ação rescisória, todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou
qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial,
inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser
mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram,
na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA-E) e os juros de mora de 1%
ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento,
independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal, devem
ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de
alegação futura de inexigibilidade de título judicial fundado em interpretação contrária
ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC.

9. Os parâmetros fixados neste julgamento aplicam-se aos processos, ainda que


transitados em julgado, em que a sentença não tenha consignado manifestação expressa
quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples
consideração de seguir os critérios legais).

10. Ação Declaratória de Constitucionalidade e Ações Diretas de Inconstitucionalidade


julgadas parcialmente procedentes".

Assim, em atenção à decisão proferida pelo STF nas ADCs 58 e 59, e


ADIs 5867 e 6021, determina-se que, na fase extrajudicial, aplicar-se-ão o IPCA-E e os juros legais -
correspondentes ao índice TRD (art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991, conforme parte final do item 6 da
Ementa, do v. acórdão ADC 58), e, na fase judicial, utilizar-se-á a SELIC.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA E IMPOSTO DE RENDA

Autorizadas as deduções para a Previdência Social, observado o teto mês


a mês, e para o Imposto de Renda, observando-se a IN/RFB 1500/2014, arts. 36 a 45, com as alterações
promovidas pela IN/RFB 1558/2015, e a OJ 400 da SDI-1 do Colendo TST.

Assinado eletronicamente por: Luiz Otávio Linhares Renault - 19/02/2024 16:18:55 - e165b81
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Número do documento: 23121117251551300000105720815
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CONCLUSÃO

Conheço dos recursos e, no mérito, dou provimento parcial ao recurso do


Sindicato Autor, para:

a) condenar o Reclamado:

a.1) a proceder à implementação do reajuste salarial dos empregados


substituídos que ocupem os cargos de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e
Parteiras, conforme previsto pela Lei n.14.434/2022;

a.2) ao pagamento de diferenças salariais, decorrentes da inobservância do


piso salarial instituído pela Lei n.14.434/2022 aos empregados substituídos que ocupem os cargos de
Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiras, parcelas vencidas e
vincendas, até o efetivo reajuste, observando-se a modulação de efeitos estabelecida da decisão proferida
pelo E. STF no bojo da ADI 7.222 MC/DF, bem como a Portaria 597 do Ministério da Saúde, com
reflexos em horas extras, férias acrescidas de 1/3, 13º salários, FGTS, e no aviso prévio e multa de 40%
para os empregados dispensados, conforme se apurar em liquidação por cálculos;

a.3) ao pagamento de honorários advocatícios, em favor dos procuradores


do Sindicato Autor, 15% (quinze por cento) sobre o valor atualizado que resultar da liquidação da
sentença, observando-se os termos da OJ 348 da SDI-I do TST, e da Tese Jurídica Prevalecente n. 4 do
TRT/MG;

b) conceder-lhe os benefícios da justiça gratuita;

c) absolvê-lo do pagamento de honorários advocatícios, em favor dos


procuradores do Reclamado.

Tendo em vista inversão dos ônus da sucumbência, bem como a exclusão


da condenação do Sindicato Autor ao pagamento de honorários advocatícios, o recurso ordinário
interposto pelo Reclamado perdeu o objeto.

Os juros serão calculados na forma do artigo 883 da CLT e da Súmula


200 do TST, e correção monetária, adotando-se o IPCA-E até a propositura da ação e a Taxa SELIC, que
já engloba juros e correção monetária, após o ajuizamento (uma vez que, no processo do trabalho, a
"citação" não depende de iniciativa do credor, em consonância e por aplicação analógica da Súmula 618
do STF).

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Número do documento: 23121117251551300000105720815
Fls.: 12

Declaro que as contribuições previdenciárias incidem sobre os valores


apurados a título de diferenças salariais e seus os reflexos no aviso prévio indenizado, 13os. salários e
nos valores a título de férias usufruídas ao longo do contrato, não incidindo sobre férias indenizadas na
rescisão e sobre o FGTS +40%, porque essas parcelas não têm natureza salarial para fins de incidência
das contribuições previdenciárias.

Inverto o ônus da sucumbência, ficando o pagamento das custas


processuais a cargo do Reclamado, no importe de R$360,00 (trezentos e sessenta reais), calculadas sobre
o valor arbitrado à condenação de R$18.000,00 (dezoito mil reais) ficando, para tanto, devidamente
intimado, a teor do item III da Súmula 25 do Colendo TST.

FUNDAMENTOS PELOS QUAIS,

O Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região, em Sessão


Ordinária Virtual da Primeira Turma, julgou o presente processo e, preliminarmente, à unanimidade,
conheceu dos recursos; no mérito, sem divergência, deu provimento parcial ao recurso do Sindicato
Autor para: a) condenar o Reclamado: a.1) a proceder à implementação do reajuste salarial dos
empregados substituídos que ocupem os cargos de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de
Enfermagem e Parteiras, conforme previsto pela Lei n.14.434/2022; a.2) ao pagamento de diferenças
salariais, decorrentes da inobservância do piso salarial instituído pela Lei n.14.434/2022 aos empregados
substituídos que ocupem os cargos de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e
Parteiras, parcelas vencidas e vincendas, até o efetivo reajuste, observando-se a modulação de efeitos
estabelecida da decisão proferida pelo E. STF no bojo da ADI 7.222 MC/DF, bem como a Portaria 597
do Ministério da Saúde, com reflexos em horas extras, férias acrescidas de 1/3, 13os salários, FGTS, e no
aviso prévio e multa de 40% para os empregados dispensados, conforme se apurar em liquidação por
cálculos; a.3) ao pagamento de honorários advocatícios, em favor dos procuradores do Sindicato Autor,
15% (quinze por cento) sobre o valor atualizado que resultar da liquidação da sentença, observando-se os
termos da OJ 348 da SDI-I do TST, e da Tese Jurídica Prevalecente n. 4 do TRT/MG; b) conceder-lhe os
benefícios da justiça gratuita; c) absolvê-lo do pagamento de honorários advocatícios, em favor dos
procuradores do Reclamado. Tendo em vista inversão dos ônus da sucumbência, bem como a exclusão da
condenação do Sindicato Autor ao pagamento de honorários advocatícios, o recurso ordinário interposto
pelo Reclamado perdeu o objeto. Os juros serão calculados na forma do artigo 883 da CLT e da Súmula
200 do TST, e correção monetária, adotando-se o IPCA-E até a propositura da ação e a Taxa SELIC, que

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Fls.: 13

já engloba juros e correção monetária, após o ajuizamento (uma vez que, no processo do trabalho, a
"citação" não depende de iniciativa do credor, em consonância e por aplicação analógica da Súmula 618
do STF). Declarou que as contribuições previdenciárias incidem sobre os valores apurados a título de
diferenças salariais e seus os reflexos no aviso prévio indenizado, 13os salários e nos valores a título de
férias usufruídas ao longo do contrato, não incidindo sobre férias indenizadas na rescisão e sobre o FGTS
+40%, porque essas parcelas não têm natureza salarial para fins de incidência das contribuições
previdenciárias. Inverteu o ônus da sucumbência, ficando o pagamento das custas processuais a cargo do
Reclamado, no importe de R$360,00 (trezentos e sessenta reais), calculadas sobre o valor arbitrado à
condenação de R$18.000,00 (dezoito mil reais) ficando, para tanto, devidamente intimado, a teor do item
III da Súmula 25 do Colendo TST.

Tomaram parte no julgamento os Exmos. Desembargadores: Luiz Otávio


Linhares Renault (Relator), Maria Cecília Alves Pinto (Presidente) e Paula Oliveira Cantelli.

Participou do julgamento, o Exmo. representante do Ministério Público do


Trabalho, Dr. Eduardo Maia Botelho.

Julgamento realizado em Sessão virtual iniciada à 0h do dia 6 de fevereiro


de 2024 e encerrada às 23h59 do dia 8 de fevereiro de 2024 (Resolução TRT3 - GP nº 208, de 12 de
novembro de 2021).

LUIZ OTÁVIO LINHARES RENAULT

Relator

VOTOS

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Número do processo: 0010331-56.2023.5.03.0089 ID. e165b81 - Pág. 12
Número do documento: 23121117251551300000105720815

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